A IMPORTÂNCIA DA RECICLAGEM COMO FERRAMENTA DA … · necessidade da mudança de conceitos e...
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Rev FacUnicamps Cien
A IMPORTÂNCIA DA RECICLAGEM COMO FERRAMENTA DA GESTÃO
AMBIENTAL SANTOS, Gledson Alves dos
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SOUZA, Adelson Pereira de1
LIMA JR, Geraldo Lopes de2
RESUMO Este artigo visa demonstrar a importância da reciclagem como ferramenta da gestão ambiental. No decorrer do
trabalho é apresentada por diversos autores a gestão ambiental como uma nova forma de pensar a organização,
com foco em resultados sustentáveis, em uma gestão que se preocupe com o meio em que as organizações estão
inseridas e que vise garantir acesso a qualidade de vida para as gerações presentes e futuras. Dentre os
mecanismos ao se adotar este tipo de gestão, a reciclagem se apresenta como uma ferramenta indispensável no
processo de frear o avanço da degradação dos recursos naturais, desencadeando benefícios tanto para as
organizações quanto para a sociedade. Neste sentido para que ocorra uma integração nos objetivos que envolvem
empresas, sociedade e governo é necessário a mudança de conceitos e hábitos relacionados as questões
ambientais, a fim de chegar a uma conscientização da necessidade de preservação dos recursos primários. Estes
questionamentos vão sendo respondidos no decorrer do trabalho através de estudos bibliográficos e de pesquisa
de campo aplicada no condomínio residencial Aldeia do Vale em Goiânia. Palavras-Chave: Gestão Ambiental. Reciclagem. Conscientização Ambiental.
ABSTRACT This article aims to demonstrate the importance of recycling as a tool for environmental management. In the
course of the work, several authors present environmental management as a new way of thinking about the
organization, focusing on sustainable results, a management that is concerned with the environment in which the
organizations are inserted and that aims to guarantee access to quality of life for present and future generations.
Among the mechanisms by adopting this type of management, recycling is an indispensable tool in the process
of slowing the progress of the degradation of natural resources, unleashing benefits for both organizations and
society. In this sense, in order to achieve integration in the objectives that involve companies, society and
government, it is necessary to change concepts and habits related to environmental issues, in order to reach an
awareness of the need to preserve primary resources. These questions are being answered throughout the work
through bibliographical studies and field research applied in the Aldeia do Vale residential condominium in
Goiânia. Keywords: Environmental Management. Recycling. Environmental awareness.
INTRODUÇÃO
Para atender a demanda dos novos consumidores, cada vez mais, as organizações
necessitam se desdobrar afim de garantir uma boa participação no mercado globalizado. Um
dos grandes desafios da atualidade diz respeito a preservação dos recursos naturais, tendo em
vista a crescente conscientização por parte da sociedade em relação aos aspectos ambientais,
estes novos consumidores acabam exigindo ainda mais das organizações um posicionamento
gerencial que adote as questões ambientais em sua estratégia. Diante destas questões cabe a
pergunta: qual a contribuição da reciclagem como ferramenta da gestão ambiental?
Como resposta a essa problemática ambiental no que tange a preservação dos recursos
primários, a reciclagem surge como alternativa fundamental no processo de reutilização de
materiais, minimizando a exploração de novos recursos, diminuído o descarte junto ao meio
ambiente e estabelecendo uma nova fonte de renda. Além desses benefícios deve-se destacar
1Graduando do curso de Bacharelado em Administração, Faculdade Unida de Campinas-FacUnicamps. E-mail: [email protected] 2Orientador, Mestre. Faculdade Unida de Campinas-FacUnicamps. E-mail: [email protected]
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também o papel social desencadeado pela geração de emprego a pessoas que em sua maioria
não teriam outras oportunidades no mercado de trabalho. Este projeto visa apresentar a
necessidade da mudança de conceitos e paradigmas em um âmbito geral, que envolva todas as
dimensões da sociedade no que diz respeito à preservação e conservação dos recursos
naturais. Através deste, mostrar como as organizações estão se movimentando em relação a
esse novo mercado e suas exigências e qual a importância da reciclagem como ferramenta da
gestão ambiental.
Para chegar ao objetivo proposto que é demonstrar a importância da reciclagem como
ferramenta da gestão ambiental, o trabalho apresenta em sua estrutura a seguinte composição:
No primeiro tópico é apresentado a origem da gestão ambiental, sua evolução e principais
conceitos. No segundo tópico é abordado o surgimento do termo reciclagem, as primeiras
formas de utilização, o crescimento e fortalecimento da ideia até chegar nos dias atuais,
demonstrando seus conceitos e formas de utilização. O terceiro tópico traz os benefícios ao se
adotar uma gestão ambiental, tanto para as organizações na redução de custo, criação de uma
imagem verde, e o diferencial competitivo. E para a sociedade, com a geração de novos
empregos, inserção social e qualidade de vida. O quarto tópico aborda a metodologia aplicada
no desenvolvimento do trabalho, em primeiro momento foi utilizado a pesquisa bibliográfica
que traz os principais conceitos sobre os pontos principais do artigo, gestão ambiental e
reciclagem, posteriormente foi aplicado uma pesquisa de campo afim de responder de forma
prática as questões que motivaram a elaboração do trabalho. O quinto tópico apresenta a
pesquisa de campo, realizada no condomínio residencial Aldeia do Vale na cidade de Goiânia,
com exemplos gráficos dos resultados obtidos em campo. O sexto tópico traz o estudo dos
dados obtidos em campo, através do método de comparação, no qual foram feitas analises
entre o material bibliográfico e o resultado da pesquisa de campo. O sétimo tópico traz as
considerações, as respostas para os questionamentos levantados, a conclusão da ideia e do
objetivo proposto.
Como profissionais do campo da administração, nossa intenção é mostrar que a gestão
ambiental é uma grande força a ser usada para o desenvolvimento sustentável deste país,
refletindo diretamente na qualidade de vida da população por meio da prevenção e do uso
consciente dos recursos naturais, desencadeando uma conscientização em todos os níveis da
sociedade, das empresas e do governo.
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1 ORIGEM DA GESTÃO AMBIENTAL.
Dias (2011), traduz o surgimento da gestão ambiental a partir dos problemas
ambientais, causados pelo homem na busca pela qualidade de vida, interferindo diretamente
de forma destruidora no ambiente natural, com a finalidade de atender o crescimento
populacional e das necessidades básicas que a vida em sociedade exige. O autor faz um
paralelo desde o princípio das civilizações, abordando o estilo de vida do ser humano com
início na pré-história, mostrando a facilidade de adaptação do homem em relação ao meio
mesmo em ambientes distintos como, o frio Antártico ou o exaustivo calor do deserto
desenvolvendo ferramentas para superar suas limitações. Para Barbieri (2007), os problemas
ambientais, por mais variados que sejam surgem primeiro, do uso do meio ambiente como
fonte de recursos para a subsistência humana e segundo como recipiente de resíduos da
produção e consumo. Estes problemas são ocasionados pelo modo como o ser humano se
interage em relação a natureza.
Segundo Dias (2010), há cerca de 8.000 anos atrás o homem aprendeu a domesticar
animais e a plantar sementes selecionadas. Essas duas novas atividades, domesticação de
animais e técnica de cultivo, provocaram uma revolução na história da humanidade (uma
revolução agrícola), se caracterizando na primeira grande revolução cientifico-tecnológica, a
partir daí são criadas as primeiras aldeias e civilizações. Porém quanto maiores as
aglomerações humanas, maiores e mais destrutivas também se tornariam do ponto de vista
ambiental, tendo como exemplo a civilização Romana, que foi na antiguidade a que mais
criou espaços urbanos em todo mediterrâneo e também a que mais contribuiu para a
diminuição da diversidade do meio ambiente, principalmente de animais predadores usados
como atração nas inúmeras arenas que existiam nas cidades
A partir do Século XVIII, ocorre a segunda grande revolução tecno-científica a Segunda
Guerra Mundial, também conhecida como revolução industrial. Tendo início na Inglaterra,
promoveu o crescimento econômico e contribuiu para a criação de uma perspectiva de maior
geração de riquezas e qualidade de vida. Porém, juntamente com o desenvolvimento industrial
cresciam os problemas inerentes as necessidades da produção industrial, como a alta
concentração populacional, o consumo excessivo de recursos naturais incluindo alguns não
renováveis (petróleo e carvão mineral), contaminação do solo, das aguas, desflorestamento
entre outros. (DIAS, 2010).
A visão errada de que os recursos naturais eram inesgotáveis e se manteve durante todo
século XVIII e grande parte do século XIX. Motivados pelo lançamento do livro Silent Spring
(Primavera Silenciosa) em 1962 pela escritora Rachel Carson. O livro expõe os perigos do uso
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de um inseticida, o DDT. O livro tem o objetivo de alertar as pessoas a reagir contra o abuso
do uso dos inseticidas químicos. A sua publicação soou como um alarme e despertou em anos
seguintes intensa fiscalização por parte dos países preocupados com os danos causados ao
meio ambiente; neste contexto a poluição surge como um dos grandes problemas ambientais
no mundo.
Esse conceito equivocado do homem em relação ao meio ambiente só começou a ser
questionado, quando começaram a ser evidenciados os riscos do esgotamento dos recursos
naturais e dos processos de deterioração do meio ambiente. A partir daí deu-se início a uma
série de encontros, conferências, tratados e acordos assinados pelos países que tinham como
objetivo a mudanças de conceitos e do grande perigo que o mundo estava correndo.
Para Dias (2010), os fatores que levaram a aceleração do problema ambiental foram à
intensificação da industrialização e o consequente aumento da capacidade de intervenção do
homem na natureza. E que esse conflito entre crescimento econômico e preservação ambiental
prevalece até os dias atuais fazendo parte da pauta obrigatória da maior parte dos encontros
mundiais tornando-se uma preocupação crescente na maioria das organizações que não
querem ser vistas como vilãs da sociedade.
A partir da década de 60, começaram as mudanças em relação as emissões de materiais
poluentes, e com isso os recursos naturais passaram a ser mais valorizados. Para Seiffert
(2009), esta preocupação materializou-se através de uma série de eventos de grande
importância para melhoria do controle ambiental nos ecossistemas urbanos, que levaram ao
amadurecimento dos conceitos de desenvolvimento sustentável. Em 1968, autoridades de
governos e lideres ambientalistas de dez países se reuniram em Roma na Itália, com o
objetivo de discutir os dilemas atuais e futuros do homem. Deste encontro surgiu o clube de
Roma, cuja finalidade era promover o entendimento dos aspectos econômicos, políticos,
naturais e sociais que formam o sistema global. Em 1972 foi publicado um relatório através
do clube de Roma, chamado Os Limites do Crescimento, e através de cálculos matemáticos
foram feitas projeções de crescimento populacional, poluição e esgotamento dos recursos
naturais da terra. De acordo com Seiffert (2009), os países desenvolvidos, defendiam um
programa internacional voltado para conservação dos recursos naturais e genéticos do planeta,
pregando que medidas preventivas teriam que ser implementadas imediatamente, evitando um
grande desastre no futuro.
Na mesma década passou a ser exigida nos EUA, a realização de estudos de impacto
ambiental (EIA) como um pré-requisito à aprovação da instalação de
empreendimentos potencialmente poluidores. Esta foi a primeira regulamentação
criada que apresentava um enfoque eminentemente preventivo em contraste com as
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demais criadas na mesma década, em geral de caráter corretivo (SEIFFERT, 2009,
p.13).
Em 1972 em função da crescente preocupação ambiental, a ONU (Organização das
Nações Unidas), realizou na capital da Suécia, Estocolmo, a conferencia das nações unidas
sobre o meio ambiente humano, que apresentou como resultado uma declaração e um plano
de ação com 109 recomendações, sendo criado também a partir deste encontro o (PNUMA),
Programa da Nações Unidas Sobre o Meio Ambiente, encarregado de monitorar o avanço dos
problemas ambientais no mundo.
Na década de 80, a Assembleia Geral da ONU, criou a Comissão Mundial sobre o Meio
Ambiente e o Desenvolvimento (CMMAD). Como reflexo do acentuado nível das
preocupações ambientais, foi solicitado a criação de uma agenda global para a mudança. Em
muitos países foram criadas leis de regulamentação de atividade industrial e poluição, que
nesta mesma década impulsionou a formalização e obrigação de estudos de impacto ambiental
com relatórios sobre o meio ambiente. Em 1987, é publicado o “Relatório de Brundtland,
intitulado “Nosso futuro comum” (Our common future), o relatório define as premissas do
que seria o desenvolvimento sustentável, o qual contém dois conceitos bases: primeiro as de
“necessidade, principalmente as essenciais dos pobres no mundo”. E segundo “a noção das
limitações que a tecnologia e das organizações impõem ao meio ambiente, influenciando as
gerações presentes e futuras. Para Seiffert (2009), os impactos ambientais passaram a ser
contemplados a partir dessa década com acordos internacionais. Em setembro de 1987 vinte e
quatro países juntamente com a Europa assinaram o Protocolo de Montreal, que traz o uso de
substâncias que reduzem a camada de ozônio. O tratado propunha restrições amplas a
produção e ao uso de CFCs, como também dos halons, outro grupo de produtos químicos
destruidores da camada de ozônio.
A década de 90 ficou marcada pela Agenda 21, uma conferência realizada na cidade do
Rio de Janeiro, Brasil. Intitulada como Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(CNUMAD), onde se popularizou o conceito de desenvolvimento sustentável, tornando as
questões ambientais e de desenvolvimento totalmente ligadas. Tratada como tentativa de
promover em escala planetária um novo padrão de desenvolvimento que agrupe a questão
ambiental, a sociedade e a economia. Participaram governos e instituições civis de 179 países
o que constituiu a maior e mais ousada tentativa de promover um novo padrão de
desenvolvimento sustentável. Teve como função servir de modelo para que cada pais
desenvolva suas ações e agenda 21 nacional, compromisso assumido por cada pais
participante.
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O século XXI ficou evidenciado pela criação da Cúpula Mundial Sobre o
Desenvolvimento Sustentável (CMDS) definido como Rio +10, ocorrido em Johanesburgo,
África do Sul. Com o objetivo de avaliar a situação do meio ambiente global, foram criados
dois documentos oficiais a partir do encontro: a Declaração Política e o Plano de
Implementação. O primeiro tinha como objetivo estabelecer condições políticas e assistência
financeira aos países em desenvolvimento. O segundo propunha a erradicação da pobreza, a
mudança nos padrões de produção e consumo, e proteção dos recursos naturais.
Assim como aconteceu em todo o mundo no Brasil não fora diferente, a partir da década
60 com o aumento da indústria e da população nas áreas urbanas, culminou com a
intensificação dos impactos ambientais, ocasionados por esses fatores. Principalmente nas
áreas mais industrializadas a questão ambiental começou a ser sentida com mais intensidade.
Como reflexo foram criados vários órgãos de regulamentação e fiscalização ambiental como:
o Estatuto da Terra em (1964), o novo Código Florestal Brasileiro (1965), e a lei de Proteção
a Fauna em (1967). Com base na Conferência de Estocolmo (1972), o governo brasileiro
criou a Secretaria de Meio Ambiente (SEMA) e no ano de 1981 o Congresso Nacional,
sancionou a Lei n. 6.938, que estabeleceu a Política Nacional do Meio Ambiente
(NASCIMENTO, 2012).
2 A ORIGEM DA RECICLAGEM.
Segundo Strasser (2009), a história da reciclagem se deu através dos antigos egípcios
em 2100 a.C. A parte mais pobre da população coletava o lixo dos ricos, levando o mesmo até
um local adequado. Em meados de 500 a. C. na cidade de Atenas foi assinado um decreto, em
que os dejetos deveriam ser transportados a dois quilômetros de distância. Em 200 a. C. cria-
se então o primeiro serviço de coleta de lixo de rua através dos romanos; já em 1031 no Japão
foi criado um sistema de reutilização de matéria- prima do papel. Em 1690 na Filadélfia
começou a reciclagem a partir de fibras de trapos velhos, de algodão e outros tecidos. Em
1810 os ingleses diante de longa jornada rumo à guerra ganharam um novo invento criado por
Nicholas Appert, uma lata de metal onde os soldados pudessem armazenar uma quantidade
maior de comida. Em 1853 começa então o uso de caixas de papelão na armazenagem de
diversos produtos. No início de 1865 inicia-se então um exército de salvação, só que desta vez
para empregar pessoas mais pobres na coleta e reciclagem de materiais usados.
No ano de 1874 é criado então o serviço de incineração do lixo em uma pequena parte
da Inglaterra. Em Nova York no ano de 1897 iniciou-se o primeiro ponto de reciclagem de
materiais como, tecido, cordas e outros. Em 1904 na cidade de Chicago foi fundado o
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primeiro centro de reciclagem de alumínio; na década de 50 surgem outras fontes de matérias-
primas como resinas plásticas, derivadas de petróleo, aumentando e muito o campo dos
recicláveis. Só em 1968 que a indústria de lata de ferro e alumínio passam a ver a grande
importância do reaproveitamento de matéria prima, implantando então um programa de
reciclagem; nos Estados Unidos foi lançado uma campanha denominada “Bem the Can”
(Elimine as Latas). Com a intenção de diminuir o lixo, em 1972 os astronautas da Apollo 17
levam a público a primeira imagem da terra que, foi utilizada pelos ambientalistas na intenção
de mostrar a necessidade de preservação do planeta terra (STRASSER, 2009).
Em 1973 começa então o uso da garrafa pet, reutilizando matéria prima para fabricação
das garrafas; a reciclagem começa em 1977, ganhando força em 1991, quando as empresas de
refrigerantes passaram a usar o material em uma escala maior. No Brasil, o bairro de São
Francisco na cidade de Niterói deu início a primeira experiência de coleta de lixo em 1985.
Em São Paulo no ano de 1989 nasce a primeira cooperativa de catadores de matérias
recicláveis do País. No final do Séc. XX, com a chegada de novas tecnologias, aumenta o
reaproveitamento de matéria prima para fabricação de um nicho maior de produtos
recicláveis; em 2007 cooperativas de catadores são reconhecidas através da Lei Nacional de
saneamento básico como agentes de saneamento; já em 2008 o Brasil passou a reciclar algo
em torno de 12% do lixo urbano (140 mil ton/dia). Com isso o Brasil fica entre os maiores do
mundo na reciclagem de alumínio, papelão, plástico tipo PET e longa vida.
De acordo com Strasser (2009), A reciclagem no mundo se deu na década de 1940 nos
Estados Unidos da América, quando a economia norte-americana se voltou totalmente para a
produção bélica, no entanto, a população civil empenhava em servir a indústria de matérias-
primas, inclusive, no Brasil campanhas governamentais incentivavam os cidadãos, a doarem
jornais velhos, panelas, vasilhames de leite, restos de alumínio, pneus, enfim, tudo que
pudesse ser reutilizado para o esforço da guerra.
O estímulo a reciclagem de materiais durante a guerra foi excepcional, porém, não era
estranho à cultura do século 20. No período anterior ao “boom econômico” que se seguia a
segunda guerra mundial, não existia o consumo em massa, e bens hoje fartamente adquiridos
eram raros. (STRASSER, 2009).
Ainda segundo a autora, a palavra reciclagem voltou a fazer parte do vocabulário na
década de 1990. Não nos mesmos moldes do início do século XX ou do período da segunda
guerra mundial, mas levando em conta essas preocupações mais recentes. A partir da
iniciativa de alguns países, como Japão, Alemanha, e Canadá, ganhou força o conceito dos
três Rs – reduzir, reutilizar e reciclar. Traduzido significa reduzir a geração de resíduos
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mediante novos hábitos na hora da compra e técnicas industriais; reutilizar embalagens e
outros produtos de uso cotidiano, retardando o descarte; e por fim reciclar o material
descartado após o consumo, transformando os seus componentes em matéria-prima industrial
para a fabricação de novos produtos.
De acordo com a Universidade Virtual do Estado de São Paulo (UNIVESP, 2009), no
Brasil os primeiros vestígios de reciclagem ocorreram 1986, quando catadores de lixo tinham
ordem para encaminhar garrafas, ferros, folhas e outros materiais para fábricas e locais que
seriam reutilizados. Mas as preocupações em relação aos problemas trazidos pelo lixo
excessivo no meio ambiente ganharam força em 1920, devido às aglomerações e divulgações
que vinham sendo realizadas por países estrangeiros que, realizavam a reciclagem do lixo, no
interesse de que era um bom rendimento econômico que a reciclagem resultava.
2.1 CONCEITOS E MODELOS DE UTILIZAÇÃO DA RECICLAGEM.
Desde o surgimento da reciclagem no Brasil e no mundo, discute- se a questão do meio
ambiente, mas o que se vê é muito mais que isso, pois essa geração vivencia a era do consumo
desordenado, onde as pessoas consomem apenas por prazer, sem preocupar-se com mais nada
a sua volta. A grande quantidade de lixo descartado ao meio ambiente é um problema comum
tanto nos países ricos como pobres; mais da metade do lixo das cidades são gerados dentro
das residências, um problema que deve ser enfrentado por todos já que cada pessoa produz em
média um quilo e trezentos gramas de lixo por dia. De acordo com Weinberg (2007), a cidade
brasileira campeã no quesito reciclagem é Curitiba (PR), com um serviço de caminhões que
recolhe apenas o lixo seco levando a um processo muito mais limpo e tornando o preço bem
mais atrativo nas indústrias de reciclagem, melhorando o sistema de coleta com um baixo
custo do serviço, de forma que a cidade envolvida com a reciclagem ganhe nos custos do
tratamento do material reciclável.
Para Garcez e Garcez (2010), a reciclagem é uma nomenclatura utilizada, para
demostrar à importância do reaproveitamento de muitas matérias-primas, diminuído assim a
grande quantidade de material a ser descartado nos aterros ou a incineração. Ainda segundo as
autoras, na compreensão sobre a reciclagem é importante a mudança de conceito de lixo,
deixando de pensar em uma coisa suja e inútil e visualizando o alto lucro que este tipo de
material pode gerar tanto para as pessoas físicas como jurídicas, e para isso basta que seja
feita a separação adequada do lixo. Donaire (2011), afirma que é possível uma organização
assimilar a obtenção de lucros, respeitando o meio ambiente e a sociedade, desde que as
empresas adotem certa dose de criatividade e condições internas que, possam transformar as
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restrições e ameaças ambientais em oportunidades de negócio. Ainda segundo o autor entre
essas oportunidades aparece a reciclagem de materiais que tem trazido uma grande economia
de recursos para as empresas.
Para Borges (1999), a reciclagem é uma boa solução para resolver os problemas do lixo
nas grandes metrópoles, mediante medidas adotadas a cada dia, fazendo que aumente a
quantidade de material recolhido; nos Estados Unidos da América 25% de todo lixo
produzido são reciclados, reduzindo bem a poluição ambiental; são vários tipos de materiais
enviados para reciclagem como vidro, lata, plástico, papel, papelão e componentes
automotivos. Para o Instituto Ethos (2007), no Brasil o grande volume de matéria prima é
proveniente do trabalho de catadores em condições precárias, e através da coleta seletiva
realizada pelas associações um pouco mais organizada, ainda através das indústrias com
processos próprios, ou por terceiros dentro de uma estrutura tradicional da cadeia de
reciclagem como setores formais e informais da economia.
3 A IMPORTANCIA DA GESTÃO AMBIENTAL NAS ORGANIZAÇÕES.
Diante do cenário que se criou nas últimas décadas em relação às necessidades de
mudança global no que diz respeito às questões de preservação dos recursos naturais, e do
crescente impacto ambiental causado pelo aumento da população mundial e da demanda de
recursos naturais, em grande parte não renováveis, despertou-se a necessidade da criação de
políticas de desaceleração de agressão ao meio ambiente.
Devido à crescente importância dada aos aspectos de responsabilidade ambiental, as
organizações não podem mais deixá-los de fora do seu planejamento estratégico, pois, além
de interferirem diretamente nos custos de produção, os problemas decorrentes de uma má
gestão ambiental podem interferir até na continuidade do processo produtivo (Dias, 2011).
Para Tachizawa (2011), na medida em que as organizações tem que atender as
necessidades e expectativas de clientes e do mercado que estão inseridas, deve-se dar atenção
especial ao impacto das variáveis ambientais na composição das estratégias coorporativas. Já
para Barbieri (2007), uma das fontes que mais vem pressionando as empresas em relação a
responsabilidade ambiental, tem sido a consciência dos consumidores que, cada vez mais
buscam a utilização de produtos ambientais saudáveis, exigindo uma visão mais ampla por
parte das organizações e práticas que diferencie os produtos e serviços pelo seu desempenho
ambiental.
Este novo conceito econômico fica caracterizado pela nova postura dos consumidores
em relação às organizações que se preocupam e praticam politicas ecologicamente
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responsáveis, e que atendam às exigências legais impostas pelo governo no que diz respeito
aos aspectos ambientais. Para corresponder a essas exigências tanto legais quanto dos
consumidores, as organizações com visão moderna estão incorporando em suas estratégias a
Gestão Ambiental, com o objetivo de aumentar sua participação de mercado, como nova fonte
de renda e de diferencial competitivo. Podem-se apresentar diversas definições para o termo
gestão ambiental, segundo alguns conceitos mais utilizados.
Para Dias (2011), gestão ambiental denomina-se pela gestão empresarial, voltada para
evitar possíveis problemas para o meio ambiente. Em outras palavras é a gestão cujo
objetivo é conseguir que os efeitos ambientais não ultrapassem a carga suportada pelo
ambiente que a organização está inserida.
Segundo Barbieri (2007), gestão ambiental é um conjunto de diretrizes e atividades
administrativas e operacionais que, tem o objetivo de obter efeitos positivos sobre o meio
ambiente, reduzindo ou eliminando os danos causados pelas organizações.
De acordo com Tachizawa (2009), a gestão ambiental surge como uma resposta natural
das empresas ao novo cliente, o consumidor verde e ecologicamente correto. O autor enfatiza
a necessidade que as organizações têm de partilhar um objetivo comum, e não um conflito,
entre desenvolvimento econômico e proteção ambiental.
Segundo Barbieri (2007) para uma solução mais prática dos problemas ambientais, os
empresários e administradores devem considerar o meio ambiente como ponto de decisão,
adotando parâmetros administrativos e tecnológicos que, possam contribuir para uma melhor
aplicação e capacidade de suporte ao planeta; em outras palavras, mostrar que as empresas
deixem de ser causadoras do problema e passem a ser solução. Com base nos conceitos
apresentados pelos autores citados, pode-se definir a gestão ambiental como sendo a
preocupação da gestão organizacional com os impactos que suas atividades podem ocasionar
ao meio em que está inserida, e de que forma as empresas podem contribuir para minimizar a
exploração de novos recursos e desastres ao meio ambiente.
Segundo Tachizawa (2009), para que possa haver uma inclusão da proteção ambiental
nos objetivos estratégicos das organizações, é necessário que administradores, executivos e
empresários ampliem seus conceitos sobre administração, e pensem em novos programas de
inovações ecológicas como ferramenta da gestão ambiental, tais como: Utilização da
reciclagem, medidas para poupar energia e água entre outros.
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3.1 OS BENFECIOS OBITIDOS ATRAVÉS DA GESTÃO AMBIENTAL
3.1.1 NAS ORGANIZAÇÕES
A prática da gestão ambiental desenvolvida pelas organizações, a princípio pode refletir
apenas na obrigatoriedade de se cumprir os regimentos impostos pelo governo através das
leis, e de atender as questões levantadas por ambientalistas, porém as empresas que se
antecipam a essas questões legais e estão dispostas a investirem em uma gestão que leve em
conta os aspectos ambientais, podem obter outros benefícios significativos para sua
sobrevivência e diferenciação do seu negócio. Na medida em que aumentam o interesse dos
vários grupos ligados a questão ambiental, tais como: trabalhadores, ambientalistas,
consumidores, investidores e governo. Com isso, pode-se apresentar como benefícios da
gestão ambiental corporativa, diversos pontos que merecem destaque como veremos a seguir.
De acordo com Barbieri (2007), a prática da gestão ambiental pode proporcionar os seguintes
benefícios estratégicos para a organização.
-Melhoria da imagem institucional.
-Renovação do portfólio de produtos.
-Produtividade aumentada.
-Maior comprometimento dos funcionários e melhores relações de trabalho.
-Criatividade e abertura para novos desafios.
-Melhores relações com autoridades públicas, comunidades e grupos ambientalistas
ativistas.
-Acesso assegurado aos mercados externos.
-Maior facilidade para cumprir os padrões ambientais.
Para Dias (2010), a adoção da gestão ambiental traz entre outros benefícios, a condição
de se obter uma redução nos custos de produção; incremento na qualidade do produto;
melhoria da imagem do produto e da empresa; a necessidade de inovação; aumento da
responsabilidade social e sensibilização do pessoal interno. Outro fator que deve ser
considerado é a certificação ou selos ecológicos que, podem garantir um grande diferencial
competitivo para a organização.
De acordo com o SEBRAE (2004), são muitas as vantagens obtidas pelas organizações
ao se adotar a gestão ambiental, por exemplo:
-Criação de uma imagem “verde”.
-Acesso a novos mercados.
-Redução de acidentes ambientais e custos de remediação.
-Conservação de energia e recursos naturais.
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-Racionalização de atividades.
-Menor risco de sanções do poder público.
-Redução de perdas e desperdícios.
-Maior economia.
-Facilidade de acesso a financiamentos.
Como foi apresentado, existem diversos benefícios ao se adotar a implantação e prática
de uma gestão ambiental nas organizações, tanto do ponto de vista econômico com a redução
de custos e participação em nichos de mercados emergentes, quanto as questões sociais que
vão além das exigências legais, atendendo a demanda de novos consumidores preocupados
com a questão ambiental, e criando a imagem de uma organização que atende aos aspectos
ambientais, com a preocupação de garantir tanto para as gerações atuais, como para as futuras
uma boa qualidade de vida.
3.1.2 PARA A SOCIEDADE
A abordagem da gestão ambiental traz em sua essência o uso de práticas
organizacionais que, estejam ligadas ao conceito de preservação dos recursos naturais, a fim
de garantir às gerações futuras o acesso a uma boa qualidade de vida. A partir do momento
que esse modelo de gestão é aplicado, é liberada uma série de benefícios para o ambiente
externo das organizações, voltada para a sociedade que cerca a mesma.
Esses benefícios podem ser notados, na medida que a população recebe direta ou
indiretamente os efeitos resultantes da prática de uma gestão ambiental adotada por certa
organização. Eles podem se apresentar de diversas formas, como: na geração de novos
empregos; reinserção de pessoas no meio social; nova fonte de geração de renda;
desenvolvimento social e econômico; melhora a qualidade de vida de um grupo ou
comunidade; geração de expectativa de melhoria de vida, entre outros.
De acordo com o SEBRAE (2004), as vantagens percebidas pelos clientes que,
consomem produtos ou serviços de organizações que, adotem a gestão ambiental em seus
processos organizacionais, são:
-Segurança de estar consumindo produtos ou serviços ambientalmente corretos.
-Possibilidade de acompanhar a vida útil do produto.
-Confiança de estar contribuindo para a conservação dos recursos naturais e redução da
poluição.
-Segurança de estar participando, mesmo que indiretamente, dos esforços dos países-
membros da ONU para solucionar os problemas ambientais do planeta.
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Contudo, além da percepção de consumir produtos que, estão de acordo com os
princípios de sustentabilidade, e a sensação de estarem contribuindo de forma ativa, como
sendo um dos principais agentes na mudança da visão capitalista, faz com que esses novos
consumidores mostrem a sociedade em geral a importância de buscar cada vez mais
organizações que se preocupem com a harmonia entre desenvolvimento econômico e
ambiental.
4 METODOLOGIA
A metodologia como o próprio nome já diz, é o método, o caminho e os meios a serem
percorridos para a realização de um trabalho científico; através dela é possível identificar as
formas de pesquisa, de coleta de dados e de abordagens sobre o tema a ser estudado. Segundo
Kauark (2010), a metodologia cientifica apresenta-se como parte fundamental na elaboração
de um trabalho cientifico, pois ela aborda as principais regras para uma produção cientifica,
fornecendo as técnicas, os instrumentos e os objetivos para um melhor desempenho e
qualidade no projeto a ser desenvolvido.
Para a elaboração deste artigo foram definidas duas linhas de pesquisa. Sendo, a
pesquisa de campo e a pesquisa bibliográfica, necessárias para o alcance do objetivo proposto
no mesmo.
De acordo com Ruiz (2011), a pesquisa bibliográfica abrange toda bibliografia já
publicada de determinado tema ou estudo. Inclui-se desde livros, publicações avulsas, jornais,
periódicos, boletins, revistas, pesquisas, monografias, teses, etc. Sua finalidade é colocar o
leitor em contado direto com tudo o que já foi escrito sobre determinado assunto. Pretende-se
com a pesquisa bibliográfica, levantar o maior número possível de material bibliográfico
relacionado ao tema abordado.
Segundo Ruiz (2011), a pesquisa de campo é utilizada com o objetivo de levantar
informações ou conhecimento a cerca de um problema, para o qual se procura uma resposta,
ou de uma hipótese, que se queira confirmar. Os instrumentos usados para a coleta de dados
dentro da pesquisa de campo são: a observação no local escolhido para a pesquisa, a aplicação
de questionário e entrevista com as pessoas envolvidas no ambiente pesquisado. A utilização
deste método na realização deste artigo contribuiu como ferramenta indispensável na coleta
de dados, que posteriormente serão usados para se chegar aos objetivos propostos neste
projeto. O cálculo da amostra da população finita, pode obter respostas assertivas com um
nível de confiança de 95% (noventa e cinco por cento), considerando uma margem de erro de
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05% (cinco por cento), (STEVENSON, 1981). O cálculo do erro de estimação da amostragem
pode ser feito através da fórmula abaixo:
Onde: n = número de elementos da amostra N = número de elementos da população Z
² = nível de confiabilidade
P = proporção de ocorrência da variável Q = proporção de não ocorrência da variável e² = margem de erro Nível de confiabilidade (Z=1,96): 95%
Tabela 1. Cálculo de amostragem para população finita
Fonte: Adaptado de Stevenson (1981).
Neste caso, o número de elemento da população é de 650 (seiscentos e cinquenta), ou
seja, N que é a quantidade de residências habitadas no Condomínio Residencial Aldeia do
Vale na cidade de Goiânia/GO. Assim como o nível de confiança da pesquisa é de 95%
(noventa e cinco por cento), logo apresenta-se Z = 1,96 e a margem de erro é de 05% (cinco
por cento). Neste sentido, aborda-se o cálculo abaixo:
Constata-se que a amostragem que deve ser adotada pela pesquisa, é de pelo menos
66 (sessenta e seis) residências do condomínio residencial Aldeia do Vale. Tal quantitativo
População
Nível de confiança 95%
P 0,95
Q 0,05
Erro (e) 0,05
Z 1,96
N 650
Amostra solicitada ?
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garante a veracidade da pesquisa aplicada, considerando o nível de confiança da pesquisa de
95% (noventa e cinco por cento).
5 PESQUISA DE CAMPO, RESIDENCIAL ALDEIA DO VALE
Após ser abordados os temas principais deste artigo, dando destaque a gestão ambiental
e a reciclagem desde seu princípio, evolução histórica, conscientização dos problemas
causados pelo crescimento populacional e a forma inadequada de tratar o lixo, até chegar à
conscientização da necessidade de mudança de hábitos e conceitos tanto organizacionais
quanto de consumidores. Pretende-se demonstrar através de exemplo prático, utilizando de
pesquisa de campo, como uma organização pode utilizar a reciclagem como ferramenta da
gestão ambiental, com o objetivo de atender e responder a essas questões que se interagem
dentro de um contexto social, econômico e ecológico.
Foi escolhido o Condomínio Residencial Aldeia do Vale na cidade de Goiânia, para
responder de forma prática a problemática levantada e o objetivo proposto na elaboração deste
trabalho. Através de pesquisa de campo realizada no dia 18 de outubro de 2015 no período
das 08:00 as 12:00 horas da manhã, no evento “Primavera em Movimento”, organizado pela
direção do condomínio. Foi aplicado um questionário contendo seis perguntas em 66
residências do condomínio.
Em 1998 chegava no Aldeia o primeiro morador Dr. Antônio César, 16 anos já se
passaram, e o Aldeia do Vale sempre buscou a qualidade ambiental, utilizando das suas
ferramentas uma dessas a reciclagem. Dentre as ferramentas da gestão ambiental, a coleta
seletiva tem sido bastante enfatizada nos dias atuais, e o Residencial Aldeia do Vale desde sua
fundação tem buscado a cada dia, melhorar a aplicabilidade desta ferramenta junto a cada
morador, que separa o material reciclável como papeis, plásticos, vidros e metais que
previamente separados pelos moradores, são destinados para uma cooperativa de reciclagem
sem custo algum para o condomínio numa elogiável ação de responsabilidade social.
Para que a pesquisa fosse possível, foi levado ao conhecimento da diretoria a aplicação
de um questionário contendo 6 perguntas, as quais foram analisadas e posteriormente
autorizadas pela mesma na pessoa do Diretor Presidente Fernando Morais Pinheiro, e
acompanhado pelo o Sr. Eustáquio Teixeira, responsável Tec. Agrícola da área de paisagismo.
As perguntas a seguir demonstram a importância do uso da gestão ambiental e o
envolvimento das partes no processo de reciclagem.
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77,27%
6,06%
16,67%
1
2
3
75,76%
4,55%
19,75%
1
2
3
59,09%34,85%
6,06%
1
2
3
1. Os condôminos percebem as ações práticas da gestão ambiental (por meio da
reciclagem) proposta pela administração do condomínio Figura 1.
Fonte: própria De acordo com o figura 1 de número 1, 77,27% dos condôminos percebem na prática as
ações da gestão ambiental através da reciclagem, 16,67% diz não perceberem estas ações e
6,06% responderam que poucas vezes percebem as ações desenvolvidas.
2. Os moradores compreendem a importância da questão ambiental e estão envolvidos
no programa desenvolvido pelo condomínio?
Figura 2
Fonte: própria A figura 2 demonstra que 75,76% dos moradores compreendem a importância da
gestão ambiental e estão envolvidos, 4,55% não compreendem esta importância e 19,75%
confirmaram que às vezes compreendem esta importância.
3. Em relação aos meios utilizados pelo programa de reciclagem do condomínio os
moradores praticam a separação adequada do lixo?
Figura 3
Fonte: própria
A figura 3 mostra que 59,09% dos moradores praticam a separação adequada do lixo,
34,85% dos moradores não fazem a separação adequada e 6,06% dos moradores as vezes
fazem a separação.
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18,18%
60,61%
21,21%
1
2
3
62,12%16,67%
21,21%
1
2
3
4. Os condôminos tem conhecimento do destino final do material recolhido no
condomínio?
Figura 4
Fonte: própria
A figura 4 demonstra que 18,18% dos moradores tem conhecimento do destino final do
material recolhido, 60,61% não sabem para onde vai o material recolhido e 21,21% às vezes
sabem.
5. Dentre os benefícios gerados pelo programa, tanto a parte administrativa quanto os
moradores percebem o impacto gerado por este trabalho, (Social, Econômico e
Ecológico?).
Figura 5
Fonte: própria
De acordo com o gráfico de número 5, 62,12% dos moradores e administrativo
percebem a importância dos benefícios gerados através do programa de coleta seletiva,
16,67% não sabem a importância e 21,21% às vezes sabem.
6. Você sabe a importância da reciclagem como ferramenta da gestão ambiental?
Quanto a esta pergunta ficou evidenciado o conhecimento dos moradores que 100% dos
entrevistados responderam sim.
6 ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA.
O tópico de número 3 trata a importância da gestão ambiental nas organizações, da
necessidade de mudança dos conceitos organizacionais em relação ao meio ambiente. Este
novo conceito econômico é caracterizado, pela postura adotada pelos novos consumidores
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conscientes das questões de preservação dos recursos naturais. Para corresponder a essas
exigências tanto legais como dos clientes as organizações estão incorporando em suas
estratégias a gestão ambiental. Os dados obtidos através da pesquisa de campo, demonstram
na figura 1 que o condomínio residencial Aldeia do Vale consegue desenvolver suas ações de
preservação do meio ambiente onde 77,27% dos moradores percebe as atividades propostas
pelo condômino. O tópico de número 3 item 1.2, aborda os benefícios da gestão ambiental
para a sociedade, demonstrando a percepção dos consumidores em consumir produtos que
estejam de acordo com os princípios de sustentabilidade, afim de garantir as gerações futuras
uma boa qualidade de vida. De acordo com o questionário aplicado, na figura 2 revela que
75,76% dos moradores compreende a gestão ambiental, e eles estão envolvidos com o
programa proposto pelo condomínio, apresentando sua preocupação em garantir a preservação
do meio ambiente e no desenvolvimento de uma educação ambiental.
O tópico de número 2 Item 1, trata os conceitos e modelos de utilização da reciclagem;
Os autores Garcez e Garcez (2010), diz que para que a reciclagem seja melhor compreendida,
é necessário a mudança do conceito que existe em relação ao lixo; o primeiro passo para obter
um melhor aproveitamento, é fazer a separação adequada do mesmo. Este evento fica bem
demonstrado através da pesquisa de campo, onde 59,09% dos moradores pratica a separação
do lixo em suas residências como apresenta a figura 3.
É relatada também no tópico de número 3, uma nova visão por parte dos consumidores
em relação aos produtos e serviços oferecidos pelas organizações, exigindo das empresas uma
mudança em suas estratégias. Porem percebe-se que essa mudança no comportamento dos
consumidores ainda tem muito a desenvolver, tendo em vista o gráfico de n° 4 referente a
pesquisa de campo, que demostra que mesmo havendo um programa de reciclagem e de
coleta seletiva, 60,61% representando grande parte dos condôminos não sabe o destino final
do material recolhido. Mesmo sendo divulgado pela administração do condomínio através de
revistas internas e no próprio site do condomínio. A figura 5, vem demonstrar que tanto
administração quanto moradores percebem os efeitos resultantes do programa de reciclagem
proposto pelo condomínio, com 62,12% dos entrevistados confirmando os benefícios gerados.
No tópico de número 3 item 1.1, o objetivo é demonstrar os benefícios obtidos pela gestão
ambiental, tanto para a organização quanto para sociedade; estes benefícios ficam
evidenciados a partir do momento em que o tripé da sociedade é atingido, ou seja, quando se
consegue obter uma harmonia entre os aspectos sociais, ecológicos e econômicos. Podendo
assim concluir através da pesquisa que, administração e moradores percebem os benefícios
gerados pela prática da reciclagem.
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Por fim a questão 6, vem confirmar o quanto a reciclagem é importante no processo de
desenvolvimento de uma gestão ambiental, contribuindo como forte ferramenta de auxílio na
preservação dos recursos naturais, onde 100% dos entrevistados reconhece a reciclagem como
ferramenta da gestão ambiental, confirmando assim o objetivo deste trabalho, que é
demonstrar o papel da reciclagem como agente de transformação, tanto no âmbito social
como coorporativo.
7 CONSIDERAÇÕES
No decorrer deste trabalho foram abordados temas de grande relevância na atualidade, e
que são pautas de debates em âmbito internacional; a gestão ambiental, juntamente com a
reciclagem foram citadas pelos principais autores, também representadas através de pesquisa
de campo, culminando em um resultado final satisfatório no que diz respeito a apresentação
das ideias.
A problemática deste trabalho foi demonstrar de que forma a reciclagem contribui como
ferramenta da gestão ambiental, fato que ficou evidenciado, quando são apresentados os
diversos benefícios originados a partir do uso da reciclagem, benefícios estes que influenciam
diretamente no tripé da sociedade. Transformando o ato de reciclar numa poderosa arma no
combate de exploração dos recursos ambientais. Outro fato que faz com que se acredite na
mudança destes conceitos é a nova visão da sociedade, mostrada através de pesquisa de
campo, conscientização que apesar de ser ainda incipiente, revela que os pesquisados dizem
conhecer a importância da reciclagem como ferramenta da gestão ambiental e estão dispostos
a contribuir na preservação dos recursos primários respondendo diretamente ao objetivo deste
trabalho.
Como resultado pode-se destacar a satisfação de contribuir em um processo de mudança
de paradigmas e conceitos da sociedade. Não deixando de citar a alegria e orgulho em
concluir este trabalho, que exigiu muita dedicação e entrega, para superar os obstáculos e
desafios apresentados durante sua elaboração.
Há um convencimento após a elaboração deste artigo, que o uso da reciclagem,
contribui de forma indispensável como ferramenta da gestão ambiental e que sua pratica se
faz necessária tendo em vista o crescimento populacional e o desenvolvimento de novas
tecnologias, que somados resultam na geração desordenada do lixo. Claro que esses fatores
ainda tem muito a serem explorados, por isso espera-se que novos estudos sejam feitos acerca
das questões pesquisadas, principalmente por se tratar de um fator que envolve interesses
comuns para toda sociedade.
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