A Importância Das Anotações de Enfermagem Nas Glosas

72
Catanduva, SP Volume 5 Número 1 p. 1-72 janeiro/junho 2011 Semestral ISSN 1982-1166 EDITOR Faculdades Integradas Padre Albino CONSELHO EDITORIAL Editor Chefe Virtude Maria Soler Faculdades Integradas Padre Albino – Catanduva-SP. Editores Alessandra Mazzo Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo – USP, Ribeirão Preto-SP. Antonio Carlos de Araújo Faculdades Integradas D. Pedro II, São José do Rio Preto-SP Ilza dos Passos Zborowski Faculdades Integradas Padre Albino – Catanduva-SP. Luciana Bernardo Miotto Faculdades Integradas Padre Albino – Catanduva-SP e Veris Faculdades, Campinas-SP. Maria Regina Lourenço Jabur Fundação Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – FUNFARME. Bibliotecária e Assessora Técnica Marisa Centurion Stuchi Faculdades Integradas Padre Albino – Catanduva-SP. FUNDAÇÃO PADRE ALBINO Conselho de Curadores Presidente: Antonio Hércules Diretoria Administrativa Presidente: Geraldo Paiva de Oliveira Núcleo Gestor de Educação Antonio Carlos de Araújo FACULDADES INTEGRADAS PADRE ALBINO Diretor Geral: Nelson Jimenes Vice Diretor: José Carlos Rodrigues Amarante Coordenadora Pedagógica: Dulce Maria da Silva Vendruscolo CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM Coordenadora de Graduação: Dircelene Jussara Sperandio A é uma publicação com periodicidade semestral, editada pelo Curso de Graduação em Enfermagem das Faculdades Integradas Padre Albino. Rua dos Estudantes, 225 Parque Iracema Catanduva-SP - Brasil CEP 15809-144 Telefone (17) 3311-3228 / 3311-3335 E-mail: [email protected]

Transcript of A Importância Das Anotações de Enfermagem Nas Glosas

  • Catanduva, SP Volume 5 Nmero 1 p. 1-72 janeiro/junho 2011 Semestral

    ISSN 1982-1166

    EDITOR

    Faculdades Integradas Padre Albino

    CONSELHO EDITORIAL

    Editor ChefeVirtude Maria SolerFaculdades Integradas Padre Albino Catanduva-SP.

    Editores

    Alessandra MazzoEscola de Enfermagem de Ribeiro Preto Universidadede So Paulo USP, Ribeiro Preto-SP.Antonio Carlos de ArajoFaculdades Integradas D. Pedro II, So Jos do RioPreto-SPIlza dos Passos ZborowskiFaculdades Integradas Padre Albino Catanduva-SP.Luciana Bernardo MiottoFaculdades Integradas Padre Albino Catanduva-SP eVeris Faculdades, Campinas-SP.Maria Regina Loureno JaburFundao Faculdade de Medicina de So Jos do RioPreto FUNFARME.

    Bibliotecria e Assessora TcnicaMarisa Centurion StuchiFaculdades Integradas Padre Albino Catanduva-SP.

    FUNDAO PADRE ALBINO

    Conselho de CuradoresPresidente: Antonio HrculesDiretoria AdministrativaPresidente: Geraldo Paiva de Oliveira

    Ncleo Gestor de EducaoAntonio Carlos de Arajo

    FACULDADES INTEGRADAS PADRE ALBINO

    Diretor Geral: Nelson JimenesVice Diretor: Jos Carlos Rodrigues AmaranteCoordenadora Pedaggica:Dulce Maria da Silva Vendruscolo

    CURSO DE GRADUAO EM ENFERMAGEMCoordenadora de Graduao:Dircelene Jussara Sperandio

    A uma publicao com

    periodicidade semestral, editada pelo Curso de

    Graduao em Enfermagem das Faculdades Integradas

    Padre Albino.Rua dos Estudantes, 225

    Parque IracemaCatanduva-SP - Brasil

    CEP 15809-144Telefone (17) 3311-3228 / 3311-3335

    E-mail: [email protected]

  • C966 CuidArte enfermagem / Faculdades Integradas Padre Albino, Curso deGraduao em Enfermagem. - - Vol. 5, n. 1 (jan./jun.2011) - . -- Catanduva :Faculdades Integradas Padre Albino, Curso de Enfermagem, 2007-

    v. : il. ; 27 cm

    Semestral.ISSN 1982-1166

    1. Enfermagem - peridico. I. Faculdades Integradas Padre Albino.Curso de Graduao em Enfermagem.

    CDD 610.73

    Anamaria Alves Napoleo Enfermeira UniversidadeFederal de So Carlos UFSCar SPCristina Arreguy-Sena Enfermeira - Universidade Federalde Juiz de Fora UFJF MGDircelene Jussara Sperandio Enfermeira FaculdadesIntegradas Padre Albino - FIPA, Catanduva SPDulce Maria da Silva Vendruscolo Enfermeira FaculdadesIntegradas Padre Albino - FIPA, Catanduva SPGilson Luiz Volpato - Bilogo - Instituto de Biocincias deBotucatu, Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita Filho- UNESP, Botucatu - SPHelena Megumi Sonobe Enfermeira - Escola de Enfermagemde Ribeiro Preto Universidade de So Paulo USP, RibeiroPreto SPIsabel Amlia Costa Mendes - Enfermeira Escola deEnfermagem de Ribeiro Preto Universidade de So Paulo USP, Ribeiro Preto SPIsabel Cristina Belasco Bento Enfermeira FaculdadesIntegradas de Bebedouro FAFIBE - SPJane Cristina Anders Enfermeira Universidade Federal deSanta Catarina UFSC, Santa Catarina - SCJos Carlos Amado Martins - Enfermeiro - Escola Superiorde Enfermagem de Coimbra - PortugalJosimerci Ittavo Lamana Faria Enfermeira Faculdadede Medicina de So Jos do Rio Preto FAMERP SPLizete Diniz Ribas Casagrande Pedagoga e Sociloga Faculdade de Filosofia Cincias e Letras de Ribeiro Preto Universidade de So Paulo USP, Ribeiro Preto SPLcia Marta Giunta da Silva Enfermeira SociedadeBeneficente Israelita Brasileira Albert Einstein (SBIBAE) Faculdadede Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein So Paulo - SPLucieli Dias Pedreschi Chaves Enfermeira - Escola deEnfermagem de Ribeiro Preto Universidade de So Paulo USP, Ribeiro Preto SPMagda Fabbri Isaac Silva Enfermeira Centro UniversitrioBaro de Mau, Ribeiro Preto Hospital das Clnicas daFaculdade de Medicina de Ribeiro Preto Universidade de SoPaulo HCFM-USP SPManoel Santos Psiclogo Faculdade de Filosofia Cincias eLetras de Ribeiro Preto Hospital das Clnicas da Faculdade deMedicina de Ribeiro Preto USP SPManzlio Cavazzani Jnior Bilogo - Faculdades IntegradasPadre Albino FIPA, Catanduva SP

    Os artigos publicados na so de inteira responsabilidade dos autores. permitida a reproduo parcial desde que citada a fonte Capa: Ato Comunicao Impresso deste peridico: Ramon Nobalbos Grfica e Editora Ltda. Incio de circulao: dezembro de 2007 / Circulation start: December 2007 Data de impresso: junho de 2011 / Printing date: June 2011

    C O N S E L H O C I E N T F I C OMrcia Bucchi Alencastre Enfermeira Escola deEnfermagem de Ribeiro Preto Universidade de So Paulo USP - SP e Faculdade de Educao So Lus de Jaboticabal SPMaria Auxiliadora Trevizan - Enfermeira - Escola deEnfermagem de Ribeiro Preto Universidade de So Paulo USP SPMaria Cristina de Moura-Ferreira Enfermeira - Faculdade deMedicina da Universidade Federal de Uberlndia FAMED - UFUMaria de Ftima Farinha Martins Furlan Enfermeira Faculdade de Medicina de So Jos do Rio Preto FAMERP - SPMaria Helena Larcher Caliri - Enfermeira - Escola deEnfermagem de Ribeiro Preto Universidade de So Paulo USP - SPMaria Jos Bistafa Pereira - Enfermeira - Escola deEnfermagem de Ribeiro Preto Universidade de So Paulo USP, Ribeiro Preto SPMaria Luiza Nunes Mamede Rosa Farmacutica eBioqumica Faculdades Integradas Padre Albino FIPA,Catanduva SPMaria Tereza Cuamatzi Pea - Enfermeira Faculdad deEstdios Superiores Zaragoza da Universidad Nacional Autnomade Mxico MxicoMargarida Maria da Silva Vieira Enfermeira - UniversidadeCatlica Portuguesa Porto - PortugalMariza Almeida Silva Enfermeira Universidade Federalda Bahia UFBA, Salvador BA.Marli Villela Mamede - Enfermeira - Escola de Enfermagemde Ribeiro Preto Universidade de So Paulo USP - SPMary Elizabeth Santana Enfermeira Universidade Federaldo Par - UFPA Belm do Par PAMyeko Hayashida - Enfermeira - Escola de Enfermagem de RibeiroPreto Universidade de So Paulo USP, Ribeiro Preto SPRosemary Aparecida Garcia Stuchi Enfermeira Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri,Diamantina MGSimone Perufo Opitz Enfermeira Universidade Federal doAcre - UFAC ACSinval Avelino dos Santos Enfermeiro - UniversidadePaulista UNIP, Ribeiro Preto SP e Faculdade de EducaoSo Lus de Jaboticabal SPYolanda Dora Martinez vora Enfermeira - Escola deEnfermagem de Ribeiro Preto Universidade de So Paulo USP - SP

    NCLEO DE EDITORAO DE REVISTASComponentes do Ncleo:Marino Cattalini (Coordenador)Antonio Marcio PaschoalLuciana Bernardo MiottoMarisa Centurion StuchiVirtude Maria Soler

  • ISSN 1982-1166

    SUMRIO / SUMMARY / CONTENIDO

    EDITORIALDulce Maria da Silva Vendruscolo

    ARTIGOS ORIGINAIS / ORIGINAL ARTICLES / ARTCULOS ORIGINALES

    DIMENSO TICA DO GERENCIAMENTO EM ENFERMAGEMTHE ETHICAL DIMENSION OF NURSING MANAGEMENTDIMENSIN TICA DE LA GESTIN EN ENFERMERASilveria Rosa Lara, Heloisa Wey Berti ....................................................................................................................... 7

    USO DE INDICADORES EM CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAO EM UM HOSPITAL DE ENSINOUSE OF INDICATORS IN THE CENTER OF MATERIAL AND STERILIZATION IN A TEACHING HOSPITALUSO DE INDICADORES EN EL CENTRO DE MATERIALES Y ESTERILIZACIN EN UN HOSPITAL DE ENSEANZARenata Prado Bereta, Marli de Carvalho Jeric ....................................................................................................... 16

    ARTIGO DE ATUALIZAO / UPDATE ARTICLE / ARTCULO DE ACTUALIZACIN

    DISTRIBUIO DE MEDICAMENTOS POR DOSE UNITRIA EM HOSPITAIS: CUSTOS VERSUS BENEFCIOSMEDICATION DISTRIBUTION SYSTEM PER UNIT-DOSE IN HOSPITALS: COSTS VERSUS BENEFITSDISTRIBUCIN DE MEDICACIN POR DOSIS UNITARIA EN HOSPITALES: CUESTOS VERSUS BENEFICIOSLiliana Batista Vieira, Ana Paula Pereira, Nelson Pereira de Castro, Mrcio Mielo, Ana Maria Laus, Lucieli Dias Pedreschi Chaves .... 25

    ARTIGOS DE REVISO / REVIEW ARTICLE / ARTCULOS DE REVISIN

    O LDICO E A DEFICINCIA VISUAL: UMA REVISO DE LITERATURAPLAYING AND VISUAL IMPAIRMENT: A REVIEW OF LITERATUREEL JUEGO Y LA DISCAPACIDAD VISUAL: UNA REVISIN DE LA LITERATURAMarcela Aparecida Mestriner, Mariele Curti, Maria Cludia Parro............................................................................... 30

    HIPERTENSO ARTERIAL E INCONTINNCIA URINRIA NO IDOSO: REVISO INTEGRATIVA DA LITERATURAARTERIAL HYPERTENSION AND URINARY INCONTINENCE IN ELDERLY ADULTS: INTEGRATIVE LITERATURE REVIEWHIPERTENSIN ARTERIAL Y INCONTINENCIA URINARIA EN EL VIEJO: REVISIN INTEGRADORA DE LA LITERATURAAline Danielle Iezzi Jardim, Alessandra Mazzo, Fernanda Berchelli Giro, Helena Megumi Sonobe, Mirella Castelhano Souza .... 38

    ORIENTAO NUTRICIONAL DA CRIANA DIABTICA: O PAPEL DA FAMLIA E DOS PROFISSIONAIS DE SADENUTRITIONAL GUIDANCE OF DIABETIC CHILDREN: THE ROLE OF FAMILY AND HEALTH PROFESSIONALSORIENTACIN NUTRICIONAL DE LOS NIOS DIABTICOS: EL PAPEL DE LA FAMILIA Y DE LOS PROFESIONALES DE SALUDGisele de Ftima Dionisio, Selma C. Chrica Peanha, Thas Mieko Takahashi, Lucia Kurdian Maranha, Luciana Bernardo Miotto .. 44

    REVISO INTEGRATIVA ACERCA DO TRABALHO DE ENFERMAGEM EM UNIDADES DE URGNCIA E EMERGNCIAINTEGRATIVE REVIEW ON THE WORK OF NURSES IN UNITS OF URGENCY AND EMERGENCYREVISIN INTEGRADORA SOBRE LA LABOR DE LAS ENFERMERAS EN LAS UNIDADES DE URGENCIA Y EMERGENCIACynthia Ferreira de Melo, Denize Bouttelet Munari, Ana Paula Silva, Virgnia Visconde Brasil .................................. 52

    A IMPORTNCIA DAS ANOTAES DE ENFERMAGEM NAS GLOSAS HOSPITALARESTHE IMPORTANCE OF NURSING NOTES ON HOSPITAL GLOSSESLA IMPORTANCIA DE LAS NOTAS DE ENFERMERA EN GLOSAS HOSPITALARESPatrcia Rezende do Prado, Waldya Arajo Lopes de Melo e Assis ....................................................................... 62

    NORMAS PARA PUBLICAOSTANDARDS PUBLISHING / NORMAS DE PUBLICACIN ........................................................................................ 69

    Catanduva, SP Volume 5 Nmero 1 p. 1-72 janeiro/junho 2011 Semestral

  • Editorial

    UM PRESENTE PARA O CURSO DE ENFERMAGEM DAS FACULDADESINTEGRADAS PADRE ALBINO:

    DEZ ANOS DE COMEMORAO DO CURSODulce Maria da Silva Vendruscolo*

    Em 2010 o curso de Enfermagem das Faculdades Integradas Padre Albino (FIPA), carinhosamente lembrado

    como FEC (Faculdade de Enfermagem de Catanduva), contemplou dez anos de existncia.

    A revista Enfermagem participa desta comemorao, oferecendo ao Curso de Graduao de

    Enfermagem e aos diversos cursos de especializao na rea um presente inestimvel: uma revista cientfica que traz

    consigo a possibilidade de atualizao e reviso de temas inerentes pratica profissional, ao ensino e pesquisa, tanto

    na rea da enfermagem quanto na rea da sade, de forma geral.

    Em 2007, com a integrao das faculdades isoladas da Fundao Padre Albino e sob uma nova estrutura

    administrativa e de gesto acadmica, foram implantados ncleos de pesquisa, de extenso e de editorao. Neste

    contexto, o curso de Enfermagem iniciou a publicao semestral de sua revista cientfica, a Enfermagem.

    Em sua trajetria, enquanto um canal de comunicao e disseminao do conhecimento cientfico na rea, at o

    momento, divulgou cinco volumes, contendo 40 artigos originais, 18 artigos de reviso, cinco de atualizao e um de

    espao acadmico. Nesses quatro anos, a revista consolidou a pesquisa institucional e de iniciao cientfica no curso

    de Enfermagem, abrindo tambm espao para a divulgao de trabalhos de pesquisa de docentes e enfermeiros de

    outras localidades do estado, do Brasil e de outros pases.

    Dando continuidade a este trabalho, neste nmero so abordadas trs reas temticas inerentes prtica

    profissional do enfermeiro: diferentes ferramentas de controle de qualidade e de avaliao de suas atividades profissionais;

    o cuidado de enfermagem voltado diversidade e interdisciplinaridade, com base em diversas estratgias de ao,

    voltadas tanto criana quanto ao idoso; e a dimenso tica na gesto de enfermagem.

    No campo das reflexes sobre o controle de qualidade e a avaliao da prtica profissional do enfermeiro

    encontra-se um artigo de reviso integrativa sobre o trabalho deste profissional em unidades de urgncia e emergncia,

    com foco na melhoria da assistncia aos usurios. Tambm se encontra um estudo sobre indicadores de qualidade de

    uma central de material e esterilizao de um hospital de ensino e outro sobre as anotaes de enfermagem e os

    fatores intervenientes nas glosas hospitalares.

    Relativo s preocupaes acerca da assistncia sade pautada na diversidade, h artigos sobre portadores

    de deficincia visual, crianas diabticas e idosos. Todos retratam a importncia de se buscar estratgias de atendimento

    diferenciadas que levem em conta as especificidades de cada um destes grupos sociais.

    Por fim, em relao gesto de enfermagem destaca-se a importncia da dimenso tica, com base em uma

    pesquisa qualitativa sobre o desenvolvimento da conscincia tica na capacitao profissional do enfermeiro.

    Pela fidelidade ao ideal e contribuio da Revista Enfermagem instituio educacional e

    sociedade, cumprimentamos o seu corpo editorial e a comunidade acadmica do Curso de Graduao em Enfermagem

    pelos dez anos de trabalho dedicados profisso e construo do conhecimento na rea. Foram dez anos de muita

    dedicao formao de profissionais que pudessem, de alguma forma, atuar na melhoria da sade de seus semelhantes.

    * Doutora em Enfermagem Peditrica pela Escola de Enfermagem de Ribeiro Preto (EERP-USP). Coordenadora Pedaggica das Faculdades Integradas Padre Albino (FIPA),Catanduva-SP. Contato: [email protected]

    ISSN 1982-1166

    Catanduva, SP Volume 5 Nmero 1 p. 1-72 janeiro/junho 2011 Semestral

  • Dulce Maria da Silva Vendruscolo

    In 2010 the nursing course of Faculdades Integradas Padre Albino (FIPA), fondly remembered as FEC (Faculdade deEnfermagem de Catanduva Nursing College), included ten years of existence.

    The journal Enfermagem participates in this celebration, offering to the undergraduate nursing and severalspecialized courses in the area a priceless gift: a journal that brings the ability to update and review of issues arising in professionalpractice, teaching and research both in nursing and in health, in general.

    In 2007, with the integration of the faculties of the Fundao Padre Albino and under a new structure and academicmanagement, research centers, extension and publishing were established. In this context, the nursing course began its biannualjournal, the Enfermagem. In his career as a channel for communication and dissemination of scientific knowledge in thearea, to date, issued five volumes, containing 40 original articles, 18 review articles, five update articles and one an academic article.In these four years, the journal consolidated institutional research and scientific initiation from nursing, also opening up space for thedissemination of research work of teachers and nurses from other parts of the state, in Brazil and other countries.

    Continuing this work, this issue is addressed three themes inherent in professional nursing practice: different tools forquality control and evaluation of their professional activities, nursing care focused on the diversity and interdisciplinary approach,based on various strategies action, aimed at both the child and the elderly, and the ethical dimension in nursing management.

    Reflections on the field of quality control and evaluation of professional nursing practice is an integrative review article onthe work of professional emergency care units, focusing on improving assistance to users. It is also a study on indicators of qualityof material and a central sterilization of a teaching hospital and another on the nursing notes and intervening factors in the hospitalgloss.

    On concerns about health care based in the diversity, there are articles about the blind, diabetic children and the elderly.All reflect the importance of pursuing different strategies to meet that take into account the specificities of each of these socialgroups.

    Finally, in relation to nursing management highlights the importance of the ethical dimension, based on a qualitativeresearch on the development of ethical awareness in the professional training of nurses.

    Fidelity to the ideal and the contribution of the Journal Enfermagem educational institution and society, wecommend your editorial board and the academic community of the Undergraduate Nursing for ten years of work dedicated to theprofession and the construction of knowledge in the area. These ten years of dedication to training professionals who could,somehow, to work on improving the health of their peers.

    Dulce Maria da Silva Vendruscolo

    En 2010 el curso de Enfermera de las Faculdades Integradas Padre Albino (FIPA), recordado con cario como FEC (Facultadde Enfermera de Catanduva), incluye diez aos de existencia.

    La revista Enfermagem participa en esta celebracin, ofreciendo al curso de Enfermera y varios cursosespecializados en el rea un regalo de un valor inestimable: una revista que trae la posibilidad de actualizar y revisar las cuestionesque surjan en la prctica profesional, la enseanza y el investigacin, tanto en la enfermera y en salud, en general.

    En 2007, con la integracin de las facultades de la Fundao Padre Albino y bajo una nueva estructura de gestin yadministracin acadmica, se establecieron centros de investigacin, de extensin y de publicacin. En este contexto, el curso deEnfermera comenz su revista semestral, el Enfermagem. En su carrera como un canal de comunicacin y difusin delconocimiento cientfico en el rea, hasta la fecha, public cinco volmenes, que contienen 40 artculos originales, 18 artculos derevisin, cinco artculos de actualizacin y uno de espacio acadmico. En estos cuatro aos, la revista ha consolidado la investigacininstitucional y de iniciacin cientfica de la enfermera, abriendo tambin un espacio para la difusin del trabajo de investigacin deprofesores y enfermeras de otras partes del estado, en Brasil y otros pases.

    Dando continuidad a este trabajo, en esta edicin se abordan tres temas inherentes a la prctica profesional de enfermera:las diferentes herramientas para el control de calidad y evaluacin de sus actividades profesionales, cuidados de enfermera dirigidosa la diversidad y la interdisciplinariedad, basados en varias estrategias de accin, dirigidas a los nios y los ancianos, y la dimensintica en la gestin de enfermera.

    Reflexiones sobre el campo de control de calidad y evaluacin de la prctica profesional de enfermeras hay un artculo derevisin integradora sobre el trabajo de estas professionales en las unidades de atencin de emergencias, centrndose en la mejorade la asistencia a los usuarios. Hay tambin un estudio sobre indicadores de calidad del material y una central de esterilizacin de unhospital universitario y otro en las notas de enfermera y los factores que intervienen en las glosas del hospital.

    Con respecto a las preocupaciones sobre el cuidado de la salud basada en la diversidad, hay artculos sobre los niosciegos, diabticos y ancianos. Todos muestran la importancia de la bsqueda de diferentes estrategias de atencin que tengan encuenta las especificidades de cada uno de estos grupos sociales.

    Por ltimo, en relacin con la gestin de enfermera destaca la importancia de la dimensin tica, basada en una investigacincualitativa sobre el desarrollo de la conciencia tica en la formacin profesional de las enfermeras.

    La fidelidad a los ideales y la contribucin de la Revista Enfermagem a la institucin educativa y la sociedad,saludamos a su consejo editorial y la comunidad acadmica del curso de Enfermera de sus diez aos de trabajo dedicado a laprofesin y la construccin del conocimiento en el rea. Estos diez aos de dedicacin a la formacin de profesionales que podran,de alguna manera, trabajar en la mejora de la salud de sus compaeros.

    5Editorial 2011 janeiro-junho; 5(1):4-5

  • DIMENSO TICA DO GERENCIAMENTO EM ENFERMAGEM

    THE ETHICAL DIMENSION OF NURSING MANAGEMENT

    DIMENSIN TICA DE LA GESTIN EN ENFERMERA

    Silveria Rosa Lara*, Heloisa Wey Berti**

    ResumoNo gerenciamento de unidades de internao o enfermeiro se depara com a necessidade de tomada de decises que envolvem osagentes dos ambientes interno e externo da instituio. Essas medidas carregam consigo um poder influenciador, independendo doseu grau de benefcio. Logo, as questes ticas constituem dimenso importante na administrao de enfermagem. O objetivo destetrabalho foi identificar medidas e/ou intervenes adotadas por enfermeiros gerentes de unidades de internao de um hospitaluniversitrio, visando observncia da tica profissional. O estudo envolveu 20 enfermeiros que ocupavam cargos de supervisotcnica nas sees ligadas Diviso de Enfermagem. Estudo exploratrio realizado por meio de entrevistas gravadas, com abordagemqualitativa, tendo como referencial o Discurso do Sujeito Coletivo. Evidenciou-se como maior preocupao dos enfermeiros, emrelao prestao da assistncia de enfermagem, o dficit de recursos humanos. Os gestores buscam o desenvolvimento dosrecursos humanos em enfermagem por meio de atividades educativas na prpria unidade, ao mesmo tempo em que adotam as queso oferecidas pela instituio hospitalar. Quando da ocorrncia de infraes ticas, recorrem a estratgias individualizadas deorientao ao infrator, at as intervenes jurdicas. A resoluo dos conflitos ticos, pelos gestores de enfermagem, geralmenteocorre de forma gradual, segundo o nvel de comprometimento, seja do cliente ou da equipe multiprofissional. As atividadeseducativas tm foco no desenvolvimento de habilidades tcnicas, visando prevenir danos fsicos pessoa. Porm, no estudo noforam mencionadas atividades educativas direcionadas ao desenvolvimento da conscincia tica dos profissionais. O enfermeirodeve desempenhar atividades gerenciais com respeito dignidade humana, salvaguardando os direitos pessoais por meio deprincpios ticos e preceitos universais.

    Palavras-chave: tica. Enfermagem. Administrao.

    AbstractIn managing an Inpatient unit, nurses face the need to make decisions involving agents in the institutions internal and externalenvironments. All these measures are influential, regardless of how beneficial they may be. Hence, ethical issues constitute animportant dimension of nursing management. This study aimed at identifying measures and/or interventions adopted by managingnurses at Inpatient Units in a University Hospital with the purpose to analyze professional ethics. The study involved nurses holdingtechnical-supervision positions in sectors related to the Nursing Division, comprising a total number of 20. Exploratory study carriedby means of taped interviews with a qualitative approach based on the Collective Subject Discourse. Human resources deficit wasobserved as nurses major concern in relation to nursing care provision. The managers seek the nursing staffs development by meansof educational activities in their own unit at the same time that they adopt those offered by the hospital. When ethical violationsoccur, they resort to measures ranging from individual strategies for violators orientation to legal intervention. The resolution ofethical conflicts by nursing managers, usually occurs gradually, according to the level of commitment, either the client or themultidisciplinary team. The educational activities are focused on developing technical skills in order to prevent injury to the person.However, the study was not mentioned educational activities aimed at the development of ethical awareness of professionals. Thenurse must perform management activities with respect to human dignity, personal rights safeguarded by universal ethical principlesand precepts.

    Keywords: Ethics. Nursing. Management.

    ResumenEn la gestin de las unidades de hospitalizacin de la enfermera se enfrenta a la necesidad de tomar decisiones que involucran a losagentes de los entornos internos y externos de la institucin. Estas medidas llevan consigo una poderosa influencia,independientemente de su nivel de beneficio. Por lo tanto, la dimensin tica es importante en la administracin de enfermera. Elobjetivo de este estudio fue identificar las medidas y / o intervenciones adoptadas por las enfermeras gestoras de las unidades dehospitalizacin de un hospital universitario con el fin de mantener la tica profesional. En el estudio participaron 20 enfermeras queocupaban puestos de supervisin en las secciones tcnicas relacionadas con la Divisin de Enfermera. Estudio exploratorio llevadoa cabo por meio de entrevistas grabadas con un enfoque cualitativo basado en el Discurso del Sujeto Colectivo. Se hizo evidente quela mayor preocupacin de las enfermeras en relacin con la prestacin de cuidados de enfermera, la escasez de recursos humanos.Los gestores tratan de desarrollar los recursos humanos en enfermera a travs de actividades educativas en la propia unidad,mientras que la adopcin de los ofrecidos por el hospital. Ante la ocurrencia de infracciones ticas, recurren a la orientacinindividualizada a los delincuentes, a las intervenciones judiciales. La resolucin de conflictos ticos por los gerentes de enfermerageneralmente sucede de forma gradual, considerando el nivel de comprometimiento, sea del paciente sea del equipo multiprofesional.Las actividades educativas son enfocadas en el desarrollo de habilidades tcnicas que procuran prevenir daos fsicos al paciente. Sinembargo, no se han mencionado actividades educativas dirigidas al desarrollo de la conciencia tica de los profesionales.

    Palabras clave: tica. Enfermera. Administracin.

    * Aluna do quarto ano do Curso de Graduao em Enfermagem. Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP.** Professora Assistente. Doutora do Departamento de Enfermagem. Faculdade de Medicina de Botucatu. UNESP. Contato: [email protected]

    7Dimenso tica do gerenciamento em enfermagem 2011 janeiro-junho; 5(1):7-15

  • INTRODUO

    Gerenciamento em enfermagem significa a

    organizao e manejo da unidade pelo enfermeiro de

    forma a adequar os recursos materiais e humanos

    disponveis, a fim de promover o bem-estar e a

    ausncia de riscos para o cliente. O gerenciamento

    est interligado a toda poltica institucional na qual a

    unidade se insere1.

    No gerenciamento de unidades de internao o

    enfermeiro se depara com a necessidade da tomada de

    decises que envolvem os agentes dos ambientes interno

    e externo da instituio, carregando todas essas medidas

    um poder influenciador, independente do seu grau de

    benefcio. Logo, as questes ticas so uma dimenso

    importante da administrao de enfermagem2.

    A tica pode ser definida como uma reflexo

    crtica sobre o comportamento humano, no sentido de

    interpretar, discutir e problematizar os valores, os

    princpios e as regras morais, procura do bom para a

    vida em sociedade2.

    Existem inmeros dilemas ticos ligados ao

    gerenciamento de enfermagem que, usualmente,

    assumem o paradoxo entre aquilo que pode ser realizado

    e aquilo que necessita ser cumprido. Divergem as opinies

    sobre o assunto, porm, a prtica da enfermagem

    depende da disponibilidade dos recursos para que se

    possam acessar as escolhas. Entretanto, muitas vezes,

    h barreiras, e a deliberao diante do que necessita ser

    cumprido, do que relevante e que proporciona menor

    risco para o cliente, fica condicionada a processos pr-

    existentes, oriundos das condies de trabalho2.

    Infraes ticas na enfermagem podem ser

    decorrentes de comportamentos ou atitudes

    inadequadas de profissionais de enfermagem durante sua

    atividade de trabalho, cometidos em relao ao colega

    de equipe, ao cliente ou instituio em que trabalha.

    Tais ocorrncias podem ser consequentes da falta de:

    ateno, conhecimentos tcnicos, habilidades, dentre

    outros fatores; ou decorrentes de imprudncia, impercia

    ou negligncia3.

    O enfermeiro, ao gerenciar as aes assistenciais,

    deve ser criativo, tomando sempre decises coerentes,

    adequando os recursos humanos e materiais de que est

    munido, assegurando compromisso com as necessidades

    especficas de cada pessoa cuidada, visando iseno

    de riscos3.

    Portanto, de acordo com as normatizaes tico-

    legais relativas ao exerccio da enfermagem, dever do

    enfermeiro avaliar cuidadosamente se h riscos aos quais

    os clientes possam ser expostos, devendo inform-los

    com finalidade preventiva, por meio de aes educativas

    que envolvam as polticas das instituies de sade e o

    compromisso de todos com as medidas de preveno

    dessas infraes4.

    O debate sobre a tica no deve ser

    intermitente, principalmente entre os profissionais de

    sade, porque com o avano cientfico e tecnolgico,

    frequentemente, os profissionais so surpreendidos com

    o novo a exigir soluo5.

    Assim, evidencia-se que as questes ticas esto

    a todo o momento presentes no gerenciamento de

    enfermagem. Mediante o conhecimento da situao, do

    uso das ferramentas ticas e legais e do discernimento

    dos valores, cultura e convices envolvidos nas diferentes

    situaes, as tomadas de decises precisam ser

    respaldadas pela reflexo tica e fortalecer o compromisso

    profissional.

    No exerccio da sua funo administrativa o

    enfermeiro deve liderar a equipe com o compromisso de

    sempre buscar seu aprimoramento tcnico-cientfico e

    tico. No entanto, a observncia de comportamento

    tico na prtica assistencial, muitas vezes, infringida,

    acarretando prejuzos para o cliente e a equipe. A

    responsabilidade do enfermeiro em garantir uma

    assistncia de enfermagem livre de danos decorrentes

    de impercia, imprudncia e negligncia, pautada pela

    tica profissional, parece no ser tarefa fcil de ser

    realizada. Deste modo, surge a indagao sobre o que

    tem sido efetivamente feito na prtica assistencial pelos

    enfermeiros gerentes, para o alcance dessa dimenso

    sob sua responsabilidade.

    Com essas consideraes o presente estudo foi

    conduzido a partir do seguinte problema de pesquisa:

    como os enfermeiros gerentes de unidades de internao

    atuam no sentido da observncia da tica profissional

    junto equipe de trabalho?

    Esta investigao foi realizada em um hospital

    universitrio do estado de So Paulo, com a finalidade

    8 Dimenso tica do gerenciamento em enfermagem2011 janeiro-junho; 5(1):7-15

  • de contribuir com o desenvolvimento da conscincia tica

    pelos gerentes de enfermagem.

    OBJETIVOS

    O objetivo geral deste estudo foi identificar

    medidas e/ou intervenes adotadas por enfermeiros

    gerentes de unidades de internao de um hospital

    universitrio do interior paulista, visando ao cumprimento

    da tica profissional. Foram objetivos especficos: verificar

    quais as preocupaes dos gerentes com relao

    prestao da assistncia de enfermagem, as

    preocupaes/intervenes dos gerentes com relao

    sua equipe de trabalho e identificar medidas/intervenes

    adotadas visando observncia da tica profissional de

    enfermagem nas unidades de internao sob a

    responsabilidade destes profissionais.

    MATERIAL E MTODO

    O estudo foi desenvolvido em um hospital

    universitrio do estado de So Paulo. Envolveu 20

    enfermeiros que ocupavam cargos de superviso tcnica

    nas sees ligadas Diviso de Enfermagem.

    Trata-se de um estudo exploratrio,

    desenvolvido por meio de entrevistas gravadas, com

    abordagem qualitativa, tendo como referencial

    metodolgico o Discurso do Sujeito Coletivo (DSC)6. Este

    mtodo de organizao de discursos coletados em

    entrevistas possibilita melhor visualizao da representao

    de atores sociais, cujos quesitos bsicos envolveram os

    enfermeiros supervisores tcnicos de seo de uma

    mesma instituio hospitalar.

    Quanto ao DSC: composto por aquilo que um dado sujeito individualfalou e tambm por aquilo que poderia ter falado e queseu companheiro de coletividade atualizou por ele. [...]O pensar das pessoas sobre o tema X no o equivalenteao contedo que eventualmente verbalizam nasentrevistas, mas alm e mais do que isso aquilo quepodem pensar, ou seja, o que est no horizonte depensamento de uma dada cultura. Isto significa, porexemplo, que o pensamento de um dado indivduo podeincluir tambm aquilo que outros indivduos socialmenteequivalentes verbalizaram por ele6.

    Com o material coletado, para cada questo

    analisada, foram destacadas as ideias centrais - frmulas

    sintticas que descrevem o(s) sentido(s) presentes nos

    depoimentos - e expresses-chave - trechos

    selecionados do material que melhor descrevem seu

    contedo6.

    O DSC foi elaborado reunindo-se as expresses-

    chave presentes nos depoimentos, cujas ideias centrais

    apresentaram sentido semelhante ou complementar6.

    Para a anlise dos discursos foram utilizados referenciais

    tericos da tica profissional e da administrao em

    enfermagem.

    O estudo foi submetido ao Comit de tica em

    Pesquisa da Faculdade de Medicina de Botucatu UNESP,

    tendo sua aprovao sob protocolo CEP 3165-2009. Os

    enfermeiros supervisores tcnicos de seo que aceitaram

    participar do estudo assinaram o Termo de Consentimento

    Livre e Esclarecido (TCLE).

    RESULTADOS

    Sero apresentadas a seguir as questes

    formuladas aos enfermeiros participantes do estudo, as

    ideias centrais encontradas nos discursos em resposta a

    cada uma das questes e o DSC, formado a partir das

    expresses-chave contidas em cada ideia central. Os

    sujeitos foram representados por nmeros e cada uma

    das quatro questes possibilitou identificar vrias

    expresses-chave, apresentadas como subitens.

    Questo 1. No gerenciamento da unidade de

    internao onde voc trabalha, qual tem sido sua maior

    preocupao em relao prestao de assistncia de

    enfermagem e por qu?

    A) A educao continuada (E1, E4, E18).

    Eu acho que a questo do treinamento do pessoal, educao

    continuada, para no ter erro de medicao, para essas coisas

    tcnicas que a gente est precisando de educao continuada. Outra

    preocupao tambm que a maioria dos funcionrios que trabalham

    aqui de auxiliares de enfermagem e no querem fazer nenhum

    tipo de reciclagem, s vezes, isso atrapalha um pouquinho a qualidade

    da assistncia.

    B) Preocupao com o dficit de recursos

    humanos (E2, E3, E4, E13, E14).

    A p r eo cupa o o d f i c i t d e r e cu r s o s humano s no

    d imens ionamento . Ho je ns temos pac ien tes de cu idados

    intermedirios, semi-intensivos e intensivos, ento a gente gasta

    muito tempo de enfermagem, horas de enfermagem cuidando

    desses pacientes que tm dor crnica intensa, so dependentes,

    so amputados, ento hoje a maior preocupao o subquadro de

    recursos humanos.

    9Dimenso tica do gerenciamento em enfermagem 2011 janeiro-junho; 5(1):7-15

  • C) A humanizao (E5).

    Eu acho que o bsico comea pela humanizao. Em voc receber o

    paciente, identificar, passar as informaes para identificao da enfermaria,

    como a mesma funciona, qual a sua rotina, fazer a apresentao dos

    funcionrios.

    D) Cuidados de enfermagem e qualidade

    assistencial (E6, E8, E10, E11, E12, E15, E16, E17,

    E18, E20).

    com o cuidado de enfermagem mesmo, como por exemplo, a passagem

    de sonda. Eu percebi que a maioria dos funcionrios no tem habilidades,

    possuem dificuldades em desempenhar as tcnicas. Acabam querendo

    que o enfermeiro passe as sondas nasogstricas e vesical. Acho que

    capacitando e treinando a equipe de enfermagem possvel prestar uma

    melhor assistncia. Porque uma coisa identificar a necessidade dos

    cuidados e outra se realmente, eles esto recebendo da forma como

    devem ser esses cuidados. Ento, a preocupao aqui, o enfoque a

    qualidade da assistncia.

    E) Realizao da Sistematizao da Assistncia

    de Enfermagem (SAE) em todos os plantes (E7, E19).

    Eu acho que conseguir em todos os plantes que se faa bem feita a

    SAE. A gente tem tido algumas dificuldades com relao ao preenchimento

    do histrico, ou at mesmo das evolues. Isso devido dificuldade,

    ao despreparo.

    F) Rotatividade grande de enfermeiros (E7).

    A gente tem um rodzio grande de enfermeiras. Acabam no ficando

    muito tempo aqui com a gente. Quando esto conseguindo se desenvolver,

    a saem, mas enfim, procuro sempre conversar, fazer algumas leituras

    sobre o assunto e discutir entre a gente.

    G) Prestao de assistncia de enfermagem por

    quatro diferentes categorias de pessoal (E9).

    H aqui neste setor atendentes de enfermagem autorizados pelo

    Conselho Regional de Enfermagem (COREN) a trabalharem como

    aux i l i a r de en fe rmagem. E les tm o curso de aux i l i a r de

    enfermagem, mas isso gera conflito, porque temos os tcnicos e

    enfermeiros. Ento so quatro classes de enfermagem, quando no

    COREN so s trs. E isso est sendo um problema, gera conflito

    e problema de escala.

    H) Os familiares da pessoa hospitalizada (E18).

    Aqui a gente tem uma preocupao enorme, no s com o paciente, mas

    tambm com a famlia.

    Questo 2. Diga quais so suas preocupaes

    em relao ao desenvolvimento da sua equipe de

    trabalho.

    A) No ser um chefe muito autoritrio (E1, E8).

    Eu procuro no ser aquele chefe autoritrio, deixar o ambiente mais

    tranquilo para eles. Uso da compreenso, complacncia, tica e informao

    para isso.

    B) Realizar a escala mensal conforme a

    necessidade de cada servidor (E1, E7, E14, E16, E17,

    E18).

    Tento sempre atender aos pedidos de folga, fazer uma escala que

    atenda necessidade de cada um. Procuro fazer um trabalho de

    equipe humanizado. Tento facilitar a troca de escala quando algum

    tem essa necessidade, justamente para isso, para que eles trabalhem

    pelo menos mais contentes, e tambm para amenizar as prprias

    dificuldades de trabalho. Evitamos deixar servidores trabalhando

    mais do que quatro dias seguidos, assim como a quantidade de

    dobras de plantes, apesar da carga horria ser de 40 horas semanais

    e a jornada de trabalho de seis horas/dia. Porm, em alguns dias

    necessrio cobrir escala, por dficit de servidores e mesmo para

    completar as 40 horas semanais, havendo a necessidade de dobrar

    o planto.

    C) Capacitao para o cuidado de enfermagem

    (E2, E4, E5, E9, E11, E19).

    A minha preocupao com eles realmente em capacitar, porque a

    gente faz muitos curativos, ento tenho o cuidado de sempre me atualizar

    em relao s coberturas. Acho que a capacitao e a educao continuada

    so importantes para manter a equipe sempre atualizada em relao s

    tcnicas e ao cuidado. A gente orienta quanto s precaues que se tem

    que tomar, e as medidas para sempre estar atualizado. Eu busco trazer

    at eles o porqu daquele cuidado, a necessidade de estar fazendo isso

    ou aquilo e porque necessrio fazer. Acho importante trazer o

    conhecimento, para que vejam a importncia do cuidado que prestado.

    D) Estimular sempre os servidores (E3, E20).

    Eu procuro estimular e elogiar os servidores. Aqui os cuidados so integrais,

    ento as pessoas ficam responsveis pelo cliente como um todo. O cuidado

    que tenho com a minha equipe tentar sempre motiv-los.

    E) Oferecer apoio psicolgico para os servidores (E6).

    Aqui tem a psicloga que os acompanha. Isso foi um pedido dos

    prprios servidores h bastante tempo, mas houve pouca adeso, o

    pessoal do noturno foi o que mais pediu esse acompanhamento, mas

    eles no participam. Embora exista o acompanhamento com a psicloga,

    uma minoria acaba aderindo.

    F) Proteo e uso de Equipamentos de Proteo

    Individual (EPIs) (E7, E10).

    Acidente de trabalho uma questo que eu me preocupo bastante, friso

    bastante a questo da proteo, do uso de EPI.

    10 Dimenso tica do gerenciamento em enfermagem2011 janeiro-junho; 5(1):7-15

  • G) Desenvolvimento individual do profissional

    (E12, E13, E18).

    Considerar questes de desenvolvimento, cada um tem um nvel de

    aprendizado, nem todos conseguem desenvolver as atividades da mesma

    forma, ento deve ex ist i r uma preocupao em re lao ao

    desenvolvimento de cada profissional dentro da unidade. Respeitando

    questes de treinamento, de tempo de servio, de aptido para o

    trabalho. Devido ao dficit de pessoal h um estresse, a equipe acaba

    se desestruturando, havendo muitos em licena-mdica. Fazemos pedido

    de mais funcionrios, mas nem sempre temos esse retorno, mesmo

    porque um problema institucional.

    H) Necessidade de bom relacionamento

    interpessoal (E15, E17).

    Em relao equipe o cuidado que eu tenho para que eles tenham

    um bom relacionamento entre si, eles costumam fazer trocas de folgas,

    eu autorizo, contanto que no fique desfalcada a enfermaria. Procuro

    fazer com que haja uma integrao maior entre a enfermagem e a

    equipe mdica e a a gente faz algumas confraternizaes durante o

    ano, todo ms a gente tem a questo dos aniversariantes, ento

    comemoram-se os aniversrios.

    Questo 3. Quais so as medidas e/ou

    intervenes por voc adotadas visando melhorar a

    capacitao da equipe de enfermagem?

    A) Programa de educao continuada na prpria

    enfermaria (E1, E3, E5, E8, E12, E13, E14, E15, E16,

    E17, E18, E19, E20).

    Estamos oferecendo um programa onde os prprios servidores

    estudam e ministram as aulas. Temos um planejamento anual onde

    todo ms os servidores so convidados a participarem de palestras

    que visam, desde a humanizao e o trabalho em equipe, at o

    esclarecimento de alguns procedimentos bsicos enfermaria. H

    tambm a capacitao da equipe para lidar com novos materiais

    mdicos que chegam, no s materiais mdicos hospitalares, mas

    aqueles que eventualmente a gente percebe que no esto tendo um

    uso efetivo, at por uma deficincia de conhecimento em como utiliz-

    los melhor.

    B) Adoo de treinamentos pela instituio (E1,

    E3, E4, E6, E7, E11, E16, E17).

    Ento, a gente tem os treinamentos que a instituio oferece,

    estimulando-os a participarem dos cursos oferecidos pela equipe de

    educao continuada no hospital. H cursos quase todos os dias e a os

    estimulo a irem, quando possvel.

    C) Implantao e realizao da SAE (E2, E10).

    [...] eu fao a Sistematizao [...]. No falo da Sistematizao inteira

    porque eu no consigo fazer a etapa do diagnstico como ela deve ser

    feita, porque a gente no tem um impresso que facilite e eu sou sozinha

    [...],. ento eu fao o gerenciamento geral da unidade e do cuidado

    tambm [...].. .a gente acompanha e avalia junto com a equipe mdica os

    curativos.

    D) Transformar dados em informao (E9).

    Mas mais isso, eu trabalho muito com dados, eu procuro transformar

    dados em informao, porque nmero, se no fizer nada com ele, no

    adianta, tudo o que eu vou fazer eu coloco nos dados, taxa de ocupao,

    taxa de infeco hospitalar, mdia de permanncia, eu gosto muito de

    trabalhar com dados, porque nesse hospital, se voc no fornece dados,

    ningum te ouve.

    Questo 4. Quanto observncia da tica

    profissional por parte da sua equipe de trabalho, quais

    medidas e/ou intervenes voc j tomou durante este

    tempo em que voc exerce a gerncia da unidade de

    internao?

    A) Dilogo e orientao (E1, E2, E7, E9, E10,

    E11, E12, E16).

    Eu j tive alguns problemas de relacionamento interpessoal, conflitos

    com as funcionrias e entre os profissionais e pacientes. Quando h o

    conflito entre os profissionais eu chamo, converso e oriento. normal

    ficarem discutindo por causa de feriado, escala, porm minha inteno

    fazer com que eles se organizem. Acho que o enfermeiro intervm

    orientando. O nosso ambiente de trabalho de uma maneira geral est

    carente de tica, necessitando uma reavaliao geral, da postura profissional

    dos que diariamente atuam na rea.

    B) Boletim de Eventos Adversos (E1, E3, E5,

    E12, E14, E16).

    Fiz a notificao de eventos adversos e da, mandei para a Diviso de

    Enfermagem e eles chamaram para conversar, a depende da gravidade.

    Ns tivemos problema de falta de tica entre os servidores, foi uma

    pessoa que abandonou o planto, ele prejudicou alguns colegas de trabalho

    e alguns clientes que estavam sob os cuidados dele. Foi ento aberta uma

    sindicncia, e ele est respondendo ao processo.

    C) Dificuldade para identificar problemas

    relacionados tica (E4, E17, E 20).

    Aqui eu no tive problema em relao tica profissional. s vezes no

    problema tico, mas sim de postura profissional. Falta de tica eu nunca

    presenciei.

    D) Importncia da manuteno do respeito e

    do sigilo (E6, E18).

    11Dimenso tica do gerenciamento em enfermagem 2011 janeiro-junho; 5(1):7-15

  • Eu acho que tem que cobrar da equipe o respeito. Outro aspecto a

    questo do sigilo em relao situao da famlia e do prprio paciente.

    E) Busca por fatores relacionados, promoo de

    aes educativas e treinamentos (E12, E13).

    Ento, eu tenho que primeiro buscar qual, ou quais foram os fatores que

    levaram quele erro, porque a gente parte do principio que intencionalmente

    ningum erra. Ento, se houve um erro, se houve uma falha, prefiro

    buscar o que causou, e qual o fator que est relacionado com esse erro.

    E se for alguma coisa que est relacionada a um fator do processo de

    trabalho, de sobrecarga ou diviso do trabalho, procuro rever os processos

    e fazer algum tipo de ao educativa para que outros no cometam o

    mesmo erro, sem expor a pessoa que cometeu a falha.

    F) Comportamento dos profissionais em relao

    aos clientes e a equipe mdica (E15).

    Olha, em relao tica muito complicado, mas em relao a algumas

    medidas que eu tomei, foi observar o comportamento deles em relao ao

    cliente e perante os mdicos. Eles tm que ter uma postura profissional

    adequada.

    G) Interveno do Conselho Tutelar, do

    promotor ou juiz (E18).

    As questes ticas aqui, elas tm uma implicao bastante grande, a

    gente trabalha muito, estreitamente com o conselho tutelar. Os problemas

    familiares so enormes e as intervenes em termos que envolvem o

    trabalho do promotor e do juiz, so muito frequentes.

    DISCUSSO

    Os recentes estudos na rea de gerenciamento

    em enfermagem permitem que o enfermeiro, por meio

    do conhecimento, transforme sua prtica, aprimore a

    capacitao dos membros de sua equipe, melhore a

    organizao do servio onde atua e garanta uma

    assistncia de qualidade para o cliente7.

    imprescindvel que o gerente de enfermagem

    utilize sua formao profissional e os valores e princpios

    adquiridos com o exerccio da profisso para que possa

    proporcionar ao cliente uma assistncia de enfermagem

    individualizada e integral8,9.

    Em relao prestao da assistncia de

    enfermagem, os gestores nas unidades estudadas tm

    se preocupado em oferecer uma assistncia de

    enfermagem qualif icada e mais humanizada,

    proporcionando aos membros da equipe: capacitao,

    suprimento do dficit de recursos humanos, planejamento

    da SAE, garantindo que o indivduo esteja livre de

    quaisquer riscos, assim como contemplar a famlia no

    cuidado, garantir assistncia, apesar do grande rodzio

    de enfermeiras e do atendimento ao cliente por trs

    diferentes categorias profissionais.

    Foi verificada tambm, a preocupao constante

    com a qualidade assistencial. Qualidade de servio de

    sade significa possuir um conjunto de propriedades com

    o objetivo de produzir servios adequados sua misso

    de atender as necessidades da sua clientela10.

    Sugere-se como forma de organizar o cuidado,

    a partir das necessidades individuais do cliente e garantir

    ao mesmo tempo qualidade, instituir a SAE, pois esta

    assegura que o profissional sistematize a assistncia e

    use seus conhecimentos terico-prticos na implantao

    do cuidado de enfermagem.

    O no emprego da SAE e a falta de tempo foram

    argumentos utilizados pelos enfermeiros que no

    realizavam esse mtodo de trabalho nas unidades.

    Entretanto, importante que o gerente busque

    capacitar-se e envolva a equipe nesse processo11.

    O dficit de recursos humanos nas unidades

    para a assistncia de enfermagem, fato presente em

    muitas unidades assistenciais no Brasil, caracterizou uma

    das preocupaes dos enfermeiros gerenciais nos

    serv ios de sade. Tais df ic i ts , a lm de

    comprometerem a qualidade do cuidado, desencadeiam

    problemas ticos, legais e de sade aos trabalhadores

    da enfermagem12.

    Evidenciou-se neste estudo que o enfermeiro

    busca dimensionar, diante dos escassos recursos humanos

    do setor, e obter diferentes formas para suprir as

    necessidades especficas, tanto qualitativas quanto

    quantitativas, segundo as necessidades dos clientes e

    da unidade12.

    Alm do dficit de pessoal, problemas

    relacionados s diferentes categorias de pessoal de

    enfermagem na instituio, podem trazer srias

    implicaes para o gerenciamento e a assistncia de

    enfermagem.

    A distribuio inadequada das diferentes

    categorias de profissionais na rea da sade nas

    instituies pode implicar e comprometer os servios e a

    sua qualidade, acarretando gastos maiores e a

    probabilidade de riscos ou danos ao cliente e a equipe12.

    12 Dimenso tica do gerenciamento em enfermagem2011 janeiro-junho; 5(1):7-15

  • A articulao tica e o conhecimento tcnico-

    cientfico no cuidado so importantes armas no cuidado

    assistencial, visando beneficiar o cliente e a famlia13. Foi

    possvel observar na instituio onde este estudo se

    desenvolveu que o contato com a famlia, devido poltica

    adotada na instituio, permite o acompanhamento

    somente a indivduos menores de 18 anos e maiores de

    65, comprometendo o trabalho assistencial e a satisfao

    do cliente/famlia, pois muitas vezes o mdico ou o

    enfermeiro no contam com o familiar na unidade para o

    esclarecimento de dvidas e/ou incertezas, diante de

    problemas ticos.

    Com relao ao desenvolvimento da equipe de

    trabalho, os gestores das unidades desenvolveram como

    principais requisitos: evitar uma chefia autoritria; elaborar

    escalas de trabalho, atendendo as necessidades dos

    servidores; buscar capacit-los para o cuidado,

    estimulando-os e oferecendo-lhes apoio psicolgico;

    motiv-los para o uso de EPIs; promover seu

    desenvolvimento individual e manter um bom

    relacionamento da equipe multiprofissional, objetivando

    o desenvolvimento e o aprimoramento gradativo.

    importante que o gerente, ao realizar a

    organizao das escalas mensais de trabalho, conte com

    a participao da equipe, no sentido de fornecer-lhe

    oportunidade de, juntos, adequarem os finais de semana

    e feriados para que todos sejam favorecidos. A equipe

    de enfermagem trabalha suprindo todos os turnos e dias

    da semana. Assim, preciso que sejam feitas escalas

    com rodzio, buscando contemplar os direitos dos

    profissionais (folgas e frias), bem como garantir um

    nmero adequado de profissionais para a assistncia ao

    cliente.

    Os trabalhadores de enfermagem se deparam

    com situaes de manuseio de materiais que podem lhes

    causar traumas, como agulhas e lminas de bisturi, alm

    de materiais biolgicos, durante a realizao de diversos

    procedimentos. Isto traz preocupao para os gerentes,

    conforme evidenciado nos discursos dos sujeitos do

    estudo.

    Fazer parte do cenrio profissional de

    enfermagem possibilita vivenciar, frequentemente,

    situaes difceis que envolvem o sofrimento e a morte,

    exigindo que o profissional esteja presente nesse

    momento para acolher a pessoa/famlia que sofre. Porm,

    necessita cuidar de si mesmo, para que, ao longo do

    trabalho, no adoea14. A iniciativa de oferecer apoio

    psicolgico equipe de enfermagem importante. Nas

    unidades estudadas evidenciou-se o relato de dificuldades

    para a adeso aos programas de atendimento psicolgico.

    Portanto, importante repensar novas estratgias que

    proporcionem um melhor resultado.

    A equipe de trabalho na enfermagem precisa

    continuamente ser estimulada e motivada. Motivar significa

    colocar algo em movimento15, iniciando-se a partir do

    momento em que o trabalho do outro reconhecido

    como parte integrante de um todo. imprescindvel que

    o gerente integre a equipe no cuidado e reconhea as

    potencialidades de cada um dos seus membros.

    Estratgias motivadoras devem ser desenvolvidas com

    mais frequncia, pois consistem numa maneira de se

    promover a sade do trabalhador.

    Dividir a tarefa educativa com toda a equipe

    mostrou-se uma estratgia interessante, ao considerar a

    participao e a responsabilidade de todos, tanto no

    preparo quanto na exposio da aula a seus pares,

    buscando reter conhecimentos pessoais e repass-los para

    os colegas. Uma rica forma de aprender a aprender.

    A inst ituio onde se real izou o estudo

    oferece treinamentos desenvolvidos por uma seo

    especfica denominada Educao Continuada que,

    periodicamente, prope algum programa educativo

    com foco em temas que emergem de necessidades

    cotidianas, identif icadas pelos profissionais nas

    diversas unidades do hospital. Entretanto, os relatos

    mostram que nem sempre os profissionais podem

    frequentar os cursos oferecidos pela instituio, pois

    via de regra ocorrem durante o horrio de trabalho

    e, devido ao dficit de recursos humanos existente,

    torna-se invivel ao gerente de enfermagem liberar

    todos, ou at mesmo alguns, para comparecerem

    s aulas desses cursos.

    importante que a instituio continue a

    oferecer treinamentos para os profissionais, entretanto

    faz-se necessrio que sejam pensadas outras maneiras

    de aumentar o contingente de recursos humanos na

    enfermagem para contemplar tambm as atividades

    educativas.

    13Dimenso tica do gerenciamento em enfermagem 2011 janeiro-junho; 5(1):7-15

  • A SAE uma ferramenta de trabalho que o

    gerente deve utilizar para organizar com mais qualidade

    o cuidado. Est previsto em resoluo do Conselho

    Federal de Enfermagem (COFEN) que a realizao da

    SAE um dever do enfermeiro. Portanto, necessria a

    sua implantao e a organizao do tempo para que os

    subordinados recebam informaes e esclarecimentos

    sobre a sua importncia, contribuindo para a sua realizao

    e aplicao na prtica clnica, uma conquista profissional

    significativa que fundamenta a assistncia em

    conhecimento cientfico.

    Da mesma forma, todo processo decisrio

    gerencial deve ser fundamentado em princpios ticos e

    preceitos universais, capazes de preservarem sempre a

    dignidade humana. O gerenciamento de enfermagem

    , geralmente, permeado por inmeras variveis pessoais,

    profissionais, institucionais, econmicas, legais, polticas

    e ticas, que influenciam a prtica e a qualidade

    assistencial de enfermagem.

    O trabalho do gerente na enfermagem,

    cotidianamente, deve ser acompanhado de reflexo tica,

    pois emergem com frequncia, na prtica profissional,

    diversas situaes conflitantes que podem comprometer

    os elementos da equipe e a qualidade da assistncia.

    Os gestores demonstraram utilizar diversas

    estratgias diante das ocorrncias de infraes ticas,

    entre elas o esclarecimento e a orientao. Esta

    maneira de agir permite que o profissional reconhea

    o erro por ocasio da ocorrncia e procure refletir sobre

    ele, sem que haja uma punio precipitada. Outra

    estratgia utilizada pela equipe para o controle de falhas

    na assistncia o uso do Boletim de Eventos Adversos.

    Este instrumento de comunicao leva informaes

    sobre a ocorrncia at os escales superiores da

    organizao, como a Diviso de Enfermagem do

    Hospital, para exame acurado e tratamento adequado

    diante do problema16.

    Devem-se considerar, neste contexto, os

    componentes ticos do cuidado, princpios ticos e valores

    morais, os hbitos, as virtudes, atitudes e as

    caractersticas e qualidades que definem os

    comportamentos do cuidador17.

    O sigilo deve existir nas relaes interpessoais,

    interprofissionais e, especialmente, na relao profissional/

    cliente e ser exigido como um dever do profissional,

    entendendo que a pessoa tem o direito de manter as

    informaes pertinentes a si em segredo. Logo, a

    confidencialidade ocorre quando se preserva o que

    aconteceu ou est acontecendo e deve ser quebrada

    somente se a pessoa permitir, ou se for para benefcio

    dele.

    Contudo, essa questo ainda alvo de

    discusses, pois os profissionais costumam registrar nos

    pronturios o que foi dito somente a eles pelo doente.

    Sabe-se que o acesso aos pronturios dos clientes amplo

    e efetuado por vrias pessoas, acarretando problemas

    ticos ligados ao sigilo18.

    dever do enfermeiro desempenhar atividades

    gerenciais com respeito dignidade humana e

    salvaguardar os direitos das pessoas, sendo imprescindvel

    que a tomada de decises na funo gerencial seja

    pautada por valores ticos como: justia, respeito s

    pessoas, honestidade, veracidade, sigilo e beneficncia,

    assim como os valores relativos profisso19.

    Observar o que est acontecendo no ambiente

    de trabalho com os profissionais envolvidos no cuidado

    ao cliente, sejam auxiliares, mdicos, fisioterapeutas,

    dentre outros, uma estratgia que pode contribuir

    para aproxim-los desse objetivo comum. Afinal,

    quanto mais trocas e comunicaes ocorrerem, maior

    ser o entendimento de todos sobre as competncias

    de cada um e sobre as necessidades apresentadas

    pelos clientes.

    Quando as ocorrncias so complexas e graves,

    com nveis de deciso de no governabilidade pelo

    enfermeiro, so tratadas por meio de recursos jurdicos,

    garantindo ao profissional uma resoluo adequada e legal.

    Essa medida foi citada por um enfermeiro, porm

    acredita-se que deva ser consenso na atuao dos

    enfermeiros.

    CONCLUSES

    As medidas ou intervenes adotadas pelos

    supervisores tcnicos acerca das dimenses ticas

    nas un idades onde se desenvo lveu o es tudo

    contemplaram desde medidas s imples, como a

    cobrana da manuteno do s ig i lo, d i logos e

    orientaes, at o uso de interveno jurdica.

    14 Dimenso tica do gerenciamento em enfermagem2011 janeiro-junho; 5(1):7-15

  • Destaca-se que alguns dos entrevistados disseram

    nunca ter enfrentado problemas em relao tica

    profissional.

    Os supervisores utilizam tambm o Boletim de

    Eventos Adversos para comunicar seus superiores quando

    da ocorrncia de infraes ticas. Evidenciou-se a

    preocupao dos gestores em prestar assistncia de

    qualidade por meio da educao continuada, utilizao

    da SAE e medidas mais humanizadas em relao ao

    cuidado, e no relacionamento interpessoal com a equipe

    de enfermagem e os demais profissionais, embora a maior

    preocupao tenha sido com o dficit de recursos

    humanos.

    Os enfermeiros gerenciais, frente aos problemas,

    demonstraram preocupao em adequar as escalas de

    trabalho s necessidades pessoais da equipe e capacit-

    la para o cuidado integral aos clientes.

    Vrias oportunidades so oferecidas aos

    profissionais de enfermagem, objetivando o

    desenvolvimento de competncias tcnicas e cientficas

    para a preveno de danos fsicos ao cliente por impercia,

    negligncia e/ou imprudncia. Entretanto, no foram

    mencionadas atividades educativas direcionadas ao

    desenvolvimento da conscincia tica dos profissionais.

    Cursos sobre tica profissional, discusses sobre o Cdigo

    de tica dos Profissionais de Enfermagem, anlise de

    problemas e/ou dilemas bioticos que, certamente,

    ocorrem em situao clnica, parece ainda no merecerem

    a ateno especial dos gerenciadores nas unidades de

    tratamento.

    possvel que muitas das questes bioticas

    relacionadas ao cuidado possam estar sendo

    negligenciadas em decorrncia da constante

    preocupao com o cumprimento de prescries de

    cuidado por um nmero deficitrio de profissionais,

    gerando a mecanizao do trabalho e a alienao dos

    profissionais em relao ao objeto do seu trabalho e, por

    conseguinte, concorrendo para a desmotivao, a

    insatisfao e o adoecimento.

    O estudo permitiu evidenciar alguns aspectos

    da dimenso tica do gerenciamento em enfermagem

    na instituio estudada. Assim, sugere-se a adoo de

    medidas mais eficazes para o desenvolvimento da

    competncia tica no exerccio profissional.

    REFERNCIAS1. Spagnol CA. (Re)pensando a gerncia em enfermagem a partir de

    conceitos utilizados no campo da sade coletiva. Cincia & SadeColetiva. 2005; 10(1):119-27.

    2. Massarollo BKCM, Fernandes PFM. tica e gerenciamento emenfermagem. In: Kurcgant P, organizador. Gerenciamento emenfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005. p.14-25.

    3. Freitas FG, Oguisso T. Ocorrncias ticas com profissionais deenfermagem: um estudo quantitativo. Rev Esc Enferm USP. 2008;42(1):34-40.

    4. Freitas FG, Oguisso T. Ocorrncias ticas de enfermagem: cotidianode enfermeiros gerentes e membros da comisso de tica deenfermagem. Rev Latino-am Enfermagem. 2006; 14(4):497-502.

    5. Santiago AMM, Palcios M. Temas ticos e bioticos que inquietarama Enfermagem: publicaes da REBEn de 1970-2000. Rev Bras Enferm.2006; 59(3):349-53.

    6. Lefvre F, Lefvre AM. Depoimentos e discursos: uma proposta deanlise em pesquisa social. Braslia: Lber Livro Editora; 2005.

    7. Kurcgant P, Ciampone MHT. A pesquisa na rea de gerenciamentoem enfermagem no Brasil. Rev Bras Enferm. 2005; 58(2):161-4.

    8. Brasil. Lei n. 7.498, de 25 de junho de 1986. Dispe sobre aregulamentao do exerccio da enfermagem e d outras providncias.Dirio Oficial da Repblica Federativa do Brasil, Braslia (DF); 1986Jun 26; Seo 1:1.

    9. Mazur SC, Labronici L, Wolff GDL. tica e gerncia no cuidado deenfermagem. Cogitare Enferm. 2007; 12(3):371-6.

    10. Mezomo JC. Gesto da qualidade na sade. So Paulo: Manole;2001.

    11. Oliveira ML, Evangelista AR. Sistematizao da assistncia deenfermagem (SAE): excelncia no cuidado. Perquirere. 2010; 7(1):83-8.

    12. Nicola LA, Anselmi LM. Dimensionamento de pessoal de enfermagemem um hospital universitrio. Rev Bras Enferm. 2005; 58(2):186-90.

    13. Salicio BMD, Gaiva MAM. O significado de humanizao da assistnciapara enfermeiros que atuam em UTI. Rev Eletrnica de Enfermagem[peridico na Internet]. 2006; 8(3):370-6. [acesso em 2010 abr. 02].Disponvel em: http://www.fen.ufg.br/revista/revista8_3/v8n3a08.htm.

    14. Baggio AM, Formaggio MF. Trabalho, cotidiano e o profissional deenfermagem: o significado do cuidado de si. Cogitare Enferm. 2008;13(1):67-74.

    15. Nakamura CC. Motivao no trabalho. Maring Management: RevCincias Empresariais. 2005; 2(1):20-5.

    16. Paiva MCMS, Paiva SAR, Berti HW. Eventos adversos: anlise deum instrumento de notificao utilizado no gerenciamento deenfermagem. Rev Esc Enferm USP. 2010; 44(2):287-94.

    17. Restrepo MEM. La tica em la arte de cuidar. Investigacin emenfermaria. Universidad de Antioquia [peridico na internet] 2002.[acesso em 2010 abr. 02]. Disponvel em: http://tone.udea.edu.co/revista/html/modules.p.h.p

    18. Peres SCHS, Peres SA, Fantini MA. Sigilo profissional e valoresticos. RFO. 2008; 13(1):7-13.

    19. Maicon PM, Polak YNS, Mier MJ. The bioethics in the managementof nursing work process: a reflexion. Online Braz J Nurs [peridico nainternet]. 2005. [acesso em 2010 abr. 25]. Disponvel em: www.uff.br/nepae/objn402marconetal.htm

    Recebido em: 20/02/2011

    Aceite em: 15/04/2011

    15Dimenso tica do gerenciamento em enfermagem 2011 janeiro-junho; 5(1):7-15

  • 1 Parte do Trabalho de Concluso de Curso para obteno do ttulo de Aprimoranda em Enfermagem em Centro Cirrgico.* Enfermeira graduada pelas Faculdades Integradas Padre Albino (FIPA), Catanduva-SP. Enfermeira do Centro Cirrgico do Hospital de Base de So Jos do Rio Preto-SP, Brasil.Contato: [email protected]** Doutora em Enfermagem Fundamental pela EERP-USP, Ribeiro Preto-SP. Docente da Faculdade de Medicina de So Jos do Rio Preto (FAMERP), So Jos do Rio Preto-SP, Brasil.

    USO DE INDICADORES EM CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAO EM UMHOSPITAL DE ENSINO

    USE OF INDICATORS IN THE CENTER OF MATERIAL AND STERILIZATION IN ATEACHING HOSPITAL

    USO DE INDICADORES EN EL CENTRO DE MATERIALES Y ESTERILIZACIN EN UNHOSPITAL DE ENSEANZA

    Renata Prado Bereta*, Marli de Carvalho Jeric**

    ResumoA qualidade dos servios em mbito hospitalar deve acompanhar a evoluo da assistncia sade e decorrer da adequada gesto desses servios.Indicadores tm sido muito utilizados no processo de avaliao para mensurar a produtividade e a qualidade do trabalho executado. Esse estudo tevecomo objetivo avaliar o uso de indicadores e verificar sua exequibilidade em um Centro de Material e Esterilizao de um hospital de ensino. Trata-sede estudo descritivo, exploratrio e retrospectivo, com abordagem quantitativa, realizado por meio da anlise de registros efetuados ao longo de umano. A escolha dos indicadores ocorreu mediante o referencial de Donabedian que inclui a avaliao da estrutura, do processo e do resultado dosservios. O indicador de estrutura investigado foi exequvel, resultando em 3,7 horas o ndice de treinamento de profissionais de enfermagem,justificando a necessidade de investimentos especficos na rea. Porm, os indicadores de processo no se mostraram exequveis, pois noatenderam s prticas recomendadas pela literatura cientfica, especificamente quanto frequncia de realizao da manuteno preventiva dasautoclaves, a avaliao da bomba de vcuo por meio do teste de Bowie Dick e do indicador biolgico. A produo das autoclaves alcanou a mdiade 34,2% demonstrando no ser necessria aquisio de novas tecnologias, mas aumentar a demanda. Acerca do indicador de resultado, este seobservou ser exequvel, pois a taxa de acidente de trabalho de 24,5 % apontou a necessidade de melhorias. Conclui-se que ao avaliar as atividadesde um servio por meio de indicadores deve-se ter cautela na anlise dos dados, assim como possuir conhecimento especializado, a fim de nortear umatomada de deciso segura e eficaz. No se recomenda a utilizao de apenas um nico indicador na avaliao de servios de formageneralizada, mas a utilizao dos indicadores de estrutura, processo e resultado para uma anlise situacional mais fidedigna.

    Palavras-chave: Indicadores de qualidade em assistncia sade. Administrao de materiais no hospital. Enfermagem.

    AbstractHospital service quality should follow health care evolution and proper management of these services. Indicators have long been used in theevaluation process to measure work productivity and quality. This study aimed to evaluate the use of indicators and to assess its feasibility ina Sterilization and Material Center of a teaching Hospital. It is a descriptive, exploratory and retrospective, with quantitative approach studycomparing records made over 1 year. Donabedian standards were used to choose indicators including process structure evaluation andoutcome of services. The structure indicator investigated was feasible, resulting in a 3.7 hours index for nurses training, justifying the needfor specific investments in the area. However, the process indicators were not feasible because it did not meet the recommended scientificliterature practices, specifically regarding autoclaves preventive maintenance frequency, vacuum pump evaluation through the Bowie Dick testand the biological indicator. Autoclave production was 34.2% in average showing that it is not necessary to acquire new technology, butincreasing the demand. Regarding the outcome indicator this was observed to be feasible, because a 24.5% accidents rate at work indicatedthe need for improvements. We can conclude that when evaluating service activities via the indicators we should be cautious in analyzing thedata, as well as having specialized knowledge in order to guide a safe and effective decision making. It is not recommended the use of only oneindicator for services evaluation in a general way, but using structure, process and outcome of indicators for a more reliable situational analysis.

    Keywords: Quality indicators, health care. Materials management, hospital. Nursing.

    ResumenLa calidad de los servicios del hospital debe seguir la evolucin de la atencin de la salud y el curso apropiado de la gestin de estos servicios. Losindicadores han sido utilizados en el proceso de evaluacin para medir la productividad y la calidad del trabajo realizado. Este estudio tuvo comoobjetivo evaluar el uso de indicadores y de evaluar su viabilidad en un Centro de Material y Esterilizacin de un hospital de enseanza. Se tratade estudio descriptivo, exploratorio, retrospectivo, con abordaje cuantitativo realizado a travs del anlisis de los registros realizados duranteun ao. La seleccin de indicadores se produjo mediante el referencial de Donabedian, que incluye la evaluacin de la estructura, del procesoy del resultado de los servicios. El indicador de estructura investigado fue posible, lo que resulta en 3,7 horas, el ndice de entrenamiento deprofesionales de enfermera, lo que justifica la necesidad de inversiones especficas en el rea. Sin embargo, los indicadores de proceso no semuestran ejecutables, debido a que no cumplan con las prcticas recomendadas de la literatura cientfica, especficamente en relacin a lafrecuencia de mantenimiento preventivo de los autoclaves, la evaluacin de la bomba de vaco a travs de la prueba Bowie Dick y el indicadorbiolgico. La produccin de las autoclaves alcanz un promedio de 34,2 que muestra que no es necesario adquirir nueva tecnologa, pero lacreciente demanda. Acerca de la medida de resultado, esto fue observado para ser viable, porque la tasa de accidentes de trabajo el 24,5%indic la necesidad de mejoras. Llegamos a la conclusin de que en la evaluacin de las actividades de un servicio a travs de los indicadoresdeben ser cautelosos en el anlisis de los datos, as como los conocimientos especializados a fin de orientar la toma de decisiones efectiva ysegura. No se recomienda para uso exclusivo de un solo indicador en la evaluacin de los servicios en todos los mbitos, pero el usode indicadores de estructura, proceso y resultado de un anlisis situacional ms fiable.

    Palabras clave: Indicadores de calidad de la atencin de salud. Administracin de materiales de hospital. Enfermera.

    16 Uso de indicadores em centro de material e esterilizao em um hospital de ensino2011 janeiro-junho; 5(1):16-23

  • INTRODUO

    Centro de Material e Esteril izao (CME)

    denomina setores especficos pelo fornecimento de

    materiais e artigos adequadamente processados para o

    atendimento direto e a assistncia sade de indivduos

    enfermos e sadios. Por suas particularidades e

    caractersticas, constitui-se num setor de apoio tcnico

    a todas as reas assistenciais nos estabelecimentos de

    sade1.

    O bom desempenho de uma equipe de CME

    est diretamente relacionado qualidade dos processos

    prprios empregados nos servios, sendo consequente

    da combinao de instalaes fsicas, tecnolgicas e

    equipamentos adequados, operados por pessoas

    competentes, habilitadas e treinadas periodicamente.

    Dessa forma, o conhecimento no dever ser somente

    emprico, mas utilizado cientificamente de forma a permitir

    a mensurao dos fatos e dos resultados, alm de

    multiplicar o conhecimento e o aprendizado2.

    Previamente avaliao de qualidade em

    qualquer tipo de servio necessrio apreender o

    significado de qualidade e definir como esta se compe3.

    Porm, esta definio se torna complexa e tem sido

    objeto de muitos estudos, uma vez que a qualidade

    um atributo onde cada pessoa tem uma compreenso,

    podendo ainda estar relacionado aos seus interesses

    pessoais, costumes e nvel intelectual e social4. A palavra

    qualidade origina-se do latim qualitate e significa dom,

    virtude, grau de perfeio, de preciso, de conformidade

    a certo padro5. A definio de qualidade complexa e

    deve referenciar diversas dimenses, as quais,

    geralmente, so agrupadas em sete atributos: eficcia,

    efetividade, eficincia, otimizao, aceitabilidade,

    legitimidade e equidade3.

    O enfermeiro responsvel pelo CME precisa

    acompanhar os diferentes processos de trabalho, assim

    como deve entender claramente o processo utilizado

    para assegurar a qualidade, empregar metas exequveis

    e que promovam o alcance de melhorias, selecionando

    ferramentas adequadas e necessrias para monitorar os

    avanos6.

    Portanto, para avaliar a qualidade da assistncia

    necessrio unir os conceitos e as definies gerais e

    traduzi-los em critrios operacionais. Indicadores de

    qualidade consistem em critrios indicadores3; outras

    definies de indicadores descrevem-nos como uma

    ferramenta gerencial para a mensurao, monitorao e

    a avaliao da qualidade e da produtividade dos servios7.

    Tais instrumentos, geralmente, so utilizados para avaliar

    a conformidade a um padro ou a conquista de metas

    de qualidade, oferecendo tambm uma medida especfica

    e quantificvel das expectativas de satisfao dos

    clientes8.

    A uti l idade dos indicadores pode estar

    relacionada a vrios fatores, dentre eles: obteno de

    dados para anlise, avaliao da efetividade de aes de

    melhoria, o desempenho obtido pelos processos

    utilizados, o grau de satisfao dos clientes internos e

    externos e retro alimentao do planejamento

    estratgico8.

    A utilizao de indicadores em gesto, assim

    como em outras reas de trabalho, vem sendo cada vez

    mais difundida. Esta difuso permite o estabelecimento

    de padres e facilidade na anlise das tendncias ao longo

    do tempo, tornando a gesto mais objetiva, pois permite

    ao profissional monitorar com mais eficcia os eventos,

    alm de fornecer informaes para correes, quando

    necessrias7. Atualmente as instituies de sade tanto

    pblicas como privadas esto demonstrando interesse

    em melhorar a qualidade do servio prestado, desta forma

    esto implantando vrias formas de mensurar esta

    qualidade9. Evidencia-se, portanto, a necessidade e o

    quo positiva ser a utilizao de indicadores em CME,

    considerando-se que a qualidade do servio ser

    monitorada, podendo sofrer mudanas peridicas visando

    melhorias contnuas.

    Avedis Donabedian10 desenvolveu um quadro

    conceitual, fundamental para o entendimento da avaliao

    de qualidade em sade, a partir dos conceitos de

    estrutura, processo e resultados, classicamente

    considerados uma trade. Os indicadores tambm podem

    ser classificados segundo essa trade, pois as avaliaes

    estruturais sero referentes capacidade presumida de

    provedores, recursos humanos e materiais, possibilitando

    que se efetue uma assistncia sade mais qualificada.

    As avaliaes de resultado consistem na verificao da

    frequncia em que o evento acontece. Atravs desses

    resultados possvel estimar os fatores de risco que

    17Uso de indicadores em centro de material e esterilizao em um hospital de ensino 2011 janeiro-junho; 5(1):16-23

  • determinam a qualidade do trabalho, assim como,

    submeter esses fatores a estudos intervencionais.

    Avaliaes processuais de desempenho incluem aes

    de comunicao, acessibilidade, educao, investigao,

    prescries, intervenes clnicas entre outras. Os trs

    grupos se complementam e devem ser utilizados

    conjuntamente, com vistas a obteno de um melhor

    resultado11.

    Para que um indicador seja utilizado de forma

    efetiva na tomada de deciso, necessrio compreend-

    lo em todas as suas dimenses, considerando-se,

    portanto: seu numerador, denominador, o objetivo da

    mensurao e qual sua fidedignidade. O uso de apenas

    um indicador de forma isolada, dificilmente ser capaz de

    demonstrar os fatos reais, mas a utilizao de um grupo

    de indicadores retratar melhor a realidade situacional. A

    contextualizao adequada no tempo e espao deve ser

    feita para evitar concluses precipitadas, ou at mesmo

    aes inadequadas. Diante desse propsito, os dados

    coletados devem ser trabalhados de forma a permitirem

    a obteno de todas as informaes necessrias, o que

    permitir tambm uma adequada avaliao do sistema

    de indicadores utilizados10.

    A implantao de forma satisfatria de um

    sistema de indicadores requer a definio do que ser

    mensurado, verificando a preconizao recomendada pela

    literatura cientfica ou dos indicadores adotados por outros

    setores em diferentes locais. Tambm, importante

    verificar a possibilidade de coleta de dados de forma fcil,

    validar o uso dos indicadores escolhidos para a realidade

    proposta, definir as pessoas responsveis pela coleta e a

    anlise, estabelecer a sistemtica de anlise e o

    monitoramento, alm de estabelecer mecanismos que

    garantam o uso dos indicadores para a tomada de deciso

    e mudanas das prticas habituais10.

    Como instrumento para a avaliao e a

    mensurao de metas de qualidade e resultados

    propostos no planejamento, os indicadores podem

    referenciar a monitorao da assistncia, a satisfao dos

    clientes e ainda monitorao das transaes comerciais8.

    Um dos fatores que normalmente dificultam a

    determinao dos processos que devem ser avaliados e

    monitorados em CME recai sobre a complexidade do

    reprocessamento dos artigos mdico-hospitalares e

    desconhecimento do trabalho com indicadores nesses

    setores6. Diante deste pensamento se props analisar

    os indicadores utilizados na unidade em estudo.

    OBJETIVOS

    Avaliar os indicadores de estrutura, processo e de

    resultado, utilizados em um Centro de Material e Esterilizao

    de um hospital de ensino, bem como verificar sua exequibilidade

    na gesto da produtividade e qualidade dos servios.

    MATERIAL E MTODOS

    Trata-se de um estudo descritivo, exploratrio,

    retrospectivo, com abordagem quantitativa, desenvolvido

    por meio da utilizao de registros, estatsticas e

    documentos, referentes ao processo de trabalho em CME

    de um hospital de ensino, cuja capacidade de 760

    leitos, localizado em uma cidade no interior paulista. O

    hospital centro de referncia e presta assistncia

    hospitalar e ambulatorial a vrias especialidades mdicas,

    perfazendo, em mdia, 2.500 internaes mensais e

    2.000 cirurgias/ms de pequeno, mdio e grande porte.

    O setor de CME do referido hospital abrange uma

    rea de 650 m, dividida em expurgo, rea de desinfeco,

    sala de dobradura de compressas, almoxarifado, preparo

    e armazenamento de material no estril, esterilizao e

    arsenal. O setor envolve o trabalho de 54 servidores,

    sendo 50 auxiliares de enfermagem, trs enfermeiros e

    um auxiliar de servios gerais. O funcionamento ocorre

    durante todo o dia e atende ao complexo hospitalar, o

    hemocentro e as reas ambulatoriais.

    O perodo da coleta de dados envolveu os meses

    de junho a setembro de 2009, aps aprovao do Comit

    de tica em Pesquisa (CEP), parecer n 322/2009, e a

    autorizao formal da instituio e da superviso de

    enfermagem da unidade investigada, conforme a

    resoluo 196/96 do Conselho Nacional de tica em

    Pesquisa (CONEP).

    Foram utilizados formulrios como instrumentos

    de coleta de dados, contendo quesitos estruturados para

    se elaborar os seguintes indicadores: ndice de

    treinamento de profissional de enfermagem, manuteno

    da autoclave, taxa de produo da autoclave, avaliao

    microbiolgica da bomba de vcuo e do processo de

    esterilizao a vapor saturado sob presso e taxa de

    18 Uso de indicadores em centro de material e esterilizao em um hospital de ensino2011 janeiro-junho; 5(1):16-23

  • acidente de trabalho envolvendo profissionais da rea

    de enfermagem.

    Sequencialmente esto apresentadas as

    avaliaes e as frmulas utilizadas para a coleta de dados.

    O ndice do indicador de treinamento de

    profissionais de enfermagem foi obtido mediante utilizao

    da equao proposta pelo Compromisso com a Qualidade

    Hospitalar (CQH)12.

    ndice de treinamento de profissionais de enfermagem =

    Os dados referentes aos treinamentos foram

    disponibilizados pelo Centro de Educao Permanente (CEP)

    e abrangeram o perodo de janeiro a dezembro de 2008.

    Taxa de produo da autoclave =

    Para o clculo da capacidade instalada

    considerou-se o tempo de cada ciclo de esterilizao da

    autoclave, calculado em 55 minutos, acrescido de mais

    20 minutos para a secagem do material, totalizando 75

    minutos. Aps, foi calculado quantos ciclos seriam

    possveis de serem realizados em 24h, e mensalmente,

    no perodo de agosto de 2008 a julho de 2009.

    Avaliao da bomba de vcuo =

    O controle do processo de esterilizao por vapor

    saturado sob presso se refere a eficcia do equipamento,

    o registro de seus parmetros, o teste de Bowie Dick e

    o uso de indicadores qumicos e biolgicos1.

    O teste de Bowie Dick avalia a eficcia do sistema

    a vcuo das autoclaves. A presena de ar ou de gases

    no-condensveis na cmara e/ou no interior dos pacotes

    forma uma barreira trmica, prejudicando a ao e

    penetrao do vapor na superfcie dos artigos, o que pode

    resultar em um ciclo falho de esterilizao. Preconiza-se o

    uso dirio desse teste no primeiro ciclo e tambm aps as

    manutenes preventivas e corretivas1. Os dados coletados

    foram referentes ao perodo de janeiro a dezembro de

    2008.

    Avaliao microbiolgica da esterilizao a vapor =

    O teste Biolgico tambm compe o controle do

    processo de esterilizao por vapor saturado, caracterizado

    por uma preparao padronizada de esporos bacterianos

    do Geobacillus stearothemophillus, utilizados para comprovar

    a morte bacteriana aps a esterilizao. A frequncia mnima

    indicada o uso semanal, porm, tambm indicada a

    frequncia diria, havendo recomendaes para o uso

    tambm em cargas que contenham materiais de

    implante1. Os dados coletados foram referentes ao

    perodo de janeiro a dezembro de 2008.

    Taxa de acidente de trabalho =

    Os dados das notificaes foram disponibilizados

    pelo Servio Especializado em Engenharia de Segurana

    e Medicina do Trabalho (SESMT), referentes ao ano de

    2008 e o nmero de funcionrios da equipe de

    enfermagem composta por 53 pessoas.

    Os acidentes de trajetos no foram includos na

    taxa de acidente de trabalho de profissionais de

    enfermagem, segundo o Manual de Indicadores de

    Enfermagem (NAGEH)11.

    Aps a coleta de dados foi construdo um banco

    de dados no Excel Microsoft 2003, procedeu-se o

    tratamento em nmeros absolutos, mdia e percentual,

    e aps, apresentados sob a forma de figuras e tabelas.

    RESULTADOS

    Para a apresentao dos resultados obedeceu-

    se a trade de Donabedian, cujos indicadores englobaram

    a estrutura, o processo e os resultados, obtidos no CME.

    Indicador de estrutura

    ndice de treinamento de profissionais de enfermagem

    Os treinamentos foram divididos em: geral,

    destinado a todos os servidores da enfermagem do

    19Uso de indicadores em centro de material e esterilizao em um hospital de ensino 2011 janeiro-junho; 5(1):16-23

  • Foram utilizadas 62 operaes para o servio de

    manuteno no CME durante o perodo investigado,

    sendo que a manuteno preventiva representou 62,9%

    (39) e a corretiva 37,1% (23).

    As autoclaves com maior frequncia de

    manuteno corretiva foram as autoclaves B e C,

    totalizando sete cada uma e menor nmero de

    manuteno preventiva. Enquanto, as que tiveram maior

    nmero de manuteno preventiva, D e E, apresentaram

    menor necessidade de manuteno corretiva.

    As principais causas de manuteno corretiva

    foram associadas a vazamento, totalizando 8 (34,78%)

    reparos, enquanto na manuteno preventiva 19

    (48,72%) no apresentaram problemas. As autoclaves

    identificadas como no estando em conformidade

    relacionaram-se a necessidade de reaperto dos contatos

    eltricos e a troca de peas da bomba de vcuo,

    perfazendo um total de 5 (12,82%) para cada uma delas.

    Produo da autoclave

    Tabela 3 Distribuio do total de ciclos/ms das autoclaves quanto capacidade utilizada e instalada, no perodo de agosto de 2008 a julho de2009

    Ms A B C D E Total CU Total CI %Ago/08 185 248 180 239 431 1283 2976 43,10Set/08 37 220 203 381 389 1230 2880 42,70Out/08 9 177 0 0 0 186 2976 6,25Nov/08 0 202 205 381 370 1158 2880 40,20Dez/08 6 176 141 282 325 930 2976 31,25Jan/09 0 172 199 308 230 909 2976 30,50Fev/09 49 192 139 357 346 1083 2688 40,30Mar/09 147 213 37 402 376 1175 2976 39,50Abr/09 79 153 39 346 321 938 2880 32,60Mai/09 18 119 110 239 229 715 2976 24,00Jun/09 49 230 224 351 337 1191 2880 41,40Jul/09 15 223 218 363 376 1195 2976 40,15

    CU 594 2325 1695 3649 3730 11993CI 7008 7008 7008 7008 7008 35040 35040% 8,5 33,2 24,2 52,1 53,2 34,2 100

    *CU capacidade utilizada; CI capacidade instalada.

    O CME obteve sua maior produo/utilizao das

    autoclaves no ms de agosto, totalizando um nmero

    de 1.283 ciclos (43,10%) e em outubro o de menor

    frequncia, alcanando apenas 186 ciclos (6,25%).

    Em relao produo de cada um dos cinco

    equipamentos da unidade, observou-se que a autoclave

    A foi utilizada somente 8,5% (n=594) do total de sua

    capacidade, e a que apresentou maior produo/utilizao

    foi a autoclave E (53,2%), totalizando (n=3730). A mdia

    de uti l izao das autoclaves obtida no estudo

    correspondeu a 34,2%.

    hospital; especfico, direcionado aos servidores do bloco

    cirrgico, conforme apresentado na Tabela 1.

    Tabela 1 - Demonstrativo da participao dos servidores do CME em treinamentos,no perodo de janeiro a dezembro de 2008

    Ms Tipo de Treinamento Horas Setores Partici- %pantes

    GeralFevereiro Reciclagem de papel 1 43 43 100,0

    Maro Indicador de quedas 1 43 0 0Abril Preveno de acidente de trabalho 1 42 42 100,0Maio Preveno de infeco 1 43 34 79,0Junho lcera por presso 1 42 7 16,7

    Agosto Processo de enfermagem e anotaes 1 45 12 26,7Setembro Cuidados com dietas enterais

    e parenterais 1 43 0 0Outubro Indicadores de flebite 1 47 46 97,9

    Novembro Passagem de planto 1 47 34 72,3Especfico

    Fevereiro Indicador de qualidade na assistncia 1 3 3 100,0Maro Liderana Servidora 1 2 2 100,0Abril Limpeza da sala cirrgica 1 42 26 61,9Abril Atualizao em quimioterapia 1 3 2 66,7Maio Escovao da mos 1 43 40 93,0Maio Equipamentos: Cusa e Midas 1 43 33 74,7Maio Fixao segura em cateter 1 43 4 9,3

    Setembro Degermao da pele 1 43 11 25,6Outubro Motores Strike 1 47 45 95,7

    T O T A L 18 664 384 57,8

    Observa-se pelos dados especificados na Tabela 1

    que, dos 664 servidores esperados para os treinamentos

    oferecidos pelo hospital, apenas 57,8% (384) das pessoas

    participaram. Dessa forma, o indicador de horas de treinamento

    por funcionrio foi de, aproximadamente, 3,7 horas.

    Indicador de processo

    As cinc