A IMPORTÂNCIA DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA … · Nome do autor TÍTULO DO PROJETO ......

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Nome do autor TÍTULO DO PROJETO Projeto de pesquisa apresentado ao prof. ___________ como requisito parcial para a obtenção de nota na disciplina ___________do curso de ___________ das Faculdades Integradas de Patos FIP. Orientador(a): PatosAnoano Pró-Reitoria de Graduação Curso de (Educação Física) Projeto de Pesquisa TCC II A IMPORTÂNCIA DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA COM CONHECIMENTO EM LIBRAS NA INCLUSÃO DO ALUNO SURDO Autores: Tiago Lopes Vianna; Esdras Coutinho; Samuel Henrique F. Aruaste. Orientador: Prof. Dr. Elvio Marcos Boato. Brasília - DF 2014

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Nome do autor

TÍTULO DO PROJETO

Projeto de pesquisa apresentado ao prof. ___________ como requisito parcial para a obtenção de nota na disciplina ___________do curso de ___________ das Faculdades Integradas de Patos – FIP. Orientador(a):

PatosAnoano

Pró-Reitoria de Graduação Curso de (Educação Física)

Projeto de Pesquisa – TCC II

A IMPORTÂNCIA DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA

COM CONHECIMENTO EM LIBRAS NA INCLUSÃO DO ALUNO SURDO

Autores: Tiago Lopes Vianna; Esdras Coutinho; Samuel Henrique F. Aruaste.

Orientador: Prof. Dr. Elvio Marcos Boato.

Brasília - DF 2014

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Tiago Lopes Vianna; Esdras Coutinho; Samuel Henrique F. Aruaste.

A IMPORTÂNCIA DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA

COM CONHECIMENTO EM LIBRAS NA INCLUSÃO DO

ALUNO SURDO

Artigo apresentado ao curso de graduação em Educação Física da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do título de licenciado em Educação Física. Orientador: Prof. Dr. Elvio Marcos Boato

Brasília DF 2014

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Artigo de autoria de Tiago Lopes Vianna; Esdras Coutinho C. da Silva;

Samuel Henrique F. Aruaste, intitulado “A importância do professor de

educação física com conhecimento em LIBRAS na inclusão do aluno surdo”,

apresentado como requisito parcial para obtenção de grau de Licenciado em

Educação Física da Universidade Católica de Brasília, em 14 de junho de 2014,

defendido e aprovado pela banca examinadora abaixo assinada:

Prof. Dr. Elvio Marcos Boato

Orientador

Faculdade de Educação Física

Universidade Católica de Brasília – UCB

Prof.ª Drª. Tânia Mara Vieira Sampaio

Faculdade de Educação Física

Universidade Católica de Brasília – UCB

Brasília – DF

2014

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus, por nos dar forças e paciência nas horas de

dificuldades e principalmente pela perseverança em nossos espíritos para seguirmos

no lado certo e grandioso da vida.

Agradecemos ao nosso professor orientador Dr. Elvio Marcos Boato, pelo

grande carisma, encorajamento, energia e paciência que nos dedicou nos momentos

de dúvidas.

Agradecemos as nossas Mães, pois sem elas nada seríamos e elas são nada

mais do que nossos verdadeiros “Anjos da Guarda” nesta vida terrena e que sempre

nos impulsiona sempre pra frente.

“Tudo o que não nos destrói, torna-nos mais fortes”.

- Friedrich Nietzsche.

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RESUMO

Este trabalho, elaborado por meio de uma revisão de literatura, relata a falta de professores de Educação física, devidamente preparados para atender os alunos surdos. A surdez afeta de forma negativa a percepção espaço-temporal, a noção de ritmo e equilíbrio, dificultando a comunicação e criando uma situação de isolamento social.

O objetivo deste trabalho é de apresentar a importância do professor de Educação Física com conhecimento em LIBRAS na inclusão do aluno com surdez, tendo a própria educação física o papel de oportunizar o desenvolvimento das capacidades motoras dentro da individualidade biológica do aluno surdo em aulas que proporcionem o desenvolvimento das capacidades motoras e sociais.

Conclui-se que a literatura científica encontrada, evidencia o pouco material que correlacione Educação Física com surdez e inclusão. Demonstra que o curso de educação física possui uma matriz curricular deficiente na formação e capacitação dos profissionais desta área do conhecimento. Sendo assim papel do profissional de educação Física de se capacitar para conscientizar a população sobre as questões da surdez e de uma educação inclusiva e transformadora.

Palavras Chaves: Educação Física; surdez; LIBRAS; inclusão.

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1. INTRODUÇÃO

A evolução das ideias e práticas relativas aos serviços para pessoas com

deficiência e, a inserção escolar, colocam inúmeras questões aos educadores,

especialistas. Para Mazzotta (2003), no Brasil, é grande a falta de atendimento

adequado às necessidades escolares de crianças com dificuldades de

aprendizagem, capaz de diminuir o índice de evasão e repetência escolar.

Conforme Mantoan (1997), os desafios a enfrentar, com relação à inclusão

educacional, são inúmeros e toda e qualquer investida no sentido de ministrar um

ensino especializado aos alunos dependem de se ultrapassarem as condições

atuais de estruturação do ensino escolar para deficientes. Com relação à Educação

Física, com o passar dos tempos, houve uma evolução no sentido de melhorar a

prática pedagógica que supre as necessidades de pessoas com deficiências,

especificadas com definições distintas para o mesmo termo, que passou a ser

denominada EF Adaptada, que, conforme Winnick (2004, p. 04).

[...] é uma área da educação Física que tem como objeto de estudo a motricidade humana para pessoas com necessidades educativas especiais, adequando metodologias de ensino para o atendimento às características de cada portador de deficiência, respeitando suas diferenças individuais.

No que se refere à surdez, que atinge um elevado número de brasileiros,

ainda são poucos os estabelecimentos de ensino e os professores devidamente

preparados para recebê-los. Caracterizada como a perda parcial ou total da

capacidade de conduzir ou perceber sinais sonoros, a surdez pode ser classificada

de acordo com a gravidade da perda auditiva, o local da lesão ou a época em que

surgiu. Para os profissionais de educação física, é cabido lembrar que a surdez pode

afetar de forma negativa a percepção espaço-temporal, a noção de ritmo e equilíbrio,

especialmente nos casos de lesões no ouvido interno, fatores que podem ser

amenizados a partir de um atendimento especializado e adequado a cada aluno.

Ainda há que se ressaltar a necessidade de explorar vias diferenciadas para

garantir a eficiência da comunicação, tais como estímulos visuais e sinestésicos,

além da expressão facial e corporal. Por fim, a educação em grupos deve ser

estimulada, uma vez que as pessoas surdas, especialmente pelas suas dificuldades

na comunicação, se veem normalmente em uma situação de isolamento social.

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Considerando essas questões, o objetivo desse trabalho foi apresentar a

importância do professor de educação física com conhecimento em LIBRAS, na

inclusão do aluno com surdez.

2. METODOLOGIA

Este trabalho foi desenvolvido por meio de uma revisão bibliográfica que

segundo Martins e Pinto (2001) é uma técnica de pesquisa que procura explicar e

discutir um tema com base em referências teóricas publicadas em livros, revistas,

periódicos, entre outros. Busca também conhecer e analisar conteúdos científicos

sobre determinados temas.

Para a coleta de dados foi analisado a produção científica sobre a surdez e a

inclusão de alunos surdos e a importância do professor de Educação Física com

conhecimento em LIBRAS.

A identificação das fontes foi realizada em livros e com uma revisão dos

trabalhos relacionados ao tema publicados no período de 1986 a 2013 nos bancos

de dados bibliográficos Scielo, Lilacs e Artmed.

Durante a pesquisa, foram encontrados e analisados sete artigos, seis livros e

duas leis referentes ao ensino especial e a língua brasileira de sinais (LIBRAS).

3. REVISÃO DE LITERATURA

A Classificação Internacional de funcionalidade da Organização Mundial de

Saúde (OMS), segundo Cidade e Freitas (2002), considera a pessoa de acordo com

sua relação com o meio, isto é, uma pessoa com deficiência, dependendo de

condições de acesso físico, social e psicológico, pode ter ou não barreira que

interferem em sua autonomia plena. Ainda quando existe o impedimento, quer dizer,

uma perda ou anormalidades das funções sejam anatômica, fisiológica e psicológica.

Assim, a OMS ressalta a deficiência como restrição ou perda, resultante do

impedimento, para desenvolver habilidades consideradas normais para o ser

humano.

Já o Decreto nº 914 de 06 de setembro de 1993 reza, no Art. 3º que pessoa

com deficiência é aquela que apresenta, em caráter permanente, perdas ou

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anormalidades de sua estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica, que

gerem incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado

normal para o ser humano (BRASIL, Lei nº 8028/1990).

Complementando esses conceitos, é importante ressaltar que deficiência é

um desenvolvimento insuficiente, em termos globais, ou específicos, ou um déficit

intelectual, físico, visual, auditivo ou múltiplo.

3.1 SURDEZ

A surdez é um problema sensorial não visível, que acarreta dificuldades na

detecção e percepção dos sons e traz sérias consequências para o indivíduo. A

presença de qualquer alteração na primeira infância acarreta comprometimento no

desenvolvimento da criança como um todo: aspectos cognitivos, linguísticos, sociais

e culturais. Para haver a classificação deve se considerar quanto à localização, pois

a perda auditiva pode estar localizada no ouvido externo (condutivas) e ouvido

interno (neurossensorial), assim podendo ser unilateral ou bilateral.

Quanto ao grau de perda, a surdez pode ser, leve, moderada,

moderadamente severa, severa e Profunda.

Já com relação às causas da surdez, teríamos as causas pré-natais, como

rubéola congênita, hereditariedade e fatores genéticos e as causas pós-natais como

baixo peso, hiperbilirrubinemia, otoxidade, anóxia perinatal e meningite, entre outras.

3.2 EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO

Zacarias (2010), diz que a educação física, através de dados da história no

seu âmbito escolar, passou por muitas mudanças, porque era uma disciplina que a

própria escola excluía, por não possuir um objetivo que desenvolvesse o aspecto

intelectual do aluno. O autor também afirma que durante um longo período escolar a

educação física foi uma disciplina que somente valorizava os alunos com maiores

habilidades, onde as pessoas com deficiência, com limitação motora, física,

intelectual ou sensorial ficavam de fora das práticas. Muitas vezes não eram apenas

os deficientes, mas também alunos que não tinham as habilidades necessárias para

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o desenvolvimento no esporte. O artigo também relata que com o passar do tempo

surgiram novas visões de nível pedagógico no desenvolvimento da educação física

escolar e assim surgiram novos posicionamentos na cultura do movimento onde

todos devem ter a oportunidade de desenvolver suas capacidades motoras na sua

individualidade biológica.

Considerando que a Educação Física como uma matriz curricular esta não

poderia ficar indiferente ou neutra na face da inclusão dos alunos com deficiências

em salas regulares de ensino.

Zacarias, 2010 (apud Cidade e Freitas, 2009, p. 32) ressalta que:

A educação física na escola se constitui em uma grande área de adaptação ao permitir a participação de crianças e jovens em atividades físicas adequadas as suas possibilidades, proporcionando que sejam valorizados e se integrem num mesmo mundo.

Assim, o programa de Educação Física quando adaptado ao aluno com

deficiência, possibilita ao mesmo a compreensão de suas limitações e capacidades,

auxiliando-o na busca de uma melhor adaptação. Dessa forma é possível perceber a

importância de um profissional da Educação Física que compreenda as diferenças

entre todos os seus alunos, com deficiências ou não, para que possa planejar

atividades que proporcionem o desenvolvimento de suas capacidades, com novas

possibilidades.

3.3 O PAPEL DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA INCLUSÃO

De acordo com Soler (2009) o papel do professor de Educação Física na

inclusão, como em qualquer outra modalidade de ensino, é o de criar desequilíbrios,

apresentando a seu aluno o novo e o desconhecido, pois diante do desafio, a

criança tende a assimilar o conhecimento, utilizando os recursos motores e mentais

que possui. Provocar desequilíbrios, porém, não é deixar a criança à deriva, ela deve

poder estabelecer uma ligação entre o conhecido e o desconhecido. É fundamental

que o professor atue como mediador entre o conhecimento e o educando sempre

dando espaço para a reflexão: fazer, e muito mais importante do que isto,

compreender o que fez.

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Soler (2009), afirma que o professor deve sempre começar pela sequência

pedagógica, indo do mais fácil para o mais difícil. Aos poucos vai se incorporando

novos elementos para aumentar os estímulos e, dessa forma, aumentando o novo

conhecimento adquirido pela criança. Quando o grupo já executa o movimento de

forma automática é hora de se causar um novo desequilíbrio. A cada novo

desequilíbrio, podemos dizer que o grupo evolui e a aprendizagem se torna

significativa.

Dentro da Educação Física Escolar, consideramos três aspectos do ser

humano: Sócio-afetivo, Cognitivo e Motor. Porém o ser humano é uno e o

desenvolvimento desses campos acontece simultaneamente e a todo o momento,

dentro ou fora da sala de aula, com ou sem a intervenção de algum facilitador para

conduzir o processo de aprendizagem. Por isso, o professor deve buscar identificar,

em suas aulas, quais as necessidades e capacidades de cada pessoa, e com isso

procurar potencializar sua autonomia e independência.

O professor durante a atividade deve observar cada aluno e descobrir suas

necessidades, e a partir daí, planejar suas aulas. É muito importante que os alunos

se sintam desafiados e estimulados a aprender cada vez mais. Assim, o professor

deve estar atento a alguns procedimentos que são imprescindíveis à Educação

Física Inclusiva, conforme aponta Soler (2009, p. 107). Para o autor é preciso

elaborar um projeto que contemple todas as diferenças e, para isso é necessário:

Conhecer o grupo de crianças, notar suas necessidades, e a partir daí planejar. Elevar gradativamente o grau de dificuldade das atividades. Sempre demonstrar o exercício ou atividade, para que a criança possa ter uma visão global da tarefa a cumprir. Evitar explicações complicadas e extensas ao iniciar. Elogiar o acerto, mas nunca enfatizar o erro. Sempre, ao final da atividade, avalia-la, e se preciso transforma-la. Conversar com todos os interessados (pais e pessoas que trabalhem com você), a respeito de sua conduta pedagógica. Nunca improvise, planeje sempre. Manter-se sempre atualizado, e, se possível, aprofunde-se no assunto, recorrendo à bibliografia existente. Registrar sempre as aulas, com fotos, filmagens e anotações, pois é uma ótima forma de avaliar o progresso.

A participação do aluno com deficiência nas aulas de Educação Física é muito

importante para que ele desenvolva suas capacidades perceptivas, afetivas, de

inclusão, favorecendo sua autonomia, criticidade e independência. Em função disso

Soler (2009) sugere que a educação física escolar deva criar um programa para que

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todas as diferenças possam estar dentro de uma mesma aula. Isto deve acontecer

por muitos motivos, mas o principal é a necessidade de a criança criar, diversificar e

ampliar sua bagagem motora.

Rosadas (1986) considera que sem um programa de atividade física

cientificamente elaborado, crianças com deficiências, ou não, estarão totalmente

sujeitas aos problemas da civilização moderna regida pelo sedentarismo.

4. LIBRAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA

No Brasil foi adotada a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como primeira

língua das pessoas surdas. Assim, o Capítulo II no art. 3 do decreto nº 5.626 de 22

de dezembro de 2005 obriga os cursos de formação de professores a terem em seus

currículos a disciplina de Libras, fato que vem ressaltar a importância da formação

do professor para trabalhar com a diversidade escolar (BRASIL, Lei nº 10.436/2002).

Diante disto, percebe-se a necessidade do professor compreender a língua de

sinais, pois é o meio principal de comunicação de pessoas surdas, sendo assim um

meio de compreensão entre professor e aluno. Além de ser considerada por lei como

primeira língua a linguagem de sinais e a segunda língua o idioma de seu país no

caso a língua portuguesa.

Considerando que aulas de Educação Física proporcionam a socialização

entre alunos surdos e ouvintes por meio de atividades esportivas, onde o aluno

surdo consegue expressar-se mais facilmente e se sentir aceito pelos outros alunos.

Mas, sabendo que o professor de Educação Física é o principal responsável pela

veiculação desse canal de comunicação entre alunos surdos e ouvintes, é muito

importante sua conscientização com relação à utilização da Linguagem Brasileira de

Sinais (LIBRAS).

Porém, Monteiro (2006) diz que por muitos anos, os próprios surdos não

compreenderam a importância da comunicação através da Língua Brasileira de

Sinais (LIBRAS), para o processo de construção de sua identidade cultural, bem

como para o desenvolvimento de sua cognição e linguagem.

A LIBRAS tem um papel fundamental dentro das aulas da Educação Física

Escolar, pois funciona como um mecanismo linguístico e traz assim a compreensão

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entre professor e o aluno surdo, facilitando, dessa forma, o processo de ensino-

aprendizagem, assim possibilitando que tanto o professor quanto o aluno possam

expressar-se e se compreender dentro da proposta pedagógica apresentada nas

aulas pelo professor de Educação Física.

De acordo com Strapasson (2006), a Educação Física para surdos deve ter

demonstrações práticas das atividades, devendo o professor ter noção de LIBRAS,

falando sempre de frente para o aluno e devagar para que o mesmo possa fazer a

leitura labial, podendo o professor utilizar-se de objetos para chamar a atenção do

aluno como bandeiras ou sinais visuais ao invés de apitos.

Corroborando com essa questão, Fávero, Zacaro e Pimentel (2001) propõe

um modelo de educação ofertada ao aluno surdo que seja bilíngue onde a primeira

linguagem deste seja a LIBRAS e a segunda linguagem a Oral, não sendo esta

obrigatória.

Em relação à falta de professores de Educação Física capacitados em

LIBRAS para atender ao ensino especial se deve, por saber-se que muitos dos

professores hoje atuantes nas escolas, não receberam em sua formação conteúdos

e ou assuntos pertinentes a Educação Física Adaptada ou a inclusão dentro da

escola de acordo com Cidade e Freitas (2002).

No artigo de Cidade e Freitas (2002) se fala da falta de estrutura das escolas

para receber os alunos com deficiências. E os próprios professores não se sentem

preparados para atender de forma adequada.

O que é um tanto contraditório, pois a educação especial é conhecida já há

bastante tempo no Brasil.

Mantoan (2012), relata em seu trabalho que o poder público assumiu a

educação especial desde 1957, onde foram criadas campanhas na época que se

destinavam especificamente para o atendimento de cada uma das deficiências. A

autora também fala que no mesmo ano das campanhas, instituiu-se a Campanha

para a Educação do Surdo Brasileiro – CESB, seguida da instalação do Instituto

Nacional de Educação de Surdos – INES, que até hoje existe segundo afirmação da

autora, e situa-se na cidade do Rio de Janeiro.

Monteiro (2006), faz um relato de todo o movimento histórico no Brasil da

comunidade surda e toda sua trajetória de lutas e vitórias.

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Em um estudo realizado na cidade de Lins-SP, realizada pelo curso de pós-

graduação do UNISALESIANO no ano de 2010, fala sobre a formação dos

acadêmicos do curso de educação física, pesquisa realizada com 35 acadêmicos do

curso de educação física com faixa etária de 21 anos até 35 anos de idade,

composto por homens e mulheres jovens, foi avaliado por meio de questionário

qualitativo onde foi constatado que a maioria da amostra prefere a área de atuação

do Bacharelado e a Licenciatura foi uma minoria e apenas dois alunos se

interessaram pela área de Ed. Física Adaptada.

Portanto o próprio curso de Ed. Física deixa a desejar na qualidade da

graduação, no quesito motivação e oferta de cursos atrativos da área de educação

inclusiva o que deixa o mercado desfalcado de profissionais capacitados desta área.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No processo de pesquisa deste artigo nos deparamos com a escassez

de artigos específicos publicados que correlacionem à educação física com a

educação inclusiva de surdos. Ambos os assuntos, surdez e educação,

somente foram encontrados de maneira separada.

Mesmo com a criação de leis específicas que garantam o direito do

aluno com deficiência a uma educação de qualidade e especifica de acordo

com a singularidade de sua deficiência. Não foi encontrado nesta pesquisa

nenhum trabalho que colaborasse com a formação acadêmica da área

inclusiva do curso de Educação Física, tanto da habilitação de Bacharelado

como da Licenciatura.

Foram encontrados fatos que contribuem de forma contrária e que

comprovam a deficiência do curso na área de Educação Física Adaptada, o

desinteresse que as instituições de nível superior demonstram. Não somente

na área de educação especial, mas na educação física escolar como um

todo, as universidades e faculdades se focam em grande proporção em

somente salientar a área de Bacharelado e que a mesma é a mais lucrativa

de forma financeira.

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No próprio curso de educação física deveria ser ofertado mais do que

uma disciplina de educação física adaptada, este trabalho salientou em

nossas mentes a falta de uma grade optativa de disciplinas de

aprofundamento acadêmico, que elevassem o preparo na área da educação

inclusiva e ou adaptada, tanto para o Bacharelado como para a Licenciatura

em educação Física.

O aluno surdo já passa por vários problemas em sua vida devido à

deficiência, afetado desde o seu convívio familiar, a interação social,

processo de aprendizagem, problemas se saúde relacionados à surdez e

problemas emocionais que são acarretados devido ao preconceito e à falta

de conseguir se expressar.

Desta forma professor de Educação Física tem o dever e a função de

se especializar como também é possuidor do papel de informar e

conscientizar as pessoas que convivem ou não com jovens ou adultos surdos

a fim de melhor atendê-los e ofertar um serviço de qualidade e receptivo

dentro do ambiente da sua atuação profissional.

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6. REFERÊNCIAS

BRASIL. Regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre

a Língua Brasileira de Sinais – Libras, e o art. 18 da Lei nº 10098, de 19 de

dezembro de 2000.

BRASIL. Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de

Deficiência. Lei nº 8028 de 12 de abril de 1990, Decreto nº 914, Art. 3º de 6 de

setembro de 1993.

CIDADE, R.E.; FREITAS, P.S. Educação física e inclusão: Considerações para a

prática pedagógica na escola, 2002. Disponível em:<http//www.rc.unesp.br>. Acesso

em: 20 de nov. de 2013.

FÁVERO, G. A.; ZACARO, H. I. S; PIMENTEL JR, M. J. I Conferência dos Direitos e Cidadania dos Surdos do Estado de São Paulo (Condicisur). Revista FENEIS. São Paulo, n. 11, p. 8, 2001. MANTOAN, T.E. A educação especial no Brasil – Da exclusão a inclusão escolar.

LEPED/Unicamp, 2012.

_______ A integração de pessoas com deficiências: Contribuições para uma

reflexão sobre o tema. 1997.

MARTINS, G. A e PINTO, R.L. Manual para elaboração de trabalhos acadêmicos.

São Paulo: Atlas. 2001.

MAZZOTTA, M.J.S. Deficiência escolar e necessidades especiais. Educação ON-

LINE, São Paulo, 2003.

MONTEIRO, M. S. ETD - Educação Temática Digital. Campinas, v.7, n.2, p. 294,

Jun. 2006.

ROSADAS, S.C. Educação física para deficientes. Rio de Janeiro.

Livraria Atheneu, 1986.

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SOLER, R. “Educação física inclusiva na escola: em busca de uma escola plural.” Rio de Janeiro: Sprint, 2009 – 2ª edição, p. 107. STRAPASSON, A. Apostila de Educação Física para Pessoas com Deficiência, da Faculdade de Pato Branco. Pato Branco, Paraná, FADEP, 2006/2007. VALVERDE, R.L “Relatos de professores sobre as mudanças metodológicas em uma escola para deficientes auditivos.” São Paulo, PUC-SP. Mestrado, 1992. WINNICK, J. P; SHORT, F. X; LIVIERMAN, L. J; HOUSTON-WILSON, C. “Educação Física e Esportes Adaptados”. Barueri, São Paulo. Manole 3ª ed. (2004). ZACARIAS, I.N. A formação do acadêmico no quarto ano do curso de educação

física para atuar em escolas com deficientes incluídos. UNISALESIANO, Lins,

SP, 2010.

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