A IMPOSTURA DA NOSSA HISTÓRIA. Por = Nataniel Sanhá

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Nataniel Sanhá [email protected] A IMPOSTURA DA NOSSA HISTÓRIA. Por = Nataniel Sanhá Um dos objetivos da história história humana, é entender o processo pelo qual os seres humanos passaram até chegar ao estágio atual de suas vidas. Por conseguinte, acho que a de Guiné-Bissau não está isento desses desígnios. 24 de Setembro de 1973 à 24 de Setembro de 2013, já lá vão 40 anos da independência da nossa querida e amada pátria (Guiné-Bissau), depois de muitos séculos de colonização abusiva dos colonialistas e fascistas portugueses e apos de mais de uma década de sacrifícios e luta. Primeiramente, em 24 de Setembro de 1973, foi proclamada unilateralmente pelos combatente do PAIGC (Partido Africano para independência da Guiné e Cabo Verde), e um ano depois, as autoridades política portuguesa reconheceram a existência do Estado guineense como um Estado soberano e independente, como também a Organização das Nações Unidas ONU, isto em 10 de Setembro de 1974. O partido guineense, PAIGC, Partido Africano para independência da Guiné e Cabo Verde, é denominado por essa nomenclatura por ter desencadeado a revolução política e armada contra o colonialismo em toda África, e principalmente para independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde, assim como apoiou de forma incondicional e incalculável para

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Nataniel Sanhá

[email protected]

A IMPOSTURA DA NOSSA HISTÓRIA.

Por = Nataniel Sanhá

Um dos objetivos da história história humana, é entender o processo pelo

qual os seres humanos passaram até chegar ao estágio atual de suas vidas.

Por conseguinte, acho que a de Guiné-Bissau não está isento desses

desígnios.

24 de Setembro de 1973 à 24 de Setembro de 2013, já lá vão 40 anos da

independência da nossa querida e amada pátria (Guiné-Bissau), depois de

muitos séculos de colonização abusiva dos colonialistas e fascistas

portugueses e apos de mais de uma década de sacrifícios e luta.

Primeiramente, em 24 de Setembro de 1973, foi proclamada

unilateralmente pelos combatente do PAIGC (Partido Africano para

independência da Guiné e Cabo Verde), e um ano depois, as autoridades

política portuguesa reconheceram a existência do Estado guineense como

um Estado soberano e independente, como também a Organização das

Nações Unidas ONU, isto em 10 de Setembro de 1974.

O partido guineense, PAIGC, Partido Africano para independência da

Guiné e Cabo Verde, é denominado por essa nomenclatura por ter

desencadeado a revolução política e armada contra o colonialismo em

toda África, e principalmente para independência da Guiné-Bissau e Cabo

Verde, assim como apoiou de forma incondicional e incalculável para

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libertação de muitos países africano, por exemplo: Angola, Moçambique,

São Tome e príncipe, África do sul, contra regime apartheid, …

Nessa altura, a nossa pátria é trivialmente conhecida por um pais pequeno

no tamanho, mas grande em fama. Isso, devido a coragem, persistência e

abnegação do nosso heroico povo em lutar para tornar o nosso pais,

nosso povo e nosso continente livre de qualquer dominação estrangeira.

Entretanto, hoje em Bissau, são tantas as pessoas que vangloriam com

protagonismo de serem combatentes e militantes leais e genuínos do

PAIGC, querendo dispor ao esquecimento da memória da nossa linda e

gloriosa história, os nossos reais combatentes pela liberdade do nosso

povo.

Claro que não tem um registo apurado da nossa história, porém, de pouco

que se tem registado ou que se tem orado, já é bem evidente a falsidade

nela, excluindo e sonegando muitos factos dos nossos reais combatentes.

Senão vejamos:

No pouco registo e também o que é transmitido oralmente sobre a nossa

história da luta armada na província norte, por exemplo (zona que

conheço bem, por ser a província da proveniência dos meus pais e da

povoação da minha família), em nenhum paragrafo ou discurso consta

alguma coisa sobre MAMASALIU (Nborka) em Bissorã, TONGNA em

Mansoa, BESNA em Bissorã, e tantos outros que ouvia nas narrativas do

meu pai e dos meus tios sobre a luta de libertação.

O que mais me magoa com a situação daqueles que foram verdadeiros

combatentes e militantes do PAIGC, por estão sendo jogados para

esquecimento com todos os seus feitos heroicos.

Besna, era um combatente muito corajoso e determinante para ver o seu

povo livre do jugo colonial, por isso, fazia de tudo para causar derrota e

desespero aos colonialistas portugueses, para que arrependam e

deixassem de explorar o nosso povo sem consentimento desse.

Por isso, revelou-se por execução com grandes êxitos as missões muito

arriscadas. Finalmente, suicidou-se numa ataque suicida, carregando

dinamites no seu corpo que explodiu a jangada que ligava Barro, uma

secção de Bissorã, com sector de Bigene, facilitando a circulação das

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milícias dos colonialistas nessa região para se reforçarem, por isso tornou

se difícil a conquista dessa zona, por parte dos guerrilheiros do PAIGC.

Sobre Mamasaliu, ouvi tanto da sua história, pois o meu pai tanto me

falava dele. Uma vez, Mamamsalio, estava indo para sua morança, na

tabanca de Quere, secção de Encheia, no caminho foi capturado por

milícias portugueses. Estes, por tanta raiva que tinham contra Mamasaliu,

por muitas desgraças que lhes causou, pela sua coragem e a sua

incansável habilidade no combate, não hesitaram em assassiná-lo.

Voltaram logo para cidade de Bissorã informando ao comandante e

governador do sucedido. Essa, noticia deu um grande suspiro de alivio e

parece como um analgésico mágico para dores da cabeça do governador,

comandante e soldados portugueses, que tinham por tanto preocuparam

com Mborka (Mamasaliu) Nesses dias, na cidade de Bissorã parecia que os

colonialistas já ganharam a guerra, pois, estão muito a vontade, quase

sem nenhuma prevenção no quartel.

Alguns dias depois, essa mordomia de comemoração de Victória,

transformou-se em tenebroso pesadelo e tenso dor da cabeça para os

portugueses, ao saberam que o Mamasaliu está vivo. Logo, acharam que

trata-se de ressurreição, e que Mamasaliu é imortal, pois têm as provas do

assassinato dele.

Não vejo nenhum resistente e combatente que tanto se sacrificou pela

liberdade do nosso povo para ultrapassar QUINHINTE QUESSANQUE,

resistiu a luta de pacificação contra mandingas, assim como a colonização

dos portugueses. Quem conhece bem Bissorã, a aldeia de Watine é a mais

antiga povoação do povo Balanta na periferia de cidade de Bissorã, por ser

a única que travou as conquistas dos mangas em Bissorã na luta de

pacificação.

Era assim, cada povoadores de uma zona onde passava as vias rodoviárias,

eles é que faziam trabalhos braças e forçados de construção e reabilitação

dessas vias. Certo dia, um Supaio visitou a aldeia de Watine, portando

para lhes comunicar da ordem do governador português, que povoadores

das outras aldeias já terminaram as extensões da estrada a que devem

construir, nesse caso, os de Mbunhe e Cran, e que no dia seguinte, os de

Watine devem prosseguir.

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Esse Supaio não achou velho Quinhinte, por isso deixou recado para lhe

informar. E no dia seguinte, bem cedo de manhã, velho Quinhinte ouvia

barulho crescendo por fora, cada vez mais que as pessoas estão reunindo

para trabalho que o governador lhes ordenou, e reuniram a espera que o

velho Quinhinte presidisse as cerimonias para se consagraram para

trabalho, pedindo a proteção e a força das divindades. Saiu logo de dentro

da casa, perguntou o que está havendo, e Lhe disseram queremos

começar trabalho para aproveitar o tempo.

E lhes disseram, que seria que fossem colher os seus cultivos, ao em vez

de construir a estrada que só ao governador serve.

Passando alguns dias, o governador sabendo que os citadinos de Watine

não estavam prosseguir com a construção da estrada, fez tantas ameaças,

mas em nada adiantou, pois, não desistiram das suas posições. Para não

paralização da obra, resolveu-se pegar povoadores de outras aldeias para

construíram o troço que passa em Watine.

E, anos depois, quando o PAIGC planejava extensão da luta para norte do

pais, num certo dia, um grupo de indivíduos armados a paisana e não

identificados, assaltaram morança de Quessanque em Watine, e

capturaram o velho Quinhinte, que a partir dessa data até hoje, ninguém

sabe do seu paradeiro, quando mais do que fizeram com ele.

Estes são factos heroicos e patrióticos, como tantos outros, destaquei

esses, pois são os que conheço, porém, reconheço outros sinópticos.

Portanto, é muito estranho não constar na nossa história os feitos desses

grandes combatentes, como também outros das outras frentes, que

sempre aprontaram para lutar em prol da nossa liberdade.

Vamo-nos reconhecer sacrifícios de todos quanto sacrificaram, e deixemos

de deturpar e falsificar a nossa gloriosa e bonita história, por causa das

nossas protagonismo egoísta.

Que DEUS abençoe minha pátria amada, Guiné-Bissau.

Parabéns Guiné-Bissau.

Viva Combatentes,

Viva povo guineense,

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Viva Guiné-Bissau,

Viva Unidade Nacional.

Florianopolis, Brasil, 24 de Setembro de 2013

“Un dia no kabas na sabi.”

Nataniel Sanhá