LIZ_Marcela de – a representação dos povos originários brasileiros
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
T266i Teixeira, Marilane. A indústria de transformados plásticos / Marilane Teixeira,
Claudia Cirino, Domingos Lino. – 1. ed. – São Paulo : Sindicato dos Químicos de São Paulo, 2017.
108 p. : il. ; 23 cm – (Coleção Estudos Setoriais ; 2)
Inclui bibliografia. ISBN 978-85-67407-03-6
1. Transformados plásticos - Indústria. 2. Plástico - Indústria. 3. Trabalho. I. Cirino, Claudia. II. Lino, Domingos. III. Título. IV. Série.
CDU 678.5CDD 668.4
(Bibliotecária responsável: Sabrina Leal Araujo – CRB 10/1507)
A INDÚSTRIA DE TRANSFORMADOS
PLÁSTICOS
CLAUDIA CIRINO
DOMINGOS LINO
MARILANE TEIXEIRA
COLEÇÃO ESTUDOS SETORIAIS VOLUME 2
1ª EDIÇÃO
SÃO PAULO, 2017
4
A INDÚSTRIA DE TRANSFORMADOS PLÁSTICOS
COORDENAÇÃO DO PROJETOSECRETARIA DE ORGANIZAÇÃOADIR GOMES TEIXEIRA
EDIÇÃOSORAIA NIGRO DE LIMA (MTB 20.149)
A INDÚSTRIA DE TRANSFORMADOS PLÁSTICOSÉ UMA PUBLICAÇÃO DO SINDICATO DOS QUÍMICOS DE SÃO PAULO
TEXTOCLAUDIA CIRINO, ECONOMISTA E ASSESSORA TÉCNICA DO DIEESE (DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS)DOMINGOS LINO, MESTRE EM ADMINISTRAÇÃO DE RISCO DO TRABALHO E PESQUISADORMARILANE TEIXEIRA, ECONOMISTA, PESQUISADORA DA ÁREA DE RELAÇÕES DE TRABALHO E GÊNERO E ASSESSORA SINDICAL
REVISÃOLIVIA BIANCHI
DIAGRAMAÇÃO E ILUSTRAÇÕESPAULO MONTEIRO DE ARAUJO
PRODUÇÃOSECRETARIA DE IMPRENSAJOÃO CARLOS DE ROSIS
IMPRESSÃONSA GRÁFICA E EDITORA
CAPA E PROJETO GRÁFICOCACO BISOL
APRESENTAÇÃ7
A INDÚSTRIA DE TRANSFORMADOS PLÁSTIC11
PROCESSO PRODUTIVO DA INDÚSTRIA15 TRANSFORMADOS PLÁSTICOS
CARACTERÍSTICAS ECONÔMICAS DA INDÚSTRIA 22 TRANSFORMADOS PLÁSTICOS
SETORES CONSUMIDORES DE TRANSFORMAD25 PLÁSTICOS
PRODUÇÃO MUNDIAL DE MATERIAIS PLÁSTIC27
DESEMPENHO DA INDÚSTRIA BRASILEIRA 31 TRANSFORMADOS PLÁSTICOS
COMÉRCIO EXTERIOR – EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕ32
COMPORTAMENTO DA BALANÇA COMERCI33
ORIGEM DAS IMPORTAÇÕES E DESTINO D34 EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
RESTRIÇÕES ÀS IMPORTAÇÕES DE RESIN36 TERMOPLÁSTICAS
A RECICLAG37
SAÚDE E CONDIÇÕES DE TRABALHO NO SETOR 41 TRANSFORMAÇÃO DO PLÁSTICO
ACIDENTALIDADE NO SETOR PLÁSTI43
RISCOS PRESENTES NO SET45
NORMAS E ACORDOS RELACIONADOS AO SET48
DE QUE ADOECEM OS TRABALHADORES DO SET4656 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MATERIAL PLÁSTICO
PERFIL DO EMPREGO NO SETOR PLÁSTI71
ESTABELECIMENTOS, EMPREGOS E REMUNERAÇÕ75 MÉDIAS POR LOCALIDADE
ESTABELECIMENTOS, EMPREGOS E REMUNERAÇÕ87 MÉDIAS POR SEGMENTO ECONÔMICO
ESTABELECIMENTOS, EMPREGOS E REMUNERAÇÕ91 MÉDIAS POR TAMANHO DO ESTABELECIMENTO
EMPREGOS E REMUNERAÇÕES MÉDIAS P96 ESCOLARIDADE E SEXO
CONSIDERAÇÕES FINA102
APRESENTAÇÃO
A ORIGEM DOS TRANSFORMADOS PLÁSTICOS
PROCESSO PRODUTIVO DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMADOS PLÁSTICOS
CARACTERÍSTICAS ECONÔMICAS DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMADOS PLÁSTICOS
SETORES CONSUMIDORES DE TRANSFORMADOS PLÁSTICOS
PRODUÇÃO MUNDIAL DE MATERIAIS PLÁSTICOS
DESEMPENHO DA INDÚSTRIA BRASILEIRA DE TRANSFORMADOS PLÁSTICOS
COMÉRCIO EXTERIOR – EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES
COMPORTAMENTO DA BALANÇA COMERCIAL
ORIGEM DAS IMPORTAÇÕES E DESTINO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
RESTRIÇÕES ÀS IMPORTAÇÕES DE RESINAS TERMOPLÁSTICAS
A RECICLAGEM
SAÚDE E CONDIÇÕES DE TRABALHO NO SETOR DE TRANSFORMAÇÃO DO PLÁSTICO
ACIDENTALIDADE NO SETOR PLÁSTICO
RISCOS PRESENTES NO SETOR
NORMAS E ACORDOS RELACIONADOS AO SETOR
DE QUE ADOECEM OS TRABALHADORES DO SETOR DE FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MATERIAL PLÁSTICO
PERFIL DO EMPREGO NO SETOR PLÁSTICO
ESTABELECIMENTOS, EMPREGOS E REMUNERAÇÕES MÉDIAS POR LOCALIDADE
ESTABELECIMENTOS, EMPREGOS E REMUNERAÇÕES MÉDIAS POR SEGMENTO ECONÔMICO
ESTABELECIMENTOS, EMPREGOS E REMUNERAÇÕES MÉDIAS POR TAMANHO DO ESTABELECIMENTO
EMPREGOS E REMUNERAÇÕES MÉDIAS POR ESCOLARIDADE E SEXO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
S U M Á R I O
7
Esta publicação, dirigida aos trabalhadores da indústria,
acadêmicos, pesquisadores e dirigentes sindicais, tem
sua origem em um projeto da direção do Sindicato dos
Químicos de São Paulo de tornar acessível informações
e dados sobre a realidade da indústria química na base
sindical de São Paulo.
O Sindicato dos Químicos tem uma longa tradição
de organização de dados e pesquisa sobre os segmentos
econômicos que compõem a sua base de representação,
com o propósito de oferecer subsídios e informações para
aprimorar a organização sindical e as negociações coletivas.
Este é o segundo livro da Coleção Estudos Setoriais
e trata da indústria de transformados plásticos. O caderno
está organizado em três blocos: o primeiro contempla os
APRESENTAÇÃO
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aspectos econômicos, o segundo aborda os temas da saúde
e da segurança do trabalho, e o terceiro traça um perfil dos
trabalhadores da indústria de transformados plásticos, tais
como: número de trabalhadores por sexo, faixa etária e
escolaridade.
Com isso, esperamos oferecer um perfil da indústria
de transformados plásticos e destacar a sua importância
para o desenvolvimento econômico e pelo grande número
de empregos que gera.
Desejamos a todos uma ótima leitura!
Os autores
11 A ORIGEM DOS
TRANSFORMADOS PLÁSTICOS
O desenvolvimento de materiais de plástico começou
com a utilização de materiais naturais com proprie-
dades plásticas, como goma de mascar, goma-laca etc.,
depois evoluiu com os materiais naturais quimicamente
modificados, por exemplo, de borracha e de nitrocelulo-
se, e, finalmente, a vasta gama de material completamente
sintético que mais tarde iríamos reconhecer como plásticos
modernos começou a ser desenvolvida por volta de cem
anos atrás. Talvez o exemplo mais antigo seja o que foi in-
ventado por Alexander Parkes em 1855. Nós o conhecemos
hoje como celuloide, mas ele o nomeou como parkesine. O
PVC (policloreto de vinila) foi o primeiro polimerizado entre
1838-1872 e um avanço-chave veio em 1907, quando Leo
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Baekeland criou o baquelite, o primeiro sintético real, plásti-
co produzido em massa.
O nome “plástico” tem origem grega: plassein, que in-
dica a característica de moldabilidade ou de mudanças de
forma física desse tipo de material. Dessa forma, para todos
os materiais que diante de uma reação química podiam
ser moldados, adotou-se o nome de “plástico”. Embora os
plásticos já existam há mais de cem anos, ainda são consi-
derados modernos quando comparados a outros materiais.
Cada vez mais eles estão sendo incluídos em projeto inova-
dores, como no campo aeroespacial, da construção e auto-
mobilístico, destinados à redução de pesos, melhoria no de-
sempenho mecânico, ao isolamento térmico, entre outros
benefícios para o desenvolvimento da sociedade.
O plástico é um material de origem natural ou sinté-
tica, obtido a partir dos derivados de petróleo ou de fontes
renováveis, como a cana de açúcar ou o milho. Os plásticos
fazem parte da família dos polímeros, que são formados por
macromoléculas caracterizadas pela repetição múltipla de
uma ou mais unidades químicas simples, os manômetros,
sendo unidos entre si por reações químicas chamadas de
reações de polimerização.
Os polímeros naturais são aqueles existentes na na-
tureza na forma polimérica, por exemplo, algodão, madeira
(celulose), látex. Os polímeros sintéticos são aqueles obti-
dos por meio de reações químicas, como PE (polietileno),
PP (polipropileno), PVC (policloreto de vinila), PA (poliamida),
13
PC (policarbonato). Os polímeros sintéticos, originários dos
hidrocarbonetos, predominam, embora apenas de 4% a 6%
da produção mundial de petróleo seja utilizada na produ-
ção de transformados plásticos.
A produção de plásticos sintéticos começa com um
processo de destilação em uma refinaria de petróleo. Esse
processo envolve a separação de petróleo bruto pesado em
grupos mais leves, chamados frações. Cada fração é uma
mistura de cadeias de hidrocarbonetos (compostos quími-
cos constituídos de carbono e hidrogênio), os quais diferem
entre si em termos de tamanho e da estrutura das suas mo-
léculas. Uma dessas frações, nafta, é o elemento essencial
para a produção de plásticos.
A indústria de transformados plásticos constitui a ter-
ceira geração da cadeia petroquímica. Na primeira geração,
encontraremos as resinas, resultado da transformação da naf-
ta, e na segunda geração, os termoplásticos ou termofixos.
A segunda geração está dividida em duas grandes ca-
tegorias: os termoplásticos e os termofixos. Os termoplás-
ticos podem ser moldados várias vezes por ação de tem-
peratura e pressão, por isso são recicláveis, já os termofixos
sofrem reações químicas em sua moldagem, o que impede
uma nova fusão, portanto, não são recicláveis.
Os tipos de plástico mais consumidos atualmente são:
PE, PP, PS (poliestireno), PVC e PET (poliéster), sendo chama-
dos de commodities devido à grande produção e aplicação
desses materiais.
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Já os plásticos de engenharia ou especialidades fazem
parte de outros tipos de material plástico, que são produzi-
dos em menor escala devido ao seu alto custo e à sua apli-
cabilidade específica, são eles: PA, PC, PU (poliuretano), TPU
(poliuretano termoplástico), PUR (poliuretano reticulado),
PTFE (politetrafluoretileno), dentre outros.
Os termofixos podem ser encontrados na fabricação
das empresas DSM, DOW, Union Carbide, BASF, e os termo-
plásticos são produzidos pela Solvay, Dupont, Evonik, DOW,
SABIC, entre outras.
A indústria de transformados plásticos engloba a fa-
bricação de produtos e artefatos plásticos que empregam
como matérias-primas as resinas petroquímicas. Por esse
motivo é considerada como a terceira geração petroquími-
ca, principalmente no cenário brasileiro, em que a petroquí-
mica é centrada na produção de resinas.
A indústria de transformados plásticos é o elo da in-
dústria petroquímica com várias cadeias produtivas que
se situam próximas do consumidor final. No entanto, essa
indústria apresenta características bastante distintas dos
segmentos de primeira e segunda geração da indústria pe-
troquímica no que se refere aos processos produtivos, estru-
turas empresariais e padrões de concorrência.
15
FIGURA 1
Fonte: Petrobras
PROCESSO PRODUTIVO DA INDÚSTRIA
DE TRANSFORMADOS PLÁSTICOS
As resinas plásticas são processadas por equipamen-
tos destinados à sua transformação em peças semiacaba-
das ou acabadas, cujo tipo é dependente do processo de
manufatura utilizado. Este se inicia com a alimentação de
resinas plásticas, sob a forma granular ou em pó, que são
submetidas a operações que envolvem uma combinação
de exposição ao calor, pressão ou a um processamento quí-
mico, por meio de extrusão, injeção, sopro, termoformagem
e rotomoldagem, por exemplo.
A CADEIA PETROQUÍMICA
Cias. de petróleo não integradas Cias. petroquímicas
Indústria de transformação
Exploração/Produção
Líquidos deGás Natural
EtanoPropano
Produção de Olefinas e
Aromáridcas
Produção de Intermediários
PolímerosRefino
OlefinasPolietilenos
PolipropilenoEmbalagens
FilmesComponentesAutomotivos
TubosCabos
FiosEletrodomésticos
Fibras
Estileno/PS
PTA/PET
AA/SAP
MEG
Aromáticos
Benzenop-Xileno
EtenoPropeno
Transformação Usos
Refinarias(Nafta)Petróleo
ExtrusãoSopro
Injeção
Processos
Cias. de petróleo integradas
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Conforme estudo do BNDES (Banco Nacional de De-
senvolvimento Econômico e Social), os processos de produ-
ção utilizados e o tipo de produto obtido são:
1) processo de extrusão, no qual o material plástico é trans-
formado, aquecido, plastificado e comprimido, sendo for-
çado por meio do orifício de uma matriz, em que é con-
formado e submetido a um resfriamento; esse processo é
utilizado na obtenção de produtos como chapas, perfis, pla-
cas e tubos, de PVC e poliestireno;
2) moldagem por sopro, que consiste na expansão de um
tubo pré-conformado por meio do aquecimento e da inje-
ção de ar comprimido no interior de um molde bipartido;
em contato com o molde, o material resfria e endurece para,
em seguida, ser retirado do molde; esse processo permite
a fabricação de peças ocas como bolsas, frascos e garrafas;
3) injeção, processo no qual o plástico é introduzido em
um molde fechado, com o auxílio de uma combinação de
esforços de pressão e aquecimento da resina plástica, que,
depois de preencher as cavidades do molde, é resfriada e
extraída em sua forma final; esse processo permite a confec-
ção de diversas peças plásticas, como tampas, caixas, bacias,
calotas e para-choques.
17
GRÁFICO 1
PROCESSOS PRODUTIVOS NA INDÚSTRIA DE
TRANSFORMADOS PLÁSTICOS
Fonte: PIA/IBGE, Produto, 2013
Extrusão
62%
30%
1% 2% 5%
Injeção Transformaçãoa vácuo Rotomoldagem Outros
As diferentes resinas termoplásticas têm inúmeras
propriedades físico-químicas que possibilitaram a ampla
aplicação e a disseminação dos produtos plásticos. Essas
propriedades asseguram características como rigidez e re-
sistência ao impacto, entre outras, que podem ser cada vez
mais modificadas por meio de melhoria de uma ou outra
propriedade, visando à ampliação do uso de cada produto.
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QUADRO 1
PRINCIPAIS TIPOS DE MATERIAL PLÁSTICO E A SUA
UTILIZAÇÃO
Tipos de material plástico Utilização
Embalagens para alimentos e produtos de higiene pessoal.
Tubos para irrigação, isolamento de fios.
PEBDL – principalmente utilizado na produção de embalagens flexíveis para alimentos.
Embalagens de produtos de limpeza e produtos químicos.
Fabricação de autopaeças.
Peças de alta performance para indústrias alimentícia e naval.
Equipamento agrícola, esporte e lazer.
Usinagem de peças técnicas.
Fabricação de peças com dobradiças, autopeças, embalagens para alimentos, fibras e monofilamentos.
Utilidades domésticas, frascos, embalagens em geral.
Copos, pratos e talheres descartáveis; brinquedos, produtos para escritório.
Embalagens para alimentos, lajes e isolamento acústico/térmico para construção civil; boias.
Produtos descartáveis, brinquedos, autopeças eletroeletrônicos.
Eletrodomésticos – tigelas para batedeiras e processadores, copos de liquidificador e alguns tipos de autopeças.
PE (polietileno)PEBD (polietileno de baixa densidade) e PEBDL (polietileno de baixa densidade linear)
Pead (polietileno de alta densidade)
Polietileno de ultra-alto peso molecular
PP (polipropileno homopolímero)
PP (polipropileno copolímero)
PS (poliestireno)
Poliestireno expandido
Poliestireno alto impacto
Copolímeros de estireno
19
POM (polioximetileno) – poliacetais
Autopeças, eletrodomésticos e eletroeletrônicos.
Embalagens de alimentos, cosméticos e medicamentos; mangueiras em geral; construção civil, em tubos e conexões, conduítes, recobrimento de fios e cabos, forração, revestimento de pisos, esquadrias e janelas; como couro sintético para indústria de calçados, bolsas e estofados; acessórios médico-hospitalares, dentre outras diversas aplicações.
Luminosos (propaganda), telhas transparentes, lanternas de automóveis, luzes de estacionamento, janelas de inspeção, lentes de óculos, olhos artificiais, lentes de contato, dentaduras/próteses, peças decorativas, maquetes, entre outras.
Filamentos (fios para tecelagem), fitas magnéticas, filmes para radiografias, laminados para impressão, embalagens para cozimento de alimentos, garrafas para bebidas carbonatadas, frascos para alimentos, cosméticos e produtos de limpeza.
Indústrias automobilística, eletroeletrônica e de eletrodomésticos.
Indústria alimentícia, automobilística, eletroeletrônica, têxtil, de eletrodomésticos, química etc.
Indústria eletroeletrônica, automobilística, médica e hospitalar, aérea (janelas de avião, luzes de posição), lentes de semáforos etc.
Copolímero de ABS (acrilonitrila-buta-dieno-estireno)
Copolímero de ASA (acrilonitrila-estireno--acrilato)
PVC (policloreto de vinila)
PMMA (polimetacrilato de metila)
Eletrodomésticos e autopeças.
PET (polietileno tereftalato)
PBT (polibutileno tereftalato)
PA (poliamida)
PC (policarbonato)
Engrenagens, peças de cintos de segurança, fieiras para extrusão de macarrão, carcaças de isqueiros, bombas de gasolina etc.
Fonte: Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico)
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A aplicação do material plástico por tipo de resina indica
que há uma predominância do polipropileno, ou seja, em tor-
no de um quarto da produção de resina no Brasil é destinada
à produção de embalagens para alimentos, frascos, autope-
ças, seguida pelo PVC, amplamente utilizado na construção
civil, e pelo polietileno de alta e baixa intensidade, com grande
presença em embalagens flexíveis, como sacolas plásticas. A
pouca presença em produtos de maior valor agregado indica
a importância de pesquisas que apontem para outros usos,
como móveis, processos de engenharia mais sofisticados, im-
primindo outra perspectiva para esse segmento industrial. No
Brasil esses usos ainda são bastante incipientes, possivelmente
pela abundância de materiais de outras origens que são subs-
titutos próximos, como madeira, vidro e papel.
Conforme relatório da ABDI (Agência Brasileira de De-
senvolvimento Industrial), a capacidade de diferenciação de
produtos é um aspecto importante para a competitividade
do setor de transformados plásticos, mas o aumento da ca-
pacidade de gestão dos processos produtivos é um fator fun-
damental, pois está relacionado ao incremento da produtivi-
dade. O padrão de consumo brasileiro não se distancia muito
dos verificados em países desenvolvidos, mas, dada a eleva-
díssima concentração de renda brasileira, a pequena escala
de vendas dificulta o investimento em desenvolvimento de
processos, de produtos e de design e em elevação da escala
de fabricação de produtos de mais alto valor agregado, de
acordo com a ABDI (2008).
21
GRÁFICO 2
PRINCIPAIS RESINAS CONSUMIDAS
Fonte: PIA/IBGE, 2014
PP
PCV
PLÁSTICOS DE ENGENHARIA
PEAD
PEBDL
PEBD
PET
PS
EPS
EVA
21,9%
15,7%
6,2%
17,5%
12,5%
10,6%
7,2%
4,6%
2,3%
1,4%
De acordo com a CNAE (Classificação Nacional por Ati-
vidade Econômica), a indústria de transformados plásticos
está primeiramente classificada na elaboração de produtos
químicos, que engloba, além da indústria de transforma-
dos plásticos, a indústria química, petroquímica, de higiene
pessoal, fertilizantes, entre outras. A fabricação de material
plástico, de acordo com a CNAE (Classificação Nacional de
Atividades Econômicas), compreende as seguintes classes
de atividades:
a) fabricação de laminados planos e tubulares de material
plástico – este item engloba chapa, espuma, filme, película,
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tripa, serviço de pigmentação e serviço de produção de la-
minados;
b) fabricação de embalagens de material plástico – este item
engloba artigos para embalagem, transporte, barris ou tam-
bores, caixas, cartuchos, copos, sacos, sacolas, entre outros;
c) fabricação de tubos e acessórios de material plástico para
uso na construção – este item engloba conexões, juntas, tu-
bos, entre outros;
d) fabricação de artefatos de material plástico não especifi-
cados anteriormente – esse item engloba artigos de plásti-
cos para escritório, para higiene e toucador, uso doméstico,
uso em medicina, laboratórios ou artigos em farmácia, uso
escolar, entre outros.
CARACTERÍSTICAS ECONÔMICAS DA
INDÚSTRIA DE TRANSFORMADOS PLÁSTICOS
A indústria de transformados plásticos é caracteriza-
da como de média-baixa intensidade tecnológica e a tec-
nologia está basicamente incorporada nos bens de capital
empregados. A indústria de transformados plásticos não é
um bloco monolítico, mas engloba segmentos bastante di-
ferenciados no que se refere ao porte das empresas, à so-
fisticação do parque fabril e à densidade tecnológica das
estruturas produtivas e respectivos produtos.
Conforme apontado por Silvério (2007), os produtores
23
de transformados plásticos poderiam ser segmentados em
dois grandes grupos de mercado:
1. produtores de commodities, em que a competição se dá
por preços, e os determinantes da competitividade são esca-
la, baixo custo da mão de obra e logística de entrega – esse
seria o caso da produção de sacarias industriais, sacolas de
supermercado e frascos de uso geral, que corresponderiam
a algo em torno de 70% das vendas de artefatos plásticos; e
2. fabricantes de produtos diferenciados, grupo no qual
existe alguma competição por distinção de produto, decor-
rente de inovação na aplicação de produto ou maior den-
sidade tecnológica incorporada nos equipamentos, tendo
nos custos competitivos, na mão de obra especializada e na
assistência técnica a clientes os fatores de competitividade –
seria o caso da produção de filmes técnicos para alimentos,
filmes, não tecidos e frascos multicamadas.
Embora represente em torno de 2,5% da produção
industrial, em 2013 a produção e as vendas, medidas pela
PIA (pesquisa industrial anual), do IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística), atingiram os seguintes valores:
produção R$ 62.336,527 e vendas R$ 55.874,038. Entretanto,
é um setor com elevada capacidade de geração de empre-
gos, conforme poderá ser constatado mais adiante.
O quadro a seguir apresenta os valores de produção e
vendas descritos por classes de atividades.
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QUADRO 2
PRODUÇÃO E VENDA POR CLASSES DE ATIVIDADES
– IBGE, 2013
Tipos de material plástico
Fonte: PIA/IBGE, 2013
Há uma elevada concentração do setor em algumas
classes de atividades, ou seja, oito segmentos concentram
44% da produção: artigos de plástico para embalagem; gar-
rafas plásticas; frascos; tubos ou canos plásticos; artigos de
plástico para uso doméstico; chapas; folhas; filmes; bobinas
e autopeças.
• Produção – R$ 13.731.508• Vendas – R$ 13.042.437
Fabricação de laminados planos e tubulares de material plástico
Fabricação de embalagens de plástico
Fabricação de tubos e acessórios de material plástico para uso na construção
Fabricação de artefatos de material plástico não especificados anteriormente
• Produção – R$ 19.907.501• Vendas – R$ 18.029.198
• Produção – R$ 8.024.897• Vendas – R$ 5.713.799
• Produção – R$ 20.672.621• Vendas – R$ 19.088.604
25
TABELA 1
DISTRIBUIÇÃO DA PRODUÇÃO POR CLASSES DE
ATIVIDADES – 2013
Classes de atividades Valor (R$ mil)
Fonte: IBGE, 2013
SETORES CONSUMIDORES DE
TRANSFORMADOS PLÁSTICOS
A indústria de material plástico está presente em pra-
ticamente todas as indústrias. Os principais consumidores
de transformados plásticos são: indústria de alimentação e
bebidas (17%), indústria da construção civil (17%), indústria
de automóveis e autopeças (16%), indústria de plásticos e
borracha (9%), indústria de celulose e impressão (6%), agri-
cultura (5%), móveis (5%), máquinas e equipamentos (5%).
É importante destacar que os principais consumido-
res de transformados plásticos estão associados a mercados
Artigos de plástico para embalagem 3.041.618 Pré-formas de garrafas plásticas 2.043.587 Garrafas, garrafões, frascos e artigos semelhantes 3.716.393 Tubos ou canos de plástico 4.734.789 Artigos de plástico para uso doméstico 2.139.895 Chapas, folhas, tiras ou fitas de plástico 2.147.370 Filmes de material plástico 3.432.107 Filmes de polipropileno 2.335.104 Peças ou acessórios de plástico para veículos 3.772.819 Demais 34.972.845 Total 62.336.527
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que experimentaram um intenso crescimento nos últimos
anos no país, como construção civil, alimentos e bebidas,
automóveis e autopeças. Na Europa o uso do plástico é dis-
tribuído de forma muito semelhante à que é no Brasil: em-
balagens (39,5%), construção civil (20,1%), automóveis (8,6%),
setor elétrico e eletrônico (5,7%) e agricultura (3,4%).
GRÁFICO 3
CONSUMIDORES DE TRANSFORMADOS PLÁSTICOS;
DADOS DO BRASIL
Fonte: IBGE, 2009
Automóveis e autopeças
16%Plástico e borracha
9%
Papel, celulose e impressão
6%
Agricultura5%
Máquinas e equipamentos
5%
Produção de metal4%
Eletrônicos3%
Químico1% Calçados
1%
Outros transportes2%
Construção civil17%
Ailmentação e bebidas17%
Eletrodomésticos1%
Têxteis e vestuário1%
Instrumentos médicos
1%
Farmacêutico2%
Perfumaria, higiene e limpeza
2%
Móveis5%
27
PRODUÇÃO MUNDIAL DE MATERIAIS PLÁSTICOS
A estrutura da indústria mundial de transformados
de plásticos é muito semelhante à brasileira, marcada por
grande heterogeneidade e atomização, devido ao elevado
número de pequenas e médias empresas que atuam para
outras empresas ou para o mercado final, da mesma forma,
no Brasil, o mercado de resinas plásticas é altamente con-
centrado nas mãos de empresas químicas transnacionais
verticalmente integradas. O setor é pressionado duplamen-
te: pelos fornecedores de resinas e pelos grandes compra-
dores, a exemplo da indústria automotiva, com grandes im-
plicações em suas margens de lucro e na própria qualidade
dos empregos gerados, como poderá ser observado mais
adiante na descrição do emprego no setor.
Os maiores produtores mundiais de plástico nessa or-
dem são: China (26%) e Europa (20%). A América Latina repre-
senta 5% desse mercado global. Na União Europeia o setor
movimenta mais de 300 bilhões de euros, com 62 mil em-
presas em operação e 1,4 milhão de postos de trabalho. Na
comparação com o Brasil, temos um maior número de em-
presas por valor gerado; enquanto na Europa a relação é de 5
milhões de dólares por empresa, no Brasil a proporção é bas-
tante semelhante, mas em reais. A demanda na Europa está
concentrada em cinco países: Alemanha (25%), Itália (14,3%),
Espanha (7,4%), França (9,6%) e Reino Unido (7,7%). O Brasil re-
presenta mais da metade da produção da América Latina.
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GRÁFICO 4
PARTICIPAÇÃO DOS PRODUTORES MUNDIAIS DE
MATERIAIS PLÁSTICOS (2006 - 2014)
Fonte: PlasticsEurope, 2015
A produção de plásticos no mundo em 2014 foi de
311 milhões de toneladas. A produção da China, Europa e
Nafta totalizou 64% da produção mundial. Entre 2004 e 2014
a produção mundial cresceu 38%, em torno de 4% ao ano.
Nafta
23% 23%
6% 5% 6%2%5% 7%
3%
26%
16%19% 20%
4%
21%
14%
2006 2014
Europa China Japão CISDemais da Ásia
América Latina
África e Oriente Médio
29
TABELA 2
EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO MUNDIAL DE PLÁSTICOS
2004 225
2007 257
2009 250
2011 279
2012 288
2013 299
2014 311
Ano Produção (milhões de toneladas)
Fonte: PlasticsEurope, 2015
As exportações estão bastante concentradas em dois
países, Alemanha e Estados Unidos, e secundariamente no
Japão e Canadá. Esse resultado é expressão do domínio des-
sas duas economias sobre a indústria petroquímica/química
mundial, cuja origem remonta ao século XIX.
O Brasil representa 5% das exportações da Alemanha
e pouco mais de 10% das importações dos Estados Unidos.
Nosso mercado é pouco significativo diante das grandes
potências mundiais. A expectativa do Brasil é a exploração
do pré-sal e a dinamização da cadeia petroquímica/transfor-
mados plásticos.
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TABELA 3
PRINCIPAIS PAÍSES EXPORTADORES E IMPORTADORES
DE TRANSFORMADOS PLÁSTICOS, 2015
Principais exportadores
Alemanha
Estados Unidos
Japão
Canadá
Reino Unido
Espanha
México
Índia
Brasil
Principais importadores
Estados Unidos
Alemanha
México
Reino Unido
Canadá
Japão
Índia
Espanha
Brasil
(US$ milhões)
61.015
60.251
22.500
12.483
11.835
10.847
8.321
5.012
3.483
(US$ milhões)
50.249
39.568
22.306
17.896
14.948
13.775
11.341
10.616
7.12Fonte: Comtrade
31
TABELA 4
DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMADOS
PLÁSTICOS, 2015
DESEMPENHO DA INDÚSTRIA BRASILEIRA
DE TRANSFORMADOS PLÁSTICOS
A indústria de transformados plásticos, em termos
de produção medida em moeda, cresceu 9% em média,
entre 2007 e 2015, e da mesma forma em relação ao fatura-
mento. Em toneladas o crescimento foi de 17% no mesmo
período.
Ano Produção Produção real Faturamento real
2007 7,04 60,8 60,1
2008 7,27 63,7 62,9
2009 6,82 62,0 62,0
2010 7,51 68,8 67,8
2011 7,40 71,5 70,6
2012 7,45 72,9 71,9
2013 7,45 78,3 77,7
2014 7,22 72,8 72,1
2015 6,59 62,7 62,2
(R$ bilhões) (R$ bilhões) – preços constantes
(toneladas)
Fonte: Abiplast
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COMÉRCIO EXTERIOR – EXPORTAÇÕES
E IMPORTAÇÕES
A indústria de transformados plásticos ressente-se
da presença de um único fornecedor de matéria-prima, a
BRASKEM, o que coloca o setor em uma posição de depen-
dência em relação aos preços e condições de fornecimento.
A principal matéria-prima importada é o polipropileno, e as
principais regiões produtoras no mundo são a América do
Norte (sobretudo Estados Unidos), a Europa Ocidental (prin-
cipalmente Bélgica, Holanda, Alemanha e França), a China
e a Ásia (principalmente Índia, Coreia do Sul, Taipé Chinês,
Tailândia). O maior importador é a China, e os maiores ex-
portadores são os Estados Unidos e países asiáticos.
Entre 2007 e 2014, as importações de transformados
plásticos cresceram 160%, e as exportações 37% no mesmo
período. A produção não é suficiente para atender o mer-
cado local, sendo necessário importar. Em 2014 as importa-
ções representaram 14% do consumo aparente.
33
TABELA 5
CADEIA PRODUTIVA DA INDÚSTRIA DE
TRANSFORMADOS PLÁSTICOS, 2015
Transformados plásticos Resultados
Produção R$ 62,7 bilhões
Consumo aparente R$ 69,0 bilhões
Importação R$ 10,6 bilhões
Exportação R$ 4,3 bilhões
Fonte: Abiplast
COMPORTAMENTO DA BALANÇA COMERCIAL
Desde 2008, com a crise internacional, o volume das im-
portações nesse setor vem crescendo de forma contínua, pas-
sando de US$ 1.83 em 2007 para US$ 3.88 em 2014, crescimento
de mais de 100%, medido em moeda estrangeira. O mesmo não
pode ser identificado para as exportações, que praticamente se
mantiveram no mesmo patamar, com um leve crescimento de
14%. As importações em 2014 correspondiam a 2,89 vezes as ex-
portações. Esse incremento está associado ao volume de impor-
tações de resinas termoplásticas pela indústria nacional a preços
mais baixos do que os praticados pela principal fornecedora
dessa matéria-prima. Há uma abundância dessa matéria-prima
no mundo e, com a crise, os preços no mercado internacional
caíram sem, contudo, terem sido acompanhados pela principal
indústria fornecedora no Brasil, que atua como monopólio.
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2007 2.305 1.185 3.545 1.831
2008 2.544 1.392 4.377 2.388
2009 2.353 1.187 4.151 2.106
2010 2.592 1.475 4.975 2.834
2011 2.531 1.514 5.675 3.389
2012 2.620 1.340 7.044 3.590
2013 3.013 1.395 8.298 3.844
2014 3.168 1.346 9.131 3.887
2015 4.281 1.284 10.634 3.228
Ano Exportações Importações R$ US$ R$ US$
Fonte: Sistema Aliceweb – MDIC. Elaboração: Abiplast
TABELA 6
BALANÇA COMERCIAL DA INDÚSTRIA DE
TRANSFORMADOS PLÁSTICOS, 2007-2014
ORIGEM DAS IMPORTAÇÕES E DESTINO
DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
A maior parte das importações é proveniente dos paí-
ses asiáticos, mas com grande peso dos países do Mercosul,
como Argentina e Uruguai. As exportações são direcionadas
preferencialmente para os países do Mercosul, como Argen-
tina, Uruguai e Paraguai.
O câmbio atual traz vantagens para as fabricantes de
resinas, elevando a competitividade do setor. Alguns fabri-
cantes de polímeros termoplásticos, solventes e filmes plás-
35
Fonte: COMTRADE
TABELA 7
PRINCIPAIS MERCADOS DE EXPORTAÇÃO EM 2015
ticos já destinaram mais de 8% de sua produção para as ex-
portações. Basta saber qual é o reflexo disso no mercado
interno, uma vez que o Brasil ainda é um grande importador
de resinas termoplásticas.
Principais exportadores Valor das exportações (%) total
Argentina 682.046,516 19,6 Holanda 274.972,182 7,9 Estados Unidos 259.029,849 7,4 China 235.548,407 6,8 Chile 226.745,772 6,5 Bégica 181.921,441 5,5 Colômbia 168.145,174 4,8 Paraguai 156.434,474 4,5 Peru 150.584,503 4,3 Bolívia 109.507,404 3,1 Espanha 98.795,637 2,8 Uruguai 96.510,957 2,8 México 94.748,540 2,7 Equador 94.605,329 2,7 Turquia 56.171,608 1,6 Venezuela 50.633,559 1,5 Itália 49.455,896 1,4 Portugal 41.543,351 1,2 Reino Unido 39.090,248 1,1
Mundo 3.484.193,532 100,0
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RESTRIÇÕES ÀS IMPORTAÇÕES DE RESINAS
TERMOPLÁSTICAS
Em janeiro de 2014 o MDIC (Ministério da Indústria,
Comércio Exterior e Serviços), por meio da Resolução n. 2,
aplicou direito ao antidumping, por um prazo de seis me-
ses, às importações brasileiras de resinas de polipropileno
originárias da África do Sul, Coreia do Sul e Índia. Trata-se
de uma alíquota específica fixada em dólar por tonelada. O
pedido de averiguação partiu da Braskem, principal bene-
ficiária com a medida, uma vez que é a única fornecedora
dessa matéria-prima no mercado nacional.
TABELA 8
PRINCIPAIS MERCADOS DE IMPORTAÇÃO EM 2015
Países Valor das importações (%) total
Argentina 536.996,043 7,5 Alemanha 566.234,230 8,0 Estados Unidos 1.785,151,079 25,1 China 928.221,438 13,0 Coreia 413.450,588 5,8 França 211.035,597 3,0 Paraguai 64.292,527 0,9 Outros Ásia 260.454,231 3,7 Demais 2.921.445,571 41,0
Mundo 7.121.047,074 100,0
Fonte: COMTRADE
37
Ao serem questionadas, as empresas importadoras
alegaram a questão dos preços elevados, superiores aos pra-
ticados no mercado internacional; condições de pagamento;
dificuldades de acesso; restrições às empresas optantes pelo
simples nacional. Além disso, as empresas alegaram que o
produto importado estava disponível, enquanto que a indús-
tria nacional falhava na entrega. Trata-se de uma medida de
proteção à indústria nacional, entretanto, bastante questio-
nável, uma vez que não deixa alternativa à empresa nacional
que não seja comprar da Braskem e seguir as suas regras.
Além disso, a legislação brasileira, do ponto de vista
das importações, pratica regras bastante severas contra a
importação de polipropileno e policloreto de vinila oriundos
do mercado americano, definidos como tarifas antidumping.
No final de 2015 a Braskem assinou acordo com a Pe-
trobras sobre os preços para o fornecimento da nafta, prin-
cipal matéria-prima da indústria petroquímica. O acordo
estabelece uma nafta precificada pela cotação do mercado
europeu, mas esse acordo não agradou à petroquímica, que
alega que o mercado europeu é o mais caro do mundo.
A RECICLAGEM
A reciclagem é atualmente um dos grandes temas da
indústria de transformação de plásticos em âmbito mundial,
não somente por estar se tornando um dos importantes
elos da cadeia dos plásticos, mas também pela constatação
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de seus benefícios ecológicos, sociais e econômicos, incluin-
do o potencial de rentabilidade para recicladores e transfor-
madores. O fato de os plásticos não serem degradáveis tem
estimulado investimentos em pesquisa e desenvolvimento
de novas tecnologias de reciclagem.
No Brasil, cerca de 80% da produção de resíduo sólido
urbano é direcionado para os aterros sanitários ou para a reci-
clagem. De acordo com estudo realizado pelo Ipea (Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada), os dados de geração de re-
síduos de plástico consistem em informações bastante com-
plexas, devido à diversidade de polímeros existentes, cada um
com usos específicos e importância diferenciada nos resíduos
sólidos. Essa complexidade torna-se um dos principais desafios
para a recuperação do plástico, uma vez que a reciclagem de
resíduos plásticos misturados somente é usada para a fabrica-
ção de produtos de menor valor, de acordo com o Ipea (2012).
Segundo o estudo, de todos os materiais, o plástico, como
um todo, é aquele com menor taxa de reciclagem. Os vários
polímeros, entretanto, têm comportamentos bastante distintos.
O PET talvez seja o segmento que vem obtendo melhor resulta-
do, com taxas de reciclagem pós-consumo da ordem de 60%. O
PEBD aparece em segundo lugar, com uma reciclagem pós-con-
sumo de cerca de 20%; todos os outros polímeros, porém, apre-
sentam taxas inferiores a 10%. Dessa forma, comparando os dife-
rentes materiais, os plásticos são aqueles que apresentam menor
taxa de recuperação, sendo potenciais alvos para políticas espe-
cíficas de estímulo à reciclagem, conforme aponta o Ipea (2012).
41
SAÚDE E CONDIÇÕES DE TRABALHO NO SETOR
DE TRANSFORMAÇÃO DO PLÁSTICO
As estatísticas oficiais de acidentalidade no Brasil são
baseadas na definição legal de acidente de trabalho, dada
pela lei geral da previdência social (Lei 8.213/1991). Segundo
essa lei, são considerados acidentes de trabalho as doenças
profissionais causadas pelo exercício da função (problemas
de coluna, audição, visão), pelas condições de trabalho (der-
matoses, intoxicações, problemas respiratórios), por acidentes
que ocorram dentro e fora do local de trabalho, a serviço da
empresa e no trajeto de casa para o trabalho ou vice-versa.
A lei diz que cabe à empresa emitir a CAT (Comunica-
ção de Acidente do Trabalho), mesmo que esta seja facul-
tada a outras entidades, sindicatos e até mesmo ao próprio
trabalhador. O empregador é obrigado a comunicar ao INSS
(Instituto Nacional do Seguro Social) qualquer acidente do
trabalho, independentemente da existência de afastamen-
to. No entanto, mesmo que a legislação permita que a CAT
seja emitida pelo médico que atendeu o trabalhador ou
pelo sindicato, o procedimento costumeiro observado no
INSS é que a CAT deve ser emitida em primeiro lugar pela
empresa, não observando, muitas vezes, a concessão de be-
nefícios a CATs emitidas pelo SUS (Sistema Único de Saúde)
e, menos ainda, pelos sindicatos.
Admite-se que a informação existente sobre os aci-
dentes ocorridos em todo o território nacional é pouco
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confiável e diversas são as causas para que a subnotifica-
ção se perpetue: uma delas é que são dados que abrangem
apenas trabalhadores com carteira assinada (trabalhadores
formais), outra é que, pesando a obrigatoriedade de notifi-
cação por parte das empresas, há uma enorme e persistente
subnotificação de acidentes de trabalho.
Segundo dados do Aeps (Anuário Estatístico da Pre-
vidência Social), durante o ano de 2014, foram registrados
no INSS cerca de 704,1 mil acidentes de trabalho. Do to-
tal de acidentes registrados com CAT, os típicos representa-
ram 76,55%; os de trajeto 20,67%; e as doenças do trabalho
2,79%. Comparado com 2013, o número de acidentes de
trabalho teve um decréscimo de 2,97%, sendo que o total
de acidentes registrados com CAT diminuiu em 0,82% de
2013 para 2014. Recordamos que os números apresentados
são de dados da previdência social e que são necessárias no
mínimo duas observações: a primeira é que os dados abran-
gem somente trabalhadores com carteira assinada e a se-
gunda é que, pesando a obrigatoriedade, a subnotificação
ainda é enorme.
Para ajudar na interpretação sobre a subnotificação,
basta observar o seguinte: o IBGE realizou em setembro de
2013, com a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra Domi-
ciliar), o suplemento da PNS (Pesquisa Nacional de Saúde),
em colaboração com o Ministério de Saúde, entretanto, ao
analisar alguns dados da PNS, comparando-os com os regis-
tros da previdência, notam-se diferenças entre as bases de
43
dados, uma vez que a do IBGE refere-se a uma declaração
do trabalhador sobre um acidente ou doença que sofreu, e
a da previdência refere-se somente aos acidentes e doenças
que foram reconhecidos pelo INSS e que tiveram concessão
de benefício acidentário. A PNS apontou quase sete vezes
mais pessoas (6,89) que referiram terem sofrido acidentes de
trabalho do que os dados sobre acidentes registrados pela
previdência, o que significa em termos percentuais, 589% a
mais de acidentes.
ACIDENTALIDADE NO SETOR PLÁSTICO
Analisando os dados do Aeps para o setor plástico,
constata-se que 10.935 trabalhadores foram vítimas de aci-
dentes em 2014. Desse total, 9.489 foram ocorrências com
CAT registrada e 1.446 sem emissão de CAT. Mencionando
somente os acidentes cujas CAT foram registradas no INSS,
os acidentes típicos somam 7.977, os de trajeto 1.276, e as
doenças do trabalho 236. Nota-se, portanto, uma incidência
muito maior nos acidentes típicos, são esses os decorrentes
da característica da atividade profissional desempenhada
pelo trabalhador, ou seja, dos riscos decorrentes da organi-
zação, dos procedimentos, das máquinas e equipamentos,
dos processos, dos ambientes e das relações de trabalho,
que podem comprometer a segurança e a saúde dos tra-
balhadores.
Em âmbito internacional, de acordo com a enciclopé-
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dia da OIT (Organização Internacional do Trabalho), os princi-
pais perigos no processo de transformação de material plás-
tico estão associados ao uso das máquinas e equipamentos,
não somente durante a operação normal, mas também du-
rante a limpeza, configuração e manutenção, e os principais
riscos descritos no processo de produção são as lesões em
operações de máquinas, queimaduras e acidentes, princi-
palmente queda, devido a óleo ou matéria-prima no piso
e incêndios. Os danos para a saúde a esses trabalhadores
são amputações, dermatites, intoxicações por inalação de
fumos de plástico e perda auditiva por exposição a níveis
elevados de ruído.
No Reino Unido, o HSE (Health and Safety Executive)
aponta como principais lesões na indústria de transforma-
ção do material plástico: trabalhar com as mãos – maior cau-
sa de todas as lesões na indústria –, 34%; escorregões ou
tropeções, 25% das lesões graves; utilização de máquinas e
equipamentos, 17% dos ferimentos graves; golpes por ob-
jetos em movimento e/ou por objetos cortantes, incluindo
cortes de faca, 14% de todas as lesões.
As principais doenças, segundo o HSE são: asma ocu-
pacional e irritação respiratória decorrente da exposição ao
fumo de plástico; dermatite, em especial pelas fibras utiliza-
das para reforço; e perda auditiva, pela exposição ao ruído.
No Brasil, acompanhando alguns estudos elaborados
por pesquisadores e instituições nacionais, verifica-se que a
situação não é diferente dos demais países e continentes.
45
RISCOS PRESENTES NO SETOR
Os fatores de risco ambiental envolvem as caracterís-
ticas espaciais e dinâmicas da tarefa e dos agentes do local
de trabalho, como as condições de piso e vias de circulação,
iluminação, temperaturas, vibrações, ruídos e poeiras.
Os agentes físicos presentes no setor são: ruído, vi-
bração, umidade, radiação ionizante e não ionizante e tem-
peratura extrema (frio ou calor). O ruído pode ocasionar ao
trabalhador danos como distúrbios de equilíbrio, do sono,
psicológicos, sociais, alterações nos sistemas circulatório,
digestivo, reprodutor e a Pair (perda auditiva induzida por
ruído). Os exemplos de fonte de ruído são moinhos, injeto-
ras, extrusoras, soldagens ultrassônicas e operações, como
a limpeza de molde com ar comprimido. Os controles des-
sas fontes de risco podem se dar pelo enclausuramento ou
isolamento das fontes, pela distribuição dos postos de tra-
balho, pelo afastamento dos postos de trabalho dos locais
ruidosos, pela inclusão de barreiras acústicas, pela redução
do tempo de exposição dos trabalhadores, por exemplo,
introduzindo rodízio entre postos mais e menos ruidosos,
e pelo fornecimento de protetores auditivos adequados e
treinamento dos trabalhadores quanto ao uso efetivo, higie-
nização e conservação.
As fontes de calor na indústria de transformação do
plástico não são intensas, mas extrusoras em ambientes
pouco ventilados, principalmente em dias quentes, podem
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expor os trabalhadores a esse agente. Por ser eventual, o
controle deve privilegiar a ventilação, sendo também ade-
quada a redução da exigência física do trabalhador, o plane-
jamento de pausas para descanso em locais frescos e orien-
tações aos trabalhadores com relação ao consumo de água,
à alimentação e às vestimentas.
Na categoria de agentes químicos, são classificados
os agentes que interagem com tecidos humanos e pro-
vocam alterações na sua estrutura, podendo penetrar no
organismo pelo contato com a pele, por ingestão ou pela
via respiratória nas formas de poeira, fumo, névoa, neblina,
gas e vapor. Os fatores que determinam o risco são a for-
ma de manipulação dos produtos químicos, a dispersão dos
agentes no ambiente de trabalho e o nível de proteção dos
trabalhadores. Dentre as medidas de controle estão a manu-
tenção das condições adequadas de temperatura dos pro-
cessos, a manutenção dos ambientes arejados de maneira a
dispersar os contaminantes em situações intensas de gera-
ção de fumos e uso de solventes, ventilação local exaustora,
bem como a utilização de luvas, cremes protetores, óculos e
vestimentas adequadas para controlar a exposição dérmica
aos solventes orgânicos.
Os aspectos organizativos e ergonômicos referem-se
à adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores e estão relacionados di-
retamente à organização do trabalho, ao ambiente laboral
e ao trabalhador. Os fatores organizacionais são os relacio-
47
nados ao ritmo da produção, ausência de pausas e duração
excessiva da jornada diária de trabalho, processo de traba-
lho em turnos e trabalho noturno. Os riscos musculoesque-
léticos estão relacionados à repetitividade de movimentos,
ao esforço excessivo no levantamento e transporte manual
de cargas, ao ritmo intenso de trabalho e a posturas inade-
quadas em diferentes tarefas, em pé ou sentado, por longos
períodos, força excessiva, movimentações constantes de in-
clinação da coluna vertebral com levantamento manual de
peso muito intenso, situações que indicam necessidade de
ajuste na organização dos locais e dos métodos de trabalho.
No risco de acidentes estão classificados os agentes
decorrentes de situações adversas nos ambientes e nos
processos de trabalho, que envolvem, principalmente, os
aspectos construtivos das edificações, tipo de arranjo físico
e utilização de máquinas e equipamento. O agente mais
evidente nessa classe está relacionado à maquinaria, tanto
na operação como na manutenção, que devem obedecer
às instruções fornecidas pelo fabricante, a normas técnicas
e às convenções coletivas assinadas pelos empregadores e
sindicatos de trabalhadores. Outros exemplos dessa classe
de agente são pisos irregulares, com desníveis e escorrega-
dios em função de sujidade de graxa ou de matérias-primas,
áreas de circulação não claramente demarcadas ou obstruí-
das, as operações de acabamento das peças, envolvendo
retirada de rebarba e incêndio pela presença de materiais in-
flamáveis, além de riscos inerentes ao setor de manutenção,
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como a necessidade de trabalho em altura. Os controles
devem focar os cuidados básicos com as áreas produtivas,
incluindo asseio, o estabelecimento de procedimentos ope-
racionais e de manutenção, o envolvimento dos trabalhado-
res na prevenção e o fornecimento de EPIs (equipamentos
de proteção individual) necessários, adequados e que en-
volvam treinamento para seu uso efetivo, higienização, tro-
ca e conservação.
NORMAS E ACORDOS RELACIONADOS AO SETOR
NR 12 (Norma Regulamentadora nº 12) – Segurança
no Trabalho em Máquinas e Equipamentos. A importância
e os resultados alcançados após a revisão dessa norma, em
2010, ficam demonstrados na redução da acidentalidade re-
lacionada a máquinas e equipamentos.
Fratura 13.572 15.481 12.881 14.712 11.984 68.630 13.726
Amputação 4.771 4.617 4.317 4.272 3.294 21.271 4.254
Óbito 210 186 205 209 184 994 199
Total 76.368 71.677 73.798 69.921 58.794 350.558 70.112
Tipo Ano Total
2011 2012 2013 2014 2015
Fonte: Secretaria de Inspeção do Trabalho – CAT (Comunicações de Acidentes de Trabalho)
Médiaanual
TABELA 9
EVOLUÇÃO DOS ACIDENTES DE TRABALHO COM
MÁQUINAS
49
De 2011 a 2015 ocorreram mais de 350 mil acidentes
de trabalho somente com máquinas. Mais de 21 mil pes-
soas sofreram amputações, cerca de 12 por dia; mais de 68
mil fraturas, 38 por dia; e quase mil mortes. Ou seja, é im-
possível afirmar que todas as máquinas estão devidamente
protegidas.
Mesmo diante desse quadro, a norma vem sofrendo
sérios ataques por parte de representações patronais, tan-
to pelo meio institucional, no âmbito do Ministério do Tra-
balho, quanto legislativo e, principalmente, ações jurídicas,
que visam ao esfacelamento da NR 12, desconsiderando a
tendência de queda no número de acidentes de trabalho e
a necessidade de melhoria contínua, recepcionando as con-
venções coletivas existentes no Estado de São Paulo.
A NR 12 estabelece medidas a serem adotadas na
instalação, operação e manutenção de máquinas e equipa-
mentos, sendo eles novos ou usados, visando à prevenção
de acidentes no trabalho, e define que as medidas de prote-
ções são de responsabilidade do empregador e devem se-
guir a ordem de medidas de proteção coletiva, depois me-
didas de organização do trabalho e finalmente as medidas
de proteção individual.
Resumindo, a norma estabelece que as máquinas e
os equipamentos em geral devem ser projetados de manei-
ra a proporcionar ao operador os requisitos de ergonomia,
segurança e conforto, observando, principalmente, fatores
que possam prejudicar sua saúde, como problemas futuros,
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e devem ser projetados analisando e considerando a neces-
sidade de adaptação das condições de trabalho, além disso,
todas as máquinas e equipamentos devem possuir manual
de instruções fornecido pelo fabricante, com informações
relativas à segurança em todas as fases da utilização, confec-
cionado com os requisitos descritos na norma.
A norma ainda define que os locais de instalações de
máquinas e equipamentos e as áreas de circulação devem
ser devidamente demarcados, os espaços ao redor deles de-
vem ser adequados ao seu tipo de operação, e os materiais
em utilização devem ser alocados em áreas específicas de
armazenamento e devidamente demarcados, de forma a
garantir segurança dos trabalhadores.
Os pisos dos locais de trabalho onde se instalam má-
quinas e equipamentos e das áreas de circulação devem ser
mantidos limpos, nivelados e livres de objetos que possam
ocasionar riscos à segurança, também devem ser resistentes
às cargas a que estão sujeitos e devem ter características de
modo a prevenir riscos de materiais que o tornem escorre-
gadios. As instalações elétricas das máquinas devem seguir
as condições da NR 10 sobre eletricidade, além disso, deve
haver dispositivos de acionamento e parada, bem como dis-
positivo de parada de emergência, que consiste em sistema
de proteção extra e que não deve ser usado como dispositi-
vo de parada e partida, tornando obrigatório seu uso.
Todos os componentes pressurizados devem ser do-
tados de medidas adicionais de proteção contra eventuais
51
impactos e agentes agressivos, além disso, devem ser toma-
dos cuidados na montagem e desmontagem de pneumáti-
cos das máquinas e de equipamentos não estacionários, de
forma que caso ocorra o rompimento, não ocorra acidentes
de trabalho; os transportadores de materiais devem ter o ní-
vel de segurança e proteção nos pontos que podem ocasio-
nar perigo, tais como pontos de esmagamento, roletes, cor-
reias etc. e devem ser utilizados conforme as características
que foram projetadas, tendo que possuir dispositivos que
garantam a segurança em caso de falha durante sua ope-
ração normal e interrompam seu funcionamento, devendo
possuir também dispositivos de parada de emergência.
Uma vez havendo alguns fatores que podem ocasio-
nar riscos adicionais, tais como exposição a possíveis subs-
tâncias, fatores físicos como ruído e calor, que podem ser
nocivas à saúde e geradas pelas máquinas, provenientes de
substâncias usadas nelas, visando à prevenção de acidentes,
é preciso adotar medidas de controle de riscos adicionais
descritas pela norma, por exemplo, medidas de proteção
contra queimaduras, que podem ser provocadas pelo con-
tato das superfícies quentes com a pele.
Todas as máquinas e equipamentos e suas instalações,
além de possuir identificação e informações mínimas em lu-
gares visíveis, devem possuir sinalização de segurança que
siga as características necessárias ao tipo de trabalho reali-
zado, visando advertir os trabalhadores e terceiros sobre os
riscos a que estão expostos, sobre instruções de operação e
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manutenção e outras informações que se fazem necessárias
para garantir a segurança. Além dos sinais escritos e dese-
nhos instrutivos, quando se faz necessário, devem-se utilizar
sinais ativos ou de alerta, tais como luminoso e/ou sonoros,
e todo trabalho a ser realizado deve possuir procedimentos
de desenvolvimento e segurança específicos, padronizados,
com a descrição detalhada de cada tarefa, sendo necessário,
a cada início de jornada de trabalho ou após uma nova pre-
paração da máquina ou equipamento, o operador realizar
inspeções rotineiras das condições de operacionalidade e
segurança das máquinas.
Conforme a norma, toda operação, manutenção, ins-
peção e demais serviços em máquinas e equipamentos de-
vem ser realizados por profissionais capacitados, habilitados,
qualificados ou autorizados para a realização de cada tarefa
específica, sendo que fica sob responsabilidade do empre-
gador promover a capacitação compatível com a função de
cada trabalhador, seguindo o padrão especificado na nor-
ma. O curso de capacitação deve ter uma carga horária de
no mínimo oito horas, por tipo de máquina citada no anexo
IX da NR 12, e deve atender um conteúdo específico.
Importantíssimo, ainda, são as ações prioritárias
de análise de riscos, que devem ser realizadas em todo
o sistema de segurança das máquinas e equipamentos,
considerando o sistema elétrico, eletrônico, pneumático,
hidráulico e mecânico. A análise de risco é um método sis-
temático e tem o objetivo de informar quais são os riscos
53
que a máquina e o equipamento oferecem, assim como a
categoria do risco, as medidas de prevenção ou proteção
que existem, ou deveriam existir para controlar os riscos,
as possibilidades dos perigos a serem eliminados e as par-
tes da máquina e equipamento que estão sujeitos a causar
lesões e danos. A análise de riscos será o documento que
norteará todas as atividades do plano de ação para a im-
plantação da norma.
Convenções coletivas
Em 1995, após dois anos de ampla discussão entre os
membros da CPN (Comissão Permanente de Negociação
dos Plásticos) – formada pelo Sindiplast (Sindicato da In-
dústria de Material Plástico, Transformação e Reciclagem de
Material Plástico do Estado de São Paulo), sindicatos repre-
sentantes dos trabalhadores e MTE (Ministério do Trabalho)
–, foi assinada a primeira Convenção Coletiva de Trabalho
de Segurança em Máquinas Injetoras de Plástico. Implanta-
da com sucesso em todo o Estado de São Paulo, a conven-
ção completou 21 anos de vigência, tendo sido atualizada e
aprimorada durante esse período.
Os resultados alcançados incentivaram a ampliação
da abrangência dessas normas de segurança. Sendo assim,
em 2006, foi celebrada a primeira convenção para máquinas
sopradoras e em 2010 a primeira convenção para moinhos.
A importância e os resultados alcançados nesse processo
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impulsionaram a revisão da NR 12, que trata dos procedi-
mentos e condições das máquinas e equipamentos em
geral, incorporando várias questões contidas nesses instru-
mentos. No entanto, esse processo de revisão vem sofrendo
sérios ataques por parte de representações patronais, tanto
institucional, no âmbito do Ministério do Trabalho, quanto
legislativo e, principalmente, ações jurídicas, visando ao es-
facelamento da NR 12.
A convenção de prensas injetoras estabelece em sua
cláusula primeira que as indústrias de transformação do se-
tor plástico, usuárias de máquinas injetoras de plástico, com-
prometem-se a instalar, quando desprovidas, dispositivos de
segurança, de modo a impedir a exposição do operador a
riscos, para evitar acidentes, conforme especificado no Ane-
xo I – “Requisitos de Segurança para Máquinas Injetoras de
Plástico”, e desenho da máquina injetora, seus componentes
e dispositivos de proteção, que são parte integrante dessa
convenção. A cláusula segunda estabelece que, ao adqui-
rirem ou venderem máquinas injetoras, novas, importadas
ou usadas, deverão observar a existência, nas mesmas, dos
dispositivos e das proteções previstos no Anexo I. É impor-
tante observar que o não cumprimento da cláusula primeira
caracterizará a existência de risco grave, cabendo ao traba-
lhador ou seu representante notificar, por escrito, ao SESMT
(Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Traba-
lho) ou ao técnico de segurança da empresa ou à Cipa (Co-
missão Interna de Prevenção de Acidentes) ou à chefia do
55
setor ou à direção da empresa, para determinação de pa-
ralisação da máquina até o estabelecimento das condições
previstas no Anexo I.
De acordo com a convenção, empresas garantirão às Ci-
pas o acesso aos registros das máquinas injetoras, manuais, lau-
dos, avaliações e demais documentos referentes à máquina e
às condições para checagem periódica dos itens previstos nes-
se acordo, por meio de critérios estabelecidos pela CPN, con-
forme Anexos II e III, que ficam fazendo parte dessa convenção.
Os trabalhadores que operam com máquinas injeto-
ras, bem como trocadores de moldes, alimentadores, em-
pregados da manutenção de máquinas injetoras e represen-
tantes da Cipa nas empresas deverão ser capacitados, a fim
de adquirir os conhecimentos necessários à prevenção de
acidentes, por meio de cursos específicos, cujo conteúdo e
carga horária estão definidos no Anexo I.
Será garantida aos empregados que sofrerem seque-
las por acidente do trabalho em máquina injetora de plástico
a permanência na empresa até a data de sua aposentadoria,
em seus prazos mínimos, sem prejuízo da remuneração an-
tes percebida, desde que dentro das seguintes condições,
cumulativamente: apresentem redução da capacidade la-
boral; tenham-se tornado incapazes de exercer a função
que vinham exercendo e apresentem condições de exercer
qualquer outra função compatível com sua capacidade la-
boral após o acidente.
As convenções têm os seguintes anexos, com reda-
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ção variada de acordo com as especificações das máquinas:
requisitos de segurança para máquinas, injetoras ou sopra-
doras, de plástico; checklist da existência e funcionamento
dos dispositivos de segurança para máquinas injetoras ou
sopradoras de plástico e checklist do cumprimento da con-
venção coletiva sobre segurança em máquinas injetoras ou
sopradoras de plástico.
Dessa forma, as principais máquinas envolvidas no se-
tor de transformação do plástico possuem regras e proce-
dimentos específicos no intuito de prevenir a ocorrência de
acidentes de trabalho nas indústrias, preservando a saúde e
a segurança dos trabalhadores.
DE QUE ADOECEM OS TRABALHADORES DO
SETOR DE FABRICAÇÃO DE PRTODUTOS DE
MATERIAL PLÁSTICO
De acordo com estudos desenvolvidos pelos pesqui-
sadores Remígio Todeschini e Wanderlei Codo, em 2013 e
2014, utilizando a base de dados da previdência social de
2010, o setor plástico apresentava a seguinte situação: fa-
bricação de produtos de material plástico – grupo com-
preendido por fabricação de laminados planos e tubulares
de material plástico; fabricação de embalagens de material
plástico; fabricação de tubos e acessórios de material plásti-
co para uso na construção; fabricação de artefatos de mate-
rial plástico não especificados anteriormente.
57
PorcentagemCnae (Classificação Nacional de Atividades Econômicas), Grupo 3 Frequência
Capítulo XIX – Lesões, envenenamento e algumas outras consequências de causas externas
Capítulo XIII – Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo
Capítulo XI – Doenças do aparelho digestivo
Capítulo V – Transtornos mentais e comportamentais
Capítulo IX – Doenças do aparelho circulatório
Capítulo II – Neoplasias (tumores)
Capítulo VI – Doenças do sistema nervoso
10521 43,3
470 1,9
712 2,9
1758 7,2
1913 7,9
4996 20,6
222
Fabricação
de
produtos
de
material
plástico
TABELA 10
FREQUÊNCIA ACIDENTÁRIA DE CADA CAPÍTULO
DA VERSÃO 10 DA CID (CLASSIFICAÇÃO
INTERNACIONAL DE DOENÇAS)
Fonte: De que adoecem os trabalhadores químicos
1146 4,7
Esse capítulo da CID compreende ferimento, fratu-
ra, luxação, entorse, ruptura, traumatismo com diversos ti-
Capítulo XIX – Lesões, envenenamento e outras
consequências de causas externas
As próximas tabelas apresentam as CIDs presentes em
cada capítulo, demostrando a frequência de cada uma delas.
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pos de corte e batida, além de hemorragia, distensão, esma-
gamento de partes do corpo, amputação traumática, corpo
estranho em orifícios naturais, queimadura, corrosão, gela-
dura (exposição ao frio intenso), intoxicações diversas por
medicamentos, alimentos e drogas. Pertencem também a
essa CID: efeito tóxico de produtos químicos, edema, hipo-
termia (temperatura do corpo abaixo de 32 graus), congela-
mento, exaustão, afogamento, choque elétrico e sequela de
traumatismo. Esse capítulo da CID, segundo a previdência
social, é o campeão em afastamentos do trabalho em quase
todos os setores econômicos da indústria de transformação,
incluindo todo o setor químico. As relações causais disso
tudo estão associadas a diversos fatores: processos tecno-
lógicos inadequados, maquinário sem proteção, trabalhos
manuais intensos e constantes, não utilização de EPIs, ritmo
intenso de produção, entre outros.
A principal hipótese para o elevado número de trau-
mas no setor plástico, devido a contusões, batidas, prensa-
mentos, amputações de partes do corpo, é a utilização de
maquinário, como misturadores, prensas, injetoras, e os mais
diversos equipamentos defasados tecnologicamente, sem
proteção coletiva ou individual. Também ocorrem queima-
duras, cuja causa provável é a manipulação de substâncias
corrosivas e inflamáveis.
59
TABELA 11
FREQUÊNCIA DE ACIDENTALIDADE DE CADA CID DO
CAPÍTULO XIX
PorcentagemCapítulo XIX – Lesões, envenenamento e outras consequências de causas externas Frequência
S60-S69 – Traumatismos do punho e da mão
S80-S89 – Traumatismos do joelho e da perna
S90-S99 – Traumatismos do tornozelo e do pé
S50-S59 – Traumatismos do cotovelo do antebraço
S40-S49 – Traumatismos do ombro e do braço
S00-S09 – Traumatismos da cabeça
S70-S79 – Traumatismos do quadril e da coxa
S30-S39 – Traumatismos do abdome, do dorso, da coluna lombar e da pelve
T20-T25 – Queimaduras e corrosões superiores ext. corpo
T90-T98 – Sequelas de traumatismos, de intoxicações e de outras consequências das causas externas
T00-T07 – Traumatismos envolvendo múltiplas regiões do corpo
S20-S29 – Traumatismos do tórax
T08-T14 – Traumatismos de localização não especificada do tronco, membro ou outra região do corpo
4.153
1.772
1.347
845
843
272
222
39,8
17,0
12,9
8,1
8,1
2,6
2,1
1,9
106
195
181
156
109
108
1,0
1,7
1,5
1,0
1,0
Capítulo XIII – Doenças do sistema osteomuscular
e do tecido conjuntivo
As transformações em curso no mundo do trabalho, de-
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Fonte: De que adoecem os trabalhadores químicos
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O elevado número registrado de LER/DORT deste ca-
pítulo alerta para uma verdadeira epidemia no mundo do
trabalho no Brasil. As possíveis causas dessa epidemia de-
correm da intensificação do trabalho, do controle excessivo
dos trabalhadores – sem levar em conta as características
individuais, os traços de personalidade e a história de vida
de cada um – e do ritmo de produção cada vez maior, as-
sociado a movimentos e posturas inadequados e não ergo-
nômicos devido a maquinários e equipamentos defasados.
correntes da introdução de novos modelos organizacionais
e de gestão, têm repercussões sobre a saúde dos trabalha-
dores, dentre as quais se destacam as conhecidas como LER/
DORT (lesões por esforços repetitivos/distúrbios osteomus-
culares relacionados ao trabalho). Esse grupo de transtornos
apresenta características comuns de origem multifatorial
complexa, na qual se entrelaçam inúmeros fatores causais,
entre eles, exigências mecânicas repetidas por períodos de
tempo prolongados, utilização de ferramentas vibratórias,
posições forçadas, fatores da organização do trabalho, por
exemplo, exigências de produtividade, competitividade, pro-
gramas de incentivo à produção e de qualidade. Os dados
do Ministério da Previdência quanto aos registros de bene-
fícios acidentários mostravam em 2010 que esse capítulo de
adoecimento representava o segundo maior motivo de afas-
tamentos do trabalho no Brasil entre todos os trabalhadores.
61
TABELA 12
FREQUÊNCIA DE ACIDENTALIDADE DE CADA CID DO
CAPÍTULO XIII
PorcentagemFrequência
M70-M79 – Outros transtornos dos tecidos moles
M50-M54 – Outras dorsopatias
M20-M25 – Outros transtornos articulares
M65-M68 – Transtornos das sinóvias e dos tendões
M15-M19 – Artroses
M05-M14 – Poliartropatias inflamatórias
1.128
1.040
809
651
143
70
28,1
25,9
20,1
16,2
3,6
1,7
Capítulo XIII – Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo
Capítulo XI – Doenças do aparelho digestivo
As doenças digestivas relacionadas ao trabalho mais
frequentes são: alterações nos dentes, gengivite crônica, es-
tomatite ulcerativa, gastroenterite e colites tóxicas, doenças
tóxicas do fígado, hipertensão portal (veia porta), entre ou-
tras. O sistema digestivo é uma das portas de entrada dos
agentes tóxicos no organismo e, apesar de menos vulnerável
do que o trato respiratório, tem papel essencial no metabo-
lismo e excreção da substância tóxica, independentemente
de sua via de penetração. Algumas substâncias químicas
utilizadas no trabalho podem causar lesão no local de pe-
netração, afetando diretamente boca, dentes e/ou regiões
contíguas, como faringe, estômago, intestino e fígado. Subs-
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Fonte: De que adoecem os trabalhadores químicos
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tâncias como os solventes podem causar lesão hepática por
meio de metabólitos citotóxicos. Condições de fadiga física
patológica, trabalho muito pesado, trabalho em turnos, si-
tuações de conflito e de estresse, exigências de produtivi-
dade, controle excessivo e relações de trabalho arbitrárias
podem desencadear doenças do aparelho digestivo.
TABELA 13
FREQUÊNCIA DE ACIDENTALIDADE DE CADA CID DO
CAPÍTULO XI
PorcentagemFrequência
K40-K46 – Hérnias
K35-K38 – Doenças do apêndice
K80-K87 – Transtornos da vesícula biliar, das vias biliares e do pâncreas
K20-K31 – Doenças do esôfago, do estômagoe do duodeno
K55-K63 – Outras doenças dos intestinos
K50-K52 – Enterites e colites não infecciosas
K70-K77 – Doenças do fígado
978
407
51,2
21,3
Capítulo XI – Doenças do aparelho digestivo
As hérnias podem ser causadas por excesso de peso
ou pelo contato com maquinários e equipamentos que exi-
jam esforço físico maior. As doenças do apêndice devem ser
82
292 15,3
4,3
80
28
21 1,1
1,5
4,2
Fonte: De que adoecem os trabalhadores químicos
63
melhor investigadas nesse grupo pelo elevado número de
casos e deve ser verificado se não decorrem de um maior
esforço físico. O Nexo Técnico Epidemiológico, conforme
Lista C do Decreto nº 6.957, de 2009, da previdência social,
por exemplo, não previu essa presunção das doenças do
apêndice, no setor plástico.
Capítulo V – Transtornos mentais e comportamentais
A contribuição do trabalho para as alterações da saú-
de mental das pessoas vai desde fatores pontuais, como
a exposição a determinado agente tóxico, até a complexa
articulação de fatores relativos à organização do trabalho,
como a divisão e o parcelamento das tarefas, as políticas de
gerenciamento das pessoas e a estrutura hierárquica orga-
nizacional. Os transtornos mentais e do comportamento
relacionados ao trabalho resultam não de fatores isolados,
mas de contextos de trabalho em interação com o corpo
e psíquico dos trabalhadores. Em decorrência do lugar de
destaque que o trabalho ocupa na vida das pessoas, sendo
fonte de garantia de subsistência e de posição social, a fal-
ta de trabalho ou mesmo a ameaça de perda do emprego
geram sofrimento psíquico, pois ameaçam a subsistência e
a vida material do trabalhador e de sua família. Ao mesmo
tempo abala o valor subjetivo que a pessoa se atribui, ao
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TABELA 14
FREQUÊNCIA DE ACIDENTALIDADE DE CADA CID DO
CAPÍTULO V
PorcentagemFrequência
F30-F39 – Transtornos do humor (afetivos)
F40-F48 – Transtornos neuróticos, transtornos relacionados com o “stress” e transtornos somatoformes
F10-F19 – Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de substância psicoativa
F20-F29 – Esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e transtornos delirantes
F00-F09 – Transtornos mentais orgânicos, inclusive os sintomáticos
918
158
55,3
9,5
Capítulo XI – Doenças do aparelho digestivo
248
É importante observar que a comparabilidade apre-
sentada neste estudo, entre trabalhadores do ramo quími-
303
14,9
18,3
16 1,0
gerar sentimentos de menos-valia, angústia, insegurança,
desânimo e desespero, caracterizando quadros ansiosos e
depressivos.
O trabalho em turnos, tanto em revezamento como fi-
xos, pode contribuir para o surgimento de transtornos men-
tais e comportamentais, além de interferir no ciclo sono e
vigília das pessoas, gerar distúrbios do sono e interferência
na vida afetiva, familiar e social dos trabalhadores.
Fonte: De que adoecem os trabalhadores químicos
65
co e demais, demonstrou uma incidência maior de adoeci-
mento entre trabalhadores do ramo químico do que nos do
ramo não químico. A hipótese dessa maior incidência pode
residir também no fato de que os trabalhadores do setor
estão expostos a múltiplas substâncias químicas. O setor
plástico registra dois agrupamentos com frequência eleva-
da: transtornos do humor (afetivos), com 918 frequências e
55,3% dos doentes desse capítulo; transtornos neuróticos,
relacionados com o estresse, e transtornos somatoformes
(F40-F48), com 303 frequências e 18,3% dos casos desse ca-
pítulo. As hipóteses desse adoecimento podem estar rela-
cionadas às condições de trabalho adversas, trabalho sem
conteúdo, gestão de pessoal autoritária e não participativa,
horas extras excessivas, trabalho em turnos fixos ou alter-
nados com afastamento do convívio social e familiar, entre
outros motivos. Também as hipóteses das doenças aqui
descritas podem estar associadas a diversos fatores de risco
individuais e psicossociais.
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Capítulo IX – Doenças do aparelho circulatório
Esse capítulo aborda os diversos tumores e doenças
que afetam o aparelho circulatório: coração, vasos sanguí-
neos, febre reumática, tromboses venosas, insuficiência
cardíaca, hipertensão arterial, entre outros males. Apesar da
crescente valorização dos fatores pessoais, como sedentaris-
mo, tabagismo e dieta, na determinação das doenças car-
diovasculares, pouca atenção tem sido dada aos fatores de
risco presentes na atividade ocupacional atual ou anterior
dos pacientes. Tem sido registrada a associação entre bai-
xos níveis socioeconômicos e educacionais e o aumento da
incidência de doenças isquêmicas coronarianas atribuídas
aos fatores psicossociais de estresse e aos fatores de risco
pessoal, mas também a uma maior exposição a agentes quí-
micos, como solventes e fumos metálicos.
Observa-se uma frequência elevada para o agrupamento
das doenças das veias e dos gânglios linfáticos (I80-I89), o
que demanda pesquisas e estudos aprofundados para es-
tabelecer a relação ou presunção desse adoecimento com
o trabalho, uma vez que há ausência da presunção de NTEP
(Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário) para qual-
quer agrupamento desse capítulo de doenças do aparelho
circulatório para o setor plástico.
67
TABELA 15
FREQUÊNCIA DE ACIDENTALIDADE DE CADA CID DO
CAPÍTULO IX
PorcentagemFrequência
150
99
92
74
Capítulo IX – Doenças do aparelho circulatório
670
25
13,2
8,7
8,1
6,5
59,1
15 1,3
2,2
I80-I89 - Doenças das veias, dos vasos linfáticos e dos gânglios linfáticos
I20-I25 - Doenças isquêmicas do coração
I60-I69 - Doenças cerebrovasculares
I30-I52 - Outras formas de doença do coração
I10-I15 - Doenças hipertensivas
I70-I79 - Doenças das artérias, das arteríolas e dos capilares
I05-I09 - Doenças reumáticas crônicas do coração
Capítulo II – Neoplasias (tumores)
O termo tumor, ou neoplasia, designa um grupo de
doenças caracterizadas pela perda de controle do processo
de divisão celular, levando à multiplicação celular desordena-
da. Isso pode levar a um câncer invadindo tecidos vizinhos
e produzir metástase. A oncogênese pode ser ativada por
agentes ambientais, atuando sobre determinados genes e
propiciando o desencadeamento e o crescimento dos tumo-
res. Considera-se que o processo de carcinogênese é multi-
SAÚDE E CONDIÇÕES DE TRABALHONO SETOR DE TRANSFORMAÇÃO DO PLÁSTICO
Fonte: De que adoecem os trabalhadores químicos
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fatorial. O câncer pode surgir como consequência da expo-
sição a agentes carcinogênicos presentes no ambiente onde
se vive e trabalha, decorrentes do estilo de vida e de fatores
ambientais produzidos ou alterados pela atividade humana.
O período de latência, tempo decorrido entre o início da ex-
posição ao carcinógeno que desencadeia a alteração celular
e a detecção clínica do tumor, tem duração variável, sendo
geralmente longo, de 20 a 50 anos para tumores sólidos, ou
curto, de 4 a 5 anos para as neoplasias do sangue. Os longos
períodos de latência dificultam a correlação causal ou o es-
tabelecimento do nexo entre a exposição e a doença, parti-
cularmente no caso dos cânceres relacionados ao trabalho.
Existem mais de 200 substâncias químicas potencialmente
cancerígenas, sendo que a Iarc (Agência Internacional de Investi-
gação do Câncer) as classifica em três classes: A1 – cancerígenas
para os humanos; A2 – evidências de mutogênese em animais;
A3 – possíveis efeitos cancerígenos. Essa consulta às substâncias
relacionadas pela Iarc pode ser acessada no www.deq.ist.utl.pt.
Registradas como principal agrupamento de CID deste
capítulo estão as neoplasias (tumores) benignas, com 373 fre-
quências e 55,1% dos casos de todo o capítulo. É preciso pes-
quisar as neoplasias benignas no setor plástico, pois a matéria-
-prima plástica é resultante de diversas reações químicas, em
que diversos produtos químicos e solventes estão presentes.
69
TABELA 16
FREQUÊNCIA DE ACIDENTALIDADE DE CADA CID DO
CAPÍTULO II
PorcentagemCnae Grupo 3 Frequência
D10-D36 - Neoplasias (tumores) benignas
C15-C26 - Neoplasias (tumores) malignas dos órgãos digestivos
C50 - Neoplasias malignas – mama
C60-C63 - Neoplasias malignas – órgãos genitais masculinos
C81-C96 - Neoplasias (tumores) malignas do tecido linfático, hematopoético
C51-C58 - Neoplasias malignas dos órgãos genitais femininos
C00-C14 - Neoplasias (tumores) malignas do lábio, cavidade oral e faringe
D37-D48 - Neoplasias de comporta incerto ou desconhecido
C43-C44 - Melanoma e outras neoplasias (tumores) malignas da pele
C73-C75 - Neoplasias (tumores) malignas da tireoide e de outras glândulas
C64-C68 - Neoplasias (tumores) malignas do trato urinário
C69-C72 - Neoplasias (tumores) malignas dos olhos, do encéfalo e de outras partes do sistema nervoso central
C30-C39 - Neoplasias (tumores) malignas do aparelho respiratório e dos órgãos intratorácicos
55,1373
54 8,0
41 6,1
33 4,9
30 4,4
21 3,1
18 2,7
17 2,5
15 2,2
15 2,2
14 2,1
12 1,8
2,114
SAÚDE E CONDIÇÕES DE TRABALHONO SETOR DE TRANSFORMAÇÃO DO PLÁSTICO
Fonte: De que adoecem os trabalhadores químicos
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Esse tipo de doença pode ocorrer por manifestações neuro-
lógicas de intoxicações decorrentes da exposição ocupacional a me-
tais pesados, aos agrotóxicos ou a solventes orgânicos e de outras
doenças do sistema nervoso relacionadas às condições de trabalho.
Capítulo VI – Doenças do sistema nervoso
O estudo aponta como principal agrupamento deste
capítulo, com maior frequência, os transtornos dos nervos,
das raízes e dos plexos nervosos (G50-G59), com 323 doen-
tes, representando 69,3% dos adoecimentos. O NTEP, confor-
me levantamento feito pelo Ministério da Previdência entre
2000 e 2005, reconhece esse agrupamento específico como
relacionado ao trabalho por presunção para o setor plástico.
TABELA 17
FREQUÊNCIA DE ACIDENTALIDADE DE CADA CID DO
CAPÍTULO VI
PorcentagemFrequência
G50-G59 - Transtornos dos nervos, das raízes e dos plexos nervosos
G40-G47 - Transtornos episódicos e paroxísticos
G60-G64 - Polineuropatias e outros transtornos do sistema nervoso periférico
G00-G09 - Doenças inflamatórias do sistema nervoso central
G90-G99 - Outros transtornos do sistema nervoso
G20-G26 - Doenças extrapiramidais e transtornos dos movimentos
Cnae Grupo 3
15
11
8
3,2
2,4
1,7
323 69,3
84 18,0
9 1,9
Fonte: De que adoecem os trabalhadores químicos
73 INTRODUÇÃO
Na análise das informações sobre os trabalhadores
no setor plástico, apresentadas em quatro seções, buscou-
-se aprofundar nos aspectos relacionados à: 1) evolução do
número de empresas, empregos e remunerações médias
por localidade; 2) evolução do número de empresas e em-
pregos por segmento; 3) evolução do número de empresas,
empregos e remunerações médias, por tamanho de empre-
sa; 4) evolução do número de empregos e remunerações
médias, segundo escolaridade e sexo.
As informações foram extraídas da base de dados da
Rais (Relação Anual de Informações Sociais), que é um regis-
tro administrativo do MTE (Ministério do Trabalho e Empre-
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go) que cobre o universo de empregos formais e abrange
todos os trabalhadores com carteira assinada – contratos
regidos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Considerando que a última versão da CNAE 2.0 (Clas-
sificação Nacional de Atividades Econômicas) passou a ser
adotada na RAIS/MTE a partir dos dados de 2006, optou-se
por retroagir o levantamento de dados apenas até esse ano,
a fim de evitar o risco dos dados apresentarem distorções de-
correntes das alterações metodológicas realizadas na CNAE.
Sendo assim, para o período de 2006 a 2015, dez anos,
levantaram-se os dados referentes às classes “Fabricação de
Laminados, Planos e Tubulares de Material Plástico” (código
2221-8), “Fabricação de Embalagens de Material Plástico”
(código 2222-6), “Fabricação de Tubos e Acessórios de Mate-
rial Plástico para Uso na Construção” (código 2223-4), “Fabri-
cação de Artefatos de Materiais Plásticos não Especificados
Anteriormente” (código 2229-3), que fazem parte do grupo
“Fabricação de Produtos de Material Plástico” (código 222).
Por sua vez, esses grupos compõem a divisão “Fabricação
de Produtos de Borracha e de Material Plástico” (código 22)
da CNAE 2.0.
Quanto às informações de remuneração, é importan-
te destacar que foram usados os valores nominais referentes
ao mês de dezembro de cada ano. Ademais, cabe esclare-
cer que as informações de remuneração da Rais referem-se
à somatória de salário, hora extra, adicionais, gratificações,
abonos e/ou comissões.
75
ESTABELECIMENTOS, EMPREGOS E
REMUNERAÇÕES MÉDIAS POR LOCALIDADE
A) Brasil e unidades da federação
Em 2015 foram registrados, no Brasil, 11.459 estabele-
cimentos na fabricação de produtos de material plástico, o
que representou um decréscimo de 0,9% se comparado ao
ano de 2014. Desde 2006, quando havia 11.263 estabeleci-
mentos no setor, apesar das variações anuais entre aumento
e queda, houve um crescimento médio de 0,2% ao ano no
total de estabelecimentos.
No Estado de São Paulo, que concentra mais de 40%
dos estabelecimentos do setor plástico do país, entre 2014
e 2015, houve uma queda de 1,9% no número de estabele-
cimentos, que passou de 4.986 para 4.892 nesse período. A
partir de 2006, houve uma redução média de 0,5% ao ano.
Além de São Paulo, em 2015, os Estados do Rio Grande
do Sul (-2,8%), Paraná (-1,2%) e Rio de Janeiro (-4,2%) regis-
traram retração no número de estabelecimentos, quando
comparados com o ano de 2014. Em relação ao período
desde 2006, Minas Gerais e Rio de Janeiro foram os Estados
que apresentaram, igualmente, queda média no número de
estabelecimentos – 0,7% ao ano (Tabela 1).
É importante destacar que, a localização das empre-
sas no setor plástico está relacionada com a maior proximi-
dade tanto com o mercado consumidor, mesmo que seja
PERFIL DO EMPREGO NO SETOR PLÁSTICO
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ESTABELECIMENTOS NA FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MATERIAL PLÁSTICO, POR UNIDADE DA FEDERAÇÃO, DE 2006 A 2015
o consumo intermediário, como, por exemplo, o setor de
alimentação; quanto com o fornecedor de matéria-prima.
TABELA 18
Fonte: MTE/RAIS. Elaboração: Subseção Dieese/STI Químicas e Plásticas de São Paulo.
No que tange ao emprego na fabricação de produtos
de material plástico, nota-se uma queda acentuada nos vín-
Brasil 11.263 11.526 11.524 11.670 11.559 11.459 -0,9% 0,2%
SP 5.113 5.167 5.124 5.108 4.986 4.892 -1,9% -0,5%
RS 1.255 1.256 1.293 1.296 1.288 1.252 -2,8% 0,0%
PR 902 932 951 968 982 970 -1,2% 0,8%
SC 879 943 917 962 964 973 0,9% 1,1%
MG 875 844 804 794 808 824 2,0% -0,7%
RJ 638 654 637 651 623 597 -4,2% -0,7%
BA 270 282 284 298 300 320 6,7% 1,9%
PE 230 241 262 288 274 283 3,3% 2,3%
GO 210 240 232 253 259 266 2,7% 2,7%
CE 157 186 201 212 228 235 3,1% 4,6%
AM 117 119 121 122 130 131 0,8% 1,3%
Outras 617 662 698 718 717 716 -0,1% 1,7%
UF 15/0615/14201520142012201020082006
77
culos celetistas entre 2014 e 2015, resultado, sobretudo, das
dificuldades no cenário econômico e político, marcado pela
queda nos investimentos, na produção, no consumo, entre
outros.
No Brasil, os vínculos de emprego no setor passaram de
355.795 em 2014 para 324.996 em 2015, uma queda de 8,7%.
A média de crescimento do emprego, no período de 2006 a
2015, foi de 1,0% ao ano.
No Estado de São Paulo, houve uma retração de 8,5%
nos vínculos celetistas, que passaram de 152.056 em 2014
para 139.120 em 2015. Contudo, desde 2006, os vínculos de
emprego registraram um crescimento médio de 0,3% ao
ano. Apesar de esse Estado continuar concentrando gran-
de parte do emprego do setor, essa participação reduziu
de 45,4% em 2006 para 42,8% em 2015. Nesse período, os
Estados que também apresentaram queda na participação
foram o Rio Grande do Sul (de 9,2% para 8,4%), Minas Gerais
(de 6,5% para 6,4%) e Amazonas (de 3,9% para 2,7%).
A queda dos vínculos de emprego no setor entre 2014
e 2015 estendeu-se para quase todos os Estados do país. A
exceção foi Pernambuco, que registrou um crescimento de
0,3% nos vínculos celetistas. Nesse período, o Estado mais
afetado pela redução do emprego no setor foi o Amazonas,
que contabilizou uma queda de 22,5% nos vínculos. Nesse
Estado, a queda nos vínculos de emprego verificada desde
2006 resultou em uma variação média de -3,1% ao ano, des-
tacando-se como o único Estado com esse resultado nesse
PERFIL DO EMPREGO NO SETOR PLÁSTICO
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período. Por outro lado, o Estado com maior crescimento
médio entre 2006 e 2015 foi Pernambuco, com 5,0% ao ano.
Segundo o Sindiquímica (Sindicato dos Trabalhadores nas
Indústrias Químicas do Estado de Pernambuco), nesse pe-
ríodo, o aumento do emprego resultou, sobretudo, da insta-
lação na região de duas empresas dos segmentos químico e
plástico, a M&G Polímeros Brasil S.A. e a LM Wind Power do
Brasil S.A. (Tabela 19).
De acordo com o Sindiplast (Sindicato dos Trabalhadores
na Indústria de Material Plástico) de Manaus, a intensa que-
da no emprego verificada nos últimos anos está relacionada
com a mudança no PPB (Processo Produtivo Básico) no se-
tor de plásticos, aprovada pela Suframa (Superintendência
da Zona Franca de Manaus), que facilitou as importações de
componentes do polo asiático, principalmente da China, fi-
cando em Manaus apenas a montagem do equipamento fi-
nal. Com isso, além das demissões, muitas empresas da região
“fecharam as portas”, como apontam Medeiros e Melo (2013).
79 UF 15/06 a.a.15/14201520142012201020082006
Em 2015, a remuneração nominal média no setor plás-
tico brasileiro, de R$ 2.345,27, foi 9,5% maior do que em 2014,
quando o valor era R$ 2.141,71. Em relação a 2006, quando
a remuneração média era de R$ 1.740,18, houve um cresci-
mento de 34,8%, uma média de 3,4% ao ano.
TABELA 19
EMPREGOS NA FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MATERIAL PLÁSTICO, POR UNIDADE DA FEDERAÇÃO, DE 2006 A 2015
Fonte: MTE/RAIS. Elaboração: Subseção Dieese/STI Químicas e Plásticas de São Paulo.
Brasil 298.169 318.095 346.610 352.739 355.795 324.996 -8,7% 1,0%
SP 135.483 146.695 155.090 153.847 152.056 139.120 -8,5% 0,3%
SC 31.038 31.250 35.863 38.715 40.493 38.116 -5,9% 2,3%
RS 27.535 27.745 30.237 30.049 30.222 27.412 -9,3% 0,0%
PR 20.845 23.022 25.164 25.343 25.886 23.159 -10,5% 1,2%
MG 19.265 20.118 23.209 24.825 23.838 20.958 -12,1% 0,9%
RJ 15.379 17.151 18.627 19.386 20.738 18.775 -9,5% 2,2%
AM 11.489 10.905 11.118 9.904 11.170 8.655 -22,5% -3,1%
BA 8.547 8.461 9.594 10.498 11.444 10.999 -3,9% 2,8%
PE 6.426 7.340 9.144 9.652 9.962 9.988 0,3% 5,0%
GO 4.565 5.226 5.383 5.979 5.442 5.091 -6,4% 1,2%
CE 3.660 4.180 4.409 4.344 4.472 4.205 -6,0% 1,6%
Outras 13.937 16.002 18.772 20.197 20.072 18.518 -7,7% 3,2%
PERFIL DO EMPREGO NO SETOR PLÁSTICO
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No entanto, comparando-se a variação da remunera-
ção média nacional com a inflação medida pelo INPC (Ín-
dice Nacional de Preços ao Consumidor), do IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatísticas), nota-se que entre 2006
e 2015, para uma inflação acumulada de 74,5%, houve uma
perda real de 22,8% na remuneração média do setor. Consi-
derando que o crescimento médio anual da inflação nesse
período foi 6,4%, a perda real da remuneração média foi de
2,8% ao ano. Em 2015, a inflação de 11,3% foi maior do que
o crescimento da remuneração nesse ano, o que significou
uma perda real de 1,6%.
No geral, a remuneração nominal média apresentou
crescimento em todos os Estados contidos na Tabela 3. No
entanto, a disparidade entre as remunerações dos Estados
permaneceu considerável, sobretudo quando comparada
com a remuneração de São Paulo, Estado com a maior re-
muneração média do setor. Em valores absolutos, em 2015, a
remuneração média verificada no conjunto dos Estados (R$
2.345,27) correspondia a 88,4% da verificada no Estado de
São Paulo (R$ 2.653,65). Essa diferença ficou maior compa-
rando-se com a remuneração média do Ceará (R$ 1.191,62),
que representava 44,9% da remuneração média no setor de
fabricação de material plástico paulista.
Além disso, como o crescimento das remunerações
médias entre 2006 e 2015, verificada em todos os Estados,
foi menor do que a inflação média acumulada no período,
todas as remunerações registraram perda real. Contudo, em
81
2015, nos Estados da Bahia, Amazonas e Goiás, as remune-
rações apresentaram crescimento acima da inflação (11,3%),
apresentando, dessa forma, aumento médio real de, respec-
tivamente, 0,9%, 1,0% e 1,1%.
UF 15/06 a.a.15/14201520142012201020082006
TABELA 20
REMUNERAÇÃO NOMINAL MÉDIA EM DEZEMBRO NA FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MATERIAL PLÁSTICO, POR UNIDADE DA FEDERAÇÃO, DE 2006 A 2015
Fonte: MTE/Rais. Elaboração: Subseção Dieese/STI Químicas e Plásticas de SP.
Brasil 1.740,18 1.806,51 1.886,70 2.004,93 2.141,71 2.345,27 9,5% 3,4%
SP 2.023,51 2.115,30 2.195,98 2.306,17 2.419,49 2.653,65 9,7% 3,1%
SC 1.792,53 1.769,10 1.776,71 1.923,13 2.095,08 2.283,08 9,0% 2,7%
RS 1.547,95 1.632,07 1.714,89 1.887,69 2.062,50 2.243,96 8,8% 4,2%
PR 1.463,28 1.553,92 1.754,22 1.784,87 1.975,14 2.180,64 10,4% 4,5%
MG 1.226,60 1.289,14 1.429,53 1.554,49 1.661,97 1.770,30 6,5% 4,2%
RJ 1.623,13 1.651,20 1.777,48 2.161,58 2.391,01 2.599,07 8,7% 5,4%
BA 1.439,99 1.662,16 1.676,89 1.738,65 1.870,32 2.099,83 12,3% 4,3%
AM 2.035,17 1.946,17 1.978,40 1.965,86 2.090,58 2.349,84 12,4% 1,6%
PE 1.233,60 1.277,05 1.346,26 1.516,08 1.622,72 1.777,07 9,5% 4,1%
GO 1.149,33 1.190,81 1.323,32 1.432,60 1.615,83 1.818,00 12,5% 5,2%
CE 849,82 887,54 931,73 1.052,43 1.113,14 1.191,62 7,0% 3,8%
Outras 1.104,30 1.196,75 1.371,60 1.486,37 1.590,18 1.762,80 10,9% 5,3%
PERFIL DO EMPREGO NO SETOR PLÁSTICO
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B) Brasil, Estado de São Paulo e município da base de
representação do Sindicato dos Químicos de São Paulo
No total dos cinco municípios que compõem a base
do Sindicato: São Paulo, Embu das Artes, Taboão da Serra,
Caieiras e Embu-Guaçu, o número de estabelecimentos de
fabricação de produtos de material plástico passou de 1.622
em 2014 para 1.525 em 2015, uma redução de 6,0%. A come-
çar por 2006, quando havia 1.872 estabelecimentos, a varia-
ção média anual foi de -2,3% até 2015.
Mais de 90% dos estabelecimentos do setor estavam
localizados no município de São Paulo, que, consequente-
mente, refletiu com mais intensidade as variações ocorridas
no setor e registrou uma queda no número de estabeleci-
mentos mais acentuada do que nos outros municípios.
Em 2015, no município de São Paulo, houve uma redu-
ção de 6,8% no número de estabelecimentos do setor, com-
parando-se com 2014. Desde 2006, quando havia 1.748 es-
tabelecimentos, a variação média foi de -2,4% ao ano. Além
de São Paulo, Taboão da Serra também apresentou variação
negativa tanto na média anual desde de 2006 (-2,9%) quan-
to no período mais recente, entre 2014 e 2015 (-2,1%). Por
outro lado, Caieiras foi o município com o melhor resultado
em 2015, quando registrou um crescimento de 12,1% nos es-
tabelecimentos do setor (Tabela 21).
83 Localidade 15/06 a.a.15/14201520142012201020082006
TABELA 21
ESTABELECIMENTOS NA FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MATERIAL PLÁSTICO, POR LOCALIDADE, DE 2006 A 2015
Fonte: MTE/Rais. Elaboração: Subseção Dieese/STI Químicas e Plásticas de São Paulo.
Brasil 11.263 11.526 11.524 11.670 11.559 11.459 -0,9% 0,2%
SP 5.113 5.167 5.124 5.108 4.986 4.892 -1,9% -0,5%
Base Sindical 1.872 1.832 1.733 1.704 1.622 1.525 -6,0% -2,3%
São Paulo 1.748 1.704 1.608 1.572 1.508 1.406 -6,8% -2,4%
Embu das Artes 21 18 16 23 21 23 9,5% 1,0%
Taboão da Serra 61 60 61 59 48 47 -2,1% -2,9%
Caieiras 37 45 41 40 33 37 12,1% 0,0%
Embu-Guaçu 5 5 7 10 12 12 0,0% 10,2%
A queda no número de estabelecimentos no conjunto
dos municípios da base sindical foi acompanhada, de forma
mais intensa, pela diminuição dos vínculos de emprego. No
total dos cinco municípios, a retração de 13,5% entre 2014 e
2015, quando os vínculos de emprego no setor passaram de
36.062 para 31.372, foi maior do que a registrada no Estado
de São Paulo. Desde 2006, quando havia 39.315 vínculos de
emprego no conjunto dos municípios, houve uma variação
anual de -2,5%.
No município de São Paulo, a queda de 31.239 víncu-
los em 2014 para 26.827 em 2015 resultou em uma variação
PERFIL DO EMPREGO NO SETOR PLÁSTICO
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negativa de -14,1%. A partir da série iniciada em 2006, a varia-
ção média foi de -2,8% ao ano. Entre os municípios, a exce-
ção foi Embu-Guaçu, que apresentou crescimento de 22,1%
nos vínculos de emprego do setor entre 2014 e 2015, com
uma variação média anual de 5,6% desde 2006 (Tabela 22).
Vale destacar que, ao contrário do conjunto dos muní-
cipios da base sindical, tanto no Brasil quanto no Estado de
São Paulo, o crescimento do emprego no setor, entre 2006
e 2015, no geral, ocorreu de forma contínua. Mesmo com a
queda mais acentuada verificada no último ano, no perío-
do iniciado em 2006, houve crescimento médio anual. Em
parte, esse comportamento pode estar relacionado com a
oferta de uma mão de obra mais barata e com os atrativos
fiscais oferecidos por outras regiões, ainda que grande parte
dos estabelecimentos estejam localizados nos grandes cen-
tros urbanos.
Assim como no Brasil e no Estado de São Paulo, a re-
muneração nominal média no setor plástico nos municípios
que compõem a base do Sindicato também apresentou
crescimento. No conjunto dos municípios, a remuneração,
que passou de R$ 2.395,13 em 2014 para R$ 2.547,15 em 2015,
teve um crescimento de 6,3%, com uma variação média
anual de 2,2% no período começado em 2006. No muni-
cípio de São Paulo, a variação da remuneração média foi
muito semelhante à verificada no conjunto dos cinco mu-
85 Localidade 15/06 a.a.15/14201520142012201020082006
TABELA 22
EMPREGOS NA FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MATERIAL PLÁSTICO, POR LOCALIDADE, DE 2006 A 2015
Fonte: MTE/Rais. Elaboração: Subseção Dieese/STI Químicas e Plásticas de São Paulo.
Brasil 298.169 318.095 346.610 352.739 355.795 324.996 -8,7% 1,0%
SP 135.483 146.695 155.090 153.847 152.056 139.120 -8,5% 0,3%
Base Sindical 39.315 38.321 37.832 38.428 36.062 31.372 -13,0% -2,5%
São Paulo 34.729 34.017 33.087 33.357 31.239 26.827 -14,1% -2,8%
Embu das Artes 1.654 1.963 2.189 2.589 2.460 2.212 -10,1% 3,3%
Taboão da Serra 1.573 1.511 1.650 1.574 1.268 1.216 -4,1% -2,8%
Caieiras 1.261 775 800 747 964 957 -0,7% -3,0%
Embu-Guaçu 98 55 106 161 131 160 22,1% 5,6%
nicípios, tanto no período mais recente, entre 2014 e 2015
(6,0%), quanto na série iniciada em 2006 (2,2% a.a.).
No entanto, os melhores resultados foram observa-
dos nos municípios com as remunerações médias mais bai-
xas. Em Embu-Guaçu, a remuneração média passou de R$
1.751,91 em 2014 para R$ 2.037,25 em 2015, um aumento de
16,3%, com um crescimento médio anual de 8,9%, desde
2006. Taboão da Serra também se destacou com um cres-
cimento de 12,9% na remuneração média em 2015, compa-
PERFIL DO EMPREGO NO SETOR PLÁSTICO
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rando-se com o ano anterior, e uma média de 3,5% ao ano
na série iniciada em 2006. Nesses dois municípios, o cresci-
mento das remunerações em 2015 acima da inflação (11,3%)
garantiu aumento médio real de 1,4% em Taboão da Serra e
de 4,5% em Embu-Guaçu (Tabela 23).
TABELA 23
REMUNERAÇÃO NOMINAL MÉDIA EM DEZEMBRO
NA FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MATERIAL
PLÁSTICO, POR LOCALIDADE, DE 2006 A 2015
Localidade 15/06 a.a.15/14201520142012201020082006
Fonte: MTE/Rais. Elaboração: Subseção Dieese/STI Químicas e Plásticas de São Paulo.
Brasil 1.740,18 1.806,51 1.886,70 2.004,93 2.141,71 2.345,27 9,5% 3,4%
SP 2.023,51 2.115,30 2.195,98 2.306,17 2.419,49 2.653,65 9,7% 3,1%
Base Sindical 2.100,10 2.187,44 2.339,48 2.367,61 2.395,13 2.547,15 6,3% 2,2%
São Paulo 2.114,00 2.209,96 2.367,31 2.367,18 2.364,26 2.519,31 6,6% 2,0%
Embu das Artes 2.633,33 2.442,64 2.755,41 2.888,25 3.048,79 3.096,89 1,6% 1,8%
Taboão da Serra 1.594,94 1.637,52 1.640,76 1.728,12 1.931,88 2.180,21 12,9% 3,5%
Caieiras 1.737,53 1.647,58 1.591,42 2.058,95 2.424,26 2.608,62 7,6% 4,6%
Embu-Guaçu 948,18 1.865,83 1.584,11 1.768,47 1.751,91 2.037,25 16,3% 8,9%
87
ESTABELECIMENTOS, EMPREGOS E
REMUNERAÇÕES MÉDIAS POR
SEGMENTO ECONÔMICO
A queda no número de estabelecimentos observada no
conjunto dos municípios que compõem a base sindical, entre
2014 e 2015, ocorreu em quase todos os segmentos. A exceção
foi a fabricação de tubos e acessórios de material plástico para uso
na construção, que ficou estagnada. O segmento com a maior
concentração de estabelecimentos foi a fabricação de artefatos
de material plástico não especificados anteriormente (72,7%).
Em 2015, o segmento de fabricação de laminados pla-
nos e tubulares de material plástico registrou uma queda de
9,4% no número de estabelecimentos do setor em relação
ao ano de 2014. No mesmo período, os segmentos de fabri-
cação de embalagens de material plástico e de fabricação
de artefatos de material plástico não especificados anterior-
mente apresentaram queda de, respectivamente, 4,5% e
6,3%, no número de estabelecimentos.
No período de 2006 a 2015, todos os segmentos apresen-
taram retração na taxa média de variação anual no número de
estabelecimentos do setor. O segmento com a variação anual
negativa mais acentuada foi o de tubos e acessórios de material
plástico para uso na construção, com -4,4% ao ano. Em seguida,
com uma variação negativa de 2,8% ao ano, estavam os artefatos
de material plástico não especificados anteriormente (Tabela 24).
PERFIL DO EMPREGO NO SETOR PLÁSTICO
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IS A INDÚSTRIA DE TRANSFORMADOS PLÁSTICOS
TABELA 24
ESTABELECIMENTOS NA FABRICAÇÃO DE PRODUTOS
DE MATERIAL PLÁSTICO, POR SEGMENTOS. BASE
SINDICAL, DE 2006 A 2015
Segmento 15/06 a.a.15/14201520142012201020082006
Fonte: MTE/Rais. Elaboração: Subseção Dieese/STI Químicas e Plásticas de São Paulo.
Laminados 50 52 53 52 53 48 -9,4% -0,5%
Embalagens 376 392 390 380 377 360 -4,5% -0,5%
12 9 5 6 8 8 0,0% -4,4%
1.434 1.379 1.285 1.266 1.184 1.109 -6,3% -2,8%
Total 1.872 1.832 1.733 1.704 1.622 1.525 -6,0% -2,3%
Artefatos não especificados
Tubos eAcessórios
Assim como nos estabelecimentos do setor, o seg-
mento de fabricação de artefatos de material plástico não
especificados anteriormente apresentou a maior concen-
tração de emprego (60%) nos municípios que compõem
a base sindical. A retração do emprego em 2015, compa-
rando-se com 2014, ocorreu em quase todos os segmen-
tos, com exceção da fabricação de tubos e acessórios de
material plástico para uso na construção, que registrou um
aumento de 1,5% nos vínculos celetistas. O segmento de ar-
tefatos de material plástico não especificados anteriormente
apresentou a maior retração: -14,9% vínculos de emprego
89
TABELA 25
EMPREGOS NA FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE
MATERIAL PLÁSTICO, POR SEGMENTOS. BASE
SINDICAL, DE 2006 A 2015
Segmento 15/06 a.a.15/14201520142012201020082006
Fonte: MTE/Rais. Elaboração: Subseção Dieese/STI Químicas e Plásticas de São Paulo.
no setor, seguido por fabricação de laminados planos e tu-
bulares de material plástico, com -12,4% vínculos celetistas.
Considerando o período entre 2006 e 2015, nota-se
que a variação média anual dos segmentos teve compor-
tamento semelhante ao observado no ano mais recente.
Contudo, destaca-se o crescimento do segmento de tubos
e acessórios de material plástico para uso na construção no
período, que alcançou uma média de 10% ao ano, possi-
velmente, resultado do ótimo desempenho na atividade
do setor da construção civil observado nos últimos anos
(Tabela 25).
Laminados 1.976 2.095 2.140 2.192 1.879 1.646 -12,4% -2,0%
Embalagens 10.953 10.962 12.010 12.054 11.818 10.651 -9,9% -0,3%
116 338 306 268 270 274 1,5% 10,0%
26.270 24.926 23.376 23.914 22.095 18.801 -14,9% -3,6%
Total 39.315 38.321 37.832 38.428 36.062 31.372 -13,0% -2,5%
Artefatos não especificados
Tubos eAcessórios
PERFIL DO EMPREGO NO SETOR PLÁSTICO
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No que tange a remuneração nominal média, em
2015, todos os segmentos dos municípios da base do Sindi-
cato indicaram crescimento em relação a 2014. Destacou-se
o segmento de artefatos de material plástico não especifica-
dos anteriormente, com um crescimento de 10% da remu-
neração média, que, ainda assim, continuou sendo a menor
do setor; e o de tubos e acessórios de material plástico para
uso na construção, cuja remuneração cresceu 8,3% nesse
período.
Com exceção da fabricação de material plástico não
especificado anteriormente, em todos os segmentos a re-
muneração ficou acima da média do conjunto dos cinco
municípios. No entanto, a maior remuneração média (R$
3.400,91) foi registrada no segmento de fabricação de lami-
nados planos e tubulares de material plástico, que em 2015
aumentou 4,7%, se comparada com o ano anterior.
A variação média anual da remuneração nos segmen-
tos, no período de 2006 a 2015, foi semelhante à observada
no total dos municípios da base. A exceção foi o segmento
de tubos e acessórios de material plástico para uso na cons-
trução, cuja remuneração média não acompanhou o cresci-
mento do emprego no período (Tabela 26).
Comparando-se a variação das remunerações nos
segmentos com a inflação, tanto em 2015 (11,3%) quanto no
período desde 2006 (74,5%), nota-se que houve perda real
da remuneração em todos os segmentos.
91
TABELA 26
REMUNERAÇÃO NOMINAL MÉDIA EM DEZEMBRO NA
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MATERIAL PLÁSTICO,
POR SEGMENTOS. BASE SINDICAL, DE 2006 A 2015
Segmento 15/06 a.a.15/14201520142012201020082006
Fonte: MTE/Rais. Elaboração: Subseção Dieese/STI Químicas e Plásticas de São Paulo.
Artefatos não especificados
Tubos eAcessórios
Laminados 2.792,14 2.957,18 3.204,29 2.882,78 3.249,25 3.400,91 4,7% 2,2%
Embalagens 2.552,53 2.572,45 2.671,93 2.798,89 2.865,17 2.888,42 0,8% 1,4%
6.858,12 1.758,95 1.870,37 2.206,40 2.443,63 2.646,44 8,3% -10,0%
1.838,40 1.959,23 2.095,64 2.104,80 2.070,49 2.277,63 10,0% 2,4%
Total 2.100,10 2.187,44 2.339,48 2.367,61 2.395,13 2.547,15 6,3% 2,2%
ESTABELECIMENTOS, EMPREGOS E
REMUNERAÇÕES MÉDIAS POR TAMANHO
DO ESTABELECIMENTO
Umas das características do setor plástico é a grande
presença de microestabelecimentos1 , aqueles com até 19
empregados, e dos pequenos, de 20 a 99 empregados. Em
PERFIL DO EMPREGO NO SETOR PLÁSTICO
1 Segundo o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), na indús-
tria os estabelecimentos são classificados da seguinte forma: micros, com até 19 empre-
gados; pequenos, de 20 a 99 empregados; médios, de 100 a 499 empregados; grandes,
mais de 500 empregados.
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2015, no conjunto dos municípios da base sindical, 76,5%
dos estabelecimentos do setor plástico eram micros e 20%,
pequenos. Nesse ano, houve redução no número de esta-
belecimentos de quase todos os tamanhos, segundo núme-
ro de vínculos de emprego. A exceção foi nos de 500 a 999
empregados (mais de 50%), que, por causa da participação
reduzida, o aumento de uma unidade tem um efeito, em
termos percentuais, significativamente maior.
Por outro lado, as maiores reduções, nesse período,
foram registradas entre os pequenos estabelecimentos, que
tinham de 50 a 99 vínculos de emprego (-23,0%) e os mé-
TABELA 27
ESTABELECIMENTOS NA FABRICAÇÃO DE PRODUTOS
DE MATERIAL PLÁSTICO, POR TAMANHO. BASE
SINDICAL, DE 2006 A 2015
Tamanho 15/06 a.a.15/14201520142012201020082006
Fonte: MTE/Rais. Elaboração: Subseção Dieese/STI Químicas e Plásticas de São Paulo.
1.449 1.413 1.321 1.274 1.213 1.167 -3,8% -2,4%
De 20 a 49 256 259 249 263 257 238 -7,4% -0,8%
De 50 a 99 102 93 98 97 87 67 -23,0% -4,6%
De 100 a 249 44 51 49 54 50 38 -24,0% -1,6%
De 250 a 499 17 12 12 12 13 12 -7,7% -3,8%
De 500 a 999 4 4 4 4 2 3 50,0% -3,1%
Total 1.872 1.832 1.733 1.704 1.622 1.525 -6,0% -2,3%
Até 19 empregados
93
dios, que tinham de 100 a 249 vínculos de emprego (-24,0%).
Entre 2006 e 2015, os estabelecimentos de todos os portes
apresentaram queda na variação média anual (Tabela 27).
PERFIL DO EMPREGO NO SETOR PLÁSTICO
A significativa presença no setor plástico de micros e
pequenos foi acompanhada pela alta participação do em-
prego nos estabelecimentos desses portes. Em 2015, 62%
dos vínculos de emprego estavam concentrados neles, sen-
do que naqueles com até 19 empregados, a participação
dos vínculos de emprego era de 24%.
Em 2015, os empregos apresentaram queda em quase
todos os portes de estabelecimentos e, novamente, as maio-
res reduções foram registradas nos de 50 a 99 empregados
(-23,3%) e naqueles de 100 a 249 empregados (-23,8%). A ex-
ceção foi o crescimento de 43,8% dos vínculos de emprego
nos estabelecimentos de 500 a 999 empregados, quando
comparados com 2014. No entanto, nesses estabelecimen-
tos, esse crescimento não foi suficiente para recuperar o ní-
vel de emprego verificado nos anos anteriores. No período
de 2006 a 2015, os vínculos de emprego apresentaram que-
da na variação anual, em todos os tipos de estabelecimento
(Tabela 28).
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TABELA 28
EMPREGOS NA FABRICAÇÃO DE PRODUTOS
DE MATERIAL PLÁSTICO, POR TAMANHO DO
ESTABELECIMENTO. BASE SINDICAL, DE 2006 A 2015
Tamanho 15/06 a.a.15/14201520142012201020082006
Fonte: MTE/Rais. Elaboração: Subseção Dieese/STI Químicas e Plásticas de São Paulo.
Até 19 empregados 9.698 9.163 9.001 8.694 8.071 7.495 -7,1% -2,8%
De 20 a 49 7.933 8.095 7.554 7.936 7.798 7.208 -7,6% -1,1%
De 50 a 99 7.060 6.545 6.823 7.036 6.152 4.717 -23,3% -4,4%
De 100 a 249 6.204 7.606 7.646 8.345 8.182 6.231 -23,8% 0,0%
De 250 a 499 5.913 4.418 4.364 4.094 4.709 4.067 -13,6% -4,1%
De 500 a 999 2.507 2.494 2.444 2.323 1.150 1.654 43,8% -4,5%
Total 39.315 38.321 37.832 38.428 36.062 31.372 -13,0% -2,5%
De forma geral, a variação da remuneração nominal
média no setor plástico, segundo o tamanho do estabeleci-
mento, teve comportamento semelhante ao observado nas
análises por segmento ou localidade, que registraram varia-
ção positiva. A exceção foi nos estabelecimentos de 500 a
999 empregados, que, apesar do crescimento dos vínculos
de emprego, em 2015 apresentaram uma retração de 11,7%
na remuneração em relação ao ano de 2014, quando o valor
era de R$ 3.817,64. A variação anual da remuneração a partir
de 2006, nos grandes estabelecimentos, também apresen-
tou queda de 0,6% ao ano.
95
Quanto maior o porte do estabelecimento, mais eleva-
da tende a ser a remuneração; essa relação manteve-se em
toda a série analisada. No entanto, essas diferenças apresenta-
ram uma diminuição ao longo do período. Prova disso é que
em 2006 a remuneração média nos estabelecimentos com
até 19 empregados (R$ 1.500,87) representava 42,1% da remu-
neração dos estabelecimentos de 500 a 999 (R$ 3.563,50). Em
2015, a remuneração nos microestabelecimentos (R$ 2.003,62)
passou para 59,4% da remuneração dos grandes (R$ 3.372,64)
(Tabela 29).
PERFIL DO EMPREGO NO SETOR PLÁSTICO
TABELA 29
Tamanho 15/06 a.a.15/14201520142012201020082006
Fonte: MTE/Rais. Elaboração: Subseção Dieese/STI Químicas e Plásticas de São Paulo.
REMUNERAÇÃO NOMINAL MÉDIA EM DEZEMBRO
NA FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MATERIAL
PLÁSTICO, POR TAMANHO DO ESTABELECIMENTO.
BASE SINDICAL, DE 2006 A 2015
1.500,87 1.596,69 1.702,94 1.767,76 1.832,36 2.003,62 9,3% 3,3%
De 20 a 49 1.968,83 2.005,11 2.073,64 2.061,73 2.083,45 2.208,43 6,0% 1,3%
De 50 a 99 1.865,64 1.898,78 2.054,58 2.274,72 2.242,89 2.526,36 12,6% 3,4%
De 100 a 249 1.904,50 2.264,83 2.199,02 2.246,24 2.647,42 2.766,42 4,5% 4,2%
De 250 a 499 3.123,74 3.446,12 3.893,66 3.826,49 3.288,94 3.501,63 6,5% 1,3%
De 500 a 999 3.563,50 3.241,50 3.965,04 3.803,76 3.817,64 3.372,57 -11,7% -0,6%
Total 2.100,10 2.187,44 2.339,48 2.367,61 2.395,13 2.547,15 6,3% 2,2%
Até 19 empregados
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IS A INDÚSTRIA DE TRANSFORMADOS PLÁSTICOS
Em 2015, a queda dos vínculos de emprego no setor
plástico observada no conjunto dos municípios da base sin-
dical em relação a 2014 ocorreu em todos os níveis de esco-
laridade. No entanto, nesse período, as menores retrações
foram registradas nos vínculos de emprego com ensino
médio completo (-12.5%) e com superior completo (-6,2%).
Por outro lado, a maior retração do emprego no setor plás-
tico (15,5%) foi observada nos vínculos celetistas com ensino
fundamental incompleto.
Além disso, entre 2006 e 2015, é possível constatar a
redução do número de vínculos de emprego nos níveis de
escolaridade com até o ensino médio incompleto e, para-
lelamente, o crescimento do emprego nos maiores níveis,
sobretudo com ensino médio completo e superior comple-
to. Mesmo considerando a queda no emprego verificada
no último ano, houve um crescimento médio de 2% ao ano
nos vínculos com o ensino médio completo e de 1,7% ao
ano naqueles com o superior completo, as únicas variações
positivas da série iniciada em 2006.
Segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Es-
tatística), entre 2006 e 2015, a participação das pessoas com
menor tempo de estudo, até 7 anos, reduziu, passando de
EMPREGOS E REMUNERAÇÕES MÉDIAS
POR ESCOLARIDADE E SEXO
97
54,6% para 43,4% no período. Por outro lado, aumentou a
participação das pessoas com mais de oito anos de estudo,
ou seja, que, em tese, tinham pelo menos o ensino funda-
mental. Em 2006, 45% das pessoas com mais de dez anos
tinham no mínimo oito anos de estudo. Em 2015, esse per-
centual passou para 56,4% (Tabela 30).
O aumento da escolaridade da população, em anos
de estudo, sobretudo nas últimas décadas, associado à
maior necessidade das empresas de uma mão de obra mais
qualificada, favoreceu as mudanças observadas no perfil do
emprego em relação aos níveis de escolaridades.
Segundo o Dieese (1998), os requisitos de escolaridade
impostos para todos os trabalhadores, inclusive os do chão
de fábrica, sinalizaram a revalorização da educação geral,
ao passo que, nos padrões atuais, a qualificação profissional
não estaria situada apenas nos cursos de formação profis-
sional e vocacional. Ou seja, a educação escolar passou a
ser considerada fundamental para o desenvolvimento das
habilidades intelectuais e do domínio dos conhecimentos
científicos básicos, sobre a qual será construída, posterior-
mente, a qualificação profissional do indivíduo.
Além disso, com as transformações ocorridas no mun-
do do trabalho, impostas pela reestruturação produtiva, nas
atuais condições de introdução das novas tecnologias, o de-
senvolvimento da competitividade do setor produtivo exige
que exista a disponibilidade de uma base de mão de obra
qualificada.
PERFIL DO EMPREGO NO SETOR PLÁSTICO
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IS A INDÚSTRIA DE TRANSFORMADOS PLÁSTICOS
TABELA 30
Escolaridade 15/06 a.a.15/14201520142012201020082006
Fonte: MTE/Rais. Elaboração: Subseção Dieese/STI Químicas e Plásticas de São Paulo.
EMPREGOS NA FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE
MATERIAL PLÁSTICO, POR NÍVEL DE ESCOLARIDADE.
BASE SINDICAL, DE 2006 A 2015
8.447 6.993 5.485 4.717 4.072 3.440 -15,5% -9,5%
8.280 7.068 6.304 5.739 4.939 4.221 -14,5% -7,2%
4.356 4.198 4.065 3.948 3.524 3.006 -14,7% -4,0%
14.719 16.738 18.469 20.418 20.140 17.620 -12,5% 2,0%
1.622 1.252 1.207 1.176 1.035 879 -15,1% -6,6%
1.891 2.072 2.302 2.430 2.352 2.206 -6,2% 1,7%
Total 39.315 38.321 37.832 38.428 36.062 31.372 -13,0% -2,5%
Fundamental incompleto
Superiorincompleto
Superiorcompleto
Médioincompleto
Médiocompleto
Fundamental completo
Com relação à remuneração, nota-se que no setor
plástico o impacto da escolaridade nas remunerações vai
ao encontro do argumento de que quanto maior a esco-
laridade mais elevadas seriam as remunerações. Em 2015,
a remuneração dos vínculos de emprego com o ensino
fundamental incompleto (R$ 2.135,12) equivalia a 34,8% da
remuneração dos empregos com nível superior completo
(R$ 6.137,97). Ainda assim, uma diferença menor do que em
2006, quando essa proporção era de 23,9%.
99
Contudo, em 2015, no ensino superior completo, as re-
munerações apresentaram queda de 5,1% em relação a 2014.
Desde 2006, houve uma retração de 1,9% ao ano, o que fa-
voreceu a diminuição da diferença das remunerações entre
os menores e os maiores níveis de escolaridade (Tabela 31).
Apesar da retração observada na participação da mão
de obra masculina, que em 2015 foi 0,3% p.p. menor do que
PERFIL DO EMPREGO NO SETOR PLÁSTICO
TABELA 31
Escolaridade 15/06 a.a.15/14201520142012201020082006
Fonte: MTE/Rais. Elaboração: Subseção Dieese/STI Químicas e Plásticas de São Paulo.
REMUNERAÇÃO MÉDIA NOMINAL NA FABRICAÇÃO
DE PRODUTOS DE MATERIAL PLÁSTICO, POR NÍVEL
DE ESCOLARIDADE. BASE SINDICAL, DE 2006 A 2015
1.739,80 1.799,05 1.854,13 1.979,39 2.009,07 2.135,12 6,3% 2,3%
1.690,01 1.777,16 1.808,92 1.926,63 2.008,22 2.163,71 7,7% 2,8%
1.632,56 1.679,62 1.855,69 1.909,74 1.916,89 2.043,41 6,6% 2,5%
1.894,95 1.916,35 2.008,34 2.057,68 2.121,28 2.308,78 8,8% 2,2%
3.148,94 3.584,94 3.701,06 3.461,67 3.468,04 3.490,33 0,6% 1,2%
7.279,45 7.272,24 7.745,89 6.981,27 6.465,30 6.137,97 -5,1% -1,9%
Total 2.100,10 2.187,44 2.339,48 2.367,61 2.395,13 2.547,15 6,3% 2,2%
Fundamental incompleto
Fundamental completo
Médioincompleto
Médiocompleto
Superiorincompleto
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TABELA 32
EMPREGO NA FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE
MATERIAL PLÁSTICO, POR SEXO. BASE SINDICAL,
DE 2006 A 2015
em 2014, com uma média de -0,7% ao ano, desde 2006, a pre-
sença dos homens ainda era predominante no setor. Nesses
períodos, a mão de obra feminina, cerca de 1/3 do emprego no
setor, aumentou a participação na mesma proporção percen-
tual da retração verificada em relação à mão de obra masculina.
Em valores absolutos, nota-se que a queda dos vín-
culos de emprego, entre 2014 e 2015, ocorreu tanto entre as
mulheres quanto entre os homens. No entanto, enquanto
a mão de obra masculina diminuiu 12,6%, a feminina teve
uma queda mais acentuada, de 13,9%. No período de 2006 a
2015, a variação média anual dos vínculos de emprego que
utilizaram mão de obra masculina foi de -2,6% ao ano, en-
quanto os vínculos com mão de obra feminina apresenta-
ram diminuição de -2,2% ao ano (Tabela 32).
Sexo 15/06 a.a.15/14201520142012201020082006
Fonte: MTE/Rais. Elaboração: Subseção Dieese/STI Químicas e Plásticas de São Paulo.
Feminino 11.572 11.134 10.977 11.728 10.981 9.454 -13,9% -2,2%
Masculino 27.743 27.187 26.855 26.700 25.081 21.918 -12,6% -2,6%
Total 39.315 38.321 37.832 38.428 36.062 31.372 -13,0% -2,5%
101
Sexo 15/06 a.a.15/14201520142012201020082006
Fonte: MTE/Rais. Elaboração: Subseção Dieese/STI Químicas e Plásticas de São Paulo.
No setor plástico, apesar de as mulheres ainda recebe-
rem uma remuneração inferior à dos homens, entre 2006 e
2015, como o crescimento da remuneração média feminina
(2,9% ao ano) foi superior ao crescimento da masculina (2% ao
ano), a distância entre os dois valores diminuiu, fazendo com
que essa diferença passasse de -31,3% para -25,2%, no período.
Em 2015, a remuneração média feminina cresceu 9,6%,
e a masculina 5,2%, quando comparada com a remunera-
ção de 2014 (Tabela 33).
REMUNERAÇÃO MÉDIA NOMINAL NA FABRICAÇÃO
DE PRODUTOS DE MATERIAL PLÁSTICO, POR SEXO.
BASE SINDICAL, DE 2006 A 2015
TABELA33
Feminino 1.589,14 1.706,69 1.857,51 1.838,26 1.881,74 2.061,92 9,6% 2,9%
Masculino 2.313,23 2.384,32 2.536,48 2.600,12 2.619,90 2.756,45 5,2% 2,0%
Total 2.100,10 2.187,44 2.339,48 2.367,61 2.395,13 2.547,15 6,3% 2,2%
PERFIL DO EMPREGO NO SETOR PLÁSTICO
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com as informações apresentadas, apenas
seis Estados da região Sudeste concentravam mais de 80%
dos estabelecimentos e dos empregos no setor plástico. O
Estado de São Paulo, apesar de ter perdido participação no
período entre 2006 e 2015, representava mais de 40% dos
vínculos de emprego e dos estabelecimentos do setor. Ape-
sar da migração do emprego para outras regiões, a remune-
ração nominal em São Paulo permaneceu a mais elevada,
inclusive do que a média nacional.
No entanto, o crescimento em valores nominais da
remuneração observado em 2015, tanto em relação a 2014
quanto a 2006, não foi suficiente para repor a inflação desses
períodos, provocando uma perda real nos salários do setor.
No Brasil e na grande maioria dos Estados que mais
concentraram emprego no setor, houve, em 2015, retração
dos vínculos celetistas em relação ao ano de 2014. Esse com-
portamento foi reflexo da estagnação econômica percebi-
da, sobretudo, nos dois últimos anos da série e que atingiu a
maioria dos setores econômicos. A tendência crescente do
emprego, entre 2006 e 2015, garantiu crescimento médio
anual do emprego no setor.
No conjunto dos municípios que compõem a base
sindical, sobretudo no município de São Paulo, a retração no
emprego e no número de estabelecimentos foi mais acen-
103
tuada do que a observada no Estado de São Paulo.
No entanto, nessas regiões, algumas variáveis apre-
sentaram comportamento diferente do conjunto. Por exem-
plo, o crescimento de 22,1% dos vínculos de emprego em
Embu-Guaçu, que passou de 131 em 2014 para 160 em 2015
ou, ainda, o aumento de 1,5% dos dados de emprego no
segmento de fabricação de tubos e acessórios de material
plástico para uso na construção, que foi de 270 vínculos em
2014 para 274 vínculos em 2015, período no qual todos os
outros segmentos apresentaram retração. Contudo, é im-
portante destacar que os aumentos em termos percentuais,
nesses casos, sobrevalorizaram o crescimento, já que em
termos absolutos a participação e variação do emprego foi
reduzida.
Quanto à escolaridade, nota-se que entre 2006 e 2015,
a variação do emprego ao ano foi positiva apenas para os
vínculos com ensino médio completo e superior completo.
Nesses níveis de escolaridade também foram observadas as
menores retrações do emprego em 2015 em relação ao ano
anterior.
Finalmente, apesar da queda do emprego no setor
plástico ter ocorrido para ambos os sexos, em 2015, a retra-
ção foi maior entre os vínculos de emprego com utilização
da mão de obra feminina (-13,9%) do que os que utilizavam
a masculina (-12,6%). Por outro lado, desde 2006, a variação
média anual foi pior para os homens (-2,6%) do que para
as mulheres (-2,2%). Além disso, apesar de a remuneração
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nominal média feminina ter apresentado uma melhora nos
últimos anos em relação à remuneração masculina – em
2006 a remuneração feminina era 31,3% inferior à masculina;
em 2015 passou a ser 25,2% menor –, ainda há um longo
caminho de luta para a conquista da igualdade salarial entre
homens e mulheres no setor.
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IS A INDÚSTRIA DE TRANSFORMADOS PLÁSTICOS
Rua Tamandaré, 348, Liberdade, SP – Tel. 3209.3811
Diretoria Colegiada • Gestão 2015/2019
Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas, Plásticas, Farmacêuticas, Cosméticas e Similares de São Paulo,
Taboão da Serra, Embu, Embu-Guaçu e Caieiras
Adir Gomes Teixeira, Ailton Pereira Nunes, Alex Ricardo Fonseca, André Pereira Rodrigues, Andréa Rita de Cássia Silva, Antenor Eiji Nakamura (Kazu), Bartolomeu Barbosa Santiago, Carlos Eduardo de Brito, Carlos Gomes Batista (Carlinhos), Célia Alves dos Passos, Célia Maria Assis de Souza, Clarineide Ribeiro Dorea da Silva, Deusdete José das Virgens (Dedé), Edna Vasconcelos da Silva, Edson Luiz Passoni, Elaine Alves Nascimento Blefari, Elizabete Maria da Silva (Bete), Erasmo Carlos Isabel (Tucão), Fátima Fernandes Pereira Gonsalinia, Geralcino Santana Teixeira, Geraldo Guimarães, Hélio Rodrigues de Andrade, Hélvio Alaeste Benício, João Carlos de Rosis, José Alves Neto, José Deves Santos da Silva, José dos Reis dos Santos Valadares, Leônidas Sampaio Ribeiro, Lourival Batista, Lucineide Varjão Soares (Lu), Luiz Pinheiro, Lutembergue Nunes Ferreguete (Nunes), Maria Aparecida Araújo do Carmo (Cidinha), Nilson Mendes da Silva, Núbia Dyana Ferreira de Freitas, Osvaldo Bezerra (Pipoka), Regiane de Souza Machado Gomes, Renato Carvalho Zulato, Rosana Sousa de Deus, Sílvia Maria de Souza, Sueli Souza Santos, Walmir de Morais, Wladecir dos Santos
Secretaria de Tecnologia da ComunicaçãoJoão Carlos de Rosis