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A influência da cor em ambientes lúdicos Dezembro/2018 ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018 A influência da cor em ambientes lúdicos Rosely Jessica Balboa Balboa [email protected] Design de Interiores Ambientação e Produção do Espaço Instituto de Pós-Graduação - IPOG São Paulo, SP, 08/02/2018 Resumo Este artigo trata de levar reflexões de como o design de interiores pode intervir na atividade lúdica de recreação das crianças de 0 a 3 anos de idade. Em algumas instituições onde abrigam espaços lúdicos, seja espaços públicos ou privados, profissionais de outras áreas responsáveis do planejamento acabam por deixar o estudo das cores como menor prioridade por conta disto venho abordar o tema e trazer questões que levam a dialogar sobre a real importância da aplicação do estudo das cores entorno do desenvolviento educacional infantil. É necessário levar em consideração os dados coletados como a frequência no local, o temperamento das crianças e o estudo comportamental no que abrange o espaço onde as crianças ficam e praticam a atividade lúdica recreativa. Neste artigo irão refletir que as cores são extremamente importantes para obtenção de resultados positivos no desenvolvimento infantil quando aplicados na construção de espaços ludicos. Os profissionais do setor de designer devem sempre levar em consideração os estudos das cores para definir de formar sensata e eficaz o melhor ambiente para relações sociais e de aprendizado entre crianças. Sabendo-se empregar de forma correta os dados levantados do público a se explorar, o ambiente ludico construido excercerà enorme ingerência na evolução de crianças. Palavras-chave: Lúdico. Cores. Brinquedoteca. Design. 1. Introdução Este trabalho consiste em revelar a causa da aplicação de cores em ambientes lúdicos, onde crianças conseguem desenvolver através da criação de atividades e imagens, resultados e atitudes que favorecem seu desenvolvimento e aprendizado. Os espaços lúdicos e recreativos podem gerar determinadas sensações, em virtude da capacidade de associação das cores com situações comportamentais dos seres humanos, dentre outros fatores, o uso da cor quando aplicado ao design de interiores pode influenciar nas ações e no estado emocional dos que ali estão fazendo uso do referido espaço. É fato que as crianças iniciam seu processo de criatividade a partir do instante que começam a ver, andar e enfim explorar o espaço ao seu redor. Esse processo de iniciação da evolução humana esta diretamente ligada a motivação e interesse, fatores estes, que são extremamente indispensáveis para que a absorção de conhecimento e aprendizado possa ser eficiente. Dos sentidos humanos (visão, olfato, tato, paladar e audição) a linguagem visual é a que exerce relação de extrema importância com as cores, através de um estudo de caso, poderemos quantificar quanto tempo de permanência as

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A influência da cor em ambientes lúdicos

Dezembro/2018

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018

A influência da cor em ambientes lúdicos

Rosely Jessica Balboa Balboa – [email protected]

Design de Interiores – Ambientação e Produção do Espaço

Instituto de Pós-Graduação - IPOG

São Paulo, SP, 08/02/2018

Resumo

Este artigo trata de levar reflexões de como o design de interiores pode intervir na atividade

lúdica de recreação das crianças de 0 a 3 anos de idade. Em algumas instituições onde

abrigam espaços lúdicos, seja espaços públicos ou privados, profissionais de outras áreas

responsáveis do planejamento acabam por deixar o estudo das cores como menor prioridade

por conta disto venho abordar o tema e trazer questões que levam a dialogar sobre a real

importância da aplicação do estudo das cores entorno do desenvolviento educacional infantil.

É necessário levar em consideração os dados coletados como a frequência no local, o

temperamento das crianças e o estudo comportamental no que abrange o espaço onde as

crianças ficam e praticam a atividade lúdica recreativa.

Neste artigo irão refletir que as cores são extremamente importantes para obtenção de

resultados positivos no desenvolvimento infantil quando aplicados na construção de espaços

ludicos. Os profissionais do setor de designer devem sempre levar em consideração os estudos

das cores para definir de formar sensata e eficaz o melhor ambiente para relações sociais e de

aprendizado entre crianças. Sabendo-se empregar de forma correta os dados levantados do

público a se explorar, o ambiente ludico construido excercerà enorme ingerência na evolução

de crianças.

Palavras-chave: Lúdico. Cores. Brinquedoteca. Design.

1. Introdução

Este trabalho consiste em revelar a causa da aplicação de cores em ambientes lúdicos, onde

crianças conseguem desenvolver através da criação de atividades e imagens, resultados e

atitudes que favorecem seu desenvolvimento e aprendizado. Os espaços lúdicos e recreativos

podem gerar determinadas sensações, em virtude da capacidade de associação das cores com

situações comportamentais dos seres humanos, dentre outros fatores, o uso da cor quando

aplicado ao design de interiores pode influenciar nas ações e no estado emocional dos que ali

estão fazendo uso do referido espaço. É fato que as crianças iniciam seu processo de

criatividade a partir do instante que começam a ver, andar e enfim explorar o espaço ao seu

redor. Esse processo de iniciação da evolução humana esta diretamente ligada a motivação e

interesse, fatores estes, que são extremamente indispensáveis para que a absorção de

conhecimento e aprendizado possa ser eficiente. Dos sentidos humanos (visão, olfato, tato,

paladar e audição) a linguagem visual é a que exerce relação de extrema importância com as

cores, através de um estudo de caso, poderemos quantificar quanto tempo de permanência as

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crianças ficam num ambiente lúdico recreativo e quais os efeitos que isso pode trazer.

1. Metodologia

Este artigo utiliza pesquisas bibliográficas que podem dar informações e conteúdos

necessários para a boa compreensão sobre a influência das cores em ambientes lúdicos, bem

como quais os efeitos no desenvolvimento das crianças que utilizam o espaço.

2. A visão humana

Segundo o que conclui Pereira (2005) a visão nada mais é que a capacidade e habilidade dos

olhos compreenderem espectros de radiação que tem por definição simplesmente como luz. A

luz adentra aos olhos por meio de nossas pupilas, numa abertura que possui variação em seu

diâmetro de modo a controlar a intensidade de luz absorvida. A córnea e o cristalino (lente)

focalizam a luz por intermédio da retração e cria imagens invertidas em nossa retina ocular-

superfície esta, muito sensível à luz, localizada no fundo de nossos olhos que por sua vez

transmite as informações para nosso sistema cerebral. A composição de nossa retina tem dois

mecanismos receptores e altamente sensitivos à luz, a saber: Cones e Receptores; no caso dos

cones receptores temos três tipos, cada qual cobrindo uma distinta margem espectral,

tornando possível a visibilidade das cores. Ao centro da nossa retina, temos a fóvea que é uma

pequena porção da própria retina. Ela é formada por uma grande quantidade de cones que são

sensíveis às cores.

Figura 1 – Esquema da visão e área da Fóvea

Fonte: Pereira e Souza, 2005.

3. A cor e seus efeitos

Antigamente, em Roma, o termo “cor” era descrito pelos italianos como “colore”, pelos

franceses “couleur” e os espanhóis “color”; tais palavras eram usadas para expressar uma

sensação que a natureza veio nos presentear, que se constituía através de raios de luz vindos a

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nossa cabeça e a tudo que é superfície (FARINA 2006). Em termos técnicos o emprego da

palavra cor, estabelece a relação de sensação de uma pessoa em sã consciência, cuja sua retina

encontra-se estimulada por energia da radiação.

Pode-se dizer que a cor é uma onde com luminosidade, ou simplesmente um raio de luz

branca que atravessa nossos olhos. É ainda capaz de relacionar-se com nosso cérebro,

transmitindo uma sensação visual, como tivéssemos tido acesso a uma gama de cores que se

apresentasse aos nossos olhos.

Se tratando de caráter fisiológico ou mesmo psicológico, as cores influenciam os seres

humanos e acabam por trazer seus efeitos podendo intensificar a alegria ou tristeza, calor ou

frio, e ate mesmo entre equilíbrio e desequilíbrio (FARINA 2006).

De certa maneira, as cores tem a capacidade de produzir leves impressões, sensações e

reflexos sensoriais de grande relevância, tendo em vista que cada uma delas age de maneira

distinta em nossos sentidos e pode exercer papeis estimulantes ou até mesmo perturbadores

nas emoções, consciência, nos impulsos e desejos humanos.

Figura 2 - Mistura subtrativa (cor pigmento)

Fonte: Pereira, 2005.

3.1. Cores quentes e cores frias

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Figura 3: Divisão das cores quentes e cores frias

Fonte: Adaptado de Farina (2006)

As mais variadas sensações de calor e frio relacionado a uma cor são também ligadas ao

indivíduo que a enxerga. Sua importência e influencia na rotina huma ja é de conhecimento

universal, que a torna ainda mais discutível. A separação das cores em quentes e frias possui

relação com as experiências emocionais e os efeitos práticos decorrentes da absorção da luz e

calor. É certo que, quendo a luz incide sobre um determinado objeto, parte dessa luz é

refletida de volta e intensudade pode variar de acordo com cada objeto. A cor branca reflete a

totalidade da claridade que sobre ela incide, do contrário, as cores: preto e outras escuras,

nutrem-se de toda luz e calor (GOETHE, 1993)

È comum, denominarmos as cores quentes como amarelo, laranja e vermelho, ou as que

apresentam maior tendência a esses tons, E as cores frias sendo o azul, violeta, ou as que

possuem tendência a apresentar essas tonalidades. As cores quentes remetem ao calor,

excitação e sensualidade, bem como fator estimulante para aglomeração e compartilhamento

entre individuos. No efeito contrário, as cores frias, diminuem a intensidade de relações

interpesoais, afastamento emocional, provoca sensação de distânciamento.

4. O comportamento infantil no espaço recreativo

Segundo Neto (2009), um indivíduo nos primeiros sete anos de vida que passa a viver o mais

intenso processo no seu desenvolvimento físico e mental (afetivo e social), em que se

constroem os pilares de suas relações sociais, aprendizagens diversas e instintos para

formação de sua personalidade. Estabelecidas essas diretrizes, e sabendo que todo e qualquer

ser humano, nessa fase da vida, detém de fatores de imprevisibilidades comportamentais,

torna a situação cada vez mais desafiadora para especialistas e estudiosos que estão

envolvidos na estruturação dos ambientes infantis.

Para que haja um bom planejamento dos espaços às crianças deve-se levar em consideração a

imprevisibilidade das mesmas, contemplar as diversidades e prever os espaços também em

função do gênero e da faixa etária de idade das crianças, dessa forma, permitindo que as

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brincadeiras sejam possíveis tanto em grupos quanto individualmente, tendo em vista que

cada um terá o poder de escolha e estabelecerá suas particularidades.

O cenário ideal aos espaços lúdicos e recreativos é que de alguma maneira sejam inseridos

itens de forma intercambiável, ou seja, sejam facilmente modificados a medida que o

individuo utiliza e evolui. Isto é, quando a criança cresce suas necessidades e costumes são

modificados naturalmente, e isto precisa estar acompanhado com o espaço que a mesma

frequenta (HALL, 1986). No estudo para definição de layouts dos espaços aonde crianças irão

frequentar, deve-se levar em consideração o comportamento desse pequeno individuo, de

modo que esses locais sejam adequados às necessidades das crianças, do contrário não haverá

resultados satisfatórios. Normalmente o que se observa é que os espaços são definidos antes

mesmos da compreensão do comportamento infantil, o que gera transtornos na evolução do

ser, haja vista, que todos os períodos da vida de uma criança devem ser respeitados e

priorizados em estudos como esse. No levantamento de informações para planejamento dos

espaços lúdicos são verificados diversos tipos de comportamentos de crianças, esses dados

norteiam o designer a estabelecer o que de fato é necessário para a criação de um espaço

infantil. A evolução da criança é facilmente limitada quando o espaço projetado não prevê

suas necessidades básicas, a saber: Movimento, interatividade, isolamento, diálogos entre

outros fatores essenciais ao desenvolvimento humano. Em outras palavras, podemos observar

que muitos lugares frequentados por crianças são definidos por critérios que os adultos

enxergam como inapropriado o que não estabelece uma relação real com a situação que será

vivenciada pela criança. Dessa forma, reitera-se o que supra, foi dito acerca da necessidade de

estudos do comportamento infantil e não critérios estabelecidos pelos dogmas sociais.

Os argumentos do autor Neto (2009) priorizam de forma geral uma necessidade não atendida

por especialistas na atualidade. Existe um abismo entre a visão do homem adulto e a real

necessidade de uma criança, seus gostos, formas de aprendizados e convívio social com

outras crianças no mesmo espaço. Essa diretriz é extremamente necessária para que de

maneira cautelosa e precisa possam se ter resultados os mais próximos das necessidades do

indivíduo em início de evolução. Quanto mais se colocam barreiras sociais para definir a

necessidades de uma criança, maior será a restrição de sua potencialidade para absorção de

conhecimento e desenvolvimento social.

Através de um estudo de caso ‘Bichinhos Carpinteiros’, localizado na superfície comercial

Madeira Shopping, no Funchal, em funcionamento desde agosto de 2006 feito por NUNES

(2009) foi levantado quanto tempo crianças fica e qual a aceitação em relação ao espaço.

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Tabela 1: Frequência dos 6 primeiros meses no espaço lúdico recreativo.

Fonte: NUNES (2009)

De acordo com os dados da tabela 1, verificou-se que as crianças de 4 aos 6 anos de idade

foram as que mais frequentaram esse espaço e de acordo com esses mesmos registros foi

elaborado uma nova tabela com a frequência e tempo de permanência diária das mesmas.

Tabela 2: Horas de permanência.

Fonte: NUNES (2009)

Na tabela 2 é possível observar que o tempo de permanência das crianças em sua maioria se

dava no tempo de uma hora, seja em grupos ou de forma individual.

4. Psicologia das cores

Tabela 4: Crianças utilizando as cores prediletas.

Fonte: MEDINA, Vilma. Disponível em: <https://br.guiainfantil.com/materias/cultura-e-lazer/artes/o-

significado-das-cores-nos-desenhos-das-criancas/> Acesso em: 20 de dez. 2017

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Segundo Medina (2015), há algumas cores que conforme o perfil das crianças, acaba

predominando em seus desenhos, e que ajudam a refletir em qual situação comportamental a

criança se apresenta, entretanto ajuda a dosar a quantidade de determinadas cores para tornar

o ambiente mais apropriado possível, havendo equilíbrio no espaço. Dentre as cores mais

comuns de se encontrar são:

a) Laranja: Esta cor está associada a uma criança sociável, ativa e que necessita de contato com

outras pessoas. Uma criança com dinâmica comportamental ativa, agilidade e grande

impulsividade no espaço, predominantemente tem preferências pelo laranja, seja nos

brinquedos, desenhos animados e no espaço de modo geral. Em brinquedos essa cor é

amplamente utilizada;

b) Azul: Em contrapartida essa cor, o azul, possui aspecto de tranquilidade, é a cor da calma,

equilíbrio e sossego. Essa tonalidade de cor é empregada em quartos de bebe e salas de

dormir em creches e espaços para os pequenos;

c) Verde: Esse tom de cor, o verde, possui características similares ao azul, dada a sua leveza,

também nos remete a uma criança sensível e calma. No entanto sendo aplicada onde não há a

presença de cor verde pode alterar o comportamento da criança dificultando a adaptação e até

a desobediência;

d) Rosa: Tanto para meninas, a cor rosa estabelece uma relação de criatividade, crianças

sonhadoras e que adoram viver num mundo imaginário;

e) Amarelo: Indica, no caso de uma criança, uma relação de sociabilidade ativa e alegria;

f) Vermelho: Desde que seja empregada com moderação reflete-se a uma criança com bastante

energia apaixonante. Geralmente é muito utilizada em desenhos infantis em relação a sua

intensidade, porém, se for utilizada em excesso pode representar desequilíbrio e

agressividade.

2. O Design de interiores em relação ao espaço

Para a aplicação do design de interiores é necessário ter uma estrutura habitável, onde haverá

a situação de permanência ou passagem de pessoas, independente do uso. Segundo Lobach

(2001, p.16), define o termo design sendo um conceito geral que responde por um processo

mais amplo “Ele começa pelo desenvolvimento de uma ideia, pode concretizar-se uma fase do

projeto e sua finalidade seria a resolução dos problemas que resultam das necessidades

humanas”. Segundo Gomes Filho (2006, p. 21):

Interior design: Design de ambientes. Numa acepção mais ampla, significa o

planejamento, a organização, a decoração e a composição do layout espacial de

mobiliário, equipamentos, acessórios, objetos de arte, etc., dispostos em espaços

internos habitacionais, de trabalho, cultura, lazer e outros semelhantes, como

veículos aéreos, marítimos e terrestres - aviões, navios, trens, ônibus e automóveis,

por exemplo.

Entretanto neste artigo discutiremos mais profundamente a relação do design de interiores e

aplicação em espaços lúdicos.

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Figura 5: Espaço lúdico, quarto infantil.

Fonte: Mundo Lider, 2013 Disponível em:<http://www.liderinteriores.com.br/blog/decoracao-ludica/> Acesso:

10 de dez. 2017.

3. O que é um espaço lúdico?

Do Latim “ludus”, significa brincar. Na criança a ludicidade é a capacidade de brincar, que

pode ser manifestada através de incentivos da criatividade, a livre expressão em linguagens

artísticas e do corpo, sem almejar bens materiais e sim gerar apenas alegria, trazer diversão.

Segundo MENEZES o lúdico refere-se “Qualidade daquilo que estimula através da fantasia,

do divertimento ou da brincadeira É de extrema importância haver imagens relacionadas a

atividades lúdicas, pois são através delas que poderão chegar ao objetivo de fazer com que

crianças façam a construção de conhecimentos e socialização com os demais colegas. Através

do Design de Interiores podemos tornar o ambiente agradável e gratificante, servindo de

estímulo para o desenvolvimento da criança. Dentre os espaços lúdicos podemos introduzir as

brinquedotecas dentro de espaços de saúde, privativos, equipamentos públicos e comunitários.

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Figura 6: Espaço lúdico, Studio Oba arquitetura.

Fonte: Leandro Costa, Disponível em: <http://revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-

Jardim/Decoracao/Ambientes/Quarto/Quarto-de-crianca/noticia/2016/09/brinquedotecas-solucoes-praticas-para-

organizar-os-brinquedos-do-seu-filho.html> Acesso em: 10 de dez. 2017.

6. A importância do espaço na educação de primeiríssima infância

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Figura 7: Crianças brincando.

Fonte: Acervo shutterstock. Disponível em:

<.http://multimidia.boavontade.com/sites/default/files/styles/grande/public/shutterstock_122692285.jpg?itok=Uh

xhiaX1> Acesso em: 15 de dez. 2017

Segundo o material estudado, norteador para profissionais da educação pública, Saviani

(2014:45). O desenvolvimento da primeiríssima infância consiste em trabalhar com crianças

de zero a três anos de idade, onde consideram seus aspectos físicos, emocionais sociais e

cognitivos. A criança precisa de um ambiente acolhedor, harmonioso, rico em experiências

desde o período pré-natal, por meio dos cuidados da mãe, da família e da interação com o

ambiente.

Contudo considera-se que os fatores do ambiente tenham:

- Quantidade de brinquedos adequados

- Adequação de espaço

- Segurança

- Limpeza

- Relação custo qualidade

Entretanto é necessário para a educação infantil ter estrutura básica para início de atividades

educacionais, entre elas está à adequação do espaço onde se deve aplicar o conteúdo no que se

levanta a questão da importância deste artigo. Apesar de haver um bom planejamento é

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necessário levantar os estudos feitos e aplicação do mesmo, em torno dos usuários para

aplicação correta das cores no espaço.

4. Brinquedoteca

Segundo a Associação Brasileira de Brinquedotecas (ABBRI 2017) na década de 60 o

brinquedo teve uma grande valorização no mercado europeu, onde então surgiram as

brinquedotecas, já no Brasil surgiram na década de 80 onde a super-lotação das instituições de

ensino tiveram uma grande demanda e pouco espaço para comportar a demanda de

brinquedos, assim surgindo o aumento das brinquedotecas, a baixo segue um exemplo do

Studio Costa Marques do uso das cores aplicando os conceitos deste artigo e do design de

interiores.

Figura 8: Brinquedoteca, Studio Costa Marques, revista casa e jardim.

Fonte: Victor Affaro. Disponível em: <http://revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-

Jardim/Decoracao/Ambientes/Quarto/Quarto-de-crianca/noticia/2016/09/brinquedotecas-solucoes-praticas-para-

organizar-os-brinquedos-do-seu-filho.html> Acesso em: 20 de jan. 2018.

Dentro da brinquedoteca o design de interiores pode trabalhar vários espaços, aplicando

conceitos e funções:

- Canto de leitura: abordagem de livros e prateleiras com formatos diferentes, para melhor uso

do espaço.

- Canto do faz de conta: com fantasias e acessórios variados.

- Canto das invenções: brinquedos desmontáveis com possibilidade para novas formatações

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- Canto das brincadeiras: com espaço amplo para reunir as crianças e oferecer estrutura para

jogos aleatórios.

- Canto dos jogos: várias opções de jogos ao alcance da criança.

- teatro/ música: cenários, estudos de luz e sombra.

Obtendo assim um melhor estudo no que diz respeito às cores.

6. Conclusão

O design de interiores tem sua real importância para todos aqueles que buscam otimizar

seu espaço de permanência e convívio, e trazer maior qualidade de vida aos que nele fazem

uso, da mesma forma, podemos aplicar os conceitos do estudo do espaço em função dos

diferentes ambientes existentes. Neste artigo, em especial, foram abordadas as questões

relativas as influências das cores em ambientes lúdicos e ao desenvolver este tema pôde-se

perceber que, as cores, não somente exercem influência sob a qualidade de vida de adultos,

mas, também, na rotina de crianças de 0 à 7 anos (faixa etária abordada nesse instrumento).

Por meio do estudo comportamental de crianças, especialistas indicam que de fato é

possível compreender com clareza como definir o layout ideal de um espaço lúdico interativo

para crianças, bem como a aplicação de cores ideais, de forma a estimular os mais variados

sentidos e habilidades do ser em desenvolvimento psíquico, físico e social. No entanto,

atualmente, ainda não é possível observar a aplicação de tais estudos em todos os

planejamentos de espaços recreativos para crianças. Um dos principais fatores que

impossibilitam essa conduta é a falta de profissionais habilitados que levam em consideração

o estudo das cores e também a intervenção da sociedade adulta no planejamento desses

espaços, prejudicando, de alguma maneira, obtenção de melhores resultados na forma de

construção e uso dos espaços às crianças.

Mesmo assim, pôde-se estabelecer diretrizes para que a probabilidade de

aproveitamento de recursos no planejamento do espaço possa ser edificante ao indivíduo em

construção social. As cores e objetos são sempre presentes no convívio físico social do ser, e

entendendo de maneira mais complexa seus benefícios, seja através de estudos comprovados

ou novos trabalhos que viabilizem e agreguem nesses projetos, certamente o emprego de

cores e layout trarão evolução a uma criança, que tem apenas em muitas situações, um

brinquedo, objetos variados e o ambiente ao seu redor para explorar e se autodesenvolver.

Referências

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São Paulo, Disponível em: http://www.brinquedoteca.org.br/historico/. Acesso em: 10 de dez. 2017

Acervo Shutterstock. Disponível

em:<http://multimidia.boavontade.com/sites/default/files/styles/grande/public/shutterstock_12

692285.jpg?itok=UhxhiaX1> Acesso em: 15 de dez. 2017

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A influência da cor em ambientes lúdicos

Dezembro/2018

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018

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