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A INFLUÊNCIA DAS PRISÕES
PSÍQUICAS NAS CORPORAÇÕES:
CAUSAS, EFEITOS E
TRANSFORMAÇÃO
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A INFLUÊNCIA DAS PRISÕES PSÍQUICAS NAS CORPORAÇÕES:
CAUSAS, EFEITOS E TRANSFORMAÇÃO
Autoria: Ana Paula de Oliveira Varanda
Matrícula: B001834
Curso: Gestão Empresarial
Campus Barra / 4ª / Turno Noite
Professor Orientador: Cleber Gonzaga
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SUMÁRIO:
1– INTRODUÇÃO 2 – PRIMEIRO CAPÍTULO: AS BASES DA PSIQUE E A INFLUÊNCIA DOS ARQUÉTIPOS NO COLETIVO
2.1 - Fatores Determinantes para o Comportamento Humano 2.2 - O Instinto e o Inconsciente 2.3 - Considerações sobre a Natureza do Psíquico 2.4 - O Conceito de Inconsciente Coletivo
3 – SEGUNDO CAPÍTULO: AS ORGANIZAÇÕES SOB A ÓTICA DAS PRISÕES PSÍQUICAS
3.1 - As Organizações 3.1.1 - O Mito da Caverna de Platão
3.2 - A Armadilha do Modo de Pensar Aprovado 3.2.1 - Modos de ver tornam-se modos de não ver 3.2.2 - Cegueira Grupal
3.3 - A Organização e o Inconsciente 3.3.1 - Organização e sexualidade reprimida 3.3.2 - Organização e a família patriarcal 3.3.3 - Organização, morte e imortalidade 3.3.4 - Organização e ansiedade 3.3.5 - Organizações e ursos de pelúcia 3.3.6 - A teoria dos objetos transicionais 3.3.7 - Organização, sombra e arquétipo
4 – TERCEIRO CAPÍTULO: A IDENTIFICAÇÃO DOS ARQUÉTIPOS DAS DEUSAS MITOLÓGICAS E SUA CONVERGÊNCIA COM A AVALIAÇÃO TIPOLÓGICA
4.1 - O feminino e seus arquétipos 4.2 - As sete Deusas Gregas / Romanas 4.3 - Avaliação Tipológica, segundo Jung X Questionário Roda das
Deusas 4.3.1 - Teste Tipológico de Jung
4.3.2 - Questionário Roda das Deusas 4.3.3 - Congruências e divergências nos resultados 5 - CONCLUSÃO 6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 7– ANEXOS
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1 - INTRODUÇÃO:
Até que ponto os traumas, experiências e experimentações de nossa
infância, aliados às características inatas de nossa personalidade, podem
influenciar diretamente (ainda que inconscientemente) em nosso
comportamento dentro das corporações?
O que será abordado neste estudo é a ação de nossa psique e a
incidência dos arquétipos que influenciam nossos pensamentos e atos, bem
como o quanto poderão contribuir e/ou interferir em nosso comportamento
organizacional.
A questão central é ratificar a crença de que o relacionamento entre os
membros do staff e a forma como interagem com os clientes da empresa
(incluindo aí os andamentos de projetos), podem sofrer prejuízo, a partir das
características individuais – medos, fobias, desejos. E comprovar o quanto isso
pode interferir nos processos organizacionais de uma empresa, muitas vezes
sendo imperceptíveis aos olhos do indivíduo e/ou do coletivo.
O tema proposto é de grande relevância no processo administrativo e de
gestão dos negócios, porque enquanto muitos estão preocupados em otimizar
os processos organizacionais e desenvolver projetos grandiosos para promover
o crescimento de sua empresa, um dos itens mais importantes para que se
alcance o sucesso em todos estes aspectos é esquecido: a individualidade.
Com o advento de novas tecnologias e o progresso do mundo, o fato de que
pessoas não são máquinas e cada uma delas difere da outra em essência,
experiências e expectativas, cai no esquecimento. Sendo assim, as reações
aos estímulos podem ser totalmente diferentes entre indivíduos de uma mesma
empresa ou setor, exatamente em função de seus processos mentais. Se não
levarmos em consideração os traços individuais ao longo do processo, este
poderá estar fadado ao fracasso. Além de outros fatores, os constantes
processos seletivos de admissão estão se tornando cada vez mais comuns.
Alguns funcionários são descartados pura e simplesmente por “dificuldade de
adaptação”, quando isso nada mais é do que a falta de entendimento de suas
prisões psíquicas.
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Tendo em vista essa problemática, esta pesquisa objetiva um maior
entendimento do quanto o aspecto psicológico influencia diretamente na
maneira como conduzimos nossas funções corporativas e como as relações
podem ser potencializadas positivamente uma vez que nos conscientizemos
desses nossos cárceres mentais e saibamos gerenciá-los.
Através da análise dos tipos de processos psíquicos que podem interferir
nas relações entre os membros do staff e de sua postura diante dos processos
organizacionais e projetos desenvolvidos pela empresa, será possível
identificar os melhores caminhos para minimizar os efeitos dessa problemática
de ordem psicológica sobre o ambiente corporativo e trazer maior sinergia para
as relações, aperfeiçoando a realização de tarefas.
Ainda, além da viabilidade de aplicar os conhecimentos adquiridos com
este estudo nas corporações em geral, há um objetivo secundário de, uma vez
concluído o mesmo, possibilitar a utilização dos resultados futuramente e
especificamente em ambientes corporativos de missões variadas e diversos
segmentos de mercado. A pretensão aqui é que, após terminar essa análise,
possa adaptar os dados obtidos nos resultados em qualquer ambiente
corporativo do qual faça parte no futuro, contribuindo assim para a melhoria
das relações e dos processos em geral.
Inicialmente será realizada a análise de pensamentos sob a ótica, de
Carl Gustav Jung (estudo da psique) e Gareth Morgan (tese das prisões
psíquicas e sua influência nas organizações). Isso nos fornecerá a
fundamentação teórica necessária para nos certificar de que os processos
mentais serão mais facilmente entendidos e igualmente será compreendida a
forma como podem influenciar dentro do ambiente corporativo.
Uma vez de posse dos dados primordiais para embasar o conceito
central estabelecido nesta pesquisa, um departamento dentro de determinada
empresa será selecionado e será proposto um teste de personalidade para
identificar a maneira como os indivíduos deste setor se portam frente a
diversas situações. Em um segundo momento, será proposto um novo teste,
dessa vez para a identificação do arquétipo que mais se enquadra em sua
personalidade, de acordo com a sua forma de agir. Serão utilizadas como
arquétipos, as deusas mitológicas. Após a finalização de ambos os testes, as
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informações serão cruzadas, para que possamos comprovar a similaridade no
comportamento observado em seu dia a dia e as características de cada uma
das deusas mitológicas. Desta forma, poderemos ratificar o quanto os
resultados refletem as teorias propostas por Morgan – a de que os arquétipos
são um determinado tipo de prisão psíquica que muito podem refletir um
padrão de comportamento específico das pessoas regidas por eles.
Para concluir, serão levantadas algumas possíveis soluções para que os
efeitos das prisões psíquicas sejam minimizados e transformados em algo
proveitoso para a empresa. Ou seja, serão definidas as áreas de oportunidade
que propiciarão campo para que estabeleça um plano de ação, este visando
enfraquecer as ações que possam vir a comprometer o bem comum.
Outrossim, será sinalizado como o que há de melhor em cada um pode
ser aproveitado, de maneira a potencializar a sua participação em prol do
coletivo e bom funcionamento do departamento/empresa.
2 – PRIMEIRO CAPÍTULO: AS BASES DA PSIQUE E A INFLUÊNCIA DOS ARQUÉTIPOS NO COLETIVO
“A psique é o eixo do mundo”.
(JUNG, Carl G., 2000,VIII/2, p. 423)
Carl Gustav Jung utiliza tanto a palavra psique, quanto o termo alemão
seele como sinônimos. Seele pode significar “alma” - em oposição a corpo - ou
“mente”.
Segundo Jung, a psique é definida basicamente como a "tonalidade de
todos os processos psíquicos, conscientes como também inconscientes". Com
isso ele pretende delinear a psicologia analítica como algo além de uma
limitação ao simples estudo do instinto ou comportamento.
Ele mostra especial interesse por um problema da exploração
psicológica, que seria a superposição dos interesses, subjetivo e objetivo. Ou
seja, ele avalia o impacto que a personalidade e o contexto do observador
podem exercer sobre as observações, assim como o vínculo entre os
processos consciente X inconsciente, ou seja, a superposição entre os
elementos pessoais e coletivos no homem.
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Jung também vê a psique como uma perspectiva sobre os fenômenos.
Desta forma, dá-se especial atenção a profundidade e intensidade, o que
caracteriza a diferença entre uma experiência e um mero evento. Aqui pode se
referir à palavra “alma” como relevante neste aspecto, pois esta oferece uma
perspectiva profunda, até mesmo de maneira convencionalmente cristã.
Ainda, deve-se considerar a diversidade de aspectos e fluidez da psique,
os componentes relativamente autônomos inseridos nela e a tendência para
funcionar por imagens e transições associativas. Assim, a psique pode
igualmente ser definida como uma perspectiva que exige padrões e
significados que, apesar de não estabelecer uma regra fixa, ainda assim pode
ser observada de maneira distinta pelo indivíduo.
As investigações de Jung acerca da natureza da psique, o levaram a
considerá-la como um campo separado – que vai além de dimensões de ordem
biológica e/ou espirituais. Essas dimensões se relacionam e se completam,
ganhando forma dentro da área da psique. Elas não formam bases, mas sim
parceiros neste relacionamento.
Assim sendo, para entendermos como os fatores psicológicos (tanto
conscientes quanto inconscientes), influenciam em nosso comportamento e
afetam o equilíbrio de nossas ações dentro de uma organização, faz-se
necessária uma análise de alguns aspectos básicos de nossa psique.
2.1 – Fatores Determinantes para o Comportamento Humano
Segundo Jung, assim como não se pode separar a alma do corpo, pois
os dois são indissoluvelmente unidos, as teorias psicológicas não podem ser
concretizadas, sem que se leve em consideração a biologia e a fisiologia. Muito
do comportamento humano está enraizado nos instintos e apelos físicos. Para
uma correta análise psicológica de um indivíduo, há então que se considerar o
ser humano como um todo: alma e corpo. É esse conjunto de elementos que
compões os fatores determinantes para o comportamento.
Os instintos agem como força motivadora do processo psíquico. Para
Jung, instintos são fatores psíquicos. Se a psique traduz o estado de ser vivo,
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então os instintos seriam espécies de órgãos psíquicos. E as glândulas
produtoras de hormônios se traduziriam como casualidades psíquicas.
Podemos entender então que nosso comportamento é determinado
pelos instintos, que tanto provocam uma reação física, quanto agem em nossa
consciência. Desta forma, nos motivam a agir de diferentes maneiras, ou seja,
nos influenciam diretamente e determinam nosso comportamento.
2.2 – O Instinto e o Inconsciente
Instinto geralmente é definido como um comportamento cuja finalidade
ou motivos não são conscientes e só foi desencadeado por alguma razão
obscura. Thomas Reid (um escritor inglês) afirma esse conceito dizendo: “Por
instinto, entendo um impulso natural cego para certas ações, sem ter em vista
um determinado fim, sem deliberação, e muito freqüentemente sem percepção
do que estamos fazendo". Com isso, o ato instintivo se caracteriza por certa
inconsciência, que contrastam com os processos conscientes, que se
caracterizam por apresentar continuidade em suas ações.
Kant já havia definido o instinto como uma “necessidade interior”. Sendo
assim o instinto seria um acontecimento psíquico abrupto e poderia ser
classificado como um processo inconsciente, que só acessa a consciência
após os resultados obtidos com a ação
Porém, Jung nos alerta para o fato de que, embora todo instinto possa
ser classificado como um processo inconsciente, os processos inconscientes
como um todo, não podem em absoluto ser classificados como instintivos.
Para exemplificar bem essa diferença, ele usa um exemplo muito
simples: o pavor de uma serpente X o pavor de uma galinha. Quando nos
deparamos com uma serpente e nos apavoramos, isso é instinto. Pois é
universal - tanto nós, quanto um macaco ou outro animal se assustaria com a
serpente. Porém se nos apavoramos ao vermos uma galinha, isso não é
instinto. É uma fobia, ocorre isoladamente e não é um consenso. Então, este é
um processo inconsciente, porém não instintivo.
É complexo analisar a proveniência dos instintos. São invariavelmente
herdados, mas não se sabe onde nossos ancestrais encontraram sua origem,
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não se define de onde realmente vem. Há uma opinião lógica de que os
instintos se originaram de um ato repetido da vontade, que a princípio era
individual, mas que com o tempo foi-se generalizando. Isso é lógico do ponto
de vista de que algumas atividades aprendidas acabam se tornando
automáticas pelo exercício constante. Mas para alguns casos de instinto do
mundo animal, quando, por exemplo, uma ação é comum a todos os da mesma
espécie, mas só repetida uma única vez na existência de cada um deles (vide
reprodução da Pronuba yuccasella) o fator aprendizagem pelo exercício torna-
se impossível.
Buscou-se então outro meio para explicar este tema, com inspiração na
filosofia de Bergson, acentuando o fator “intuição”. A intuição resulta numa
ação súbita, iniciada por um processo inconsciente. Ou seja, é um processo de
percepção, mas sem atividade consciente dos sentidos – uma percepção
inconsciente.
Para Jung, são os processos instintivos que pressupõem o conceito
complementar de inconsciente. Ele define o inconsciente como “a totalidade de
todos os fenômenos psíquicos em que falta a qualidade da consciência”. E
ainda, em seu ponto de vista, não há como se tratar o instinto sob a ótica da
psicologia, sem considerar os arquétipos.
Pois como ele mesmo afirma, “Os instintos são formas típicas de
comportamento, e todas as vezes que nos deparamos com formas de reação
que se repetem de maneira uniforme e regular, trata-se de um instinto, quer
esteja associado a um motivo consciente ou não.”
(JUNG, Carl G., 2000,VIII/2, p. 37)
E ainda conforme afirmado por Jung, os arquétipos por sua vez, “são
formas de apreensão, e todas as vezes que nos deparamos com formas de
apreensão que se repetem de maneira uniforme e regular, temos diante de nós
um arquétipo, quer reconheçamos ou não o seu caráter mitológico”.
(JUNG, Carl G., 2000,VIII/2,p. 38)
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2.3 – Considerações sobre a Natureza do Psíquico
Historicamente, o comportamento humano e seu inconsciente eram
apoiados pelo empirismo. As doutrinas da alma eram o que se considerava
para justificar e/ou analisar as questões pertinentes a Psicologia.
Até o século VII, as bases da investigação estavam focadas
simplesmente na observação dos elementos espirituais. A Psicologia moderna
nos mostra que, mais que a subjetividade da observação com bases em
intuição, há que se promover uma experiência objetiva que fundamente a
opinião - uma vez que esta tenha a pretensão de ser considerada científica.
Apesar disso, ainda hoje, mesmo após tantas comprovações científicas
e teorias validadas acerca dos aspectos comportamentais de nossa psique, é
difícil sustentar de maneira coerente e com assertividade científica o ponto de
vista empírico ou fenomenológico na Psicologia. Isto se deve porque a
concepção de que a alma é o que mais conhecemos, ainda tem raízes fincadas
em nossas convicções. Ou seja, sempre nos foi apregoado que todos nós
possuímos a mesma base espiritual, a mesma essência e que somos todos
iguais. Com isso, não só os leigos, bem como por vezes até os próprios
psicólogos, tendem a emitir um juízo com base nessa tendência empírica de
observação. E com esse conceito, todos nos sentimos inclinados a crer que as
opiniões subjetivas estejam universalmente validadas.
2.4 - O Conceito de Inconsciente Coletivo
O inconsciente coletivo difere-se do inconsciente pessoal porque não
se trata de uma aquisição pessoal. O inconsciente pessoal constitui-se de
conteúdos que já foram conscientes, mas de alguma maneira, foram
reprimidos ou esquecidos. Já os conteúdos do inconsciente coletivo nunca
fizeram parte da consciência, são hereditários. O inconsciente pessoal
consiste basicamente de complexos. Já o coletivo, de arquétipos. Na
verdade, o inconsciente coletivo é basicamente a soma dos instintos e dos
arquétipos.
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3 – SEGUNDO CAPÍTULO: AS ORGANIZAÇÕES SOB A ÓTICA DAS
PRISÕES PSÍQUICAS
“As organizações não são condicionadas somente pelos seus respectivos ambientes,
são também moldadas por interesses inconscientes dos seus membros e pelas forças inconscientes
que determinam as sociedades nas quais elas existem.” (MORGAN, GARETH; 1996, p.216).
3.1 – As Organizações Segundo Morgan, as organizações podem funcionar como prisões
psíquicas, uma vez que para ela levamos tudo o que trazemos em nosso
interior – nossos medos, obsessões, frustrações, emoções, sexualidade
latente, ansiedades mecanismos de defesa e complexos.
Sendo assim, e somado a uma política de normas e padrões a serem
seguidos na rotina de trabalho, as pessoas vão se tornando seres calcificados,
com bloqueios que limitam as atitudes e capacidade de inovação, ou seja,
atrelados a uma forma de pensar e agir ora consciente, ora até mesmo
inconsciente e que favorece mais o coletivo (ou a organização) que a si próprio.
Obedecendo assim, aos padrões estabelecidos, que ditam as regras e na
maioria das vezes são seguidas sem questionamento.
Como um perfeito exemplo desta “cegueira” emocional e a subserviência
que podam a individualidade e os pensamentos e ações, temos o Mito da
Caverna de Platão. Caverna essa onde Sócrates propõe uma discussão sobre
as relações entre aparência, realidade e conhecimento. Esta passagem
descreve homens aprisionados no interior de uma caverna e posicionados de
costas para a parte externa, sem condições de se mover e olhar para trás. Só
teriam a visão das sombras que a luminosidade de fora projetaria na parede do
interior da caverna. Assim, eles associariam os sons vindos de fora às imagens
das sombras e as considerariam realidade, atribuindo-lhes nomes e interagindo
com as mesmas.
Se a um deles fosse permitido sair da caverna e conhecer o mundo lá
fora, veria que as imagens da caverna nada mais seriam do que sombras
simplificadas de uma realidade muito mais complexa.
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Caso retornasse à caverna, não teria mais condições de viver como
antes, porque haveria criado um novo conceito sobre a realidade. Teria pena
de seus companheiros. E se tentasse convencê-los do que viu e viveu,
provavelmente seria ridicularizado, pois os outros não aceitariam seu discurso,
já que nunca haveriam experimentado do mesmo. A insistência seria ainda
pior, pois despertaria nos habitantes o medo do mundo “lá fora” e o
considerariam perigoso, porque se trataria de um mundo estranho a eles, e a
conclusão final seria de que acabariam se apegando ainda mais à sua própria
realidade.
Para entender mais sobre o quanto essas prisões psíquicas podem
tolher os indivíduos dentro das organizações, temos que ter em mente dois
aspectos: como as pessoas podem se tornar prisioneiras do modo de pensar e
agir aprovado dentro das corporações; e como, por outro lado, as organizações
podem se tornar prisioneiras dos processos inconscientes, que trazem um
significado oculto.
3.2 – A Armadilha do Modo de Pensar Aprovado
Quando uma linha de pensamento é seguida por todos e em nenhum
momento, questionada, as organizações podem cair na cilada que Morgan
descreve como “modo de pensar aprovado”. As pessoas se encontram tão
envolvidas pela ideia e convencidas de que lidam com uma verdade absoluta,
que todo o coletivo obedece e a segue sem questionar.
3.2.1 - Modos de ver tornam-se modos de não ver
É muito comum em determinadas organizações, encontrarmos
processos ou normas que, vistos de fora, seriam considerados inadequados,
inviáveis ou contraproducentes.
Isto ocorre porque quando nos encontramos dentro do processo, muitas
vezes não nos atinamos para determinadas situações que poderiam/deveriam
ser modificadas, para favorecer ainda mais o sucesso da organização. Seria
como um “modo de não ver” o que é passível de mudança.
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Como exemplo disso, Morgan cita três cases:
- quando as indústrias automobilísticas americanas desprezavam a fabricação
de automóveis do tipo pequenos e econômicos, por terem como consenso
geral que a sociedade estava orientada para carros grandes. Com isso a
indústria japonesa resolveu inovar, investindo na produção de carros menores,
com baixo consumo e baixo custo. Ou seja, a miopia das organizações
americanas permitiu à indústria japonesa que ganhasse uma grande fatia de
mercado, que anteriormente lhe pertencia.
- quando a Microsoft se estabeleceu no mercado e se tornou a maior potência
no ramo de computadores, por entender que o software e a rede de
computadores pessoais seria uma grande força no mercado, enquanto a IBM
investia somente em hardware, por considerar que só havia espaço e interesse
para o mercado de grandes sistemas. Outro exemplo de miopia.
- quando as grandes empresas instituíram o sistema de “estoque de
segurança” para substituir peças defeituosas e assim cobrir eventuais falhas no
processo. Isso gerava ociosidade, aumentava os custos e estimulava os
funcionários a tornarem-se menos atentos na função, pois eles saberiam que
seus lapsos poderiam ser substituídos por produtos sem defeito do tal estoque.
Neste momento as indústrias japonesas instituíram dois novos processos: o de
produção just-in-time (quando peças matérias-primas só eram entregues no
momento que se fizessem necessárias) e o de “estoque zero”, o que cortava os
custos desnecessários e demandava mais dedicação e atenção dos
funcionários. Inicialmente rechaçadas pela visão ocidental, hoje em dia são
práticas largamente adotadas.
Temos aí três exemplos típicos do que podemos considerar o tal modo
de não ver. Como na Caverna, ninguém contesta a vida que leva e os
processos, porque todos acreditam que não exista outra maneira de fazê-lo. E
quando expostos a novas tendências, a reação mais comum é a rejeição às
novas ideias.
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3.2.2 - Cegueira Grupal
Morgan ainda levantar como um modo de pensar aprovado, a “cegueira
grupal”: que é quando alguém apresenta uma proposta e é tão convincente ao
apresentá-la, que todos acabam acreditando que é realmente um insight
brilhante - e acabam colocando em prática sem pensar duas vezes. Um tempo
depois, percebem que talvez não tivesse sido uma decisão tão acertada e
quando param para analisar, se assustam com o quanto aquilo tinha tudo para
dar errado, pois era um projeto falho e cheio de armadilhas contra os próprios
executores.
Ele cita como exemplo disso a invasão de Cuba, projetada por Kennedy
em 1961, que quase os levou a uma guerra nuclear. O carisma do presidente e
o sentimento de invulnerabilidade entre todos, criou um processo que
autoafirmação, que os levou ao “consenso assumido”.
Morgan ainda cita que esse modo de pensar aprovado ainda possa ser
descrito pela metáfora da cultura, que nada mais é do que um conjunto de
procedimentos em algum momento determinado por um grupo de pessoas e
que vão sendo passados para gerações futuras e seguidos sem contestação. É
mais uma espécie de prisão psíquica, os valores considerados como os
corretos a serem seguidos.
3.3 - A Organização e o Inconsciente Conforme nos cita Morgan, “segundo a teoria psicanalítica, grande parte
de racionalidade de nossas vidas expressam preocupações e problemas que
estão abaixo do nível da consciência”. E este é um conceito muito interessante,
porque nos indica que muito do que acontece nas organizações em um nível
superficial, pode revelar o lado oculto e denso da psique humana. E isso já foi
visto aqui mesmo anteriormente, descrito por Jung.
Segundo Freud, o inconsciente é criado quando os homens precisam
reprimir os seus desejos e pensamentos secretos, em prol das convenções.
Com isso, acaba se reprimindo para que possa conviver em harmonia e viver
com segurança.
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Há uma batalha entre as teses da psicanalítica a respeito das causas da
criação do inconsciente. Freud associa diretamente à sexualidade reprimida. Já
outros teólogos, enfatizam sua ligação com as ansiedades da infância, a
estrutura de família patriarcal, o medo da morte e o inconsciente coletivo, entre
outros.
O que há de comum entre todas essas linhas de pensamento é que
independentemente da causa, a reação é sempre a mesma: os indivíduos
vivem como prisioneiros de suas histórias individuais e/ou coletivas.
Para ilustrar esse aspecto da personalidade reprimida, Morgan nos cita o
caso de Frederick Taylor, o criador da “administração científica”. Desde criança
sempre controlou tudo: horários para brincadeiras, estratégias para
desenvolver cada jogo, tempo para executá-los. Assim como seus objetos
eram cuidadosamente guardados e organizados. Ao crescer, ele transpôs toda
essa maneira de agir para seu local de trabalho e se por um lado, foi um
grande gênio no sentido de otimizar os processos organizacionais, por outro
tornou-se alguém execrado pela massa, pelas suas tendências quase cruéis de
controle das atividades.
Na verdade, para a psicanálise, o comportamento de Taylor nada mais
era do que um produto de suas lutas internas e personalidade neurótica e
perturbada. Seu cuidado com o processo de organização nada mais era do que
uma maneira de tentar controlar e organizar a si próprio.
Já segundo a perspectiva de Freud, aspectos como a preocupação
excessiva com a ordem, controle, regularidade, dever, pontualidade e mania de
limpeza, podem ser diretamente associados ao que foi aprendido e reprimido
na infância. É a chamada “personalidade anal-compulsiva”.
Segundo a teoria psicanalítica, os processos burocráticos observados
nas organizações - regras, controle, planejamentos rígidos, ênfase na
produtividade, disciplina, deveres - pode ser considerados uma forma
mecanicista de controle, mas também uma forma anal.
Historicamente, a analidade pode ser considerada uma forma de
sexualidade reprimida. E segundo Freud, as empresas mais flexíveis e
inovadoras, requerem uma criatividade e inovação de estilo que vai de
encontro à personalidade burocrática de algumas empresas. Sendo assim,
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essas empresas caracterizariam por combinação de sexualidade (oral, fálica e
genital).
Já as organizações que se caracterizam pela agressividade e pelo
individualismo, onde as vitórias são o mote para a satisfação, a cultura se
caracteriza como um conjunto de valores fálico-narcisista.
Dentro das organizações, o que é importante observar é: até que ponto
elas podem ser vistas como um reflexo de lutas internas? Há algum padrão
para identificar os mecanismos de defesa (como no caso de sexualidade
reprimida)? E as organizações recompensam ou reprimem quem tem este
padrão de comportamento?
Vale lembrar que as organizações não são determinadas somente por
seus ambientes, mas também pelo inconsciente que atua junto ao coletivo e à
sociedade na qual os indivíduos estão inseridos.
3.3.2 - Organização e a família patriarcal Freud defendia em suas teses que o grande causador de distúrbios
psíquicos, problemas de personalidade e comportamentos inadequados é
realmente a sexualidade reprimida.
Porém para os críticos (entre eles membros do movimento feminista),
Freud era na verdade um grande defensor de suas próprias causas. Eles
afirmam que suas teses baseavam em si mesmo, ou seja, que na realidade ele
sempre esteve preso em suas próprias preocupações sexuais inconscientes. E
que ele tomava partido de seus próprios valores masculinos, uma vez que
estava inserido em uma sociedade de moral vitoriana.
Na verdade essa segunda linha de pensamento nos convida a
interpretar as organizações como uma expressão do patriarcado, quando os
valores masculinos se sobrepõem aos femininos. Assim, as estruturas
organizacionais valorizam os papéis masculinos em sua cultura hierárquica,
que se predominam aos femininos.
Como características predominantemente masculinas, teríamos, por
exemplo, a coragem, heroísmo, bravura, determinação e força - características
estas geralmente valorizadas em empresas de estruturas mais rígidas. Já os
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traços matriarcais, como por exemplo, acolher, agradar, entreter e se
compadecer, ocupariam uma posição de apoio.
Segundo os críticos, as empresas mais tradicionais seguem uma linha
extremamente paternalista, onde o “pai” manda e os “filhos” obedecem. E ainda
defendem a ideia de que se a vida organizacional fosse menos hierarquizada e
mais compassiva e holística (ou seja, mais matriarcal e menos voltada ao
patriarcado), a tendência é de que seria mais tolerante, aberta à criatividade e
facilitaria as inovações.
Alguns críticos feministas sugerem então que cabe às mulheres
mudarem esses valores organizacionais em sua base para obterem sucesso no
mundo dos negócios e não precisarem desempenhar seus papeis segundo a
ótica masculina.
3.3.3 - Organização, morte e imortalidade Segundo Becker em seu livro The Denial of Death (A Negação da Morte)
todos os seres humanos temem a morte e em evitamos pensar nela. Com isso,
passam a vida empurrando seus medos mórbidos para o inconsciente.
Na verdade, ele faz uma nova interpretação da teoria de Freud sobre a
sexualidade reprimida, ligando os medos da infância - associados com o
nascimento e desenvolvimento da sexualidade - com os medos relacionados
com nossas próprias insuficiências, vulnerabilidade e mortalidade.
(MORGAN, GARETH; 1996, p.230).
Este ponto de vista nos traz uma nova maneira de ver organização e sua
cultura. É como se o conjunto de normas, crenças, idéias e práticas colocadas
em nossas empresas fossem nada menos que uma maneira de prolongar a
imortalidade. Como se ao criar todos os processos organizacionais,
estivéssemos em busca de algo mais duradouro, mais permanente. E com
isso, estaríamos inconscientemente prolongando a vida.
Além disso, o estabelecimento de rituais, padrões, objetivos nos dá uma
ideia de simplificação do mundo e consequentemente nos traz a ilusão de que
temos controle e poder sobre ele, e, por conseguinte, sobre a vida. Portanto,
enquanto Freud considera a preocupação excessiva com controle,
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planejamento e produtividade como reflexos, preocupações anais e repressão
sexual, Becker nos leva a entender este processo como uma tentativa de
preservar a vida e adiar a morte.
3.3.4 - Organização e ansiedade Segundo outra teoria psicanalítica, a de Melanie Klein, desde o momento
que nascemos sofremos com o medo da morte e da aniquilação. É o que ela
define como “ansiedade persecutória”. Com isso, já na infância desenvolvemos
nossos mecanismos inconscientes de defesa (como desintegração, introjeção e
projeção). Para Klein podemos entender os processos, estrutura, ambiente e
cultura de uma organização como mecanismos de defesa para suportar a
ansiedade individual e coletiva.
Para Wilfred Bion, do Instituto de Tavistock de Londres (mesma escola
de Klein), os grupos por vezes recorrem a padrões infantis de comportamento,
como uma espécie de mecanismo de defesa frente ao desconforto. E segundo
ele, há três tipos de defesa contra essa ansiedade: dependência,
emparelhamento e luta-fuga. A saber:
> dependência: a eleição de um líder, um símbolo que possa tomar frente da
situação junto ao grupo;
> emparelhamento: a crença de que uma figura messiânica irá surgir com a
salvação para o grupo;
> luta-fuga: o grupo busca um “inimigo” sobre quem são depositados todos os
medos do grupo, podendo ser este de dentro ou de fora da organização. Seria
alguém visto como um elemento que persegue todo o grupo;
Ainda críticos do Instituto Tavistock, Elliot Jaques e Isobel Menzies,
alguns aspectos na cultura organizacional podem ser vistos como mecanismos
de defesas grupais. Assim sendo, muitos papéis organizacionais podem tornar-
se alvo de paranóia e ansiedade persecutória, como é o caso, por exemplo,
dos bodes expiatórios.
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3.3.5 - Organizações e ursos de pelúcia Esta teoria também nos sugere o momento da infância, quando tivemos
algum objeto favorito do qual quase nunca nos separávamos. O psicanalista
Donald Winicott aponta que estes objetos são críticos no processo de
separação do “eu” e “não eu”. E esta realização de que são mundos diferentes,
são muito importantes para fazer com que criança observe e aceite melhor a
existência de um mundo exterior.
Os objetos constituem então o ponto de transição entre o mundo externo
e externo. Se houver alguma modificação no objeto, é como se a existência do
“eu” pudesse estar sendo ameaçada.
E esta metáfora pode ser aplicada à empresa, seja em relação a um
cargo, a uma mesa de trabalho ou um projeto.
3.3.6 - A teoria dos objetos transicionais
Esta teoria nos coloca que tais objetos descritos na tese anterior, vão
sendo ao longo da vida substituídos por outros. E esta transição para novos
objetos traz novas experiências que unem a pessoa ao mundo e auxiliam-na a
manter o senso de identidade.
Segundo Harold Bridger, também do Instituto Tavistock, os arranjos
organizacionais podem ser considerados fenômenos transicionais, pois
desempenham um papel crítico na busca pela identidade da organização,
assim como nas atitudes do grupo, podendo gerar bloqueio da criatividade,
inovação e mudança.
Sendo assim os administradores e trabalhadores podem depender de
fenômenos similares aos objetos especiais para definir seu o senso de
identidade, e ainda assim correm o risco de trazerem consigo o medo da perda
e o apego, que seriam fatores limitantes no processo de inovação.
Mas essa mudança só poderá ocorrer se as pessoas se sentirem
preparadas para a renúncia ao seu objeto de apego, com a proposta de
adquirirem algo novo. Ou se puderem ter algo que prezem dentro desse novo
ambiente, sendo este já atrelado ao processo ou sendo criado para que
funcione como o tal objeto transicional.
20
3.3.7 - Organização, sombra e arquétipo
Como já foi dito anteriormente, Carl Jung define a psique como parte de
uma realidade universal e transcendental. E faz parte de um inconsciente
coletivo que ultrapassa os limites de tempo e espaço. Sob sua ótica, os
arquétipos representam um papel de suma importância no nosso entendimento
do mundo externo.
Para Jung, “sombra” são os nossos impulsos ou vontades indesejáveis.
E segundo sua concepção, as nossas neuroses e inadaptações são um
resultado da incapacidade de lidar com essas nossas sombras – que podem
ser construtivas ou destrutivas.
Em uma organização, encontramos como sombra os opostos da
racionalidade, tentando vir à tona. Seriam características como a mentira,
fraudes, sabotagem ou simplesmente os valores femininos sendo sobrepostos
pelos masculinos, por exemplo. Para Jung, essas qualidades irracionais não
podem ser eliminadas, apenas reprimidas. A sombra da organização
funcionaria então como um depósito, não só do que é indesejado, bem como
das forças que não tiveram seu valor reconhecido ou se perderam.
Segundo a teoria junguiana, os arquétipos constituem um papel
importantíssimo na construção de nossa personalidade, pois se traduzem como
modelos de comportamento universais, que ditam detalhes muito específicos
da maneira de ser, pensar e agir de cada qual.
A mitologia (assim como a literatura) nos apresenta alguns temas
básicos: apocalípticos, demoníacos, românticos, trágicos, cômicos e irônicos.
Mudam os personagens, situações e ambientes, mas as estórias são as
mesmas. Os arquétipos nos auxiliam a nos posicionarmos diante da vida, por
trazer esses padrões de comportamento que nos levam a associá-los com
nossos próprios atos e nos ajudam a compreender melhor e refletir sobre idéias
e ações – nossas e dos outros.
Jung se dedicou muito a esse estudo e nos mostra que esses mitos são
atemporais e universais. Assim sendo, determinados padrões são
reconhecidos e podem ser classificados, nos auxiliando a entender, analisar e
até modificar os processos. Para Jung, nossas vidas poderiam ser estudadas
21
e recriadas partindo da observação dos nossos arquétipos, mas poucas
pesquisas foram feitas até então sobre o assunto.
A ideia que proponho com este estudo é justamente cruzar os dados de
um teste tipológico reconhecido e utilizado amplamente em todo o mundo – a
Availiação Tipológica de Jung - com os resultados do Questionário Roda das
Deusas - que nos mostra os arquétipos das deusas que definem nossa
personalidade.
A intenção, portanto, é provar que a identificação dos arquétipos pode
realmente nos auxiliar não só em nosso processo de autoconhecimento, como
no entendimento da cultura organizacional em geral – e na busca por soluções
para as atribulações do ambiente corporativo.
4 – TERCEIRO CAPÍTULO: A IDENTIFICAÇÃO DOS ARQUÉTIPOS DAS
DEUSAS MITOLÓGIAS E SUA INFLUÊNCIA NO COMPORTAMENTO
"O que se é, mediante uma intuição interior e o que o homem parece ser, ’ sub specie aeternitatis’, só pode ser expresso através de um mito.
Este último é mais individual e exprime a vida mais exatamente do que faz a ciência, que trabalha com noções médias, genéricas demais para poder dar uma idéia justa
da riqueza múltipla e subjetiva de uma vida individual.” (Jung, Carl G., Memórias, sonhos e reflexões, 1986, p.5)
4.1 - O feminino e seus arquétipos
Buscando a definição para a palavra “arquétipo”, segundo Aurélio
Buarque de Holanda, temos:
s.m. Modelo pelo qual se faz uma obra material ou intelectual. / Filosofia.
Modelo ideal, inteligível, do qual se copiou toda coisa sensível: para Platão, a
idéia do Bem é o arquétipo de todas as coisas boas da natureza.
(Dicionário do Aurélio <ERL: http://www.dicionariodoaurelio.com/Arquetipo)
22
Segundo Jean Shinoda Bolen, psiquiatra junguiana, membro da
American Psychiatric Association e conhecida internacionalmente como autora
e palestrante, os arquétipos são os recursos que abrigam os nossos padrões
emocionais de sentimentos, pensamentos e comportamento. Com isso conclui-
se que os arquétipos femininos representam tudo o que pensamos com
criatividade, inspiração, tem a ver com o lado maternal, espiritual, o lado da
liberdade da selva, a proteção materna, o desejo por aventura, o
desenvolvimento espiritual, a ligação com a mãe natureza, ou com as
conjunções dos planetas – e não apenas com o signo do sol.
As deusas mitológicas são a projeção dos arquétipos do sexo feminino, ou
seja, o princípio da construção de todos os outros arquétipos femininos, por
trazerem em cada um deles os principais elementos de comportamentos. O
mito é nada menos que um elemento de orientação. Jung vê o mito “como uma
verdade profunda de nossa mente”.
Obviamente os homens também podem apresentar características dos
arquétipos femininos, seja como uma manifestação de seu lado feminino, seja
projetando os elementos das deusas que mais lhe atraem na busca por suas
parceiras.
A divisão das deusas mitológica, segundo Bolen, se dá da seguinte maneira:
1. Invulneráveis – as três grandes deusas virgens: Ártemis, Atenas e Héstia, as
quais nunca se deixaram dominar por seus pares masculinos.
2. Vulneráveis - três deusas: Hera, Deméter-Coré ou Deméter-Perséfone, que
foram violentadas, raptadas ou humilhadas por seus consortes.
3. Afrodite fecha os arquétipos e representa uma deusa alquímica. Por estar
sujeita a transmutações, tanto é a inspiradora dos amores carnais (Afrodite
Urânia), como também o é do amor etéreo superior (Afrodite Celeste).
(Bolen, Jean S. <URL: http://www.rodademulheres.org.br/pdf/Ofemininoeseusarquetipos.pdf)
23
4.2 - As sete Deusas Gregas / Romanas
ÁRTEMIS / DIANA
Ártemis (Diana): é a deusa do parto, da caça e da lua e a personificação do
espírito feminino independente. Não encontra problemas em viver só, pois se
sente bem assim.
Também representa o atlético, a mulher amazonas, que sente gosto pela vida
ao ar livre, pelos animais e que tem uma profunda ligação com a natureza. E
como os animais, é instintiva e pode ser vingativa, caso ultrapassem os limites.
É a Mulher Independente. Sua relação com o mundo:
- Trabalho: empenhada no trabalho que faz em prol de outrem, estimula-se
com a competição e não se sente amedrontada pelo confronto. Seus interesses
não se baseiam em valor comercial ou seguir uma carreira. Almeja coisas por
vezes tão fora do comum que sua tendência é a falta de sucesso no mundo ou
nos relacionamentos.
- Relação com homens: sua relação com eles geralmente é fraternal, de
amizade. Há três tipos de casamento, para ela:
> levam uma relação apenas amigável, assexuada Possibilidade de casamento
homossexual - valorização do companheirismo e independência do parceiro.
> com homens que a sustentem e alguém com quem se sinta à vontade.
(Relação mais para pai-filha - inclusive por vezes mostrando rebeldia.)
> homens que valorizem extremamente a pureza. Podem ser jovens no final da
adolescência ou início da vida adulta, geralmente homens castos.
- Filhos: não se sente realizada com a maternidade, apesar de gostar de
crianças. Se forem mães, encorajarão a independência e ensinarão os filhos a
se defenderem sozinhos. Não tem nostalgia ao lembrar-se de seus bebês, pois
focam no futuro e independência deles.
ATENA / MINERVA
Palas Atena (Minerva): conhecida como deusa da sabedoria, vitoriosa e de
soluções práticas. É a personificação da mulher profissional, que busca a
realização em carreiras onde possa mostrar sua sabedoria. Padrão de
mulheres de mente lógica, governadas pela razão. É culta, bem educada e
24
equilibrada. Não é de se envolver em brigas, mas sim, em defender suas teses
com argumentos irrefutáveis, o que quase sempre lhe garante a vitória. E sua
autoimagem positiva não a faz sentir-se masculinizada, mas sim, poderosa.
Toma partido da patriarquia, conselheira de homens heróicos.
É a Mulher Competitiva. Sua relação com o mundo:
- Trabalho: se adapta às diferentes realidades e tem sempre um objetivo em
mente. Na vida doméstica é eficiente, usa seu senso prático e olho estético.
- Relação com homens: é a “filha do pai” e busca estar sempre próxima de
homens que detem o poder (homem patrão). Se atrai por homens bem
sucedidos e poderosos. Não aceita os sonhadores, os considera perdedores.
- Relação com mulheres: como é muito competitiva, se mantém distante delas
e é evitada por elas. Não tem muitas amigas.
- Filhos: adoram filhos competitivos, extrovertidos e intelectualizados. Anseiam
pelo seu amadurecimento, para que façam projetos juntos.
HÉSTIA / VESTA
Héstia (Vesta): não quis se casar, permanecendo virgem para sempre. Com
isso ganhou o privilégio de poder estar sempre no centro da casa. Deusa da
lareira - meditação e cuidados com o lar. Mulher religiosa, experiente e sábia.
É a Mulher do Fogo Interior. Sua relação com o mundo:
- Trabalho: não dá valor ao poder e nem tem ambições. A mulher
desse arquétipo, se destaca em profissões que requerem calma e paciência.
- Relação com homens: para ela, o sexo é uma obrigação e não tem muita
importância. É fiel, mas não exige fidelidade. Não é dependente emocional do
homem, mantém sua autonomia interior e a valoriza também no que diz
respeito de cuidar de sua própria casa, decidindo como a mesma deve ser.
- Relação com mulheres: não é chegada a discussões sobre banalidades,
política ou assuntos intelectuais. Não tem muitos amigos, mas se compadece
de quem tem algum tipo de perturbação, mostrando-se disposta a ouvir.
Filhos: aparenta ser um pouco desligada como mãe, mas dá amor e atenção
aos filhos. Não interfere em suas escolhas, não tem ambições para eles.
25
HERA / JUNO
Hera (Juno): representa o desejo ardente de se tornar esposa. Muito ciumenta
e dirige sua raiva pras outras mulheres.
É a Mulher Companheira. Sua relação com o mundo:
- Trabalho: não é primordial, mas poderá alcançar êxito. Há a possibilidade de
serem líderes políticas, governante e regentes. Porém, são apegadas à
tradição e querem um casamento convencional, com fidelidade, moralidade e
companheirismo. Se não se casar, se sentirá fracassada na profissão.
- Relação com homens: Se sente atraída por homens de sucesso. Não
considera a palavra divórcio em seu vocábulo. Supõe que sexualidade e
casamento caminham juntos, mas espera que marido despertá-la- sexo
submisso. Quando perde, reage com raiva, e não depressão.
- Relação com mulheres: Quando está só, mantém relações sociais, mas se
está casada se afasta das amigas. E suas amizades não são aprofundadas.
- Filhos: os considera como parte da função dentro do matrimônio. Não é muito
maternal e pode inclusive usar os filhos para manter o marido no casamento.
DEMÉTER / CERES
Deméter (Ceres): é a deusa do cereal (nutridora e mãe). Dotada de instinto
maternal, adora estar grávida, amamentar e cuidar de crianças. Protege,
acolhe, alimenta e tem energia inesgotável.
Não teme a morte e cuida de tudo que é carente e indefeso. É o arquétipo da
mãe, que fornece alimentos tanto físicos quanto espirituais.
É a Mulher Nutridora. Sua relação com o mundo:
- Trabalho: Devido ao seu caráter maternal, tem sucesso em profissões
educativas ou de assistência. Muito inclinadas aos cargos considerados
“femininos”.
- Relação com homens: Geralmente não escolhe seus companheiros, é
escolhida por eles. E pode estar com alguém por pena. Se afinam com aqueles
que buscam mulheres maternais e sua sexualidade não é muito ardente e
algumas são até puritanas.
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- Relação com mulheres: não sente ciúmes de seus parceiros. E sendo
estéril, sente-se deprimida pela gravidez de outra mulher. E tem muitas amigas
para troca de apoio emocional.
- Filhos: são extremamente dedicadas, mas tem sentimento de posse e/ou
ciúme exagerado. Tem boas intenções, mas não tem consciência dos
elementos negativos de sua relação com os filhos. Quando deixadas por eles
(mudança de lar ou casamento), se sentem desprestigiadas e param de atuar
como mãe. Podem não estabelecer limites, dizendo sempre “sim” e também
limitar sua independência, por temer o abandono.
PERSÉFANE / CORÉ
Perséfone (Coré): é o arquétipo da “mulher-criança” (antes de ser raptada por
Hades), a que é inocente e não tem consciência de sua sexualidade e beleza e
permanece jovem para sempre - a eterna adolescente indecisa. Também pode
ser complacente com os outros e passiva nas próprias atitudes.
Enquanto rainha e guia do inferno (após ser raptada por Hades), sente-se
profundamente atraída pelo mundo espiritual, místico e oculto e pode ser ou ter
pensamentos sombrios.
As mulheres que são Perséfone, mesclam os dois arquétipos em sua
personalidade, sendo tanto receptivas às mudanças quanto jovens de espírito.
É a Mulher Intuitiva. Sua relação com o mundo:
- Trabalho: maior tendência a ter vários empregos ao invés de uma profissão.
Apesar do trabalho não ser uma prioridade, se o lado “rainha do inferno” for
dominante, pode trabalhar com criatividade, psicologia ou no campo espiritual.
- Relação com homens: enquanto jovem, não tem consciência de sua
sexualidade e espera pelo príncipe que virá despertá-la. Quando se descobre
mulher (apaixonada e orgásmica), soma um ponto positivo a sua autoestima.
Atrai três tipos de homens: os jovens e inexperientes como ela; os malandros;
e os homens que não querem se relacionar com mulheres maduras.
- Relação com mulheres: se relaciona bem com mulheres jovens como ela.
Se for bonita, atrairá as que pensam não ser muito femininas e projetarão nela
sua feminilidade não desenvolvida. Se a tratarem como frágil, assim o será.
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- Filhos: é insegura como mãe (a menos que sua Demeter seja ativada). Gosta
de estar com eles brincando e estimulando seu lado criativo. É mais
companheira que propriamente maternal.
AFRODITE / VÊNUS
Afrodite (Vênus): é a mais bela das deusas. Este arquétipo mostra a mulher
feminina e atraente, que pode vir a usar o amor como arma mortal. Também
governa o prazer da beleza, sexualidade e sensualidade das mulheres. É
reconhecida por seu poder de atração, magnetismo e carisma. É refinada e
sensível e dá valor especial aos relacionamentos humanos e inspiração nas
artes.
É a Mulher Criativa. Sua relação com o mundo:
- Trabalho: aprecia variedade e intensidade. Só consegue ter êxito quando
está criativamente e emocionalmente ocupada. Trabalha no que gosta, e não
no que dá dinheiro. Está inclinada para a música, escrita, dança. Mas também
pode trabalhar como terapeuta ou professora.
- Relação com homens: normalmente são atraídas por homens que não são
bons para ela, como os criativos, complicados, mal humorados ou emotivos.
Isto porque homens deste tipo normalmente não almejam cargos elevados ou
de autoridade e não desejam ser maridos ou pais.
- Relação com mulheres: desperta o medo e ciúme em outras mulheres,
quando estas percebem entusiasmo da parte de seus parceiros em relação a
ela. Não são possessivas nem ciumentas e tem amigas extrovertidas como ela.
- Filhos: gosta de crianças e o sentimento é recíproco. Sua comunicação com
elas é profunda, tem olhar compreensivo e não julga. Os filhos no geral obtem
sucesso - inspirados pelo seu entusiasmo. Mais do que cativar seus filhos,
pode despertar neles alguns danos, como o Complexo de Édipo, por exemplo.
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4.3 – Avaliação Tipológica, segundo Jung X Teste Roda das Deusas
4.3.1 - Teste Tipológico de Jung
Este teste é uma teoria de personalidade desenvolvida pelo psiquiatra
suíço Carl Gustav Jung para explicar as diferenças básicas entre pessoas
saudáveis.
Baseado em suas observações, ele concluiu que as diferenças nos
comportamentos resultam de tendências inatas das pessoas, que norteiam
suas maneiras diferentes de agir. Como as pessoas agem segundo essas
tendências, eles desenvolvem determinados padrões de comportamento.
O Teste Tipológico de Jung define oito padrões distintos de
comportamento normal. São eles: Extraversão X Intraversão; Sensoriamento X
Intuição; Reflexão X Sentimento; Percepção X Julgamento.
Para este teste foram observadas 6 (seis) mulheres, entre 24 e 48 anos
de idade. Os testes e resultados estão em anexo.
4.3.2 - Questionário Roda das Deusas
A Roda das Deusas traz seis das sete deusas da mitologia grega e suas
principais características e nos mostra como era sua relação com o mundo e os
outros personagens mitológicos. Através dos arquétipos das deusas, podemos
identificar os padrões de comportamento mais comuns, o que justificaria
maneiras de pensar e agir.
A proposta do questionário Roda das Deusas é levar ao
autoconhecimento. Nele, para cada afirmação acerca de fatores que fazem
parte de nossas vidas cotidianas, deve ser atribuída determinada pontuação,
devendo esta refletir o quanto aquela afirmação se aproxima de sua realidade e
maneira de pensar e agir. Verificamos então qual (quais) deusa (s) rege nossas
vidas e quais as que não se fazem tão presentes.
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De posse desses dados, buscamos soluções para problemas que antes
talvez não soubéssemos como lidar. E até mesmo buscar em outras deusas
que não nos regem, características que gostaríamos de desenvolver.
Para este teste foram observadas as mesmas 6 (seis) mulheres do teste
anterior. Os testes e resultados estão em anexo.
4.3.3 – Congruências e divergências nos resultados
Uma vez concluídos os testes, é chegada a hora de verificar o resultado
de cada uma das participantes e verificar até que ponto as informações se
convergem:
Anne:
Avaliação Tipológica de Jung: ENFJ
Roda das Deusas: É regida por Afrodite, Hera e Atena.
Como se pode perceber nos resultados dos testes, Anne enquanto
Afrodite gosta de se relacionar com as pessoas e valoriza os relacionamentos
humanos, precisa se envolver emocionalmente para desempenhar bem uma
tarefa, é sensível, refinada, criativa e gosta de variedade e intensidade. Como
ENFJ, mostra-se como uma mulher que se afina com as pessoas e se envolve
emocionalmente com suas questões. Além disso, irradia energia e pode ser
imaginativa e criativa. Gosta de variedade e novos desafios.
Enquanto Hera, ela está ligada ao poder e gosta de estar no comando e
reger e é apegada à tradição e moralidade. Já como ENFJ, vemos uma mulher
que tem características de liderança e segue seus valores pessoais.
Sob a visão de Atena, é a profissional, que busca a realização em
carreiras onde possa mostrar sua sabedoria. Defende suas teses com
argumentos irrefutáveis e se adapta as diferentes realidades. Para os padrões
ENFJ, é persuasiva. E curiosa a respeito de novas idéias. E se estimula pela
possibilidade de dar alguma contribuição para o bem da humanidade.
30
Podemos perceber então, que a avaliada Anne apresenta congruência
de dados, tanto na sua avaliação tipológica, quanto na avaliação de seus
arquétipos.
Daniela:
Avaliação Tipológica de Jung: ESFJ
Roda das Deusas: É regida por Afrodite e Deméter.
Como se pode perceber, Daniela enquanto Afrodite é refinada e sensível
e dá valor especial aos relacionamentos humanos. Aprecia variedade e
intensidade. Só consegue ter êxito quando está criativamente e
emocionalmente ocupada e trabalha no que gosta. Como ESFJ, verificou-se
que gosta de trabalhar em equipe, é comprometida, leal e espera isso das
outras pessoas. É sociável, extrovertida, e gosta de ser apreciada pelo que é e
pelo que faz pelos outros. Irradia calor humano e energia.
Enquanto Deméter, é dotada de instinto maternal, protege, acolhe,
alimenta e tem energia inesgotável. Não teme a morte e cuida de tudo que é
carente e indefeso. Já para os padrões ESFJ, vemos uma mulher que irradia
calor humano e energia. Gosta de organizar pessoas e situações e valoriza a
segurança e estabilidade. É solidária, servil, cooperativa, diplomáticas práticas,
realistas e “pés no chão”.
Podemos perceber então, que a avaliada Daniela apresenta congruência
de dados, tanto na sua avaliação tipológica, quanto na avaliação de seus
arquétipos.
Elma:
Avaliação Tipológica de Jung: ENFJ
Roda das Deusas: É regida por Afrodite e Atena.
Como se pode perceber, Elma enquanto Afrodite é sensível e dá valor
especial aos relacionamentos humanos. Aprecia variedade e intensidade. E só
consegue ter êxito quando está criativamente e emocionalmente ocupada.
Como ENFJ, cria afinidade e usa sua empatia para entender as necessidades
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emocionais, motivações e preocupações dos outros. É calorosa, compassiva,
incentivadora, leal e confiável. Gosta de encorajar e dar apoio, promovendo o
crescimento de quem lhe rodeia. Pode ser imaginativa e criativa e gosta de
variedade e novos desafios. E irradia energia.
Enquanto Atena, é profissional que busca a realização em carreiras
onde possa mostrar sua sabedoria. É culta, bem educada e equilibrada.
Defender suas teses com argumentos irrefutáveis, o que quase sempre lhe
garante a vitória. Se adapta às diferentes realidades e tem sempre um objetivo
em mente. Já para os padrões ENFJ, vemos uma mulher que pode ser uma
líder inspiradora e é curiosa a respeito de novas idéias. Se estimula pela
possibilidade de dar alguma contribuição para o bem da humanidade.
Podemos perceber então, que a avaliada Elma apresenta congruência
de dados, tanto na sua avaliação tipológica, quanto na avaliação de seus
arquétipos.
Isabel:
Avaliação Tipológica de Jung: ISFJ
Roda das Deusas: É regida por Afrodite e Hera.
Como se pode perceber, Isabel enquanto Afrodite, ela valoriza o amor
etéreo, entre as pessoas com quem se relaciona, é companheira e afetuosa.
Zela por aqueles que lhe são caros. E pode ser muito intensa. Como ISFJ,
vemos uma mulher sensível, que é atenciosa e comprometida com os alvos de
seu afeto. Além disso, valoriza o amor da família e os trata com desvelo. E
pode ser realmente intensa, se seus valores não forem reconhecidos.
Enquanto Hera está ligada ao poder e gosta de estar no comando e
reger. Para os padrões ISFJ, vemos uma mulher com traços práticos, valoriza o
senso de realidade e busca seguir procedimentos específicos para que
desempenhe com sucesso suas tarefas e valoriza o reconhecimento. Isso é
bem típico de quem tem alguma posição de comando.
Podemos perceber então, que a avaliada Isabel apresenta congruência
de dados, tanto na sua avaliação tipológica, quanto na avaliação de seus
arquétipos.
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Juliana:
Avaliação Tipológica de Jung: ENFJ
Roda das Deusas: É regida por Afrodite e Atena.
Como se pode perceber nos resultados dos testes, Juliana enquanto
Afrodite gosta de se relacionar com as pessoas e valoriza os relacionamentos
humanos, precisa se envolver emocionalmente para desempenhar bem uma
tarefa, é sensível, refinada, criativa e gosta de variedade e intensidade. Como
ENFJ, mostra-se como uma mulher que se afina com as pessoas e se envolve
emocionalmente com suas questões. Além disso, irradia energia e pode ser
imaginativa e criativa. Gosta de variedade e novos desafios.
Sob a visão de Atena, é a profissional, que busca a realização em
carreiras onde possa mostrar sua sabedoria. Defende suas teses com
argumentos irrefutáveis e se adapta as diferentes realidades. Para os padrões
ENFJ, é persuasiva. E curiosa a respeito de novas idéias. E se estimula pela
possibilidade de dar alguma contribuição para o bem da humanidade.
Podemos perceber então, que a avaliada Juliana apresenta congruência
de dados, tanto na sua avaliação tipológica, quanto na avaliação de seus
arquétipos.
Rozana:
Avaliação Tipológica de Jung: ESFP
Roda das Deusas: É regida por Afrodite e Deméter.
Como se pode perceber, Rozana enquanto Afrodite é uma mulher
criativa. É sensível e dá valor especial aos relacionamentos. Aprecia variedade
e intensidade e só consegue ter êxito quando está criativamente e
emocionalmente ocupada. Trabalha no que gosta, e não no que dá dinheiro.
Como ESFP, se interessa por pessoas e novas experiências. Tem boa relação
interpessoal e geralmente é generosa, otimista, persuasiva, calorosa e
solidária. É uma ótima jogadora em equipe, direcionada a cumprir as tarefas
com o máximo de diversão e o mínimo de alvoroço ou preocupação.
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Enquanto Deméter, é dotada de instinto maternal, protege, acolhe e
alimenta e tem energia inesgotável. Não teme a morte e cuida de tudo que é
carente e indefeso. Já segundo os padrões ESFP, vemos uma mulher que
quase nunca se prende a regras, foca apenas em satisfazer as necessidades
das pessoas de maneira criativa. Toma decisões geralmente com base nos
seus valores pessoais e na sua empatia com os outros. Adora a vida vive o
momento, encontrando prazer nas pessoas, comida, roupas, animais, na
natureza e eventos.
Podemos perceber então, que a avaliada Rozana apresenta congruência
de dados, tanto na sua avaliação tipológica, quanto na avaliação de seus
arquétipos.
5 – CONCLUSÃO
Estamos no ano de 2010 e apesar de até hoje não contarmos com um
estudo mais aprofundado em relação às prisões psíquicas (em especial sobre a
influência dos arquétipos no comportamento humano), minha proposta com
este estudo foi justamente aliar a teoria já comprovada cientificamente a testes
práticos, que pudessem ratificar os conceitos levantados sobre o tema em
questão.
Seguindo a linha de pensamento de Jung, verifica-se que tomar um
arquétipo como padrão pode ser um ato tanto inconsciente, quanto consciente.
Muitas vezes temos uma figura como arquétipo e nem mesmo o sabemos. E
em outros momentos, temos consciência dos nossos comportamentos padrões
face a tipos de estímulos e situações diversos, mas nem sempre fazemos um
bom uso desse conhecimento – poderíamos utilizá-lo para nos corrigir e
aprimorar.
Ainda é importante lembrar que o arquétipo, sendo algo herdado e parte
da nossa psique (no sentido mais profundo da junção corpo e alma), cria raízes
e ramificações que conduzem as maneiras como nos comportamos diante do
mundo, das pessoas e situações. Ter a possibilidade de conhecer nossos
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arquétipos dominantes é primordial para favorecermos o autoconhecimento e
as modificações necessárias para o aprimoramento.
Uma vez que tenhamos ciência dos elementos presentes em outros
arquétipos que deveriam ser enfraquecidos ou despertados em nosso próprio
comportamento, poderemos buscar formas de torná-los menos ou mais
influentes (dependendo do que se faz necessário, neste caso) e assim,
promover um equilíbrio nas atitudes.
Pessoas são diferentes, as situações igualmente se diferem, cada alma
é um universo particular e a mente propõe uma infinidade de possibilidades.
Cabe a nós buscarmos artifícios para conhecer o que se passa em nosso
pensamento e define nossas ações, analisando cada reação, cada atitude em
nós e nos outros. Só assim poderemos conhecer a si próprios e entender um
pouco mais do que possivelmente está na mente de outrem. E agir com
consciência e cuidado, objetivando sempre o bem comum e o favorecimento
das relações.
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6– REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Jung Carl.G., A Natureza da Psique 2000, Editora Vozes, 5ª Edição Capítulos: 5- Determinantes psicológicas do comportamento humano 6- Instinto e Inconsciente 8- Considerações sobre a natureza do psíquico
Jung Carl.G., Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo 2002, Editora Vozes, 2ª Edição Capítulos: II. O Conceito de Inconsciente Coletivo
Morgan, Gareth , Imagens da Organização
1986, Editora Sage, 1ª edição Capítulo: 7- Explorando a Caverna de Platão: As Organizações Enquanto Prisões Psíquicas Myers, Isabel Biggs, Introduction to Type 1993, Sixth Edition Resultados da Avaliação Tipológica
Woolger, Jennifer Baker e Woolger,Roger J. A Deusa Interior – Um guia sobre os eternos mitos femininos que moldam nossas vidas Tradução: Carlos Afonso Malferrari 1997, Editora Cultrix, SP Questionário Roda das Deusas
� WEBGRAFIA:
REDE PSI <URL:http://www.redepsi.com.br/portal/modules/wordbook/entry.php?entryID=381 Definições sobre a palavra Psique Bolen, Jean S. <URL:http://www.rodademulheres.org.br/pdf/Ofemininoeseusarquetipos.pdf Os Arquétipos das Deusas
Humanmetrics <URL: http://www.humanmetrics.com/cgi-win/jtypes2.asp Teste Tipológico de Jung
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7- ANEXOS - Teste Tipológico de Jung Tipologia de acordo com os métodos de classificação de Carl Jung e Isabel Brigg Myers – com escala de valores de força das preferências. Humanmetrics <URL: http://www.humanmetrics.com/cgi-win/jtypes2.asp
Teste Tipológico de Jung ™
Após completar o questionário, você irá obter: A sua formula tipológica, de acordo com a classificação de Carl Jung e Isabel Myers-Briggs jutamente com os devidos percentuais das forças de preferência (Extraversão, Introversão, Sensoriamento, Intuição, Reflexão,
Sentimento, Julgamento e Percepção). A descrição é seu tipo de personalidade.
1. Você quase nunca se atrasa para os compromissos: ( ) SIM ( ) NÃO
2. Você dá preferência a cargos de maior dinamismo e que demandam mais agilidade: ( ) SIM ( ) NÃO
3. Você gosta de se relacionar com muitas pessoas: ( ) SIM ( ) NÃO
4. Você gosta de assistir telenovelas: ( ) SIM ( ) NÃO
5. Você é a primeira pessoa a reagir quando o telefone toca ou quando alguém faz uma pergunta repentina: ( ) SIM ( ) NÃO
6. Você se interessa mais pela ideia central de um projeto do que os detalhes para a sua realização:
( ) SIM ( ) NÃO
7. Você tende a ser imparcial mesmo que isso coloque a sua relação com as pessoas em perigo: ( ) SIM ( ) NÃO
8. A observação rigorosa das regras estabelecidas muito provavelmente irá prevenir um bom resultado: ( ) SIM ( ) NÃO
9. Você tem dificuldades de se entusiasmar: ( ) SIM ( ) NÃO
10. É da sua natureza assumir responsabilidades: ( ) SIM ( ) NÃO
11. Você frequentemente pensa na humanidade e seu futuro: ( ) SIM ( ) NÃO
12. Você acredita que a melhor decisão é aquela que pode ser facilmente modificada: ( ) SIM ( ) NÃO
13. Críticas diretas são sempre úteis em quaisquer atividades: ( ) SIM ( ) NÃO
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14. Você prefere agir de imediato ao invés de especular sobre várias opções: ( ) SIM ( ) NÃO
15. Você é mais focado em razão que sentimentos: ( ) SIM ( ) NÃO
16. Você está mais inclinado para o improviso do que planejamento cuidadoso: ( ) SIM ( ) NÃO
17. Você passa suas horas de lazer socializando ativamente, indo a festas, fazendo compras, etc.: ( ) SIM ( ) NÃO
18. Você normalmente planeja suas ações: ( ) SIM ( ) NÃO
19. Suas ações são frequentemente influenciadas pelas emoções: ( ) SIM ( ) NÃO
20. Você é, de certa forma, reservada e mantem distância: ( ) SIM ( ) NÃO
21. Você sabe como dedicar cada minuto de seu tempo a bons motivos: ( ) SIM ( ) NÃO
22. Você ajuda as pessoas prontamente, sem pedir nada em troca: ( ) SIM ( ) NÃO
23. Você frequentemente reflete sobre a complexidade da vida: ( ) SIM ( ) NÃO
24. Após um longo período de socialização você sente a necessidade de se isolar um pouco: ( ) SIM ( ) NÃO
25. Você normalmente realiza suas tarefas com pressa: ( ) SIM ( ) NÃO
26. Você facilmente detecta o princípio geral por trás de ocorrências específicas: ( ) SIM ( ) NÃO
27. Você frequentemente e facilmente expressa seus sentimentos e emoções: ( ) SIM ( ) NÃO
28. Você tem dificuldades em falar em voz alta: ( ) SIM ( ) NÃO
29. Você se sente enfadado quando precisa ler livros essencialmente teóricos: ( ) SIM ( ) NÃO
30. Você tende a se compadecer das pessoas: ( ) SIM ( ) NÃO
31. Você valoriza mais a justiça que a piedade: ( ) SIM ( ) NÃO
32. Você rapidamente se socializa em um novo local de trabalho: ( ) SIM ( ) NÃO
33. Quanto mais pessoas você se relaciona, melhor se sente: ( ) SIM ( ) NÃO
34. Você tem a tendência a confiar mais em sua experiência do que em teorias alternativas: ( ) SIM ( ) NÃO
38
35. Você gosta de manter checagem do quanto as coisas estão progredindo: ( ) SIM ( ) NÃO
36. Você facilmente cria empatia com as preocupações das outras pessoas: ( ) SIM ( ) NÃO
37. Você prefere ler um livro a ir a uma festa: ( ) SIM ( ) NÃO
38. Você gosta de encabeçar alguns eventos que envolvam outras pessoas: ( ) SIM ( ) NÃO
39. Você está mais inclinado a experimentar do que seguir abordagens familiares: ( ) SIM ( ) NÃO
40. Você evita estar vinculado a obrigações: ( ) SIM ( ) NÃO
41. Você se toca profundamente com as histórias sobre os problemas de outras pessoas: ( ) SIM ( ) NÃO
42. Prazos para você não tem importância absoluta, e sim relativa: ( ) SIM ( ) NÃO
43. Você prefere se isolar de barulhos externos: ( ) SIM ( ) NÃO
44. Para você é essencial fazer com suas próprias mãos: ( ) SIM ( ) NÃO
45. Você acredita que tudo possa ser analisado: ( ) SIM ( ) NÃO
46. Você dá o melhor de si para cumprir uma tarefa dentro do prazo: ( ) SIM ( ) NÃO
47. Você sente prazer em colocar tudo em ordem: ( ) SIM ( ) NÃO
48. Você se sente confortável em meio a muitas pessoas: ( ) SIM ( ) NÃO
49. Você tem bom controle sobre seus desejos e as tentações: ( ) SIM ( ) NÃO
50. Você facilmente entende princípios teóricos: ( ) SIM ( ) NÃO
51. O processo de busca por uma solução é mais importante para você que a solução em si: ( ) SIM ( ) NÃO
52. Você normalmente se posiciona mais próximo a lateral do que no centro de uma sala: ( ) SIM ( ) NÃO
53. Ao resolver um problema, você prefere seguir um procedimento familiar a buscar por um novo método: ( ) SIM ( ) NÃO
54. Você se mantem firme a seus princípios: ( ) SIM ( ) NÃO
55. Você tem sede por aventuras: ( ) SIM ( ) NÃO
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56. Você prefer reuniões com grupos pequenos que interagir com muitas pessoas: ( ) SIM ( ) NÃO
57. Face a uma situação qualquer, você presta mais atenção ao momento do que a possível sequência de eventos: ( ) SIM ( ) NÃO
58. Você considera a abordagem científica a melhor a ser adotada: ( ) SIM ( ) NÃO
59. Você acha difícil falar dos seus próprios sentimentos: ( ) SIM ( ) NÃO
60. Você frequentemente passa tempo pensando em como as coisas podem ser aprimoradas: ( ) SIM ( ) NÃO
61. As suas decisões são mais baseadas nos sentimentos do momento do que em planejamento cuidadoso: ( ) SIM ( ) NÃO
62. Você prefere passar seu tempo de lazer sozinho ou relaxando num ambiente tranquilo e mais familiar: ( ) SIM ( ) NÃO
63. Você se sente mais confortável quando se atém a meios convencionais: ( ) SIM ( ) NÃO
64. Você se afeta facilmente com emoções fortes: ( ) SIM ( ) NÃO
65. Você está sempre em busca de oportunidades: ( ) SIM ( ) NÃO
66. Sua mesa/baia de trabalho está sempre limpa e organizada: ( ) SIM ( ) NÃO
67. Você se preocupa mais com o momento do que planos futuros: ( ) SIM ( ) NÃO
68. Você sente prazer com caminhadas solitárias: ( ) SIM ( ) NÃO
69. Você tem facilidade de se comunicar em eventos sociais: ( ) SIM ( ) NÃO
70. Você é consistente em seus hábitos: ( ) SIM ( ) NÃO
71. Você se envolve espontaneamente em situações que despertam sua solidariedade: ( ) SIM ( ) NÃO
72. Você facilmente detecta várias formas para desenvolver algum processo: ( ) SIM ( ) NÃO
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- Resultados do Teste Tipológico de Jung
Myers, Isabel Biggs, Introduction to Type 1993, Sixth Edition
Participante: Anne Kelly / 37 anos
ENFJ
Extraversão X Introversão
Sensoriamento X Intuição
Extraversão = 78% Intuição = 88%
Reflexão X Sentimento Julgamento X Percepção Sentimento = 25% Julgamento = 78%
Pontos Fortes: Pessoas com os índices de preferência ENFJ se afinam muito com outras pessoas e usam sua empatia para entender as necessidades emocionais, motivações e preocupações dos outros. Gostam de encorajar e dar apoio, promovendo o crescimento de quem lhes rodeia. São amigavelmente persuasivas e podem tanto ser lideres inspiradores, quanto seguidores leais. Principais características: Tomam decisões com base em valores pessoais. Irradiam energia e são sensíveis à crítica ou tensões. São calorosas, compassivas, incentivadoras, leais e confiáveis. São curiosas a respeito de novas idéias e se estimulam pela possibilidade de dar alguma contribuição para o bem da humanidade. Podem ser imaginativas e criativas e gostam de variedade e novos desafios. Como as outras pessoas podem ver os ENFJs: São vistos como sociáveis, atraentes, naturais, graciosos, expressivos, responsivos e persuasivos. Áreas de oportunidade: Se não fizerem uso de suas qualidades (sendo apreciados por isso), se sentem frustrados e podem: se preocupar, sentir culpa e culparem a si próprios; se tornarem inconsistentes; se tornarem exageradamente sensíveis às críticas – reais ou imaginárias. Se não fizerem maior uso de sua Intuição, podem não ver possibilidades e tomar decisões sem avaliar informação suficiente ou considerar fatores além de seus valores pessoais. Se seu Sentimento não for bem desenvolvido, poderá correr o risco tomarem decisões inconsistentes e mal formuladas. E aceitar o julgamento alheio muito prontamente.
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Se negligenciarem excessivamente o Sensoriamento e Reflexão, podem tomar decisões sem levar a lógica em conta, encontrar dificuldades em enfrentar problemas e desavenças pessoas com quem eles se importam e não perceber detalhes importantes para alcançar seus ideais. Participante: Daniela / 32 anos
ESFJ
Extraversão X Introversão
Sensoriamento X Intuição
Extraversão = 67% Sensoriamento = 1%
Reflexão X Sentimento Julgamento X Percepção Sentimento = 25% Julgamento = 44%
Pontos Fortes: Pessoas com os índices de preferência ESFJ gostam de organizar pessoas e situações e trabalhar em equipe para completar as tarefas dentro do prazo. São comprometidas e leais e esperam isso das outras pessoas. Valorizam a segurança e estabilidade. São sociáveis e extrovertidas. Adoram celebrações e tradições e sempre dão um toque pessoal em sua casa e local de trabalho. Gostam de ser apreciadas pelo que são e pelo que fazem pelos outros. Principais características: Irradiam calor humano e energia. Se sentem encorajados pela aprovação e magoados pela indiferença ou indelicadeza. São solidárias, servis, atraentes, cooperativas e diplomáticas práticas, realistas, “pés no chão”, decididas e consistentes. Tem foco no momento presente e toma decisões com base em sua experiência e nos fatos. Apesar de gostarem de variedade, se adaptam a rotina e não gostam de trabalhos que requerem o domínio de ideias abstratas ou análise impessoal. Como as outras pessoas podem ver os ESFJs: São vistos como sociáveis, extrovertidos, entusiastas, energéticos, organizados, metódicos e comprometidos em preservar as tradições. Áreas de oportunidade: Se não fizerem uso de suas qualidades (sendo apreciados por isso), se sentem frustrados e podem: duvidar de si próprios e focar toda sua atenção em satisfazer a vontade alheia; se preocuparem e se sentirem culpados; se tornar controladores em sua busca por harmonia; se tornar exageradamente sensíveis, imaginando pouco caso das pessoas, mesmo quando não houve intenção.
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Se não desenvolverem seu Sensoriamento, podem não ver se certificar bem das informações antes de tomar decisões e chegar a conclusões precipitadas antes de entender a situação. Se seu Sentimento não for bem desenvolvido, poderá correr o risco de ser indeciso e aceitar o julgamento dos outros rápido demais. Se negligenciarem excessivamente a Reflexão e Intuição, podem sentir dificuldades em lidar com a verdade dos problemas sem levar em consideração o que outras pessoas pensam e em apoiar quem está no comando ou os procedimentos padrões sem ser muito crítico. Participante: Elma / 48 anos
ENFJ
Extraversão X Introversão
Sensoriamento X Intuição
Extraversão = 78% Intuição = 12%
Reflexão X Sentimento Julgamento X Percepção Sentimento = 38% Julgamento = 44%
Pontos Fortes: Pessoas com os índices de preferência ENFJ se afinam muito com outras pessoas e usam sua empatia para entender as necessidades emocionais, motivações e preocupações dos outros. Gostam de encorajar e dar apoio, promovendo o crescimento de quem lhes rodeia. São amigavelmente persuasivas e podem tanto ser lideres inspiradores, quanto seguidores leais. Principais características: Tomam decisões com base em valores pessoais. Irradiam energia e são sensíveis à crítica ou tensões. São calorosas, compassivas, incentivadoras, leais e confiáveis. São curiosas a respeito de novas idéias e se estimulam pela possibilidade de dar alguma contribuição para o bem da humanidade. Podem ser imaginativas e criativas e gostam de variedade e novos desafios. Como as outras pessoas podem ver os ENFJs: São vistos como sociáveis, atraentes, naturais, graciosos, expressivos, responsivos e persuasivos. Áreas de oportunidade: Se não fizerem uso de suas qualidades (sendo apreciados por isso), se sentem frustrados e podem: se preocupar, sentir culpa e culparem a si próprios; se tornarem
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inconsistentes; se tornarem exageradamente sensíveis às críticas – reais ou imaginárias. Se não fizerem maior uso de sua Intuição, podem não ver possibilidades e tomar decisões sem avaliar informação suficiente ou considerar fatores além de seus valores pessoais. Se seu Sentimento não for bem desenvolvido, poderá correr o risco tomarem decisões inconsistentes e mal formuladas. E aceitar o julgamento alheio muito prontamente. Se negligenciarem excessivamente o Sensoriamento e Reflexão, podem tomar decisões sem levar a lógica em conta, encontrar dificuldades em enfrentar problemas e desavenças pessoas com quem eles se importam e não perceber detalhes importantes para alcançar seus ideais. Participante: Isabel / 24 anos
ISFJ
Extraversão X Introversão
Sensoriamento X Intuição
Introversão = 33% Sensoriamento = 25%
Reflexão X Sentimento Julgamento X Percepção
Sentimento = 62% Julgamento = 33%
Pontos Fortes: Pessoas com os índices de preferência ISFJ são confiáveis, atenciosas e comprometidas com os grupos de pessoas com os quais lida. Enfrentam qualquer problema para realizar o que acham necessário, mas não gostam quando são requisitadas para fazer qualquer coisa que não faça senso para elas. Focam no que as pessoas desejam delas e buscam estabelecer procedimentos para que possa realizar as tarefas com sucesso. Além disso, valorizam muito as relações familiares e esperam o mesmo dos membros de sua família. Principais características: Tem senso prático e são realistas em relação aos fatos. Tem ótima memória para detalhes que fazem a diferença para elas, como timbres de voz e expressões faciais. Tendem a valorizar o que é concreto e específico. Tomam decisões com base nos seus valores pessoais e preocupação com outrem. Valorizam a harmonia e cooperação e se esforça para praticá-los. São bondosos e sensíveis. Como as outras pessoas podem ver os ISFJs: São vistos como calados, sérios, cuidadosos, atenciosos e zelosos. Os demais vêem neles pessoas que honram compromissos e preservam tradições.
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Áreas de oportunidade: Se não ativarem seu Sentimento, desenvolverão uma tendência a não desenvolver formas confiáveis de lidar com o mundo, focando apenas em suas memórias e impressões sensoriais. Da mesma forma que se não desenvolverem o Sensoriamento, poderão julgar ou cuidar das pessoas sem considerar as realidades. Se não fizerem uso de suas qualidades (sendo apreciados por isso), se sentem frustrados e podem: se tornar rígidos em relação a hierarquia, autoridade e procedimentos; se sentir menosprezados e se ressentir, reclamando muito de tudo; focar exageradamente nos impactos imediatos das decisões. Se submetidos à grande estresse, tendem a criarem uma “visão catastrófica” de tudo – se prendendo às possibilidades negativas. E a tendência é que expressem sua opinião sem considerar muito o impacto que isso pode exercer nas outras pessoas. Se negligenciarem muito sua Intuição e Reflexão, podem ter dificuldades em ter uma visão do todo, aplicar critérios impessoais em momentos de decisão e sentir dificuldade em delinear seus objetivos. Participante: Juliana / 25 anos
ENFJ
Extraversão X Introversão
Sensoriamento X Intuição
Extraversão = 1% Intuição = 38%
Reflexão X Sentimento Julgamento X Percepção Sentimento = 12% Julgamento = 33%
Pontos Fortes: Pessoas com os índices de preferência ENFJ se afinam muito com outras pessoas e usam sua empatia para entender as necessidades emocionais, motivações e preocupações dos outros. Gostam de encorajar e dar apoio, promovendo o crescimento de quem lhes rodeia. São amigavelmente persuasivas e podem tanto ser lideres inspiradores, quanto seguidores leais. Principais características: Tomam decisões com base em valores pessoais. Irradiam energia e são sensíveis à crítica ou tensões. São calorosas, compassivas, incentivadoras, leais e confiáveis. São curiosas a respeito de novas idéias e se estimulam pela possibilidade de dar alguma contribuição para o bem da humanidade. Podem ser imaginativas e criativas e gostam de variedade e novos desafios.
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Como as outras pessoas podem ver os ENFJs: São vistos como sociáveis, atraentes, naturais, graciosos, expressivos, responsivos e persuasivos. Áreas de oportunidade: Se não fizerem uso de suas qualidades (sendo apreciados por isso), se sentem frustrados e podem: se preocupar, sentir culpa e culparem a si próprios; se tornarem inconsistentes; se tornarem exageradamente sensíveis às críticas – reais ou imaginárias. Se não fizerem maior uso de sua Intuição, podem não ver possibilidades e tomar decisões sem avaliar informação suficiente ou considerar fatores além de seus valores pessoais. Se seu Sentimento não for bem desenvolvido, poderá correr o risco tomarem decisões inconsistentes e mal formuladas. E aceitar o julgamento alheio muito prontamente. Se negligenciarem excessivamente o Sensoriamento e Reflexão, podem tomar decisões sem levar a lógica em conta, encontrar dificuldades em enfrentar problemas e desavenças pessoas com quem eles se importam e não perceber detalhes importantes para alcançar seus ideais. Participante: Rozana / 43 anos
ESFP
Extraversão X Introversão
Sensoriamento X Intuição
Extraversão = 33% Sensoriamento = 1%
Reflexão X Sentimento Julgamento X Percepção Sentimento = 50% Percepção = 22%
Pontos Fortes: Pessoas com os índices de preferência ESFJ adoram a vida. Vivem o momento e encontram prazer nas pessoas, comida, roupas, animais, na natureza e eventos. Quase nunca se prendem a regras, focam apenas em satisfazer as necessidades das pessoas de maneira criativa. São ótimos jogadores em equipe, direcionados a cumprir as tarefas com o máximo de diversão e o mínimo de alvoroço ou preocupação. Principais características: Se interessam por pessoas e novas experiências e aprendem mais na prática do que com a teoria. São observadoras, práticas, realistas, ativas e envolvidas com experiências imediatas.
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Tomam decisões com base nos seus valores pessoais e tomam decisões geralmente com base na sua empatia com os outros. Tem boa relação interpessoal e geralmente são generosas, otimistas, persuasivas, calorosas e solidárias. Como as outras pessoas podem ver os ESFPs: São vistos como despachados, espontâneos, atenciosos, acolhedores e adoram fazer tudo com prazer. Áreas de oportunidade: Se não fizerem uso de suas qualidades (sendo apreciados por isso), se sentem frustrados e podem: se tornarem dispersos e agir por impulso; ter dificuldades em obedecer prazos; personalizar demais as ações e decisões de outrem. Se não desenvolverem seu Sentimento, podem ser levados a interagir sem pesar, avaliar ou se calçar. Se seu Sensoriamento não for bem desenvolvido, poderá correr o risco de tomar decisões limitadas a sua satisfação pessoal, especialmente se envolvem outras pessoas. Se negligenciarem excessivamente a Reflexão e Intuição, podem falhar por não prever as conseqüências, agindo conforme as necessidades imediatas, evitar situações e pessoas complexas ou ambíguas e sobrepor o prazer às obrigações. - Questionário Roda das Deusas Woolger, Jennifer Baker e Woolger,Roger J. A Deusa Interior – Um guia sobre os eternos mitos femininos que moldam nossas vidas Tradução: Carlos Afonso Malferrari 1997, Editora Cultrix, SP
Por qual Deusa você é regida?
Como usar o questionário da Roda das Deusas? Instruções para se auto-avaliar: Mulheres: leia as seis afirmações de cada seção. Em seguida, atribua um valor a cada uma conforme se aplicam mais ou menos a você, e faça um círculo em torno do número apropriado. (Veja o significado desses números no quadro abaixo.) Homens: simplesmente avalie o quanto cada uma das seis afirmações se aplica à mulher ou ao tipo de mulher que mais o atrai. Faça então um círculo em torno do número apropriado. SIGNIFICADO DA ESCALA DE AUTO-AVALIAÇÃO 3 = a afirmação aplica-se totalmente a mim 2 = a afirmação aplica-se apenas em parte a mim 1 = a afirmação se aplica ligeiramente a mim -1 = a afirmação absolutamente não se aplica
QUESTIONÁRIO: UM: Aparência (a minha aparência I a aparência dela) A Como não saio muito, roupas e maquiagem não são tão importantes para mim. B Prefiro usar jeans e uma camisa confortável.
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C Minha aparência não é nada convencional. D Gosto de me vestir bem, mas de maneira conservadora, e de usar pouca maquiagem. E Gosto de me arrumar e de me mostrar atraente. F Estar bem vestida e maquiada me dá segurança para enfrentar o mundo. DOIS: Meu corpo (como eu me dou com o corpo I como e/a se dá com o corpo) A Eu me inclino a não pensar sobre meu corpo. B Meu corpo se sente muito melhor quando estou ativa e fazendo exercícios. C Gosto que meu corpo seja tocado bastante por quem eu amo. D Muitas vezes eu absolutamente não me sinto no meu corpo. E Acho embaraçoso falar sobre o meu corpo. F Adoro estar grávida/Quero muito engravidar. TRÊS: Casa e lar (o que tem importância para mim I para ela) A Gosto que minha casa seja elegante e impressione as pessoas. B Prefiro a cidade; para mim um apartamento está ótimo. C Minha casa precisa ser aconchegante e ter lugar para todos. D Preciso de privacidade e espaço para as coisas que gosto de fazer. E O lugar onde eu moro tem de ser confortável e bonito. F Prefiro viver no campo ou onde eu possa estar perto de parques e espaços abertos. QUATRO: Alimentação e comida (a importância para mim I para ela) A Tomo cuidado com a alimentação a fim de manter o meu corpo saudável. B Gosto de jantar fora em algum lugar romântico. C Gosto muito de comer fora onde se possa conversar. D Eu realmente gosto de cozinhar para os outros. E As refeições são momentos familiares importantes. F Comer não é uma coisa muito importante para mim. CINCO: infância (como eu costumava ser / ela costumava ser) A Eu tinha muitas brincadeiras secretas, muitos mundos imaginários. B Eu sempre dirigia as brincadeiras com minhas amigas. C Eu gostava de brincar basicamente com bonecas. D Eu tinha sempre o nariz enfiado num livro depois de uma certa idade. E Eu adorava estar ao ar livre e entre os animais. F Eu adorava me vestir e me arrumar como gente grande. SEIS: Os homens (o que eu preciso em um / o que ela precisa em um) A Quero um homem que me excite sexualmente sempre. B Quero um homem que me proteja e me faça mimos. C Gosto de um homem que seja independente e me proporcione bastante espaço. D Preciso de um homem que me desafie intelectualmente. E Preciso de um homem que compreenda o meu mundo interior. F Quero um homem de cuja posição no mundo eu possa me orgulhar.
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SETE: Amor e Casamento (o que significam para mim / para ela) A O casamento só dá certo quando houver uma ligação espiritual maior. B O casamento é o alicerce da sociedade. C O amor é mais importante que tudo; sem ele meu casamento seria vazio. D Tudo bem com o amor e o casamento, desde que eu tenha bastante liberdade. E O casamento protege os filhos; amor apenas não é suficiente. F Meu casamento às vezes tem que ser sacrificado em função do meu trabalho. OITO: Sexualidade (como eu sou na cama / como ela é na cama) A Às vezes é difícil eu me soltar completamente quando faço sexo. B Eu me excito facilmente com o homem certo. C Às vezes leva um certo tempo até eu de fato entrar no meu corpo. D No sexo, adoro tanto dar quanto receber. E Eu sou meio tímida sexualmente, mas posso me tomar quase selvagem. F O sexo pode ser extático e quase místico para mim. NOVE: Os filhos (o papel deles na minha vida / na vida dela) A Sinto-me mais feliz quando estou fazendo alguma coisa ao ar livre com meus filhos. B Meus filhos são a maior realização da minha vida. C Eu espero que meus filhos venham a ser um grande crédito a meu favor. D Prefiro não ter filhos para me dedicar à minha carreira. E Eu amo os meus filhos, mas a minha vida amorosa é igualmente importante. F Eu amo os meus filhos, e quero sempre saber o que estão sentindo ou pensando. DEZ: Passatempos (coisas que eu gosto de fazer / que ela gosta de fazer) A Metafísica, leitura de tarô, astrologia, diário de sonhos, seminários da Nova Era, arte e rituais pessoais. B Colecionar jóias, objetos de arte e roupas bonitas; moda, música, teatro. C Esportes, atletismo, correr, acampar, pescar, velejar, montar a cavalo. D Serviços comunitários, clubes sociais, grupos de voluntárias, igrejas paroquiais. E Campanhas políticas, apoio a minorias, museus, sénes de conferências, leituras. F Cozinhar, jardinar, bordar, tecer, costurar. ONZE: Festas (como eu me comporto / como ela se comporta nelas) A Eu geralmente me envolvo em discussões políticas ou intelectuais. B Costumo ser atraída por pessoas com problemas. C Prefiro ser a anfitriã de minhas próprias festas. D Não consigo deixar de querer localizar o homem mais sensual do lugar. E Gosto de ter a certeza de que todos estão se divertindo. F Festas me deixam tensa; não vou muito a elas. DOZE: Amizades (o lugar que ocupam em minha vida / na vida dela) A A maioria das minhas amigas tem filhos da mesma idade que os meus. B Escolho as minhas amizades com muito cuidado, elas são muito importantes para mim. C Gosto de partilhar minhas últimas idéias e projetos com minhas amigas e meus amigos. D Minhas amizades tendem a ser amizades mágicas. E Minhas amigas são basicamente as esposas dos amigos de meu marido. F Meus amigos são geralmente mais importantes para mim do que minhas amigas.
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TREZE: Livros (que tipo de livros eu trago por perto / ela traz por perto) A Livros de receitas, de artesanato, de como cuidar de crianças. B Literatura séria., biografias, livros de viagem, história ilustrada. C Livros da Nova Era, psicologia, metafísica, livros de "canalização" (mediunidade contemporânea], I Ching. D Livros de esportes e saúde, manuais de ioga, livros de animais, de vida selvagem, de como fazer coisas. E Livros de arte, biografias populares, romances, poesia. F Política, sociologia, livros intelectuais recentes, literatura avant-garde, livros feministas. QUATORZE: O mundo ai fora (minha atitude / a atitude dela perante ele) A Eu sempre procuro me manter informada sobre o que acontece no mundo. B A política só me interessa pelas intrigas de bastidores. C Eu conheço mais do mundo através dos meus sonhos do que pela TV ou pelos jornais. D Eu raramente sei - ou quero saber! - o que está acontecendo no mundo. E O mundo é basicamente dos homens; eles que se virem. F É importante para mim ter um papel ativo na comunidade.
Tabela de Pontos das Deusas Atena Afrodite Perséfone Ártemis Deméter Hera 1=F 1=E 1=C- 1=B- 1=A- 1=D- 2=A 2=C 2=D- 2=B- 2=F- 2=E- 3=B 3=E 3=D- 3=F- 3=C- 3=A- 4=C 4=B 4=F- 4=A- 4=D- 4=E- 5=D 5=F 5=A- 5=E- 5=C- 5=B- 6=D 6=A 6=E- 6=C- 6=B- 6=F- 7=F 7=C 7=A- 7=D- 7=E- 7=B- 8=C 8=B 8=F- 8=E- 8=D- 8=A- 9=D 9=E 9=F- 9=A- 9=B- 9=C- 10 = E 10 = B 10=A- 10=C- 10 = F- 10 = D- 11=A 11=D 11=B- 11 = F- 11=E- 11=C- 12=C 12 = F 12 = D- 12=B- 12=A- 12=E- 13 = F 13=E 13=C- 13=D- 13=A- 13=B- 14=A 14=B 14= C- 14=D- 14=E- 14=F
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- Resultados do Questionário Roda das Deusas
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