A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística
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A INTERNET
COMO MEIO ALTERNATIVO
DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA
por
Carlos Sebastião Afonso Dias
(N.º 135)
Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Estatística e Gestão de Informação
pelo
Instituto Superior de Estatística e Gestão de Informação da
Universidade Nova de Lisboa
Lisboa, Novembro 1996
Ao meu filho Pedro Miguel
AGRADECIMENTOS
A realização deste trabalho é o resultado de um esforço pessoal. No entanto, algumas
pessoas, às quais pretendo expressar um agradecimento pessoal, contribuíram na sua
realização.
Ao Prof. Doutor António Câmara, os sinceros agradecimentos, pela forma superior
como orientou a dissertação.
Ao Dr. Jorge Magalhães agradeço a colaboração nas componentes técnicas que
permitiram melhoramentos significativos no resultado final deste trabalho.
Ao Mestre Jorge Gomes, agradeço o espírito crítico e sugestões fornecidas pela
leitura dos vários capítulos da dissertação.
Aos amigos Cândida Rodrigues, Mário Figueiredo e Luís Vilares agradeço as
sugestões e comentários ao longo do trabalho bem como o incentivo que permitiu a
conclusão desta dissertação.
RESUMO
Nos últimos anos, a questão da difusão e comercialização da informação estatística oficial vem
adquirindo uma extraordinária importância, dada a evolução verificada quer na procura de
informação quer nas tecnologias de suporte à sua difusão.
O principal objectivo desta dissertação, é o de analisar sob diversos aspectos as potencialidades
da Internet, como meio alternativo de difusão de informação estatística.
Como resultado da investigação realizada nos sites dos Institutos Nacionais de Estatística de
todo o mundo, apresenta-se um protótipo de um Sistema de difusão na Internet para o INE.
Palavras-chave: Difusão, Informação, Estatística, Internet
ABSTRACT
In recent years, the issue of dissemination and commercialisation of official statistical information has gained enormous importance given the fact that both the demand for such information and the technological means by which it is supplied have changed dramatically. The main purpose of this thesis is to analyse the potentiality that lies in the use of Internet as a mean to disseminate official statistical information. The prototype which is presented aims to describe a System of Information Dissemination, based on Internet, to the Portuguese National Statistics Institute (INE). Its development is the result of an investigation undertaken on the sites of the national statistical offices throughout the world.
Keywords: Dissemination, Information, Statistics, Internet
ÍNDICE
Índice………………………………………………………………………….. iv
Índice das Tabelas…………………………………………………………….. vii
Índice das Figuras…………………………………………………………….. viii
Introdução……………………………………………………………………… 2
I - A Difusão de Informação Estatística……………………………………… 8
A importância da Informação Estatística………………………………….... 8
A sociedade da informação…………………………………………….. 8
A informação estatística………………………………………………... 9
A utilização da Informação estatística…………………………………. 10
Sistemas Estatísticos Nacionais…………………………………........... 11
A Difusão de Informação Estatística…………………………………............ 13
Classificação dos utilizadores………………………………….............. 15
Avaliação das necessidades dos utilizadores…………………………... 16
Como difundir a informação estatística………………………………... 20
A problemática da comercialização…………………………………..... 22
Porquê da comercializacão de estatísticas? ……………………………. 23
Os Novos desafios da comercialização………………………………… 26
Custos da Informação Estatística…………………………………......... 31
Tarifação e Receitas…………………………………............................. 33
Enquadramento sistémico da difusão do INE………………………………. 36
Instituto Nacional de Estatística…………………………………........... 36
Política de Difusão do INE………………………………….................. 37
iv
Acesso à Informação Estatística………………………………….......... 38
Receitas………………………………………………………………… 40
II - Estatísticas na Internet…………………………………………………… 43
A Internet……………………………………………………………………… 43
A evolução das Tenologias da Informação…………………………….. 43
A Internet………………………………………………………………. 44
Serviços disponíveis………………………………………………........ 45
Utilizadores………………………………………………………......... 47
Segurança…………………………………………………………….... 49
Estatísticas na Internet……………………………………………………..... 55
Alternativas á Difusão tradicional………………………………........... 55
Vantagens da Difusão na Internet………………………………............ 56
Limitações e Dificuldades………………………………………............ 58
Base de Dados na Internet………………………………………............ 59
Navegando pelas Estatísticas do Mundo…………………………………….. 62
Que Informação Estatística no WWW? ..…………………………….... 62
Estratégias de evolução………………………………………………..... 63
Projectos Significativos………………………………………………..... 65
Holanda (CBS) ………………………………………………………..... 67
Reino Unido (ONS) …………………………………………………….. 71
Canadá (SC) ……………………………………………………………. 72
Estados Unidos (USCB) ……………………………………………….. 75
Brasil (IBGE) …………………………………………………………... 78
México (INEGI) ………………………………………………………... 79
v
III - Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet…………...... 82
Retrospectiva………………………………………………………………...... 82
Objectivos do Sistema proposto…………………………………………........ 85
Objectivos ……………………………………………………………... 85
Âmbitos……………………………………………………………….... 86
Sistema organizativo........................................................................................ 88
Informação a disponibilizar…………………………………………...... 88
Estruturação da Informação…………………………………………..... 90
Pesquisa da Informação…………………………………………........... 94
Arquitectura Global do Sistema……………………………………………... 95
Arquitectura Lógica……………………………………………………. 95
Arquitectura Funcional………………………………………………… 96
Arquitectura Física……………………………………………………... 99
Interface com o utilizador…………………………………………….... 103
Gestão do Sistema…………………………………………………………….. 113
Controlo e Estatísticas de Acesso…………………………………….... 113
Recursos e Manutenção………………………………………………... 116
Custos e Tarifação……………………………………………………... 117
Desenvolvimentos futuros……………………………………………………. 119
Perspectivas de Evolução……………………………………………... 119
Intranet................……………………………………………………... 121
Conclusões…………………………………………………………………….. 124
Bibliografia…………………………………………………………………….. 130
vi
ÍNDICE DAS TABELAS
Tabela 1 - Clientes do Instituto de Estatística da Dinamarca…………………. 27
Tabela 2 - Distribuição percentual das receitas das vendas do Instituto de
Estatística da Dinamarca em 1992...……………………………….. 29
Tabela 3 - Distribuição de Publicações no INE nos anos de 1993 e 1994…….. 40
Tabela 4 - Comparativo dos resultados das vendas de Publicações e da
Informação não Publicada nos anos de 1993 e 1994………………. 40
Tabela 5 - Distribuição percentual das receitas do INE pelos mercados
internos e externos segundo as vendas e prestação de serviços
para os anos 1990-1995………………………………………..….. 41
Tabela 6 - Peso das receitas próprias do INE no Orçamento Global
nos anos 1990-1995……………………………………………….. 41
Tabela 7 - Previsões até ao final do século do número de PCs e
utilização de serviços………………………………………………. 48
Tabela 8 - Distribuição percentual da utilização da Internet segundo
os domínios em 1993……………………..……………..…………. 48
vii
viii
ÍNDICE DAS FIGURAS
Figura 1 - Acesso á Informação Estatística no INE……………………………. 38
Figura 2 - Ligação ao STATline………………………………………………. 70
Figura 3 -Arquitectura da Base de Dados CANSIM…………………………. 74
Figura 4 - Home-page actual do INE no WWW………………………………. 88
Figura 5 - Exemplo da Estrutura da Informação na Fase 1……………………. 90
Figura 6 - Arquitectura Funcional do Sistema…………………………………. 97
Figura 7 - Arquitectura Física da Fase 1………………………………………. 100
Figura 8 - Arquitectura Física da Fase 2………………………………………. 101
Figura 9 - Página inicial da selecção de Tema Estatístico…..…………………. 104
Figura 10 - Página de selecção de Sub-tema..…………………………………. 104
Figura 11 - Página de selecção do Quadro Estatístico..….……………………. 105
Figura 12 - Página de apresentação do Quadro Estatístico seleccionado.……. 106
Figura 13 - Página de Meta-informação referente a um Sub-tema.……………. 107
Figura 14 - Página de selecção da Variável……………………………………. 109
Figura 15 - Página de selecção do Cruzamento….……………………………. 109
Figura 16 - Definição da apresentação da Informação.………………………. 111
Figura 17 - Apresentação da Informação sob a forma de Cartograma.………. 112
Figura 18 - Controlo de acessos aos novos serviços disponíveis.……….……. 115
INTRODUÇÃO
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Introdução
A questão da difusão da informação estatística oficial assume particular
importância no momento actual dada a evolução acentuada, quer da procura da
informação quer das tecnologias de suporte à sua difusão, experimentadas nos
últimos anos.
Os Institutos Nacionais de Estatística (INE’s), dispondo de um conjunto
volumoso de informação estatística sobre as várias áreas sócio-económicas do
país, têm forçosamente de acompanhar esta evolução.
Daí a necessidade de rever a adequação dos meios e processos utilizados na
difusão com o objectivo de se poder tirar partido das inovações tecnológicas,
optando-se por alternativas que se oferecem nesse domínio.
A criação da Internet, rede dotada de enorme potencial informativo, e a sua
cada vez maior divulgação no mundo inteiro, permite alargar o âmbito do
sistema de informação tradicional de forma a ser utilizada, a custos reduzidos,
pelo grande público.
O principal objectivo desta dissertação, é o de analisar sob diversos aspectos as
potencialidades da Internet como meio alternativo de difusão de informação e
em particular de informação estatística.
Ao analisar o crescimento da Internet verificado em todo o Mundo, apesar de
ser uma tecnologia recente e recorrendo às experiências de outros INE’s, a
evolução aponta no sentido de que cada vez mais utilizadores, também em
Portugal, procurarão informação estatística na Internet.
__________________________________________________________________________________ Introdução
2
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Adoptando o INE uma política de difusão orientada para o utilizador, prever as
suas necessidades constitui um dos seus maiores desafios. Nesse pressuposto
apresenta-se um protótipo de um sistema de difusão de informação estatística
que permita dar continuidade ao já existente e evoluir no sentido de que a
Internet funcione como um canal de comunicação directo entre o INE e os
utilizadores da informação estatística.
O objectivo não será abandonar os outros meios de difusão já existentes em
papel, disquetes, CD-ROM e serviço Videotexto, mas sim encontrar
alternativas numa política de difusão integrada. A difusão de informação
estatística através da Internet, permitirá alargar o âmbito do sistema de
informação tradicional possibilitando um acesso mais eficaz e menos
dispendioso.
O plano estabelecido para o desenvolvimento desta dissertação divide-se em
três capítulos.
Inicia-se o Capitulo I realçando a importância cada vez maior da informação
estatística como elemento indispensável ao desenvolvimento económico e
social das sociedades. A informação estatística é produzida fundamentalmente
nos organismos oficiais, constituindo a sua difusão o tema central deste
capítulo.
Nas últimas décadas assistiu-se na maior parte dos INE’s a uma mudança
estratégica em termos da difusão da informação estatística. A actividade é cada
vez mais orientada no sentido de dar resposta às reais necessidades dos
utilizadores. Para definir as suas políticas de difusão dirigidas para o utilizador,
os INE’s têm como tarefas prioritárias conhecer os seus utilizadores, quais as
suas necessidades e como disponibilizar a informação nos vários suportes.
__________________________________________________________________________________ Introdução
3
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Face à responsabilidade de assegurarem estatutariamente a prestação de um
serviço público a comercialização da informação coloca alguns problemas aos
institutos de estatística. Essa problemática será abordada ao longo deste
capítulo apontando-se algumas razões que levam os INE’s a optar pela venda
de algumas estatísticas. Analisam-se as vantagens e os riscos da
comercialização, bem como os novos desafios que se colocam aos INE’s. Quem
compra, o que vender, como vender são algumas questões pertinentes a que se
tentará fornecer algumas respostas.
Para seguir uma política de comercialização é necessário conhecer os custos da
actividade estatística, bem como a possível tarifação a aplicar aos serviços e
produtos estatísticos. As receitas da comercialização constituem um factor
importante na gestão dos INE’s.
Concluí-se este capítulo com um enquadramento do INE no Sistema Estatístico
Português. Serão abordadas as suas políticas de difusão e formas de aceder à
informação estatística. Analisa-se a comercialização dos seus produtos e
serviços, bem como as receitas geradas nos últimos anos.
As estatísticas sempre acompanharam de perto a evolução das Tecnologias da
Informação. No Capítulo II destaca-se o impacto que a Internet, a maior rede
mundial de computadores, tem ou poderá ter na difusão de informação
estatística.
A expansão, verificada nos últimos anos, do número crescente de utilizadores
da Internet bem como os serviços disponíveis serão analisados ao longo deste
capítulo. Alguns aspectos como a segurança, merecem particular destaque
quando se pensa em transacções comerciais através da Internet.
Com as evoluções tecnológicas surgem novas alternativas à difusão de
informação estatística tradicional. Dadas as suas potencialidades a Internet
__________________________________________________________________________________ Introdução
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
apresenta algumas vantagens na difusão de informação estatística em relação a
outros meios actualmente utilizados. O acesso a Bases de Dados na Internet é
hoje uma realidade; abordaremos a sua aplicação no domínio das estatísticas, o
que potencia aos utilizadores o acesso a grandes volumes de informação.
Corolário das navegações efectuadas durante um ano ao longo dos institutos de
estatística de todo o Mundo apresenta-se neste capítulo uma síntese da
informação que os INE’s colocam no WWW e algumas tendências evolutivas.
Dada a dificuldade de caracterizar individualmente todos os INE’s, destacam-se
os projectos que o autor considerou mais significativos. Apreciam-se os casos
dos institutos da Holanda, Reino Unido, Estados Unidos, Canadá, Brasil e
México.
Como base na informação recolhida, bem como da experiência informática do
autor, apresenta-se no Capítulo III um protótipo de um Sistema de Difusão na
Internet para o INE. Este capítulo, é talvez o que introduz, a principal mais-
valia deste trabalho na medida em que se contribui com um sistema que pode
integrar-se no projecto já existente actualmente.
Apresenta-se uma retrospectiva da criação e evolução do projecto Internet do
INE, já em curso.
A organização e estruturação da informação a disponibilizar são uma
componente fundamental do protótipo. Sugere-se uma estrutura que permita
responder com eficiência e de forma eficaz aos objectivos propostos.
A Arquitectura do Sistema, nas suas componentes lógicas, funcionais e da
implementação física constituem os alicerces principais do protótipo que serão
apresentados ao longo deste capítulo. As interfaces com o utilizador são
ferramentas importantes na implementação do Sistema dado que permitem a
__________________________________________________________________________________ Introdução
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________ Introdução
6
comunicação (diálogo) entre este e o utilizador. Serão apresentados os
protótipos dos principais interfaces do Sistema.
Para manter a funcionar o Sistema apresentado é necessário ter em conta um
conjunto de factores. Para um conhecimento dos utilizadores é necessário
preparar estatísticas de acessos, bem como disponibilizar mecanismos de
segurança que impeçam acessos não desejados. Outra questão importante são os
recursos a utilizar bem como a manutenção do sistema. Os custos e a respectiva
tarifação dos serviços a disponibilizar também serão abordados.
Finalmente apresentam-se as perspectivas de evolução do Sistema proposto e
referem-se as potencialidades da utilização da Internet dentro da própria
instituição (intranet).
CAPÍTULO I
A DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO
ESTATÍSTICA
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
I A Difusão de Informação Estatística
A Importância da Informação Estatística
A sociedade da informação
A informação é cada vez mais considerada como um elemento indispensável à
tomada de decisões a todos os níveis. Constitui uma das bases essenciais para a
gestão moderna e assume, cada vez mais, uma importância estratégica no
desenvolvimento económico e social das sociedades e, simultaneamente, no
fortalecimento dos direitos e liberdade dos cidadãos.
A cada vez maior interpenetração das economias, o desenvolvimento de novos
projectos nacionais e internacionais, a vontade e a necessidade de acesso a
novas tecnologias, ao acompanhamento de tendências, à antecipação de
oportunidades, ou a redução de riscos e ameaças, são alguns dos factores
demonstrativos da necessidade crescente em utilizar informação.
Para muitos, o século XXI será o século da informação, onde os principais
intervenientes nas áreas económicas e sociais necessitarão a todo o momento de
informação de qualidade.
O século da informação
__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 8
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
A informação estatística
Em particular, a informação estatística constitui um ingrediente indispensável
na formação de uma opinião pública informada numa base objectiva,
melhorando e reforçando o processo democrático.
Na planificação das suas políticas, os governos necessitam dispor de uma base
sólida de informação estatística sobre a qual possam fundamentar com rigor as
medidas a implementar e acompanhar o grau de eficácia da sua execução.
As estatísticas proporcionam aos agentes económicos, parceiros sociais,
investigadores, estudantes e público em geral, uma visão mais realista do meio
económico e social em que vivem, agem e interagem.
Segundo Manuel J. Vilares [Vilares 93] para que a informação estatística possa
desempenhar um papel importante, é necessário que satisfaça os seguintes
requisitos: Requisitos da informação
• Pertinência - O organismo produtor de estatísticas deve adoptar a
perspectiva do utilizador no sentido de valorizar a informação que produz
• Oportunidade - A disponibilização atempada da informação poderá
constituir um elemento fundamental nos processos de decisão
• Precisão - A existência de erros diminui o grau de credibilidade e em
consequência o nível de utilização
• Isenta de manipulação - O organismo produtor deve cultivar a imagem de
independência e competência profissional
• Harmonizada - Para possibilitar a comparação dos dados. Esta
particularidade reveste-se de grande importância no contexto da integração
comunitária
__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 9
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
• Divulgação contínua e sem rupturas - Característica particularmente
importante para o funcionamento dos modelos econométricos que utilizam
séries de dados
• Constituir um factor de redução de incerteza – A informação só é
verdadeiramente útil se possuir um elemento de surpresa, ou seja se contiver
algo que não é conhecido.
A utilização da Informação Estatística
A informação estatística é produzida fundamentalmente nos organismos oficiais
podendo ser utilizada de formas diversificadas:
Os dados económicos são utilizados em Análises económicas pela
administração pública, consultores especializados e instituições financeiras na
análise de tendências, índices de inflação ou movimento de preços
Análises económicas
A análise das estatísticas sectoriais permitem às empresas Análises do mercado
em que actuam: Análises de mercado
• Analisar a sua própria performance em relação ao seu sector
• Verificar o número de potenciais utilizadores num dado sector ou zona
geográfica
• Analisar tendências das despesas dos consumidores
• Apreciar a procura do mercado
• Planear áreas de vendas
As estatísticas financeiras possibilitam Análises financeiras que são utilizadas
nas actividades bancárias e seguradoras na gestão dos seus fundos, estratégias
de investimentos e planos de trocas com outras instituições estrangeiras
Análises financeiras
Utilizando as estatísticas do trabalho é possível efectuar Análises de pessoal,
comparando, entre outros, produtividades e custos laborais em diferentes
sectores e regiões, por escalões de rendimentos e horas de trabalho.
Análises de pessoal
__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 10
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Nesta dissertação iremos realçar essencialmente a informação estatística
produzida nos organismos oficiais.
Sistemas Estatísticos Nacionais
A importância das estatísticas nas sociedades modernas tem reflexos nas
prioridades que os Governos atribuem à institucionalização dos seus Sistemas
Estatísticos Nacionais (SEN)1. Os Governos que não dispõem de uma adequada
organização estatística estão fortemente enfraquecidos uma vez que não
dispõem de informação realista para fundamentar as suas decisões [Cunha 95b]
Segundo Manuel J. Vilares [Vilares 93] os sistemas estatísticos dos países
desenvolvidos assentam num conjunto de princípios estruturantes: segredo
estatístico, autoridade estatística, autonomia técnica, coordenação e
centralização estatística.
O princípio do Segredo Estatístico constitui uma preocupação constante de
todos os Institutos de Estatística e consiste na garantia da confidencialidade das
informações estatísticas individuais prestadas quer pelas empresas quer pelos
indivíduos.
Segredo Estatístico
O princípio da Autoridade Estatística consiste no poder de realização de
inquéritos estatísticos estipulando a obrigatoriedade de resposta e as sanções
para os casos de transgressão.
Autoridade Estatística
O princípio da Autonomia Técnica consiste no poder conferido aos órgãos de
um Serviço de Estatística2 de definir os meios mais ajustados à prossecução das
Autonomia Técnica
1 Sistema Estatístico Nacional - Conjunto de organismos públicos com competência na produção e difusão de informação estatística [Cf. Vilares 93] 2 Serviço Nacional de Estatística (Orgão Central de Estatística ou Instituto Nacional de Estatística) - Serviço de estatística principal. O seu peso depende do grau de centralização do Sistema. [Cf. Vilares 93]
__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 11
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
suas atribuições, agindo com inteira independência no âmbito da sua
competência técnica.
Aos órgãos centrais de estatística é habitualmente confiada a função de
Coordenação Estatística que consiste na supervisão e coordenação das
actividades estatísticas no âmbito do Sistema Estatístico.
Coordenação Estatística
Centralização Estatística O princípio da Centralização Estatística que consiste no modelo organizativo
(no plano funcional) das actividades estatísticas dos institutos de estatística.
__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 12
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
A Difusão de Informação Estatística
Em primeiro lugar, é necessário distinguir entre o conceito de difusão de
informação e o de disponibilização que lhe está associado [Felício 90]. A
disponibilidade decorre de uma atitude passiva, isto é, um determinado produto
é dado como pronto a utilizar e fica disponível, a aguardar que os utilizadores o
solicitem. A difusão, pelo contrário, corresponde a uma atitude activa, pronto o
produto a utilizar, o produtor toma a iniciativa de o difundir entre os seus
públicos.
Durante muitos anos os utilizadores de informação estatística não foram
consultados no planeamento das actividades dos órgãos oficiais de estatísticas.
Os produtores de estatísticas elaboravam os seus programas em função do que
eles próprios pensavam interessar aos utilizadores.
Nas últimas décadas assiste-se nos INE’s dos países mais desenvolvidos a uma
mudança progressiva de estratégia. Do fornecimento de dados estatísticos
orientados pela oferta disponível passa-se a uma estratégia oposta, isto é,
produzindo estatísticas em função da procura efectiva.
Segundo Jean L. Bodin [Bodin 96], são várias as razões dessa mudança
estratégica:
Mudança estratégica
• A apetência cada vez maior das empresas por informações económicas e
sociais tornou-se cada vez mais importante. Esse facto deve-se sobretudo à cada
progressiva globalização da economia e aos novos mercados emergentes, tanto
para as grandes como para as pequenas empresas
• A modernização e globalização dos sistemas educativos conjuntamente com
a expansão dos media aumentou o nível educativo dos utilizadores conduzindo
__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 13
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
a uma procura crescente de informação estatística nos domínios económicos e
sociais. A transição da actual sociedade moderna pós-industrial para a
“sociedade da informação” é um factor emergente da nova procura e dos novos
desafios colocados aos produtores de estatística
• Ao tomarem consciência de que a qualidade da informação estatística
depende principalmente da confiança que os diferentes públicos depositam nos
seus trabalhos, os INE’s orientam a sua actividade no sentido de dar respostas
às reais necessidades dos utilizadores
• A criação de zonas integradas económica, monetária ou politicamente, fez
aumentar a necessidade de comparações internacionais, desenvolvendo
consequentemente uma maior procura de informação estatística
• Os INE’s, na sua maior parte, têm vindo a sofrer reduções significativas das
suas dotações orçamentais o que conduz a um maior rigor na planificação das
suas actividades.
Antes de formular as medidas para atingir os objectivos de uma política de
difusão de informação estatística é necessário definir:
Política de difusão
• Quem são os utilizadores?
• Que necessidades de informação a satisfazer?
• Como disponibilizar a informação?
Com o conhecimento destes indicadores podemos definir os diferentes tipos de
difusão e assim desenvolver um plano de difusão diferenciada, centrado nas
necessidades dos utilizadores.
__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 14
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Classificação dos utilizadores
Para a implementação de uma política de difusão orientada para o utilizador, é
necessário em primeiro lugar conhecer esses utilizadores e agrupá-los. Não é
tarefa fácil o agrupamento dos utilizadores em classes perfeitamente definidas,
variando consoante o instituto de estatística e os critérios utilizados.
Um primeiro critério de classificação dos utilizadores, poderá ser o tipo de
organização/entidade a que pertencem [Appel 91] :
Tipo de organização/ entidade
• Administração Pública - Que inclui os membros dos parlamentos, governos
e trabalhadores do sector administrativo a nível nacional, regional e local
• Agentes económicos e sociais - Engloba as empresas, associações
empresariais e associações sindicais
• Ciência e Investigação - Que incluem as Universidades e Institutos de
Investigação, investigadores e estudantes
• Agentes de Informação - Que incluem os órgãos de comunicação social,
empresas de estudo de opinião de mercado e consultores de gestão
• Público em geral
Um segundo critério de classificação poderá ser o tipo de utilização da
informação, distinguindo-se três categorias [Goedegebuure,Overgaag 91] :
Tipo da utilização da informação
• Conhecimento/Saber
• Tomada de decisão
• Comercialização de informação
O primeiro critério de classificação utilizado apresenta a vantagem de facilitar
os mecanismos de consulta aos utilizadores, mas tem a desvantagem de não
__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 15
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
permitir identificar as diversas utilizações da informação que se podem
verificar dentro de cada categoria de utilizadores. Nesta classificação perde-se a
noção do valor específico da própria informação [Cunha 95a].
O segundo critério baseado no tipo de utilização da informação sem referir o
tipo de utilizador pode impossibilitar a identificação de um conjunto de
utilizadores influentes e importantes e inviabilizar a disponibilização de
serviços e produtos para a satisfação das suas necessidades.
Perante a dificuldade de classificação dos utilizadores sob um único ponto de
vista, e atendendo à especificidade de cada instituto de estatística, a melhor
solução para o problema, segundo Ferreira da Cunha [Cunha 95b], será recorrer
a uma “matriz utilizador/utilização” reduzida a uma dimensão e na qual os
grupos/categorias de utilizadores merecedores de um tratamento personalizado
sejam considerados à parte. Assim, na elaboração de uma tal matriz, quer os
utilizadores quer as utilizações da informação, devem ser vistos e analisados,
pelo menos, nas seguintes quatro dimensões:
Matriz utilizador/ utilização
• Categorias/grupos de utilizadores
• Objectivos da Utilização
• Tipos de Informação
• Suportes de Informação
Avaliação das Necessidades dos Utilizadores
Após a caracterização dos utilizadores da informação estatística, uma das
questões que se coloca aos produtores é a de saber quais as necessidades de
informação a satisfazer. Essa questão impõe que os produtores avaliem essas
necessidades em diálogo directo com os utilizadores, sendo para tal necessário
encontrar métodos eficazes para as inventariar, analisar e avaliar.
__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 16
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
A avaliação das necessidades dos utilizadores é uma tarefa dinâmica atendendo
a que o desenvolvimento económico e social conduz a mudanças na utilização
de certas estatísticas. Tomando como exemplo as necessidades de informação
estatística sobre o ambiente que, nas décadas anteriores, tinham uma expressão
reduzida nas actividades dos institutos de estatísticas. Actualmente, com uma
opinião pública mais virada para as discussões sobre o ambiente, as estatísticas
sobre essa matéria assumem uma dimensão e importância fundamentais.
Os difusores de estatística devem assim estar atentos às transformações do
mundo que os rodeia e fornecer as estatísticas de que esse mundo tem
necessidade para animar as suas reflexões. A imagem pública dos serviços de
estatística está vinculada à satisfação das necessidades dos utilizadores e à
capacidade de antecipação das futuras necessidades.
Podemos apontar alguns processos de avaliação das necessidades dos
utilizadores [Brackstone 91]:
Processos de avaliação das necessidades
• Privilegiar a consulta e a discussão com os utilizadores da Administração
Pública central, regional e local, uma vez que constituem o maior grupo de
utilizadores, analisando e avaliando as suas necessidades de forma a estabelecer
acordos em relação à informação a disponibilizar
• Criação de comités consultivos para definição da informação a
disponibilizar. Deverão ser constituídos por utilizadores das várias áreas e
sectores das empresas, universidades, órgãos de comunicação social e
consultores
• Elaboração de programas de avaliação de necessidades a estabelecer
aproximadamente de 5 em 5 anos
• Acompanhar as iniciativas e orientações políticas de modo a antever futuras
necessidades
• Efectuar inquéritos junto dos utilizadores para avaliar as suas necessidades
__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 17
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
• Analisar os resultados das vendas de publicações e de outros serviços para
detectar tendências nas necessidades dos utilizadores
• As solicitações de comparação de estatísticas internacionais podem prevenir
futuras necessidades. Se a utilização de determinada informação estatística
aparece como prioridade noutro país é natural que isso se reflicta nas
necessidades dos nossos próprios utilizadores
• Efectuar reuniões, conferências e seminários periódicos em que participem
membros representativos dos diferentes grupos de utilizadores
• Analisar o resultado das acções desenvolvidas na avaliação das
necessidades, para que, de uma forma concertada poder dar resposta às
solicitações dos utilizadores.
As diferentes categorias de utilizadores têm necessidades de informação
diferentes. Se analisarmos as necessidades dos utilizadores segundo o tipo de
organização/entidade a que pertencem, as solicitações de informação são
diversificadas:
Necessidades segundo tipo organização
• Procura de dados pela Administração Pública - Os dados estatísticos para os
utilizadores da Administração Pública são fundamentais na planificação das
suas políticas. A análise dos dados estatísticos dos vários sectores da sociedade,
economia e ecologia permitem posteriores ajustes às políticas de
desenvolvimento. O nível de detalhe da informação solicitado por este grupo de
utilizadores varia consoante o seu nível de decisão. É natural que as decisões de
políticas regionais se baseiem em dados agregados ao nível de região, da
mesma forma que as políticas de âmbito nacionais e locais se baseiam em dados
agregados ao nível nacional e local.
Administração Pública
• Procura de dados pelos Agentes económicos - O tipo de informação
solicitada e a frequência da utilização varia com a dimensão da empresa. Na
preparação das suas decisões estratégicas e operacionais, as grandes
empresas procuram directamente nos institutos oficiais de estatística os
Agentes económicos
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
dados primários, ao mais baixo nível de detalhe. Dispondo de técnicos
especializados, têm capacidade para tratar e analisar esses dados. Os INE’s
estão, no entanto, limitados na disponibilização desses dados, decorrente da
obrigatoriedade de respeito pelo princípio do segredo estatístico. A
informação agregada por sectores ou por zonas geográficas poderá eliminar
esses problemas. As pequenas e médias empresas, não dispondo de
especialistas no tratamento da informação estatística, utilizam informação já
tratada e analisada, divulgada pelas associações empresariais, revistas
técnicas e jornais.
• Procura pelos meios científicos - As instituições científicas exploram os
dados das estatísticas oficiais de várias formas com questões específicas. Em
regra existe uma grande procura pela diversidade e detalhe dos dados que
são caracterizados.
Meios científicos
• Procura pelos Agentes de informação - Os fornecedores de informação
clássicos são os meios de comunicação social que necessitam dos dados para
análise e posterior publicação, enquadrados de forma diferente. O tipo de
informação solicitado por estes utilizadores é caracterizado por pedidos
avulso muito específicos, geralmente informação agregada, constituindo a
rapidez de disponibilização o factor de primordial importância. Também
existem agências especializadas em consulta de informação que realizam
análises de mercado e estudos económicos. As informações solicitadas
envolvem por vezes grandes volumes de informação para posterior
tratamento e comercialização.
Agentes de informação
• Para o público em geral os órgãos de comunicação social são os mais
comuns fornecedores de informação estatística. Não são fáceis de definir em
detalhe as necessidades do cidadão médio, no entanto a apresentação das
estatísticas para este grupo de utilizadores deve ser fácil de entender, com
notas explicativas e recorrendo a gráficos e figuras.
Público em geral
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Como difundir a informação estatística
Segundo John Cornish [Cornish 96b], podemos distinguir três componentes de
difusão: o tipo de produto/ serviço, os suportes e os canais de distribuição.
Tipo de produto/serviço
Dentro dos produtos/serviços que os institutos de estatística podem
disponibilizar podemos destacar as publicações, os produtos electrónicos e os
serviços.
Actualmente, as Publicações constituem ainda o principal meio de difusão de
informação estatística utilizado. Ao longo dos anos foram evoluindo de uma
forma gradual, incluindo gráficos, comentários e análises a acompanhar as
tradicionais tabelas ou quadros estatísticos, facilitando deste modo a sua
compreensão.
Publicações
Porque as publicações e listagens se tornavam meios relativamente incómodos
e dispendiosos, os utilizadores encontraram nos suportes electrónicos meios
fáceis e baratos de difusão de informação estatística. Para responder a essas
solicitações os difusores têm acompanhado as evoluções tecnológicas,
disponibilizando a informação estatística em produtos electrónicos: bandas
magnéticas, disquetes, tapes e, recentemente, o CD-ROM (Compact Disc Read
Only Memory).
Produtos electrónicos
Consequência ainda da rápida evolução tecnológica, outros serviços foram
aparecendo disponíveis ao utilizador como resultado da adesão dos institutos às
novas ferramentas de difusão. Podemos referir o Videotexto, o acesso a bases
de dados on-line, e, mais recentemente, a Internet3. Este tipo de serviços -
serviços on-line permitem ao utilizador aceder à informação a partir de casa ou
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Serviços on-line
do local de trabalho ininterruptamente 24 Horas por dia, 7 dias por semana.
Outro tipo de serviços podem ainda estar disponíveis como o fornecimento
(pessoal ou por telefone) de informações que não exijam grande investigação.
Suportes de Difusão
O principal suporte à difusão é ainda, na maior parte dos institutos de
estatística, o papel sob a forma de publicações, folhas de Fax, fotocópias de
microfichas, comunicados de imprensa e listagens de computador.
Papel
Podemos também encontrar publicações disponíveis em suportes magnéticos
como disquetes, CD-ROM, tapes e também estar acessíveis em bases de dados
on-line. O tipo de produto não condiciona os suportes a utilizar, ressalvando
que os produtos electrónicos e os serviços on-line impõem que o utilizador
disponha de um computador para a sua utilização.
Suportes magnéticos
Canais de Distribuição
A escolha do tipo de canal de distribuição depende do tipo de produto e suporte
associado estando condicionado pela rapidez a que o utilizador pretende obter a
informação.
Existem dois métodos de distribuição: o envio para o cliente (push) ou a
procura pelo cliente (pull). No primeiro caso podemos considerar o correio
tradicional, o correio electrónico, o fax e o fornecimento a intermediários. No
segundo caso destacamos o acesso a bibliotecas, solicitações de informação por
telefone, fax, videotexto, acesso a bases de dados on-line e Internet.
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3 A difusão através da Internet será objecto de estudo detalhado no Capítulo II
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
A Problemática da comercialização
Actualmente as questões sobre a comercialização dos serviços estatísticos, no
contexto das estatísticas oficiais, estão a ganhar uma importância crescente nas
estratégias dos INE’s dos países mais desenvolvidos. No quadro dos seus
sistemas estatísticos nacionais, os INE’s têm a responsabilidade de assegurarem
estatutariamente a prestação de um serviço público.
A noção de prestação de serviço público não tem no entanto o mesmo
significado que teve no passado [Vilares 93]. Nos países organizados
politicamente pelo modelo dos regimes democrático e pluralista, a informação
estatística deixou de ser essencialmente um instrumento para apoiar as
actividades de governos e parlamentos, para ser considerada um bem colectivo.
Como tal pertence ao conjunto do país, uma vez que para a sua produção e
difusão são utilizados recursos com origem no financiamento público,
decorrendo daí o direito de todos a beneficiar de igualdade de acesso à
informação.
Nos últimos anos tem-se vindo a assistir em muitos países desenvolvidos a uma
tendência crescente, nos serviços oficiais de estatística, da comercialização de
informação estatística. Uma questão pertinente que se coloca é a da
legitimidade da venda de um bem público que é obtido a partir de inquéritos
obrigatórios e produzido com os dinheiros dos contribuintes. Esta questão tem
originado grandes discussões não só na opinião pública como no seio dos
próprios institutos que são confrontados com o problema.
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Porquê da comercialização de estatísticas?
Não há dúvida que as restrições orçamentais são uma das principais razões,
para a maior parte dos institutos nacionais de estatística, iniciarem a
comercialização das estatísticas produzidas. Desde os inícios da década de 70
que, numa tentativa de tornar mais eficientes os serviços públicos e, em
particular os serviços oficiais de estatística, muitos governos vêm reduzindo as
suas dotações orçamentais.
Restrições orçamentais
Na tentativa de continuar a manter a cobertura adequada das estatísticas oficiais
e como resposta aos cortes orçamentais, muitos institutos de estatística tentaram
numa primeira fase aumentar a sua produtividade. No entanto os cortes
orçamentais por parte dos governos acentuavam-se de ano para ano tornando,
apesar dos aumentos de eficiência e produtividade verificados, cada vez mais
difícil responder cabalmente às solicitações dos utilizadores.
A acompanhar os cortes orçamentais têm os institutos de enfrentar ainda o
aumento progressivo da procura de informação estatística não só dos
utilizadores públicos como cada vez mais dos sectores privados.
Aumento procura de informação
Para responder a estes desafios, alguns institutos de estatística encontraram
como solução a venda de parte da sua produção. Contudo, só tem sentido
aplicar esta solução, nos INE’s que têm permissão dos seus governos de incluir
as receitas obtidas nos seus próprios orçamentos. Em muitos países, as receitas
das vendas voltam para os cofres do Estado, o que não encoraja a
comercialização de produtos que são do interesse dos utilizadores
(consumidores).
Numa posição diferente, outros países com leis mais flexíveis, permitem que as
receitas geradas com a comercialização das estatísticas oficiais sejam
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
incorporadas na produção de novas estatísticas, assegurando o desenvolvimento
de novos produtos e serviços de acordo com as necessidades dos utilizadores.
Estão nessas condições os países mais desenvolvidos estatisticamente como o
Canadá, EUA, Austrália, Reino Unido e países nórdicos.
Apesar da evolução acentuada da comercialização de produtos e serviços de
estatística, tem de reconhecer-se que um grande número de INE’s, ainda
constrangidos por problemas de curto prazo, não reagiu com uma estratégia
adequada a estas tensões de procura de informação estatística, em que se
colocam algumas dificuldades quanto à delimitação da fronteira do seu estatuto
de prestadores de serviço público e de prestadores de serviços comercializáveis
[Vilares 93].
Vantagens da comercialização
A comercialização de produtos e serviços estatísticos, se por um lado veio
atenuar os efeitos das reduções nos orçamentos dos institutos de estatísticas,
por outro lado permitiu dar respostas mais eficazes às solicitações dos
utilizadores. Podemos apresentar algumas das vantagens inerentes à
comercialização: a definição de prioridades, adaptação a novas procuras de
informação, utilização de novas tecnologias e melhoria da imagem das
instituições.
A apetência do mercado pelos novos produtos e serviços vai ajudar os serviços
de estatística, com políticas de difusão orientadas para o utilizador, no processo
da definição de prioridades: Quais as estatísticas que devem ser produzidas?
Quais não devem? Definição de prioridades
As necessidades reais do utilizador tornam-se difíceis de detectar quando os
serviços e produtos são gratuitos ou muito baratos. Se os utilizadores tiverem
de pagar um preço igual ou próximo do valor real (preço de custo), vão
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
repensar as suas necessidades adquirindo só o que precisam, de forma a
valorizarem o seu dinheiro.
A comercialização permitirá aos serviços de estatística adaptarem-se mais
rapidamente a novas procuras de informação estatística, tornando-os mais
receptivos aos pedidos dos utilizadores.
Adaptação a novas procuras
A utilização de novas tecnologias permite satisfazer novas necessidades dos
utilizadores, nomeadamente os acessos a bases de dados, Sistemas de
Informação Geográfica (SIG) que permitem potencialidades que as publicações
nunca poderiam satisfazer.
Utilização de novas tecnologias
O conjunto das vantagens apontadas anteriormente conduzirá a uma melhoria
da imagem dos institutos.
Melhoria da imagem
Riscos da comercialização
Como vimos atrás, a comercialização das estatísticas oficiais introduz
melhoramentos a todos os níveis nos institutos. Existem no entanto algumas
dificuldades e riscos que é necessário ter em conta nesta abordagem.
Para alguns utilizadores, parece muito difícil aceitar que não podem aceder a
todas as estatísticas gratuitamente como no passado. É necessário um trabalho
muito persistente para convencer os utilizadores mais renitentes de que a
comercialização veio proporcionar um elevado número de novos produtos e
serviços os quais não estavam disponíveis no passado.
As dificuldades começam dentro dos próprios institutos, não sendo fácil
convencer os próprios estaticistas (durante anos a trabalhar na perspectiva de
que a estatística era um bem público), de que a modernização dos institutos
passa pela comercialização dos seus produtos.
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Outro problema que se coloca é se os institutos poderão aumentar
indiscriminadamente as vendas da informação estatística. Alguns autores, como
Lars Thygesen [Thygesen 93] acreditam na existência de um limite (receitas a
atingir 50% do orçamento global) a partir do qual os institutos correm o risco
de perder a sua integridade, imparcialidade e credibilidade, tornando-se
dependentes dos clientes pagadores da informação em detrimento das
necessidades da sociedade.
Outro novo tipo de problemas que se colocam aos institutos de estatística,
prende-se com a definição das prioridades na execução dos trabalhos. Qual a
ordem de prioridades entre um trabalho obrigatório (prestação de um serviço
público) e um trabalho a pedido (prestação de um serviço comercial) dispondo
dos mesmos recursos?
Os institutos têm de equacionar estes novos problemas e para cada um adoptar
uma nova estratégia.
Os Novos desafios da comercialização
Quem compra estatísticas?
Numa perspectiva de comercialização de informação estatística, têm os
institutos de estatística de conhecer os seus clientes de informação. Como
vimos atrás, a sua classificação em grupos/categorias envolve algumas
dificuldades e é variável de país para país. No entanto é necessário proceder a
essa avaliação no sentido de conhecer as necessidades específicas de cada um e
assim poder adaptar os seus produtos e serviços a essas necessidades.
Pode parecer um contra-senso, mas muitos institutos de estatística não dispõem
de estatísticas referentes aos seus clientes. Somente aqueles em que existe uma
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
dinâmica de comercialização muito forte e com alguns anos de experiência
apresentam informação sobre o assunto.
Em quase todos os países os principais clientes da informação estatística ainda
continuam a ser os sectores institucionais. No entanto o sector privado, face à
procura cada vez maior pela empresas de informação económica e social, tem
cada vez mais importância na estratégia de comercialização dos INE’s.
No Instituto de Estatística da Dinamarca, por exemplo, verificou-se nos últimos
anos uma evolução significativa das vendas de informação ao sector privado
passando de 38% (em 1988) para 41,8% (em 1992), enquanto se verificava um
decréscimo das vendas à Administração Pública Central de 42,7% para 35,3%,
no mesmo período de tempo (Tabela 1). De realçar o facto deste Instituto se
encontrar entre aqueles em que as receitas das suas vendas representam valores
superiores a 20 % do seu orçamento global.
Tabela 1 - Clientes do Instituto de Estatística da Dinamarca
Unidades: %
1988 1992Administração Pública Central 42,7 35,3Autoridades Locais 12,3 12,3CEE 7,0 10,6Sector Privado 38,0 41,8
Fonte: [Thygesen 93]
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Que produtos comercializar?
Em face das novas estratégias orientadoras para uma perspectiva comercial, os
INE’s não podem converter completamente a produção em estatísticas
comerciais. Alguns tipos de estatísticas devem continuar a ser financiadas
através dos orçamentos vindos dos cofres do Estado com o risco de se perder a
noção de que os institutos nacionais de estatística têm de manter o seu papel de
prestadores de um serviço público. Estão dentro deste âmbito as estatísticas
básicas, estatísticas de natureza geral cobrindo um largo conjunto de áreas que
permitem uma descrição de todos os importantes aspectos da sociedade:
demografia, protecção social, condições de vida, rendimentos e ambiente, entre
outros.
Estatísticas básicas
Estas estatísticas seriam recolhidas com os financiamentos públicos e os
utilizadores não seriam onerados com os custos de produção, mas somente com
os custos de distribuição e disponibilização.
Em face da manutenção das estatísticas básicas, que informação comercializar?
Devido às evoluções tecnológicas dos últimos anos torna-se possível aos
institutos nacionais de estatística dispor de um considerável repositório de
dados obtidos a partir da recolha da informação necessária à elaboração das
suas estatísticas básicas. Muitas vezes os dados são recolhidos de forma
detalhada, dados individuais de pessoas, empresas e pequenas unidades
geográficas. Com as capacidades de tratamento de informação permitidas pelas
novas ferramentas informáticas poderemos construir uma infinidade de outros
tratamentos e análises estatísticas.
Dado que se torna impossível publicar tudo, seria uma perda de oportunidade
para os institutos e para a sociedade em geral se se restringir a disponibilização
de informação ao que se publica. Advém daí a necessidade de definir os
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mecanismos de tarifação para regularizar o processo. Isto significa que o
utilizador deve pagar se ele pretende obter algo de especial, isto é, informação
desagregada, novas combinações de dados, ou análises adicionais.
Alguns exemplos de serviços que deverão ser pagos pelos utilizadores
[Thygesen 93] :
• Dados desagregados a pequenas áreas estatísticas
• Criação de base de dados especiais para estudos longitudinais
• Quebras adicionais nas Contas Nacionais
• Acessos a bases de dados on-line
• Inquirição de questões adicionais num inquérito
Na venda de informação desagregada os institutos de estatística devem ter
sempre em atenção o respeito pelo princípio do segredo estatístico.
Analisando as receitas das vendas de informação estatística do Instituto de
Estatística da Dinamarca em 1992 verificamos que os trabalhos por encomenda
com 31,3% têm um peso significativo nas receitas (Tabela 2).
Tabela 2 - Distribuição percentual das receitas das vendas do Instituto de
Estatística da Dinamarca em 1992
Unidades: %
1992Venda de Publicações 17,0Trabalhos por encomenda 31,3Informação on-line 11,5Acesso a ficheiros de unidades estatísticas 8,0Outros 32,2Total 100,0
Fonte: [Thygesen 93]
Como comercializar as estatísticas?
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
A discussão de como comercializar as estatísticas produzidas pelos serviços de
estatística está na ordem do dia nos círculos estatísticos internacionais. Existem
duas correntes de opinião sobre o assunto: alguns autores são de opinião que a
comercialização deve ser conduzida por agências intermediárias enquanto
outros defendem que deverão ser os próprios institutos de estatística a assumir a
comercialização da sua informação [Thygesen 93].
Uma ideia com larga aceitação é a de que a comercialização e parte da
produção das estatísticas oficiais devem ser conduzidas por agências
intermediárias ou “brokers”, que são empresas privadas especialistas em
análise e difusão dos dados que conhecem as necessidades dos utilizadores.
Uma das razões apontadas para utilizar as agências intermediárias verifica-se
nos casos em que os institutos de estatísticas não podem, por impedimentos
governamentais, reutilizar as receitas provenientes das suas vendas em proveito
próprio. Os defensores desta opinião argumentam que os institutos nesta
situação, totalmente dependentes dos seus governos e sem qualquer experiência
de vendas, não estão em posição de competir com as empresas privadas.
Segundo Lars Thygesen [Thygesen 93] poderá ser perigosa esta opção não só
para o instituto como também para os seus utilizadores. O aumento da distância
entre o estaticista e o utilizador conduz a um conhecimento cada vez menor,
pelo estaticista, das necessidades do utilizador, dificultando a disponibilização
das estatísticas básicas e de novos produtos orientados para o utilizador. O
estaticista produziria em função das solicitações das agências intermediárias
que poderiam estar interessadas nas estatísticas mais comerciais em detrimento
das estatísticas básicas.
Agências intermediárias
Outra corrente de opinião defende que apesar da sua inexperiência na
comercialização da informação estatística, esta deve ser assegurada pelos
próprios institutos de estatística. É evidente que se colocam ao estaticista
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
muitos problemas quando assume um papel de vendedor e não existe, na maior
parte dos institutos a cultura de marketing necessária.
Para apoiar a comercialização deverão os institutos empreender algumas acções
de promoção directa e indirecta que permitem dar a conhecer os seus serviços e
produtos aos utilizadores.
Acções de promoção directa: Promoção directa
• Participação em feiras e exposições
• Contactos pessoais e por mailing
• Publicidade nos media
Acções de promoção indirecta: Promoção indirecta
• Estabelecimento de protocolos de cooperação com escolas e universidades
• Realização de seminários, congressos, conferencias e visitas de estudo
• Acções de cooperação internacionais
Custos da Informação Estatística
Para elaborar uma política de comercialização de informação estatística é
necessário avaliar os custos dos trabalhos estatísticos. Verifica-se que essa
avaliação, apesar de se tratar de uma operação complexa, realiza-se na maior
parte dos INE’s. A sua comparação mostra grandes disparidades entre eles
[Rivet 91].
O grau de desagregação da estrutura de custos pode envolver desde o
orçamento global ou por grandes funções (consumo corrente, investimentos,
pessoal) ao inquérito estatístico. A maior dificuldade da avaliação dos custos
deve-se ao facto de muitos institutos não disporem de contabilidade analítica,
sendo por vezes mais fácil determinar os custos dos serviços adquiridos a
terceiros do que os custos internos.
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
O cálculo dos custos dos trabalhos estatísticos envolve custos directos e
indirectos.
Poderemos considerar custos directos: Custos directos
• Custos de pessoal directamente envolvido em todas as operações
• Custos informáticos, que incluem análise, programação e equipamentos
• Custos de certos fornecimentos como questionários, envios postais
• Custos de difusão
Nos custos indirectos Custos indirectos
• Custos de pessoal de estrutura de gestão e dos serviços administrativos
• Custos de aluguer, manutenção e climatização
• Custos de comunicações
• Custos de materiais e amortizações
• Custos de fornecimentos diversos
Trata-se de uma tarefa complexa a determinação dos custos dos serviços
estatísticos e produtos, “a grande dificuldade reside na passagem de custos dos
trabalhos para custos dos produtos, na medida em que tanto um trabalho
estatístico pode dar origem a vários produtos como um produto pode dar
origem em diversos trabalhos” [Vilares 93]. As operações estatísticas estão
dependentes umas das outras dificultando a determinação de custos.
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Tarifação e Receitas
De um modo geral os produtos estatísticos são tarifados quer se trate de
publicações, trabalhos estatísticos sob encomenda ou acessos a bancos de
dados.
Contudo, um conjunto de serviços são prestados gratuitamente aos utilizadores
[Vilares 93]:
Serviços grátis
• Consulta das publicações
• Fornecimento pessoal ou por telefone de informações que não exigem
grande investigação
• Esclarecimentos sobre a informação que possa ser considerada como uma
despesa de promoção
Cada instituto de estatística tem a sua própria política de preços para os seus
produtos e serviços de que resultam preços substancialmente diferentes de
instituto para instituto, não sendo fácil a harmonização dos mesmos. A fixação
de tarifas a aplicar dependem de um conjunto de critérios tais como o tipo de
serviço, o meio de difusão, o tipo de cliente ou em função da utilização da
informação.
Necessitando de estabelecer um equilíbrio entre a prestação de um serviço
público e a comercialização de estatísticas, os INE’s na tarifação das
publicações (periódicas ou não), como regra não incluem os custo da
preparação da informação, o qual é considerado já pago pelo contribuinte
(através das dotações orçamentais do Estado). Incluem somente os custos de
impressão e de comercialização, não com o objectivo do lucro mas na
perspectiva de reduzir os custos de difusão.
Publicações
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Nos trabalhos realizados a pedido, tal como nas publicações de um modo geral,
não são facturados os custo da preparação dos dados primários, mas somente os
custos das operações adicionais de análise, programação, processamento e
difusão. Também poderá ser incluído um coeficiente adicional em função dos
prazos de execução.
Trabalhos a pedido
Alguns institutos de estatística dispõem de ficheiros de unidades estatísticas,
i.é., ficheiros de indivíduos, alojamentos, famílias ou empresas contendo
endereços ou outros atributos podendo, se o seu Sistema Estatístico o permitir,
disponibilizar essa informação em listagens ou outros suportes como disquetes,
tapes ou CD-ROM. Podem constituir uma fonte potencial de receitas e a sua
tarifação envolve um carácter especial.
Ficheiros de unidades estatísticas
A tarifação do acesso aos bancos de dados on-line coloca dificuldades
acrescidas atendendo aos vários factores envolvidos. Podemos considerar o
acesso por assinatura sem quaisquer limitações, ou a tarifação em função de
vários parâmetros como o volume de informação, o nível de desagregação e a
actualização da informação.
Bancos de dados
O Eurostat, órgão oficial das estatísticas comunitárias, propôs uma fórmula para
o cálculo da tarifação a aplicar nos acessos às suas bases de dados [Mathy 93]:
P = f + u * c * v * p0 * √n
em que
P - Preço total (em ECUs)
f - custos fixos para a extracção, carregamento e envio
u - coeficiente de actualização
c - coeficiente de partição
v - coeficiente de valor acrescentado
p0 - preço constante
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n - número de termos
A tarifação também pode ser aplicada consoante o tipo de cliente, sendo esta
situação menos frequente. Em certos institutos podem beneficiar de tarifas
reduzidas (ou gratuitamente) alguns elementos da administração pública,
deputados, jornalistas, investigadores ou estudantes.
Tipo de cliente
A tarifação em função da utilização da informação pode aplicar-se aos
ficheiros de unidades estatísticas e ao acesso a bancos de dados. No caso de se
tratar de revenda de informação, necessariamente que deve ser incrementado o
seu preço e devem os institutos celebrar acordos jurídicos com os revendedores.
Utilização da informação
Tradicionalmente, os INE’s não reclamavam os direitos de autor dos seus
produtos. Era até visto como um sinal de sucesso a reprodução das suas
publicações. No entanto, quando se inicia a comercialização de informação em
meios electrónicos, é necessário acautelar esses direitos, uma vez que a
reprodução de disquetes se torna barata e fácil.
Direitos de autor
Um problema especial de direitos de autor aumenta em relação às organizações
internacionais que recebem cópias de grandes quantidades de estatísticas
detalhadas dos seus estados membros. Estes organismos disponibilizam aos
seus utilizadores (que podem ser os mesmos) serviços similares aos dos países
de origem dos dados (que tem os custos totais), se praticar uma política de
preços diferente, pode gerar uma concorrência desleal.
O peso das receitas provenientes das vendas de produtos e serviços estatísticos
nos orçamentos dos institutos de estatística é muito variável, desde 2 a 3% até
aos 25% em certos países [ Rivet 91].
Receitas
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Enquadramento sistémico da difusão do INE
Instituto Nacional de Estatística
O SEN sofreu uma profunda reestruturação em 1989, com a aprovação das Lei
de Bases do Sistema Estatístico Nacional (lei n.º 6/89, de 15 de Abril) que
define as linhas orientadoras de aplicação dos princípios básicos que devem
presidir ao nosso sistema estatístico.
Pelo Decreto-Lei que aprova o novo estatuto do Instituto Nacional de
Estatística (Decreto-Lei n.º 280/89, de 23 de Agosto), o INE passa de um
organismo simples, sem qualquer tipo de autonomia, para um instituto público
dotado de personalidade jurídica, autonomia administrativa, financeira e
património próprio.
Ao INE compete por lei o exercício exclusivo de funções de notação,
apuramento, coordenação e difusão dos dados estatísticos que interessam ao
país, podendo no entanto tais funções serem delegadas (Art. 14º do lei n. 6/89).
Difusão de dados estatísticos
O objectivo central da restruturação do SEN, é que o INE produza
atempadamente e ao mais baixo custo para o orçamento do Estado, informação
fiável e adequada às necessidades dos utilizadores públicos e privados. Trata-se
de abandonar uma certa concepção segundo a qual o Instituto é um mero
serviço administrativo encarregado de coligir estatísticas essencialmente para a
Administração Pública, adoptando uma nova filosofia de gestão que incentive a
produção de informação estatística na perspectiva do utilizador.
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Política de difusão do INE
A política de difusão de informação do INE, atendendo ao seu estatuto de
prestador de serviço, não pode ser desenvolvida com o mesmo grau de
liberdade de uma empresa privada. O INE enfrenta um enquadramento de
mercado de informação algo distorcido, na medida em que [Cunha 95b] :
• Tem (quase) o monopólio da informação estatística oficial
• Tem uma missão estatutária de prestador de serviço público
• Está sujeito à limitação imposta pelo princípio do segredo estatístico
• O financiamento da sua actividade tem origem fundamentalmente no
Orçamento do Estado.
Com base nestes pressupostos, a política de difusão da informação praticada
pelo INE assenta nos seguintes princípios:
• Respeito absoluto pela inviolabilidade do princípio do segredo estatístico
nos termos da lei de bases do SEN
Segredo estatístico
• No âmbito da sua missão de prestação de serviço público, a disponibilização
informação produzida é assegurada por publicações acessíveis à
comunidade, com transparência e equidade. Garante a sua consulta gratuita
nos seus centros de documentação. Fornece ainda gratuitamente informação
aos órgãos de comunicação social
Assegura publicações
• Atendendo a que informação custa dinheiro, os custos da sua produção e
difusão, quando saiam fora do âmbito da prestação de um serviço público
(dados estatísticos produzidos por incumbência do Governo), devem ser
suportadas pelos utilizadores.
__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 37
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Acesso à Informação Estatística
Dispondo de um vasto repositório de dados o INE agrupa a informação a
disponibilizar em dois tipos: Informação Publicada e Informação disponível
não publicada (Figura 1).
Fonte: INE
Figura 1 - Acesso à Informação Estatística no INE
A Informação Publicada envolve todo o conjunto de publicações (cerca de 60
títulos) com periodicidade que variam entre o mensal e o decenal, editadas pelo
INE. Estas publicações podem ser consultadas gratuitamente nos Centros de
documentação do INE ou adquiridas nos mesmos locais ou por assinatura.
Informação Publicada
__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 38
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
A Informação não Publicada representa o conjunto da informação que já existe
disponível (ou possível de disponibilizar) a partir dos repositórios de dados.
Existem disponíveis para consulta gratuita nos Centros de Documentação
alguns quadros estatísticos ou séries cronológicas a um nível mais desagregado
do que aquele que se publica. Outro tipo de informação não disponível é
realizado a pedido do utilizador. Esta informação pode ser fornecida em suporte
papel ou disquete.
Informação não Publicada
Existem ainda outros meios de difusão utilizados pelo INE: CD-ROM,
Videotexto, a rede Reuters e, recentemente, a Internet4.
Já foram lançados pelo INE alguns títulos em CD-ROM e outros estão ainda em
fase de projecto:
CD-ROM
• TRÓIA - CD-ROM sobre o Comércio Externo Português. Já foram editados
dois títulos e encontra-se em fase de preparação o terceiro
• Censos de Portugal - CD-ROM sobre as estatísticas censitárias de 1864 a
1991. Encontra-se em fase de conclusão.
Videotexto Através do serviço Videotexto o INE disponibiliza, além da informação
promocional e, a título gratuito, informação estatística de carácter geral nas
grandes áreas estatísticas. Esta informação está agregada ao nível do país.
Rede Reuters Através da rede Reuters o INE envia gratuitamente informação para a
comunicação social sobre os aspectos mais relevantes das estatísticas
produzidas.
Receitas
__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 39
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
As receitas do INE provêm essencialmente da Venda de Publicações e da venda
de Informação não Publicada.
O INE distribui gratuitamente um número de publicações muito superior às que
efectivamente se vendem (Tabela 3).
Tabela 3 - Distribuição de Publicações no INE nos anos 1993 e 1994
1993 1994Tiragem Total 62.361 109.260Distribuição gratuita 29.371 35.098Exemplares vendidos 18.251 22.702
Fonte: INE5
Os valores das receitas da informação não publicada é habitualmente superior
aos valores das vendas de publicações. No entanto, no ano de 1994 (Tabela 4)
verificou-se uma tendência diferente, como resultado do aumento significativo
do número de títulos impressos (Tabela 3).
Tabela 4 - Comparativo dos resultados das vendas de Publicações e
da Informação não Publicada nos anos de 1993 e 1994
Unidades: 103 Esc.
1993 1994 Var. (%)Publicações 51.253 67.654 32Informação não Publicada 68.405 61.553 -10
Fonte: INE5
Para além da venda de publicações e da informação não publicada, o INE tem
como fonte de receitas importantes a prestação de serviços aos mercados
externos sendo o EUROSTAT o principal cliente. No entanto a prestação de
serviços ao mercado interno tem vindo a registar aumentos significativos nos 4 Será tratado com mais detalhe no Capítulo III 5 “Avaliação da Realização do Plano de Difusão” - INE/94 (Documento Interno)
__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 40
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 41
últimos anos em detrimento da diminuição do peso dos mercados externos
(Tabela 5).
Tabela 5 - Distribuição percentual das receitas do INE pelos mercados
internos e externo segundo as vendas e prestação de serviços
para os anos 1990-1995
Unidades: %
1990 1991 1992 1993 1994 1995Vendas - Merc. Interno 3,0 7,2 10,3 9,6 13,5 8,6Vendas - Merc. Ext. 0,0 0,0 0,0 0,3 0,3 0,3Prest. Serv. - Merc. Int. 8,6 18,5 14,9 31,5 32,9 41,2Prest. Serv. - Merc. Ext. 88,4 74,2 74,8 58,6 53,4 49,9Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte: Relatório e Contas - INE (anos 90-95)
Os valores das receitas próprias do INE correspondem a uma percentagem
pouco significativo do seu orçamento (Tabela 6). Após uma quebra
significativa das receitas registada em 1991 (4,9%) o INE tem vindo a
aumentar as mesmas de ano para ano em relação ao seu orçamento global.
Tabela 6 - Peso das receitas próprias do INE no orçamento global
nos anos 1990-1995
Unidades: %
1990 1991 1992 1993 1994 1995Vendas 0,3 0,4 0,8 0,8 1,3 1,0Prest. Serv. 8,8 4,6 7,0 7,0 7,9 10,2Total 9,1 4,9 7,7 7,8 9,2 11,2Total Orçam. 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
Fonte: Relatório e Contas - INE (anos 90-95)
CAPÍTULO II
ESTATÍSTICAS
NA INTERNET
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
II Estatísticas na Internet
A Internet
A evolução das Tecnologias da Informação
As estatísticas sempre acompanharam de perto a evolução das Tecnologias da
Informação. No século passado, Hermann Hollerith, estaticista do Census
Bureau - EUA, desenvolveu um sistema baseado em cartões perfurados e numa
máquina tabuladora que reduziu consideravelmente o tempo de processamento
dos dados dos Censos de 1890. O primeiro computador para aplicações
comerciais, o UNIVAC I, foi utilizado no apuramento dos resultados dos
Censos de 1950 no Census Bureau. Desde então, as inovações tecnológicas
têm-se sucedido a um ritmo sem precedentes, modificando a realidade que nos
rodeia a uma velocidade vertiginosa.
Os desenvolvimentos verificados nas novas Tecnologias contribuiram para a
expansão do mercado dos computadores, de utilização generalizada não só nas
organizações como em usos domésticos. Temos actualmente computadores
mais rápidos, mais potentes, mais baratos e de dimensões cada vez mais
reduzidas.
Nos últimos anos, as evoluções tecnológicos nos domínios dos sistemas de
informação e informática têm-se verificado em várias áreas, das quais
destacamos as que têm, ou poderão ter maior impacto nos serviços de
estatística:
Evoluções tecnológicas
__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 43
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
• Abandono progressivo dos grandes sistemas centrais, que dominaram
durante várias gerações, promovendo-se o downsizing, ou seja a
descentralização para servidores de processamento paralelo, computadores
pessoais e estações de trabalho (workstations)
• O desenvolvimento de aplicações distribuídas em arquitecturas
cliente/servidor
• A implementação de redes locais de computadores permitindo a partilha e
troca de informação entre computadores fisicamente dispersos
• As capacidades multimédia, que permitem processamento de informação
com texto, imagem e som em simultâneo. Associado às aplicações
multimédia surgiram novos suportes: CD-ROM e CDI
• A evolução verificada nos Sistemas de Informação Geográfica (SIG), que
possibilitam o tratamento e análise espacial da informação
• A revolução verificada nas Tecnologias da Informação provocou um
aumento na quantidade de informação que é necessário manusear
diariamente. O aparecimento de bases de dados cada vez com maiores
capacidades (data warehouse) de armazenamento e acesso à informação
• Na área das comunicações o aparecimento da Rede Digital de Integração de
Serviços (RDIS) veio possibilitar o transporte de qualquer tipo de
informação quer seja voz, dados, textos ou imagem
• O crescimento exponencial da utilização da Internet.
A Internet
A Internet nasceu a partir da rede Advanced Research Projects Administration
Network (ARPANet) no Departamento de Defesa dos Estados Unidos durante
os anos da guerra fria. A finalidade do projecto era estabelecer uma estrutura de
comunicações entre computadores, sem uma unidade central de comando,
capaz de sobreviver a uma catástrofe nuclear mesmo que um ou mais elos da
rede fossem destruídos.
__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 44
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Durante os anos 70 a rede cresceu através da interligação com a comunidade
científica, que a utilizou durante muitos anos para troca de mensagens,
verificando-se nos últimos anos um crescimento exponencial com a adesão de
novos utilizadores. O lançamento dos projecto Auto-estrada da Informação
(Information Highway) pelo governo dos Estados Unidos da América foi o
grande impulsionador da utilização generalizada da Internet.
Maior rede mundial de computadores
A Internet é hoje a maior rede mundial de computadores, que interliga milhares
de redes locais constituídas por computadores dos mais variados tipos. O que
permite a esta variedade de sistemas comunicarem entre si é o facto de falarem
a mesma linguagem, ou seja, usarem um protocolo comum de comunicação: o
TCP/IP6 .
Serviços disponíveis
Os serviços disponíveis na Internet são variados e em constante crescimento.
Numa tentativa de classificação e apontando a sua perspectiva de utilização no
campo das estatísticas podemos distinguir: o correio electrónico, a pesquisa e
transferência de ficheiros, o acesso a sistemas remotos e o acesso a informação
on-line.
O serviço de Correio Electrónico (e-mail) assenta basicamente sobre o
princípio da troca de mensagens entre dois ou vários utilizadores que possuam
o mesmo tipo de ligação. Aos "destinatários" e "remetentes" é atribuído um
endereço único que os identifica na rede mundial.
Correio Electrónico
O serviço de transferência de ficheiros designado por FTP7 possibilita a
transferência simples de ficheiros em diversos formatos entre dois ou vários
computadores.
FTP
__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 45
6 TCP/IP - Transmission Control Protocol/Internet Protocol 7 FTP - File Tranfer Protocol
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
De forma a facilitar a pesquisa de ficheiros existe o serviço Archie baseado em
servidores que mantêm catálogos com nomes de ficheiros e de servidores de
FTP onde estes se localizam. O Wide Area Information Servers (Wais)
constitui um sistema de pesquisa em catálogos indexados de base de dados de
texto.
Archie
Wais
A ligação a computadores remotos para a execução de programas a partir do
próprio computador do utilizador é feita através do protocolo Telnet. Telnet
O acesso a informação on-line é uma forma gráfica (interface Windows) de
navegar na rede, onde está disponível o serviço World Wide Web (WWW). Este
serviço é um dos principais responsáveis pelo crescimento exponencial da
Internet, sendo muitas vezes confundido com esta.
WWW
O modelo computacional do WWW baseia-se na filosofia cliente-servidor,
usando o protocolo HyperText Tansfer Protocol (HTTP), um protocolo de
transporte sem conexão e executado sobre o TCP/IP.
Os servidores Web apresentam páginas electrónicas com ligações hipertexto a
documentos, que podem integrar imagens, som e vídeo. A navegação entre
documentos é feita através das hiperligações (hiperlinks) que se encontram nos
próprios documentos sob a forma de texto colorido e/ou sublinhado, imagens
ou símbolos gráficos. Os documentos são descritos em HyperText Markup
Language (HTML), cada página referenciada por um endereço Uniform
Resource Locater (URL) e as facilidades de navegação são possíveis através do
protocolo HTTP.
Os clientes WWW têm em geral interface gráfica, são multi-plataforma e multi-
protocolo, possibilitando a apresentação da informação em HTML. Para a
visualização e navegação através dos documentos do WWW utilizam-se
__________________________________________________________________________________ Browsers II - Estatísticas na Internet 46
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
programas designados browsers, dos quais podem destacar-se os mais
populares disponíveis para vários sistemas operativos: Netscape Navigator,
NCSA Mosaic e Microsoft Internet Explorer.
Para facilitar a pesquisa de informação na imensidão da rede existem vários
programas de pesquisa (spiders) que percorrem a Web, a velocidades
impressionantes, à procura de páginas, organizando bases de dados com a
informação encontrada. O utilizador preenche uma caixa em que introduz uma
palavra-chave que submete ao programa de pesquisa. É possível ao utilizador
navegar sobre os resultado das pesquisas. Alguns dos mais populares: Yahoo,
Infoseek, Web Crawler, AltaVista, Lycos e Sapo (Serviço de Apontadores
POrtuguês)
Spiders
Utilizadores
A Internet não é propriedade de ninguém, ou seja, não existe uma entidade
governamental ou empresarial, que de forma centralizadora faça a sua gestão, o
que dificulta o conhecimento do seu número de utilizadores efectivos.
As estimativas apresentadas em revistas e documentação da especialidade
apresentam valores completamente díspares em relação ao número dos
utilizadores, variando entre os 10 e os 100 milhões no final de 1995.
É interessante analisar as previsões de crescimento da Internet (Tabela 7),
segundo Mary Meeker e Chris DePuy [Meeker, DePuy 96] e verificar que mais
de 60% dos PC’s estarão no final do século ligados à rede.
Tabela 7 - Previsões até ao final do século do número de PC’s e utilização de
serviços
Unidades: 106
__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 47
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
1995 1996 1997 1998 1999 2000PC 144 167 184 203 217 225E-mail 35 60 80 130 180 200Serviços on-line 8 13 18 23 27 30Internet 9 23 46 81 122 152 Fonte: [Meeker, DePuy 96]
Se no início os utilizadores da Internet eram na sua maioria estudantes
universitários, cientistas e investigadores, actualmente cada vez mais
organizações a procuram com objectivos promocionais e comerciais.
Segundo Deb Cameron [Cameron 95], a área comercial incluía 37% dos
domínios de utilização da Internet em 1993 (Tabela 8).
Tabela 8 - Distribuição percentual da utilização da Internet
segundo os domínios de utilização em 1993
Unidades: %
1993Comercial 37,0Educação 45,0Governo 8,0Militar 7,0Outros 3,0Total 100,0 Fonte: [Cameron 95]
__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 48
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Segurança
O crescente aumento do WWW como meio de prestação de serviço, incluindo
transacções comerciais veio levantar algumas questões novas, nomeadamente o
problema da segurança.
Os hackers, especialistas em crimes informáticos espreitam oportunidades de
aceder indevidamente aos sistemas das organizações ou particulares, podendo
roubar, destruir ou alterar informação valiosa, o que poderá causar prejuízos
irreparáveis. É importante para as empresas que pretendam disponibilizar ou
comercializar serviços na Internet estarem atentas a esta realidade.
Hackers
Segundo Stephen E. Arnold [Arnold 95], apresentam-se alguns potenciais
problemas de segurança provocados pelos hackers:
O acesso indevido a um sistema por captura de password é um dos processos
mais utilizados. Uma das técnicas é efectuar tentativas de acesso com
passwords com atributos como nomes, datas de nascimento, número de
telefone, dos reais utilizadores do sistema. Outra técnica é recorrer a programas
sniffers, que podem fazer a monitorização das entradas no próprio sistema ou a
interceptr a informação a circular na rede.
Captura de password
Outra das hipóteses de entrada indevida nos sistemas é através dos serviços
FTP e Telnet, que por vezes, por deficiente instalação, podem possibilitar o
acesso à raiz do sistema, facilitando o acesso aos hackers.
Entrada indevida
A existência de software gratuito, disponível na rede, pode ser um potencial
veículo de propagação de vírus. Vírus
__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 49
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
A vulnerabilidade e falhas dos sistemas também podem criar condições
favoráveis às entradas dos hackers nos sistemas. Nos sistemas Unix o comando
finger permite obter um manancial de informação sobre os utilizadores, acessos
e endereços de correio electrónico. Neste sistema o acesso à password de super-
utilizador (root) permite privilégios de administração, incluindo o controlo do
ficheiro das passwords de todos os utilizadores.
Vulnerabi- lidade dos sistemas
Para obviar os problemas apontados, existem alguns mecanismos de segurança
como a autenticação, encriptação, controlos de acessos e firewalls.
Autenticação
A Autenticação consiste em prevenir acessos não autorizados a aplicações
sensíveis e ao fluxo dos dados em bruto enquanto são transmitidos através da
rede. A autenticação é necessária para garantir ao fornecedor do serviço que o
utilizador do outro lado da linha é efectivamente o esperado.
Autenticação
Podemos enunciar alguns tipos de autenticação:
• Host filtering - Restringe o acesso a determinadas máquinas (hosts)
• Autenticação Básica (Basic Authentication) - Requer um login e uma
password de acesso, que circulam na rede sem qualquer encriptação
• Digest Authentication- Requer um login e uma password de acesso, mas
enviados através da rede de forma desordenada e encriptada impedindo a sua
leitura . Este método fornece um elevado grau de segurança.
O protocolo HTTP, na sua versão 1.0, continha um esquema de autenticação
básico, baseado em username/password, muito semelhante aos esquemas
usados pelo FTP e Telnet. Este esquema de autenticação é suportado por quase
todos os clientes e servidores WWW.
A utilização de esquemas de autenticação procura impossibilitar o acesso a
utilizadores WWW de uso genérico a determinadas aplicações. A confirmação
__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 50
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
da identidade do utilizador é feita por comparação da password fornecida com a
informação existente sobre os utilizadores no sistema. Visto que o HTTP é um
protocolo não orientado ao estado, a autenticação é feita por pedido/resposta.
Existem actualmente produtos (Ex. Oracle Web System) que suportam os três
tipos de autenticação.
Encriptação
A encriptação, um esquema de codificação secreto através de uma chave que
torna ilegível a mensagem para quem não possua a chave de descodificação
apropriada, é um dos meios mais utilizado para enviar informação através da
rede garantindo a segurança da mesma. Segundo Jorge Simão [Simão 95]
podemos enunciar algumas técnicas de encriptação baseadas em algoritmos de
criptografia de chaves secretas, públicas e funções hash (geração de números
aleatórios) que permitem implementar o conceito de assinaturas digitais de
forma a estabelecer comunicações seguras.
Encriptação
Controlo de Acessos
Com base na autenticação, é possível concretizar mecanismos de controlo de
acessos. A cada objecto, ícone ou ligação pode ser associada uma lista de
controlo de acessos, onde figuram os nomes de utilizadores e respectivo nível
de acesso que lhe é concedido. Cada tentativa de acesso a um dado objecto é
admitida ou recusada consultando a lista. Pode também fazer-se a auditoria das
tentativas de acesso impedindo-o após um número pré-definido de tentativa
falhadas.
Controlo de acessos
__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 51
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Firewalls
Os equipamentos das empresas ligados à rede Internet deverão estar isolados
das redes internas, excepto quando disponham de mecanismos de segurança
apropriados.
Os firewalls constituem uma barreira entre a rede interna e o mundo exterior,
com o objectivo de impedir a entrada de intrusos. Existem diversas
configurações de firewalls, consoante os tipos de acessos à Internet a partir da
rede interna permitidos aos utilizadores, bem como o tipo das ligações
acessíveis a partir do exterior (Internet).
Firewalls
Segundo Deb Cameron [Cameron 95] podemos considerar dois tipos de
firewalls:
• Screening router - é o mais apropriado para pequenas redes. O router, que
faz o encaminhamento do tráfego, pode filtrar os pacotes de informação
vindos do exterior de acordo com regras pré-definidas, tomando a decisão de
as encaminhar ou não para a rede interna.
• Para redes de maiores dimensões, sugere-se a utilização de Dedicated
Firewall System. Exige a utilização de um computador que faz a ponte entre
a rede interna e a Internet, monitorando e gerindo todo o tráfego de e para o
exterior. As ligações do exterior fazem-se directamente para este sistema e
não directamente para a rede interna. Os acessos são implementados ao nível
do protocolo TCP/IP e tem uma configuração específica para cada aplicação
diferente.
__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 52
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Transacções comerciais
Com a actual explosão de utilizadores e de fornecedores de informação na
Internet, assiste-se à sua utilização com fins comerciais, designadamente a
transacções de bens electrónicos (software, revistas e informação especializada
resultante de acessos a determinadas bases de dados) e a substituição de venda
de artigos por catálogo.
Actualmente, existem já alguns sistemas de pagamento na Internet, que
poderemos classificar, segundo José Costa [Costa 95], em três categorias:
sistemas de dinheiro electrónico, sistemas de contas débito/crédito e sistemas
de cartão de crédito. Todos os meios de pagamento têm uma ligação a um
banco para movimentação do dinheiro real.
Nos sistemas de dinheiro electrónico os utilizadores adquirem o dinheiro
electrónico em troca de dinheiro real através de uma instituição financeira. Uma
vez emitido, o dinheiro electrónico representa um valor que pode ser gasto no
comércio ligado ao sistema. As transacções entre vendedor e cliente passam
sempre pelo controlo do banco, sempre encriptadas, diminuindo as
possibilidades de fraude. Para o transformar em dinheiro real, os comerciantes
depositam-no na instituição financeira que o emitiu, ou gastam-no outra vez no
sistema. Podemos citar os sistemas DigiCash e NetCash como exemplos de
sistemas de dinheiro electrónico na Internet.
Dinheiro electrónico
Nos sistemas de Contas Débito/Crédito os consumidores registam-se em
servidores de pagamentos ficando com uma conta corrente, suportada por
ligação a conta bancária ou cartão de crédito. O tipo de conta é acordado com o
servidor. No momento da aquisição de um bem, o cliente envia a informação do
que pretende adquirir ao servidor. Este certifica a transacção enviando ao
cliente dois certificados, um dos quais para este enviar ao vendedor. O cliente
envia o certificado ao vendedor que lhe fornece o bem pretendido. Todas estas
transacções são encriptadas.
Contas Débito/ Crédito
__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 53
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Alguns sistemas que utilizam este meio de pagamento são o NetBill e o First
Virtual.
Os sistemas de cartão de crédito permitem transacções com pagamento
imediato, entre consumidores e vendedores, através de uma instituição
financeira. De cada vez que o consumidor pretende adquirir um determinado
produto, transmite os dados do cartão de crédito de uma forma encriptada ao
servidor que executa a transacção junto da instituição financeira. O servidor
transmite de forma encriptada ao vendedor os dados do cliente e o produto
adquirido. Este envia o produto pretendido ao cliente.
Cartão de crédito
O Cybercash é um sistema de pagamento que utiliza o cartão de crédito.
Outros projectos estão actualmente em desenvolvimento, no sentido de
melhorar, a curto prazo, a segurança nas transacções comerciais na Internet.
Estão neles envolvidas as principais empresas:
• Security Transaction Technology (STT) - Parceria da Microsoft e Visa
• Secure Electronic Payments Protocol (SEPP) - Parceria da Mastercard e
Netscape
__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 54
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Estatísticas na Internet
Alternativas à Difusão tradicional
Tradicionalmente a maior parte dos institutos de estatística disponibilizavam a
sua informação estatística agregada de vários modos, sendo dominante a
impressão em papel.
As constantes evoluções tecnológicas sempre constituíram um desafio a que os
institutos de estatística responderam com eficácia. Na década de 80, os suportes
à difusão foram evoluindo da microficha e banda magnética para as disquetes e
tapes. No início dos anos 90 começaram a aparecer o CD-ROM com
informação estatística e a possibilidade de se aceder a bases de dados on-line.
Actualmente, as novas Tecnologias colocam novos desafios aos difusores de
informação estatística, que poderão constituir alternativas aos meios utilizados.
Os SIG são uma tecnologia em grande expansão nos últimos anos,
possibilitando a integração de dados e informação geo-referenciada. Os
desenvolvimentos nestas áreas poderão incrementar a difusão da informação
estatística sob a forma de cartogramas.
SIG
O desenvolvimento de aplicações multimédia que integrem dados estatísticos
associados a imagem e som disponíveis em CD-ROM ou através de acessos on-
line podem constituir também um novo meio de difusão.
Aplicações Multimédia
A Internet pode constituir um meio privilegiado para difusão de informação
estatística, possibilitando aos institutos de estatística não só difundir a sua
informação por um vasto número de potenciais utilizadores, com preços de
Internet
__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 55
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
distribuição quase nulos como também abrir perspectivas de comercialização
futura. Na Internet podem coexistir bases de dados, SIG, aplicações multimédia
e todo um conjunto de serviços, como já foi referido anteriormente.
Segundo Christian Guittet [Guittet 95], a difusão de informação estatística
utilizando as novas Tecnologias deve seguir um conjunto de princípios básicos:
A informação a difundir deve ser independente do meio físico utilizado. Quer
seja em papel ou em CD-ROM, a filosofia básica de difusão deve manter-se,
apenas sujeita às limitações técnicas do meio utilizado.
Independente do meio físico
Ser flexível na satisfação dos utilizadores, proporcionando-lhe formatos
diversificados que sejam compatíveis com os que ele utiliza. Adoptar de
preferência produtos standards (MS-DOS, MS-Windows , UNIX, entre outros).
A adopção de novos meios não significa o abandono total dos existentes.
Flexível
Ter uma relação amigável (user-friendly) com todos os utilizadores, apoiando
de igual modo o especialista em novas Tecnologias e o utilizador que tem
dificuldades em manusear os programas no computador.
User-friendly
Deve evitar colar-se às Tecnologias do presente. A enorme rapidez da evolução
tecnológica implica a adopção de esquemas modulares para simplificar os
futuros desenvolvimentos em relação às mudanças do meio.
Adopção de esquemas modulares
Vantagens da Difusão na Internet
A difusão de informação estatística na Internet apresenta vantagens
significativas em relação a outros meios de difusão:
A capacidade multimédia do WWW permite que este possa ser visto como um
meio privilegiado de promoção, divulgando os catálogos de produtos e serviços
__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 56
Promoção
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
(sem incorrer em despesas como a impressão gráfica, publicidade e portes de
correio) como se tratasse de uma "montra virtual" acessível de qualquer parte
do mundo. Além dos catálogos de produtos, podem incluir-se formulários de
encomenda, possibilitando aos potenciais clientes o seu preenchimento e envio.
Melhorar o serviço aos clientes
Possibilidade de melhorar o serviço aos clientes através do correio electrónico
permitindo responder a perguntas, receber comentários e sugestões. A inclusão
na Web de páginas com as perguntas mais frequentes e as suas respostas, para
apoio a dúvidas simples e rotineiras é certamente mais eficiente e barato do que
a utilização de pessoal de apoio, libertando esse mesmo pessoal para outras
tarefas.
Mailing List A constituição de uma lista de endereços (Mailing List) dos subscritores dos
seus serviços facilita a divulgação de novos produtos e serviços.
Permitir acessos geograficamente dispersos. Populações do interior e de zonas
afastadas das fontes de informação passam a ter acesso de forma igual à
informação, eliminando um importante factor de atraso no desenvolvimento.
Acessos dispersos
A presença de um servidor na Internet, permite o acesso rápido e barato à
informação ininterruptamente 24 horas por dia e 7 dias por semana.
A informação no WWW pode aparecer em formatos diversos, legíveis por
qualquer cliente: texto, gráficos, tabelas e imagens.
Formatos diversos
Na Internet é possível disponibilizar o acesso a bases de dados de informação
estatística permitindo não só a consulta mas também a exportação dos dados
para o computador cliente (download) em vários tipos de formatos.
Coexistência de serviços
__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 57
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Podem coexistir na Internet bases de dados de informação estatística, SIG,
aplicações multimédia e todo um conjunto de serviços, como já foi referido
anteriormente.
Limitações e Dificuldades
Existem contudo algumas limitações na utilização da Internet, de entre as quais
podemos destacar:
Limitações a nível da rede
Limitações a nível de rede - As velocidades e largura de banda das redes de
comunicação não são as mesmas em todos os países. No caso de Portugal a
navegação é fortemente limitada não só pela velocidade de transmissão como
pela largura de banda, o que implica tempos de espera consideráveis na
transferência de ficheiros volumosos e no carregamento de gráficos e imagens.
Não estando as redes preparadas para o crescimento exponencial do número de
utilizadores que se tem verificado nos últimos dois anos, o excesso de tráfego
de informação provoca por vezes afunilamentos que implicam também tempos
de espera consideráveis na recepção da informação.
Excesso de tráfego
As empresas que proporcionam o acesso à Internet (Internet Service Providers)
não cobrem todas as áreas possíveis, nem todos os locais dispõem de nós de
acesso o que implica que nem todos os utilizadores beneficiam do acesso ao
preço de uma chamada local.
Existem algumas limitações técnicas da própria linguagem HTML. Por
exemplo só a partir da versão 3.0 foi possível construir tabelas.
Limitações técnicas
Existem ainda problemas de segurança, nomeadamente nas transacções
comerciais, que não são 100 % seguras.
Problemas de segurança
__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 58
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
A Internet é ineficaz para a difusão de grandes volumes de informação sendo
preferível utilizar o CD-ROM. Um CD-ROM tem capacidade para armazenar
650 Mbytes. A transferência do mesmo volume de informação através de FTP é
uma tarefa demorada, dependendo das capacidades e velocidades da rede e
adicionalmente do espaço em disco para armazenar essa informação no sistema
do utilizador.
Grandes volumes de informação
Ao disponibilizarmos grandes quantidades de informação estatística na Internet,
dá-se a possibilidade de acesso a milhões de potenciais utilizadores. São
enormes os benefícios em termos de distribuição mas as implicações
conceptuais poderão também ser significativas e provavelmente muito
problemáticas. A possibilidade de utilizar ferramentas de pesquisa, realizar
“querys” a bases de dados multi-dimensionais (tempo, região, sectores..) pode
permitir ao utilizador detectar inconsistências nos dados. Para obviar estes
problemas é necessário estruturar de forma adequada toda a informação a
colocar disponível na rede.
Detectar inconsistências
Bases de Dados na Internet
A apresentação dos dados no WWW pode realizar-se com dois tipos de
páginas: estáticas e dinâmicas.
A maior parte da informação estatística disponível no WWW quer sob a forma
de tabelas, gráficos ou texto são páginas estáticas. Cada página é preparada
manualmente, ou usando ferramentas de edição de documentos, em linguagem
HTML e armazenada no servidor de Web, onde estão acessíveis.
Páginas estáticas
As páginas geradas no momento em que o utilizador as acede através de
programas específicos (gateways) designam-se por páginas dinâmicas. Essa
possibilidade pode permitir fazer interrogações (querys) em tempo real a uma
base de dados e visualizar a resposta em páginas HTML.
Páginas dinâmicas
__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 59
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
CGI
Os programas Common Gateway Interface (CGI) permitem fazer o interface
entre o servidor WWW e os repositórios de dados (Sistemas de Gestão de Bases
de Dados, sistemas de ficheiros e SIG). Os fornecedores de informação podem
construir programas CGI que processem os pedidos obtidos dos utilizadores,
aceder a uma base de dados e converter a resposta no formato HTML.
Os INE’s que já dispunham de bases de dados on-line como meio de difusão e
de comercialização de informação estatística não necessitarão de um grande
investimento na transição para a Internet. Necessitam desenvolver programas
CGI que façam o interface entre o WWW e as bases de dados, já existentes.
É necessário mencionar alguns aspectos a ter em atenção na disponibilização de
acesso a bases de dados no WWW.
O desenho dos interfaces devem ser orientados na perspectiva orientado do
utilizador, constituindo soluções amigáveis (user-friendly), diminuindo em
complexidade e aumentando em flexibilidade [Sundgren 95].
Desenho de interfaces
É imprescindível a inclusão de meta-informação associada aos dados. Por
meta-informação entende-se “informação sobre informação”, isto é, descrição,
metodologia e conceitos associados às variáveis estatísticas, que possibilitem
ao utilizador falar a mesma linguagem do estaticista.
Meta-informação
Introduzir ferramentas que permitam ao utilizador pouco familiarizado com a
estruturação da informação estatística efectuar pesquisas por palavra-chave. Pesquisas por palavra-chave
Incluir meios técnicos que permitam salvaguardar o princípio do segredo
estatístico quer na disponibilização de dados agregados (macrodados) quer na
de dados primários individuais (microdados).
Salvaguar segredo estatístico
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Navegando pelas Estatísticas do Mundo
Em 1994, alguns INE’s, como o canadiano, o Bureau of Census (EUA) e o
holandês, acompanhando o crescimento da Internet, foram pioneiros na sua
utilização como meio de divulgação de informação estatística. Actualmente os
institutos de estatística de cerca de três dezenas de países já disponibilizam
informação na Internet.
Que Informação Estatística no WWW?
Poderemos catalogar a informação disponível nos servidores dos institutos
nacionais de estatística em quatro categorias de informação: apresentação,
promocional, estatística e adicional.
A informação de apresentação inclui a informação de carácter geral
normalmente dando a conhecer a natureza do Sistema Estatístico Nacional
(SEN), Órgãos do SEN, Ordenamento jurídico/legislação do SEN/INE,
enquadramento do INE no SEN, Organização do INE e Locais de atendimento.
Informação de apresentação
A informação promocional inclui informação sobre: Informação promocional • Os produtos de difusão (os catálogos de publicações, a informação
disponível em disquetes, tapes, CD-ROM, Videotexto, on-line)
• Comunicados de Imprensa (Press-releases), Folhas de Informação Rápida,
novidades
• Perguntas mais frequentes (Frenquenty Asked Questions), formulação de
perguntas (Helpline) e comentários através de correio electrónico.
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
A informação estatística corresponde aos dados estatísticos propriamente ditos: Informação estatística • Estatísticas básicas - apresentadas sob a forma de tabelas, gráficos, figuras
ou cartogramas
• Acesso a Base de dados de Microdados, Macrodados e Meta-informação.
Pode incluir SIG.
Na informação adicional podemos incluir informação relacionada com as
estatísticas:
Informação adicional
• Ligação a outros servidores de outros institutos, instituições, universidades,
escolas ou grupos de interesse no campo da Estatística
• Eventos/Acontecimentos como meetings, feiras, seminários, workshops,
subordinados a temas relacionados com a Estatística
• Artigos ou documentação técnica sobre tratamento e sobre informação
estatística.
Em relação à informação disponível nota-se que a maior parte tem sempre
versões bilingues: inglês e a língua de origem. Nalguns casos, somente a
informação promocional vem em inglês.
Estratégias de evolução
Da observação realizada ao longo de um ano de navegações através dos sites
dos institutos de estatística, pode caracterizar-se a sua evolução sob dois
aspectos: técnico e na perspectiva comercial.
__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 62
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Nos aspectos técnicos, as funcionalidades e melhorias verificadas nos
servidores Web dos institutos de estatística acompanharam as evoluções
tecnológicas:
Aspectos técnicos
• A estruturação da informação em termos de organização e formatos dos
ficheiros começou a ser normalizada
• A estrutura das páginas e as facilidades de navegação melhoraram com as
novas versões da linguagem HTML. A possibilidade de inclusão de quadros
e tabelas permitiram aumentar as qualidades de design das mesmas
• A utilização de páginas dinâmicas e o acesso através de CGI a bases de
dados de informação estatística e geográfica
• A possibilidade de download de páginas em formatos standards de
impressão e de conversão: Postscript, PDF, RTF.
A evolução numa perspectiva comercial tal como nos ciclos de vida de um
produto analisados de uma perspectiva de marketing podemos destacar quatro
fases: nascimento, desenvolvimento, maturidade e declínio.
Perspectiva comercial
Na fase de nascimento, a maior parte dos institutos concebeu as suas páginas
numa perspectiva promocional. No fundo, para afirmar: “estou presente na
Internet!” Disponibilizaram a informação de apresentação, promocional e
alguma informação estatística básica para criar apetência para o produto. Cada
instituto pretendia mostrar ao mundo, porque a Internet é uma ligação global, a
sua história, o funcionamento do seu Sistema Estatístico, um pouco das suas
estatísticas, divulgando os seus produtos e aproximar-se dos seus utilizadores
recebendo comentários, sugestões e solicitações dos mesmos através do correio
electrónico.
Dependendo do SEN de cada país e das suas políticas de comercialização,
numa segunda fase inicia-se a comercialização de informação estatística.
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Através de subscrição aos utilizadores é-lhes conferida uma chave de acesso a
bases de dados de informação estatística agregada e nalguns casos também a
informação geográfica.
Actualmente ainda nenhum instituto atingiu a maturidade na perspectiva da
comercialização. Uma das principais razões deve-se aos problemas de
segurança ainda existentes, não garantindo uma eficiência a 100% nas
transacções comerciais.
Projectos Significativos
Com base nas navegações efectuadas pelos institutos de estatística, caracterizar
individualmente cada um deles, torna-se nalguns casos uma tarefa extensa e
repetitiva. Pode caracterizar-se em traços gerais a realidade em cada um dos
cinco continentes por países e em seguida destacar alguns dos projectos que
parecem mais significativos no âmbito da difusão de informação estatística na
Internet. O critério de selecção com maior peso é a possibilidade de acesso a
bases de dados.
Europa
Os países do Leste (Bulgária, Polónia, Eslovénia, República Checa) só este ano
disponibilizaram as suas primeiras páginas no WWW, na sua maior parte são
informação de apresentação e referência a produtos disponíveis.
Nos países da Comunidade Europeia, quase todos disponibilizaram as suas
primeiras páginas no WWW em 1994 e 1995 (à excepção da Dinamarca, só este
ano) possuindo actualmente na sua maior parte informação de apresentação e
promocional e estatísticas básicas. De um modo geral apresentam páginas de
excelente qualidade técnica. Podemos destacar os institutos da Holanda e
Inglaterra por permitirem acessos a bases de dados.
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
América
Os países da América do Norte (EUA e Canadá), foram pioneiros na utilização
da Internet como meio privilegiado de difusão de informação estatística. Estes
projectos serão objectos de análise mais detalhada.
Nos países da América Central e do Sul destacamos respectivamente o México
e o Brasil, que também possibilitam o acesso a bases de dados. Além destes é
de realçar a excelente qualidade do projecto do Instituto de Estatística da
Argentina (INDEC8) não incluído nos projectos a analisar com mais detalhe,
por o acesso à bases de dados estar ainda em desenvolvimento.
Ásia
Nenhum dos INE’s observados (Japão, Taiwan, Indonésia, Singapura) dispunha
de acesso a base de dados. A informação incluída corresponde ao da
generalidade dos outros institutos: apresentação, promocional e estatísticas
básicas.
África
Consequência do atraso tecnológico desta região do globo somente o Instituto
de Estatística da África do Sul (CSS9) disponibiliza, desde o final de Julho
deste ano, páginas de informação de carácter geral no WWW.
Oceânia
Os Institutos de Estatística da Nova Zelândia e Austrália, muitas vezes
apontados como os mais evoluídos estatisticamente, a par do Statistics Canada,
apresentam informação de carácter geral. Não dispõem ainda de acesso a bases
de dados. É interessante notar a informação adicional, principalmente artigos
8 INDEC - Instituto Nacional de Estadística y Censos 9 CSS - Central Statistical Service
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
científicos no campo da estatística, que o instituto australiano (ABS10)
disponibiliza.
Organizações
Podemos referir algumas organizações internacionais que se encontram ligadas
à Estatística e que podem ser acedidas na Internet se bem que não
disponibilizem informação estatística: EUROSTAT11, OECD12, UN/ECE13,
ISI14.
Holanda (CBS15)
O Sistema Estatístico Holandês é completamente centralizado. Praticamente
toda a informação estatística é produzida e difundida pelo CBS. O CBS não tem
Direcções Regionais, está repartido por duas localidades (Voorburg e Heerlen),
com o único intuito de distribuir geograficamente as oportunidades de emprego
[Vilares 93].
O CBS disponibiliza no seu site no WWW16 informação de apresentação,
informação promocional e algumas estatísticas básicas com tabelas, figuras e
gráficos. Desde 1 Agosto de 1996, existe disponível o acesso à base de dados
STATline que contém um vasto conjunto de informação estatística agregada
sobre a Holanda.
10 ABS - Australian Bureau of Statistics 11 EUROSTAT - The Statistical Office of the European Communities 12 OECD - Organization for Economic Co-operation and Development 13 UN/ECE - United Nations Economic Commission for Europe /Statistical Division 14 ISI - International Statistical Institute 15 CBS - Central Bureau of Statistics 16 http://www.cbs.nl
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STATline17
Esta base de dados disponível no WWW vem dar continuidade aos projectos de
difusão de informação estatística anteriormente desenvolvidos pelo CBS, como
o STATview e o acesso on-line ao STATline (fora da Internet).
Os elementos básicos da base de dados STATline são as publicações. Podemos
distinguir três categorias de publicações:
• Matriz - São tabelas multi-dimensionais realizadas a pedido e apresentadas
sob a forma de quadros em páginas dinâmicas HTML. Segundo Wouter J.
Keller [Keller 96] numa matriz multi-dimensional (cubicles) uma dimensão
pode reflectir um conjunto de variáveis (p. ex. número de empregados, lucro,
preços), uma segunda o eixo dos tempos (p. ex. anos e meses), enquanto
outras dimensões correspondem às varias classificações (ramos de
actividades, regiões, entre outras). Os itens dentro da matriz reflectem as
medidas (número de) de uma certa variável (empregado) no domínio
definido pelo cruzamento das categorias do outro eixo (na indústria x na
região y no tempo t).
Matriz
• Tabelas pré-definidas - Estas tabelas correspondem aos quadros estatísticos
disponíveis nas publicações em papel tal como os Anuários Estatísticos.
Podem seleccionar-se uma ou mais tabelas, visualizá-las ou importá-las para
uma folha de cálculo (Quattro Pro ou Excel).
Tabelas pré-definidas
• Texto - Incluem a informação promocional: comunicados de imprensa e
catálogos de publicações disponíveis.
Texto
A procura da informação pode realizar-se de duas formas: Procura de informação
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
• Selecção directa da publicação, no caso do utilizador conhecer a sua
localização, ou procurando através das listas disponíveis
• Procura por palavra-chave.
A organização das publicações é feita por grupos, contendo cada um deles
matrizes, tabelas e texto.
A selecção mais complexa é por matriz, necessitando definir os vários itens de
cada dimensão. As tabelas são realizadas sobre informação agregada, ou seja
mesmo no caso de selecção de matrizes de publicações só podem seleccionar-se
itens pré-definidos e os cruzamentos de variáveis previamente concebidas.
Selecção
Existe também meta-informação disponível, podendo referir-se ao total da
matriz, aos eixos e às suas variáveis e categorias, e aos itens individuais dentro
da matriz. Alguns problemas referentes à meta-informação surgem nas
definições de variáveis ou categorias que podem variar através do domínio, em
particular do tempo. Outros problemas similares surgem em certos itens que
somente estão disponíveis para certas categorias e níveis de classificação,
impossibilitando algumas comparações.
Meta-informação
Se o utilizador não faz a menor ideia onde encontrar a informação que procura
pode inserir uma palavra-chave. O sistema devolve ao utilizador a lista das
publicações onde essa palavra se encontra, sob a forma de ligações (links), que
este pode seleccionar.
Palavra-chave
Ao utilizador é permitido aceder a cerca de 1 Gigabyte de informação
estatística gratuitamente. Está no entanto limitado ao download de 250 Kbytes
de dados. Toda a informação contida na base de dados encontra-se disponível
em CD-ROM.
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17 Informações do projecto foram compiladas a partir do site WWW do CBS
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
A solução técnica para disponibilizar a base de dados STATline na Internet
incluiu a utilização de um CGI e um interface especial desenvolvido no CBS a
que foi dado o nome de WITCH (Figura 2). De cada vez que o utilizador
requisita dados, o Witch transforma o pedido numa query para o STATline e
gera na resposta uma página em HTML. Para visualizar as páginas o utilizador
necessita utilizar um browser que suporte tabelas.
Solução técnica
Fonte: [Keller 96]
Figura 2 - Ligações ao STATline
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
O STATline ainda se encontra em fase de testes, apresentando problemas para
tabelas com grandes volumes de dados. A informação estatística está somente
em holandês, o que dificulta a compreensão dos conteúdos.
Reino Unido (ONS18)
O Sistema Estatístico Nacional do Reino Unido é descentralizado e compreende
mais de 20 serviços de estatística em diferentes departamentos governamentais
[Vilares 93]. O ONS resultou da fusão, em 1 de Abril de 1996, do “Central
Statistical Office” (CSO) e do “Office of Population Censuses and Surveys”
(OPCS).
O ONS disponibiliza no seu site WWW19, à semelhança de outros institutos,
informação de apresentação, promocional e algumas estatísticas básicas.
Permite aceder uma base de dados estatística ONS Databank.
ONS Data Bank20
O ONS Data Bank é uma base de dados com cerca de 55.000 série temporais.
Se considerarmos as combinações de algumas séries que podem ser mensais,
trimestrais ou anuais, o seu número total pode ascender a 75.000. Os dados
disponíveis cobrem os principais indicadores e muitas das séries estatísticas
publicadas nas séries económicas e financeiras.
Para poder aceder à base de dados, é necessário utilizar um software específico
Navidata, desenvolvido pelo ONS. Este software permite de um modo fácil
manipular e comparar dados, construir quadros e gráficos. Adicionalmente os
dados podem ser exportados para outras ferramentas como processadores de
18 ONS - Office for National Statistics 19 http://www.emap.com/ons 20 Informações do projecto foram compiladas a partir do site WWW do ONS
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
texto e folhas de cálculo. O Navidata encontra-se disponível para download no
site WWW do ONS.
O acesso a este serviço faz-se por subscrição. Ao subscrever o serviço o
utilizador recebe um user-id/password com o qual se identifica perante o
sistema.
Não foi possível analisar em detalhe o seu funcionamento pelo facto de não ser
subscritor.
Canadá (SC21)
O Canadá tem um Sistema Estatístico centralizado funcionalmente no qual, o
órgão central de Estatística, o SC, tem a principal responsabilidade de servir as
necessidades estatísticas do país. A maioria das estatísticas oficiais são
produzidas e difundidas pelo SC que está geograficamente descentralizado: os
serviços centrais estão em Otawa e possui oito Direcções Regionais através do
Canada. O Statistics Canada é considerado como um dos melhores institutos de
estatística do Mundo sendo também pioneiro na comercialização de informação
estatística [Vilares 93].
O SC vende anualmente cerca de 1,2 milhões de publicações, recebe cerca de
1,3 milhões de pedidos de informação e responde a cerca de 400.000
telefonemas22.
O SC foi pioneiro na difusão de informação estatística na Internet. Em
Fevereiro de 1994 tem o seu próprio servidor ligado à Internet. Começa por
21 SC - Statistics Canada 22 Estas informações e as seguintes foram compiladas a partir do site WWW do SC
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
disponibilizar um serviço gopher (sistema de acesso a informação orientado por
menus) e em Fevereiro de 1995 adere ao WWW.
O SC disponibiliza no seu site WWW23 um dos mais completos conjuntos de
produtos e serviços:
• Informação de apresentação
• Informação promocional, que para além da promoção dos seus produtos e
das perguntas mais frequentes, inclui a publicação de um jornal diário sobre
estatísticas - Daily
• Informação adicional que inclui um conjunto significativo de artigos
científicos sobre Estatística
• Disponibiliza estatísticas básicas e uma base de dados de séries temporais -
CANSIM24.
O SC lançou este ano mais um grande projecto baseado na Internet - o “Data
Liberation Initiative” (DLI), que possibilita às instituições académicas o acesso
aos seus ficheiros e bases de dados estatísticas para investigação e ensino
[Boyko 96]. As instituições através de uma subscrição anual permitem aos seus
estudantes e professores o acesso, através da Internet, a um vasto repositório de
informação estatística, que inclui ficheiros de microdados, de informação
geográfica e as bases de dados CANSIM, Censos e Comércio Externo. O
acordo entre as instituições e o SC limita a utilização destes ficheiros
exclusivamente para o ensino e investigação, impedindo a sua comercialização.
CANSIM
CANSIM é uma base de dados que contém mais de 650.000 séries temporais,
agrupadas em cerca de 8.000 matrizes (Figura 3).
23 http://www.statcan.ca 24 CANSIM - Canadian Socio-Economic Information Management System
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Fonte: http://www.statcan.ca
Figura 3 - Arquitectura da Base de dados CANSIM
Uma série tempora da base de dados CANSIM pode ser acedida de quatro
formas:
• Por especificação directa de um ou mais códigos numéricos da série
temporal
• Especificando o número de matriz e seleccionar uma ou mais séries
temporais a partir da lista disponível
• Utilizando a pesquisa por palavra-chave, que funciona até ao nível de matriz.
De entre a lista de matrizes seleccionar a que lhe interessa. Dentro da matriz
escolhida seleccionar a série ou séries pretendidas (a partir da lista)
• Utilizando a Lista de Áreas e Temas que permite identificar os números de
matrizes. As fases seguintes processam-se do mesmo modo que na opção
anterior.
Os resultados das pesquisas podem aparecer sob a forma de páginas HTML,
formato tabela ou pode fazer-se o download do ficheiro.
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
A solução técnica para disponibilizar a base de dados CANSIM na Internet
incluiu a utilização de um CGI e um interface especial (scripts escritos em
PERL) desenvolvido no SC.
Solução técnica
Estados Unidos (USBC25)
O sistema Estatístico dos EUA é descentralizado, não existe mesmo um
organismo central de estatística. Oito departamentos do Governo Federal
dispõem de serviços de estatística:
• O Serviço de Estatísticas da Agricultura (Departamento da Agricultura)
• O “Bureau of Economyc Analisys” e o “Bureau of Census” (Comércio)
• O Centro de Estatística da Educação (Educação)
• A Administração de Informação sobre Energia (Energia)
• O Centro de Estatísticas da Saúde (Saúde e Serviços Humanos)
• O Bureau of Labour Statistics (Trabalho)
• O Centro de Estatísticas da Distribuição do Rendimento e Serviço de
Rendimento Interno (Tesouro)
• O Serviço de Estatística da Justiça (Justiça).
Estas agências operam na base de estatutos separados. O Serviço de Gestão e
Orçamento (OMB) é responsável, de acordo com a Lei de procedimentos
contabilísticos e orçamentais, pela coordenação global e orientação da política
da actividade estatística.
Os Estados Unidos estão entre os países onde é mais importante a actividade
privada na área de estatística [Vilares 93]. De entre os vários serviços de
estatística dos EUA optou-se por apresentar os projectos do Bureau of Census.
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25 USBC - United States Bureau of Census
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
O USBC foi pioneiro em Janeiro de 1994, na disponibilização de informação
estatística na Internet. O seu site no WWW26 já ganhou alguns prémios, tendo
sido incluído na lista dos top 100 da revista PC Magazine [Kavaliunas 96].
No ano passado, o site tinha à volta de 250.000 acessos por mês. Actualmente,
o mesmo número é atingido em 2 dias e os utilizadores fazem o download de
cerca de 10.000 ficheiros por dia. Estes números mostram a forma como os
utilizadores tradicionais aceitaram com agrado a utilização da Internet como um
outro meio de difusão.
Um inquérito sobre como pretendiam futuramente aceder aos dados, conduzido
na Primavera de 1995 aos utilizadores habituais (não da Internet) do USCB,
mostrou que 79% pretendem utilizar a Internet, 77% o CD-ROM e 64% o
suporte papel. Estes valores mostram que o mesmo utilizador pode optar em
simultâneo pelos três meios possíveis, os quais não se substituem, antes se
complementam. Num inquérito do mesmo tipo conduzido em 1993, somente
3% dos utilizadores dava preferência à difusão on-line [Kavaliunas 96].
Além da informação de apresentação e promocional o USCB possibilita o
acesso a um vasto repositório de informação não só estatística como também
geográfica. O acesso à informação é facilitado por uma grande variedade de
sistemas27: Datamap, 1990 Census Lookup, Tiger Map Server e Data Extraction
System.
O sistema DataMap permite o acesso a mapas contendo dados sobre unidades
geográficas administrativas, os estados e os distritos.
DataMap
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26 http://www.census.gov 27 Informações dos projectos foram compiladas a partir do site WWW do USCB
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
O sistema 1990 Census Lookup permite aceder a informação dos Censos de
1990 em cerca de 300 CD-ROMS.
Census Lookup
O Tigger Mapping Service possibilita o acesso a uma base de dados de
informação geográfica que contém mapas digitalizados de todas as áreas do
país (em maior ou menor detalhe). Utilizando estes mapas e a informação
estatística disponível o próprio utilizador pode criar os seus próprios mapas
temáticos.
Tigger Mapping Service
O Data Extraction System é um sistema geral de extracção de dados não
confidenciais, a partir de um vasto repositório. Estão disponíveis vários tipos de
formatos (SAS,XLS e ASCII, entre outros) e a extracção é feita por FTP.
Data Extraction System
Para recuperar alguns custos associados à manutenção do site na Internet, o
USCB lançou o CenStats, um serviço electrónico por subscrição (Electronic
Subscrition Service) [Kavaliunas 96].
CenStats
CenStats
A implementação deste serviço desenvolve-se em três fases:
Numa primeira fase (concluída) disponibilizar no WWW todas as publicações
editadas, desde 1 Janeiro de 1996, no formato Adobe PDF, que possibilita ao
utilizador não só uma boa qualidade na visualização no écran como na
impressão posterior das páginas.
Numa segunda fase, ainda em desenvolvimento, o USCB pretende possibilitar
ao utilizador a manipulação e extracção de dados, acedendo a sistemas
similares aos já existentes Datamap, Census Lookup e Tigger Map Services.
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Numa terceira fase prevê-se uma cobrança on-line pela extracção e tabulação
dos dados de acordo com as especificações.
A primeira fase de acesso ao serviço é livre durante um período inicial de
testes. Após essa fase a taxa de subscrição inicial para utilizadores individuais
custará cerca de $50 por trimestre e $150 por ano. Para empresas com acesso
ilimitado (até 200 acessos em simultâneo) o valor anual será de $500.
Brasil (IBGE28)
O IBGE disponibiliza no seu site WWW29, à semelhança de outros institutos,
informação de apresentação, promocional e algumas estatísticas básicas.
Possibilita através de um serviço FTP a transferência de ficheiros contendo
mapas, tabelas, meta-informação (conceitos, definições e classificações).
Permite aceder uma base de dados estatística SIDRA II, que ainda se encontra
numa fase experimental.
SIDRA II30
Esta Base de Dados tem dados estatísticos e geocientíficos das principais
pesquisas produzidas pelo IBGE. Nesta fase de testes apenas contempla as
pesquisas conjunturais e parte do Censo Demográfico de 1991.
Este serviço permite ao utilizador construir quadros estatísticos com a
informação seleccionada. A selecção é feita hierarquicamente por Tema,
Variável, Cruzamentos e Categorias (dentro da variável), a partir de listas pré-
definidas. Após esta selecção o utilizador pode escolher a Unidade Geográfica
e as Unidades Temporais (se existirem) dentro das listas disponíveis.
28 IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas 29 http://www.ibge.gov.br
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Ao utilizador é dada a possibilidade de definir a apresentação da tabela de
dados. Permite definir o que fica em linha e em coluna e a ordem de quebra das
Variáveis, Categorias, Unidades Geográficas ou Unidades Temporais.
Permite inclusive fazer testes de ajustamento do quadro antes de o construir. É
sempre possível gravar a tabela de dados num formato que possibilite a futura
utilização em folha de cálculo. Verificaram-se alguns problemas em relação ao
carregamento de tabelas de grandes dimensões.
A solução técnica para disponibilizar a base de dados SIDRA II na Internet
incluiu a utilização de um CGI e um interface especial.
Não existe de momento qualquer tarifação por este serviço.
México (INEGI31)
O INEGI disponibiliza no seu site WWW32, à semelhança de outros institutos,
informação de apresentação, promocional e algumas estatísticas básicas.
Permite aceder a duas bases de dados estatísticas: de séries temporais
BDINEGI e um Sistema Municipal de Base de Dados (SIMBAD) com acesso a
informação geográfica.
BDINEGI33
A Base de dados BDINEGI, disponível desde 11 Junho 1996, contém mais de
20.000 séries temporais com informação económica do México: indicadores de
conjuntura, dados sectoriais sobre a indústria transformadora e construção,
emprego, comercio externo e índice de preços, entre outros temas.
30 Informações compiladas a partir do site WWW do IBGE 31 INEGI - Instituto Nacional de Estadistica Geografia e Informática 32 http://www.inegi.gob.mx 33 Informações compiladas a partir do site WWW do INEGI
__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 78
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 79
A selecção da informação é possibilitada através de um esquema hierárquico de
tema, sub-tema e variável. Dentro da variável seleccionam-se a(s) categoria(s)
desejadas. É possível depois seleccionar as Unidades Temporais a partir da lista
disponível. Após a selecção concluída, a informação é apresentada sob a forma
de tabela de dados ou sob a forma de gráfico.
Está sempre disponível meta-informação associada aos Temas, sub-temas e
variáveis.
Para possibilitar encontrar com mais facilidade uma determinada variável o
utilizador pode pesquisar por palavra-chave dentro de um tema pré-
seleccionado.
Durante os dois primeiros meses iniciais a consulta à Base de dados era livre de
encargos para os utilizadores. A partir dessa fase experimental o acesso é feito
por subscrição de um ano, podendo ser solicitada por e-mail.
SIMBAD
Esta base de dados disponibiliza cerca de 16.000 variáveis geradas a partir dos
Censos e do aproveitamento dos registos administrativos do país.
Permite consultar informação a nível nacional, estadual e municipal. Possibilita
a criação de mapas temáticos com as variáveis em análise.
O serviço dispõe de uma demonstração e quem pretender aderir pode fazê-lo
por subscrição anual.
CAPÍTULO III
PROTÓTIPO DE
UM SISTEMA DE DIFUSÃO
DO INE
NA INTERNET
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
III Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet
Retrospectiva
Na comemoração dos seus 60 anos, em 18 de Maio de 1995, o INE
disponibiliza as suas primeiras páginas na Internet.
Inicialmente alojada num servidor do Instituto Superior Técnico (IST), a
informação disponível referia-se essencialmente à apresentação do Sistema
Estatístico Nacional e do INE, da sua estrutura organizativa e locais de
atendimento.
Em Outubro de 1995 foram incluídas páginas WWW com informação
promocional: comunicados de imprensa, catálogo de publicações, perguntas
mais frequentes e as respectivas respostas. As estatísticas básicas que constam
da brochura de distribuição gratuita “Portugal em Números”, também
disponíveis no serviço Videotexto, constituiram as primeiras páginas com
informação estatística.
Dispondo de cerca de 50 páginas, o INE transferiu a sua informação para um
servidor do Centro Nacional de Informação Geográfica (CNIG), possibilitando
maior facilidade de acesso aos utilizadores.
No início de 1996 o INE adere aos serviços do operador público de
comunicação de dados (Telepac) e passou a dispôr de um domínio virtual.
__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet
82
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
A partir de Setembro de 1996, a informação é colocada num servidor próprio e
atribuído um domínio próprio ine.pt. Domínio próprio
Actualmente no site WWW do INE existem cerca de 200 páginas de
informação possíveis de consultar de qualquer parte do mundo, se bem que o
facto de não existir uma versão em Inglês pode desencorajar as consultas de
utilizadores estrangeiros. Além da informação disponível existe um serviço de
correio electrónico (mail) para troca de mensagens com os utilizadores,
possibilitando a resposta a questões e comentários dos mesmos.
Analisando as estatísticas de utilização do WWW do INE verificou-se uma
média de 30 acessos/dia nos meses de Maio e Junho de 1996. Cerca de 95% dos
utilizadores foram entidades portuguesas.
Não existem estatísticas do número de utilizadores da Internet em Portugal. As
estimativas indicam que com cerca de 650.000 computadores, o nosso país
representa cerca de 0,26% da capacidade computacional mundial, prevendo-se
que esse valor triplique nos próximos 5 anos. Possuindo um número de linhas
telefónicas estimado em 3,6 milhões, Portugal tem potencialidades para até ao
ano 2000 ter cerca de 1 milhão de utilizadores na Internet [Silva 96].
Ao analisar o crescimento da Internet verificado em todo o Mundo, apesar de
ser uma tecnologia recente, e atendendo às experiências de outros institutos
nacionais de estatísticas, a evolução aponta no sentido de que cada vez mais
utilizadores, também em Portugal, procurarão informação estatística na
Internet.
Adoptando o INE uma política de difusão orientada para o utilizador, prever as
suas necessidades constitui um dos seus maiores desafios. Nessa perspectiva,
apresenta-se um protótipo de um sistema de difusão de informação estatística
que permita dar continuidade ao já existente e evoluir no sentido de que a
__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet
83
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Internet funcione como um canal de comunicação directo entre o INE e os
utilizadores da informação estatística. A difusão de informação estatística
através da Internet, permitirá alargar o âmbito do sistema de informação
tradicional possibilitando um acesso mais eficaz e menos dispendioso.
O objectivo não será abandonar os outros meios de difusão já existentes, em
papel, disquetes, CD-ROM e serviço Videotexto, mas sim encontrar
alternativas numa política de difusão integrada.
__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet
84
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Objectivos do Projecto
Objectivos
Os objectivos principais do projecto, podem ser agrupados de acordo com dois
pontos de vista distintos.
Numa perspectiva da difusão da informação pretende-se: Perspectiva da difusão
• Disponibilizar aos utilizadores de uma forma orientada a consulta on-line de
informação estatística
• Flexibilidade no manuseamento da informação
• Facilidade e rapidez de actualização da informação
• Harmonização e coerência da informação
• Possibilidade de tarifação da informação a disponibilizar
• Permitir troca de mensagens com os utilizadores
• Segurança e restrições de acessos à informação.
Numa perspectiva técnica pretende-se criar um sistema informático que
respeite as seguintes características:
Perspectiva técnica
• Modular, adaptável à cada vez mais rápida obsolescência tecnológica
• Privilegie a utilização de produtos standard, aproveitando de cada um deles
as suas melhores características
• Com uma componente Interactiva que utilize um Graphical User Interface
(GUI), de modo a facilitar o diálogo dos utilizadores com o Sistema
• Manutenção de uma Base de Dados com a informação a disponibilizar
• Capacidade de ligação remota dos utilizadores a um ou mais servidores do
INE.
__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet
85
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Âmbitos
Utilizadores
Este sistema de difusão destinar-se-á a todo o tipo de utilizadores de
informação estatística. Apesar de não existirem estatísticas dos utilizadores do
INE que têm acesso à Internet é possível identificar os mercados potenciais.
A decisão do actual Ministro da Investigação Científica de, até ao final de
1996, possibilitar o acesso de todas as Universidades e escolas à Internet,
antevê um grande número de utilizadores de informação estatística para
investigação e estudo. A Internet pode proporcionar uma forma rápida e eficaz
de dar resposta ao aumento acentuado da procura de informação estatística por
parte das empresas, das instituições governamentais e do público em geral, não
só ao nível nacional como internacional.
Implementação faseada
A implementação do projecto deverá ser faseada no tempo:
Numa primeira fase preconiza-se a colocação de todas as publicações que o
INE disponibiliza em suporte papel durante o ano em páginas de hipertexto pré-
definidas na perspectiva dos quadros publicados. A informação estará
centralizada e disponível num servidor instalado no edifício sede.
Primeira fase
Segunda fase Na segunda fase prevê-se a constituição de uma base de dados de informação
disponível (publicada e não publicada). Com recurso ao CGI como interface
entre o servidor WWW e o motor de Base de dados, serão implementadas
funcionalidades de pesquisa e geração dinâmica de páginas sob a forma de
__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet
86
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
tabelas, gráficos e cartogramas. A informação estará fisicamente distribuída
pelos servidores das Direcções Regionais do INE.
Funcionalidades dos Serviços
Na óptica do utilizador, as funcionalidades dos Serviços a disponibilizar
apresentarão as seguintes características:
• Possibilidade de acesso remoto dos utilizadores a um ou vários servidores do
INE
• Permitir a troca de mensagens entre os utilizadores e o INE
• Permitir interrogar a Base de Dados através de pesquisas pré-definidas
• Consultar e importar a informação estatística disponível
• Permitir publicitar toda a informação a comercializar pelo INE.
__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet
87
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Sistema Organizativo
Informação a disponibilizar
Actualmente, está disponível no site WWW do INE (Figura 4) informação de
apresentação, promocional, estatística e adicional.
Figura 4 - Home-page actual do INE no WWW34
A Informação de Apresentação inclui informação de carácter geral dando a
conhecer o Sistema Estatístico Nacional, o Conselho Superior de Estatística, o
INE, a sua organização e os locais de atendimento.
Informação de Apresentação
__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet
88
34 http://www.ine.pt
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
A Informação Promocional inclui a informação sobre os produtos de difusão e
as formas de acesso à informação. O Catálogo de Publicações apresenta listas
das publicações editadas, informação disponível não publicada e os novos
suportes de informação. Está também acessível um conjunto de Perguntas mais
Frequentes que visam esclarecer alguns conceitos e metodologias utilizadas. As
Notas de Imprensa constituem informação sintética de interesse, principalmente
para a imprensa, sobre aspectos relevantes das estatísticas nas diversas áreas.
Informação Promocional
A Informação Estatística inclui um conjunto de 70 tabelas de estatísticas
básicas abarcando 12 Temas/Áreas Estatísticas.
Informação Estatística
A Informação Adicional inclui as ligações a outros servidores de institutos
nacionais de estatística de outros países, últimas actualizações e novos
projectos.
Informação Adicional
Com base no conhecimento adquirido com o sistema já instalado e
considerando a Internet um meio alternativo de difusão de informação
estatística, o INE, dispondo de vastos repositórios de informação, deve permitir
ao utilizador o acesso a um maior volume de informação. Nesse pressuposto e
também numa perspectiva de comercialização preconiza-se, como referido
atrás, a disponibilização da informação em duas fases.
Numa primeira fase a informação a disponibilizar incluirá, caso seja possível,
toda a informação estatística publicada (ou a publicar) desde o início deste ano.
A forma de apresentação será uma imagem dos quadros estatísticos publicados
em papel, estando também acessível a meta-informação associada: Notas de
síntese, Conceitos e Metodologias Estatísticas.
__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet
89
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Na fase 2 permitir-se-à o acesso a bases de dados contendo séries estatísticas de
informação agregada, apresentando as seguintes características:
• Agregações geográficas até ao limite de freguesia, salvaguardando o
princípio do segredo estatístico. Para unidades geográficas mais baixas só
através de pedido específico, saindo fora do âmbito deste protótipo
• Na preparação das séries, incluir toda a informação estatística publicada ou
não, pelo INE, desde 1990 (também para anos anteriores, se for possível)
• Formas de apresentação: quadros estatísticos, gráficos e cartogramas
• Incluir Meta-informação associada.
Estruturação da Informação
A informação a disponibilizar na primeira fase estará organizada à semelhança
dos Anuários Estatísticos publicados pelo INE, isto é, hierarquicamente
agrupada por Temas/Áreas Estatísticas e dentro destes por Sub-temas/Sub-áreas
que incluirão os quadros estatísticos disponíveis (Figura 5). A navegação será
direccionada para a obtenção de um determinado quadro estatístico.
Quadros estatísticos
Temas: 1. Território; 2.Demografia …
Sub-temas: 2.1. Estimativas da População; 2.2. Movimentos da População;..
Quadros: 2.1.1. Estimativas da População Residente segundo o sexo.
2.1.2 (.....)
Períodos de referência (opcional) : 1. 1991; 2. 1992; 3. (...)
Resultado: Estimativas da População Residente segundo o sexo, em 1991
Figura 5 - Exemplo da Estrutura da Informação na Fase 1
__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet
90
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Os quadros estatísticos são previamente preparados e desenhados em páginas
estáticas em formato tabela. Para que exista uniformização na sua apresentação
devem ser definidas regras de desenho das tabelas.
A segunda fase reveste-se de maior complexidade. Se na primeira fase os
trabalhos de preparação passam pela transformação dos formatos dos quadros
estatísticos já existentes para tabelas HTML, nesta fase é necessário preparar
bases de dados de séries estatísticas, que actualmente não existem no INE. Séries estatísticas
Nesta fase, ainda que o resultado final da selecção também dê origem a uma
tabela, é o utilizador que escolhe o seu conteúdo com base na informação
disponível e define a sua apresentação. A procura da informação será feita em
função da variável estatística enquanto na fase 1 era em função do quadro.
Na estruturação da informação que se aponta para a segunda fase deste
protótipo adopta-se uma metodologia próxima da utilizada pelo IBGE no seu
projecto SIDRA II35.
O objectivo da constituição de uma base de dados de informação agregada é
permitir o armazenamento de tabelas de dados agregados. As tabelas geradas
pelo sistema, tal como os quadros estatísticos que existem nas publicações, são
compostas por um conjunto de células de valores e de um conjunto de
descritivos dessas células.
Ao contrário do que se verifica com as tabelas das publicações, e em virtude do
conteúdo da tabela estar armazenado electronicamente e não em papel, não
existe limitação rígida do tamanho do cruzamento de dados a efectuar. Além
disso, as publicações estão limitadas no tempo e as próprias tabelas têm
variações ao longo dos anos de publicação.
__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet
91
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Ao armazenar uma tabela de dados agregados, é importante que exista a
possibilidade de descrever os dados, de modo a esclarecer os conceitos e
interpretações adoptadas. Um requisito fundamental do arquivo de séries de
dados temporais é armazenar em conjunto as células de dados e os descritivos
associados.
Chama-se a atenção que o conceito de tabela aqui adoptado corresponde a um
quadro estatístico, não sendo o mesmo de tabela de uma base de dados.
A informação encontra-se agrupada por Temas/Áreas Estatísticas e dentro
destes por Sub-temas/Sub-áreas. Hierarquicamente dependentes existem as
Variáveis, Cruzamentos, Classificações e Categorias.
Pode considerar-se a Variável como um item que pode apresentar um valor e a
que corresponde a valência de “campo”. Exemplos: População residente,
Indivíduos com mais de 10 anos, Índice de preços no consumidor.
Os Cruzamentos permitem definir o modo como são cruzadas as células da
tabela. Para a mesma variável podem definir-se um ou mais cruzamentos. Cada
Cruzamento é composto por um conjunto de Classificações. Cada Classificação
tem um conjunto de Categorias.
Por exemplo, para a variável População Residente podemos ter os seguintes
cruzamentos:
1. População residente por sexo
2. População residente por grupo etário e por estado civil
O Cruzamento 1 tem uma só Classificação que tem duas Categorias (Masculino
e Feminino). O Cruzamento 2 tem 2 Classificações (grupo etário e estado civil)
em que cada uma delas pode ter várias Categorias. 35 Conforme Capítulo II - Pág. 78
__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet
92
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Existem Variáveis que não têm cruzamentos na sua definição, o que ocorre, na
maior parte das vezes, com variáveis que correspondem a índices. Nestes casos,
a tabela possui apenas uma célula de dado.
Após a definição pelo utilizador da Variável e Cruzamento a pesquisar são
identificados os Níveis Geográficos sobre os quais existe a informação
pretendida.
O Nível Geográfico corresponde aos níveis dentro da hierarquia das Áreas
Geográficas. Temos duas estruturas hierárquicas possíveis:
• Divisão Administrativa - corresponde à divisão administrativa do País em
Continente, Açores e Madeira. Por sua vez essas Zonas estão divididas em
Distritos, estes em Concelhos que por sua vez se sub-dividem em
Freguesias.
• Nomenclatura das Unidades Territoriais para fins estatísticos (NUTS) -
Divisão do território nacional em regiões criada no âmbito da CEE (Decreto-
Lei Nº 46/89 de 15 de Fevereiro). A estrutura hierárquica é Nuts I, Nuts II,
Nuts III e Concelho. Os concelhos dentro das NUTS, em termos de área
física correspondem aos da Divisão Administrativa , a sua codificação é no
entanto diferente.
Cada nível geográfico tem uma ou mais unidades geográficas, que poderão ser
seleccionadas. Cada unidade corresponde a um “registo”. Exemplos: Freguesia
de Alvalade, Concelho de Oeiras ou Distrito de Portalegre.
Estão ainda disponíveis os períodos a que a informação se refere: Anual,
Semestral, Trimestral ou Mensal. Cada período temporal tem uma ou várias
unidades temporais que podem ser seleccionadas. Por exemplo para uma
__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet
93
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
determinada variável seleccionada anualmente pode existir informação
referente aos anos 1991, 1992 e seguintes.
O número máximo de células de uma tabela obtêm-se pelo produto cartesiano
do número de Classificações pelo número das suas Categorias por cada
unidade temporal e geográfica seleccionadas.
Dado que muitas vezes o utilizador não conhece os conceitos e metodologias
utilizadas no INE é necessário disponibilizar meta-informação sobre os Temas,
Sub-temas, Variáveis, Cruzamentos, Classificações e Categorias.
Pesquisa da Informação
A procura da informação poderá ser feita através da navegação pelos Temas,
Sub-temas, Títulos dos Quadros (fase1) ou as Variáveis e Cruzamentos (fase 2)
até chegar aos dados desejados.
No entanto, ao utilizador menos familiarizado com os termos estatísticos deve
dar-se a possibilidade de pesquisar por palavra-chave. Palavra- chave
Neste caso, o utilizador digita a(s) palavra(s)-chave em formulário apropriado.
O motor de pesquisa do sistema devolve uma lista dos títulos dos quadros
estatísticos (fase 1) ou variáveis (fase 2) em que encontrou a(s) palavra(s)
indicadas. O resultado aparece sob a forma de links a que o utilizador pode
aceder.
__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet
94
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Arquitectura Global do Sistema
Arquitectura Lógica
A arquitectura lógica do Sistema proposto é definida através de três elementos
conceptuais:
• Entidade Gestora
• Postos de Acesso
• Rede de Comunicação.
Entidade Gestora A Entidade Gestora terá como objectivos principais assegurar a criação, gestão
e manutenção do sistema de informação garantindo a sua actualização,
crescimento e dinamização.
Postos de Acesso Os Postos de Acesso têm como objectivo permitir aos utilizadores finais um
interface com o serviço que permite a consulta da informação. O número de
Postos de Acesso dependem do acordo com a Entidade Gestora.
A Rede de Comunicação estabelece o meio de comunicação entre os dois
elementos conceptuais
Rede de Comunicação
Funções
A Entidade Gestora será o INE que se responsabilizará pela:
• Coordenação do sistema de informação
• Actualização e selecção da informação a disponibilizar
• Gestão e atribuição de acessos aos Postos de Acesso
__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet
95
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
• Análise das estatísticas de utilização dos serviços.
Os Postos de Acesso serão operados pelos utilizadores finais e são propriedade
de cada uma das organizações/individuais que estejam ligados ao sistema. Um
Posto de Acesso será constituído por um equipamento com recursos de
hardware e software que suporte as transferências de informação e interface do
sistema informático a que vai aceder. O acesso é feito através da Rede de
Comunicação.
Arquitectura Funcional
O modelo de funcionamento deste sistema poderá ser dividido nos seguintes
componentes funcionais:
• Cliente - Representa todo o hardware e software disponíveis ao utilizador
final.
• Rede - Representa as funcionalidades de comunicação da rede física sobre a
qual é transportada a informação
• Serviço - Agrupa as funcionalidades de nível aplicacional
• Aplicação - Inclui a organização da informação e restrições de acesso
• Servidor - Inclui o armazenamento da informação nos aspectos físicos e
funcionais.
Na Figura 6 apresentam-se os módulos funcionais do sistema de uma forma
mais pormenorizada.
__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
CLIENTE
Dispositivos de I/O
Cliente Local
SERVIÇO
COMUNICAÇÃO
Autenticação do Cliente
Tarifação
Exportação
Actualização da Informação
Arquivo de Informação
Gestão de Tarifas
Tratamento da Informação
APLICAÇÃO
REDE
Protocolo de Transporte
Gestão da rede
Gestor de Pedidos
SGBD
SERVIDOR
Envio e Recepção de Mensagens
Figura 6 - Arquitectura funcional do sistema
Cliente O Subsistema Cliente inclui os mecanismos de interacção com o utilizador
final:
• Dispositivos de I/O - Incluem teclado/rato, écran e unidades de cópia
• Cliente Local - Inclui o software que permite a visualização e processamento
da informação no cliente
__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Rede O Subsistema de Rede possibilita as facilidades de comunicação com os outros
sub-sistemas:
• Protocolo de Transporte - Um conjunto de primitivas requeridas para o
transporte da informação (que inclui texto, imagens, sons e vídeo) com
qualidade entre dois pontos durante uma comunicação.
• Gestão da Rede - Engloba as funcionalidades de operação e quantificação de
utilização da rede
Serviço O Subsistema de Serviço permite disponibilizar um conjunto de
funcionalidades a nível aplicacional:
• Envio e Recepção de Mensagens - Funcionalidade que permite a troca de
mensagens entre cliente e servidor
• Autenticação do Cliente - Permite restringir o acesso à informação. Somente
os utilizadores definidos pela Entidade Gestora têm acesso a determinados
serviços
• Tarifação - Funcionalidade que permite disponibilizar um meio de
pagamento pelo serviço
• Exportação - Permite ao utilizador copiar a informação disponível para o
cliente
O Sub-sistema de Aplicação inclui todas as ferramentas que permitem fornecer
a informação pretendida pelo utilizador:
Aplicação
• Tratamento da Informação - Funcionalidades que suportam a apresentação
da informação ao utilizador bem como as interacções com os serviços
• Gestão de Tarifas - Permite fornecer informação sobre o custo do serviço
tendo em conta um conjunto de parâmetros a definir pela Entidade Gestora
• Arquivo de Informação - Responsável pelo armazenamento da informação
• Actualização da Informação - Componente funcional que permite efectuar a
manutenção e actualização da informação a disponibilizar.
__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Servidor O Sub-sistema de Servidor é responsável pela disponibilização dos dados ao
sistema:
• Gestor de Pedidos - Inclui a recepção, pesquisa e retorno da informação
requerida pelo utilizador
• Sistema de Gestão de Base de Dados (SGBD) - Sistema responsável pela
gestão da informação armazenada.
Arquitectura Física
A solução preconizada para este sistema irá assentar, como referimos atrás, na
arquitectura cliente-servidor, constituindo a Rede Internet o meio de ligação
entre o cliente e o servidor. Pretende-se apresentar um protótipo que viabilize
uma evolução significativa do serviço WWW do INE através de uma
abordagem descentralizada e cooperativa do seu desenvolvimento.
As Direcções Regionais e outras Unidades Orgânicas poderão dispor de uma
aplicação servidora WWW (servidor HTTPD), instalada em sistemas
departamentais que viabilizará o desenvolvimento descentralizado de páginas
HTML. Este desenvolvimento deverá obedecer a um conjunto de
procedimentos técnicos normalizadores.
Periodicamente, o conjunto de páginas desenvolvidas localmente nas Unidades
Orgânicas será colectado e unificado no servidor principal, através das
interconecções das redes existentes. Este servidor poderá ser acedido por
qualquer utilizador interno através de um browser (à semelhança do que
acontece na Internet) para verificações de conformidade. Logo que estejam
concluídas as verificações, a imagem da informação contida no servidor interno
é copiada para o servidor com acesso Internet (não conectado à rede do INE),
ficando disponível para os utilizadores externos.
Assim, são considerados os seguintes sub-sistemas:
__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
• Ambiente interno que corresponde à rede do INE, para o desenvolvimento
constante da solução
• Ambiente externo, com acesso à Internet, para a disponibilização aos
utilizadores.
O INE dispõe actualmente de 4 Direcções Regionais: Norte (Porto), Centro
(Coimbra), Lisboa e Vale do Tejo (Lisboa) e Alentejo (Évora). Na primeira fase
as páginas de informação pré-definida ficariam alojadas no equipamento já
existente (SUN Workstation) da Direcção Regional de Lisboa e Vale do Tejo
(DRLVT)). Este servidor já dispõe de ligação à Internet (Figura 7).
PC
Rede Internet
PC
Modem
Modem
Modem
Modem
Utilizador 1
Utilizador 2
Utilizador ... n
PC
PC
Modem
DRC(Acesso Individual)
(Acesso Individual)DRN
RDIS/64K(Acesso Básico)
Servidor
Router
Modem
PC
DRLVT
DRA
PC
(Acesso Individual)
Figura 7 - Arquitectura Física da Fase 1
Nesta fase as Direcções Regionais dispõem de acessos individuais para aceder à
Internet através de PCs isolados da rede do INE
__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet
100
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Na segunda fase (Figura 8) as bases de dados de informação podem estar
distribuídas por duas ou mais Direcções Regionais por forma a permitir maior
rapidez de acessos. A distribuição da informação pelos servidores das
Direcções Regionais será por Temas/Áreas Estatísticas. Cada DR tem um
acesso RDIS (a 64 Kbytes) para ligação à Internet.
PC
Rede Internet
PC
Modem
Modem
Modem
Utilizador 1
Utilizador 2
Utilizador ... n
DRCDRN
RDIS/64K
(Acesso Básico)
Servidor
Router
DRLVT
DRA
PC
Servidor
RDIS/64K(Acesso Básico)
RouterRouter
Servidor
Servidor
Router
RDIS/64K
RDIS/64K
(Acesso Básico)
(Acesso Básico)
Figura 8 - Arquitectura Física da Fase 2
__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet
101
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
A página de entrada (Home-page) para aceder à informação disponível é a
mesma para todos os utilizadores. Após a escolha do Tema Estatístico, de
forma transparente ao utilizador, os procedimentos seguintes serão realizados
no servidor que contém a informação do item seleccionado. O interface entre o
servidor WWW e as Bases de Dados é realizado por programas CGI, a
desenvolver internamente.
Requisitos do Sistema
Apresenta-se no esquema abaixo os requisitos para o funcionamento do
sistema.
Cliente Servidor
Aplicacional (4)
(Windows+Browser)
Aplicacional (4)
Browser
Oracle WEB/SERVER
SGBD Oracle
Comunicações (3)
Comunicações (3)
Sistema Operativo (2)
(Mono ou Multiposto)
Sistema Operativo (2)
(Multiposto)
Hardware (1) Hardware (1)
(1) Configuração Básica:
• PC 486 DX2 a 66 MHZ, 8 MB de
RAM
• Modem a 14 400 bps
• Linha de telefone
(1) Sistema base com características
multiposto e multitarefa.
Router - permite conexão entre a
rede Internet e o server
__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet
102
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
(2) Um dos Sistemas Operativos:
• DOS +Windows 3.1
• Windows NT
• Windows 95
• UNIX
(3) Suporte protocolo TCP/IP e
ligações Dial-up
(4) Browser em modo gráfico que
corra preferencialmente sobre o
Windows, como:
• Netscape Navigator
Microsoft Internet Explorer
(2) Software de Base com
características multiposto e
multitarefa.
Uma das seguintes plataformas:
• Windows NT
• UNIX
(3) Suporte de:
• TCP/IP
(4) O software aplicacional a
dsenvolver, com características
idênticas ao modelo STATline (do
CBS36).
Interface com o utilizador
Fase 1
Conforme foi referido atrás, a informação a disponibilizar nesta fase será
incluída
em páginas estáticas e pré-definidas.
O acesso à informação pretendida pode realizar-se de duas formas:
• Por navegação através da hierarquia seleccionando sucessivamente Tema,,
Sub-tema e Quadro
• Pesquisa por palavra-chave.
36 Confrome Capítulo II - Pág. 68
__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet
103
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
A selecção da informação inicia-se com a escolha de um Tema ou Área
Estatística (Figura 9).
Figura 9 - Página inicial de selecção de Tema Estatístico
Após a selecção do Tema o utilizador escolhe o Sub-tema (Figura 10).
__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet
104
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Figura 10 - Página de selecção de Sub-tema
A figura contém duas janelas (frames) que mostram a forma de selecção. No
lado esquerdo apresentam-se os links dos Temas Estatísticas. O lado direito
apresenta a lista dos Sub-temas do Tema Estatístico (na parte superior aparece o
Tema anteriormente seleccionado). No exemplo o utilizador seleccionou o
Tema 2 - Demografia, estando disponível a lista dos Sub-temas referentes a esta
Área Estatística.
Após a selecção do Sub-tema pretendido apresenta-se a página de selecção dos
Quadros disponíveis (Figura 11).
Figura 11 - Página de selecção do Quadro Estatístico
Nesta página aparece no lado esquerdo a lista de Sub-temas do Tema indicado
no topo da frame (seleccionado anteriormente). No lado direito está incluída a
lista dos quadros do Sub-tema seleccionado.
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105
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Os vários anos/meses disponíveis (unidades temporais) para um determinado
quadro aparecem referenciados em links entre parêntesis a seguir aos
descritivos dos quadros.
A apresentação do quadro é uma imagem da Publicação editada (Figura 12). No
caso de quadros de grandes dimensões (com muitas páginas), como o
carregamento total para o écran provocaria tempos de espera significativos para
o utilizador, podem partir-se em blocos. Uma forma de partição poderá ser por
Regiões (no caso de incluir referenciação geográfica) o que reduz o número de
páginas a apresentar de cada vez. Será também permitido o download das
páginas, em formato XLS, que possibilitam a sua reutilização noutras
aplicações.
Figura 12 - Página de apresentação do Quadro Estatístico seleccionado
A Meta-informação aparece sempre associada a cada um dos Temas, Sub-temas
e Quadros (Figura 13). Neste exemplo apresenta-se a página de Meta-
informação do Sub-tema Estimativas da População.
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106
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Figura 13 - Página de Meta-informação referente a um Sub-tema
Fase 2
Nesta fase, uma pesquisa encontra-se dividida em duas etapas: selecção do
conteúdo da informação e definição das formas de apresentação.
Da mesma forma que na fase 1 pode procurar-se a informação por navegação
ou por palavra-chave. Se a pesquisa por palavra-chave se processa da mesma
forma, a navegação tem uma sequência diferente. Nesta fase, pode caracterizar-
se a selecção do conteúdo da informação em vários passos: Selecção da informação
1. Definição da Variável e Cruzamento a inquirir que inclui:
• Selecção de Tema Estatístico
• Escolha do Sub-tema
• Escolha da variável
• Selecção de Cruzamento
__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet
107
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
• De cada uma das Classificações do Cruzamento seleccionado escolha
das Categorias que pretende que figurem na tabela
2. Selecção da Área Temporal com base na lista de unidades temporais
disponíveis pela selecção anterior
3. Selecção da Área Espacial condicionada à lista de unidades geográficas do
nível ou níveis disponíveis pela selecção
Na apresentação da Informação podem definir-se os formatos de apresentação
das tabelas: que variáveis colocar em linha ou coluna e definição das quebras.
Serão também possíveis outras formas de apresentação como gráficos e
cartogramas (sujeitos ás limitações de representação).
Apresentação da Informação
Selecção da Informação
A selecção do Tema e Sub-temas processa-se da mesma forma que na fase 1
(Figuras 9 e 10).
Após a selecção do Sub-tema pretendido escolhe-se uma das variáveis
disponíveis na lista apresentada (Figura 14)
__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet
108
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Figura 14 - Página de selecção da Variável
Após a escolha da variável é necessário escolher o Cruzamento pretendido
(Figura 15). Por cada pesquisa o utilizador está limitado à selecção de uma
Variável e um Cruzamento.
Figura 15 - Página de selecção do Cruzamento
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109
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
O Cruzamento é composto de várias Classificações e estas subdividem-se em
Categorias. De entre as Categorias disponíveis por cada uma das Classificações
o utilizador vai escolher as que pretende que figurem na tabela.
Após as selecções anteriores, o sistema possibilita a escolha dos níveis
geográficos disponíveis para a Variável e Cruzamento seleccionados. A
selecção de cada um dos níveis geográficos permite a escolha das unidades
geográficas associadas. Se por exemplo o utilizador seleccionar o nível
geográfico de Distrito aparece uma lista dos distritos dos quais pode seleccionar
um ou vários.
Do mesmo modo que na selecção dos níveis geográficos, logo que estejam
seleccionadas a Variável e o Cruzamento, o sistema apresenta os períodos
temporais disponíveis podendo escolher-se uma ou várias unidades.
Apresentação da Informação
Na definição da apresentação da informação o utilizador pode optar por tabela,
gráfico ou cartograma.
Tabela O formato do tipo tabela, apresenta um quadro de dados estatísticos semelhante
ao resultado da fase 1, só que gerado dinamicamente a partir das selecções
efectuadas. Após a interrogação à base de dados o sistema devolve uma página
em formato tabela HTML. A conversão é feita internamente com recurso a
programas CGI escritos em linguagem C++ , Perl ou em Java.
É possível ao utilizador definir as localizações, em linha ou em coluna, das
Classificações (e respectivas Categorias), das unidades geográficas e temporais
e da ordem das quebras (Figura 16).
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Figura 16 - Definição da apresentação da Informação
Gráfico Também será possível apresentar a informação na forma de gráfico, após a
escolha do tipo de gráfico, cores, definição das localizações das Classificações
(e respectivas Categorias), das unidades geográficas e temporais nos eixos das
abcissas ou das ordenadas.
A utilização de ficheiros de informação geográfica actualmente (disponíveis
actualmente no INE até ao nível de freguesia) permitem a apresentação da
informação em cartogramas (Figura 17). Cartograma
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Figura 17 - Apresentação da Informação sob a forma de cartograma
É sempre permitido ao utilizador fazer a importação para o seu próprio
equipamento (download) da informação visualizada em formatos PDF (para
possibilitar a sua posterior impressão com qualidade), XLS (futura utilização
em folhas de cálculo) e GIF (imagem dos mapas).
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Gestão do Sistema
Controlo e Estatísticas de Acesso
O acesso ao sistema proposto, independentemente da fase, deverá ser feito
directamente através da home-page actual do INE, tornando-se necessário a
inclusão de novos ícones que possibilitem a sua ligação.
O acesso à informação estatística proporcionada pelas duas fases do protótipo
pode ser livre e sem quaisquer encargos, como actualmente se verifica para a
restante informação, ou restrita e sujeita a tarifação.
No caso de se optar pela restrição de acessos é necessário criar mecanismos de
segurança adequados que impeçam acessos não permitidos.
Mecanismos de Segurança
O software servidor de HTTP instalado no actual equipamento do INE, permite
a restrição de acessos, segundo os seguintes critérios:
• Acesso autorizado por utilizador/password
• Rejeição ou aceitação das conexões baseado no Endereço Internet (Internet
Adress) do cliente
• Uma combinação destes dois métodos.
Este software suporta dois métodos de autenticação de utilizadores:
Autenticação Básica e Digest autentication37.
__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet
113
37 Definidas no Capítulo II - Pág.50
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
A restrição por nome de utilizador (username) e password tem alguns
problemas de segurança como foi referido no Capítulo II. A password é
vulnerável à intercepção, quando transmitida do cliente (browser) para o
servidor (fornecedor do serviço). A possibilidade dos utilizadores partilharem
os usernames e passwords com utilizadores não autorizados, constitui também
um problema. A forma de o minimizar, é restringir o acesso utilizando uma
combinação com os Internet Protocols (IPs) que sejam conhecidos e que estão
afectos a determinados utilizadores. Nesta situação apenas se encontram os
utilizadores que possuem uma ligação institucional à rede Internet, estando
excluídos as ligações individuais em que o IP é gerado dinamicamente.
O critério de restrição de acessos, por rejeição ou aceitação de IP’s do cliente, é
bastante seguro quando combinado com as validações de identificação de
utilizador e password.
Sugere-se para este protótipo a utilização do método de autenticação básica,
que permite restringir o acesso a documentos localizados numa estrutura de
directorias (Figura 18). Para a sua implementação é necessário:
• Conhecer as directorias de acesso restrito
• Atribuir o nome dos utilizadores
• Atribuir as passwords de acesso
• Identificar os domínios autorizados
• Identificar os endereços IP dos utilizadores que possuem domínio próprio.
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
http://www.ine.pt http://www.ine.pt/nserv/nserv/index.html
Informação disponibilizada pelos novos serviços
http://www.ine.pt/nserv/texto.html
Validação de Username e Password, DNS e IP
Novos Serviços
INCIAR
TEXTO DE APRESENTAÇÃO
DO NOVOS SERVIÇOS
Informação
Actual
Figura 18 - Controlo de acessos aos novos serviços disponíveis
No caso de existirem restrições de acesso e tarifação do serviço pode prever-se
a criação de um utilizador de demonstração Demo (com tempo de acesso
limitado ou acesso restrito na navegação) para eventuais clientes que pretendam
aderir ao serviço.
Estatísticas de Acesso
É necessário implementar procedimentos que permitam fornecer estatísticas de
acesso, por forma a conhecer quem são os utilizadores e qual a informação mais
solicitada.
Pode indicar-se um conjunto de estatísticas que podem proporcionar análises
interessantes:
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115
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
• Total de acessos
• Número médio de acessos diários, semanais e mensais
• Total de Acessos Falhados
• Volume de dados transferidos
• Volume médio de transferências diárias, semanais e mensais
• Número médio de páginas consultadas
• Temas ou Sub-temas com maior procura
• Picos de acesso, isto é horas de maior afluxo
As estatísticas de utilização do serviço poderão fornecer elementos para o
planeamento de acções e novos produtos a implementar.
Recursos e Manutenção
Para implementar e manter a funcionar o sistema apresentado é necessário
dispor de uma ou várias equipas especializadas que assegurem a eficiência do
sistema. Podem considerar-se três categorias de intervenientes no processo:
Autores, Coordenação de Edição e Coordenação Técnica.
Autores Poderão ser autores todas as Unidades Orgânicas que disponham de informação
de interesse para disponibilizar, que será posteriormente apreciada pela
Coordenação de Edição.
Compete à Coordenação de Edição a avaliação de novos conteúdos a
disponibilizar (geralmente os Departamnetos da Produção). Coordenará todos
os aspectos relacionados com design gráfico das páginas a produzir, em
especial da home-page. Contribuirá com os procedimentos normativos para
estes aspectos.
Coordenação de Edição
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116
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Compete à Coordenação Técnica elaborar as normas técnicas de produção de
páginas HTML, definir as soluções técnicas a utilizar e garantir o
funcionamento do protótipo proposto.
Coordenação Técnica
Em paralelo com todo o processo deverá existir todo um conjunto de
funcionalidades que permitam manter a informação actualizada e criar novas
aplicações à medida que o sistema evolui. A Coordenação Técnica é
responsável pela gestão das aplicações, o que inclui análises de estatísticas de
acesso, controlo das versões existentes e back-ups da informação.
Custos e Tarifação
Na fase 1 do protótipo, a utilização da estrutura já existente permite reduzir os
custos de implementação à preparação das páginas HTML com a informação a
disponibilizar. Utilizando nessas tarefas recursos internos ao INE os custos a
considerar incluem basicamente os tempos de afectação dos técnicos.
Custos
Na fase 2 os custos de implementação são mais elevados. A distribuição da
informação por vários servidores implica a aquisição de novos equipamentos e
infraestruturas.
A preparação da informação e o armazenamento em bases de dados são tarefas
morosas e complexas que envolvem a colaboração de todas as Unidades
Orgânicas do INE.
Para reduzir os custos de implementação sugere-se a aplicação de uma tarifa
aos utilizadores que acedem à informação.
Tarifação A tarifação pode ser definida por subscrição ou por taxação imediata.
Atendendo a que ainda não existem mecanismos que permitam efectuar
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117
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
transacções comerciais seguras, como se referiu no Capítulo II, a tarifação para
aceder à informação disponível poderá fazer-se por dois tipos de subscrição:
• De acesso ilimitado (sem restrições de volume de informação a consultar)
durante o período de vigência da subscrição acordada (anual, mensal ou outro)
• Limitada a um determinado volume de informação (por pacotes de 10
Mbytes, 5Mbytes ou outros)
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Desenvolvimentos futuros
Perspectivas de Evolução
O protótipo apresentado pode evoluir segundo três vértices: conteúdo da
informação, comercialização e evolução tecnológica.
Uma evolução previsível, a curto prazo, em termos do conteúdo da informação
será possibilitar uma desagregação da informação a um nível mais detalhado.
Em termos das unidades geográficas por exemplo, permitir obter informação ao
nível de secção e subsecção estatística. A secção estatística é uma unidade com
cerca de 300 alojamentos e a subsecção corresponde, em meios urbanos aos
quarteirões. É evidente que qualquer que seja o nível de detalhe a atingir devem
existir mecanismos que garantam a aplicação do princípio do segredo
estatístico. A tradução de toda a informação para inglês poderá permitir que um
maior número de utilizadores, a nível internacional acedam ao sistema.
Conteúdo da Informação
O passo seguinte, em termos evolutivos, a médio prazo, poderá ser a realização
de quadros a pedido, possibilitando ao utilizador a definição dos seus próprios
cruzamentos, não o condicionando a escolhas pré-definidas. O apuramento dos
quadros seria realizado dinamicamente no momento do pedido, com recurso aos
micro-dados. Antes da apresentação dos resultados ao utilizador a tabela seria
submetida a um filtro que tornaria ilegível a informação que não respeitasse o
princípio do segredo estatístico. Para a implementação deste sistema será
necessário desenvolver (uma vez que actualmente não existe) um filtro
suficientemente robusto com essas características. Outro problema adicional
que o recurso directo aos micro-dados pode mostrar algumas incoerências da
informação, não detectáveis em informação agregada.
__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet
119
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Outra possibilidade em termos evolutivos, a longo prazo, seria proporcionar a
utilizadores privilegiados o acesso, através da Internet, aos micro-dados
permitindo-lhe realizar as suas próprias análises e apuramentos. Esta expansão
deverá ser limitada e a realizar mediante protocolos, à semelhança do que se
verifica em outros institutos como o Statistic Canada, com Universidades e
Centros de Investigação. A informação a circular entre o INE e as instituições
deve estar encriptada de forma a impedir a sua utilização por indivíduos não
autorizados.
Outro aspecto importante em termos evolutivos enquadra-se no âmbito da
comercialização. Com o evoluir da tecnologia e da possibilidade de transacções
comerciais seguras através da Internet, pode abandonar-se o método de
subscrição e utilizar uma taxação on-line. O utilizador somente pagaria em
tempo real, o volume da informação transferida. O pagamento processar-se-ia
de forma automática, através do cartão de crédito ou de um método seguro de
transacção, no momento da recepção da informação.
Comerciali- zação
Outra possibilidade adicional no caso dos quadros a pedido seria o
fornecimento de um orçamento prévio, possibilitando ao utilizador o
conhecimento antecipado do valor a pagar pela satisfação do seu pedido.
Os desenvolvimentos futuros estão directamente ligados à evolução
tecnológica. A continuação da evolução do HTML, dos browsers e dos CGI vai
implicar mudanças nas formas e processos de aceder à informação que se
reflectirão na evolução do protótipo.
Evolução tecnológica
A utilização da Internet nos institutos de estatística pode expandir-se para além
da difusão de informação estatística. Uma das áreas possíveis é a realização de
inquéritos às empresas ou a individuais através da Internet. Da mesma forma
que hoje se recebem as respostas em papel ou em disquete, a utilização da
Internet possibilitaria um meio mais rápido, barato e eficaz.
__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet
120
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Intranet
A utilização das tecnologias da Internet aplicadas dentro da própria instituição
deram origem à intranet.
As intranets que estão a surgir actualmente consistem geralmente em servidores
Web empresariais disponibilizando aos empregados através da sua rede interna
o acesso a bases de dados, servidores de ficheiros e repositórios de documentos
com o mesmo front-end da Internet: o browser Web.
A aposta dos construtores de hardware e software é hoje, a intranet,
essencialmente por três razões:
• Adaptabilidade
• Cultura
• Aguardar oportunidade.
Pode dizer-se que a intranet é o laboratório para o desenvolvimento e a
implementação de novas ferramentas, e por outro lado, numa perspectiva
comercial para a utilização de produtos integrados. A estratégia para produtos
com funcionalidades muito específicas (por ex. Microsoft Office), sejam
também produtos adaptáveis à Internet/intranet. Adaptabili-dade
A intranet poderá contribuir para uma socialização ou cultura Internet dentro da
própria empresa, o que fará com que o número de adeptos da Internet aumente
significativamente e consequentemente os construtores de software e hardware,
desenvolvam ferramentas cada vez mais poderosas para a sua utilização.
Cultura
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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet
122
Os fornecedores de hardware e software, ao apostarem nas intranets não deixam
de pensar na Internet, mas aguardam melhores oportunidades de expansão e
desenvolvimento quando estiverem ultrpassados alguns problemas de
comunicações existentes e algumas questões legais subjacentes. Se esses
problemas não se colocarem nas intranets, então pode prever-se um aumento
significativo dos utilizadores de Internet, e daí novos serviços e novos
mercados.
Aguardar oportunidade
CONCLUSÕES
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Conclusões
Ao longo desta dissertação foram abordadas algumas questões pertinentes
relacionadas com a difusão de informação estatística e a alternativa que a
Internet representa relativamente aos meios tradicionais de difusão.
Os tópicos apresentados na dissertação não foram tratados de forma exaustiva,
mas numa perspectiva própria do autor, destacando-se os aspectos que
considera mais relevantes no âmbito deste tema.
Este trabalho tem um alcance temporal reduzido, dada a celeridade da evolução
tecnológica, representando uma fotografia da realidade actual (Novembro
1996). Naturalmente, se o trabalho se realizasse dentro de um ano conduziria a
realidades diferentes. Ao longo da sua própria elaboração sofreu várias
alterações consequência das transformações entretanto ocorridas.
A difusão de informação estatística constitui um tema muito específico das
estatísticas oficiais, não existindo muitos livros sobre o assunto. A bibliografia
utilizada nesta dissertação baseou-se em artigos de seminários, conferências e
documentos internos dos INEs bem como de pesquisas na Internet.
Apresentam-se algumas conclusões retiradas da elaboração deste trabalho.
Verificou-se que face ao aumento da procura de informação e às reduções das
dotações orçamentais, os INEs adoptaram uma estratégia de difusão orientada
no sentido de dar respostas às necessidades dos seus utilizadores.
Concluiu-se que para obviar à dificuldade de classificar os utilizadores, a
melhor solução será recorrer a uma matriz “utilizador/utilização” que
__________________________________________________________________________________ Conclusões
124
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
possibilite a sua caracterização e permita uma melhor avaliação das suas
necessidades.
Constatou-se que o principal suporte à difusão, na maioria dos INEs, é ainda o
papel. No entanto, outros meios como os suportes magnéticos (disquetes, CD-
ROM, tapes e acessos a bases de dados on-line) constituem suportes com larga
utilização.
A comercialização da informação estatística surge, na maior parte dos INEs,
como resposta às restrições orçamentais e ao aumento da procura de informação
verificada. Preconizou-se que, apesar dos riscos, a comercialização traz
algumas vantagens como a definição de prioridades, a adaptação a novas
procuras, a utilização de novas tecnologias e, como corolário, a melhoria da
imagem dos institutos.
Os novos desafios da comercialização implicam a procura constante de um
equilíbrio entre a venda de estatísticas e a manutenção da prestação de um
serviço público. Constatou-se que os INEs, para assegurarem a prestação de
serviço público, produziriam as estatísticas básicas, cuja tarifação somente
reflectiria os custos de difusão. A tarifação incidiria principalmente em pedidos
específicos (informação mais desagregada ou outra) e acesso a bases de dados
on-line.
Conclui-se que a maior parte dos INEs realizam a comercialização dos seus
produtos e serviços, sem recorrer a agentes intermediários.
O peso das receitas das vendas das estatísticas em relação aos seus orçamentos
globais apresenta valores diferentes (variando de 2 a 25%) entre os vários INEs.
Verificou-se que no INE as receitas em relação ao seu orçamento global
oscilavam entre os 4,9% (1991) e 11,2% (1995).
__________________________________________________________________________________ Conclusões
125
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Os INEs sempre acompanharam de perto a evolução das Tecnologias da
Informação, não constituindo surpresa que alguns fossem pioneiros na
utilização da Internet.
Verificou-se que a Internet representa um meio alternativo à difusão de
informação estatística em relação aos meios tradicionais. Apontaram-se as
vantagens da sua utilização bem como de algumas dificuldades ainda
existentes, principalmente nos aspectos de segurança e problemas das redes de
comunicações.
Grande parte dos INEs tem informação disponível na Internet e estão em curso
desenvolvimento de projectos (alguns já implementados) para alargar o acesso
a base de dados de informação estatística aos utilizadores.
Com base nas navegações efectuadas através dos sites dos INEs de todo o
Mundo, observou-se que a informação disponibilizada pode classificar-se em
informação de apresentação, promocional, estatísticas e adicional. Apontaram-
se as evoluções verificadas, durante o período das observações, nas
perspectivas técnicas e comerciais.
A aposta estratégica em termos de difusão de informação estatística, nos
próximos anos, na generalidade dos INEs, passa pela utilização da Internet
como meio privilegiado de difusão.
O INE deverá acompanhar estas tendências e apostar na divulgação de
informação através da Internet, dando continuidade ao projecto já existente.
Nesse sentido, resultando das observações realizadas e da experiência
informática do autor, propôs-se um Sistema de Difusão para o INE na Internet,
a realizar em duas fases. Na primeira sugere-se a disponibilização no WWW de
todas as publicações, que o INE editou (ou a editar) em suporte papel durante
este ano, em páginas pré-definidas. Numa Segunda fase aponta-se para o acesso
__________________________________________________________________________________ Conclusões
126
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
a bases de dados distribuídas pelas Direcções Regionais contendo séries
estatísticas de informação agregada. Verificou-se que o custo da solução para o
INE, na primeira fase, seria muito baixa, dado que se utilizariam recursos
internos e infraestruturas já existentes.
O sistema apresentado pode evoluir em três direcções: conteúdo da informação,
comercialização e componente tecnológica.
Em termos de conteúdo de informação, a curto prazo, poderá possibilitar-se o
acesso a níveis mais desagregados de informação e a médio prazo implementar
um sistema que responda a pedidos em tempo real (quadros definidos pelo
próprio utilizado, não condicionado por cruzamentos previamente elaborados).
A possibilidade de aceder aos micro-dados pode constituir um aspecto
evolutivo importante para utilizadores privilegiados, condicionado pela
preservação do segredo estatístico e segurança na transmissão dos dados.
As evoluções nos aspectos de comercialização poderão ser significativas, desde
que melhorem os mecanismos de segurança em relação às transacções
comerciais, que, como se viu, não são 100% seguras. Ultrapassados esses
problemas, a elaboração de orçamentos e a tarifação no momento do acesso à
informação serão uma realidade.
As evoluções tecnológicas terão um reflexo importante no futuro do sistema.
As melhorias nas capacidades dos browsers, pesquisadores mais potentes,
novas ferramentas para aceder às bases de dados e a evolução dos SIG terão
influências determinantes na evolução do sistema proposto. A distribuição da
Internet por cabo, poderá diminuir os problemas dos acessos e velocidades de
transmissão.
__________________________________________________________________________________ Conclusões
127
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________ Conclusões
128
O aparecimento das intranets dentro dos INEs serão uma realidade, nos
próximos anos, o que modificará profundamente as formas e métodos de
trabalho actuais.
Para finalizar, salienta-se que a primeira fase do Sistema proposto pelo autor
está já a ser desenvolvido pelo INE no Projecto INFOLINE - Informação
Estatística on-line para Utilizadores Institucionais. O autor foi um dos
principais impulsionadores do projecto, que segue de perto o protótipo
apresentado nesta dissertação. Verifica-se aqui uma aplicação prática de um
trabalho académico de estudo e investigação numa simbiose perfeita da ligação
Universidade-Empresa, que cada vez mais deve constituir uma das prioridades
dos modernos sistemas de ensino.
Todos os temas abordados ao longo da dissertação, mostraram o grande
interesse e potencialidades que a Internet encerra como meio de difusão da
informação estatística. Outros trabalhos de investigação poderão ser realizados,
na sequência deste, dado ser um tema muito vasto e potenciar outras
oportunidades que não foram aqui incluídas.
Uma conclusão evidente é a de que a Internet vai desempenhar um papel crucial
no desenvolvimento da sociedade da Informação e pode alterar
consideravelmente a forma como a informação estatística será utilizada no
futuro.
BIBLIOGRAFIA
A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________
Nota: As obras a negrito constituem as referências utilizadas na dissertação
Angell, David, Heslop, Heslop, The Internet Business Companion, USA, New
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Appel, Sibylle, “Services required by different user groups”, in Statistical
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[Appel 91]
Arnold, Stephen E., Internet 2000 - The Path to the Total Network, England,
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[Aktas 95] Aktas, Ziya, Aral, H. Melih, “Electronic Dissemination of Data at the State
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