A Irma do Pobres

1A irmã dos pobres

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Madre Maria Clara do Menino JesusFundadora da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição

Janeiro / Março, 2011 – Boletim Trimestral – Ano XVII - Nº 67 – Assinatura anual: 20 cêntimosPropriedade: CONFHIC / Secretariado Madre Mª Clara - NIPC: 500766460 - Directora: Ir. Maria da Conceição Galvão Ribeiro - Redacção e Administração: CONFHIC

21 de Maio de 2011

R. Madre Maria Clara, 1, Linda-a-Pastora, 2790-379 QUEIJAS - Tel: 214 241 840 - Fax: 214 241 853Impressão: TIPOGRAFIA DE FÁTIMA, Lda. Apt. 166 - 2496-908 -Fátima - Tiragem: 30.000 ex. - Depósito Legal N.º 89582/95 - Nº ICS 124747

A irmãdos pobres

A Sala de Imprensa do Vaticano anunciou e a Comunicação Social

fez-se eco, alastrando-se em notícias, atingindo países e continentes:

Sua Santidade, o Papa Bento XVI, mandou publicar o Decreto de

reconhecimento do milagre, atribuído à religiosa portuguesa, Maria

Clara do Menino Jesus.

Era o dia 10 de Dezembro de 2010.

Inicia o texto, conforme a praxe, por uma resenha biográfica de Maria Clara do Me-

nino Jesus. Referindo-se, depois, ao milagre, percorre as várias etapas, evidenciando a

gravidade da doença e o recurso de D. Georgina ao poder de Deus, através da intercessão

da Madre Clara:

A curada, considerada a gravidade do seu estado de saúde, comprometido realmente

por uma grave patologia crónica, definida como “pioderma gangrenoso fagedénico”,

decidiu recorrer à Venerável Serva de Deus, para que intercedesse pela sua cura. Essa

oração, feita pela Senhora Georgina e por algumas Religiosas pertencentes à Congrega-

ção das Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, foi constante e incessante,

durante alguns anos. A curada, de facto, começou a invocar Maria Clara do Menino

Jesus, desde 1998, metendo entre as ligaduras que envolviam o braço a estampa da

Venerável Serva de Deus.

A Consulta Médica foi instruída na Cúria Eclesiástica de Tui-Vigo, Espanha. Reco-

nhecida a validade jurídica pela Congregação para as Causas dos Santos, os Actos reco-

lhidos foram submetidos sucessivamente ao exame e à avaliação da Consulta Médica

do Dicastério romano, a 14 de Janeiro de 2010. Os médicos julgaram e revelaram

a gravidade da doença e as terapias inadequadas, afirmando que a cura da Senhora

Georgina Troncoso Monteagudo foi repentina, completa, duradoura e inexplicável,

do ponto de vista científico.

A 15 de Junho de 2010, realizou-se o Congresso Peculiar dos Consultores Teólogos,

cujo resultado positivo foi confirmado, posteriormente, a 07 de Dezembro de 2010, pelos

Padres Cardeais e Bispos. Quer numa quer noutra Comissão, foi apresentada a dúvida

sobre o reconhecimento de um milagre divino e a resposta foi afirmativa.

Finalmente, feito um relatório de todos estes actos, assinado pelo Arcebispo Prefeito,

ao Sumo Pontífice Bento XVI, Sua santidade recebeu e ratificou os votos da Congregação

para as Causas dos Santos e declarou, hoje:“Reconhecer o milagre realizado por Deus,

pela intercessão da Venerável Serva de Deus Maria Clara do Menino Jesus, a saber, a

“cura da Senhora Georgina Troncoso Monteagudo de um pioderma gangrenoso fage-

dénico grave de tipo crónico”.

O Sumo Pontífice mandou publicar este decreto e inscrevê-lo nas actas da Congregação

para as Causas dos Santos.

O DecretoEstávamos à espera. Dependia do Santo Padre. Chegou a resposta: a beatificação da Irmã Maria Clara do Menino Jesus irá acontecer no sábado, 21 de Maio de 2011.

Saído o Decreto de aprovação do milagre, cada dia era o adiar da espera. Se pareceu longa, não o serão os meses que nos separam da cerimónia. Correrão céleres, na preparação de tão significativo evento.Não esqueça a data. Guarde-a na memória e no coração. Importante: se não conhece esta figura de mulher portuguesa, saiba quem é e venha à festa. Contamos consigo. Não deixe de nos comunicar que estará connosco no Estádiodo Restelo, em Lisboa. É este o lugar que queremos reservar-lhe. Precisamos de saber que vem. A seu tempo saberá o programa e outros pormenores de interesse. Esteja atento.

2 A irmã dos pobres


Embora acontecesse em 2003 e divulgado em 2004, os anos foram diluindo pormenores do milagre e, hoje, há quem deseje avivar o espantoso acontecimento.

Conta D. Georgina e provado em documentos que, em 1969, lhe apareceu uma ferida no braço direito, depois diagnosticada, por especialistas de Vigo e de Madrid, como Pioderma gangrenoso. A úlcera foi alastrando por todo o braço, atingindo também o seio. Além de diversas pomadas aplicadas, foram feitos vários enxertos, sem resultado algum. Dado que a chaga também cobria parte do cotovelo, ficou sem flexibilidade e o braço imobilizado, preso ao peito. A ferida, de bordos violáceos, exalava odor desagradável e aparecia em carne viva, produzindo grande dor ao simples roçar ou leve toque. Às vezes, era tão intensa essa dor que a enferma pedia ao médico que lhe amputasse o braço, coisa que ele se negara

sempre a fazer. Há sempre tempo para isso, dizia. Todos os dias de manhã, tomando um táxi, ia de Baiona a Vigo, para o curativo e, bastantes vezes, voltava à tarde para o repetir, dado que a dor e o cheiro eram insuportáveis. Anos e anos…

Realizou o primeiro enxerto em 1971, a que se foram seguindo outros. Fazia-lhe os curativos o próprio cirurgião, Dr. Ignacio do Carmo, que acompanhou todo o processo da doença. Porém, no dia 21 de Junho de 2002, não imaginava

que lhe faria o último. No dia seguinte, foi internado num hospital, com diagnóstico de tumor cerebral. Veio a falecer, no dia 07 de Julho seguinte.

D. Georgina sentiu grande angústia e enorme desamparo. Assustava-a procurar outro médico que, como é óbvio, lhe pediria novos exames. Só o lembrar-se disso lhe provocava enorme sofrimento.

Filiada na Liga Pró-Canonização e cheia de fé na intercessão da Madre Maria Clara, cujo túmulo havia visitado em 1998, D. Georgina decidiu escolhê-la como sua médica e confiar-lhe o tratamento. Resolveu ser ela própria a fazer os curativos, aplicando as mesmas pomadas que utilizava o Dr. Ignacio. Enquanto procedia a essa acção, ia pedindo à sua protectora que a melhorasse, para melhor poder ajudar sua irmã Olga, naquela ocasião imobilizada, consequência de uma intervenção cirúrgica de ortopedia. Como desde há anos costumava fazer, não deixava de meter uma estampa da Venerável Serva de Deus entre as ligaduras, certa do seu cuidado.

Pelo verão de 2003, mais uma vez se repetiram grandes flictenas sobre a ferida que, ao rebentarem, a deixavam em carne viva. Foram passando os meses de Agosto, Setembro e parte de Novembro, sem notar-se melhora alguma na chaga que continuava a cobrir o cotovelo.

O dia 11 de Novembro fora agitado e chegara à noite cansada e sofrida. Apesar da dor, de sentir e ver as ligaduras molhadas, não teve ânimo de tratar a ferida. No dia seguinte, a 12, pelas 10,00 horas, ao retirar as ligaduras, viu que a chaga estava completamente coberta de pele rósea, como de menino, e totalmente fechada. Chamou as suas irmãs e, mostrando o braço, exclamou: “Olhem, o braço está curado. Já não há que fazer o curativo”. Foi a Madre Clara!

Suas irmãs Olga e Teresa, bem como a empregada do-méstica, foram as primeiras testemunhas. Os vizinhos e amigos reagiram com espanto. Espanto, também, foi a rápida flexibilidade do braço e todo o movimento retomado, perdido havia 34 anos. Desde aquele dia, continua bem. A úlcera repentinamente desaparecida não teve recidiva. E já lá vão mais de sete anos…

Os médicos não encontraram explicação. Embora, em al-guns casos, o Pioderma gangrenoso possa ter cura, é sempre um processo lento.

A grande fé de D. Georgina fez o milagre acontecer.

Convite especialA ti, criança ou jovem, que nasceste por intercessão da Ir. Maria Clara. É para ti!A si, pai ou mãe, que implorou a sua mediação: não desejou que um rebento seu enchesse de encanto e de sorrisos o

seu lar? Não apertam os seus braços uma Clara? Não aconchega ao seu peito uma Libânia? Não lhe sorri um João ou um Francisco? Ou outro nome dado ao fruto dos seus anseios? Tem a convicção, nascida da prece, feita na fé e na confiança, de que Deus acolheu a intercessão da Irmã Maria Clara?

Então, aceite este convite especial: Venha homenagear quem possibilitou essa alegria. Venha à festa da beatificação da vossa mediadora. Traga o seu filho, a sua filha. Vai ser bonito apresentar-lhe as crianças, adolescentes ou jovens, por quem ela intercedeu.

De Timor, da Índia às Américas, passando por África, mas com maior incidência na Europa, testemunhos identifica-dos atestaram dever esse favor à oração da nova beata. Estão registados no livro das graças… Escreva ao Secretariado e apresente-nos a identificação completa. Diga que vem… Terá, na cerimónia, um lugar especial.

Conta D. Georgina

3A irmã dos pobres


Em Deus e com os necessitadosTestemunham graças de Deus, por intermédio de Mãe Clara:

M. F. T. - Chave, Pt - Quando há uns meses atrás, a gripe A afectou muita gente, a minha filha estava grávida. Vizinhos e familiares meus já a tinham apanhado. A minha filha foi aconselhada pela médica a levar a vacina, porque corria grande risco. Na comunicação falavam de abortos provocados por ela, e decidiu não a tomar, com receio de perder o bébé. Eu fiquei com muito receio do contágio, porque já havia gripe na família. Agarrei-me à Mãe Clara que intercedesse a Nossa Senhora da Saúde pelas minhas intenções: que minha filha não adoecesse, pelo menos, enquanto estivesse grávida. Graças a Deus, nada aconteceu nem à minha filha nem à menina. Nasceu com saúde e perfeitinha. Prometi publicar esta graça, em agradecimento à Mãe Clara.

M. L. S. - Ponta Delgada, Aç. Pt - Obtive uma graça por intermédio da Madre Maria Clara. Continuo a rezar com muita fé. Peço que publiquem.

C. M. S. B. A. - Santa Catarina da Serra, Pt - Vimos comunicar uma bênção que recebemos, por intercessão da Mãe Clara. Casámos há seis anos e sempre desejamos um filho. Fizemos alguns tratamentos e nenhum resultou. Ainda recorremos a um processo de adopção. Teríamos de esperar, ainda, uma lista infinita de pessoas, pelo menos, uns cinco anos. Pela irmã Ilda, conheci a irmã Clara. Desde aí, comecei a rezar-lhe todos os dias. Também a irmã Ilda e outras Irmãs rezavam e pediam comigo esta graça. Passado um ano, o milagre aconteceu: fomos abençoados com um lindo menino. Estamos muito gratos a Deus, a nossa Senhora de Fátima, à Mãe Clara e às suas irmãs.

C. G. - Viana do Castelo, Pt – Estou eternamente grata à Madre Maria Clara do Menino Jesus, por ter atendido a minha súplica. De cama com uma gravidez de risco, com fé na oração, consegui força para ultrapassar obstáculos e acreditar que, por fim, à semelhança do Coração da Virgem Maria, o meu cora-ção iria triunfar… Bendita sejas, Mãe Clara, divina foi vossa intercessão, que, apesar de algumas dificuldades, incluindo a amniocentese, tudo correu bem e o meu trabalho de parto foi cinco estrelas. Tal eu nunca achava possível. Tenho um filho maravilhoso: é luz para os meus olhos. Considero-o a prova viva do Amor do Pai do Céu para com os seus filhos. Agradeço que publiquem esta grande graça, para assim reforçar a fé de muitos e acreditarem que vale a pena orar.

M. N. C. G. - Vila Maior, Pt - Há um tempo atrás, fui operada à bexiga e andei muito tempo com muitas dores. Só cismava que não ficara bem, mas implorei à Madre Clara do Menino Jesus que intercedesse por mim.. Graças a Deus e a ela, fiquei bem. Tenho muita fé na Mãe Clara. Lembro-me muito dela nos meus problemas. Que ela seja brevemente elevada aos altares.

A. J. G. M. - Porto, Pt - No domingo de Páscoa, a minha mãe adoeceu com os sintomas de uma gripe, aparentemente normal. No entanto, a situação agravava-se e não se via so-lução. Apesar da medicação, a febre não cedia, indicador de

que uma infecção grave existia e pudesse ser uma pneumonia, preocupante na idade de minha mãe. Estava um pouco aflito, por não haver melhoras, quando pelo correio, me chegou o Bo-letim da Madre Clara, que há vários anos recebo com alegria. A

Madre Clara vinha ao meu encontro, para me ajudar como intercessora. Imediatamente comecei a rezar a oração a pedir a cura (rezava-a três vezes ao dia) e a oração para pedir graças. Cheio de confiança, pedia ao Senhor, pela intercessão da Madre Clara que não fosse nada de grave e que a minha mãe ficasse melhor. Apesar do antibiótico e dos medicamentos, a febre não cedia e não havia grandes melhoras. Rezei sempre com confiança e senti a presença da Madre Clara. No fim da novena, a minha mãe estava curada e bem. Graças à oração confiante e intercessão da Madre Clara, a minha mãe não teve nada de mais grave e ficou curada. Que seja em breve beatificada!

N. J. - Palluruthy, Índia - Pela intercessão da Madre Maria Clara, recebemos na nossa vida diária abundantes bênçãos de Deus, todo poderoso. A minha filha Mira teve boas notas no seu exame 10º ano de S.S.L.C. Eu consegui emprego na K.S.E.B. Todas estas bênçãos, por causa da constante intercessão e ora-ção da Mãe Clara. Estamos muito gratos, pela sua intercessão.

S. D. - Ponda, Goa, Índia - Estive gravemente doente, devido a uma hemorragia interna, provocada pela ruptura de uma veia abdominal. Tive de ser imediatamente internada no GMC, o Hospital Central de Goa. Para obter a intercessão da Mãe Clara, antes de ser internada, fui pedir orações ao Colégio das Irmãs.

Era hora da mudança de médico, mas Deus providenciou outro muito bom e já meu conhecido. Após as formalidades, a cirurgia foi realizada. Informaram o meu marido que teria de arranjar uma senhora, para me acompanhar de noite, dado que isso não era permitido aos homens. Nesta situação de angústia, não sei donde aparece uma senhora que se prontificou para ficar comigo. Creio que foi Deus que me enviou este anjo. Através deste acontecimento, tomei consciência de que Deus queria algo de mim. Tenho que dar o meu tempo, para fazer algum bem, pensei. Na instituição ‘Mother Maria Clara grievance cell,’, comecei a dar orientação e ajuda a mulheres com dificuldades na solução dos seus problemas. Desde então, também alguns milagres se vão realizando na nossa vida familiar. Há pouco tempo, o meu filho foi miraculosamente curado. Escapou de perder três dedos, porque por engano meteu a mão na roda de uma mota em movimento. Rezei fervorosamente à Mãe Clara e em Nome de Jesus, ele foi salvo. Se houvesse mais demora haveria perigo de vida. Toda a glória a Deus, nosso Pai do Céu.

A.O. S. - Horta, Faial, Aç. - Venho por este meio, agrade-cer as graças que Deus me concedeu por intermédio da Mãe Clara, por me ter salvado de ter caído num buraco entre pedras grandes. Podia ter ficado todo picado. Assim que caí, lembrei--me logo da Mãe Clara que me salvou. Não fiquei com mácula nenhuma no corpo. Para mim foi como um milagre! Desejo que esta graça seja publicada no seu jornal, se for possível. Muito obrigada, Mãe Clara! Aqui lhe envio este donativo, para continuar a expandir o nome desta santa. Com muita gratidão.

4 A irmã dos pobres


ORAÇÃO PARA PEDIR A CANONIZAÇÃO DA MADRE MARIA CLARA DO MENINO JESUS

Santíssima Trindade, Pai Filho e Espírito Santo, para Vossa maior honra e glória, bem da Igreja e do mundo, dignai-Vos glorificar na terra a Vossa serva Madre Maria Clara do Menino Jesus, que em vida tanto se dedicou a cuidar dos pobres, das crianças e de todos os que sofrem.

Revesti-a, Deus de Bondade, da auréola de glória que resplandece na fronte de quantos a Santa Igreja nos propõe como modelos de virtude a imitar, e ouvi as súplicas que, por seu intermédio Vos dirigimos, concedendo-nos a graça que Vos pedimos.

A Vós toda a honra e toda a glória, pelos séculos dos séculos. Amén.

P. N.; A. M.; Glória...(Com aprovação eclesiástica)

Comunicar as graças recebidas para:SECRETARIADO MADRE MARIA CLARA

Rua Madre Maria Clara, nº1- Linda-a-Pastora2790-379 QUEIJAS

PORTUGAL - Tel: 21 424 18 40; Fax: 21 424 18 53

Oração para pedir CurasMãe Clara, pelo amor que tivestes a Jesus Eucaristia e para glória do Seu Santíssimo nome, pela filial confiança em Maria, a Mãe das Dores, e para exaltação da sua Conceição Imaculada, suplico-vos que rogueis pela cura de... (nome) e atendei as preces de quantos pedem a vossa intercessão, junto de Deus.Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo... (3 vezes).

Com aprovação eclesiástica

Coroa de louvores a DeusSão 56 “glórias” em louvor da SSma Trindade, pelos 56 anos de vida de Madre Maria Clara do Menino Jesus.Usando a coroa de 7 X 8 glórias - nas contas grandes: A Vós toda a honra e toda a glória, pelos séculos dos séculos.Nas contas pequenas: Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio, agora e sempre. Amem.Concluir, dizendo 3 vezes: A Vós toda a honra e toda a glória...(Poderá, também, usar o terço, perfazendo as 56 glórias)

Com aprovação eclesiástica

Um coração que vê!Foi assim que alguém sintetizou

a vida cheia e a obra evidenteque a Ir. M. Clara deixou

no chão da terra lusa que a viu nascer!Disse S. Expery:

e o essencial é invisível aos olhos. Só se vê bem com o coração!

Nunca é demais pensar as coisas por dentro.Pois, como disse um pensador

“ é por dentro das coisas que as coisas são”!Parafraseando,

poderemos dizer que é por dentro da vida que a vida é.

E só assim deixará marcas indeléveis.Ir. M. Clara foi a mulher de escolhas decisivas

que, diante da carta magna do mundo do fausto e a Carta Magna das Bem Aventuranças,

preferiu abrir-se e assumir, em primeira pessoa,

o sermão da Montanha !Bem aventurados os puros de coração,

porque verão a Deus!Só um coração que vê

pode intuir os apelos da humanidade sofredorae estender os braços,

para remediar as carências do pobree mitigar suas dores.

Só um coração que vê é capaz de dizer, no meio das maiores adversidades : vejo um olhar providencial de Deus

que vela sobre nós!

Hoje, apenas hoje, como o cego do caminho,Te peço Senhor:

Que eu veja assim !

Maria Clara do Menino Jesus(Resenha biográfica do Decreto)

A Venerável Serva de Deus Libânia do Carmo nasceu no dia 15 de Junho de 1843, na Amadora, perto de Lisboa, no seio de uma família de origem nobre. Órfã aos 14 anos, foi acolhida no Asilo Real da Ajuda, no qual recebeu, desde logo, uma formação humana e espiritual condizente com a sua posição social. Em 1862, deixou a referida instituição e foi acolhida como dama de companhia na família dos Marqueses de Valada, seus parentes.

Em 1867, intuindo no seu íntimo o chamamento do Senhor para a vida religiosa, transferiu-se para o pensionato de S. Patrício, em Lisboa, junto das Terceiras Capuchinhas de Nossa Senhora da Conceição; em 1869, vestiu o hábito de terceira e assumiu o nome de Maria Clara do Menino Jesus.

Para poder superar alguns obstáculos postos pelas leis portu-guesas, que proibiam qualquer forma de vida religiosa, a Serva de Deus foi enviada, pelo orientador espiritual da Fraternidade das Capuchinhas, Padre Raimundo dos Anjos Beirão, a Fran-ça onde, no Mosteiro das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras e Mestras de Calais, fez o noviciado e, em 1871, emitiu os votos.

Logo após o seu regresso a Portugal, Maria Clara foi no-meada Superiora do Convento de S. Patrício e, sob a segura orientação do Padre Raimundo Beirão, iniciou um processo de reforma da comunidade das Capuchinhas, transformando--a no berço das Irmãs Hospitaleiras Portuguesas, com o nome de Irmãs Hospitaleiras dos Pobres pelo Amor de Deus. Em 1874, esta instituição foi reconhecida pelo governo, como Associação de Beneficência e, em 1876, obteve a plena aprovação do Papa Pio IX.

A Congregação nascente teve, desde o início, um grande florescimento de vocações e de obras, mas, ao mesmo tempo, foi alvo de muitas calúnias e oposições. Apesar das muitas dificuldades, a Serva de Deus continuou serenamente a sua obra de apostolado, repetindo muitas vezes que “Nada acon-tece no mundo sem a permissão de Deus”. Na verdade, ela permaneceu sempre totalmente fiel ao Senhor e à sua vontade, dedicando-se por inteiro ao crescimento espiritual das suas irmãs e à realização de muitas obras de apostolado para bem de todas as almas. Maria Clara faleceu serenamente, aos 56 anos de idade, no dia 1 de Dezembro de 1899, em Lisboa.

A Irma do Pobres

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