A LEITURA COMO FACILITADORA DA APRENDIZAGEM · assimilação de textos, sendo que é uma ação que...

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A LEITURA COMO FACILITADORA DA APRENDIZAGEM

Autor: Aparecido Guergolette1

Orientadora: Márcia Bastos de Almeida2

Resumo

O tema abordado neste trabalho expõe os resultados de uma proposta, no tocante ao ensino-aprendizagem, através da leitura e interpretação de materiais didáticos, no dia a dia das atividades realizadas pelos professores em sala de aula. No decorrer da implementação pedagógica, ministrou-se aos professores voluntários do Ensino Fundamental, Médio e Educação Profissional do Colégio Estadual São José, grupo de estudos sobre o Trabalho Pedagógico e o Envolvimento da Leitura no Cotidiano Escolar. Abordou-se a importância da leitura e da interpretação de texto, bem como o cuidado na seleção dos referidos textos, visando efeitos positivos na melhoria da aprendizagem. Teve como objetivos a reflexão e analise sobre o exercício da leitura e interpretação no cotidiano da escola. A metodologia aplicada nesta atividade foi desenvolvida por meio de aulas expositivas e leitura de textos, pesquisa em sala de aula, debate com plenária e apresentação de vídeos. Para consolidar os resultados, deu-se ênfase à utilização da hemeroteca como instrumento essencial no que tange à leitura, à interpretação e ao exercício da habilidade no manuseio de pesquisa de artigos em jornais, revistas e meios eletrônicos, que tenham finalidades de encaminhar os alunos ao saber, de maneira prazerosa. Além do mais, as atividades realizadas proporcionaram aos docentes participantes, momentos de debates enfáticos e interferências valiosas, consideradas altamente relevantes no aprimoramento do processo ensino- aprendizagem. Ao término dos trabalhos desenvolvidos nesse grupo de estudos chegou-se ao consenso de que a hemeroteca, como atividade pedagógica de leitura, fosse inserida no Projeto Político Pedagógico da escola, pois leva o educando a se tornar um cidadão crítico e participativo do momento histórico político-social em que vive.

Palavras-chave: Leitura. Ensino-aprendizagem. Hemeroteca.

1 Introdução

1Professor PDE, graduado em Ciências Econômicas, Licenciatura Plena, pós-graduado em Metodologia do Ensino Superior; e Gestão, Supervisão e Coordenação. Atua no Colégio Estadual São José – Ensino Fundamental, Médio e Profissional.

2Professora mestre em Educação, graduada em Pedagogia. Atua no Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina.

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A finalidade do presente artigo é refletir e analisar sobre o exercício da

leitura e interpretação no cotidiano da escola, com o direcionamento de textos

diversificados, objetivando a transformação de instrumento corrente, que deve visar,

sobretudo, a compreensão e a interpretação de enunciados escritos convergindo

para o prazer de aprender.

O trabalho em si tem como objetivo incutir que ler é necessário para manter

o raciocínio ativo, tornando-o essencial para o desenvolvimento da aprendizagem,

bem como facilitar a compreensão do conteúdo lido. Importante salientar, que a

busca do tema estampado, se deu em virtude de se deparar com a dificuldade

percebida no decorrer da realização de leituras e interpretação de textos por parte

dos estudantes.

Desta forma, o alvo pretendido com o resultado desta pesquisa, é

incrementar a atividade de leitura com os alunos, bem como estendê-la em

atividades extraclasse. O método pedagógico da condução do exercício posto é

aprimorar e adquirir o prazer da leitura, da reflexão do texto estudado, falar e redigir

corretamente sobre assuntos de interesse.

É Importante colocar que esta atividade para ser realizada com sucesso,

exige bons exemplos de leitura. Necessário se faz ainda, recomendar e indicar bons

livros, estreando com leituras fáceis, e que empolgue os alunos. Salienta-se, no

entanto, que a arte de estimular o interesse dos estudantes à leitura é mostrar que a

aprendizagem será locupletada com o acesso às leituras. É preciso dizer sempre e

em bom som, que as referidas leituras ensinam a concordância, a pontuação, a

gramática e os verbos, além de enriquecer o vocabulário, trabalha-se a

familiarização da obra escrita. Se tudo isto não ficar bem claro e entendido,

dificilmente os estudantes irão praticá-las. Todavia, a fala do professor precisa ser

fortemente encantadora, ser envolvente e fascinante, pois o professor tem poder

para mexer com o ânimo dos estudantes sobre o exercício da leitura. É sabido que

se eles não captarem o significado da realização das leituras para o aprendizado é

certo que tudo ficará desinteressante, tanto para o professor como para os

estudantes. Para que haja encorajamento da atividade de leitura, é recomendável

que o professor faça comentários de trechos, ou pequenos tópicos de livros que

chamem a atenção dos alunos, incluindo, sobretudo o nome do autor da obra.

Para Hesse (1975, p.137). “A arte e a poesia desejam e devem despertar a

vida e ajudar a viver. E quando esta meta é alcançada, há do leitor para o poeta um

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retorno de vida e vigor”. E não pare por ai. Demonstrar em sua fala, que a frase do

autor exposto, é bela e acima de tudo, transmite um ensinamento inestimável de

vida. É importante destacar, que o professor deve utilizar-se de diversos meios para

incentivar os alunos a ler.

2 A Prática de Leitura

A leitura de textos deve ser exercitada em todas as aulas, por ser uma

atividade que fortalece o ensino-aprendizagem, além de fazer com que o raciocínio

mantenha-se ativo e perceptível no ato de compreender e assimilar o assunto em

estudo. Também é uma oportunidade de estar em contato com atualidades do

mundo social e profissional.

Dentro de uma sala de aula, observa-se que mais de 30% (trinta) por cento

dos alunos do ensino profissional gaguejam quando se inicia o exercício de leitura.

Não pronunciam a palavra por completo e ainda, não conseguem reproduzir

praticamente nada do que leem.

É uma situação delicada ver o indivíduo ler com dificuldade e não de forma

natural. Assim, é imprescindível a inserção da leitura em todas as aulas. Tal tarefa,

de acordo com experiências, tem como objetivo aprimorar o ato de ler com precisão

e clareza. Desta forma, com o passar do tempo o indivíduo deixa de gaguejar,

melhora a compreensão de texto e aguça o raciocínio para a aprendizagem e o

interesse por novos conhecimentos.

Além do que, a leitura ativa o raciocínio do leitor no que concerne à

assimilação de textos, sendo que é uma ação que desenvolve o senso crítico do

leitor.

A leitura é a bússola para o andamento de um bom argumento firme e

convincente, é a luz que ilumina a senda para compor um texto com excelência.

Assim se refere sobre leitura e escrita:

Leitura e escrita são processos relacionados. Ninguém escreve sobre o que não conhece, ainda que domine as técnicas de escrever bem. O inverso também é verdadeiro: por mais que alguém conheça um determinado assunto, terá dificuldade em se expressar se não dominar alguns princípios básicos de redação.Ao ler, você adquire, atualiza e aprofunda conhecimentos; entra em contato com as ideias de outros autores, desenvolve o espírito crítico, cultiva o

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respeito por pontos de vista diferentes, apropria-se de outros estilos de escrita.Quando você lê para obter conhecimento, e não apenas por entretenimento, passa não só a ser bem–informado em vários assuntos como a ter maior especialização na sua área profissional.Cultive o hábito de ler jornais, revistas em geral, revistas específicas da sua profissão, os bons autores nacionais e estrangeiros, as matérias disponíveis na internet. Mas não leia simplesmente.Após ler, pare alguns instantes e pense:●Quais são os objetivos do autor?●Quais suas informações mais importantes?●Que informação nova está transmitindo?●Tem algum ponto de vista especial?●Induz o leitor tomar algum posicionamento?●É possível aplicar o que propõe (PERROTTI, 2009, p. 17-18).

O texto que antecede afirma que a leitura é o viés do enriquecimento do

saber, do escrever e do argumentar com assertividade. Enfatiza ainda que ler é

entrar em contato com ideias e sentimentos de outros autores, mantendo o leitor

informado, principalmente na área profissional, que é objeto deste estudo. Propõe

ainda que, o leitor faça inquirições no tocante às propostas do texto, para se inteirar

sobre os objetivos do escritor e, consequentemente favorecer ou facilitar no

desenvolvimento da aprendizagem.

3 A leitura no processo de ensino aprendizagem

Outra maneira de incentivar o aluno para a leitura e, consequentemente a

composição de texto, faz parte da proposta ora apresentada: a atividade da

hemeroteca em sala de aula. Ao mesmo tempo que exercita a leitura com a

utilização de jornais, revistas e outros materiais, que são recursos para realizar a

hemeroteca, faz-se o exercício do resumo ou comentário do artigo de jornais e

revistas lidos e interpretados. Com o passar do tempo, o estudante vai adquirindo

conhecimento e criatividade, no que se refere à interpretação e composição de

textos. Ao bem da verdade, a inteligência, automaticamente vai trabalhando a

compreensão do que se lê e escreve. É um meio de levar o estudante a aprender,

raciocinar, pensar e, por conseguinte, desenvolver a vontade de ler, escrever e falar

corretamente.

Entende-se que:

[...] Ser inteligente é saber ver além do superficial, divisar o que está oculto, entender o que não se diz ou quer dizer, surprender os silêncios e

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reticências, vasculhar contextos amplos e contraditórios, sacar lógica da falta de lógica ou falta de lógica na lógica. Ressalta-se aí a autonomia da habilidade interpretativa. O olhar arguto que vê longe, a percepção complexa e fina. Tudo isso também está ligado a desempenho e competitividade, mas nisso nunca se esgota (DEMO, 2009. p. 36).

O autor da colocação precedente, encoraja a realização do trabalho

pedagógico, com a aplicação da hemeroteca em sala de aula, quando ele se refere

da “autonomia da habilidade interpretativa”. Logicamente, que é um dos pontos dito

em seu texto, mas existem outras observações relevantes que justificam o progresso

do aluno no que concerne à recapacitação da aprendizagem. Assim sendo, o intuito

da hemeroteca, é estimular a leitura, a interpretação e a elaboração de textos

traduzidos numa educação eficiente e com consistência.

A leitura é essencial na construção do conhecimento, ela amplia o

entendimento de mundo, informando e fornecendo uma condição prévia para a

escrita. A capacidade de ler é primordial para que o sujeito leitor comunique-se com

o texto, relacionando-se com o mesmo; tornando-se conhecedor e crítico.

Sem a leitura não há aprendizado, ela é importante como instrumento de

melhoria na condição social e humana do aluno. Por meio da observação, da análise

e do entendimento da leitura, ocorre a interação com o mundo e o leva a novas

descobertas.

O incentivo pode ocorrer através de elogios provenientes do meio familiar e

escolar. Através da leitura de textos, o leitor além de ampliar seu saber, passa a

compreender a realidade do meio social e profissional. No entanto, passa a decifrar

os textos e perceber a desigualdade humana, bem como, visualizar e compreender

as diferentes culturas, assim, haja estímulo e prazer à aprendizagem.

Trabalhar com a leitura de texto é como promover o diálogo entre o homem

e a sociedade, é dar sentido às diversas necessidades humanas.

A leitura, interpretação e a compreensão são necessárias para ler, viver e ter

possibilidades de reviver aquilo que foi absorvido através da leitura. Ser capaz de ler

o mundo que o rodeia, compreender que certas ações são executadas para devidos

fins é sentir pelos tons das palavras, a intenção de que a diz.

Porém, é necessário direcionar a leitura para atingir uma meta de

aprendizagem, ela pode ser feita de forma prazerosa, quando o professor traz um

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assunto à tona e os alunos se interessam por ele e conseguem abstrair a

mensagem.

Engendrar o prazer à leitura, persuadir e despertar a participação dos

estudantes à pesquisa é o caminho consubstanciado da motivação.

A respeito da motivação, Carvalho (1982, p. 99), assim conceitua: “[...]

motivação é o processo pessoal, interno, fundamentalmente energético, que

determina a direção e a intensidade do comportamento individual.

Consequentemente, não há aprendizagem sem motivação”.

O motivo para que a prática da leitura não produza aprendizagem, é

simplesmente deixar de praticá-la. A produção de conhecimento está aliada ao tripé:

direção, docentes e discentes. Assim, não há razão, para que se instale barreiras e

desprezar o estudo de um texto, o que causaria esmorecimento e indisciplina no

âmago da instituição de ensino.

Por exemplo:

Um texto para ser lido é um texto para ser estudado. Um texto para ser estudado é um texto para ser interpretado. Não podemos interpretar um texto se o lemos sem atenção, sem curiosidade; se desistimos da leitura quando encontramos a primeira dificuldade. Que seria da produção de cacau naquela roça se Pedro e Antônio tivessem desistido de prosseguir o trabalho por causa do lamaçal? Se um texto às vezes é difícil, insiste em compreendê-lo. Trabalha sobre ele como Antonio e Pedro trabalharam em relação ao problema do lamaçal. Estudar exige disciplina. Estudar não é fácil porque estudar é criar e recriar e não repetir o que os outros dizem. Estudar é um dever revolucionário (FREIRE, 1987, p. 67).

A exortação encontrada no comentário de Freire é um convite ao professor e

ao aluno para que antes de interpretar um material didático, primeiramente, faça a

leitura atentamente do texto. Ler significa o enriquecimento do vocabulário, que

ampara o aluno em momento de redação de documentos oficiais e discursos

comemorativos.

Com o mundo globalizado, os países que se encontram desenvolvidos, ou

em franco desenvolvimento tecnológico, contam com o privilégio de poder de

eficácia, quanto à produtividade, sentem-se livres para incrementar suas

exportações. São nações que se utilizam de todos os meios para desovar parte do

excedente de suas produções. No afã de fomentar o parque industrial investem

pesadamente em projetos de educação e pesquisa. Diante da dinâmica tecnológica

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que se situa o planeta, urge as escolas preparar corretamente os alunos dos cursos

profissionalizantes, tanto na atividade teórica como na prática, visto que, o objetivo

deste ensaio é ser coadjuvante no processo da consolidação do método de ensino,

leitura, pesquisa e debate no decorrer da aula, com a finalidade de uma educação

profissional à altura, para competir com os países de situações mais favorecidas,

técnica e economicamente.

Não se nega que os valores dos saberes científicos e técnicos são

sinônimos de uma coletividade evoluída tecnicamente. Salienta-se que um povo

provido de saber e de conhecimento escolar está preparado para intervir no

enfrentamento da transformação sócio econômico. A contemporaneidade,

sistematicamente cobra isto de uma sociedade imbuída de prosperidade,

tecnológica e econômica.

De acordo com Scliar (2010, p.3), “Ler é importante. É uma fonte de prazer,

emoções e conhecimento. É uma coisa que tem que ser incorporada. Não somos

leitores, aprendemos a ser”. O enunciado antecedente enfatiza que o estímulo e a

dedicação à leitura é um aprendizado que merece atenção especial. Por este

motivo, a leitura deve ser trabalhada, para que a rotina de tal atividade se torne

corriqueira junto aos estudantes.

Scliar (2010, p.3) em outro momento de sua entrevista, assinala que, “Entre

as pessoas que não leem, quase 70% nunca viram os pais lendo, ou seja, não

tiveram exemplo”. Atentar para o percentual de pais não leitores suponha-se que

seja na presença dos filhos, é um chamado ao professor para avivar a chama do

estímulo do aluno à leitura; assim, a leitura para ele passa a ser regra. Por outro

lado, percebe-se que a citação do entrevistado faz exaltação para que os

educadores, pais, governo e outros seguimentos da sociedade se entregam com

fervor para superar esta vergonhosa estatística. Tudo leva a crer que em seu

comentário, há possibilidade de uma mudança do que vemos e lemos na educação

brasileira. O que não pode perdurar, é o marasmo. O momento exige que seja

afastado rapidamente e sem rechaçar o problema educacional deste País, conforme

registrado no texto posto acima.

Nas palavras abaixo do autor, tem-se o esclarecimento de motivação, com

destaque do que significa, e as condições de criatividade que compete ao professor,

pertinente à prosperidade na aprendizagem:

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[...] compete ao professor criar as melhores condições possíveis quando os alunos vão iniciar uma nova aprendizagem (nova disciplina ou nova unidade de trabalho). Se os alunos sentem que vencem galhardamente os primeiros passos, motivam-se para os passos seguintes. Aplainar as dificuldades iniciais, para garantir boas performances no primeiro contato com novo material a aprender, é de suma importância para criar e manter a motivação; em certos casos, o insucesso inicial pode servir de estímulo para novos esforços, se ele não é interpretado como definitivo e insuperável. A hipótese ora apresentada não contradiz essencialmente o que foi afiançado quanto ao valor do bom êxito inicial. É uma nova fonte de motivação em situações especiais; [...] (CARVALHO, 1982, p. 107).

Ao perceber a melhora na aprendizagem, a motivação redobra para estudar

continuadamente e buscar novos conhecimentos. Isto, logicamente é motivo para se

encorajar rumo ao crescimento, no querer sempre mais aprender. Segundo a

exposição de Carvalho, a escola tem como missão criar e facilitar para que o aluno

se mantenha animado em triunfar no conhecimento. Então, a escola, mais

notadamente, o professor, não deve ser inerte no ensino-aprendizagem.

Para que haja compreensão do texto lido, o trabalho com textos torna-se

fundamental para que a leitura não seja feita mecanicamente. O professor é um

instigante nato até pela sua formação pedagógica, é ainda, o mensageiro intelectual

e transmissor que nutri ânimo a cada cérebro ávido dos saberes. Opor-se a

relevância da motivação dita pela autora acima, é decretar a dificuldade de conduzir

aula que aguce o raciocínio dos alunos. Direcionar, para a reflexão, para a

curiosidade, para a leitura, com um olhar voltado para a pesquisa científica, é

conduzir o aluno para o avanço de uma vida profissional melhor. Por conseguinte, o

professor usa a práxis e o argumento de que, sem o estudo do texto é inexecutável

captar informações que levam ao desempenho da criatividade, para conciliar

realização produção do trabalho.

“... Na escola, o jovem deve compreender, e, para compreender, deve estudar de modo ativo, reconstruindo criadoramente cada processo mental, cada experiência, cada teoria que lhe são expostas. A passividade intelectual não gera verdadeiro conhecimento: acumula mecanicamente noções isoladas... [...] (FARIA,1986, p. 82).

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É nítido que o destaque da autora robustece a recomendação que constitui

este projeto. Assim, implantado e seguido fielmente, o desfecho, seguramente terá

êxito tanto para o aluno como para o professor. Ao professor, compete aprimorar e

dinamizar as condições possíveis para que os alunos possam iniciar uma nova

aprendizagem. Cabe a ele ainda, compenetrar em ciências pedagógicas, propondo

ao estudante facilidade em estudar.

Ler, redigir, falar e absorver um texto técnico-científico é privilégio sim, dos

estudantes do curso profissional, que tende a receber formação integral. Contudo,

incentivar o aluno para ler textos técnicos, é preparar futuros trabalhadores para

ingressarem no mundo do trabalho, com condições de entendimento para enfrentar

atividades que serão desempenhadas por eles.

O arcebispo Dom Orlando Brandes (2011, p. 2), assim se explicita: “[...]

jamais se deve facilitar a mediocridade, pelo contrário, estimular o amor à leitura e o

desejo de saber mais para ser mais”. A prática constante de leitura de textos de livro

e material didáticos em sala de aula age como incentivo, especialmente, quando a

referida leitura é utilizada na elaboração de um projeto, de um trabalho e de

atividade escolar. Usar-se do argumento incitativo de Brandes para fortalecer a

constância da leitura de textos de estudo, é nortear os estudantes para o caminho

da análise, da apreciação, da compreensão e do debate de determinados assuntos.

Segundo a Pesquisa Retratos da Leitura, do Instituto Pró-Livro, “5% dos

brasileiros que se autodeclaram leitores tem mais de 60 anos, Isso significa um

universo de 4,6 milhões de pessoas”. (Jardim, 2010). O prévio comentário

responsabiliza os mestres, os governantes e a sociedade em geral para uma

reflexão com um olhar exclusivo para os estudantes, inserindo-os para o exercício

do prazer de aprender, focados na leitura.

Para o jornalista Dimenstein (2010, p. 3), “[...] o papel do educador é levar os

estudantes para além do senso comum”. Conclui-se que atentar para a perseguição

de metodologias que contemplem os exercícios do ler é o propósito fundamental do

projeto. À vista disso, o estabelecimento de ensino deve empenhar-se, com carinho,

para manter uma biblioteca, com um rico acervo de livros, revistas, hemeroteca e

outras obras literárias destinadas aos cursos referidos.

Enaltecendo com propriedade em relação à biblioteca, suscita que:

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“[...] a escola deve ter uma grande biblioteca, permanentemente atualizada, para que seus alunos usufruam e adquiram o desejo pelo livro e pela literatura. No fundo, todos somos responsáveis por incentivar o hábito da leitura”. (BOSCHINI, 2010, p. 3).

Logo, entende-se que Boschini, mostra que criar facilidade de leitura aos

alunos, não significa acomodá-los e, sim, harmonizar o tempo com o ensino-

aprendizagem. A escola é o local propício para introduzir o incentivo à leitura. Assim,

ocultar o incentivo à leitura é subtrair o prazer da análise e da interpretação de uma

obra-prima de um escritor que a compôs com aprazimento a uma estirpe de

estudantes, que sempre está ávido à busca de conhecimentos. Em outra subdivisão,

Boschini (2010, p. 3), ressalta que “precisamos trabalhar fortemente em políticas de

incentivo à leitura”. Mais uma vez, o que está escrito pela autora, vem ao encontro

deste projeto, ou seja, motivação da prática de leitura no transcorrer das aulas.

Destaca-se:

Inúmeros são os estímulos incentivadores que chegam até nós no decorrer de nossa existência. O aplauso de um amigo, o sorriso de aprovação de nossos pais, a melhoria salarial que obtivemos por merecimento, a carta elogiosa que recebemos de um desconhecido por uma atitude que tomamos, e assim por diante. Na esfera escolar, há quatro fontes incentivadoras principais:A própria matéria de ensinoO método utilizado pelo professorOs modernos recursos audiovisuaisA personalidade docente (CARVALHO, 1982, p.113).

O professor comprometido com o sucesso educacional dos alunos deve

recorrer à metodologia e, por conseguinte, a uma orientação didática aos discentes

a favor da motivação da leitura. O papel do professor é quebrar paradigma. O

material didático, não importando sua natureza, é recomendado pelos educadores

como coadjuvante da prática do conhecimento. À vista disso, no relato acima, o

autor faz uma bela sinopse em quatro itens para a motivação do fomento do ensino-

aprendizagem dos alunos.

O professor que trabalha com textos, desperta o interesse e o gosto pelo

saber, pois o aluno se apropria de informações que sempre serão fontes de

conhecimento, portanto, ler e estudar estão intrinsecamente relacionados e para que

haja esse objetivo é preciso pensar e repensar e, dessa forma, criar e recriar e não

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repetir o que os outros dizem. É saber ler nas entrelinhas onde só a mente pode

chegar e interpretar.

A prática da leitura propicia ao aluno um enriquecimento cultural, a prática

desta atividade o auxilia na compreensão de novos assuntos, assimilar com maior

facilidade um grande número de informações e possibilita compor a formação de

opinião própria.

O estimulo à leitura para o aluno é ler, interpretar, iniciando com textos de

fácil compreensão, para torná-la um prazer na vida de todos os alunos de qualquer

faixa etária. A leitura nos leva a caminhos inimagináveis, onde visualizamos e

imaginamos um algo e torna-se mais agradável quando o interesse é despertado a

partir daí.

Interpretação é interação entre leitor/autor, um diálogo com o texto. É fazer

inferências, construir sentidos, um movimento ativo. Sem leitura e interpretação não

há processo cognitivo, não há construção do conhecimento, não há aprendizado e

desenvolvimento. Tudo fica em nível superficial, de transferência de dados e de

informações, uma assimilação passiva.

Incorporar a arte de ler é cooptar a arte do conhecimento e da cultura de

uma sociedade consciente e progressista.

Destarte, o que se estabelece nesta atividade de ler, é um desafio de iniciar,

ou até mesmo, dar prosseguimento de leitura. Percebe-se que este trabalho, em

todo momento, é incisivo na prática de ler e de redigir. É inconcebível, em pleno

século XXI, Era da Informação, não se conscientizar que a leitura contribui para a

eficiência da comunicação. Portanto, a leitura é sinônimo de segurança no expressar

e no entendimento com mais clareza de um determinado assunto.

Para Backer (2007, p. 8), “a comunicação é o processo de compartilhar uma

compreensão em comum”. Pois bem, a frase precedente deixa claro que a

comunicação é participação entre pessoas. Ainda, a frase se analisada por outro

ângulo: para que a comunicação tenha realimentação, é necessário ter começo e

meio, para ser concluída satisfatoriamente. Assim sendo, a compreensão,

dependendo do grau do assunto tratado entre o emissor e o receptor precisa de

conhecimento.

Os três itens coadjuvantes para a melhoria da comunicação e da

compreensão do objeto abordado fundamenta-se no aprimorar a leitura, ativar o

raciocínio e comunicar-se com desenvoltura.

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O importante na atividade de leitura como sendo aula, é que ela deve surtir

encanto, em decorrência da compreensão do texto lido, com expectativa de que

outras leituras voltem a acontecer seguidamente, tornando-a prazerosa para o

estudante. Salienta-se que se o ler não propiciar aprendizagem, ou mesmo

compreensão do que foi lido, com toda certeza bate o desânimo, o desestímulo e o

prazer transforma-se em desprazer de continuar o processo de ensino-

aprendizagem por meio de leitura.

Está provado que o ensino e aprendizagem têm ligação consistente com o

exercício da leitura. A vicissitude positiva no aprender, o avançar com autenticidade

de uma série para outra do curso, só acontece realmente se compactar a leitura com

outras disciplinas. Todavia, a aula de leitura requer tanto do professor como dos

alunos, que redobrem a concentração, pois é o momento que se desfrutam do texto

escrito por alguém, provavelmente desconhecido, que objetiva colaborar para o

crescimento social, profissional e intelectual dos estudantes. Então, para que este

trabalho tenha validade, não é concedido que nem o farfalhar das árvores prejudique

o seu bom desempenho. Caso não houver evolução no aprendizado a referida

leitura passa a ser desprezada pelos estudantes.

O segmento descrito a seguir esclarece a relação das colocações do

exposto:

A leitura de textos tomados como fins em si mesmos, em função da mistificação daquilo que está escrito, gera outra conseqüência nefasta para a formação do leitor, qual seja, a de estraçalhar a própria natureza do processo de leitura. Se um texto, quando trabalhado, não proporcionar o salto do leitor para o seu contexto (isto é, para a intencionalidade social que determinou o objetivo, o conteúdo e o modo de construção do texto), e mais, se o contexto do texto lido não proporcionar uma compreensão mais profunda do contexto em que o sujeito-leitor se situa ou busca se situar, então a leitura perde a sua validade. Perde a sua validade porque as palavras do escritor ficam como que magicamente fechadas em si mesmas, sem que os elementos do real, indicados ou evocados pelas palavras, sejam efetivamente colocados em sua relação direta com a história e experiências do leitor [...] (SILVA, 2005, p. 4-5).

Todo autor que se posiciona concernente à leitura e à escrita, enfatiza que a

aprendizagem necessita de leitura e pesquisa, e o texto antecedente faz

observações claras neste sentido, inclusive menciona o prejuízo causado se não

houver a compreensão profunda do contexto. Contudo, não se deve relegar as

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indicações contidas no argumento apresentado por Silva, haja vista a nitidez de sua

veracidade.

4 Ler aguça o saber

A dificuldade no entendimento do que está sendo versado ou debatido, às

vezes, ou quase na maioria das vezes é imputado à falta de leitura. Nunca é demais

repetir que ler, no entanto, aviva a criatividade, a escrita e o diálogo, de

consonância com o assunto tratado ou discutido. A insegurança brotada no

estudante que não se prepara para realizar uma avaliação, um concurso, uma

palestra é inevitável. Entretanto, ler e estudar o assunto a ser transmitido à

sociedade, ou coisa do gênero, está atrelado à leitura com frequência de bons

textos.

Nas colocações que seguem, os exercícios de leitura proporcionam uma

série de benefícios, tais como enriquecimento e rapidez de raciocínio, talento,

estímulo, entre outros.

Logo:

[...] Ler é estudar algum trecho literário ou técnico para aprenderas idéias, as opiniões e os recursos de que um autor se serve na expressão do seu pensamento. E lembre-se: leitura atenta gera clima agradável e estimula a criação (MEDEIROS, 1983, p. 27).

Tudo deixa crer, que a citação acima foi respaldada em experiência do

autor. Quando se lê: “observação criteriosa facilita a assimilação literária e estimula

a criatividade”, logo se percebe nas linhas e entrelinhas, que se trata de

exclusividade, de colocações estudadas e realizadas, por alguém que já estudou o

assunto detidamente. A recomendação para usar o dicionário também denota algo

de objeto estudado e praticado há anos.

O professor ao ministrar atividades de leitura pode contar com as

recomendações a seguir:

Para a leitura ser proveitosa, observe: ●Ela deve ser aplicada e meditada.●O uso de dicionário é indispensável. Consulte-o toda vez que surgir palavra desconhecida.

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●A observação de expressões de valor literário é melhor que a simples anotação em cadernos que acabam esquecidos no fundo de gavetas.●A observação criteriosa facilita a assimilação literária e estimula a criatividade.●Quando tiver de desenvolver algum tema, procure ler, antes de se pôr ao trabalho, artigos de revistas, jornais ou trechos de livros que se relacionam com o tema proposto. Esse procedimento aguça a criatividade e melhora o desempenho redacional (MEDEIROS, 1983, p. 27).

Importante registrar que as propostas do conteúdo supra, é um

complemento inestimável a este tratado. No entanto, com a utilização do dicionário

torna-se fácil a compreensão no ato de ler.

O professor deve insistir e até frisar no incentivo do aluno para a prática da

leitura, mesmo sabendo que se torna insípido tal insistência. Mostrar, falar, dar

exemplos correlatos à atividade de leituras de alguns oradores, escritores, dentre

outros profissionais, que usufruam do sucesso, devido à influência das leituras

constantes de livros, jornais e revistas.

Para confirmar as colocações referente à insistência da prática da leitura,

Faulstich assinala que:

Leitura pressupõe busca de informação. Por isso é importante escolher bem o texto para ler. Para que o leitor se informe é necessário que haja entendimento daquilo que ele lê. Há textos cujo assunto é inteiramente inteligível ao leitor, como os de jornais, revistas não especializadas etc. Há outros, porém, que a pessoa tenta ler, já sabendo, a princípio, que não entende completamente seu conteúdo. Neste último caso o leitor deve estar predisposto a superar essa dificuldade. (FAULSTICH, 1988, p. 13).

É papel do professor observar com rigor o que narra o informe do autor

precedente e não medir esforços para torná-lo ativo no decorrer das atividades

pedagógicas. É bem provável que o estudante que não é familiarizado com leituras,

assim que inicie a prática do ler, possivelmente se depare com textos embaraçosos,

e o desalento de continuar lendo o afasta. Portanto, explicar ao aluno, mesmo que

encontre alguma dificuldade de entendimento do texto, persistir com a leitura,

buscando auxílio nos dicionários de sinônimos e antônimos é o caminho para

superação da compreensão do texto.

5 Valorizar a leitura utilizando a hemeroteca

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No verbete hemeroteca, para Houaiss (2001, p. 1514), “é setor das

bibliotecas onde se encontram coleções de jornais, revistas, periódicos, e obras em

série”. Sendo assim, a hemeroteca é uma forma de trabalho que direciona o aluno a

praticar a leitura, bem como compor um resumo do texto estudado, ou seja, de um

jornal, revista, dentre outros. Tem como finalidade estimular a leitura e adquirir o

prazer de ler no dia a dia, objetivando a compreensão dos textos lidos. A proposta da

hemeroteca é exercitar a leitura em sala de aula, como instrumento para aperfeiçoar,

ampliar e melhorar a linguagem dos estudantes.

O pouco exercício de leitura no transcorrer das aulas prejudica a

compreensão dos conteúdos podendo ocasionar falhas no processo de

aprendizagem, além de não despertar o prazer de tal atividade.

Não se contesta que é uma prática determinante à vida do futuro profissional

de qualquer área e cultivar a leitura e o estudo visando a ampliação do

conhecimento. Para que isto ocorra com eficiência, recomenda-se que a instituição

de ensino, em concomitância com o professor de cada disciplina disponibilizem

variadas bibliografias para avançar nesta atividade. Porém, isto só se consegue se

houver concentração de esforços na valorização dos estudantes à realização da

produção de ensino.

Por outro lado, recomenda-se que a gestão da escola encontre alternativas,

objetivando oferecer condições aos alunos para terem acesso a livros didáticos da

área técnica. A seleção de livros e textos didáticos é fator fundamental no progresso

da aprendizagem. A determinação de textos e livros adequados ao curso, com toda

certeza, terá preponderância para alavancar o que propõe a tese aqui defendida.

Não obstante, o exercício da atividade no mundo do trabalho requer que os

estudantes se preparem constantemente, pois, as mudanças em todas as áreas

técnicas ocorrem rapidamente. Com a evolução da tecnologia, os conhecimentos, a

aptidão, o saber, a capacidade de demandar a combinação de informações, a

inovação e a ação representam fatores decisivos para o desempenho da atualidade

em uma sociedade eminentemente desafiadora. Assim posto, a pretensão do

projeto, é convidar os estudantes a assumirem o fazer espontâneo da leitura e,

principalmente, da pesquisa.

O professor que trabalha com textos, desperta o interesse e o gosto pelo

saber, pois o aluno se apropria de informações que serão fontes de conhecimento.

16

Portanto, ler e estudar estão intrinsecamente relacionados e para que haja

essa finalidade é preciso pensar e repensar e dessa forma criar e recriar e não

repetir o que os outros dizem. Enfim, é saber ler nas entrelinhas onde só a mente

pode chegar e interpretar.

A leitura propicia ao aluno um enriquecimento cultural, assim como, esta

atividade o auxilia na compreensão de assuntos novos. Conforme vai praticando a

leitura, a assimilação das informações se torna automática, em virtude da

convivência que se adquire com os textos. É certo que quanto mais se exercita o ato

de ler, chega-se a um momento que o aluno se identifica com o texto. O estímulo do

aluno à leitura é iniciar com leitura de fácil interpretação.

A leitura nos leva ao mundo da imaginação, onde se pode visualizar e

imaginar aquilo que se torna agradável ao despertar o interesse.

O professor pode mostrar ao estudante que ler e interpretar são atividades

de interação e diálogo entre o leitor, o autor com o texto. E para reforçar o ato de ler

no cotidiano escolar, observe que:

Em nossa vida cotidiana, acostumamo-nos a associar leitura com aquisição de informações, de conhecimentos sobre os mais variados assuntos. Mas nós sabemos que um livro, um texto, também pode nos colocar como personagens, como interlocutores de aventuras insuspeitadas, de sentimentos e vivências inusitadas, de reflexões a que não teríamos acesso sem conhecê-lo.Nesse sentido, ler é interpretar, é alastrar-se humanamente em infinitas direções, e é também incorporar à nossa experiência o sonho de outras pessoas, conjugando-o com o nosso. (BARBOSA, 1990, p. 31).

O autor do texto acima, pontua que a leitura é uma fonte de aquisição de

informações, de conhecimentos sobre os mais diversos assuntos. E coloca ainda

que, ler é interpretar, levando o leitor para infinitas direções, incorporando

experiência, o sonho de outras pessoas. O escrito de Barbosa reafirma o propósito

recomendado neste artigo: que é a leitura como instrumento de metodologia de

aprendizagem. Desta forma, não se deve prescindir da atividade de leitura e, na

sequência exercitar a elaboração de texto, extraído do ensaio lido, para que aluno se

amolde com a reprodução, ou a interpretação passando-o para o papel. É uma

modalidade de ensino-aprendizagem que beneficiará o estudante em prol dos

saberes.

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Em caso do aluno se deparar com palavras desconhecidas no texto que está

sendo estudado ou lido, solicita-se que as pesquise em dicionário, dicionário

enciclopédico ilustrado e dicionário de sinônimos e antônimos, elaborando assim,

um glossário na página ou folha utilizada na atividade que está sendo desenvolvida.

Importante salientar, que a atividade de hemeroteca contribui para constatar

aluno com possível dislexia, pois, a leitura e a escrita são exercícios recomendados

para investigar tal distúrbio.

Entretanto, a matéria a seguir comenta sobre um exemplo de dislexia

ocorrido com uma estudante que cursa Pedagogia:

“[...] foi orientada por uma professora a procurar ajuda de especialistas para tratar uma possível dislexia. A desconfiança veio do fato de a estudante não conseguir ler e escrever, apesar de ter passado pelo menos onze anos na escola cursando todas as etapas da educação básica [...] (AVANSINI, 2012, p. 10).

Analisando o que diz o texto jornalístico, chega-se a ilação de que, a leitura

feita pela estudante, proporcionou à professora, a percepção do diagnóstico do

problema, dislexia que há anos a referida estudante suportava, em suas tividades

estudantis. Para que seja detectada possível dificuldade de aprendizagem do

mecanismo da leitura e que o professor possa orientar o aluno em caso positivo,

sugere-se que adote periodicamente a atividade de hemeroteca, de acordo com a

disciplina ministrada.

Assim sendo, propõem-se na sequência, etapas para a elaboração de

hemeroteca com a utilização de matérias de Jornal:

1º - selecionar o assunto no jornal de acordo com a disciplina ministrada;

2º - recortar o assunto selecionado e colar em um papel A 4;

3º - proceder à leitura do texto escolhido do jornal;

4º - após a leitura, redigir um resumo do texto lido;

5º- caso deparar com palavras desconhecidas no texto, preparar um

glossário, no rodapé do resumo;

6º - o aluno faz a apresentação em sala de aula para a turma do seu

trabalho de hemeroteca;

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7º - por fim, o professor sugere e conduz um debate com o aluno sobre o

tema desenvolvido na hemeroteca envolvendo os demais alunos da

classe.

O professor é o animador do espetáculo em sala de aula, pois

constantemente revela os meios adequados para que o aluno consiga atingir o

melhor de si, para a compreensão e a interpretação do texto lido. Enquanto o

professor não se colocar como incentivador de leituras, construtor da ampliação do

entendimento do que se lê, o estudante não conseguirá ampliar sua reflexão do

texto estudado. Para aprender a meditar em torno de uma lição, exige-se que haja

treinamento e observação, e isto, também é de incumbência do professor. Neste

sentido palavras vale citar a lição de Perissé:

A leitura é um modo de ver, e uma forma de viver. Nós, animais insatisfeitos e robôs rebeldes, encontramos nas palavras um microscópio para captar o minúsculo, um telescópio para intuir o longínquo, um periscópio para ver ao redor, um estetoscópio para investigar o profundo. Ver ou não ver, eis a questão. E o leitor que vê quer ver para sempre (PARISSÉ, 2003, p. 23).

Defende-se no texto acima que a leitura é uma maneira de estar sempre

antenado no aspectos de observação no viver e aplicar na aprendizagem. A citação

de equipamentos como instrumentos de comparação para o aprender não deixa de

ser reforço para a captação de conhecimentos e, desta forma, deve ser visto pelo

professor como otimismo na prática do processo de ensino-aprendizagem do aluno.

A leitura é ponto fundamental para o indivíduo compreender o mundo em

que vivemos e para tanto, uma pesquisa retrata o total de analfabetos no Brasil

(Moreira, 2012). Encontrar alternativa que vá ao encontro para solucionar o

desnivelamento do analfabetismo em nosso País, deve ser uma incumbência, não

só das autoridades educacionais, como também da sociedade como um todo. É uma

incongruência permitir a convivência de um índice altíssimo de iletrados, pois a que

se fazer algo que goze de sustentabilidade para erradicar, ou pelo menos suavizar

essa constrangedora situação, que é o analfabetismo.

Precisa-se se conscientizar que o analfabetismo, além de ser vexatório para

o povo brasileiro, é também um ato desumano. Não obstante, o governo precisa,

com urgência estipular metas para sua erradicação.

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Objetivando a sustentabilidade do que está relatado na página anterior,

acompanhe e analise a estatística que foi publicada recentemente.

Conforme artigo mencionado a seguir, destaca que:

[...] Segundo a última pesquisa divulgada pelo Instituto Paulo Montenegro e a ONG divulgada, 75% dos trabalhadores brasileiros são analfabetos funcionais, isto é, frequentaram os bancos escolares durante algum tempo, mas sua capacidade de leitura os impede de compreenderem aquilo que está escrito num texto ou têm dificuldades para realizar operações matemáticas básicas, como somar ou subtrair.O mesmo estudo ainda aponta que 8% desses profissionais que estão no mercado de trabalho atual são totalmente analfabetos (não sabem ler nem escrever), 30% leem sem compreender o mínimo necessário e 37% entendem partes daquilo que leem, mas não conseguem relacionar informações que recebem nem interpretá-las. Portanto, apenas 25% dos brasileiros que fazem parte da população economicamente ativa dominam habilidades de leitura e escrita necessárias às suas atividades corriqueiras de trabalho e podem cumprir tarefas de maior complexidade. Um problemão e tanto, já que poderíamos crescer a taxas exponenciais nos próximos anos e, infelizmente, ficaremos presos a níveis menores de desenvolvimento econômico porque não haverá pessoas capacitadas para ocupar as posições que são abertas nas empresas públicas e privadas (MOREIRA, 2012, p. 2).

O resultado da pesquisa é assustadora, e ao mesmo tempo aponta que o

caminho que o sistema educacional no Brasil está percorrendo, encontra-se eivado.

É interessante observar que os percentuais constatados na matéria acima, nada

mais é que um clamor de que, urgentemente a melhoria da educação deva ser

reparada. Não é admissível ignorar o que revela a referida pesquisa. São dados que

expressam preocupações a qualquer país sério, e presume que se tenha uma

gestão de governo competente, principalmente na área da educação. Não fazer

nada para aprimorar o sistema educacional, é, sem dúvida nenhuma, retroceder à

Era da Industrialização Clássica, ou seja; as pessoas, simplesmente eram

consideradas artifícios de recursos de produção, um apêndice da máquina.

Continuar insistindo neste modelo de ensino, sem lançar mão de novas

metodologias de aprendizagem, é compungir fortemente aos estudantes que

clamam para uma educação de qualidade. As revelações do Instituto Paulo

Montenegro e a ONG Ação Educativa é nefasto ou abissal, e mira a trincheira para a

letargia do processo ensino –aprendizagem.

Desta forma, as atividades de leituras em sala de aula têm como finalidade

beneficiar o aluno no tocante à carência da compreensão e interpretação de textos.

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São propostas respaldadas em acontecimentos vivenciados com alunos de séries e

cursos técnicos profissionalizantes.

6 Conclusão

No decorrer dos encontros, dentre uma discussão e outra, enfatizou-se a

relevância da leitura e interpretação nos resultados escolares, bem como

importância das intervenções pedagógicas, no que concerne à melhoria da

aprendizagem do estudante, tanto na sua vida escolar quanto na profissional e

social. Por diversas vezes, houve interferência de vários participantes, para

comentarem que já obteve resultados surpreendentes com a utilização de atividades

de leitura.

Observou-se ainda que durante as leituras aplicadas em sala de aula, os

alunos apresentam as dificuldades básicas deste processo, mas assim que se

avançam nas atividades contínuas de leitura, verifica-se que é necessário

aperfeiçoar as práticas relacionadas à compreensão e o entendimento das referidas

leituras e interpretação. No entanto, cada vez mais, se busca novas metodologias

diferenciadas para exercitar o desempenho das atividades correlacionadas à leitura,

visando à apropriação do saber.

Desta forma, assim que o educando adquire o prazer da leitura,

automaticamente ele passa a exercer interesse por novos conhecimentos, incluindo,

sobretudo, a escolha de textos, de acordo com a disciplina de cada área.

A partir desses apontamentos discutiu-se a utilização da leitura em todas as

disciplinas por meio da hemeroteca, ou seja, artigos de jornais e revistas.

Para tanto, aplicou-se a hemeroteca aos participantes deste evento. Por fim,

foi acordado entre os presentes do curso, que a hemeroteca fosse estendida ao

quadro docente da instituição escolar e, logo a seguir, homologou-se, através do

Projeto Político Pedagógico da Escola.

Referências

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