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A LIAHONA A IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS MAIO DE 2001

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A LIAHONAA I G R E J A D E J E S U S C R I S T O D O S S A N T O S D O S Ú LT I M O S D I A S � M A I O D E 2 0 0 1

NA CAPAPrimeira Capa: Sabrina Reis (à esquerda),do Rio de Janeiro, ajuda os adolescentesnum abrigo de pessoas sem-teto. ÚltimaCapa: Moça da Ala Botafogo, Estaca Riode Janeiro Brasil Andaraí. (Fotografia deBarbara Jean Jones.)

CAPA DE O AMIGOIlustração Fotográfica de Craig Dimond.

S U M Á R I O2 MENSAGEM DA PRIMEIRA PRESIDÊNCIA: O FAROL DO SENHOR: MENSAGEM

PARA OS JOVENS DA IGREJA PRESIDENTE THOMAS S. MONSON

16 PALAVRAS DO PROFETA VIVO

18 O ESPÍRITO DE CRISTO: UMA LUZ EM MEIO ÀS TREVAS DANIEL K. JUDD

25 MENSAGEM DAS PROFESSORAS VISITANTES: A IMPORTÂNCIA DE VIVERMOSDE ACORDO COM NOSSAS POSSIBILIDADES

26 VOZES DA IGREJA: “PEÇAM-LHE TODOS OS DONS”VONTADE DE ALÇAR VÔO JORGE FLORES“VÁ VER COMO ESTÁ A WENDI” DARLENE JOY NICHOLSFORTE POR CAUSA DE MEUS FILHOS ELIZA M. TORRESO FOLHETO PERDIDO WENCESLAO SALGUERO

32 COMO TORNAR SUA NOITE FAMILIAR AINDA MELHOR

34 AS LIÇÕES APRENDIDAS NA JORNADA DA VIDA ÉLDER JOSEPH B. WIRTHLIN

48 COMO UTILIZAR A LIAHONA DE MAIO DE 2001

E S P E C I A L M E N T E P A R A O S J O V E N S8 VELHO DEMAIS PARA DISTRIBUIR O SACRAMENTO? WAYNE B. LYNN

10 A MÃO DA AMIZADE NO RIO DE JANEIRO BARBARA JEAN JONES

23 UM RECADO DE MICHAEL CAMIELLE CALL-TARBET

24 PÔSTER: NÃO BRINQUE COM O PERIGO

44 AJUDAR-SE MUTUAMENTE DANE M. MULLEN

47 MEU AMIGO PARA SEMPRE BECKY PRESCOTT

O A M I G O2 TEMPO DE COMPARTILHAR: A OBEDIÊNCIA TRAZ-NOS BÊNÇÃOS

DIANE S. NICHOLS

4 FICÇÃO: VAMOS FAZER UM TRATO T. S. HETTINGER

7 TENTAR SER COMO JESUS: “VOCÊ NÃO PODE DESISTIR”CHARLENE GERMAINE MEYER

8 PÔSTER: RENOVAR OS CONVÊNIOS DO BATISMO

10 DE UM AMIGO PARA OUTRO: ÉLDER LYNN G. ROBBINS

12 HISTÓRIAS DO NOVO TESTAMENTO: O HOMEM QUE NÃO ANDAVA; O SERMÃO DA MONTANHA

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COMENTÁRIOS

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Maio de 2001, Vol. 25, Nº 5A LIAHONA, 21985 059Publicação oficial em português de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.A Primeira Presidência: Gordon B. Hinckley, Thomas S. Monson, James E. FaustQuórum dos Doze: Boyd K. Packer, L. Tom Perry, David B. Haight, Neal A. Maxwell, Russell M. Nelson,Dallin H. Oaks, M. Russell Ballard, Joseph B. Wirthlin,Richard G. Scott, Robert D. Hales, Jeffrey R. Holland,Henry B. EyringEditor: Dennis B. NeuenschwanderConsultores: L. Lionel Kendrick, Yoshihiko Kikuchi, John M. MadsenAdministradores do Departamento de Currículo: Diretor Gerente: Ronald L. KnightonDiretor de Planejamento e Editorial: Richard M. RomneyDiretor Gráfico: Allan R. LoyborgEquipe Editorial:Editor Gerente: Marvin K. GardnerEditor Gerente Assistente: R. Val JohnsonEditor Adjunto: Roger TerryEditor Assistente: Jenifer GreenwoodEditor Associado: Susan BarrettAssistente de Publicações: Collette Nebeker AuneEquipe de Diagramação:Gerente Gráfico da Revista: M. M. KawasakiDiretor de Arte: Scott Van KampenDiagramador Sênior: Sharri CookDiagramadores: Thomas S. Child, Randall J. PixtonGerente de Produção: Jane Ann PetersProdução: Reginald J. Christensen, Kari A. Couch, Denise Kirby, Kelli Pratt, Rolland F. Sparks Claudia E. WarnerPré-Impressão Digital: Jeff MartinEquipe de Impressão e Distribuição:Printing Diretor: Kay W. BriggsGerente de Distribuição (Assinaturas):Kris T. ChristensenA Liahona:Diretor Responsável e Produção Gráfica:Dario MingoranceEditor: Luiz Alberto A. Silva (Reg. 17.605)Tradução e Notícias Locais: Dario MingoranceAssinaturas: Cezare Malaspina Jr.REGISTRO: Está assentado no cadastro da DIVISÃO DECENSURA DE DIVERSÕES PÚBLICAS, do D.P.F., sob nº1151-P209/73 de acordo com as normas em vigor.ASSINATURAS: Toda correspondência sobre assinaturasdeverá ser endereçada a: Departamento de Assinaturasde A Liahona Caixa Postal 26023, CEP 05599-970 –São Paulo, SP. Preço da assinatura anual para o Brasil: R$ 18,00. Preço do exemplar em nossa agência: R$ 1,80. Para Portugal – Centro de DistribuiçãoPortugal, Rua Ferreira de Castro, 10 – Miratejo, 2800 –Almada. Assinatura Anual: 1.300$00. Para o exterior:Exemplar avulso: US$ 3.00; Assinatura: US$ 30.00. As mudanças de endereço devem ser comunicadas indicando-se o endereço antigo e o novo.Envie manuscritos e perguntas para: Liahona, Floor 24, 50 East North Temple, Salt Lake City,UT 84150-3223, USA. Ou envie um e-mail para: [email protected] “Liahona” (um termo do Livro de Mórmon quesignifica “bússola” ou “orientador”) é publicada emalbanês, alemão, amárico, armênio, búlgaro, cebuano,chinês, coreano, dinamarquês, esloveno, espanhol,estoniano, fijiano, finlandês, francês, haitiano,hiligaynon, húngaro, holandês, ilokano, indonésio,inglês, islandês, italiano, japonês, letão, lituano,malgaxe, marshallês, mongol, norueguês, polonês,português, quiribatiano, romeno, russo, samoano,sueco, tagalo, tailandês, taitiano, tcheco, tonganês,ucraniano e vietnamita. (A periodicidade varia de umalíngua para outra.)© 2001 por Intellectual Reserve, Inc. Todos os direitos reservados. Impressa nos Estados Unidos da América.For readers in the United States and Canada:May 2001 Vol. 25 No. 5. A LIAHONA (USPS 311-480) Portuguese (ISSN 1044-3347) is publishedmonthly by The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints,50 East North Temple, Salt Lake City, UT 84150. USAsubscription price is $10.00 per year; Canada, $15.50plus applicable taxes. Periodicals Postage Paid at Salt LakeCity, Utah and at additional mailing offices. Sixty days’ noticerequired for change of address. Include address label froma recent issue; old and new address must be included.Send USA and Canadian subscriptions and queries to Salt Lake Distribution Center at address below.Subscription help line: 1-800-537-5971. Credit card orders (Visa, MasterCard, American Express) may betaken by phone. (Canada Poste Information: PublicationAgreement #1604821)POSTMASTER: Send address changes to Salt LakeDistribution Center, Church Magazines, PO Box 26368,Salt Lake City, UT 84126-0368.

“FÉ E CONFIANÇA NO SENHOR

JESUS CRISTO”

Nunca em toda a minha vida li umarevista tão edificante e proveitosa como aLiahona (espanhol). Sou jovem e nunca meimportei muito com a leitura e quandocomecei a ler a revista, não pensei queencontraria algo que me motivasse a estudaras escrituras e que me ajudasse a entender amensagem do Senhor Jesus Cristo. Quando,porém, li o número de janeiro de 2000, odiscurso do Élder H. Bruce Stucki, dosSetenta, intitulado “Fé e Confiança noSenhor Jesus Cristo”, teve um impactoextraordinário em minha vida — tanto quecontinuo estudando as escrituras.

Agradeço ao Pai Celestial e aos missio-nários, pois encontrei a verdade e vou serbatizado. Agradeço por prepararem missio-nários para ensinar pessoas como eu.

Alexi Antonio López López, Ala Oriental, Estaca San Miguel El Salvador

Nota: O irmão López foi batizado no dia 18 de março de 2000, pouco depois de terescrito esta carta.

SUCESSO NO TRABALHO MISSIONÁRIO

O trabalho do Senhor está indo muitobem na República Democrática do Congo,apesar de haver guerras em algumasprovíncias do país.

M A I O

Um dia, meu companheiro e eubatemos à porta da irmã Sylvie. Dois diasdepois, conhecemos seu marido, o irmãoAntoine. Ele perguntou-nos qual era onome de nossa igreja. Respondemos queéramos membros d’A Igreja de Jesus Cristodos Santos dos Últimos Dias.

“Esta é a igreja que eu estava procu-rando”, disse ele entusiasmado. “Tenho umLivro de Mórmon velho, mas perdi váriaspáginas. Estou tão feliz por ter encontradovocês!”

Três semanas mais tarde, o irmãoAntoine foi batizado. Sei, de todo o coração,que o Espírito nos guia até aquelas pessoasque querem trabalhar na obra do Senhor.

Élder Mahongo Ruffin, Missão República Democrática do CongoKinshasa

A EXPIAÇÃO MOTIVA MUDANÇAS

Fico muito feliz cada vez que recebo aLiahona (espanhol). Leio e medito arespeito dos artigos e discursos e tentocolocá-los em prática. Esta revista mefortalece muito em épocas de provação.Freqüentemente dou uma assinatura depresente para algum amigo que não sejamembro da Igreja.

Sou membro há 27 anos e continuoaprendendo coisas novas todos os dias.Sempre me sinto edificada quando leioalgo a respeito da Expiação do Salvador.Sou realmente grata pelo sacrifício que Elefez por nós. Seu exemplo tem motivadomudanças em minha vida e tem-meajudado a viver da forma que Ele desejaque eu viva.

Bertha Barrera de Pulido, Primeira Ala de Kennedy, Estaca Bogotá Colômbia Kennedy

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MENSAGEM DA PRIMEIRA PRESIDÊNCIA

O Farol do SenhorMensagem para os Jovens da Igreja

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Olhem para o farol do

Senhor. Não há neblina tão

densa, noite tão escura,

vendaval tão forte nem

marinheiro tão perdido

que seu facho de luz não

possa resgatar.

Vocês, jovens da Igreja, são um grupo glorioso, uma geração esco-

lhida. Fazem-me lembrar as palavras escritas pelo poeta Henry

Wadsworth Longfellow:

Quão bela é a juventude! Quão fulgurante é seu brilhoCom suas ilusões, aspirações, sonhos!Um livro de inícios, uma História sem Fim,Onde toda donzela é heroína, todo homem, um amigo.1

Há apenas 20 anos, muitos de vocês ainda não tinham iniciado sua

jornada na mortalidade. Viviam em um lar celestial. Conhecemos relativa-

mente pouco acerca dos detalhes de sua existência ali, tudo o que sabemos é

que estávamos entre pessoas que nos amavam e que estavam preocupadas

com nosso bem-estar eterno. Então, chegou o momento em que a vida

terrena tornou-se necessária ao nosso progresso. Certamente houve despe-

didas, manifestações de confiança e uma cerimônia de formatura para nossa

passagem para a mortalidade.

Uma grande comemoração esperava cada um de nós! Pais amorosos nos

receberam com alegria em nosso novo lar terreno. Recebemos cuidados

Presidente Thomas S. MonsonPrimeiro Conselheiro na Primeira Presidência

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Façam amizade com pessoas que, como vocês,

estejam almejando não apenas confortos temporários,

metas superficiais ou objetivos egoístas, mas, sim,

aquilo que mais importa, ou seja, objetivos eternos.

carinhosos e abraços amorosos sempre que precisá-vamos. Alguém descreveu um recém-nascido como “umtenro e querido botão de humanidade, que acabou decair da própria morada divina para florescer aqui naTerra”.2

Aqueles primeiros anos foram preciosos e especiais.Satanás não tinha poder de tentar-nos. Ainda não noshavíamos tornado responsáveis e éramos inocentesperante Deus. Foram anos de aprendizado.

Entramos então na época que alguns consideram a“terrível adolescência”. Eu prefiro dizer a “maravilhosaadolescência”. É uma época de oportunidades, uma fasede crescimento, um período de desenvolvimento, carac-terizado pela aquisição de conhecimento e pela busca daverdade.

Ninguém jamais descreveu esses anos como sendofáceis. Na verdade, eles estão tornando-se cada vezmais difíceis. O mundo parece ter-se soltado dasamarras e se afastado do porto seguro da paz. A permis-sividade, a imoralidade, a pornografia e a força dapressão dos colegas fazem com que muitos sejamlançados de um lado para o outro num mar de pecadose se arrebentem contra os afiados recifes das oportuni-dades perdidas, da privação das bênçãos e dos sonhosdesfeitos.

Angustiados, perguntamos: “Existe um caminho quenos leve a um lugar seguro? Alguém pode guiar-nos?Há um modo de escapar da destruição que nosameaça?”

A resposta é um retumbante sim! Meu conselho é:Olhem para o farol do Senhor. Não há neblina tão densa,noite tão escura, vendaval tão forte nem marinheiro tãoperdido que seu facho de luz não possa resgatar. Ele noschama, dizendo: “Este é o caminho para a segurança;esta é a senda de volta para casa”.

O farol do Senhor envia sinais facilmente reconhecí-veis e que nunca falham. Gostaria de citar três dessessinais que, caso sejam seguidos, irão guiar-nos em meio àstormentas da vida:

1. Escolham seus amigos com cuidado.2. Planejem o futuro com um propósito em vista.3. Pautem sua vida pela fé.

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EM PRIMEIRO LUGAR, ESCOLHAM SEUS AMIGOS

COM CUIDADO.

Em uma pesquisa feita há alguns anos em um gruposelecionado de alas e estacas da Igreja, aprendemos algomuito significativo. As pessoas cujos amigos se casaramno templo geralmente se casam no templo, enquanto queas pessoas cujos amigos não se casaram no templo geral-mente não o fazem. A influência dos amigos parece serigual à dos pais e mais marcante do que as instruçõesdadas em sala de aula ou a proximidade do templo.

Temos a tendência de tornar-nos semelhantes àspessoas que admiramos. Assim como no clássico deNathaniel Hawthorne, “The Great Stone Face”,adotamos os hábitos, as atitudes e até o comportamentodaqueles que admiramos, e que geralmente são os nossosamigos. Façam amizade com pessoas que, como vocês,estejam almejando não apenas confortos temporários,metas superficiais ou objetivos egoístas, mas, sim, aquiloque mais importa, ou seja, objetivos eternos.

Não apenas o seu modo de pensar e seu comporta-mento serão em muito influenciados por seu círculo deamigos, como vocês também irão influenciá-los. Muitosnão-membros filiam-se à Igreja por causa de amigos queos convidaram a participar das atividades da Igreja.Quero contar a vocês uma preciosa experiência defamília, que remonta a 1959, quando fui chamado parapresidir a Missão Canadense, sediada em Toronto.

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Nossa filha Ann fez cinco anos de idade pouco depoisde chegarmos ao Canadá. Ela viu os missionários saindopara trabalhar e também quis ser uma missionária. Minhamulher atendeu a seu desejo permitindo que ela levassepara a escola alguns exemplares da revista da IgrejaChildren’s Friend. Mas isso não bastava para Ann. Ela quislevar também o seu Livro de Mórmon, para poder falarcom sua professora, a Srta. Pepper, a respeito da Igreja.Senti grande emoção quando, há poucos anos, muitotempo depois de termos retornado de Toronto, voltamospara casa das férias e encontramos em nossa caixa postalum bilhete da Srta. Pepper dizendo o seguinte:

“Querida Ann,Procure lembrar-se do que aconteceu há muitos anos.

Fui sua professora em Toronto, Canadá. Fiquei impres-sionada com as revistas que você levava para a escola.Fiquei muito impressionada com sua devoção a um livrochamado Livro de Mórmon.

Prometi a mim mesma que um dia iria até Salt LakeCity para saber por que você falavaaquelas coisas e por que acreditavadaquela maneira nessas coisas. Tivehoje o privilégio de conhecer seucentro de visitantes da Praça doTemplo. Graças a uma menina decinco anos que tinha entendimentodaquilo em que acreditava, hojecompreendo melhor A Igreja de JesusCristo dos Santos dos Últimos Dias.”

A Srta. Pepper faleceu poucotempo depois dessa visita. Minha filhaAnn ficou muito contente de poder irao Templo Jordan River Utah pararealizar o trabalho do templo poraquela querida professora com quemfizera amizade há tanto tempo.

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EM SEGUNDO LUGAR, PLANEJEM

O FUTURO COM UM PROPÓSITO

EM VISTA

No clássico de Lewis Carroll, Alice noPaís das Maravilhas, Alice chega a uma

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ncruzilhada onde há dois caminhos diante dela, seguindo emireções opostas. Aparece-lhe, então, o Gato Risonho, a quemlice pergunta: “Que caminho devo tomar?”O gato responde: “Isso depende do lugar aonde quer

hegar. Se não sabe para onde quer ir, então poucomporta o caminho que irá tomar”.3

Ao contrário de Alice, todos sabemos para ondeueremos ir. O caminho que iremos tomar na vida é dextrema importância, pois ele seguramente nos levaráara a senda que iremos tomar a seguir.

Peço-lhes encarecidamente, meus jovens irmãos ermãs, que lembrem quem vocês são. Vocês são filhos eilhas do Deus Todo-Poderoso. Têm um destino aumprir, uma vida pela frente, uma contribuição a fazer,ma meta a cumprir. O futuro do reino de Deus na Terraerá, em parte, auxiliado por sua devoção.

Lembrem-se de que a sabedoria de Deus pode arecer loucura para os homens, mas a maior lição ue podemos aprender na mortalidade é que quando

Deus fala e nós obedecemos, sempre estaremos certos. Algumaspessoas tolas voltam as costas para a sabedoria de Deus e seguem asedução da moda volúvel, a atraçãoda falsa popularidade e a emoção do momento. Sua conduta se asse-melha à desastrosa ação de Esaú, que trocou sua primogenitura porum prato de lentilhas.4

E quais são os resultados dessaatitude? Testifico a vocês que afastar-nos de Deus nos leva a convêniosquebrados, sonhos desfeitos, anseiosnão realizados, planos dissolvidos,expectativas frustradas, esperançasperdidas, paixões mal direcionadas,um caráter corrompido e uma vidamiserável.

Peço-lhes que fujam desse poçode areia movediça. Vocês são jovensde nobre estirpe. Sua meta é a exal-tação no reino celestial.

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aquele gigan-

ção à nota dez

ossa vida.

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Essa meta não é alcançada numa única tentativagloriosa, mas, sim, como resultado de toda uma vida deretidão, uma seqüência cumulativa de decisões sábias, sim,uma constância de propósito. Tal como a cobiçada nota dezno boletim, a recompensa da vida eterna exige muitoesforço. A nota dez é o resultado final de todos os exercí-cios, questionários, aulas, provas, projetos de estudo etrabalhos. Por isso, cada aula na Igreja, cada oração, cadaencontro, cada amigo, cada baile, todas essas coisasprecedem a meta do casamento no templo, aquele gigan-tesco passo em direção à nota dez no boletim de nossa vida.

Nossa meta é esforçar-nos para alcançar a perfeição.Lembrem, porém, que nosso objetivo na vida não éestarmos à frente dos outros, mas, sim, superarmos a nósmesmos. Quebrar nosso próprio recorde, superar nossasmarcas, suportar nossas provações de modo mais perfeitodo que jamais imagináramos ser capazes de fazer, ter umdesempenho melhor do que jamais tivemos, realizarnosso trabalho com mais vigor do que jamais conse-guimos fazer, e desenvolver maior capacidade do quenunca, essas são as nossas metas. E para cumprir essatarefa, nossa atitude se revela na determinação de apro-veitarmos ao máximo as nossas oportunidades. Temosque dar as costas às tentadoras seduções e armadilhasque nos são tão astuta e cuidadosamente oferecidas peloadversário. Há dois séculos, Edward Young disse que a“procrastinação é o ladrão do tempo”.5 Na verdade, aprocrastinação é muito mais que isso. Ela rouba-nos oauto-respeito. Ela nos importuna e estraga nossa alegria.Priva-nos da realização plena de nossas ambições e espe-ranças. Sabendo disso, devemos acordar para a realidadecom a certeza segura de que “este é o meu dia de oportu-nidades. Não o desperdiçarei”.

Talvez o Apóstolo Paulo tivesse nossa época em mentequando ensinou aos santos de Corinto que a vida é muitosemelhante a uma corrida. Ele disse: “Não sabeis vós que osque correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas umsó leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis”.6

O autor do livro de Eclesiastes também escreveu sobreesse tema: “Não é dos ligeiros a carreira, nem dos fortesa batalha”7, mas daquele que persevera até o fim.

A corrida da vida não é opcional. Estamos correndo na

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pista, quer seja essa a nossa vontade ou não. Algunsperdem de vista a meta à frente e seguem por desviospenosos que conduzem ao desapontamento e à frustração.Outros claramente enxergam o prêmio por correrem beme permanecem firmes na busca. Esse prêmio, esse elevadoe desejado objetivo, consiste em nada mais nada menosdo que a vida eterna na presença de Deus.

A arca do tesouro de conhecimento e inspiraçãoestará aberta para vocês, se planejarem para o futuro comum propósito em vista.

EM TERCEIRO LUGAR, PAUTEM SUA VIDA PELA FÉ.

Em meio à confusão de nossa época, aos conflitos deconsciência e o tumulto do dia-a-dia, uma fé inabaláveltorna-se uma âncora em nossa vida.

Se buscarmos o Pai Celestial em oração pessoal e fami-liar, nós e nossos entes queridos desenvolveremos aquiloque o grande estadista inglês, William E. Gladstone,descreveu como a coisa de que o mundo mais necessita:“Uma fé viva em um Deus real”. Essa fé iluminará nossocaminho como o farol do Senhor.

Se tiverem uma fé inabalável no Deus vivo, se suasações externas expressarem suas convicções íntimas,vocês terão a força combinada das virtudes externas einternas. Juntas elas lhes proporcionarão um caminhoseguro em meio aos mares mais bravios que venham aencontrar na vida.

Onde quer que estejamos, nosso Pai Celestial podeouvir e responder nossas orações feitas com fé.

Há muitos anos, em minha primeira visita à famosavila de Sauniatu, em Samoa, tão querida pelo PresidenteDavid O. McKay, minha mulher e eu nos reunimos comuma grande multidão de criancinhas, quase 200 no total.Ao término de nossas mensagens para aqueles tímidosmas lindos jovens, sugeri ao professor samoano queprocedêssemos ao encerramento. Quando ele anunciou oúltimo hino, senti-me compelido a cumprimentarpessoalmente cada uma daquelas crianças. Vi no relógioque não tinha tempo suficiente para esse privilégio, poistínhamos um vôo marcado para fora do país, por isso nãodei atenção àquele sentimento. Antes da última oração,senti novamente que devia apertar a mão de cada uma

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Em meio à confusão de nossa época, aos conflitos de

consciência e o tumulto do dia-a-dia, uma fé inaba-

lável torna-se uma âncora em nossa vida.

das crianças. Expressei meu desejo ao professor, que abriuum grande e belo sorriso samoano. Em sua língua natal,ele fez o anúncio às crianças. Elas manifestaram radiantesa sua aprovação.

O professor então contou-me o motivo da alegria queele e as crianças estavam sentindo. Ele disse: “Quandosoubemos que um membro do Conselho dos Doze viriavisitar-nos aqui em Samoa, que fica tão longe da sede daIgreja, eu disse às crianças que se orassem com sinceri-dade e exercessem uma fé como a dos antigos relatos daBíblia, o Apóstolo visitaria nossa pequena vila de Saniatue pela fé das crianças seria inspirado a cumprimentarpessoalmente cada uma delas com um aperto de mão”.Não conseguimos reter as lágrimas quando aqueles mara-vilhosos meninos e meninas caminharam timidamenteaté nós e sussurraram o doce cumprimento samoano:“talofa lava”. Uma profunda expressão de fé tinha sidomanifestada.

Lembrem-se de que a fé e a dúvida não podem coexistirna mente ao mesmo tempo, porque uma repele a outra.

Se a dúvida vier bater à nossa porta, simplesmentedigam àqueles pensamentos céticos, perturbadores erebeldes: “Quero ficar com minha fé, com a fé do meupovo. Sei que nela há felicidade e contentamento, porisso proíbo vocês, pensamentos agnósticos e céticos, dedestruírem a morada de minha fé. Reconheço que nãocompreendo o processo da criação, mas aceito sua reali-dade. Concordo que não posso explicar os milagres da

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Bíblia, tampouco me proponho a fazê-lo, mas aceito apalavra de Deus. Não conheci Joseph pessoalmente, mascreio nele. Não recebi minha fé por meio da ciência e nãopermitirei que a assim chamada ciência a destrua”.

Oro para que sempre pautem sua vida pela fé.Se vocês, meus queridos jovens amigos, escolherem

seus amigos com cuidado, planejarem o futuro com umpropósito em vista e pautarem sua vida pela fé, terãodireito à companhia do Santo Espírito. Terão então “umperfeito esplendor de esperança”8 e testificarão por expe-riência própria a veracidade da promessa do Senhor: “Eu,o Senhor, sou misericordioso e benigno para com aquelesque me temem e deleito-me em honrar aqueles que meservem em retidão e em verdade até o fim. Grande serásua recompensa e eterna sua glória”.9

O farol do Senhor nos proporciona o caminho infa-lível. Que possamos seguir os sinais orientadores que eleenvia a todos nós, para que encontremos nosso caminhoseguro de volta para casa. �

NOTAS1. Henry Wadsworth Longfellow, “Morituri Salutamus”.2. Gerald Massey, The Home Book of Quotations, selecionadas

por Burton Stevenson (1934), p. 121.3. Ver Lewis Carroll, Alice no País das Maravilhas (1992), p. 89.4. Ver Gênesis 25:29–34.5. John Bartlett, Familiar Quotations, 14ª edição (1968), p. 399.6. I Coríntios 9:24.7. Eclesiastes 9:11.8. 2 Néfi 31:20.9. D&C 76:5–6.

IDÉIAS PARA OS MESTRES FAMILIARES

1. Nosso círculo de amigos influencia em muito nossopensamento e comportamento, da mesma forma queinfluenciamos os deles.

2. Alguns perdem de vista a meta à frente e seguemdesvios penosos que conduzem ao desapontamento e àfrustração. Outros vêem claramente o prêmio — a vidaeterna na presença de Deus — e permanecem firmes nabusca.

3. Se tivermos uma fé inabalável no Deus vivo, senossas ações externas revelarem nossas convicçõesinternas, encontraremos um caminho seguro em meioaos mares mais bravios que venhamos a encontrar.

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VELHO DEMAIS PARA DISTRIBUIR O SACRAMENTO?

Wayne B. Lynn

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D avid sabia que o estariamprocurando, e assim retraiu-se em seu lugar no banco

atrás do irmão Johnson. Raciocinouque o consultor do quórum dediáconos não conseguiria encontrá-loali no fundo onde estava, apesar de acapela não estar muito cheia e fossedifícil ficar sem ser visto.

Sabia que se o encontrassem pedi-riam que ele distribuísse o sacra-mento, e ele não queria. Ele agoraera sacerdote e tinha altura sufi-ciente para jogar na equipe debasquete do colégio. Era embaraçosoficar de pé na frente da capela comos pequenos diáconos de 12 anos,que pareciam todos ter a metade dasua estatura.

O pai estava observando-o dopúlpito, e David sentiu sua desapro-vação. Para grande surpresa deDavid, porém, não lhe pediram paraajudar os diáconos. Antes quealguém pudesse pedir-lhe, o irmãoHensley ofereceu-se para ajudar.

O irmão Hensley era membronovo da Igreja, não muito mais velho

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do que David, e recentemente orde-nado ao Sacerdócio Aarônico. Todoshaviam ficado entusiasmadosquando souberam que ele estavarecebendo as palestras missionárias.Tinha sido uma pessoa de muitoprestígio no colégio e agora estavafreqüentando a faculdade.

Ficava bem alto ao lado dosdiáconos. Caminhou com orgulho edistribuiu os emblemas sagrados comdignidade.

Vários membros estavam conver-sando com o irmão Hensley nosaguão depois da reunião. Davidouviu por acaso a conversa, aindamais quando chegou bem perto.

“Obrigado por ter-nos ajudadohoje”, disse alguém. “Espero que

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não tenha ficado aborrecido de ter trabalhado com os jovensdiáconos.”

“Absolutamente”, David ouviu-odizer, surpreso. “Considero isso umagrande honra. Você sabe quem foi apessoa que distribuiu o sacramentopela primeira vez, não é?” Então,respondendo à própria pergunta,ontinuou. “Foi Jesus Cristo —uando passou o sacramento daltima Ceia aos Apóstolos. Creioue os apóstolos e profetas de nossosias administram e distribuem oacramento uns aos outros exata-ente da mesma forma que fizemosoje. Acho que se eles consideramistribuir o sacramento um privi-

égio, bem, então penso do mesmoodo.”David afastou-se de mansinho

efletindo sobre o que acabara deuvir. Resolveu que no domingoeguinte iria sentar-se bem à vista deodos. Iria sentar-se onde pudessemncontrá-lo. �

Wayne B. Lynn é membro da Ala 19 de

enterville, Estaca Centerville Utah Sul.

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� JOVENS DA ALA BOTAFOGO, ESTACA RIO DE JANEIRO BRASIL ANDARAÍ

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RioDE JANEIRO

A MÃO DA AMIZADE NO

Barbara Jean Jones FOTOGRAFIA PELA AUTORA, EXCETO QUANDO INDICADO

s passos de Renata Araújo, de quinze anos, ecoavam tristemente pelocorredor enquanto ela caminhava ao longo do frio piso de ladrilhos. Renatasabia que quando chegasse ao fim do corredor e entrasse em sua classe dasMoças, estaria sozinha. A formação de sua nova ala tinha feito com que elafosse a única garota ativa do programa das Moças. “Eu me sentia muitosozinha”, relembra ela.

“Vamos estender a mão para [as] pessoas! Vamos fazer amizade com elas!

Sejamos gentis com elas! Vamos incentivá-las! Vamos aumentar sua fé e seu

conhecimento a respeito desta que é a obra do Senhor.” Presidente Gordon B.

Hinckley (“Palavras do Profeta Vivo”, A Liahona, agosto de 1999, p. 15.)

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Renata não está mais sozinha. A sala de aula que antes era silenciosa equase vazia agora vibra com as vozes animadas de dez jovens ativas da AlaBotafogo, Estaca Rio de Janeiro Brasil Andaraí. Essa mudança aconteceu empouco mais de um ano. A história dessas moças ilustra o que pode acontecerquando os membros da Igreja seguem os conselhos do Presidente Gordon B.Hinckley (incluídos neste artigo) de estender a mão em especial para osnovos conversos, os membros menos ativos e os não-membros.

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AJUDE-OS A VOLTAR

“Há aqueles que já foram firmes na fé, mas que agora se afastaram. Muitos queremvoltar, mas não sabem bem como fazê-lo. Eles precisam de mãos amigas que se estendampara eles.” (“Estenda Sua Mão Amiga”, A Liahona, janeiro de 1997, p. 92.)

Tudo começou com as gêmeas de dezoito anos, Camila e Sabrina Reis, quetinham passado vários meses pouco ativas. Quando Vera Pimentel, a presi-dente das Moças da nova Ala Botafogo, começou a chamar as moçasmenos ativas para a Igreja, oferecendo carona para as reuniões e ativi-dades da Igreja, isso foi o suficiente para as gêmeas.

“Estávamos querendo voltar, mas não sabíamos como fazê-lo”, contaSabrina. “Vera tornou tudo mais fácil.”

A irmã Pimentel fez

um jogo em que todas

as moças colocavam

os sapatos no meio

da sala, calçavam os

RESPONDA ÀS PERGUNTAS

“O membro ( . . . ) responde às perguntas quando os missionários não estãopresentes. Ele será um amigo do converso que está passando por uma grande emuitas vezes difícil mudança de vida.” (“Encontrem as Ovelhas e Apascentem-nas”,A Liahona, julho de 1999, p. 119.)

Pouco depois de Sabrina e Camila terem voltado para a Igreja, elaspróprias começaram a estender a mão para outras pessoas. Quando AnaCarolina Batista, de quatorze anos, começou a pesquisar a Igreja com suamãe, as gêmeas estavam lá para ajudar. Na primeira vez em que foi à Igreja, aansiedade de Ana Carolina se desfez quando as gêmeas se sentaram a seu ladoe lhe mostraram como procurar as escrituras durante a aula. “Isso me fezsentir bem, porque eu não sabia o que devia fazer. Senti-me aliviada ao verque ali havia pessoas para me ajudar”, relembra ela.

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de outra pessoa,

depois tinham que

conhecer a dona dos

sapatos que tinham

calçado.

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Ana Carolina disse que a amizade das gêmeas tornou sua decisão de filiar-se à Igreja muito mais fácil. Sabrina e Camila também ficaram felizes; suapequena classe estava crescendo.

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CUMPRIMENTE COM AMOR E ATENÇÃO

“Entrar na Igreja pode ser uma experiência arriscada. A menos que contemos commãos carinhosas e fortes para receber o converso, a menos que expressemos nossoamor e preocupação, ( . . . ) ele pode ficar à beira do caminho.” (A Liahona, julho de 1999, p. 122.)

A reação em cadeia prosseguiu quando Ana Carolina estendeu a mão parauma nova pesquisadora. Tatiane Pimenta, de 16 anos, começou a freqüentara Igreja quando a irmã Pimentel apresentou a Igreja para ela e sua família.“Sentia-me muito tímida porque não conhecia ninguém”, conta Tatiane. “Euficava calada no canto.”

Mas logo as coisas começaram a mudar para Tatiane. “Comecei a sentir-me bem porque encontrei uma amiga.” Em uma das aulas, a irmã Pimentelfez um jogo em que todas as meninas colocavam os sapatos no meio da salae calçavam os de outra pessoa. Depois, tinham de procurar conhecer adona dos sapatos que calçaram. “Foi assim que comecei a conversar comAna Carolina”, relembra Tatiane. “Ela foi minha primeira amiga, umaamiga que me incentivou muito. Por causa dela, senti que podia filiar-meà Igreja.”

COMPARTILHE O EVANGELHO; SEJA UM AMIGO

“Todo recém-converso precisa de ( . . . ) um amigo. ( . . . ) Todos os conversosprecisam ser ‘nutridos pela boa palavra de Deus’ (Morôni 6:4)” (A Liahona, julhode 1999, p. 122.)

Carolina Caetano começou a freqüentar a classe das Moças quando seuspais voltaram para a Igreja depois de vários anos de inatividade. Embora elativesse gostado de ir à Primária quando criança, Carolina não tinha sido bati-zada e não conhecia bem a Igreja nem seus membros. “Quando uma pessoavolta para a Igreja, sente-se muito tímida porque não conhece mais ninguém.Por isso, a princípio eu não ia muito”, conta ela.

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No período de

um ano o número

de moças ativas

da Ala Botafogo

aumentou de

um para dez.

As moças esten-

deram a mão tanto

para membros

quanto para não-

membros. Aqui elas

estão trabalhando

em um abrigo

para os sem-teto.

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Mas em pouco tempo, os missionários e a irmã Pimentel começaram avisitar a casa de Carolina para ensinar-lhe o evangelho. “Sempre que [a irmãPimentel] preparava uma lição, ela vinha até minha casa para explicá-la paramim. E ela sempre me ajudava a ler o Livro de Mórmon”, conta Carolina.

Carolina também começou a fazer amizades. “A coisa que mais me ajudoua voltar e a querer ser batizada foram as boas amizades que fiz aqui. As moçassempre estavam à minha volta, sempre chamando: ‘Ei, venha para as ativi-dades. Venha neste domingo’. Elas sempre estavam lembrando-me.”

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DÊ DESIGNAÇÕES

“Todo converso merece uma responsabilidade. ( . . . ) Evidentemente orecém-converso não conhece todas as coisas. É bem provável que cometaalguns erros. E daí? ( . . . ) A coisa importante é o crescimento decorrenteda atividade.” (A Liahona, julho de 1999, p. 122.)

Tal como Carolina, Katarina Echaniz, de dezesseis anos, rapida-mente fez amizades depois de conhecer a Igreja por intermédio de ummembro da ala. Por meio das palestras missionárias e do exemplo de suasamigas, ela também rapidamente adquiriu um testemunho. Pouco depoisde seu batismo, foi chamada para a presidência da classe das meninas-moças. “Senti-me responsável porque havia moças que esperavam que eucumprisse meu chamado”, diz ela. “Eu queria fazer tudo certo.” Katarinadiz que a designação ajudou para que ela ficasse forte no evangelho.

estavam à minha

volta”, conta Carolina,

“sempre me chamando:

‘Ei, venha para as

atividades. Venha

este domingo’.

Elas sempre estavam

lembrando-me.”

NUNCA DESISTA

“Rogo que estendamos as mãos para nossos irmãos e irmãs que conheceram abeleza e a maravilha deste evangelho restaurado durante certo tempo e depois, poralgum motivo o abandonaram. ( . . . )

Se [os membros] aceitarem esse desafio, creio sinceramente que terão a satis-fação e o maravilhoso sentimento de ser instrumentos nas mãos do Senhor paraconduzir pessoas de volta à atividade em Sua Igreja e reino”. (“Como Tornar-se umMestre Familiar ou Professora Visitante Melhor”, A Liahona, setembro de 1998,p. 37.)

Moema Duberley, de dezesseis anos, gostou muito da Igreja desde aprimeira vez que foi a uma reunião. “As moças foram muito acolhedoras eprocuraram ajudar-me a conhecer todo mundo”, diz ela. “Isso fez-me sentirque a Igreja era meu segundo lar.”

Mas foi difícil Moema ir à Igreja depois que a mãe parou de freqüentar,poucos meses depois de seu batismo. Em parte por causa de seu chamado,mas principalmente por causa da amizade que tinham, Katarina começou aconvidar Moema.

“Às vezes eu achava que estava incomodandoMoema”, diz Katarina,“mas continuei tentando

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“Os rapazes do

porque senti que era importante e sabia que Deus iria ajudar-me porque eutambém estava orando”.

Depois de meses de integração por parte de Katarina e de outras moças,Moema voltou à plena atividade na Igreja. “Voltei porque sentia falta de tudoo que tinha aprendido na Igreja e de meu relacionamento com Deus e comos membros.”

Hoje Moema e Katarina têm uma amizade muito forte. “Sou realmentegrata porque precisei de uma amiga quando estava menos ativa”, diz Moema.“Sou muito grata pelo fato da Katarina ter sido essa amiga para mim. Quandovocê passa algum tempo afastada da Igreja, você começa a sentir que não seráaceita. Mas quando as pessoas nos convidam, sentimo-nos bem por saber quenão fomos esquecidas.”

Katarina, por sua vez, diz: “Sinto-me realmente feliz e grata por Moema tervoltado. E funcionou! Orei, e funcionou.”

seminário sempre

cuidam de nós e nos

tratam muito bem”,

diz Daniele. “Eles

nos incentivam

também.”

DÊ APOIO

“Todo converso é um filho de Deus. Todo converso é uma grande e séria respon-sabilidade. É absolutamente essencial que cuidemos daqueles que se tornaram umde nós”. (A Liahona, julho de 1999, p. 122.)

Seus amigos do seminário ajudaram as recém-conversas Daniele Ramalno,de quatorze anos, e Pamela Silva, de dezesseis anos, depois que se mudarampara a ala.

“Quando estamos entre não-membros, alguns rapazes começam a zombarde nós. Mas os rapazes do seminário sempre se preocupam conosco e nostratam muito bem”, diz Daniele. “Eles também nos incentivam”.

“Eles são excelentes amigos para mim”, diz Pamela. “Sempre nos dãocarona até o seminário e para as atividades.”

UNIR-SE NO SERVIÇO

“É nossa obrigação ajudar as pessoas, não somente as que pertençam à Igreja,mas todas”. (“Agradecemos ao Senhor por Suas Bênçãos”, A Liahona, julho de1999, p. 105.)

As moças da Ala de Botafogo não estão apenas ajudando umas às outras,mas também continuam a estender a mão para outras que ainda não estãoativas, bem como para os membros de sua comunidade. Quer estejamservindo em um parque da cidade ou em um abrigo para adolescentes sem-teto, quer estejam escrevendo cartões para as moças menos ativas ou convi-dando-as para a Igreja, quer estejam conversando entre si ou recitando juntaso tema das Moças, há um elo especial que une essas moças, ao se esforçarempara ser um exemplo vivo das palavras do profeta.

“Vocês, rapazes e moças, ( . . . ) rogo a cada um de vocês ( . . . ) que encontremos conversos da Igreja e os abracem e façam amizade com eles. ( . . . ) Peço-lhesencarecidamente que estendam a mão para todo converso da Igreja e ajudem-no aficar firme na fé”. (Reunião, Guadalajara, México, 10 de março de 1998.) �

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Palavras do Profeta VivoPensamentos e Conselhos do Presidente Gordon B. Hinckley

A IMPORTÂNCIA DOS TEMPLOS

“Todos os templos que esta Igrejaconstruiu são verdadeiros monu-mentos de nossa crença na imortali-dade da alma humana, de que estafase da vida mortal pela qual estamospassando faz parte de uma contínuaescalada, por assim dizer, e de que,tão certo quanto há vida aqui, hávida do outro lado do véu. Cremosnisso firmemente. Essa esperançaadvém da Expiação do Salvador e otemplo torna-se, como indiquei, aponte entre esta vida e a vindoura. Otemplo diz respeito às coisas da imor-talidade. Não edificaríamos templospara realizar casamentos se não

acreditássemos na eternidade dafamília. Construímo-los para que afamília seja eterna. Todas as orde-nanças efetuadas na casa do Senhortornam-se expressões de nossacrença nessa doutrina básica efundamental. Portanto, o temploconstitui a expressão máxima detoda a nossa adoração e, assim, temuma importância significativa eprimordial para nós.”1

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SER FIÉIS AO SENHOR

“Sejam fiéis ao Senhor. Ele é sua força. É sua salvação. É Ele quepode abençoá-los. É Ele que desejaabençoá-los. Peçam-Lhe todos os

ons, graças e bênçãos. Ajoelhem-seara orar e depois levantem-se paraazer a vontade Dele, depositandoua confiança e fé Nele, e Deus osbençoará. Faço essa promessa naondição de servo Dele.”2

ÃO SE TORNEM UM ELO FRÁGIL

“Vocês são parte dos grandiososrocessos de Deus por meio dosuais foram gerados os homens eulheres que os antecederam. Tudo

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o que vocês possuem física e mental-mente será transmitido por seu inter-médio às gerações futuras. E é muitoimportante, eternamente impor-tante, irmãos e irmãs, que vocês nãose tornem elos frágeis nessa correntede suas gerações.”3

OTAS1. Entrevista com Vern Anderson da

CATÁSTROFES EM TODO O MUNDO

“Desconheço o motivo de muitasdas catástrofes ocorridas em todo omundo], mas sei o seguinte: o Deusdo céu incumbiu-nos, como cristãos,o dever de auxiliar as vítimas dessesterríveis desastres. ( . . . ) Se formosdiscípulos de Cristo, vamos imitá-Lo efazer o que Ele gostaria que fizéssemoscomo Seus seguidores no cotidiano.”4

ssociated Press em 20 de abril de 1999.2. Conferência regional, Santiago,

hile, 26 de abril de 1999.3. Conferência regional, Oahu, Havaí,

3 de janeiro de 2000.4. Reunião sacramental, Ala East Mill

reek XII, 26 de dezembro de 1999.5. Entrevista concedida ao jornal

eseret News, 25 de fevereiro de 2000.6. Reunião, Cingapura, 30 de janeiro

e 2000.7. Conferência regional, Salt Lake

ity, Utah, 28 de fevereiro de 1999.

A REVELAÇÃO É UM PROCESSO

“As coisas de Deus são compreen-didas pelo Espírito de Deus. Essa é apremissa por meio da qual iniciamos.Não recebemos revelação quandonegamos o poder de Deus. O Senhordeclarou: ‘Se alguém quiser fazer avontade Dele, pela mesma doutrinasaberá se ela é de Deus, ou se falo de

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mim mesmo’. (João 7:17) São pala-vras Dele. A revelação é umprocesso que nos chega ( . . . ) dasmais diversas maneiras. Posso dizersem a menor hesitação que sei nocoração quando o Senhor revela Suavontade em muitas coisas. ( . . . )Oramos a respeito das numerosís-simas coisas com que lidamos cons-tantemente, centenas delas, naverdade, milhares, em toda a Igreja. Ponderamos a respeito delas.Consultamos uns aos outros.Chegamos a decisões. Agimos. Nãohá dúvida em minha mente de queessas deliberações são inspiradas.Trata-se de revelação em uma desuas formas.”5

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O SACERDÓCIO DE DEUS

“Nesta Igreja, todos os homensdignos podem possuir o sacerdócio deDeus. Todos os homens dignos podemfalar em nome de Deus, o Senhor,sim, o Salvador do mundo. Todos oshomens podem servir no governo daIgreja. Todos os homens podem imporas mãos sobre a cabeça da esposa e

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os filhos e abençoá-los. Como isso maravilhoso. Que coisa grandiosaemos a oferecer ao mundo.”6

EGUIR EM FRENTE

“Vocês estão vivendo numa épocae crescimento espantoso nestadmirável Igreja, que segue emrente, e precisam acompanhar oitmo. Devem estar à altura dela e deeus ensinamentos e ajudá-la avançar. Ao levarmos a obra avante,uas obrigações em sua área deesponsabilidade nesta Igreja são tãorandes quanto as minhas em minharópria esfera de atuação.”7 �

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Daniel K. Judd

“PROCUREIS DILIGENTEMENTE, NA LUZ

DE CRISTO, DIFERENCIAR O BEM DO MAL.”

(MORÔNI 7:19)

O Espírito de Cristo convida

todas as pessoas a fazerem o

bem, persuade-as a acreditar

em Cristo e ensina-as que

devem orar. CRI

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O ESPÍRITODE CRISTOUma Luz em Meio às Trevas

As escrituras santo dos últimos dias ajudam-nos aentender que o Espírito de Cristo não é simples-mente uma fonte da verdade; é o meio pelo

qual Deus ajuda-nos em todos os aspectos denossa vida. Se aprendermos a doutrina doEspírito de Cristo, isso nos ajudará aentender que se trata de um dom de um PaiCelestial amoroso para guiar e orientartodos os Seus filhos.

O profeta Mórmon descreveu oEspírito de Cristo como um dos meiosmais importantes pelo qual Deus nosapóia e orienta:

“Pois eis que o Espírito deCristo é concedido a todos oshomens, para que eles possamdistinguir o bem do mal;portanto vos mostro o modo de

julgar; pois tudo o que impele à prática do bem epersuade a crer em Cristo é enviado pelo poder e dom deCristo; por conseguinte podeis saber, com um conheci-mento perfeito, que é de Deus.

Mas tudo que persuade o homem a praticar o mal ea não crer em Cristo e a negá-lo e a não servir a Deus,podeis saber, com conhecimento perfeito, que é dodiabo; porque é desta forma que o diabo age, pois nãopersuade quem quer que seja a fazer o bem; não,ninguém; tampouco o fazem seus anjos; nem o fazem

os que a ele se sujeitam.” (Morôni 7:16–17; grifodo autor)

DESCRIÇÃO DO ESPÍRITO DE CRISTO

Embora as escrituras santo dos últimosdias não forneçam informações detalhadas

sobre como o Espírito de Cristo atua, elasdescrevem seu propósito e influência.

Aprendemos em Doutrina e Convêniosque o Espírito de Cristo “procede da

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presença de Deus para encher a imensidade do espaço”.(D&C 88:12) É a luz do sol, da lua e das estrelas, e opoder pelo qual todas as coisas foram feitas. (Ver D&C88:7–10.) Ela “dá vida a todas as coisas” e “é a lei pelaqual todas as coisas são governadas”. (D&C 88:13) Écorreto dizer que o Espírito de Cristo é a Luz de Cristoporque Ele “dá luz a todo homem que vem ao mundo”.(D&C 84:46)

O ESPÍRITO DE CRISTO E O ESPÍRITO SANTO

Muitas vezes o Espírito de Cristo é confundido com oEspírito Santo, o dom do Espírito Santo, e o personagemde espírito Jesus Cristo. Parte dessa confusão obviamenteprovém do fato de termos como Espírito do Senhor,Espírito de Deus e Espírito de Cristo serem freqüentementeusados alternadamente tanto nas escrituras comoquando conversamos, e normalmente é difícil determinar

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a que personagem ou dom a passagem se refere.Aprendemos por intermédio dos profetas desta dispen-sação que o Espírito de Cristo não é o Espírito Santo,tampouco o dom do Espírito Santo ou o personagem deespírito Jesus Cristo, mas que é o meio direto pelo qualessas entidades operam.

O Presidente Joseph F. Smith (1838–1918) ensinou:“É comum dizermos Espírito de Deus quando deveríamosdizer Espírito Santo; da mesma forma dizemos EspíritoSanto, quando o certo seria Espírito de Deus. O EspíritoSanto é um personagem da Trindade, e não é o queilumina todo o homem que nasce neste mundo. É oEspírito de Deus, que vem ao mundo através de Cristo,que ilumina todos os que aqui nascem, e que luta com osfilhos dos homens, e continuará lutando até trazê-los aoentendimento da verdade e à posse da grande luz e teste-munho do Espírito Santo”.1

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O Élder James E. Talmage (1862-–1933), do Quórumdos Doze Apóstolos, ensinou que o Espírito de Cristo é a“essência divina” por meio da qual a Trindade operasobre as pessoas e a natureza.2

O Élder Bruce R. McConkie (1915–1985), doQuórum dos Doze Apóstolos, acrescentou: “Antes edepois do batismo, todos os homens são investidos demaior ou menor grau daquele Espírito que é a luz deCristo”. Ele disse que “fazendo uma analogia, um teste-munho antes do batismo vem como a luz de um relâm-pago que ilumina uma noite escura e tempestuosa ( . . . )para iluminar o caminho”. Em seguida, ele compara odom do Espírito Santo com “a luz permanente e brilhantedo sol ao meio-dia, espalhando seus raios no caminho davida e em tudo que a circunda”.3

Os profetas antigos e modernos ensinaram que oEspírito de Cristo tem um propósito preparatório. Eleprepara os filhos de Deus para receberem o testemunhotemporário do Espírito Santo, seguido do dom do EspíritoSanto, que é mais constante, e que é concedido àquelesque se batizam. Um exemplo dessa progressão pode serencontrado no relato do Livro de Mórmon sobre aconversão do rei Lamôni. Embora Lamôni tivesse a auto-ridade de um rei e tivesse aprendido que “tudo o que[ele] fizesse estaria certo”, a passagem sugere que elesabia, ainda assim, ser errado matar seus servos que elejulgara que o haviam servido mal. “Apesar de [o reiLamôni e seu pai] acreditarem num Grande Espírito,pensavam que tudo que fizessem estaria certo; nãoobstante, começou Lamôni a temer muito, com medo dehaver procedido mal ao matar seus servos.” (Alma 18:5)

Podemos concluir por esse versículo que como filhos efilhas de Deus todos nós temos uma consciência. (VerRomanos 2:14–15.) Embora a verdade no coração do reiLamôni tivesse sido obscurecida pela tradição e pelopecado, um espírito exerceu algum poder sobre ele ereviveu sua consciência do que era certo e errado. A expe-riência do rei Lamôni continuou e intensificou-se até que“caiu por terra como se estivesse morto”. (Alma 18:42)

Notem a descrição do que aconteceu ao rei Lamôni

A L I A

durante o tempo em que ficou desacordado: “Amon ( . . . )sabia que o rei Lamôni estava sob o poder de Deus; sabiaque o escuro véu da incredulidade lhe estava sendo tiradoda mente e que a luz que lhe iluminara a mente, que eraa luz da glória de Deus, que era uma luz maravilhosa desua bondade — sim, essa luz havia-lhe infundido tantaalegria na alma, tendo-se dissipado a nuvem de escuridão,que a luz da vida eterna se lhe havia acendido na alma;sim, sabia que isto havia dominado o corpo natural do reie que ele fora arrebatado em Deus”. (Alma 19:6)

Parece que Amon estava descrevendo a Luz de Cristoque estava exercendo poder sobre o rei a fim de prepará-lo para receber a companhia constante do Espírito Santo.O rei Lamôni e seus servos foram depois batizados, eembora não haja detalhes desse relato nas escrituras,podemos ter certeza que foi seguida a ordem divina, ouseja, que eles depois receberam o dom do Espírito Santo.(Ver 2 Néfi 31:14.)

A luz adicional que recebemos com o dom do EspíritoSanto pode ser demonstrada pelas experiências deAmon. Ele mostrou grande poder ao defender os reba-nhos do rei (ver Alma 17:36–37; 18:2); mais tarde,“[encheu-se] do Espírito de Deus, [e] percebeu portanto ospensamentos do rei”. (Alma 18:16)

Amon descreveu outras bênçãos da seguinte forma:“Seu Santo Espírito chamou-me para ensinar estas

coisas a este povo, para que venha a conhecer aquilo queé justo e verdadeiro;

E uma porção desse Espírito habita em mim, dando-meconhecimento e também poder segundo minha fé edesejos que estão em Deus.” (Alma 18:34–35)

A LUZ DA DESCOBERTA E DO INTELECTO

O Espírito de Cristo é o poder que ilumina nosso inte-lecto ao procurarmos desvendar os mistérios do céu e daTerra. (Ver D&C 88:11.) Néfi diz que “o Espírito de Deus( . . . ) inspirou o homem”, que identificamos comoColombo, e que “o Espírito de Deus ( . . . ) [inspirou] outrosgentios [por exemplo, os peregrinos, puritanos, etc]; e eles saíram do cativeiro, atravessando as muitas águas”

H O N A

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(1 Néfi 13:12–13). Lemos também a respeito da promessade Deus a Néfi de que Ele seria sua “luz no deserto”enquanto se dirigisse à terra da promissão. (1 Néfi 17:13)

Alma escreveu sobre corações sendo transformados ealmas sendo “iluminadas pela luz da palavra eterna”.(Alma 5:7) Descreveu também a natureza “discernível”da luz na seguinte passagem: “Oh! então isto não é real?Digo-vos que sim, porque é luz; e o que é luz é bom,porque pode ser discernido; portanto deveis saber que ébom”. (Alma 32:35)

Muitos dos grandes líderes mundiais, cientistas,artistas e filósofos foram influenciados pela influência daLuz de Cristo. Em 1978, a Primeira Presidência declarouque grandes líderes religiosos “como Maomé, Confúcio eos Reformadores, bem como filósofos como Sócrates,Platão e outros receberam uma porção da luz de Deus( . . . ) para iluminar todas as nações”.4

O Presidente Joseph Fielding Smith (1876–1970)escreveu: “Os que fazem tais descobertas são inspiradospor Deus ou jamais as fariam. O Senhor deu inspiração aÉdison, Franklin, Morse, Whitney e a todos os inventorese descobridores; e através dessa inspiração, eles obti-veram o conhecimento necessário e foramcapazes de manufaturar e inventar o queconseguiram para o benefício do mundo.Sem o auxílio do Senhor, teriam sido tãoimpotentes como os povos de outrasépocas”.5

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LUZ DA CONSCIÊNCIA

Enquanto o Espírito de Cristo manifesta-se de múlti-las maneiras, talvez sua atuação mais pessoal e maismportante seja em nossa consciência, fazendo-nos dife-enciar “o bem do mal”. (Morôni 7:16) É por meio deossa consciência que primeiro percebemos o amor doai Celestial que “[faz] tudo para o bem e a felicidade deeu povo”. (Helamã 12:2)

Embora nossa consciência possa ser distorcida,odemos sentir a Luz de Cristo ou o Espírito de Cristo deárias formas. Se estivermos vivendo de maneira digna,entiremos a consciência nos persuadir gentilmente aazer o bem. Quando não estamos vivendo dignamente,entiremos a consciência pesada, acusando-nos.

Se por um lado a luz de Cristo pode trazer-nos paz eais compreensão, se agirmos contra aquilo que sabemos

er certo, nos sentiremos confusos e aflitos, o queostuma gerar problemas ainda maiores. Os problemasrandes e sérios são tipicamente simples no começo.ote o exemplo a seguir de como a consciência nosostra o que fazer, uma situação com a qual a maioria deós poderia identificar-se:

Minha mulher pediu que eu fizesse nossafilhinha, Rachel, dormir. Eu sabia que

devia, mas queria muito assistir a um jogo de futebol americano.

Imediatamente encontrei ummeio-termo. Eu poderia levar

Muitos dos grandes

líderes mundiais,

cientistas, artistas

e filósofos foram

influenciados pela

Luz de Cristo.

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NOTAS1. Doutrina do Evangelho (1939), pp. 60–61.2. Regras de Fé (1924), p. 488, nota 3.3. A New Witness of the Articles of Faith, (1984), p. 262.4. Statement of the First Presidency, 15 de fevereiro de 1978.5. Doutrinas de Salvação, comp. Bruce R. McConkie,

3 volumes (1954–1956), 1:160.6. Sou grato a meu colega C. Terry Warner por ajudar-me a

entender melhor os termos consciência e pecado.7. The Teachings of Spencer W. Kimball, ed. Edward L. Kimball

(1982), p. 155. A SE

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o bebê para o meu quarto, assistirao jogo na TV portátil e fazê-la dormir ao mesmo tempo.Ficaríamos ambos satisfeitos. Eunão teria a TV em cores, mas osacrifício para ser um bom pai teriasido ínfimo!

O problema surgiu cerca de doisminutos após o início do jogo. Rachelcomeçou a ficar inquieta. Passou-me pelacabeça a idéia de que, se eu desligasse a televisão,andasse com ela e cantasse alguma coisa, ela sosse-garia. Eu sabia que era o que eu devia fazer, mas eu fiz? Não. Passei os 30 minutos seguintes tentandoassistir ao jogo e fazer Rachel dormir, o tempo todoaborrecido com o fato de não ter conseguido fazer oque eu queria!

Uma das características daqueles que vão contra a luze conhecimento que recebem é que tentam justificarsuas ações. Essas justificativas aparecem em forma depensamentos, sentimentos e em alguns casos, sintomasfísicos. Em Provérbios, lemos: “O caminho do insensatoé reto aos seus próprios olhos”. (12:15) Nessa expe-riência que tive com minha filha, minhas justificativasforam: (1) Passei por situações difíceis o dia todo,portanto preciso de um tempo para mim; (2) minhamulher tem muito mais jeito com bebês do que eu, e elaé quem deveria estar fazendo isso; (3) minha mulher nãoreconhece tudo o que eu faço, logo, é injusto que ela mepeça para fazer isso; e (4) estou tão cansado! Precisosentar e relaxar.

Muitas vezes, pensamos no “pecado” como algo grave,como assassinato, adultério, ou alguma outra coisa extre-mamente imoral. Embora essas ações estejam entre asformas mais sérias de pecado, as escrituras ensinam quetoda vez que sabemos “fazer o bem e não o [fazemos],[cometemos] pecado”. (Tiago 4:17) Embora seja umtanto constrangedor admitir, quando não me levanteipara andar com minha filha, fui contra aquilo que sabiaser certo e isso, em suma, é pecado.6

A L I

O Presidente Spencer W. Kimball(1895–1985) declarou: “Há muitascausas para o sofrimento humano —guerra, doença e pobreza — e o sofri-

mento proveniente dessas coisas éreal, mas eu não estaria sendo suficien-

temente responsável se não dissesse quea causa mais persistente de sofrimento

humano que existe, aquele que causa a dor maisprofunda, é o pecado — a violação dos manda-

mentos dados por Deus. ( . . . ) Se cada um de nós quiseruma receita precisa para saber o que podemos fazer parater uma vida mais plena, tudo o que normalmente preci-samos fazer é consultar nossa consciência”.7

UMA BÊNÇÃO PRECIOSA

Quão abençoados somos nós por termos recebido oEspírito de Cristo, para poder diferenciar o bem do mal.O Pai Celestial prometeu: “Aquilo que é de Deus é luz; eaquele que recebe luz e persevera em Deus recebe maisluz; e essa luz se torna mais e mais brilhante, até o diaperfeito”. (D&C 50:24) Oro para que cada um de nós dêouvidos ao convite de Mórmon para entender e obedecerà nossa luz interior: “Portanto vos suplico ( . . . ), queprocureis diligentemente, na luz de Cristo, diferenciar obem do mal; e se vos apegardes a tudo que é bom e nãoo condenardes, certamente sereis filhos de Cristo”.(Morôni 7:19) �

Daniel K. Judd é membro da Quinta Ala de Canyon View, Estaca

Orem Utah Canyon View.

A H O N A

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Resolvi que ninguém denossa família jamais iriasentir-se daquele modooutra vez.

UM RECADO DE MICHAELCamielle Call-Tarbet

ILUSTRAÇÃO FOTOGRÁFICA DE MATT REIER

Não sei por que minha mãeme havia mostrado orecado naquela tarde.

Sendo a mais velha de seis filhos ecursando o penúltimo ano dosegundo grau, eu mal podia esperarpela formatura para ir morarsozinha.

Talvez minha mãe soubesse, dealgum modo, que me mostrar orecado de Michael seria a melhorcoisa que poderia fazer por mimnaquele dia. Eu havia chegado emcasa da escola mais cedo que meustrês irmãos e minhas duas irmãs.Confesso que fiquei impacientequando minha mãe disse: “Queromostrar-lhe algo”.

Segui-a até o quarto de meuirmão, onde ela apanhou umrecado sobre o travesseiro dele. Emseus garranchos de menino de 11anos, Michael havia escrito: “Nãovou voltar para casa hoje. Não façoparte desta família”.

Pude sentir as lágrimas derra-mando-se no meu rosto. Minhamãe disse: “Vamos apanhá-lo naescola hoje”.

Eu estava por demais sufocadapara dizer qualquer coisa. Balancei

a cabeça afirmativamente paraminha mãe e decidi comigo mesma:Ninguém de nossa família jamais irásentir-se desse modo outra vez.

Chegamos à escola quando asclasses começavam a ser dispen-sadas. Michael ficou surpreso emver-nos, mas feliz por estarmosali. Jamais disse uma palavraa respeito de seu recado.Jamais escreveu outro.

Michael e eu nostornamos os melhoresamigos. E, apesar de quemilhares de quilômetrosàs vezes nos separassemquando saí de casa depoisde minha formatura nosegundo grau, conti-nuamos a manter a proxi-midade.

Aquele dia em que vi orecado de Michael foi o diaque percebi que ninguémé mais importante que

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queles a quem chamamos defamília”. �

Camielle Call-Tarbet é membro da

la Smithfield XII, Estaca Smithfield

tah Norte.

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NÃO BRINQUE COM O

PERIGOO limite entre a retidão

e o pecado é o mesmo.

Não se arrisque.

(Ver D&C 1:31.)

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A IMPORTÂNCIA DE VIVERMOS DE ACORDO COM NOSSAS POSSIBILIDADES

MENSAGEM DAS PROFESSORAS VISITANTES

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Embora a Terra e tudo o quenela há pertença ao Senhor,Ele confiou a cada um de nós

uma porção de Sua riqueza. O ÉlderJoe J. Christensen, quando faziaparte da Presidência dos Setenta,explicou: “As coisas que recebemosnesta vida não nos pertencem. Tenhocerteza de que teremos literalmenteque prestar contas a Deus de comousamos as coisas que recebemosnesta vida para abençoar nossopróximo e edificar o reino”.(“Ganância, Egoísmo e IndulgênciaExcessiva”, A Liahona, julho de 1999,p. 12.) Seja nossa porção grande oupequena, podemos ser responsáveis,aplicando princípios corretos.

FAÇA UM ORÇAMENTO

Muitas famílias acham útil prepararum orçamento. (Ver Marvin J.Ashton, “Guia de Finanças daFamília”, A Liahona, abril de 2000, pp.42–47.) Os primeiros itens quedevemos incluir são o dízimo e ascontribuições para a Igreja. Essascontribuições ajudam-nos a cumprirnossa obrigação de “( . . . )[repartirnosso] sustento com os pobres e aflitos( . . . )”. (D&C 105:3) É fundamentalpagar um dízimo honesto para ajudara construir o reino e esta é nossa maiorproteção financeira, pois o Senhorprometeu que se guardarmos essemandamento, Ele “[abrirá] as janelasdo céu”. (Malaquias 3:10)

O Senhor pode abrir essas janelasde várias formas. O PresidenteSpencer W. Kimball (1895–1985)

explicou: “Ele pode nos dar saláriosmelhores ( . . . ), mais sabedoria paragastar nosso dinheiro ( . . . ), maissaúde ( . . . ) e mais entendimento,para assim conseguirmos posiçõesmelhores”. (Teachings of Spencer W.Kimball, ed. Edward L. Kimball[1982], p. 212.)

Depois de fazer um orçamento dasnecessidades, inclusive economias,os próximos itens são aqueles que afamília gostaria de incluir no orça-mento, embora não sejam essenciais.

DEVEMOS PARTILHAR

Uma das coisas mais importantesque devemos fazer com nossosrecursos é partilhá-los com os outros.C. S. Lewis escreveu: “Se nossasdoações não nos causam nenhumdesconforto nem dificuldade, ( . . . )então são pequenas demais. É precisoque sejamos privados de certas coisasque gostaríamos de fazer por causadas doações que fizemos”. [MereChristianity (1952), p. 67, citado emA Liahona, julho de 1999, p. 12.]

EVITEMOS AS DÍVIDAS

Poucas coisasdestroem tão rapi-damente a felici-dade como a dívida.Em algumas culturas,a dívida está-setornando não só

mais fácil de se contrair como acei-tável. Como membros da Igreja,porém, há muito tempo somos aconse-lhados a evitar dívidas desnecessárias.A ânsia por bens materiais deve serdominada como qualquer outro desejo.O lema dos pioneiros, “conserte, useaté gastar, faça funcionar ou fiquesem”, pode ajudar-nos a viver deacordo com nossas posses.

AS BÊNÇÃOS DA BOA ADMINISTRAÇÃO

Jill Johnson, de Sandy, Utah, contacomo o Senhor abençoou sua família:“Como estudantes de faculdade erecém-casados, fazíamos cuidadosa-mente um orçamento de nossa escassarenda mensal. Depois, nosso aluguelsubiu. Oramos por uma bênção. Nodia seguinte, nosso carro quebrou enão teve mais conserto. Ficamospensando por que estávamos passandopor todas aquelas provações ao mesmotempo, mas a perda do carro trans-formou-se numa bênção. Com a ajudade familiares e amigos, vimos quepodíamos nos arranjar sem o carro. Odinheiro economizado na gasolina eno óleo era o mesmo que precisá-vamos para cobrir o aumento doaluguel. Às vezes, somos abençoados

por nossa obediência de modoinesperado”.

O Senhor preocupa-Se com nosso bem-estar físico e espirituale nos ajudará se

procurarmos cuidarsabiamente dos dons

que Ele nos deu. �

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“Peçam-Lhe Todos os Dons”

VOZES DA IGREJA

Diariamente, somos agraciados comdádivas divinas. Recebemos bênçãosporque nosso Pai Celestial amoroso

deseja atender às necessidades de Seus filhos.Muitos desses dons, em especial os de naturezaeminentemente espiritual, podem chegar-nossem nem nos darmos conta nem agradecermos— pelo menos por algum tempo. ❦ Ashistórias a seguir contêm exemplosdisso. Um homem com deficiênciasfísicas abençoa outras pessoas pormeio de seu serviço dedicado.Uma mulher é inspirada a visitara filha na escola sem nenhummotivo aparente. Uma jovemmãe encontra forças para criar os

A L I A

. . . . . . . . . . . . . . . . . . .

filhos sozinha. A mão terna do Senhor guia umrapaz por meio de um encontro casual queacaba por levá-lo à Igreja. Cada história prestatestemunho do desejo do Pai de abençoar-nos.❦ Por intermédio do profeta vivo do Senhor,recebemos as seguintes palavras de testemunhoe promessa: “[O Senhor] é sua força. ( . . . )

Peçam-Lhe todos os dons, graças ebênçãos. Ajoelhem-se para orar e

depois levantem-se para fazer avontade Dele, depositando suaconfiança e fé Nele, e Deus osabençoará. Faço essa promessa na condição de servo Dele”.(“Palavras do Profeta Vivo”,

A Liahona, maio de 2001, p. 16)

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Vontade de Alçar VôoJorge Flores

C arlos Yépez Yong de Lima, Peru,não consegue movimentar as

pernas nem o braço direito e temdificuldade para falar. No entanto, éuma das pessoas mais fortes queconheço. O que o revigora é oEspírito do Senhor. Sempre que elefala ou ensina, suas palavras sãobelas de ouvir, pois tocam o coração.

A paralisia do irmão Yépez éresultante de problemas ocorridospor ocasião de seu nascimento.Durante boa parte de seus primeiroscinco anos de vida, permaneceu

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em estado vegetativo, recebendoalimentação intravenosa. Alguns dosmédicos que acompanhavam o casoachavam que talvez nem valessemais a pena mantê-lo vivo. Malsabiam que o Senhor tinha umamissão para ele.

Aos seis anos de idade, para asurpresa de todos, Carlos começou amexer parte do corpo. Iniciaram-setratamentos médicos e a capacidademental dele desenvolveu-se tantoque dentro de poucos anos ele já

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26

estava à frente dos colegas de turma.Seu progresso físico ficou mais lento

epois dos doze anos de idade. Aosezoito anos, seus pais divorciaram-e e o tratamento foi interrompido.

Carlos ficou frustrado e depri-ido, mas não se deixou levar pelo

esespero. Quando estava com vintenos de idade, um vizinho convidou- para ouvir as palestras dos missio-ários. Carlos recebeu todas elas eepois de orar e ponderar nooração, obteve um testemunhospiritual de que o que aprendera eraerdade e decidiu batizar-se.

Carlos conta que quando foi

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Todos os dias da semana, víamos

Carlos indo de uma casa para a outra

convidando os jovens para a Mutual.

imerso nas águas do batismo, suavida mudou completamente. “Emminha mente, senti como se meubraço e pernas deficientes setivessem tornado fortes e vigorosos”,conta. “Decidi naquele dia que iriaservir ao Senhor em qualquerchamado que Ele me desse, que eu‘[correria] e não [me cansaria]; e[caminharia] e não [desfaleceria]’.”(D&C 89:20)

Embora a paralisia física tenhapermanecido, o espírito de Carlosalçou vôos arrojados e o Senhorabençoou-o. Sempre pontual nasreuniões, passou a freqüentar asaulas de religião para adultos promo-vidas pelo Sistema Educacional da

Igreja. Foi chamado para servir comosegundo conselheiro na presidênciados Rapazes da Ala Caja de Agua,Estaca Lima Peru Las Flores. Todosos dias da semana, ele podia ser vistoindo de uma casa para outra na

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Vá ver como está a Wendi.

O pensamento veio com

tamanha nitidez que me

detive no meio do corredor

do supermercado.

cadeira de rodas, convidando osjovens para a Mutual.

Já se passaram muitos anos desdeaquela época. Agora ele pertence àAla Los Jardines. Ainda possui umfirme testemunho do Senhor e Seuevangelho, freqüenta o Templo deLima regularmente, faz suas visitasde mestre familiar e ajuda os missio-nários a ensinar os pesquisadores.Em virtude de sua perseverança,testemunho e confiança no Senhor,sete de seus sobrinhos e alguns deseus amigos hoje são membros daIgreja. Outros membros, tantojovens como adultos, voltaram àatividade na Igreja por causa de suainfluência. Ele nunca falta anenhuma reunião, sempre compa-rece aos serões e a todas as atividadesda ala. Embora alguns talvez achemque as deficiências sejam uma limi-tação para ele, os jovens da estacaadmiram-no como alguém cujo espí-rito alça vôos sem limites.

Jorge Flores é membro da Ala Laderas,

Estaca Lima Peru Las Palmeras.

“Vá Ver Como Está a Wendi”Darlene Joy Nichols

Q uando Wendi, nossa filha maisvelha, estava com cinco anos

de idade, ia todas as manhãs para ojardim de infância. Certo dia,mandei-a para a escola e depoisarrumei os filhos mais novos parairmos às compras. Eu estava compressa porque queria terminartudo a tempo de pegar Wendi na

saída das aulas. Assim, com a lista decompras numa mão e dois menini-nhos na outra, fui às compras.

Cerca de vinte minutos depois,um pensamento veio-me à mentecom toda a clareza: Darlene, vá vercomo está a Wendi. Pensei: Que tolice!A Wendi está bem na escola. Deixeiaquela idéia de lado e continuei as compras. Pouco depois, o pensa-mento voltou: Darlene, vá ver como está aWendi. Tamanha foia nitidez que medetive no meio

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o corredor do supermercado.Olhando minha lista de compras e

s dois filhos mais novos, que logoerderiam a paciência, pensei comigoesma: Que idéia absurda! Tenho

erteza de que a Wendi está bem.ontinuei a andar pelo corredor, mass palavras voltaram com toda a força:arlene, vá ver como está a Wendi!

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Disse à vendedora que voltariamais tarde para terminar as comprase saí correndo. Então, percebi que seformava uma violenta tempestade.Wendi tinha pavor de trovões, maseu sabia que ela estava em segurançana escola. Contudo, comecei a preo-cupar-me que algo terrível poderiater acontecido. Fui às pressas para aescola. Não parecia haver nada forado comum e até mesmo o temporaljá estava passando. Pensei que talvezeu nem devesse entrar. Mas como jáme abalara até lá, decidi pelo menosir à sala de aula para certificar-me deque tudo estivesse bem.

Ao dobrar a esquina e dirigir-me àsala de minha filha, vi que a portaestava aberta que Wendi estava depé na soleira. Que estranho! Por queela não estava sentada na carteira?Quando me aproximei, ela sorriu. Eunão sabia o que dizer, assim, só aabracei.

“Mãe, eu tinha certeza de que asenhora viria!” exclamou ela.

Em seguida, a professora veio atémim e perguntou: “Como você sabiaque deveria vir?” Então, explicouque os trovões e relâmpagos tinhamdeixado a classe inquieta. Quandotentou fazer com que as crianças sesentassem juntas, percebeu queWendi estava orando em suacarteira. Quando terminou, Wendidisse à professora que estava bem eque pedira ao Pai Celestial quemandasse a mãe até lá. Então, soli-citou permissão para ficar esperandona porta.

Não pude conter as lágrimas ao

dar-me conta de que a oração fervo-rosa de uma menina de cinco anostinha literalmente me impelido a sairde um supermercado a vários quilô-metros de distância para estar aolado dela. Sou profundamente grataao Pai Celestial por essa experiência,pois tanto eu como Wendi apren-demos naquele dia lições divinassobre fé e confiança.

Darlene Joy Nichols é membro da Ala

Burnsville, Estaca Burnsville Minnesota.

Forte por Causa de Meus FilhosEliza M. Torres

Depois de doze anos de casamentoe com seis filhos pequenos,

separei-me de meu marido. Minha ex-sogra continuou a viver conosco, massalvo uma única ocasião, meus filhosnunca voltaram a ver o pai.

Eles eram muito novos para terpleno entendimento do que estavaacontecendo com nossa família, etentei protegê-los ao máximo da dorque me afligia. Todavia, algumassemanas depois da separação, sentia-me vulnerável, vazia e solitária.Embora continuasse em minhacidade natal nas Filipinas e cercadade pessoas conhecidas, estava semprechorando e ansiando pelo consolo dealguém em quem pudesse confiar.Atormentada por dúvidas, sentia-meconfusa e desnorteada. Não conse-guia pensar nem fazer planos comclareza. Contudo, sabia que precisavaser forte por causa de meus filhos.Sentia que a responsabilidade pelo

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bem-estar deles recaía unicamentesobre meus ombros.

Transtornada e desesperada, ajoe-lhei-me e supliquei três favores aoPai Celestial: saúde, uma mente sã eforça emocional desprovida de auto-comiseração e egoísmo.

Minhas preces foram atendidas.Apesar das difíceis condições econô-micas das Filipinas, fui abençoadacom uma boa renda. Quanto maisarduamente eu trabalhava, maisdinheiro ganhava. Supri nossas

ecessidades materiais e encontrei aorça emocional de que precisavaara ser ao mesmo tempo mãe e paias crianças.

Dei amor e carinho aos filhos eoda a atenção possível. Dedicava osomingos e feriados totalmente ales. Ensinei-os a não se irarem coms acontecimentos, nem se deixaremencer pelo medo, mas a seremautelosos. Eles aprenderam a nãodiar ninguém, principalmente o paiusente.

Aprenderam também a dividir s coisas uns com os outros e aesenvolver solidariedade familiar.rocávamos idéias e valorizávamoss pontos de vista divergentes unsos outros. Rejubilávamo-nos nasitórias alheias e consolávamo-nosutuamente em nossas derrotas.ramos uma família unida e fazíamosudo juntos: cozinhávamos, limpá-amos, ríamos, partilhávamos tudo, acima de tudo, orávamos juntos.

Sete anos depois da separação,uatro de meus filhos e eu tornamo-os membros de A Igreja de Jesus

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Cristo dos Santos dos Últimos Dias.Os ensinamentos da Igreja moldarame poliram meus filhos, levando-os acultivar ainda mais seus talentos. Elesaprenderam mais paciência ecompreensão. Ao crescerem, desco-briram também atributos de lide-rança e outras habilidades que nemimaginavam possuir. Passaram adesfrutar paz e um sentimento deaceitação. Sempre recorriam aoslíderes da Igreja em busca de conse-lhos emocionais, espirituais e relacio-nados aos estudos. Eram dedicados aseus chamados e participavam ativa-mente das atividades da Igreja.Observei-os progredir e desenvolver-se espiritual e socialmente.

Meu filho e três filhas serviramcomo missionários de tempo integral.Continuaram a crescer e tornaram-sepessoas maravilhosas.

Por meio de minhas tribulações,fortaleci-me e cresci em aspectos quenunca teriam acontecido de outraforma. Muitas vezes, sentia-mecansada, mas naqueles momentos degrande necessidade meu Pai Celestialme concedia repouso, guiava meuspassos e enchia minha alma com Seu amor.

Fui abençoada com abundância.Sou imensamente grata a minha belafamília. Em meio a nossas grandesadversidades, emergimos triunfantes.Mas devemos tudo a nosso PaiCelestial e a Seu Filho, Jesus Cristo.Sou eternamente agradecida por Suainfluência em nossa vida.

Eliza M. Torres é membro da Ala

Milpitas, Estaca San Jose Califórnia Leste.

O Folheto PerdidoWenceslao Salguero

Nasci e criei-me em El Progreso,uma cidadezinha da Guatemala.

Quando tinha cerca de dez anos deidade, caiu-me nas mãos um folhetoinsólito. Continha a história deJoseph Smith, um rapaz que teveuma visão de Deus o Pai Eterno e deSeu Filho, Jesus Cristo.

Fiquei profundamente impressio-nado com essa história. Insatisfeitocom os ensinamentos que receberada religião de meus pais, eu queriasaber mais acerca do rapaz daquelefolheto. Mas eu não sabia ondeconseguir informações. Algumtempo depois, perdi o folheto, masnunca me esqueci dele. Ficava aperguntar-me se um dia encontrariaoutro semelhante.

Em minha adolescência e noinício da idade adulta, pesquiseivárias denominações religiosas.Cheguei até a freqüentar cursosdoutrinários promovidos por elas e areceber diplomas. Mas havia aspectosdessas religiões que me perturbavame eu incomodava-me com as críticasque os líderes de diferentes igrejas àsvezes dirigiam uns aos outros. A essaaltura, eu começara a ler a Bíblia e,ao compará-la com o que eu via nasreligiões que estudara, convenci-mede que faltava àquelas religiões aautoridade de Deus.

Ajoelhei-me várias vezes paraorar, suplicando a Deus que meguiasse para Sua Igreja verdadeira.Prometi-Lhe que, se o fizesse, euseria fiel na observância de Seus

A L I A H O N A

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mandamentos e sempre O serviria.Também tive sonhos nos quais eu

dizia a Deus que estava disposto afazer qualquer coisa para serperdoado de meus pecados. Aoacordar, meu travesseiro estavasempre encharcado de lágrimas. Eutambém implorava a Deus que meajudasse a encontrar novamente ofolheto sobre Joseph Smith.

Em 1968, eu já tinha esposa e umfilho. Mudamo-nos para a Cidade daGuatemala para que eu conseguisseum emprego melhor. Em 20 denovembro de 1975, duas jovens norte-americanas vestidas com simplicidadebateram à nossa porta. Disseram quetinham uma mensagem para minhafamília e marcamos um horário paraelas voltarem.

Lembro-me nitidamente da pri-meira palestra. Uma das jovens fez uma oração e depois a outracomeçou a falar sobre Joseph Smith.Nas mãos, levava um exemplar dofolheto que eu lera quando menino!Minha busca da verdade chegara aofim em minha própria sala de estar.

Nem tenho palavras para expressaro que senti naquele momento. Minhavontade era arrancar o folheto dasmãos dela. Ao perceberem que eu nãotirava os olhos do folheto, disseramque o deixariam para mim. Quandome entregaram aquele livretoprecioso, eu mal podia crer. Coloquei-o no bolso da camisa e deixei-o pertodo coração.

Dois dias depois, as sísteresvoltaram. Quando viram o folhetoem meu bolso, perguntaram seu eu o

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lera. Disse-lhes que elas nem faziamidéia do que ele significava para mim.Expliquei que o lera quando meninoe orara para encontrá-lo de novo.

No domingo, nossa família foi àIgreja. Chegamos bem antes dohorário e as missionárias ficaramsurpresas ao ver-nos. Afinal, nemnos tinham convidado, apenashaviam dito onde ficava a capela.

As sísteres continuaram as visitas.Embora não falassem bem o espa-nhol, ensinavam pelo Espírito Santo.Quando nos ensinaram a respeito doarrependimento, senti algo que

Uma das jovens começou a falar

sobre Joseph Smith, levando nas

mãos um exemplar do folheto que

eu lera quando menino!

nunca sentira antes e comecei achorar. Então, percebi que está-vamos todos com lágrimas nos olhos.Eu estava convencido de que encon-trara a Igreja verdadeira.

Minha esposa, Rosa Élida, teveuma experiência semelhante.Aconteceu quando as missionáriasconvidaram-nos para ser batizados.“Irmã Salguero”, perguntaram,“deseja seguir o Salvador?” Naquelemomento, ela sentiu que queria.

Quando pedi ao Senhor que meajudasse a encontrar Sua Igreja,prometi que O serviria. Desde aprimeira vez que fui à Igreja, tenhofreqüentado fielmente e tentadoservir com diligência. Tive cargosmaravilhosos na Igreja,inclusive o chamado

de bispo duas vezes. Minha esposaserviu na Primária, na Sociedade deSocorro e no programa de história dafamília. Meu filho mais velho serviucomo missionário de tempo integrale agora seu irmão mais novo estápreparando-se para servir. Temosduas filhas que também estão ativasna Igreja.

Sempre que me convidam paradiscursar na Igreja, tento expressar aalegria que sinto como membro daIgreja do Senhor. Sei que Deus vive eque, por meio do Profeta JosephSmith, Ele restaurou para nós Seuevangelho, Sua Igreja e a autoridadede Seu sacerdócio. �

Wenceslao Salguero é membro da Ala

Tierra Nueva, Estaca Cidade da Guatemala

Guatemala Bosques de San Nicolás.

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CO M O TO R N A R SUANO I T E FA M I L I A R AI N DA

ME L H O R

Anoite familiar é um dos recursos mais importantesque utilizamos para “[ensinar] a doutrina do reino

uns aos outros”. (D&C 88:77) Esse tempo que passamosjunto com nossa família serve de refúgio do barulho econfusão do mundo — uma ou duas horas nas quaispodemos aprender com os membros da família, forta-lecer-nos e servir uns aos outros. Nosso desafio é fazercom que a noite familiar seja eficaz.

A seguir, três famílias contam como melhoraram suasnoites familiares.

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P L A N E J A M E N T O C O N J U N T OD A N O I T E F A M I L I A R

Lisa H. Fernelius, da Primeira Ala de Chamberburg,Estaca York Pensilvânia, explica como sua famíliaaprendeu a evitar aqueles ataques de pânico de últimahora quando alguém designado para dar a lição vem paraa noite familiar despreparado. Eles decidiram tirar regu-larmente uma noite familiar para preparar as mensagenscom antecedência. Iniciam com uma oração e pedem queo Espírito Santo os ajude. Em seguida, todos recebem oseguinte roteiro sobre como preparar uma lição:

A L I A

1. Tópico: Decida o que você quer que a famíliaaprenda.

2. Para atrair a atenção: Escolha um objeto, um ques-tionário, caça-palavra, gravura ou quebra-cabeça paraintroduzir o tema.

3. História: Escolha uma história para ilustrar o tópicoda lição.

4. Escritura para a semana: Escolha um versículo queesteja relacionado com a mensagem. A família deveráestudar o versículo no decorrer da semana, após a noitefamiliar.

5. Testemunho: Diga o que sente a respeito do queensinou.

6. Atividade: Escolha um jogo ou projeto artístico quereforce o conteúdo da lição.

As revistas da Igreja, as escrituras, os hinos e outrosmateriais são colocados ao alcance de todos para que osutilizem enquanto preparam as mensagens. As criançasmais velhas trabalham sozinhas. Os pais ajudam os filhosmenores. Ao final da noite familiar, cada membro dafamília tem uma lição preparada. Depois, completamcom auxílios visuais.

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A M E N S A G E M D A M Ã EJarolyn Ballard Stout, da Quarta Ala de Hurricane,

Estaca Hurricane Utah, tem dez filhos. Como todos serevezam para dar uma lição, o pai e a mãe só têm opor-tunidade de dar uma mensagem a cada dois ou trêsmeses. Jarolyn e seu marido queriam participar mais danoite familiar, assim, criaram uma designação diferentechamada “A Mensagem da Mãe”.

Toda semana, depois da lição, o pai pede à mãe que dêuma mensagem, que pode ser um pequeno pensamentoou uma palestra mais longa. Ela pode salientar umdiscurso de conferência ou falar sobre alguma coisanecessária na família. Vez ou outra, os comentários damãe podem relacionar-se com a lição dada por um outromembro da família naquela noite, principalmente se foralguma mensagem que ela tenha ajudado uma criança apreparar.

“‘A Mensagem da Mãe’ tem dado ótimos resultadosem nossa família”, conta a irmã Stout. “As criançasgostam e, como pais, temos a oportunidade de contribuircom a instrução em nossa noite familiar.”

C O M O A J U D A R A S C R I A N Ç A SA S E R E M M I S S I O N Á R I A S

“Temos cinco filhos e estamos ajudando nossascrianças a reconhecerem suas oportunidades de pregar oevangelho”, diz Laura F. Nielsen, da Ala Cupertino,

M A I O

Estaca Saratoga Califórnia. “Todas as semanas, na noitefamiliar, tiramos alguns minutos para falar das oportuni-dades que cada membro da família teve de ser um missio-nário nos últimos sete dias, e como agiram.” Os Nielsenconversam em família sobre as diferentes maneiras delidar com cada situação.

Como resultado, os membros da família estão apren-dendo o que constitui uma oportunidade missionária. Porexemplo: eles aprenderam a mencionar o nome inteiro daIgreja, em vez de apenas o apelido. Uma das crianças fezum trabalho na escola sobre a história da Igreja. Outracontou como ficou feliz com seu batismo quando seusprofessores desejaram-lhe feliz aniversário ao completaroito anos.

De vez em quando, um membro da família reconheceque não aproveitou ou ignorou uma oportunidade depregar o evangelho, e isso dá a todos a chance deconversar sobre o que aconteceu e aprender a aproveitarmelhor uma oportunidade semelhante no futuro. “Oentusiasmo da família ajuda-nos a vencer o constrangi-mento e a evitar a preguiça”, diz a irmã Nielsen. “Nossosfilhos agora procuram por si mesmos essas oportunidadese contam tudo à família para saberem a opinião de cadaum. Ajudando um ao outro dessa forma, estamos cres-cendo em nossa capacidade de pregar o evangelho.” �

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Jornada da VidaLições Aprendidas na

Algumas das pessoas mais felizes que conheço nãopossuem nenhuma das coisas que o mundo insiste

serem necessárias para a satisfação e a alegria.

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Não me é difícil recordar a época em queeu estava na faculdade. Eu gostava imen-samente de muitos aspectos da vida

universitária. Adorava aprender. Apreciava muito o espí-rito de companheirismo. E como adorava o futebolamericano.

Meu sonho sempre fora jogar futebol americano emâmbito universitário e durante meus três primeiros anosde faculdade usei um uniforme vermelho e fui zagueiro.

Naquela época, o mundo estava à beira do caos. Forçaspolíticas opostas agitavam-se e convulsionavam-se. Atensão só aumentava. As nações exaltavam-se umascontra as outras. Era como se todo o mundo rugisse comoum borbulhante vulcão prestes a entrar em erupção.Antes do fim dessa crise, todas as nações e todos os povosviriam a sentir os efeitos daqueles dias tenebrosos.

Lembro-me do dia em que meu pai me procurou. Foipouco depois do término do campeonato de futebolamericano de 1936.

“Joseph”, disse ele, “você quer servir como missio-nário?”

Respondi que sim.“Então, deve partir já”, advertiu ele. “Se esperar mais,

nunca mais irá.”

Élder Joseph B. WirthlinDo Quórum dos Doze Apóstolos

M A I O D

3

Muitos anos atrás, numa véspera de Natal clara

e revigorante, eu e meu companheiro conversamos

sobre nossas metas e sobre o que queríamos que

acontecesse em nossa vida.

Não queria acreditar no que ele dissera. Eu desejavacontinuar vivendo meu sonho de jogar futebol americanoe formar-me na faculdade. Se eu aceitasse o chamadomissionário, teria de abrir mão de tudo. Naquela época amissão durava trinta meses, e eu sabia que se partisse erabem provável que jamais voltasse a jogar futebol ameri-cano e talvez nem viesse a formar-me.

Mas eu sabia que meu pai estava dizendo a verdade.Meu bispo era Marion G. Romney (1897–1988), quemais tarde se tornou membro da Primeira Presidência daIgreja. Ele já tinha conversado comigo a respeito damissão, de modo que fui dizer-lhe que o momento haviachegado.

Poucos meses depois, embarquei no SS Manhattan ecomecei uma longa viagem que me levaria bem para ocentro da crise mundial. Fui chamado para a MissãoAlemanha/Áustria.

Minha primeira área de trabalho foi Salzburgo,Áustria. Como havia poucos missionários na missão,pouco depois de minha chegada, meu companheiro foitransferido para outro distrito. Logo fiquei sozinho emSalzburgo, um jovem missionário num país estranho enovo.

Estava acontecendo ainda outra coisa que nãomencionei: uma enorme tropa do Terceiro Reich deHitler estava concentrando-se na fronteira, a menos de30 quilômetros de Salzburgo. Em toda parte podia-sesentir uma crescente tensão no ar. Ninguém sabia se nodia seguinte os tanques alemães iriam invadir o território.

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Se salvar um livro da água do

mar é algo digno da atenção

celeste, quanto mais seu Pai

Celestial não estará ciente de

sua vida e suas necessidades?

Lembro-me bem daqueles dias.Não acredito ter havido uma épocaem que me tenha sentido mais desa-nimado e perdido na vida. A missão foidifícil. Ninguém parecia ter tempo paramim ou para a mensagem que eu trazia. Eu me surpreen-deria se houvesse naquela cidade inteira um número demembros suficiente para formar uma ala.

Por seis semanas, fiquei sozinho. Por seis semanas,aguardei a vinda de um companheiro. Por seis semanas,fiquei perguntando-me o que estaria fazendo se tivessepermanecido em Salt Lake City e continuado os estudos.

Embora parecessem intermináveis, aqueles dias enoites por fim passaram. Recebi um companheiro sêniore fizemos o melhor que podíamos naquelas circunstânciaspara servir ao Senhor.

Naquele ano, com a chegada do Natal, eu e meucompanheiro decidimos caminhar até Oberndorf, umapequena vila localizada nos belos Alpes bávaros. Vocêsdevem saber que foi a beleza e o encanto daquele luga-rejo que inspiraram Joseph Mohr a compor, em 1818, oadmirável hino “Noite Feliz”. (Hinos, 126)

Na véspera do Natal, andamos até a vila e sentamo-nos calmamente por alguns instantes numa pequena ehumilde igreja, ouvindo belos hinos no órgão. A claranoite de inverno, agradavelmente fria e revigorante,abateu-se sobre nós ao iniciarmos a viagem de volta.Caminhamos sob o firmamento estrelado, envoltospela suave tranqüilidade da neve recém-caída. Talveztenha sido uma noite parecida com a que inspirou osacristão Joseph Mohr a escrever mais de um séculoantes os versos de um dos cânticos mais queridos detoda a cristandade.

A L I A

3

Durante o percurso, eu emeu companheiro conver-samos sobre nossas espe-ranças e sonhos. Falamos de

nossas metas e do quequeríamos que acontecesse em

nossa vida. Quanto maisconversávamos, mais determinados

parecíamos em alcançar nossos objetivos.Ao caminharmos sob a claridade da lua cheia,

ambos fizemos sérias resoluções.Comprometi-me naquela noite a não desperdiçar meu

tempo. Eu renovaria meus esforços para servir ao Senhor.Decidi que magnificaria qualquer chamado que recebesseno Reino do Senhor.

Aquela também foi a noite em que decidi com quemme casaria. Eu ainda não sabia seu nome, mas tinha emmente o tipo de jovem que seria: alguém que vivesse oevangelho e fosse espiritualmente forte. Cheguei até adescrevê-la para meu companheiro: ela teria 1,65 m dealtura, olhos azuis e cabelo loiro. A irmã Wirthlinencaixa-se perfeitamente na descrição que fiz delanaquela época em que nem a conhecia. Assim, aquelanoite foi muito importante para mim.

Passaram-se dois anos e meio e antes de que eu medesse conta, já estava de volta ao lar. Lembro-me de terouvido alguém mencionar um nome: Elisa Rogers, ajovem responsável pela organização de um baile parauniversitários no Hotel Utah. Havia algo de especialnaquele nome. Senti que precisava conhecê-la.

Lembro-me da primeira vez que a vi. Fazendo umfavor para uma amiga, fui até sua casa buscar a irmã delapara levá-la a um compromisso. Elisa abriu a porta, e eunão consegui tirar os olhos dela. Ali estava ela, linda,com 1,65 m, olhos azuis e cabelos loiros.

Ela também deve ter sentido algo, porque me disse:“Já se conhecemos”.

Imediatamente, ela deu-se conta de que cometera um

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erro gramatical ao dizer “se” em vez de “nos”. Paraentenderem a extensão do problema, é preciso quesaibam que Elisa estava formando-se em Letras.

Mesmo depois de todos esses anos, ela ainda se lembrado constrangimento que sentiu naquele momento. Éclaro que o fato de eu estar contando isso para vocês nãoa ajuda em nada a superar o trauma, mas creio que ela háde perdoar-me.

Passaram-se seis décadas desde aquele Natal emOberndorf, quando tomei aquelas decisões. Muita coisaaconteceu ao longo desses anos. Minhas premonições arespeito do futebol americano concretizaram-se: nuncamais joguei. Mas formei-me na faculdade. Mesmo assim,nunca me arrependi de ter sido missionário e me compro-metido a servir ao Senhor. Ao fazê-lo, minha vidaencheu-se de aventuras, experiências espirituais e deuma alegria que transcende todo o entendimento.

Muitos de vocês talvez estejam passando pormomentos de desânimo ou solidão na vida. Talvezestejam sentindo-se um pouco perdidos ou mesmo teme-rosos. Todo mundo já se sentiu assim uma vez ou outra.Todos já se perguntaram se virão a ter felicidade na vida.

Há mais de dois mil anos, Aristóteles postulou quetodo aquele que vive tem o mesmo objetivo básico: serfeliz. (Ver Nicomachean Ethics, volume 1, capítulos 4 e 7.)Depois de oitenta anos de vida, comecei a ter algumanoção do que torna as pessoas felizes e bem-sucedidas.Gostaria de transmitir-lhes hoje cinco coisas que se foremlevadas a sério e colocadas em prática irão proporcionar-lhes felicidade, sucesso, realização e a conquista de umaherança no reino celestial.

TER FÉ NO PAI CELESTIAL

Primeiro, tenham fé em seu Pai Celestial. Ele sabequem vocês são. Ele ouve quando oram. Ele os ama eimporta-Se com vocês. Ele quer o melhor para vocês.

Depois de servir por algum tempo em Salzburgo, fuitransferido para Zurique, Suíça. Enquanto estava lá, o

M A I O

irmão Julius Billeter, membro da Igreja, procurou-me.Ele era genealogista profissional e disse ter visto muitasfamílias chamadas Wirthlin em seu trabalho. Ofereceu-se para pesquisar minha ascendência. Escrevi para casa,e meu pai achou que aquela seria umaoportunidade maravilhosa. Assim,contratamos seus serviços.

Um ano depois, ele entregou-meum livro que tinha 36 cm de compri-mento por 46 cm de largura e pesava6,2 quilos. Nele havia quase seis milnomes de meus antepassados. Era umvolume inestimável para mim. Poucoantes de ser desobrigado como missio-nário, enviei por via marítima oprecioso livro para casa, dentro de umbaú junto com outros de meuspertences. Orei para que ele chegasseem segurança e para que a valiosahistória de minha família não seperdesse.

Cheguei a casa antes do baú.Passaram-se várias semanas sem queele aparecesse. Comecei a preocupar-me com a possibilidade de aquele livroinsubstituível ter-se perdido. Seismeses depois de eu ter chegado a SaltLake City, recebi um telefonema da estação de trem dacidade. Havia chegado um baú para mim. Corri pararetirá-lo, mas quando o vi fiquei desolado. A fechadurado baú tinha sido arrombada.

Ergui a tampa e quando olhei para dentro fiquei aindamais desalentado. Estava tudo encharcado de água domar. E pior, era visível que alguém vasculhara meuspertences e roubara alguns deles.

Cuidadosamente, retirei várias peças de roupa embusca de meu livro precioso. Quando o encontrei, meucoração transbordou de alegria. Ele não apenas estava lá,

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mas os papéis estavam completamente secos! Sei que olivro foi preservado por intervenção divina.

O Salvador perguntou: “Não sevendem dois passarinhos por um ceitil?E nenhum deles cairá em terra sem avontade de vosso Pai.

E até mesmo os cabelos da vossacabeça estão todos contados.

Não temais, pois; mais valeis vósdo que muitos passarinhos.” (Mateus10:29–31)

Se salvar um livro da água do maré algo digno da atenção celeste,quanto mais seu Pai Celestial nãoestará ciente de sua vida e suasnecessidades?

Em certa ocasião, o PresidenteThomas S. Monson, atualmenteprimeiro conselheiro na PrimeiraPresidência, disse-me o seguinte:“Existe um poder celeste acima detodas as coisas. Em geral, quando ascoisas acontecem, não é por fruto doacaso. Um dia, quando olharmos

para trás e virmos as aparentes coincidências de nossavida, perceberemos que não foram exatamente porcasualidade que ocorreram.”

O Senhor conhece suas provações e vitórias e se vocês“[confiarem] no Senhor de todo o [seu] coração, e não[se estribarem] no [seu] próprio entendimento, [reco-nhecendo-o] em todos os [seus] caminhos, ( . . . ) Eleendireitará as [suas] veredas”. (Provérbios 3:5–6)

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ley disse: “É

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erença na vida.

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ESTABELECER METAS JUSTAS

Segundo, estabeleçam metas justas. Muitas coisascompetem por sua atenção na jornada da vida. Haverá infi-nitas distrações. Pessoas e coisas tentarão atrair sua atençãocomo o canto da sereia, prometendo riqueza, prazer e poder.

A L I

O sucesso é uma palavra sedutora. Milhares de livrosjá foram escritos sobre o assunto, prometendo dinheiro,liberdade, lazer e luxo. Inúmeras pessoas oferecemfórmulas infalíveis para o acúmulo de fortunas. Porexemplo, atribui-se a J. Paul Getty um processo de trêspassos para o enriquecimento: “Acordar cedo. Trabalhararduamente. Encontrar um poço de petróleo”.

Outras fórmulas mais práticas defendem variaçõessobre o mesmo tema: é preciso concentrar todos ospensamentos, sentimentos e ações nas metas. Convémdesejar alcançá-las com todo ardor do coração. É precisoconcentrar todos os pensamentos nos objetivos. Cumprecanalizar toda a energia na conquista dos desejos.

É claro que se forem aplicados para fins justos, essesmétodos podem ser de grande valia. O problema é quena maioria dos casos a busca de riquezas, prazer e poderleva-nos a um lugar que pode à primeira vista parecerdesejável, mas que ao chegarmos perto mostra suaverdadeira natureza. O preço do sucesso mundanocostuma exigir que abdiquemos de nosso direito deprimogenitura. Aqueles que concordam com essa trocaum dia se sentirão como Esaú, que ao dar-se conta doque perdeu “bradou com grande e mui amargo brado”.(Gênesis 27:34)

Outra armadilha em que tendemos a cair quando nostornamos obcecados pelo sucesso é a de darmos créditoà força de nosso braço e ao poder de nossa mente,esquecendo-nos do Senhor que nos abençoou e nos fezprosperar.

Moisés disse aos filhos de Israel: “Havendo tu comidoe fores farto, e havendo edificado boas casas, ( . . . )

E se tiverem aumentado os teus gados e os teus reba-nhos, e se acrescentar a prata e o ouro, e se multiplicartudo quanto tens,

( . . . ) Digas no teu coração: A minha força, e a forta-leza da minha mão, me adquiriu este poder. ( . . . )

Será, porém, que, se de qualquer modo te esqueceresdo Senhor teu Deus, e se ouvires outros deuses, e os

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“Comecei a entender

que eu estava no comando

da situação, que eu podia

ir a qualquer lugar que

quisesse e fazer tudo que

desejasse”, disse o Dr. Ben

Carson. “A única pessoa

que poderia realmente

determinar ou limitar meu

sucesso era eu mesmo.”

servires, e te inclinares perante eles, hoje eu testificocontra vós que certamente perecereis”. (Deuteronômio8:12–13, 17, 19)

Crêem que poderão usar na próxima vida o dinheiroque ganharem nesta? Coloquem o Pai Celestial emprimeiro lugar em sua vida. Comprometam-se a segui-Lo,a obedecer a Seus mandamentos e a esforçar-se todos osdias para tornarem-se mais semelhantes a Cristo.Concentrem seus esforços na busca de riquezas celestiais.Caso não procedam assim, encontrarão frustrações e tris-teza no final.

Isso nos remete à parábola do Salvador a respeito dohomem que trabalhou muito para acumular riquezas. Eletinha tantas posses que nem dispunha de um lugargrande o suficiente para guardá-las. Por isso, construiugrandes celeiros. Imaginava que assim que tivesse umlocal seguro para armazenar todas as riquezas poderiaaposentar-se e levar uma vida de prazeres: comendo,bebendo e divertindo-se.

Mas quando terminou a obra, “Deus lhe disse: Louco!Esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado,para quem será?” (Lucas 12:20)

Uma pergunta desconcertante que o Salvador fez àspessoas de Sua época continua a ecoar pelos séculos aténossos dias: “Pois que aproveita ao homem ganhar omundo inteiro, se perder a sua alma?” (Mateus 16:26)

Será que o dinheiro é necessariamente maléfico? Jacó,

M A I O D

3

grande profeta do Livro deMórmon, forneceu a resposta.Ensinou a seu povo: “Pensai

em vossos irmãos como em vósmesmos; e sede amáveis para

com todos e liberais com vossosbens, para que vossos irmãos sejam

ricos como vós. Mas antes de buscardes riquezas, buscai o reino de Deus.E depois de haverdes obtido uma esperança em Cristo,

conseguireis riquezas, se as procurardes; e procurá-las-eiscom o fito de praticar o bem — de vestir os nus ealimentar os famintos e libertar os cativos e confortar osdoentes e aflitos”. (Jacó 2:17–19)

Moisés disse ao povo de sua época: “Quando entre tihouver algum pobre, de teus irmãos, em alguma das tuasportas, ( . . . ) não endurecerás o teu coração, nemfecharás a tua mão a teu irmão que for pobre”.(Deuteronômio 15:7)

EMPENHAR-SE PARA ALCANÇAR AS METAS

Terceiro, depois de terem traçado metas justas, empe-nhem-se com todas as forças para atingi-las. Nas palavrasdo Élder David O. McKay (1873–1970) quando inte-grava o Quórum dos Doze Apóstolos: “Reconheçamos( . . . ) que o privilégio de trabalhar é uma dádiva, que acapacidade de trabalhar é uma bênção, que o amor aotrabalho constitui o sucesso”. (Conference Report,outubro de 1909, p. 94; grifo do autor)

O trabalho é uma terapia para a alma. O evangelho deJesus Cristo é o evangelho do trabalho. A meu ver, muitoda ociosidade que nos rodeia decorre de umacompreensão errônea da Expiação do Senhor. Nãopodemos simplesmente sentar-nos indolentemente espe-rando alcançar sucesso nas coisas espirituais ou materiais.

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Precisamos fazer tudo a nosso alcance para atingir nossasmetas, e o Senhor completará o que estiver faltando.

Lembrem-se das palavras do Presidente Gordon B.Hinckley: “A maior parte dotrabalho do mundo não é realizadopor gênios, mas por pessoas comunsque, com uma vida equilibrada,aprenderam a trabalhar de maneiraextraordinária”. (“Our Fading Civility”,discurso inaugural do semestre naUniversidade Brigham Young, 25 deabril de 1996, p. 15)

Quero falar-lhes de uma pessoanotável que assumiu a responsabili-dade pela própria vida e chegou a seralguém importante apesar de suaorigem humilde. Seu nome é Dr. BenCarson. Ele nasceu e foi criado embairros pobres de Detroit. Cresceusem a presença paterna. Sua mãeassumiu a responsabilidade de criar afamília e transmitiu ao filho esse

mesmo senso de dever.O Dr. Carson conta que a mãe sempre dizia aos filhos:

“Você tem cérebro?” Diante de uma resposta afirmativa,ela continuava: “Então você é capaz de pensar num modode sair dessa situação. Não importa o que João, Maria ouqualquer outra pessoa tenha feito. Você tem cérebro,então encontre um meio de resolver seus problemas”.

O Dr. Carson conta: “Comecei a entender que euestava no comando da situação, que eu podia ir a qual-quer lugar que quisesse e fazer tudo o que desejasse. Aúnica pessoa que poderia realmente determinar oulimitar meu sucesso era eu mesmo. Quando compreendiisso, a sensação de vítima das circunstâncias desapa-receu da minha vida. Dei-me conta de que não tinha de ficar sentado esperando que alguém fizesse algo pormim”. (“Seeing the Big Picture: An Interview with

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s às outras.

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Ben Carson, M. D.”, Saturday Evening Post, julho/agostode 1999, pp. 50–51)

O Dr. Carson não ficou sentado esperando quealguém fizesse algo por ele. Assumiu o controle de suavida. Estudou muito na escola e saiu-se bem — bem obastante para vir a tornar-se médico. Chegou a serdiretor do departamento de neurocirurgia pediátrica doCentro Infantil John Hopkins, em Baltimore, um hospitalde renome internacional. Em 1987, o Dr. Carson realizoua primeira cirurgia bem-sucedida de separação de gêmeossiameses unidos pela parte posterior da cabeça.

Sócrates declarou: “Os deuses vendem-nos todas ascoisas em troca de nosso trabalho”. (Xenofonte,Lembranças de Sócrates, volume 2, capítulo 1, seção 20)

O Presidente Gordon B. Hinckley endossou essepensamento: “Não há nada abaixo dos céus que substituao trabalho produtivo. Trata-se do processo pelo qual ossonhos se tornam realidade. É o processo pelo qual visõesociosas se transformam em realizações dinâmicas.

É o trabalho que faz a diferença na vida. Ao expan-dirmos nossa mente e utilizarmos a habilidade de nossasmãos é que nos erguemos acima da mediocridade”.(Citado em “Pres. Hinckley Shares 10 Beliefs withChamber”, Church News, 31 de janeiro de 1998, p. 3)

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MAGNIFICAR OS CHAMADOS

Quarto, magnifiquem seus chamados e sejammembros fiéis da Igreja. Quando vamos à Igreja,cercamo-nos de pessoas que partilham do nossocomprometimento de obedecer aos mandamentos eseguir ao Salvador.

Alguns erroneamente imaginam a Igreja como umlugar no qual pessoas perfeitas se reúnem para dizercoisas perfeitas e ter pensamentos e sentimentosperfeitos. Eu gostaria de desfazer essa impressão. A Igrejaé um lugar onde pessoas imperfeitas se congregam paraajudar a fortalecer umas às outras no esforço de voltar àpresença do Pai Celestial. Cada um de nós percorrerá

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Joseph Millett sabia que

o Senhor confiava nele o

bastante para usá-lo para

abençoar a vida da família

de Newton Hall.

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uma estrada diferente namortalidade. Progrediremosem ritmos distintos. Pode serque as tentações que aflijamseu irmão nem os incomodem.

Jamais menosprezem aquelesque sejam menos perfeitos doque vocês. Nunca se irritem porque alguém não fala tãobem quanto vocês, não lidera tão bem quanto vocês ounão costura, trabalha ou brilha tanto quanto vocês.

A Igreja é uma sociedade de melhoramentos mútuosque tem por objetivo ajudar todo filho de Deus a retornara Sua presença. Uma maneira de medirem seu valor noReino de Deus é perguntarem a si mesmos: “Como estousaindo-me no empenho de ajudar as pessoas a alcançarseu potencial? Apóio as pessoas na Igreja ou as critico?”Se vocês estiverem criticando-as, estarão criticando oreino de Deus. Se estiverem edificando-as, estarão edifi-cando o reino.

Outro teste de seu valor no reino é perguntar a simesmos se estão esforçando-se ao máximo para magni-ficar seu chamado na Igreja. Quando vocês magnificamseu chamado, não fazem apenas o mínimo necessário,mas desafiam a si mesmos a servir de todo o coração,poder, mente e força.

Se não têm um chamado na Igreja, convido-os aprocurar o bispo e dizer-lhe que estão ansiosos para servire trabalhar com ardor.

Quando vocês servirem fielmente, o Senhor estará a seulado, e vocês sentirão Seu Espírito e Sua mão orientadora.

Há alguns anos, numa conferência geral, o Élder BoydK. Packer, do Quórum dos Doze Apóstolos, contou ahistória de Joseph Millett, um membro pouco conhecidoda Igreja.

Ele viveu nos primeiros anos da Igreja e cruzou asplanícies com outros membros fiéis a fim de domar odeserto e encontrar um novo lar. Naquela época acomida era escassa. O inverno, em particular, era uma

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poca difícil e em geral durava mais do que o alimentostocado.

Joseph Millett escreveu em seu diário: “Um de meusilhos veio dizer-me que a família do irmão Newton Hallstava sem pão naquele dia.

Dividi nossa farinha num saco para enviar ao irmãoall. Pouco depois, o irmão Hall apareceu.Eu disse: ‘Irmão Hall, vocês estão sem farinha?’‘Estamos, irmão Millett.’‘Bem, irmão Hall, tenho um pouco aqui neste saco.

ividi a nossa farinha para mandar para vocês. Seusilhos disseram aos meus que vocês estavam sem farinha.’

O irmão Hall começou a chorar. Ele disse que procu-ara outras pessoas, mas nada conseguira. Ele tinha idoté o bosque e orado ao Senhor, que o orientara a ir atéoseph Millett.

‘Bem, irmão Hall, não precisa devolver essa farinha. Se Senhor a enviou para você, então não me deve nada.’ ”

Naquela noite, Joseph Millett registrou um pensa-ento notável em seu diário: “Nem consigo expressar

omo me senti bem ao ver que o Senhor sabia que haviama pessoa chamada Joseph Millett”. (Diário de Josephillett, manuscrito, Arquivos do Departamentoistórico, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dosltimos Dias; citado por Boyd K. Packer, “A Tribute to

he Rank and File of the Church”, Ensign, maio de980, p. 63.)

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Não se preocupem em descobrir

quem são, concentrem suas ener-

gias em criar o tipo de pessoa que

desejam ser. Todo momento é

precioso. Decidam agora mesmo

que transformarão sua vida em

algo extraordinário!

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Este sentimento é maravilhoso:saber que o Senhor confia em nós enos ama tanto a ponto de quererusar-nos para abençoar a vida deoutras pessoas. Irmãos e irmãs, nossoPai Celestial quer utilizá-los para esse mesmo fim. Aomagnificarem seus chamados e fazerem o bem, prometoque o Senhor derramará sobre vocês tantas bênçãos desatisfação e alegria que não haverá lugar suficiente pararecebê-las.

DESFRUTAR A JORNADA

Quinto, desfrutem a jornada. O povo de Deus é umpovo alegre. Sabemos que há momentos de seriedade,reverência e devoção, mas também temos ciência de quepossuímos os preciosos princípios da vida eterna.

Temos muitos motivos para sorrir, para ser felizes e atépara rir.

Existem muitos que estão sempre esperando omomento em que serão felizes. “Se ao menos eu conse-guisse formar-me, se conseguisse comprar um carro, se euconseguisse casar-me. ( . . . )” Para muitos, a felicidadeestá sempre um pouco mais adiante, num lugar inatin-gível. Sempre que subimos uma montanha, a felicidadeestá logo adiante, na próxima colina.

É terrível estar sempre esperando o porvir, sempre nadependência do amanhã, desculpando-nos por nossopresente por estarmos certos de que apenas no futuroestão as coisas que nos trarão satisfação.

Não esperem até amanhã. Não esperem o empregocerto, a casa certa, o salário certo, o tamanho de roupacerto. Sejam felizes hoje. Sejam felizes agora.

Abraham Lincoln disse: “A maioria das pessoas é tãofeliz quanto decide ser”. (em John Cook, org., The Bookof Positive Quotations [1997], p. 7)

Decidam ser felizes — mesmo que não tenhamdinheiro, um rosto perfeito nem ganho o prêmio Nobel.

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lgumas das pessoas mais felizes que conheço nãoossuem nenhuma dessas coisas que o mundo insisteerem necessárias para nossa satisfação e alegria. E porue são felizes? Suponho que seja porque não escutamuito bem. Ou talvez escutem bem demais as coisas que

seu coração lhes diz. Elas maravilham-se com a belezaa Terra. Rejubilam-se com os rios, desfiladeiros e oanto das cotovias. Exultam com o amor da família, coms passos vacilantes de um bebê e o sorriso sábio eondoso dos idosos.

Regozijam-se com o trabalho honesto, com as escri-uras e com a presença do Espírito Santo.

Uma coisa sei com certeza: que o tempo de queispomos aqui passa muito depressa. Não desperdicemais seu tempo vendo a vida passar.Querem um conselho? Aprendam a rir de si mesmos.

uanto o Élder Matthew Cowley (1897–1953) foihamado para o Quórum dos Doze Apóstolos, oresidente J. Reuben Clark (1871–1961) convidou-o aeu escritório e orientou-o acerca de seu novo chamado. Presidente Clark foi um dos grandes líderes e pensa-

ores da Igreja. Desistiu do cargo de embaixador dosstados Unidos no México para integrar a Primeiraresidência da Igreja. Era um homem acostumado aarregar nos ombros importantes responsabilidade.

Quando a entrevista do Élder Cowley com oresidente Clark estava chegando ao fim, o Presidentelark disse: “Agora, meu garoto, meu rapaz” [oresidente Clark chamava todos os membros douórum dos Doze de rapaz] “agora, rapaz, não se

squeça da regra número seis”. O Élder Cowley

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perguntou: “Qual é a regra número seis?” O PresidenteClark respondeu: “Não se leve a sério demais”. O ÉlderCowley indagou: “Quais são as outras cinco?” OPresidente Clark afirmou: “Não há outras”. (MatthewCowley Speaks [1954], pp. 132–133)

Algumas pessoas levam-se tão a sério que acham quenão podem sentir-se completas até “se encontrarem”.Algumas abandonam a família, o emprego e os estudos,buscando descobrir quem são.

George Bernard Shaw disse: “A vida não consiste emdescobrir quem somos, mas em tornar-nos aquilo quedesejamos ser”. Não se preocupem em descobrir quemsão, concentrem suas energias para criar o tipo de pessoaque almejam ser. Vocês descobrirão que, ao empe-nharem-se nessa jornada, não vão “encontrar a simesmos”, mas é bem provável que fiquem agradavel-mente surpresos e orgulhosos com a pessoa na qual setornaram ao fim do caminho.

Não procrastinem nem mais um minuto. Todomomento é precioso. Decidam agora mesmo que trans-formarão sua vida em algo extraordinário!

Há pouco tempo, tive a oportunidade de retornar coma irmã Wirthlin ao local onde iniciei a missão. Minhadesignação era organizar a Estaca Salzburgo Áustria. Decerto modo, foi como voltar para casa. Lembrei-me dosdias em que caminhei por aquelas ruas de paralelepí-pedos perguntando a mim mesmo se algum dia haveriamembros suficientes para formar uma pequena alanaquele lugar. E lá estava eu, anos depois, organizandouma estaca. Meu coração encheu-se de emoção ao veraquela congregação de membros fiéis e recordar o tempoque passara ali.

Ao olhar para trás, vejo que aqueles momentos deprovação e solidão foram essenciais para fortalecer meucaráter e aumentar meu desejo de ter êxito. Aquelaépoca de aparente fracasso foi uma das mais importantesda minha vida, pois preparou-me para coisas maiores queviriam depois.

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Enquanto estava lá, viajei com minha esposa atéberndorf. Caminhamos pela mesma estrada que eu eeu companheiro percorrêramos tantos anos antes. E ali,

iante das majestosas montanhas e dancomparável beleza daquela pequenaila bávara, falei a ela mais uma vezobre aquela noite silenciosa em queescrevi para meu companheiro aulher com quem eu iria casar-me.As resoluções que fiz naquela

oite sagrada em Oberndorf, Áustria,oram uma força diretriz em toda a

inha vida. Embora ainda tenhauito que aprender e realizar, fiz oelhor que pude para ter fé em Deus,

ara canalizar energias para as coisasmportantes da vida, para trabalharrduamente em tarefas justas, paraagnificar os chamados que recebia Igreja e para desfrutar a jornada.

Que vocês façam o mesmo paraornar sua vida algo digno de suaerança divina.

Testifico que o propósito de minha missão naongínqua Europa é o mesmo de hoje: testificar queemos um Pai Celestial amoroso e também Seu Filhomado, Jesus Cristo, que nos proporcionou a grandiosaxpiação. Presto testemunho de que Joseph Smith foi umrofeta de Deus que recebeu a plenitude do evangelhoterno e estabeleceu a Igreja do Senhor na Terra nestesltimos dias. Testifico que Gordon B. Hinckley é nossorofeta, vidente e revelador hoje.

Ao empenharem-se para atingir metas justas, o Senhorstará com vocês e guiará seus passos. Ele quer que sejamelizes e bem-sucedidos. Deseja que se acheguem a Ele. Oroara que encontrem paz e alegria na jornada da vida. �

De um discurso proferido no serão do Sistema Educacional da

greja realizado em 7 de novembro de 1999.

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Ajudar-se MutuamenteDane M. Mullen

Nossa vida e nossa família pareciam estar desintegrando-se. Minhamãe então lembrou-se de algo em seu passado e encontrou a solução.

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Meus irmãos, minha irmã eeu fomos ensinados aacreditar em Deus e

orávamos na hora do jantar. Nossaeducação religiosa resumia-se nisso.Minha mãe fora criada n’A Igreja deJesus Cristo dos Santos dos ÚltimosDias, mas meu pai, não. Acho que como passar dos anos, eles viram que eramais fácil evitar discussões do quebrigar sobre religião.

Sou o caçula da família. Meusirmãos e minha irmã são muito maisvelhos e bastante protetores. Euachava que sempre tudo seria fácil.

Nos primeiros anos de escola, minhas notas forammuito boas. Com o passar dos anos, porém, começaram acair. Meus pais freqüentemente conversavam sobre “oque fazer com o Dane”.

Eles tentaram fazer com que eu cumprisse minhasobrigações, mas nada funcionou. Os professores, conse-lheiros, diretores de escola e meus pais ameaçavam-mecom castigos, mas minhas notas pioravam todos os anos.Quando estava na sétima série, tudo começou a desinte-grar-se.

Esse também foi o ano em que nossa família se diluiu.Duas semanas após o Natal, meus pais separaram-se e,depois se divorciaram. Meus dois irmãos mais velhos e

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minha irmã formaram-se na faculdadee mudaram-se. Só ficaram meu irmãoLee, minha mãe e eu em casa, e Leeestava terminando o colegial. Parapiorar as coisas, tínhamos grandesproblemas financeiros. Minha mãeachava que tínhamos chegado aofundo do poço. Foi aí que as coisascomeçaram a melhorar.

Um dia, minha mãe e eu tivemosuma conversa séria. Falamos sobre ofato de ela ter sido criada na Igreja, eela disse que sabia que deveria sevoltar para Deus a fim de pedir ajuda.Disse também que acreditava que se

eu fosse à Igreja, isso poderia ajudar-me a melhorar naescola. Eu já havia ido algumas vezes com um amigosanto dos últimos dias e também já freqüentara algumasaulas de religião em outras denominações, mas minhafamília não ia à Igreja desde antes de eu nascer. Comominha mãe estava sofrendo por causa do divórcio eproblemas financeiros, eu não queria causar-lhe maisproblemas. Decidi ouvir as palestras dos missionários.

Minha mãe convidou Lee para participar das palestrastambém, mas ele estava muito envolvido com suas ativi-dades na escola. Ele ouviu a primeira palestra, mas sempreparecia ter algo que fazer quando os élderes nos visitavam.Minha mãe e eu começamos a freqüentar a Igreja juntos,

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e as coisas começaram a dar certo.Fui batizado naquela primavera.Comecei também a estudar mais naescola. Isso me ajudou a sentir-memelhor interiormente.

Antes de entrar para a Igreja, euhavia experimentado fumar e bebere andava com amigos que faziam com que eu me sentissebem, ou seja, meninos que iam mal na escola e que geral-mente ficavam comigo nas aulas de recuperação. Masquando o bispo entrevistou-me e assumi o compromissode ser batizado, prometi obedecer à Palavra de Sabedoria.Achei que gostaria de ter o sacerdócio, distribuir o sacra-mento e receber elogios por fazer as coisas certas em vezde sempre causar problemas. Esses pensamentos positivoscomeçaram a influenciar minha vida fora da igreja. Aofalar de meu testemunho para meus colegas, comecei aver quem realmente eram meus verdadeiros amigos.

Lee entrou para o exército depois de formar-se. Elelogo descobriu o que é sentir saudades de casa. Leeescrevia todos os dias, e minha mãe chorava ao ler suascartas. Ela pediu-lhe que procurasse uma ala SUD quepudesse freqüentar. Nós orávamos por ele e o incentivá-vamos a orar também. Minha avó dera a Lee uma Bíbliacomo presente de formatura, e por alguma razão ele acolocou na mala antes de partir. Livros religiosos eram aúnica coisa que eles podiam ler na base. Quando Leecontou isso à minha mãe, ela mandou-lhe um Livro deMórmon. Pouco tempo depois disso, começamos areceber cartas dele, dizendo o quanto estava gostando deler as escrituras e que as lia em voz alta para outrossoldados. Claro que minha mãe chorou um pouco mais.Ela perguntou a Lee se ele gostaria de ouvir as palestras

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dos missionários, mas ele escreveudizendo que já havia pedido aobispo para marcar as palestras. Leefoi batizado quando veio para casade licença. Minha mãe chorounessa ocasião também.

Alguns anos depois do meubatismo, servi como presidente do quórum dos diáconose presidente do quórum dos mestres. Estou no time daescola e tenho notas altas suficientes para ter permissãopara praticar esportes. Tenho tentado continuar amigodos meninos com quem eu andava, mas não saio muitocom eles. Ainda temos amizade, mas nossos interessessão diferentes agora. Estou envolvido com as atividadesdos jovens da Igreja e tenho-me concentrado nos meusestudos.

Minha mãe também fez grandes mudanças. Ela paroude fumar e beber e começou a pagar o dízimo. Não possodizer que todos os nossos problemas financeiros foramresolvidos, mas sempre pagamos nossas contas. Minhamãe e eu tornamo-nos grandes amigos, e agora ela éminha professora do seminário. Ela foi ao templo noúltimo verão. No ano passado, ela teve uma doençagrave e demorou bastante para recuperar-se. Foi muitodifícil para nós dois, mas os élderes deram-lhe umabênção e conseguimos passar juntos por essa situação.

As mudanças que ocorreram em minha vida, na deminha mãe e na de meu irmão não ocorreram facilmente,mas sem dúvida valeram a pena. Minha mãe ainda choraàs vezes, mas agora é porque ela é muito feliz! E eutambém.

Dane M. Mullen é membro da Terceira Ala de Boise, Estaca Boise

Idaho Sul.

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Sentia-me muito solitária naquele novo ambiente até que olhei para o retrato que estava na parede.

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Meu Amigopara Sempre

Becky Prescott

Ao entrar em minha sala das Moças nodomingo, sentia-me solitária. Minha famíliatinha acabado de mudar-se para uma cidade-

zinha, depois de atravessar o país. Não conhecíamosninguém na nova cidade; todos os nossos parentesmoravam a milhares de quilômetros dali.

Ao procurar um lugar para sentar-me, vi umacadeira na segunda fila, perto da parede. Quando mesentei, percebi que todos, exceto eu, tinham alguémao seu lado. Fiquei repetindo para mim mesma que ascoisas seriam diferentes depois que eu tivesse algumtempo para fazer amizades. Contudo, apesar de tertentado convencer-me disso por várias vezes, aindasentia-me muito só.

No meio da lição, notei um quadro de Jesus Cristona parede ao meu lado. Naquele momento, percebique não estava sozinha. Era como se o Salvador esti-vesse sentado ao meu lado o tempo todo.

Levou algum tempo até que eu me acostumasse amorar na nova cidade e encontrasse novos amigos.

Às vezes sentia-me só, mas sempre lembravadaquele domingo em que notara o retrato do

Salvador e percebera que não estava sozinha.Jesus Cristo sempre será meu amigo. �

Becky Prescott é membro da Ala 1 de Santaquin,

Estaca Santaquin Utah.

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Como Utilizar A Liahonade Maio de 2001

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TÓPICOS DESTA EDIÇÃOAmizade......................................2, 47Amor ..............................................23Batismo ..................................A7, A8Bênçãos....................................26, A2Brasil ..............................................10Chamados........................................34Conversão ................................26, 44Deficiência ......................................26Divórcio ..........................................26Dízimo ............................................25Ensino Familiar ................................7Espírito Santo, O ......................18, 26Fé................................................2, 34Felicidade ........................................34Finanças..........................................25Histórias do

Novo Testamento..............A12, A14Integração ......................................10Jesus Cristo ................................8, 47Luz de Cristo, A..............................18Metas ..........................................2, 34Noite Familiar ..........................32, 48Obediência ................24, A2, A4, A8

Obra Missionária ....................A10Pecado..................................24

Perseverança ......................A7Primária ........................A2Professoras

Visitantes ..................25Profetas ................14, A2Relações

Familiares..........23, 44Sacerdócio Aarônico......8, Notícias

Sacerdócio de Melquisedeque ....Notícias

Sacramento ................8, A8Serviço ................................26

Testemunho..................................A7Trabalho ........................................34

IDÉIAS PARA DISCUTIR

� “O Farol do Senhor”, página 2. O Presidente Monson sugere queplanejemos o nosso futuro com propósito. Peça aos membros da famíliaou da classe que escrevam as metas que os ajudarão a atingir seus propó-sitos aqui na vida mortal. Se adequado, peça-lhes que falem sobre suasmetas.

� “As Lições Aprendidas na Jornada da Vida”,página 34. Coloque em discussão a pergunta feitapelo Élder Wirthlin: “Se salvar um livro da água domar é algo digno da atenção celeste, quanto mais seuPai Celestial não estará ciente de sua vida e suasnecessidades”?

� “Meu Amigo para Sempre”, página47. Leia Romanos 8:35, 37–39 e discutacomo podemos ter a certeza de jamaisnos separarmos do Salvador.

� “‘Você Não Pode Desistir’ ” ,página A7. Como você acha que aperseverança de Tracy em prestarseu testemunho está relacionadacom a permissão dos pais para serbatizada?

Você irá encontrar idéias muito úteis para enriquecer suas aulas

e discussões nesta edição de A Liahona. (Os números abaixo

referem-se às páginas desta edição. A = O Amigo.)

SOLICITAÇÃO DE ARTIGOS DOS JOVENS DA IGREJA

Convidamos nossos jovens leitores a contarem-nos como estão aplicando em sua vida os conselhos

e ensinamentos do Presidente Gordon B. Hinckley e como estão sendo abençoados por isso. (Ver

a matéria “Conselhos e Oração do Profeta para os Jovens” na Liahona de abril de 2001, páginas

30–41.) Enviem seus artigos para Liahona Floor 24, 50 East North Temple Street, Salt Lake City, UT

84150-3223, USA; ou utilizem o e-mail [email protected]. Não deixem de informar

o nome completo, o endereço, o número de telefone, a ala e a estaca (ou ramo e distrito).

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O AmigoPARA AS CRIANÇAS DA IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS � MAIO DE 2001

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Idéias para o Tempo “( . . . ) E provai-me então com isto

( . . . ), se eu não vos abrir as janelas

do céu e não derramar sobre vós

uma bênção tal, que não haja

espaço suficiente para recebê-la.”

(3 Néfi 24:10)

TEMPO DE COMPARTILHAR

A Obediência Traz-nos BênçãosDiane S. Nichols

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§Uma família, que possuíauma casa perto da praia,certa noite observou uma

terrível tempestade. Ondas gigantescasquebravam na areia e destruíram o caisdo barco. Na manhã seguinte, encon-traram pedaços do desembarcadouroespalhados pela área, mas o barco flutuava intacto naágua. Ele ficara no lugar, preso por uma âncora pesadaque o mantivera afastado da praia, impedindo que fossedestruído.

Assim como o barco foi salvo da tempestade porqueestava seguro por uma âncora, podemos manter-nosseguros quando ouvimos e seguimos o profeta. Aobediência aos seus conselhos é como uma âncora nanossa vida. O profeta nos fala sobre as coisas que o PaiCelestial quer que façamos. Ele nos diz como podemoster paz, mesmo em situações de medo e preocupação.

Por exemplo: O Senhor disse ao Profeta JosephSmith que advertisse as pessoas a respeito de alimentose bebidas prejudiciais à saúde. Esse conselho chama-sePalavra de Sabedoria. (Ver D&C 89.) Se o obedecermos,seremos abençoados.

O Presidente Gordon B. Hinckley pediu que estudás-semos as escrituras e orássemos diariamente. Se assimfizermos, sentiremos muita paz. O Espírito testificaráque o Pai Celestial nos ama e responde a nossasorações.

Ouça o profeta. Ele fala em lugar do Pai Celestial. Se formos obedientes, sentiremos paz e, como o barcoancorado, estaremos seguros mesmo que haja tempes-tades ao nosso redor.

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de Compartilhar

1. Conte a história do Profeta JosephSmith e Jacob Haun. (Ver o ManualPrimária 5, lição 31.) Explique-lhes que oProfeta aconselhou Jacob Haun a dizer àspessoas que abandonassem o MoinhoHaun. O irmão Haun não transmitiu amensagem do Profeta e muitas pessoasmorreram. Toda vez que seguirmos oconselho do profeta, estaremos seguros.Recorte vários círculos de papel. Desenheuma carinha sorridente em metade doscírculos e uma carinha carrancuda na

outra metade. Mostre gravuras de pessoas fazendo coisas que oprofeta nos disse que devemos fazer. Mostre também figurastiradas de revistas ou jornais, de pessoas fazendo o que ele nosdisse que não devemos fazer, como brigar, roubar, fumar, tomarcafé, chá, bebidas alcoólicas, etc. Faça com que as crianças colo-quem uma carinha sorridente ou carrancuda ao lado de cadafigura, de acordo com o que o profeta nos pede que façamos.Cante hinos relacionados com as figuras de carinhas sorridentes.

2. Explique às crianças que o Presidente Brigham Young guiouos primeiros pioneiros para o vale do Lago Salgado. Enquanto os pioneiros seguiam o profeta até o vale, marcavam também a trilha para os outros santos que viriam depois deles. Hoje oprofeta nos guia, ensinando-nos sobre o que devemos fazer paravoltar à presença do Pai Celestial. Enfie um botão num pedaçobem grande de barbante e amarre as pontas. Faça com que ascrianças se sentem num círculo, cada uma segurando o barbantecom ambas as mãos. O barbante deve ficar do tamanho docírculo. Peça a uma criança que esconda o botão em sua mão.Cante “Damos Graças, Ó Deus, Por um Profeta” (Hinos, nº 9).Faça com que as crianças movam as mãos para um lado ou parao outro ao longo do barbante, passando o botão secretamente em ambas as direções até que o líder pare o hino. Peça à criançaque estiver com o botão que diga uma forma de seguir o profeta.Continue cantando e movendo o botão. Preste testemunho sobrecomo o fato de seguir o profeta tem guiado sua vida. �

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Instruções

1. Cole esta página numa

cartolina e recorte as

molduras das figuras.

2. Pinte as figuras das

crianças seguindo o profeta.

3. Embaixo de cada figura,

escreva como você pode

seguir o profeta como

as crianças da figura.

4. Pendure a figura em

algum lugar que lhe sirva

de lembrete diário de

algumas coisas que você

pode fazer para seguir

o profeta.

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FICÇÃO

Vamos Fazer um Trato

T. S. Hettinger

Cátia olhou para a mesa dacozinha coberta de louçasuja e tentou decidir por

onde começar. “Nem consigo acre-ditar que nossas férias estão quaseacabando”, suspirou ela ao começara empilhar os pratos.

“É mesmo”, concordou Rebeca.“Esta é nossa última semana deférias e ainda nem fomos ao novoparque aquático. Você acha que amamãe nos levaria se pedíssemos?”

“Talvez”, disse Cátia ao levar ospratos para a pia. “Mas sei que amamãe está muito ocupada nestasemana. E já fizemos muitos passeiosdivertidos nas férias. O único lugar aque não fomos é o parque aquático.”

Rebeca seguiu Cátia até a mesa.Ficou vendo a irmã recolher oscopos e demais utensílios. “Só sevocê achar divertido passar um diainteiro na estrada até chegar àreunião da família”, resmungou ela.

“Mas foi divertido”, disse Cátia.“Você é que reclama demais”. Elapegou quatro copos e voltou para apia. Rebeca foi atrás.

“Não foi tão ruim”, contempo-rizou Rebeca, “mas aposto quesomos as únicas de toda a escola

que não foram ao parque aquático”.Perdendo a paciência, Cátia

voltou-se para Rebeca: “Poderiaparar de queixar-se e ajudar-me alavar os pratos?”

Revirando os olhos, Rebecacomeçou a encher a pia e nessemomento a mãe entrou.

“Obrigada por cuidar da louça”,disse a mãe. “Fico muito grata portodo o trabalho de vocês duas.”

“É um prazer, mãe”, sorriu Cátia.“É mesmo”, concordou Rebeca.

“E estávamos acabando de comentarque é uma pena não termos ido aonovo parque aquático.”

“É mesmo uma lástima”, disse amãe. Após alguns momentos desilêncio, propôs: “Vamos fazer umtrato. Preciso resolver algumascoisas fora de casa amanhã demanhã. Se cada uma limpar seuquarto enquanto eu estiver fora,compro ingressos para o parqueaquático e poderemos ir até láquando eu voltar”.

“Seria ótimo!” exclamou Rebeca.“Combinado!”, aceitou Cátia.Na manhã seguinte, Cátia saltou

da cama. A mãe já saíra de casa.“Bom dia”, disse Cátia para a avó.

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“Bom dia. Está pronta para odesjejum?” perguntou a avó.

Cátia respondeu afirmativamente.“A Rebeca e eu vamos limpar osquartos. Depois, a mamãe vai levar-nos ao novo parque aquático.”

“É isso que sua mãe me contou”,disse a avó. “Por que não vaiacordar a Rebeca?”

“Para que tanta pressa?”resmungou Rebeca quando Cátiatentou convencê-la a levantar-se.

“Precisamos tomar o desjejum ecomeçar a limpeza.”

“Ah, que nada. Lembra-se do quea mamãe disse? Ela vai comprar osingressos enquanto estiver na rua.Depois de já ter comprado, não vaimais proibir-nos de ir. Assim, nãoprecisamos mesmo limpar osquartos.”

Cátia fechou a cara. “Masfizemos um trato.”

“Já que está tão preocupada,então vá limpar seu quarto. Diga ànossa avó que vou tomar o desjejummais tarde. Agora preciso dormir.”

Cátia voltou contrariada para acozinha.

“Qual é o problema?” perguntoua avó.

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“A Rebeca disse que não vailimpar o quarto dela. Acha que amamãe vai deixar-nos ir mesmo quenão cumpramos nossa parte dotrato”, explicou Cátia.

“E o que você acha?” indagou aavó.

“Dissemos que limparíamos osquartos”, afirmou Cátia, “então éisso que vou fazer.”

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“Bem”, disse a avó, “você tomoua sua decisão e vai ter que deixar a Rebeca tomar a dela. Às vezesqueremos decidir no lugar daspessoas, mas não podemos.”

Depois do desjejum, Cátia correuaté seu quarto. Resolveu começarguardando tudo o que estava nochão. No início, ficou com raiva de Rebeca por ela não estar fazendo

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sua parte, mas logo voltou todos os pensamentos para a tarefa.

Quando a mãe voltou para casa,Cátia estava arrumando os livros naestante.

“Onde está sua irmã?” perguntoua mãe.

“Vendo televisão”, respondeu Cátia.“Ela não está limpando o quarto

dela?”

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Com a cabeça, Cátia respondeuque não.

Foi só aí que Rebeca assomou àporta. “Oi, mãe”, disse ela comalegria. “Comprou os ingressos?”

“Comprei”, respondeu a mãe.“Você limpou o quarto?”

“Eu já ia começar.”A mãe sacudiu a cabeça. “Não

se preocupe.”Rebeca olhou para Cátia e sorriu,

como que dizendo: “Eu não lhedisse?” O sorriso desfez-se quando amãe anunciou: “Você poderá limparenquanto eu e a Cátia estivermos noparque”.

Rebeca ficou boquiaberta. “O que a senhora quer dizer com isso?”

“Como você não cumpriu suaparte do acordo, não poderá irconosco.”

Rebeca nem conseguia acreditarno que ouvira. “Mas a senhora jánão comprou um ingresso paramim?”

“Comprei ingressos para asmeninas que guardassem suapromessa. Você o fez?”

Com o rosto inclinado, Rebecadisse: “Não”.

“Por que não?”“Achei que a senhora me deixaria

ir de qualquer jeito.”“Você fez uma escolha. Agora terá

que arcar com as conseqüências.”Rebeca ficou com os olhos cheios

de lágrimas. “Não é justo.”A mãe abraçou Rebeca. “Sei que

não é bem isso o que você queria”,disse a mãe, “mas é justo sim”.

Rebeca viu a mãe e Cátia saírem.“Como eu gostaria de ir”, suspirou ela.

Balançando a cabeça, a avó disse:“Você fez uma má escolha. Agoraprecisa aprender com seu erro. Sesua mãe a tivesse levado ao parqueaquático, você teria pensado quenão há problema em fazer promessasque não pretendia cumprir. E não éassim. Isso faz sentido?”

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“Acho que sim.”“Agora, quero propor-lhe algo,

caso esteja interessada.”Rebeca olhou para ela: “O quê?”“Se você limpar seu quarto,

quando terminar, vamos fazer bola-chas para a família.”

“Combinado!” exclamou Rebecadirigindo-se para o quarto. “E destavez é para valer.” �

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“Você Não Pode Desistir”Charlene Germaine Meyer

TENTAR SER COMO JESUS

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Eu havia oferecido aosmissionários e pesquisa-dores o banco na terceira

fileira e ido sentar com a minhafamília no último banco dacapela. Eu não sabia que a minhafilha Tracy, de nove anos deidade, pretendia prestar seu teste-munho pela primeira vez naqueledomingo de jejum.

Durante a reunião, Tracylevantou-se três vezes para ir aopúlpito. Toda vez alguém seadiantava, e ela acabava voltandoao seu lugar. A reunião estavaquase terminando quando eu lhedisse: “Filha, você tem que iradiante. Não pode desistir”.

Assim que a pessoa à frenteterminou seu testemunho, Tracylevantou-se e começou a caminhar em direção dopúlpito. Mas o próximo a levantar-se foi o primeiroconselheiro do bispo que agradeceu a congregação pelostestemunhos. Tracy continuou andando.

A organista deu início ao hino de encerramento.Tracy continuou andando.

Enquanto a congregação cantava, Tracy foi chegandoao púlpito.

Lágrimas verteram de meus olhos quando a vi sentar-se ao lado do conselheiro do bispo. Ele a acolheu com

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um abraço e sussurrou-lhe aoouvido. Antes que a últimaoração fosse oferecida, o conse-lheiro anunciou que ouviríamosmais um testemunho naquele dia.

Tracy prestou seu afável teste-munho — o de uma criança quenão havia sido batizada, apesar detodos os seus colegas da Primáriao terem sido. Ela não haviaentrado nas águas do batismoporque seu pai — que não eramembro da Igreja — não lhehavia permitido.

Tracy permaneceu firme.Continuou em frente, orandopara que o desejo de seu coraçãofosse realizado. Ela nuncadesistiu.

O mesmo conselheiro do bispoque a acolheu naquela reunião de testemunho dirigiumais tarde a reunião em que Tracy e sua irmã forambatizadas. Eu nunca vi crianças mais felizes.

Mas aquela reunião de batismo não marcou o fim dahistória. Em junho de 1999, o pai de Tracy foi batizadoe confirmado membro da Igreja. Um ano depois, Tracyficou ainda mais feliz quando sua família foi selada notemplo para toda a eternidade. �

Charlene Germaine Meyer é membro da Ala Loomis I, Estaca

Rocklin Califórnia.

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RENOVAROs Convênios do Batismo

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A o tomar o sacramento, lembramo-

nos do Senhor — e de nós mesmos

— de nosso compromisso em sermos

obedientes. O Élder L. Tom Perry, do

Quórum dos Doze Apóstolos, disse:

“Cometemos erros mesmo após o batismo.

O Senhor, entretanto, providenciou uma

maneira de renovarmos os convênios do

batismo: tomar o sacramento todas as

semanas”. (Ensign, novembro de 1984,

p. 19.)

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ÉLDER LYNN G. ROBBINS, DOS SETENTA

De uma entrevista com Kellene Ricks Adams

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Q uando eu tinha três anos, meu tio Jim estavaservindo como missionário. Para mim, ele erauma pessoa impressionante. Tinha dois metros

de altura e era um bom homem. Eu queria ser exata-mente como ele.

Decidi que seria missionário para ser como o tio Jim.Depois disso, nunca mais tive dúvidas sobre esseassunto. Só essa decisão já teve um grande impacto emminha vida. Como eu sabia em que caminho estavaindo, aproveitei todas as oportunidades que pudessemme ajudar a preparar-me. Com uma futura missão emmente, tive mais desejo de aprender o evangelhoenquanto estava na Primária e em meus anos de juven-tude, e gostei de muitas experiências que me ajudaramnessa preparação.

Meus avós foram missionários numa época nahistória da Igreja em que nem todos os jovens eramincentivados a servir numa missão. Esse fato sempre meimpressionou e fazia-me sentir orgulho do legadodeixado por meus avós. Toda a minha família se interes-sava pela obra missionária. Quando eu era bem jovem,meus pais ajudaram a despertar em mim o desejo de sermissionário, e outras pessoas ajudaram-me a atingir essameta enquanto eu crescia.

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Contudo, quando eu era adolescente, comecei a ter dúvidas se me deixariam servir numa missão. A Segunda Guerra Mundial impedira meu pai de sermissionário, embora fosse o que ele mais desejasse fazer.No meu caso, a guerra do Vietnã estava começando;apenas dois jovens de cada ala nos Estados Unidos eramdispensados do serviço militar para servir numa missão.Os outros tinham que contar com a sorte para terem omesmo destino. Fiquei preocupado, pensando se real-mente conseguiria realizar meu sonho de infância.

Alguns anos antes de completar a idade necessáriapara servir numa missão, fui a uma conferência deestaca na qual o Élder Thomas S. Monson compareceracomo Autoridade Geral convidada. Depois de umaseção, minha mãe e eu fomos falar com ele. Apertei-lhea mão, e conversamos. Não me lembro de nada daquelaconversa, exceto de uma frase. Ele olhou bem nos meusolhos e disse: “Você vai ser missionário”. Depois disso,nunca mais me preocupei com o assunto. Todas asminhas dúvidas desapareceram.

Durante os anos de minha adolescência, preparei-mepara a missão. Quando um consultor do quórum dossacerdotes, David Poulsen, um líder muito atencioso ededicado, ofereceu-se para ensinar as palestras missio-nárias a qualquer um dos sacerdotes que estivesse inte-ressado, somente alguns de nós aceitaram o convite.Passamos a freqüentar religiosamente as aulas todos osdomingos às 7 horas da manhã.

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uerda: A família Robbins.

ita: Pronto para jantar, com

de 2 anos de idade.

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Estudamos as palestras missionárias, e quando fuipara a missão, eu já havia memorizado a maioria delas.Chegamos até a sair algumas vezes para ensinar osmembros da ala que fingiam ser pesquisadores. Muitosdeles eram bem mais difíceis de ensinar do que osverdadeiros pesquisadores que conheci! Em 1971, vibrei ao receber meu chamado para servir na MissãoArgentina Norte.

A missão grava o evangelho em nosso coração. Gosto do jeito com que o Presidente Spencer W.Kimball (1895–1985) descreveu a missão. Ele dizia que era uma “universidade de Deus”, uma oportunidadede servir os outros e de aprender muitos princípiosvaliosos que o Senhor quer que Seus discípulosaprendam. Há princípios que nos ajudarão em tudo o que fizermos depois, seja na edificação de Seu reinoou no nosso próprio aperfeiçoamento.

Depois que voltei da Argentina, o trabalho missio-nário continuou sendo algo muito importante para mim.

No período em que fiz facul-dade e depois, quando faziamestrado, procurei oportuni-dades de pregar o evangelho.Casei-me com Jan Nielson, e ensinamos aos nossos setefilhos a importância da obramissionária.

Toda a minha família teve

À esquerda: Com seu

uniforme de escoteiro, aos

14 anos. À direita: Como

missionário, em frente a

uma capela na Argentina

em 1973.

chance de colocar esses princípios em prática em 1994,quando minha mulher e eu recebemos o chamado depresidir a Missão Uruguai Montevidéu. Durante esseperíodo, nosso filho, Jason, serviu na Missão PortlandOregon e nosso filho, Andy, na Missão Brasil Recife. O restante da família gostou muito de trabalhar na obra missionária no Uruguai.

Sem dúvida, somos uma família missionária.Aprendemos que não existe trabalho mais importanteque esse, nenhuma alegria maior do que compartilhar o evangelho de Jesus Cristo.

Uma das coisas que mais gosto de fazer, mesmoagora, como membro dos Setenta, é estar com osmissionários, sentir a alegria de servir ao Senhor etrabalhar com outras pessoas que também O estãoservindo.

O interesse pela obra missionária, esse compromissode falar do evangelho, começou quando eu estava naPrimária. Esta é a época em que todos os meninosdevem tomar a decisão de servir como missionários.Essa decisão tão importante determinará tudo o quefizerem nos anos em que estiverem crescendo. �

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O HOMEMQUE NÃOANDAVA

HISTÓRIAS DO NOVO TESTAMENTO

Certo dia, Jesus estava ensinando o evangelho. Eleestava em uma casa na companhia de muitas pessoas.

Lucas 5:17

Alguns homens transportaram em uma cama um homem que queria ver Jesus. Esse homem não andava. Eles nãoconseguiram colocá-lo dentro da casa, pois lá havia muita gente.

Lucas 5:18–19

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Os homens subiram ao telhado e, por entre as telhas, baixaram a cama.Lucas 5:19

Ao ver tamanha fé, Jesus disse ao homem que pegasse sua cama e fosse para casa. Curado, o homem levantou-se,apanhou sua cama e foi embora louvando a Deus.

Lucas 5:20, 24–25

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O SERMÃO DAMONTANHA

HISTÓRIAS DO NOVO TESTAMENTO

Certo dia, Jesus ensinou o evangelho a Seus discípulosem uma montanha próxima ao Mar da Galiléia.

Mateus 5:1

Ele ensinou-lhes como viver para serem felizes e voltar à presença do Pai Celestial. As coisas que Ele lhes ensinoutambém nos fará felizes.

Mateus 5–7

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Devemo-nos esforçar o máximo possível para viver emretidão.

Mateus 5:6

Devemos ser bondosos e pacientes e ter o desejo deseguir o Senhor.

Mateus 5:5

Devemos ser pacificadores, amar as pessoas e ajudá-lasa amarem umas às outras.

Mateus 5:9

Devemos perdoar as pessoas que nos magoam ou nosfazem sentir mal. Se as perdoarmos, o Pai Celestial nosperdoará.

Mateus 5:7

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Devemos cumprir nossas promessas.Mateus 5:33–37

Não devemos ter medo de falar às pessoas a respeitodo evangelho e dizer-lhes que amamos o Pai Celestial.Devemos ser justos. Quando as outras pessoas nosvirem fazendo as coisas certas, elas também acreditarãoem Deus.

Mateus 5:14–16

Jesus disse que se fizermos essas coisas, seremos felizes.Deus nos abençoará e viveremos com o Pai Celestialnovamente.

Mateus 5:2–12

E, da mesma forma que queremos que os outros sejambons para conosco, nós devemos ser bons para comeles.

Mateus 7:12

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A Primeira Visão de Joseph, de David Lindsley“Quando a luz pousou sobre mim, vi dois Personagens cujo esplendor e glória desafiam

qualquer descrição, pairando no ar.” (Joseph Smith — História 1:17)

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A organização das Moças noRio de Janeiro, Brasil, levou a sério o Presidente Gordon B.Hinckley, quando exortou osmembros da Igreja: “Vamosestender a mão para [as]pessoas! Vamos fazer amizadecom elas! Sejamos gentis comelas! Vamos incentivá-las!Vamos aumentar sua fé e seuconhecimento a respeito destaque é a obra do Senhor”. Ver“O Rio de Janeiro Estende aMão da Amizade”, página 10.