A linguagem nos consultórios dentários

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FACULDADE UNIDA DE SUZANO UNISUZ

CURSO DE LETRAS MARIA CRISTINA S. V. CIMMINIELLO – RGM 3272

A LINGUAGEM NOS CONSULTÓRIOS DENTÁRIOS

SUZANO 2010

Page 2: A linguagem nos consultórios dentários

MARIA CRISTINA S. V. CIMMINIELLO – RGM 3272

A LINGUAGEM NOS CONSULTÓRIOS DENTÁRIOS

Trabalho apresentado como requisito parcial para obtenção de nota em Linguística Aplicada da Faculdade Unida de Suzano – Unisuz sob orientação da professora Paula Pudo.

SUZANO 2010

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INDICE DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 Dados Pessoais ................... 7

Quadro 2 Informações sócio econômicas ..........................

7

Tabela 1 Frequência de idas ao dentista ................................

8

Tabela 2 Orientações dadas pelo dentista................................

8

Tabela 3 Dúvidas sobre o tratamento 8

Tabela 4 Explicação sobre o procedimento .......................

8

Tabela 5 Satisfação com o tratamento 9 Tabela 6 Receio do tratamento............ 9 Tabela 7 Medo do tratamento ............. 10 Tabela 8 Alívio de tensão ................... 10

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 4

1 ESTUDO DA LINGUAGEM NOS CONSULTÓRIOS DENTÁRIOS................. 5

2 ANÁLISE DA PESQUISA................................................................................ 7

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 11

REFERÊNCIAS................................................................................................ 12

ANEXO............................................................................................................. 13

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INTRODUÇÃO

Iniciando o estudo de Linguística Aplicada (LA), aprendemos que o

objetivo dessa pesquisa é entender a complexidade dos fatos envolvidos com a

linguagem em sala de aula.

Segundo Moita Lopes (2006), diferente do que acontece em outras

partes do mundo, no Brasil a pesquisa em LA tem se voltado para uma série de

contextos diferentes da sala de aula de língua estrangeira, da sala de aula para

empresas, para clínicas de saúde, entre outros.

Para o desenvolvimento desse trabalho utilizamos os autores Moita

Lopes (2006) e Roxane Rojo (2006).

O objetivo principal das pesquisas de uso da linguagem, é a dificuldade

enfrentada pelo participante do discurso de um determinado contexto social.

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1 ESTUDO DA LINGUAGEM NOS CONSULTÓRIOS DENTÁRIOS

Rojo (2006, p.259) defende que para interferir nas realidades sociais e

entender a urgência dos problemas propostos à Linguística Aplicada, é preciso

ter uma leveza de pensamento.

Essa leveza de pensamento será capaz de articular os saberes

necessários a sua interpretação e resolução de um problema.

[...] Leveza de pensamento necessária para livrar-se da significação de origem do conceito em sua área e para ressignificá-lo a partir das exigências do objeto. Isso torna um estudo transdisciplinar e não meramente aplicacionista ou interdisciplinar. (ROJO, 2006, p.274).

Estudando a colocação de Moita Lopes, imaginamos como seria a

compreensão da linguagem utilizada nos consultórios.

Fizemos então a pergunta: a possibilidade de não compreender

exatamente a explicação sobre o tratamento pode gerar alguma ansiedade ou

temor por parte do paciente?

Muitas pessoas têm dificuldade em entender os termos usados pelos

dentistas. Essa dificuldade pode comprometer o tratamento, uma vez que a

falta de tratamento dos dentes pode levar a doenças geradas pela mastigação

incorreta, por arrancar dentes e não substituí-los, por deixar de usar uma

prótese dentária.

A boca é uma parte muito importante do corpo humano. Se não for bem

tratada, se os dentes não forem bem cuidados, se não se fizer uma

higienização correta, permitiremos que se acumulem bactérias em nosso

organismo.

Determinamos que a pesquisa seria feita com 20 pacientes de um

consultório dentário, para conhecer a opinião dessas pessoas e transmitir os

dados ao dentista, para que ele possa conhecer e eventualmente mudar a

maneira de conversar com o paciente.

Para realizar nossa pesquisa, convidamos o Dr. Otávio de Faria

Pinheiro, que se interessou pelo nosso objetivo e permitiu que distribuíssemos

o questionário para vinte de seus pacientes.

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O consultório do Dr. Otávio fica no centro de Suzano, em um prédio

comercial pequeno. As paredes da sala de espera são pintadas em tons de

bege e azul claro, possuem quadros, um com desenhos de flores coloridas em

tons fortes e um outro com uma vista do mar, com barcos e pescadores.

Há também vasos com lírios, pequenos quadrinhos, um aparelho de

televisão e geladeira com água.

A secretária atende a todos com atenção e respeito. A sala onde são

feitos os tratamentos é pintada em tons de azul claro, os equipamentos são

modernos e observamos que a higienização é muito bem feita.

Entrevistamos o Dr. Otávio para saber como ele reage às dificuldades

das pessoas em compreender as explicações dadas por ele quando da

realização do tratamento.

A primeira pergunta que fizemos foi para saber como ele lida com o

“medo de dentista” que algumas pessoas têm, ao que ele respondeu: “Dou o

maior número de informações possíveis sobre o procedimento e tento

desmistificar o procedimento”.

Nossa segunda pergunta foi se algum paciente deixou o tratamento sem

conclusão porque não entendeu o que estava sendo feito. Ele respondeu que

“não”.

A terceira pergunta: qual a faixa de idade das pessoas que procuram

com menos frequência pelo dentista, ele nos disse que são os “menores de

quinze anos”.

A nossa última pergunta, se ele achava que os pacientes têm medo ou

dificuldades financeiras para apresentar o comportamento descrito na pergunta

anterior, sua resposta foi: “dificuldade financeira e alguns ainda dão pouca

importância ao tratamento odontológico”.

O Dr. Otávio é um dentista que transmite muita confiança aos seus

clientes, tanto que alguns pacientes chegam a “cochilar” durante o tratamento.

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2 ANÁLISE DA PESQUISA

Para conhecer o pensamento dos pacientes, elaboramos um

questionário com doze perguntas sobre o tratamento dentário, que foi entregue

a vinte pessoas. Incluímos nas informações para a pesquisa, uma consulta aos

dados pessoais e sócio-econômicos desses pacientes para termos uma

pesquisa mais completa:

Nesse primeiro quadro, relacionamos dados pessoais:

Sexo Idade

Feminino Masculino

Até 20

anos 2 2 0

21 a 30 8 4 4

31 a 40 4 3 1

41 a 50 2 1 1

50 em

diante 4 2 2

Quadro 1 – Dados pessoais

Observamos nesse primeiro quadro que o grupo maior de pacientes, 8,

estão na faixa de idade dos 21 aos 30 anos, sendo 4 do sexo feminino e quatro

do sexo masculino.

No quadro abaixo, relacionamos as informações sócio-econômicas:

Escolaridade Renda em salários mínimos

1º grau 2 Não informada 8

2º grau 11 Um a três 8

Univ. incompleto 3 Quatro a seis 3

Univ. completo 4 Acima de seis 1

Quadro 2 - Informações sócio-econômicas.

Nesse segundo quadro é interessante observar que a maioria dos

pacientes que participaram da pesquisa, tem como escolaridade o nível do

segundo grau. No item renda, 8 não responderam a pesquisa e 8 possuem

renda variável de um a três salários mínimos.

Analisaremos o questionário, fazendo um quadro para cada pergunta e

separando as respostas de acordo com o sexo dos entrevistados.

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Pergunta a: “O Sr. ou Sra. visitam regularmente o dentista?” obtivemos:

Sexo Sim Não Só quando sinto

dor

Nº total de

pesquisados

Feminino 8 2 2 12

Masculino 1 4 3 08

Tabela 1 – Frequência de idas ao dentista.

Observamos que 45% dos entrevistados vão ao dentista

espontaneamente e, desse percentual, 90% são pessoas do sexo feminino.

Na pergunta b: “Seguem corretamente as orientações do dentista?”

encontramos:

Sexo Sim Não Às vezes Nº total de

pesquisados

Feminino 7 0 5 12

Masculino 5 0 3 08

Tabela 2 – Orientações dadas pelo dentista.

Na resposta a essa questão, vemos que tanto pessoas do sexo feminino

quanto do sexo masculino, seguem com mais frequência as orientações dadas

pelo dentista.

Na pergunta c: “Têm dúvidas sobre as explicações dadas pelo dentista

para realização do tratamento?” encontramos:

Sexo Sim Não Às vezes Nº total de

pesquisados

Feminino 1 9 2 12

Masculino 0 5 3 08

Tabela 3 – Dúvidas sobre o tratamento.

Para essa pergunta, a maioria respondeu que não tem dúvidas sobre as

explicações dadas pelo dentista. A única resposta sim foi de uma paciente de

13 anos de idade.

A pergunta d refere-se a c: “Na questão c, se a resposta foi sim ou às

vezes, pedem ao dentista para explicar detalhadamente o procedimento que

será realizado?”, obtivemos as seguintes respostas:

Sexo Sim Não Às vezes Não

responderam

Nº total de

pesquisados

Feminino 6 1 0 5 12

Masculino 0 0 3 5 08

Tabela 4 – Explicação sobre o procedimento.

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Essa pergunta, embora um igual número de pacientes não a tenha

respondido, apresenta um resultado positivo para 50% das pessoas do sexo

feminino para 0% das pessoas do sexo masculino. A única paciente que

respondeu não é a de 13 anos de idade, que destacamos na resposta da

pergunta 3.

As perguntas e e f também estão interligadas. Perguntamos primeiro:

“Ficam sempre satisfeitos com os procedimentos adotados?” e em seguida

perguntamos: “Na questão e, se a resposta foi sim ou às vezes, explique por

que. Obtivemos o seguinte resultado:

Sexo Sim Não Às vezes Nº total de

pesquisados

Feminino 9 1 2 12

Masculino 7 0 1 08

Tabela 5 – Satisfação com o tratamento.

As respostas à pergunta e demonstram bem o índice de satisfação dos

pacientes, 80% deles responderam sim. E as justificativas foram as seguintes:

a) credibilidade na capacidade do profissional;

b) por ter resolvido o problema e o paciente deixado de sentir dor;

c) porque ele explica bem, de modo simples e objetivo.

Para os que responderam às vezes, as justificativas foram:

a) quando fica doendo;

b) o resultado não estava de acordo com o esperado.

Na pergunta g “Tem algum receio do tratamento dentário?”, obtivemos

as seguintes respostas:

Sexo Sim Não Às vezes Nº total de

pesquisados

Feminino 3 7 2 12

Masculino 1 4 3 08

Tabela 6 – Receio do tratamento.

Observamos nessas respostas, que existe confiança no trabalho

realizado pelo dentista, uma vez que 50% dos pacientes dizem não ter receio

do tratamento dentário.

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Na pergunta h: “Os procedimentos utilizados pelo dentista provocam algum medo?” encontramos:

Sexo Sim Não Às vezes Nº total de

pesquisados

Feminino 2 7 3 12

Masculino 1 4 3 08

Tabela 7 – Medo do tratamento.

Novamente observamos que 50% dos pacientes confiam no tratamento

realizado pelo dentista.

Para complementar essa pergunta, indagamos na questão i: “se na

questão h a resposta foi sim ou às vezes, explique por que.

Essa questão foi respondida por 50% dos pacientes e as respostas

foram:

a) medo do motor e da anestesia ;

b) desconhecimento do tratamento;

c) medo de senti dor;

d) medo por experiências anteriores.

Na questão j perguntamos: “A explicação detalhada do procedimento

dentário alivia sua tensão antes do tratamento?”, e as respostas foram:

Sexo Sim Não Às vezes Nº total de

pesquisados

Feminino 11 0 1 12

Masculino 8 0 0 08

Tabela 8 – Alivio de tensão.

Na questão k, última do questionário, pedimos que o paciente

explicasse: “se na questão j sua resposta foi não ou às vezes explique por

quê.” O único paciente que respondeu às vezes explicou que: “Só me

tranquiliza um pouco por ter muito medo”.

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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa realizada junto a vinte pacientes do Dr. Otávio de Faria

Pinheiro, demonstrou o quanto é importante o entendimento entre dentista e

paciente.

Um fator interessante apontado pela pesquisa é o que indica idade,

escolaridade e nível de renda. A maioria dos pacientes possuem entre 21 e 30

anos, possuem segundo grau e recebem de um a três salários mínimos.

Se levarmos em consideração que os tratamentos dentários são

relativamente caros, deveríamos encontrar pessoas com uma faixa de renda

maior frequentando o consultório dentário. O que a pesquisa não demonstrou,

embora oito dos entrevistados não tenham respondido essa questão.

Em algumas perguntas as pessoas do sexo feminino se sobressaíram às

do sexo masculino. Cuidam melhor dos dentes, uma vez que vão ao dentista

antes de sentir dor e seguem as orientações do dentista.

De modo geral, esses pacientes procuram tirar suas dúvidas antes da

execução do tratamento, confiam no profissional que escolheram e superam

seus medos com as explicações dadas por ele.

Desse modo, entendemos que a linguagem utilizada pelo dentista

entrevistado atende as necessidades de seus pacientes. O que garante o

sucesso do tratamento.

Os profissionais da área da saúde, dentistas, médicos, enfermeiros,

fisioterapeutas, precisam usar uma linguagem adequada para conseguir

resultados positivos nos tratamentos que precisam realizar.

A finalidade da Linguística Aplicada é descobrir se isso está realmente

acontecendo. Se as pessoas entendem o que dizem esses profissionais, para

assim poder auxiliar a todos numa comunicação perfeita, sem dúvidas no

entendimento.

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REFERÊNCIAS

LOPES, Luiz Paulo da Moita. Por uma linguística aplicada indisciplinar . São Paulo: Parábola, 2006. ROJO, Roxane Helena Rodrigues. Fazer Linguística aplicada em perspectiva sócio-histórica IN: LOPES, Luiz Paulo da Moita (Org). Por uma linguística aplicada indisciplinar . São Paulo: Parábola, 2006.

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ANEXO

A LINGUAGEM UTILIZADA NOS CONSULTÓRIOS DENTÁRIOS.

Essa pesquisa tem como objetivo verificar de que maneira a comunicação entre dentista e

paciente pode influenciar o entendimento do paciente no tratamento.

Os participantes da pesquisa não precisam se identificar. As perguntas constantes do

questionário são apenas para dados estatísticos e não serão divulgadas.

INFORMAÇÕES PARA A PESQUISA

1- Dados pessoais e sócio-econômicos:

Idade ________ Sexo___________ Escolaridade _______________

Renda _____________ salários mínimos.

2- Questionário:

O Sr. ou Sra.:

a) visitam regularmente o dentista?

( )sim ( ) não ( ) só quando sinto dor.

b) seguem corretamente as orientações do dentista?

( ) sim ( ) não ( ) às vezes.

c) tem dúvidas sobre as explicações dadas pelo dentista para a realização do

tratamento?

( ) sim ( ) não ( ) às vezes.

d) na questão c, se a resposta foi sim ou às vezes, pedem ao dentista para explicar

detalhadamente o procedimento que será realizado?

( ) sim ( ) não ( ) às vezes.

e) ficam sempre satisfeitos com os procedimentos adotados?

( ) sim ( ) não ( ) às vezes.

f) na questão e, se a resposta foi sim ou às vezes, explique por que.

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

g) tem algum receio do tratamento dentário?

( ) sim ( ) não ( ) às vezes.

h) os procedimentos utilizados pelo dentista provocam algum medo?

( ) sim ( ) não ( ) às vezes.

i) se na questão h a resposta foi sim ou às vezes, explique por que.

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

j) a explicação detalhada do procedimento dentário alivia sua tensão antes do

tratamento?

( ) sim ( ) não ( ) às vezes.

k) se na questão j sua resposta foi não ou às vezes, explique por que.

_______________________________________________________

_______________________________________________________