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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física A LÂMPADA DE ARCO: MEDIADOR PARA A REVISÃO DE CONCEITOS RELACIONADOS À ELETRODINÂMICA HOMEILTON JOSÉ DE OLIVEIRA BARRA DO GARÇAS MT 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA

Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física

A LÂMPADA DE ARCO: MEDIADOR PARA A

REVISÃO DE CONCEITOS RELACIONADOS À

ELETRODINÂMICA

HOMEILTON JOSÉ DE OLIVEIRA

BARRA DO GARÇAS – MT

2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA

Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física

A LÂMPADA DE ARCO: MEDIADOR PARA A

REVISÃO DE CONCEITOS RELACIONADOS À

ELETRODINÂMICA

HOMEILTON JOSÉ DE OLIVEIRA

ORIENTADOR: ARIAN PAULO DE ALMEIDA MORAES

BARRA DO GARÇAS – MT – 2019

Dissertação apresentada ao programa de

Pós-Graduação do Mestrado Nacional

Profissional de Ensino de Física da

Universidade Federal de Mato Grosso.

Campus Universitário do Araguaia, como

requisito parcial para obtenção do título

de Mestre em Ensino de Física.

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Dados Internacionais de Catalogação na Fonte.

Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a)

autor(a).

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte.

O48l OLIVEIRA, HOMEILTON JOSE DE.A LÂMPADA DE ARCO: MEDIADOR PARA A REVISÃO

DE CONCEITOS RELACIONADOS À ELETRODINÂMICA /HOMEILTON JOSE DE OLIVEIRA. -- 2019

104 f. : il. color. ; 30 cm.

Orientador: ARIAN PAULO DE ALMEIDA MORAE.Dissertação (mestrado profissional) - Universidade

Federal de Mato Grosso, Instituto de Ciências Exatas e daTerra, Programa de Pós-Graduação Profissional em Ensinode Física, Pontal do Araguaia, 2019.

Inclui bibliografia.

1. TECNOLOGIA. 2. LÂMPADA DE ARCO. 3. FÍSICA. 4.APRENDIZADO. I. Título.

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“Nenhum sistema filosófico é definitivo,

porque a própria vida não é definitiva. Um

sistema filosófico resolve um grupo de

problemas historicamente dados e prepara

as condições para a proposição de outros

problemas, isto é, de novos sistemas.

Sempre foi e sempre será assim”.

(Benedetto Croce)

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Dedicatória

Aos meus pais

Homero Mário de Oliveira e Vilma Borges de Oliveira.

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AGRADECIMENTO

Ao Criador e Senhor de tudo e de todos nós!

Ao meu pai e a minha mãe, que a partir de sua fé, esperança e trabalho me

ensinaram também a ter fé, esperança e trabalhar sempre.

À Juliana Araújo, minha companheira, namorada e melhor amiga.

Aos professores do mestrado, Dr. George Barbosa da Silva, Dr. Adellane

Araújo de Sousa e, principalmente, ao professor Dr. Arian Paulo de Almeida

Moraes, meu orientador.

À Universidade Federal do Mato Grosso – Campus Araguaia.

À Escola Estadual Dona Eva, na qual trabalhei o desenvolvimento do meu

produto educacional.

O presente trabalho foi realizado com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001.

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A LÂMPADA DE ARCO: MEDIADOR PARA A REVISÃO DE

CONCEITOS RELACIONADOS À ELETRODINÂMICA

RESUMO

Buscando dinamizar e contextualizar o ensino de Física frente ao mundo eletroeletrônico, propõe-se um produto educacional, que se constitui do experimento conhecido como a “Lâmpada de Arco” e roteiro referente ao experimento e outras experiências mais simples. Todas as aulas foram realizadas seguindo planos de aulas e roteiros referentes aos experimentos, os quais promoviam a discussão, a reflexão e proporcionavam a possibilidade de construção de uma linguagem progressivamente mais científica. Assim, os conceitos de corrente elétrica, de condutores, de resistência, de potencial elétrico e outros foram discutidos, de forma teórica, contextualizados e revisados, por último, com a utilização da lâmpada de arco. Verificou, por um semestre, que um planejamento que contemple aulas teóricas acompanhadas de demonstrações, e revisadas por meio de experimentos, é uma possibilidade de superação para as aulas tradicionais, e foi possível verificar, também, que estas têm muito a contribuir para uma maior assiduidade por parte dos estudantes, envolvimento dos mesmos nas discussões, na compreensão dos conceitos e na possibilidade de contribuir para que os estudantes tenham maior capacidade de descrever os conceitos, elaborando críticas frente ao mundo tecnológico.

Palavras-chave: Tecnologia, Lâmpada, Física, Aprendizado.

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THE ARC LAMP: MEDIATOR FOR THE REVISION OF

CONCEPTS RELATED TO ELECTRODYNAMICS

ABSTRACT: In order to dynamize and contextualize the teaching of physics

in front of the electro-electronic world, we propose an educational product

that is constituted of the experiment known as the "Lamp of Arc" and script

referring to the experiment and other simpler experiences. All classes were

carried out following lesson plans and itineraries referring to the experiments,

which promoted discussion, reflection and provided the possibility of building

a progressively more scientific language. Thus, the concepts of electric

current, conductors, resistance, electrical potential and others, were

discussed theoretically, contextualized and revised, finally, with the use of the

arc lamp. We verified for a semester that a planning that contemplates

theoretical classes accompanied by demonstrations and reviewed through

experiments, is a possibility of overcoming the traditional classes, and we

also verified that these have much to contribute to a greater attendance on

the part of the students, the students' involvement in the discussions,

understanding of the concepts and the possibility of contributing to the

students being able to describe the concepts, and criticizing the technological

world.

Keywords: Technology, Lamp, Physics, Learning.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................9

2 OBJETIVOS........................................................................................................14

2.1 Objetivo geral ........................................................................................ 14 2.2 Objetivos específicos ........................................................................... 14

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................15 3.1 Diferenças cognitivas entre os indivíduos ....................................... 15 3.2 A possibilidade de conhecimento ...................................................... 17 3.3 Metodologia: currículo em espiral ..................................................... 19

3.4 Professor e estudante no processo de ensino e aprendizagem ... 20 3.5 O que o professor precisa saber na teoria da aprendizagem de

Bruner ..................................................................................................... 21

4 PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DA LÂMPADA DE ARCO ..................24 4.1 Carga elétrica ......................................................................................... 25 4.2 Condutores e dielétricos ..................................................................... 26 4.3 Corrente elétrica .................................................................................... 27 4.4 O poder das pontas .............................................................................. 29 4.5 Intensidade da corrente elétrica ......................................................... 30 4.6 Primeira Lei de Ohm ............................................................................. 30 4.7 Compreendendo microscopicamente a Lei de Ohm ....................... 31 4.8 Resistividade ......................................................................................... 33 4.9 Potência e potência dissipada ............................................................ 35 4.10 Associação de resistores em série e em paralelo ......................... 36 4.11 Associação em série .......................................................................... 36 4.12 Associação em paralelo..................................................................... 38

5 PRODUTO EDUCACIONAL..............................................................................41

6 METODOLOGIA .................................................................................................43

7 RELATOS ...........................................................................................................47 7.1 Aulas teóricas com experimentos simples....................................... 47 7.2 A contribuição da Lâmpada de Arco ................................................. 51 7.3 Análises do questionário problema ................................................... 54

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................58 8.1 Outra possibilidade de aplicação da Lâmpada de arco.................. 58

REFERÊNCIAS .....................................................................................................60

PRODUTO EDUCACIONAL .................................................................................62

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1 INTRODUÇÃO

A Física, como disciplina, tem um processo histórico na construção do

discurso científico, que se inicia na Grécia antiga. Em um primeiro momento,

na Antiguidade Clássica, com Aristóteles (384-322 a.C.), a Física era uma

ontologia, ou seja, buscava-se de forma qualitativa a essência das coisas.

“Aristóteles, seu grande precursor, tinha como objetivo principal a busca de

compreender o movimento” (REALLE; ANTISERI, 1990).

Na Idade Moderna, Galileu Galilei (1564-1642) a define como ciência

experimental e quantitativa. A partir de então, na prática, a preocupação não

é mais para com a essência das coisas, mas principalmente, com os

fenômenos físicos que descrevem a existência do mundo.

A partir de então, como disciplina científica, a Física se preocupou

com a experimentação, a investigação e, portanto, a codificação matemática

como forma de compreender e comunicar os fenômenos. Hoje, século XXI,

esta se torna disciplina nas Universidades e, também, no Ensino Médio.

Nas escolas e no Ensino Médio é possível perceber que, na prática

docente, inúmeros são os métodos e as didáticas que caracterizam o

processo de ensino e aprendizagem.

Atualmente, no auge de toda a tecnologia, é comum encontrar nos

textos destinados à crítica quanto à didática, na disciplina de Física, o

argumento de que o ensino de Física tem se ocupado quase que somente

em memorização de fórmulas e resolução de exercícios. “E,

consequentemente, tal situação acaba por ser um ensino alheio à ciência e à

tecnologia.” (SÉRGIO; ROBERTO, 2003; BORGES, 2002; MOREIRA, 2013).

Por outro lado, há também tentativas de mudanças. Segundo Borges

(2002, p. 293), “algumas medidas foram e continuam sendo implementadas,

como o aumento da carga horária obrigatória, introdução de novas

disciplinas, programa de avaliação de livros didáticos e mudanças na forma

de organização do trabalho escolar”. Todavia, estas tentativas ainda se

encontram na estrutura do sistema e, portanto, se apresentam distantes de

proporcionar resultados diferenciados quanto ao crescimento qualitativo.

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Conforme Bruner (1969), para que o ensino e a aprendizagem

possam contribuir para com o estudante e a sociedade, primeiramente, é

necessário rever a didática para delimitar o conteúdo que se pretende

ensinar, verificar o tempo e quais os gastos com os recursos necessários e,

disponíveis ao conteúdo específico, a dinâmica a ser usada, o ambiente que

seja o mais propício ao ensino do conteúdo e, por parte do professor, ter

sempre claro que o momento presente é o mais importante, isto porque é em

consequência deste instante agora que tenderá a uma maior facilidade ou

dificuldade de aprendizagem no futuro, em um tema semelhante.

Buscando superar o ensino tradicional, os Parâmetros Curriculares

Nacionais (PCNs) refletem a situação defendendo que o ensino desta

disciplina não deve simplesmente ser uma apresentação ao estudante da

existência desta matéria escolar e obrigatória. Ao contrário, deve o docente,

segundo o PCN (2002, p. 61), encarar o ensino de Física consciente de

estar preparando o aluno para ser capaz:

de lidar com situações reais, como: crises de energia, problemas ambientais, manuais de aparelhos, concepções de universo, exames médicos, notícias de jornal, e assim por diante (PCN, 2002, p. 61).

Nesta perspectiva, o ensino de Física, ao mesmo tempo em que é

necessário é, também, um ideal e um desafio. E o desafio, em alguns

momentos, se torna difícil de ser superado em consequência da falta de

materiais didáticos disponíveis nas escolas públicas que possibilite, também,

a possibilidade e capacidade de abstração das teorias e fenômenos físicos.

Todavia, muitas coisas têm sido feitas com o intuito de minimizar

estes problemas. Entre estes, a criação de laboratório confeccionado com

materiais de baixo custo, por exemplo. A este respeito há muitas literaturas

que discutem e apresentam resultados em relação às pesquisas envolvendo

a organização de laboratórios. Os pesquisadores, Novikoff e Souza (2011),

da Universidade do Grande Rio, afirmam que iniciativas simples e de custos

insignificantes podem fazer uma diferença incalculável na prática do ensino

e, consequentemente, na aprendizagem. Na conclusão de um de seus

trabalhos, Novikoff e Souza (2011, p.14) afirmam que:

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Laboratórios com materiais de baixo custo podem despertar o interesse e provocar mudanças na forma como os alunos se relacionam com o currículo em seu cotidiano. Em outras palavras, inovações podem ser associadas a orientações curriculares e pedagógicas capazes de provocar alterações no ensino de física durante o ano letivo, criando uma relação dialética entre as atividades formais e extraclasses (NOVIKOFF; SOUZA, 2011, p.14).

De acordo com o exposto, esta proposta implica a construção de uma

Lâmpada de Arco como produto educacional. O experimento apresenta

inúmeras possibilidades de ser utilizado para dinamizar, contextualizar e,

principalmente, revisar conceitos relacionados à eletrodinâmica.

A Lâmpada de Arco, construída com materiais de baixo custo, em

funcionamento, tornam explícitos conceitos, como: condutores, corrente

elétrica, resistência, resistividade, efeito joule, associação de resistores,

potência elétrica e proporciona discussão sobre poder das pontas, rigidez

dielétrica do ar e a formação de relâmpagos.

Como recurso didático, este experimento apresenta possibilidades de

contextualizar a teoria e em percepção à tecnologia pode contribuir com o

professor para a revisão de conceitos estudados de forma teórica. Além da

possibilidade didática, o mesmo é indiferente quanto aos valores financeiros

para sua confecção, podendo então contribuir com a possível solução no

que se refere à carência de laboratórios nas escolas públicas.

Acredita-se que para estas escolas e, principalmente do Ensino

Médio, não há uma necessidade obrigatória de que os laboratórios sejam

industrializados e de ultima geração quanto à tecnologia. Em um artigo

intitulado: “Escassez de laboratórios de ciências nas escolas brasileiras

limita interesse dos alunos pela física” de Fábio Castro (2017), publicado na

revista on-line: “Educação”, o autor defende que é necessário “desmistificar”

a necessidade de laboratórios de ultima geração para estudantes do Ensino

Médio, para ele, estes estudantes não são pesquisadores profissionais.

Consequentemente, para as situações expostas nesta proposta, no

capítulo 1 serão apresentados os objetivos geral e específico de tudo que

motiva a construção deste trabalho.

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Todo este trabalho se encontra voltado ao ensino e a aprendizagem

de ciência. Para o ensino de ciência se entendeu ser necessária a

existência, por parte do professor, de uma compreensão cognitiva quanto à

possibilidade dos seus estudantes adquirirem conhecimento científico. E ao

mesmo tempo, orientações para que o docente construa um planejamento

capaz de estabelecer uma sequência de temas e contribuir para o

crescimento cognitivo dos discentes. Consequentemente, no capítulo 2 se

apresenta a fundamentação teórica.

O trabalho se orienta pela teoria da aprendizagem de Jerome Bruner

(1915-2016) para compreender, a partir de suas pesquisas, a dimensão

cognitiva, que possui o estudante. Muito contribuiu a defesa deste autor de

que “cada indivíduo tem e vivencia, sempre, de forma peculiar um

desenvolvimento intelectual e que um planejamento deve ser elaborado

segundo um currículo em espiral” (BRUNER, 1978).

No capítulo 3 são descritos os conceitos físicos passíveis de estarem

presentes na Lâmpada de Arco e também em linguagem e definições

matemáticas.

Uma das necessidades básica hoje, para o ensino de Física, é

encontrar meios didáticos e de baixo custo para a elaboração de aulas mais

dinâmicas, contextualizadas e com possibilidade de que por meio destas

possa ocorrer o ensino e a aprendizagem de ciência.

Em seguida, no capítulo 4 se procura descrever o produto

educacional, isto é, o que a lâmpada de arco tem a proporcionar frente à

carência de materiais didáticos e baixo custo.

Qualquer objetivo elaborado exige uma metodologia para sua

realização. O capítulo 5 se preocupa em descrever a metodologia utilizada

na aplicação do produto educacional.

Para finalizar, destaca-se a necessidade de descrever e relatar as

conclusões e como este produto educacional foi aplicado. Então, no capítulo

6 é descrito como o produto educacional foi aplicado, bem como os

resultados que este proporcionou e o quanto este foi aceito pelos

estudantes. Além disso, será verificado se foi capaz de contribuir para o

ensino de Ciências.

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Por fim, a conclusão a que se chega será descrita no capítulo 7,

respondendo à questão como se fosse esta direcionada a um profissional, a

saber, “em outra oportunidade, aplicariam este produto educacional do

mesmo jeito e com o mesmo planejamento?”.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

De acordo com a problemática exposta, o objetivo deste trabalho é

montar, com materiais de baixo custo, uma Lâmpada de Arco como

experimento prático capaz de proporcionar, de forma empírica, fenômenos

físicos relacionados aos vários conceitos da eletrodinâmica. E, em

consequência, disponibilizá-lo como recurso didático capaz de contribuir,

positivamente, para a revisão e a contextualização dos conceitos físicos,

proporcionando a possibilidade de dinamizar o ensino e a aprendizagem de

conteúdos referente à eletrodinâmica.

2.2 Objetivos específicos

Elaborar planos de aulas referentes à disciplina de eletrodinâmica

para o Ensino Médio;

Organizar um roteiro para a montagem da Lâmpada de Arco;

Produzir um questionário capaz de contribuir na problematização e na

contextualização dos conceitos da eletrodinâmica.

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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Como referencial teórico, a pesquisa se orienta por alguns teóricos da

educação e muitos artigos já publicados, os quais apresentam experiências

e trabalhos referentes à didática e à aplicação de experimentos para

simulação de fenômenos físicos.

Entre os teóricos, o americano Jerome Bruner (1915-2016) foi o que

mais influenciou este trabalho. Assim, todo o planejamento e este trabalho

tiveram como base fundamental a ideia, segundo Bruner (1978, p. 31a) de

que “qualquer assunto pode ser ensinado com eficiência, de alguma forma

intelectualmente honesta, a qualquer criança, em qualquer estágio de

desenvolvimento”, porém respeitando sempre o momento de

desenvolvimento intelectual do estudante e sem nunca deixar esgotar todo o

conteúdo de uma só única vez, isto é, em uma só aula.

Assim, para Bruner (1978), o conhecimento é possível de

compreender e de respeitar, por parte do professor, o desenvolvimento

intelectual, verificando dentro deste a possibilidade do ato de aprender e, por

fim, aplicar a metodologia do currículo em espiral.

A possibilidade cognitiva, isto é, de adquirir o conhecimento, para

Bruner (1978), por parte do estudante, é sempre real e em qualquer idade,

entretanto, para isso, segundo ele, o professor deve estar preparado em

capacidade de conhecimento da disciplina e com recursos experimentais,

sempre disponível e capaz de contribuir “para que o aluno possa captar a

estrutura subjacente de um fenômeno” (BRUNER, 1978, p. 77). Nesta

perspectiva, uma teoria da aprendizagem, segundo Bruner (1969), deve

estar preocupada em compreender, primeiramente, o desenvolvimento

intelectual do indivíduo.

3.1 Diferenças cognitivas entre os indivíduos

Neste desenvolvimento, peculiar a cada pessoa, Bruner (1978)

diferencia três fases. A primeira ocorre quando a pessoa ainda é criança.

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Nesta fase, a criança não consegue reunir conceitos e elaborar uma ideia a

respeito dos objetos. Assim, Bruner (1978, p. 32-33) afirma que:

a criança não é capaz de separar seus próprios objetivos dos meios para atingi-los e, quando precisa corrigir sua atividade, após tentativas malsucedidas de manipular a realidade, antes o faz pelas chamadas regras intuitivas, do que por operações simbólicas, sendo aqueles processos grosseiros de ensaio e erro, mais do que resultado do pensamento (BRUNER, 1978, p. 32-33).

Mesmo nesta fase, este autor defende ser possível que ocorra o

conhecimento de conceitos, porém não elaborados racionalmente ainda.

Nesta fase, sem a criança ter a possibilidade de compreender a elaboração

de uma ideia, o conhecimento ocorre mediante a experimentação, por

exemplo, da rigidez, da temperatura, da elasticidade, do peso, entre outros.

Estes são simples, mas pertencentes ao discurso de qualquer disciplina da

ciência e, principalmente, da Física.

Todavia, estes conceitos – rigidez, peso, forma entre outros - sem

dúvida, são triviais para um cientista adulto, porém não menos importantes.

Em consequência da idade, esta é uma forma de a criança iniciar o seu

entendimento em relação ao mundo físico e para ela não é algo trivial.

Outra fase de desenvolvimento ocorre por volta de dez anos de idade.

Neste instante, a criança tem outra percepção do mundo e já faz uso dos

conceitos anteriores. Neste momento, a criança olha, observa e se relaciona

com os objetos a sua frente, bem como sua forma de apreensão está em

uma fase mais avançada. Para Bruner (1969, p. 34): “a criança mais velha

começa a perceber que há uma relação fixa entre ambos e comumente diz

que é um ângulo reto”.

As mudanças de fases se constituem em um processo natural na

existência do indivíduo. Por volta de dez a quatorze anos de idade, segundo

Bruner (1969, p. 35):

a atividade intelectual parece basear-se antes numa capacidade para operar com proposições hipotéticas, do que em permanecer restrita ao que já experimentou, ou ao que tem diante de si. A criança pode, então, pensar a respeito de possíveis variáveis e, até mesmo, deduzir

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relações potenciais que, mais tarde, podem ser verificadas pelo experimento ou pela observação (BRUNER, 1969, p. 35).

A forma de pensar da criança, nesta fase, mesmo com a pequena

idade, já demonstra uma estrutura lógica, abstrata e semelhante ao

pensamento científico. Segundo Bruner (1969), não se pode é exigir, para

este momento do desenvolvimento intelectual, que a criança explique

baseada em uma estrutura lógica e distante de suas abstrações.

O conhecimento, na visão de Bruner (1969), pode ser sempre

possível. Não se pode acreditar que não há conhecimento se questões

forem elaboradas em fases em que a pessoa, naturalmente, não se encontra

apta a respondê-las.

Questões possíveis de um cientista responder não devem ser

elaboradas para adolescentes. Ambos, cientista e adolescente, diferem

quanto à “maturidade” psicológica e experiências para com a ciência. Assim,

é importante respeitar a fase intelectual e o desenvolvimento do sujeito e,

utilizando de uma linguagem específica e de uma representação adequada,

que acompanhe sua fase de desenvolvimento, conceitos científicos podem

ser aprendidos de forma totalmente honesta.

Após compreender as fases cognitivas do indivíduo, Bruner (1978)

elabora então um estudo referente ao ato de aprender e a preocupação do

autor é entender como é possível, intelectualmente, para um estudante

aprender ciência.

3.2 A possibilidade de conhecimento

Para uma idade acima dos dez anos, Bruner (1978) verifica que o

aprender ciência ocorre, simultaneamente, em três processos, a saber,

aquisição, transformação e avaliação.

O primeiro processo é a aquisição, isto é, todo aprendizado exige,

naturalmente, que novas informações sejam absorvidas.

Para os dias de hoje, sabe-se que o indivíduo, no atual Ensino Médio,

já é possuidor de determinada compreensão e tem ideias próprias em

relação ao mundo e aos fenômenos físicos. Qualquer que seja o estudante,

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com sua própria linguagem, consegue descrever determinados fenômenos,

mesmo que os termos e as proposições que utilizam não façam parte da

gramática científica, o que é totalmente natural.

Assim, para este indivíduo, já existe, às vezes, de forma ingênua e às

vezes não, um saber e uma compreensão em relação ao mundo fenomênico

que o envolve. O conceito de aquisição, na teoria da aprendizagem de

Bruner, implica que o estudante passará por um processo de reafirmar seus

conceitos e linguagem se a que possui satisfaz e é coerente com a

gramática científica. Caso contrário, ele irá reformular a linguagem e, pode

também ocorrer que tornará necessário destruir os conceitos peculiares que

possui, para com as novas informações adquiridas, reconstruir as

interpretações e construir uma nova linguagem capaz de descrever,

cientificamente, os fenômenos.

Sempre e simultaneamente ocorre, também, a transformação. Nas

palavras de Bruner (1978, p. 45a), este conceito se refere “ao processo de

manipular o conhecimento de modo a adaptá-lo a novas tarefas”. Este

processo ocorre com o estudante em um momento em que ele necessita de

analisar as novas informações, reorganizá-las e ir além destas.

Por último, o ato de aprender envolve a avaliação crítica. Todo este

processo de ensino deve, constantemente, estar sendo avaliado. Segundo

Bruner (1978, p. 45), é necessário e fundamental “verificar se o modo pelo

qual manipulamos a informação é adequada” para a apreensão do

estudante. Mesmo que seja adequada a alguns, é preciso que não se venha

a iludir, ou seja, não se pode esquecer que cada indivíduo tem e vivencia um

processo de desenvolvimento intelectual e particular. Torna-se necessário

adequar o processo de avaliação crítica para contribuir com o processo de

aprendizagem.

O conhecimento é, então, consequência deste processo diário,

cotidiano e simultâneo de aquisição, de transformação e de avaliação crítica.

Sobre este assunto, Manoel (2011, p.12), em um trabalho sobre Bruner,

afirma que:

O aprendiz filtra e transforma a nova informação, infere hipóteses e toma decisões, utilizando uma estrutura

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cognitiva. Essa estrutura cognitiva – esquemas e modelos mentais – fornece significado e organização para as novas experiências, permitindo ao aprendiz enriquecer seu conhecimento além do conceito estudado, através do relacionamento das novas informações com seus conhecimentos prévios (MANOEL, 2011, p.12).

De acordo com o exposto, para que ocorra um conhecimento

científico, esta particularidade de cada indivíduo dever ser levada em conta

por quem pretende ensinar. No pensamento de Bruner, o saber científico

pode ocorrer para qualquer idade, desde que seja compreensível o seu

desenvolvimento do estudante (BRUNER, 1978).

3.3 Metodologia: currículo em espiral

O currículo em espiral corresponde a um método. É de

responsabilidade de a escola verificar a utilidade deste. Um conceito

científico e totalmente elaborado não deve ser aplicado a qualquer momento.

Observando o exposto acima, primeiramente, deve compreender o

desenvolvimento do estudante e a cada fase ensinar os conceitos, de forma

honesta e que sejam capazes de ser apreendidos.

Bruner (1978, p.48) afirma que “um currículo deverá,

consequentemente, ser constituído em torno dos grandes temas, princípios e

valores que uma sociedade considera merecedores da preocupação

contínua de seus membros”.

Aqui os termos “princípios e valores” não são considerados apenas na

dimensão ética, moral, sociológica, histórica ou filosófica, mas

principalmente, como sendo um trabalho de Física, nos referimos sobre os

conceitos de importância fundamental da eletrodinâmica para a sociedade

moderna de hoje e do futuro.

O importante no processo de aprendizagem, de forma metodológica,

é planejar dentro de uma perspectiva de currículo em espiral, ou seja, a

construção continuada sobre prévias anteriormente estudadas. Todavia,

estas prévias devem ser ideias básicas e, em geral, dentro de um tema

específico de ciência (BRUNER, 1978).

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A forma do currículo espiral, em relação à ciência, Bruner (1978, p.

49) conclui dizendo que:

Considera-se crucial a compreensão de número, medida ou probabilidade na busca da ciência, então a instrução nesses assuntos deverá ser iniciada tão cedo e da maneira intelectualmente mais honesta possível e consistentemente com as formas de pensar da criança, deixando que os tópicos sejam desenvolvidos várias vezes em graus posteriores (BRUNER, 1978, p. 49).

3.4 Professor e estudante no processo de ensino e aprendizagem

A possibilidade de aprendizado em ciência, por parte do aluno,

necessita também de uma reflexão no que se refere à relação entre o

professor e estudante. A cada um cabe uma responsabilidade. O professor é

o que ensina, o mediador que deve proporcionar ao estudante a

possibilidades das descobertas. Segundo Brait et al (2010), muitas vezes, o

professor deve, também, ultrapassar esta dimensão de docente, organizar e

proporcionar uma estrutura ao aprendizado e, consequentemente, ajudar o

estudante a apreender.

As reflexões referentes à didática e à postura do professor já existem

há algumas décadas. Para que esta relação seja positiva, quanto ao

conhecimento e à aprendizagem se torna necessário, por parte do professor,

ter a sua disposição uma teoria da aprendizagem e uma boa relação pessoal

com os estudantes. O professor, para os tempos atuais, defende Libâneo

(1991, p. 250), deve ser aquele que “não apenas transmite uma informação

ou faz perguntas, mas também ouve os alunos”.

De forma mais enérgica e apaixonante, Paulo Freire (2011, p. 58) diz

que:

O professor que desrespeita a curiosidade do educando, o seu gosto estético, a sua inquietude, a sua linguagem, mais precisamente, a sua sintaxe e a sua prosódia; o professor que ironiza o aluno, que o minimiza, que manda que “ele se ponha em seu lugar” ao mais tênue sinal de sua rebeldia legitima, tanto quanto o professor que se exime do cumprimento de seu dever de propor limites à liberdade do aluno, que se furta ao dever de ensinar, de estar respeitosamente presente à experiência formadora do

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educando, transgride os princípios fundamentalmente éticos de nossa existência (FREIRE, 2001, p. 58).

3.5 O que o professor precisa saber na teoria da aprendizagem

de Bruner

Na atual perspectiva, o professor é o responsável a se colocar entre o

conhecimento e o aluno que o busca conhecer. Sua função é promover

representações, na teoria da aprendizagem de Bruner (1969), capaz de

proporcionar a possibilidade de o estudante refletir e ampliar o seu saber,

porém sem esgotá-lo no momento.

Para que a transmissão de informações seja a mais positiva possível,

esta necessita, segundo Bruner (1969), que o professor seja possuidor de

“uma teoria do ensino”, e que sua relação com o estudante não fique tão

somente na relação de amigos, mas que o professor tenha a sua disposição

uma teoria que o oriente capacitando-o a desenvolver a prática do ensino e

aprendizagem, sem nunca deixar se esquecer de que o seu aprendiz

sempre está em um estado de desenvolvimento intelectual.

Dentro do que propõe Bruner (1969) se faz aqui quatro observações

das quais o professor deve sempre usufruir para atuar como docente e na

função de mediador do conhecimento.

A primeira observação se refere ao professor que deve sempre ter

uma atitude de despertar no estudante a vontade de aprender. Quem ensina

tem a responsabilidade de motivar, de despertar sempre a vontade de

conhecer, de compreender e de investigar, consequentemente, achar

respostas frente às questões problemas (BRUNER, 1978).

Acerca da segunda, Bruner (1969, p. 57) afirma que o professor deve:

“especificar como deve ser estruturado um conjunto de conhecimentos, para

melhor ser apreendido pelo estudante”.

Nesta perspectiva, qualquer domínio de conhecimento pode ser

caracterizado em até, compreendendo a habilidade do aluno, três maneiras.

Estas são a forma de representação, a economia e a potência efetiva.

Na representação, Bruner (1969) apresenta três maneiras diferentes:

representação ativa que em “ações apropriadas” propõe um resultado

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idealizado. Por representação icônica, ou seja, mediante imagens que

representam conceitos. E, por último, segundo Bruner (1969), em

representações simbólicas, quando o professor organiza proposições, as

quais devem corresponder a uma sequência lógica capaz de conduzir a uma

proposição referente a uma determinada matéria.

Na economia, segundo o pensamento de Bruner (1969), deve o

professor se preocupar em resumir o conteúdo de forma a ser mais fácil de

ser lembrado, porém sem que este caia em um ato de “decoreba” e que nem

perca, neste resumo, os detalhes do conceito científico que o envolve.

Cada estudante, em sua particularidade, tem capacidade de

compreender proposições distintas e com grande e rica criatividade. Deve

então o professor, na potência efetiva, verificar esta característica em

determinado estudante e, então, estruturá-la para que o mesmo amplie seu

conhecimento frente a esta sua possibilidade natural.

Em terceiro momento, deverá o professor apresentar uma sequência

de matérias a serem estudadas, de tal forma que esta possa, por meio de

um princípio lógico, seja capaz de preencher cada vez mais as lacunas que

naturalmente surgem em um processo de conhecimento, proporcionando a

possibilidade de maior entendimento e compreensão por parte do estudante.

Nas palavras de Bruner (1969, p. 65), deve se ter claro que:

Há sequências diferentes que se mostram de facilidade ou dificuldade equivalentes para os alunos, e não há uma sequência única para todos, dependendo o índice ótimo, em um caso particular, de todo um conjunto de fatores, como o cabedal de informações, o estágio de desenvolvimento, a natureza da matéria e as diferenças individuais (BRUNER, 1969, p. 65).

Assim, é preciso atenção por parte do professor quanto às

peculiaridades de cada estudante. Uma sequência que pode se apresentar

fácil para um, nem sempre tem a mesma facilidade para outro, cada

indivíduo é um ser único e particular.

Por último, o professor deve estar preocupado com o aspecto que se

relaciona com a correção e reforço, referente ao conteúdo estudado e de tal

forma que a correção possa ser sempre motivadora. “A aprendizagem”, nas

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palavras de Bruner (1969, p. 67): “depende do conhecimento de resultados,

no momento e no local em que ele pode ser utilizado para correção”.

O ato da correção só tem a contribuir com o crescimento na

aprendizagem. Entretanto, deve o professor tomar cuidado. Bruner alerta

(1969, p. 70) dizendo que:

Qualquer regime de correção arrisca a tornar o aluno permanentemente dependente da correção do professor; a este cabe corrigir de maneira a tornar futuramente possível ao aluno assumir, ele próprio, a função corretiva (BRUNER, 1969, p.70).

O fundamental é que nesta relação, professor-aluno, não se

desenvolva nenhuma relação de dependência.

O processo de crescimento do aluno é consequência de sua prática

de estudos, de curiosidade e de investigação. Entretanto, este crescimento

depende da presença do professor como mediador, motivador e sempre

presente, contribuindo em uma estruturação da matéria, simplificação e

ajuda na correção.

Portanto, o professor que deseja contribuir para o crescimento de

conhecimento do estudante não pode simplesmente ensinar. Precisa

compreender o processo pessoal e intelectual do mesmo e ser portador de

uma teoria da aprendizagem para acompanhar o estudante em uma atitude

de mediador em todo o processo.

Por fim, o ensino e a aprendizagem podem ser verificados

observando o desenvolvimento potencial do estudante dentro da sociedade

e da comunidade escolar. Para Lefrançois (2016, p. 4): “a aprendizagem

envolve não somente mudanças na disposição, mas também na capacidade,

isto é, mudanças nas habilidades ou no conhecimento necessário para fazer

alguma coisa”.

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4 PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DA LÂMPADA DE ARCO

Viveu na Inglaterra um dos mais famosos químicos de todos os

tempos, Sr. Humphry Davy (1778-1829), cientista dedicado, que era filho de

carpinteiro e bem jovem começou a trabalhar como ajudante de

farmacêutico. Foi neste trabalho que teve despertada a curiosidade química.

Aos dezenove anos teve acesso à biblioteca de um amigo político e

engenheiro. Sozinho, estudou os livros e aos vinte anos já era supervisor

químico no Clifton Pneumatic Institution. Nesta instituição realizavam

pesquisas com gás e tinham o objetivo de trabalhar com terapias contra a

tuberculose.

Davy organizou um laboratório itinerante e, em uma de suas viagens,

na Itália, conheceu Alessandro Volta (1745-1827) e se admirou da invenção

de Volta, isto é, a pilha elétrica. Então, continuou a trabalhar utilizando as

pilhas para o processo da eletrólise e conseguiu isolar o sódio, potássio,

magnésio, cálcio, estrôncio, bário e boro (LOPES, 2014).

Em 1802, Davy, fazendo demonstrações científicas, realizou uma

experiência que mudou a história. Nas palavras de Welikson (2012, p.3):

Ele tornou Incandescente um fio de platina através da passagem de corrente elétrica. A plateia que assistiu ao experimento ficou admirada, mas Davy foi além e, seis anos mais tarde, conseguiu uma intensa emissão de luz reunindo barras de carvão e pilhas e passando corrente elétrica de um eletrodo para outro. O fenômeno seria chamado de ‘Arco voltaico’, o que serviu de base, anos mais tarde, para a iluminação da praça Cleveland, nos Estados Unidos (WELIKSON, 2012, p.3).

A contribuição de Davy para o desenvolvimento da iluminação elétrica

foi incalculável. O arco voltaico, em consequência da intensa luminosidade,

ficou conhecido como a primeira lâmpada elétrica e, então, Lâmpada de

Arco voltaico. Entretanto, com o passar do tempo foram melhorando este

experimento até chegar às lâmpadas que existem hoje.

A Lâmpada de Arco voltaico não é mais industrializada e nem é

viável. Todavia, esta tem muito a contribuir como material didático. É

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possível construí-la com materiais de baixo custo e, como afirma Souza, et

al, (2011):

Com essa experiência podemos trabalhar vários conteúdos relacionados a eletricidade como, por exemplo, o ‘poder das pontas’, ‘o efeito Joule’, ‘Circuitos elétricos’ e ‘Temperatura’ e permite discutir com o público o princípio de funcionamento dos Para-raios, a função do fio Terra e também como ocorrem os raios (SOUZA et al, 2011).

Consequentemente, no Apêndice B, apresentam-se os materiais,

todos de baixo custo, necessário para a construção de uma Lâmpada de

Arco, seu funcionamento e alguns dos conceitos físicos que a envolve.

4.1 Carga elétrica

O conceito de carga elétrica, de forma didática, não se encontra na

eletrodinâmica, mas é fundamental que no estudo desta disciplina o conceito

já se encontre definido. Aqui se apresenta este, primeiramente, apenas

como meio didático para então poder trabalhar os outros como um processo

sequencial.

Para qualquer reflexão em eletricidade, o conceito de carga já é algo

subjacente. Assim, a carga elétrica é uma propriedade fundamental presente

nas partículas elementares, que formam a matéria (Reitz et al 1982).

Os efeitos da carga elétrica, força de atração e de repulsão, foram

percebidos já na Grécia Antiga. Atribui-se o ato de atritar “o âmbar, resina

sólida fossilizada das árvores” (GASPAR, 2000, p. 9), com pele de animais a

Tales de Mileto (624-546 a.C.). Os efeitos da carga foram definidos,

primeiramente, como fluido vítreo e fluido resinoso pelo químico francês

Charles Dufay (1698-1739).

Foi somente por volta do ano de 1750 que o americano Benjamin

Franklin (1706-1790), segundo Gaspar (2000, p. 12):

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Propôs a teoria do fluido único. Segundo essa teoria todo corpo teria uma quantidade ‘normal’ desse fluido. Se um corpo fosse atritado com outro, parte desse fluido passava de um para o outro: o que adquirisse com falta estaria carregado negativamente. Franklin foi o primeiro a usar as palavras positivo e negativo na eletricidade (GASPAR, 2000, p.12).

Todavia, foi somente no século XIX que ficou definitivamente

concluído o conceito de carga elétrica positiva e negativa. Em nível atômico,

as cargas elétricas estão presentes em prótons e elétrons. Estas diferem no

sinal, mas em módulo apresentam o mesmo valor. O próton possui uma

carga elementar 𝑒 = +1,6021892𝑥10−19𝐶, o elétron, partícula também

elementar da matéria, tem carga 𝑒 = −1,6021892𝑥10−19𝐶. A unidade de

medida é o C de Coulomb, em homenagem ao físico francês, Charles

Augustin Coulomb (1736-1806)(MACHADO, 2000).

Certos corpos podem apresentar excesso de partículas elementares

positivas, prótons ou excesso de partículas elementares negativas, elétrons.

Em razão disso se verifica que a quantização da carga, em um objeto, é

sempre um número inteiro da carga elementar referente ao excesso ou falta

de elétrons. Portanto, define-se o módulo da quantização de carga como

sendo:

𝑄 = 𝑛. |𝑒| (1)

Na equação 1, Q se refere à carga quantizada, n o número de

partículas em excesso ou falta, tendo como referência os elétrons. E, por

fim, 𝑎 carga elementar, 𝑒.

4.2 Condutores e dielétricos

Um contemporâneo de Charles François du Fay, Stephen Gray,

descobriu em 1729 que as cargas elétricas podiam ser transmitidas através

de diferentes materiais, que foram chamados de condutores, ao passo que

tendiam a permanecer retidas em outros, chamados de isolantes. O âmbar,

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o quartzo, o vidro, a água destilada, os gases em condições normais (em

particular o ar seco), a borracha e a maioria dos plásticos são bons

isolantes. Os metais, a água contendo ácidos, bases ou sais em solução, o

corpo humano e a terra são bons condutores (NUSSENZVEIG, 1997).

Quanto ao comportamento eletrostático, os materiais podem ser

divididos em duas categorias: condutores de eletricidade e isolantes

(dielétricos). Os condutores são substâncias, como os metais, quem contêm

um grande número de portadores de cargas essencialmente livres. Esses

portadores de cargas (elétrons, na maioria dos casos) estão livres para

vaguear por todo o material condutor; respondem a campos elétricos quase

infinitesimais e continuam a se mover enquanto estão sob a ação de um

campo. Tais portadores conduzirão a corrente elétrica quando um campo

elétrico estacionário for mantido no condutor por uma fonte externa de

energia (REITZ et al 1982)

Dielétricos são substâncias em que todas as partículas carregadas

estão, ao contrário, ligadas fortemente às moléculas constituintes. As

partículas carregadas podem mudar ligeiramente suas posições em resposta

a um campo elétrico, porém não se afastam da vizinhança de suas

moléculas (REITZ et al 1982).

Certos materiais (semicondutores, eletrólitos) têm propriedades

elétricas intermediárias entre as dos condutores e as dos dielétricos. No que

diz respeito ao seu comportamento num campo elétrico estático, estes

materiais comportam-se como condutores (REITZ et al 1982).

4.3 Corrente elétrica

Corrente elétrica corresponde a um conceito referente a um fenômeno

físico de extrema importância para a eletrodinâmica, para o funcionamento

de qualquer eletrodoméstico e, também, para a Lâmpada de Arco. Por mais

que produza um efeito real e físico, sua percepção é totalmente intuitiva.

Este termo, corrente elétrica, nas palavras de Gaspar (2000, p. 107)

corresponde a uma:

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Expressão relacionada à antiga concepção de que a eletricidade seria um fluido e, como tal, poderia ser canalizada por condutores, encanamentos hipotéticos desse fluido elétrico. Assim como há água corrente, deveria haver também eletricidade corrente ou correntes elétricas (GASPAR, 2000, p.17).

A analogia é compatível em relação ao conceito e ao fenômeno.

Todavia, em metais, como o cobre, a corrente elétrica é consequência do

movimento dos elétrons, que se encontram na camada de valência dos

átomos, (figura 1). Em eletrólito se percebe que o movimento, responsável

pela corrente elétrica, ocorre com íons positivos e negativos, (figura 2).

O movimento dos portadores de carga ocorre em função da ação de

um campo elétrico externo às partículas (Reitz et al 1982). O movimento de

carga por meio da eletrização por atrito foi, inicialmente, percebido pelo

físico francês Charles François du Fay (698-1739). Nos Estados Unidos, o

físico e político Benjamin Franklin (1706-1790), por meio de suas

experiências, acreditava que era a carga positiva, que imaginava como um

fluido, aquela que se transferia de um corpo ao outro no instante da

eletrização (MOYSÉS, 1997). Em consequência das experiências do físico

Diagrama esquemático do movimento de elétrons de condução em um metal.

Corrente produzida pelo movimento de ambos os portadores de carga, positiva e negativa.

Figura 1. Fonte: Reitz et al. Figura 2. Fonte: Reitz et al.

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francês se convencionou que a corrente elétrica é o movimento de partículas

positivas.

Esta convenção não altera a forma de raciocinar, mas possibilita

afirmar que a corrente elétrica está sempre no mesmo sentido do campo

elétrico responsável por promover o movimento dos portadores de carga.

4.4 O poder das pontas

O arco elétrico surge entre os eletrodos, além da corrente elétrica,

que circula por este é, também, consequência da forma geométrica que se

encontram os carvões. Na lâmpada de arco, uma das extremidades de cada

carvão é pontiaguda e, segundo a posição frontal, em que estes se

encontram no experimento, acabam por permitir a ocorrência do fenômeno

conhecido como poder das pontas.

A eletrostática demonstra que qualquer carga elétrica, positiva ou

negativa, gera em torno de si um campo elétrico e que as cargas, em

consequência da força eletrostática, naturalmente, sempre se posicionam na

superfície de um condutor.

Se o condutor é esférico, as cargas se distribuem de forma

homogênea na superfície, mas se o mesmo não for totalmente esférico e,

por qualquer motivo, apresentar regiões mais pontiagudas, fisicamente,

nestas pontas se aglomera e se concentra uma maior quantidade de cargas

elétricas. Em consequência da concentração destas cargas, o campo

elétrico, assim como também o potencial elétrico se torna muito intenso na

vizinhança destas pontas.

Em determinadas circunstâncias, o ar é mau condutor de eletricidade.

Porém, a rigidez dielétrica é vencida no instante em que o campo elétrico

nas pontas dos eletrodos, na lâmpada de arco, ultrapassa o limite do

isolamento elétrico que para o ar é da ordem de 3x106 V/m.

Por fim, a luminosidade que surge entre os eletrodos de carvão

ocorre, nas palavras de Nussenzveig (1997, p. 70), quando:

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O campo intenso no ar perto de uma ponta atrai íons de carga oposta e repele os de mesmo sinal; a aceleração que adquirem pode ser suficiente para produzir outros íons por colisão, desencadeando um processo de avalanche, que tende a descarregar o condutor; pode produzir luminosidade ou até faíscas (NUSSENZVEIG, 1997, p. 70).

4.5 Intensidade da corrente elétrica

Entende-se que a corrente está sempre em movimento de um

potencial maior para outro menor. Para os metais se pode, então, definir

corrente elétrica como sendo a razão da quantidade de carga elétrica, que

atravessa uma área de seção transversal do fio por unidade de tempo:

𝑖 = 𝑑𝑄

𝑑𝑡 (2)

a resolução desta corresponde a:

𝑄 = ∫ 𝑖. 𝑑𝑡 (3)

Esta pode ser escrita:

𝑖 = ∆𝑄

∆𝑡 (4)

No sistema internacional de medidas, a unidade de corrente é o A de

Ampère, em homenagem ao físico francês André-Marie Ampère (1775-

1836).

1𝐴 ≡1𝐶

1𝑠

4.6 Primeira Lei de Ohm

Viveu na Alemanha o físico e matemático Georg Simon Ohm (1789-

1854).

Em 1827, por meios experimentais, Ohm verificou que aplicando uma

diferença de potencial, às extremidades de uma barra metálica, em

temperatura constante, a tensão era proporcional à corrente elétrica que

circulava pelo condutor.

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Por meio das mesmas experiências, este físico concluiu que variando

a tensão ocorria, consequentemente, uma variação também na corrente

elétrica. Todavia, a razão entre a tensão e a corrente era constante.

𝑉1

𝑖1=

𝑉2

𝑖2=

𝑉3

𝑖3= 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒

A essa constante, Ohm chamou de resistência elétrica R e sua expressão

determina a primeira Lei de Ohm, equação (5), em que sua unidade de

medida é o ômega Ω, chamado de Ohm em homenagem ao cientista.

𝑅 =∆𝑉

𝑖 (5)

O conceito de resistência elétrica, definido também por Sears e

Zemansky (2008): “consiste na indicação de uma proporcionalidade direta

de V (tensão) com 𝑖 (corrente elétrica)”.

4.7 Compreendendo microscopicamente a Lei de Ohm

A densidade de corrente 𝐽 corresponde a um importante conceito da

eletrodinâmica. Não é possível fazer observações empíricas deste, mas sua

definição é importante para uma interpretação microscópica dos fenômenos

corrente elétrica e resistência elétrica.

Seja a densidade de corrente igual a 𝐽, isto é, a razão entre a variação

da corrente elétrica, ou seja, movimento ordenado dos elétrons pela área de

secção transversal do fio condutor.

𝑗 = 𝑑𝑖

𝑑𝐴 (6)

equivale que: ∫ 𝑑𝑖 = ∫ 𝑗. 𝑑𝐴

sua resolução resulta: 𝑖 = 𝑗. 𝐴 (7)

Compreende-se que a densidade de corrente é um vetor, que tem a

mesma direção e sentido da velocidade dos portadores de carga em um

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ponto qualquer de uma área transversal do condutor. Sua unidade de

medida é o Ampères por metro quadrado, ou seja, A/m².

Considere para uma possível dedução microscópica, na figura 3, que

as partículas carregadas são todas iguais e se movem com velocidade 𝑣 𝑝𝑜𝑟

um cilindro que corresponde a um tamanho idealizado de um fio condutor

(MOYSÉS, 1997).

Usa-se a variável N para representar o número de partículas por

unidade de volume presente no cilindro da figura 3. Pela figura é possível

concluir que o elemento de volume (𝑉𝑣𝑜𝑙) do cilindro em grandezas físicas é:

𝑉𝑣𝑜𝑙 = 𝑑𝐴. . 𝑑𝑡 (8)

A carga total 𝑑𝑄 que atravessa o volume cilíndrico é:

𝑑𝑄 = 𝑁. 𝑉𝑣𝑜𝑙 (9)

Substituindo a equação 8 na equação 9, e multiplicando pelo módulo

da carga elementar |𝑒|, encontra-se 𝑑𝑄, a carga presente em um intervalo

de tempo, segundo uma intuição microscópica.

𝑑𝑄 = [𝑁. 𝑑𝐴. 𝑣. 𝑑𝑡]. |𝑒| (10)

Relacionando a primitiva da equação 2 e 10 se pode encontrar a

corrente elétrica, que atravessa a área de seção transversal do fio condutor.

𝑑𝑖 =𝑑𝑄

𝑑𝑡 = [𝑁. 𝑑𝐴. 𝑣]. |𝑒| (11)

Por fim, a densidade de corrente pode ser encontrada relacionando,

por último, as equações 6 e equação 11.

Cilindro de carga

Figura 3. Fonte: Moyses Nussenzveig

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33

𝑗 = 𝑁. . |𝑒| (12)

A equação 12 apresenta dados intuitivos e microscópicos com N, o

número de partículas por unidade de volume, a carga elementar e a

velocidade de arrasto dos portadores de carga.

4.8 Resistividade

Todo material condutor, por natureza, apresenta determinada

possibilidade de locomoção dos elétrons livres. Esta possibilidade positiva

de locomoção dos portadores de carga é definida como condutividade

(MOYSÉS,1997) e (REITZ, 1982). Isto é:

𝛿 = 𝐽

𝐸 (13)

As partículas, em sua maioria elétrons, que transportam a carga se

movem em consequência do campo elétrico, todavia, o movimento se

diferencia para cada material condutor específico.

O termo condutor designa o material – os metais – que apresenta

condições para que exista, sobre este uma corrente elétrica, ou seja,

movimento dos elétrons. Todavia, entre tantos condutores metálicos, cada

um apresenta, de forma peculiar, certa resistência para a passagem dos

elétrons. Em consequência desta resistência, cada material é classificado a

partir de um conceito definido como resistividade.

Na eletrodinâmica e, principalmente na lâmpada de arco, o conceito

de resistividade pode ser analisado e refletido de forma intuitiva. A

resistividade é uma propriedade do material e esta é igual ao módulo do

campo elétrico e inversamente proporcional ao módulo da densidade de

carga. A resistividade é o inverso da condutividade e será representada

pela letra grega 𝜌.

𝜌 = 𝐸

𝐽 (14)

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34

O componente resistor se encontra presente em praticamente todo

aparelho eletroeletrônico. Todo material condutor, de certa forma, é um

resistor. Compreendendo a corrente elétrica, como sendo movimento de

partículas portadoras de carga, não se pode considerar, literalmente, resistor

como um instrumento que tem a única função de resistir à passagem destes

elétrons.

Considerando um metal condutor e homogêneo, com temperatura

constante, pelo qual internamente existe um campo elétrico uniforme de

módulo 𝐸, sabe-se, pela eletrostática, que a diferença de potencial ∆𝑉, para

um determinado comprimento 𝑑𝑙 deste condutor é:

∆𝑉 = ∫ . 𝑑𝑙 (15)

A resolução da equação 13 oferece:

∆𝑉 = 𝐸. 𝑙 (16)

Relacionando as equações 5, 14 com a equação 16 se tem a equação

(17):

𝜌 =∆𝑉

𝑙.

𝐴

𝑖 (17)

A equação 17 apresenta grandezas físicas, como ∆𝑉 (diferença de

potencial), 𝑖 (Corrente elétrica), e grandezas geométricas, por exemplo,

área de secção transversal 𝐴, comprimento linear 𝑙 e a resistividade 𝜌 que é

a característica do material.

Organizando a equação 17 se encontra a resistência elétrica definida

a partir da característica do material, isto é, a resistividade de suas

grandezas geométricas, em que 𝑙 é o comprimento do condutor e A a área

transversal do mesmo condutor. Assim se encontra a equação (18) que é

reconhecida como a segunda Lei de Ohm

𝑅 = 𝜌.𝑙

𝐴 (18)

A partir da equação 18 é possível isolar a resistividade e, então,

definir sua unidade de medida no sistema internacional, como sendo: Ω. 𝑚.

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35

E, por fim, trabalhando as equações 17 e 18 se retorna à equação 5,

isto é, a razão entre a diferença de potencial pela corrente elétrica,

apresentada inicialmente como sendo a primeira Lei de Ohm em

características macroscópica.

𝑅 = ∆𝑉

𝑖 (5)

4.9 Potência e potência dissipada

Considerando o resistor como sendo um fio condutor de tamanho

limitado, facilita uma possibilidade de descrever o efeito joule, ou seja, a

potência dissipada e, também, calcular sua intensidade.

É uma consequência inerente à dissipação de calor pelos resistores,

entretanto, Gaspar (2000, p. 117) diz que: “os resistores não são

componentes destinados unicamente à geração de calor; pelo contrário, o

calor neles gerado é um complicador, pois altera o seu valor nominal e pode

prejudicar outros componentes próximos”.

Aparelhos, na tecnologia moderna, foram pensados como forma de

aproveitar a energia elétrica transformada em calor, conhecido como efeito

joule. Alguns destes aparelhos correspondem ao chuveiro elétrico, à

torradeira, ao secador de cabelos, ao ferro de passar roupas, por exemplo.

A Lâmpada de Arco possibilita a visualização do efeito Joule, na

resistência de chuveiro e nos eletrodos de carvão. Ambos variam a

temperatura de forma significativa.

A energia elétrica presente no resistor é o trabalho realizado pelo

campo elétrico na condução dos portadores de carga. A eletrostática

apresenta que o trabalho 𝑑𝑊 é equivalente ao produto entre 𝑑𝑄, a carga em

movimento e a diferença de potencial 𝑑𝑉, presente nas extremidades do

resistor.

𝑑𝑊 = 𝑑𝑄. 𝑑𝑉 (19)

A potência dissipada, em forma de calor, descrevendo o efeito joule,

pode ser encontrada associando as equações 2, 5 com a equação 19, isto é,

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𝑖 = 𝑑𝑄

𝑑𝑡 e 𝑅 =

𝑑𝑉

𝑖 , associada à equação 𝑑𝑊 = 𝑑𝑄. 𝑑𝑉 que possibilita

descrever, matematicamente, a potência 𝑃 dissipada no resistor:

𝑃 = 𝑑𝑊

𝑑𝑡= 𝑅. 𝑖² (20)

No sistema internacional de unidade se tem que a potência é o W

(Watt), o que corresponde, a partir da equação 20:

1𝐽

1𝑠≡ 1𝑊.

4.10 Associação de resistores em série e em paralelo

Outro conceito presente na eletrodinâmica na ementa do Ensino

Médio, em todo o cotidiano e, também, na Lâmpada de Arco é a associação

de resistores.

É comum utilizar de associação mista de resistores em aparelhos

eletrônicos, residências, e na iluminação pública. Todavia, não existe, a

priori, uma associação ideal. Cada circunstância exige uma associação

peculiar. No experimento aplicando a Lâmpada de Arco há um circuito

simples com uma resistência de chuveiro ligada em série com os eletrodos

de carvão.

Aqui se faz a demonstração, separadamente, da corrente equivalente

𝑖𝑒𝑞, da tensão equivalente 𝑉𝑒𝑞, e da resistência equivalente 𝑅𝑒𝑞 para um

circuito de dois resistores em série e um em paralelo.

4.11 Associação em série

A figura 4 apresenta um circuito ligado em série com dois resistores

𝑅1 e 𝑅2, percorridos pela corrente elétrica 𝑖, proveniente de uma fonte de

tensão ∆𝑉.

A figura deixa claro que a corrente equivalente que sai da fonte ∆𝑉 é a

mesma que percorre os resistores 𝑅1 e 𝑅2. No circuito, a tensão da fonte ∆𝑉

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é distribuída em ∆𝑉1 e ∆𝑉2. Assim se têm duas equações capazes de

descrever a corrente equivalente e a tensão equivalente.

𝑖𝑒𝑞 = 𝑖1 = 𝑖2 = 𝑖 (21)

∆𝑉𝑒𝑞 = ∆𝑉1 + ∆𝑉2 (22)

Para encontrar a resistência equivalente do circuito em série se

torna necessário utilizar a primeira Lei de Ohm, isto é, equação 5, para os

resistores e também a fonte e, então, substituir na equação 22.

Resistor 1

𝑅1 =𝑉∆1

𝑖1 (23)

Resistor 2

𝑅2 =∆𝑉2

𝑖2 (24)

Para o circuito se tem

𝑅𝑒𝑞 =∆𝑉𝑒𝑞

𝑖𝑒𝑞 (25)

Diagrama de circuito mostrando os dois resistores associados em série a uma

bateria.

Figura 4. Fonte: Serway e Jr.

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Isolando a tensão nas equações 23, 24 e 25 e, substituindo na

equação 25, tem-se:

𝑅𝑒𝑞 . 𝑖𝑒𝑞 = 𝑅1 . 𝑖1 + 𝑅2 . 𝑖2

considerando a equação 21:

𝑖𝑒𝑞 = 𝑖1 = 𝑖2 = 𝑖

Encontra-se que a resistência equivalente, em um circuito associado

em série a equação (26):

𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑅2 (26)

Se o circuito tivesse n resistores, todos ligados em série, a resistência

equivalente seria a somatória algébrica de todos:

𝑅𝑒𝑞 = ∑ 𝑅𝑛𝑛=∞𝑛=1 (27)

4.12 Associação em paralelo

Na figura 6 se têm dois resistores ligados em paralelo entre si e

também em paralelo com a fonte de tensão, ∆𝑉.

Diagrama de circuito mostrando a resistência equivalente dos resistores em série.

Figura 5. Fonte: Serway e Jr.

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A figura 6 apresenta a corrente equivalente saindo da fonte e no nó 𝑎

dividindo-se em 𝑖1 e 𝑖2. O modelo expresso na figura acima permite afirmar

a corrente equivalente do sistema como a somatória de 𝑖1 e 𝑖2, na equação

(28):

𝑖𝑒𝑞 = 𝑖1 + 𝑖2 (28)

É possível perceber também que, para essa associação em paralelo,

a tensão da fonte ∆𝑉 é a mesma que alimenta cada um dos resistores e,

portanto, tem-se:

∆𝑉𝑒𝑞 = ∆𝑉1 = ∆𝑉2 = ∆𝑉 (29)

Utilizando, novamente, a primeira Lei de Ohm, equação 5 para os

resistores 1 e 2, agora na figura 6, reencontram-se as equações 23 e 24, isto

é:

Resistor 1

𝑅1 =∆𝑉1

𝑖1 (23)

Resistor 2

𝑅2 =∆𝑉2

𝑖2 (24)

Isola-se na equação 25 a corrente, 𝑖𝑒𝑞 , e nas equações (23) e (24) as

correntes 𝑖1 e 𝑖2. E substituindo estas na equação 28 se encontra:

Diagrama de circuito mostrando os dois resistores associados em paralelo a uma bateria.

Figura 6. Fonte: Serway e Jr.

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40

∆𝑉𝑒𝑞

𝑅𝑒𝑞=

∆𝑉1

𝑅1+

∆𝑉2

𝑅2 (30)

Utilizando da equação 29:

∆𝑉𝑒𝑞 = ∆𝑉1 = ∆𝑉2 = ∆𝑉.

Encontra-se, por fim, a equação que permite calcular a intensidade da

resistência equivalente para um circuito que apresenta resistores em

paralelo.

1

𝑅𝑒𝑞=

1

𝑅1+

1

𝑅2 (31)

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5 PRODUTO EDUCACIONAL

A Lâmpada de Arco é um experimento simples, fácil de confeccionar e

apresenta, em seu funcionamento, inúmeros conceitos referentes à

eletrodinâmica. É possível ser construída utilizando materiais descartáveis e

não ter gasto financeiro. Estes materiais e o roteiro para montagem se

encontram no apêndice B.

Todavia, a Lâmpada de Arco é um experimento que, em

funcionamento, necessita de cuidados. A resistência de chuveiro dissipa alta

energia e eleva, rapidamente, a temperatura da água. A luz, em

consequência da tensão nos eletrodos, tem alta intensidade e a proteção

dos olhos com óculos escuros se torna necessária.

Como recurso didático, a Lâmpada de Arco apresenta inúmeras

possibilidades de uma aula dinâmica e contextualizada. Planejando uma

aula em que os estudantes possam observá-la se torna possível rever e

discutir os conceitos mais fundamentais da eletrodinâmica, como: corrente

elétrica, resistor, resistividade, circuitos, associação de resistores, efeito

joule, diferença de potencial e rigidez dielétrica do ar.

A partir do planejamento do professor é possível utilizá-la para uma

reflexão em relação, também, à história da ciência. A Lâmpada de Arco na

figura 7, abaixo, surgiu com Humphry Davy (1778-1829), após visitar, na

Itália, Alessandro Volta (1745-1827), que foi o inventor das pilhas elétricas.

Lâmpada de arco inventado por Humphry Davy em 1802, na Inglaterra.

Figura 7. Fonte: ttp://www.if.ufrgs.br/fis/EMVirtual/crono/lamp_arc.html

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Na história da humanidade, tanto para a sociedade quanto para a

tecnologia e a ciência, a Lâmpada de Arco foi algo revolucionário. Sua

criação é a junção de conceitos já elaborados e a descoberta de outros.

Imediatamente, ela foi utilizada na iluminação pública e em usinas de

carvão.

Hoje, frente a uma tecnologia mais avançada ela não é viável, mas

apresenta grandes possibilidades de contribuir, de forma positiva, no

processo de ensino e aprendizagem. Na figura 8 se observa a lâmpada que

foi projetada com materiais de baixo custo com todas as possibilidades de

reproduzir a mesma luz e apresentar aos estudantes inúmeros fenômenos,

os quais podem ser verificados frente à teoria do eletromagnetismo e os

conceitos.

Lâmpada de arco confeccionada com matérias de baixo custo: Canos de pvc, fios condutores, garras de jacaré, terminais botinha, resistência de chuveiro, plataforma MDF, água e vasilhame de vidro.

Figura 8. Fonte: Próprio autor.

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6 METODOLOGIA

A aplicação do produto foi inserida em um planejamento, que se

realizou no segundo bimestre do ano de 2017, com início no dia 7 de abril e

encerramento no dia 30 de junho do mesmo ano. O calendário, a partir da

secretaria da Escola Estadual Dona Eva (Cidade de Diorama – GO), contava

com duas aulas de Física semanais. A partir desta situação se tinha à

disposição um total de 20 aulas para todo o bimestre e das quais 16 aulas

estavam destinadas ao trabalho da eletrodinâmica, incluindo os dias

disponíveis para aplicação de avaliação de aprendizagem.

Todo o trabalho foi destinado, exclusivamente, ao terceiro ano do

Ensino Médio, no turno vespertino. Esta turma contava em um total de

dezoito estudantes, sendo que destes, quinze alunos sempre estudaram na

própria escola.

Desejava-se ensinar, dentro da eletrodinâmica, os conteúdos:

Corrente elétrica.

Condutores.

Resistores.

Potência elétrica.

Associação de Resistores.

Gerador.

A partir de então, a metodologia correspondeu a um planejamento em

que se contemplavam os planos de aulas como roteiro, estes se encontram

disponíveis no apêndice A, que previam, inicialmente, trabalhar a parte

teórica, isto é, demonstração de conceitos, com a utilização de lousa (quadro

negro), giz, demonstração experimental, atividades de pesquisas e listas de

exercícios.

As aulas sempre começavam com questões motivadoras e

descrevendo fenômenos e, ao mesmo tempo, buscando motivar por meio da

descrição de fatos do dia a dia. A intenção era motivar os alunos a falarem

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para então compreender o que eles pensavam e que representação tinham

de termos, como: resistor, resistividade, corrente elétrica, circuitos e outros.

Já na primeira aula foram delimitados os temas para que eles

realizassem pesquisas na internet durante a semana. A intenção se

concentrou em fazê-los pesquisadores e, consequentemente, confrontar as

representações que os mesmo possuíam, a partir do senso comum, para

outra, agora mais científica.

As demonstrações experimentais foram consideradas simples por

fazer parte, naquele momento, de uma demonstração empírica referente ao

conceito abordado. Esta não tinha o objetivo de revisar conceitos e muito

menos de finalizar a discussão, mas principalmente, de dinamizar as aulas e

propor uma maneira a mais de apresentar o assunto estudado e, também,

de prepará-los para, ao final do curso, rever estes conceitos em outro nível

de discussão. Esta prática corresponde ao que Bruner (1978, p. 48) fala

sobre “currículo em espiral”.

No momento em que foram definidos como aulas teóricas e

demonstração dos conceitos, os experimentos, presentes no apêndice C,

utilizados não gozavam de grandes elaborações, como podem ser

observados em dois destes, nas figuras 9 e 10, abaixo.

Montagem de circuito simples para verificação da interação entre corrente elétrica e campo magnético.

Montagem de circuito simples para

verificação do efeito Joule.

Figura 9. Fonte: Próprio autor. Figura 10. Fonte: Próprio autor.

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A utilização das demonstrações fazia parte, também, de uma prática

motivacional, a qual procurava despertar a curiosidade e, proporcionar, ao

mesmo tempo, o envolvimento dos alunos em uma diferente forma de

aprender.

A programação e a utilização destes experimentos simples

correspondiam ao alerta de Bruner (1978, p. 31), que diz que “qualquer

assunto pode ser ensinado com eficiência, de alguma forma intelectualmente

honesta, a qualquer criança, em qualquer estágio de desenvolvimento desde

que respeite o momento intelectual do estudante”. Assim, estes

experimentos buscavam propiciar para aqueles estudantes, em

particularidade intelectual, em não ter compreendido o conceito apenas por

meio da demonstração no quadro.

Todo este planejamento se realizou de forma metodológica e

sequencial conduzindo os alunos para uma compreensão de conceitos

individualizados, mas que no todo completa a eletrodinâmica e constitui a

tecnologia eletroeletrônica moderna.

Nesta perspectiva de compreender que o desenvolvimento intelectual

é particular para cada estudante, relembra Bruner (1978), que defende que

“para que ocorra conhecimento e aprendizagem é de fundamental

importância estar voltando, sempre, em diferentes níveis de reflexão, aos

mesmos temas e assuntos”. Assim, o produto educacional – Lâmpada de

Arco - foi utilizado nas últimas aulas do bimestre, por volta da segunda

semana de junho de 2017, como recurso didático para a revisão dos

conceitos e contextualização da eletrodinâmica como disciplina científica e

base da tecnologia moderna.

Abaixo se apresenta um quadro, de forma resumida, com os temas

abordados em cada plano de aula. Os objetivos destinados a cada aula e,

também, o número de aulas necessário para a execução do plano.

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TEMA OBJETIVO QUANTIDADE

DE AULAS

Corrente Elétrica Compreender: - O conceito e a descrição da corrente elétrica. - Causa e o sentido do movimento da corrente elétrica. - Contextualizar no cotidiano os seus fenômenos.

2 aulas

Condutores e Isolantes - Diferenciar materiais condutores e isolantes.

1 aula

Resistencia Elétrica - Construir o conceito cientifico referente ao termo Resistencia; - Compreender a funcionalidade do resistor em diferentes circunstancia. - Conhecer a forma geométrica e diferenciar os materiais que constituem cada resistor.

2 aulas

Associação de

Resistores

- Conhecer e compreender os tipos de associação de resistores; - Comprovar, experimentalmente, as propriedades envolvidas na associação de resistores.

2 aulas

Potência Elétrica - Compreender o conceito de potencia como dissipação de energia; - Realizar leituras nominais em aparelhos; - Interpretar a contas e “talão” de energia elétrica.

1 aula

Gerador Elétrico - Compreender o conceito de gerador elétrico em termos científicos; - Descrever o conceito de f.e.m. (Força eletromotriz); - Diferenciar f.e.m. de tensão; - Definir as causas da dissipação de energia; - Deduzir a equação do gerador; - Diferenciar resistor interno e resistor externo.

2 aulas

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7 RELATOS

7.1 Aulas teóricas com experimentos simples

A turma para a qual foi aplicado o produto educacional, quatro ou

cinco alunos demonstravam muita timidez e estes pouco se expressavam

durante as primeiras aulas. Entre os dezoito, quinze estudantes sempre

estudaram no Colégio, ou seja, eram alunos desde o primeiro ano do Ensino

Médio. A grande maioria apresentava dificuldades quanto à resolução de

exercícios, quando necessitavam de domínio básico em matemática e

alguns em quase nada diferenciavam a Física de Matemática. Outros

demonstravam empatia para com a Física, simplesmente, por esta

necessitar de cálculos para resultados quantitativos.

No início, quando foi apresentada a proposta e se frisou que se

pretendia estudar Física de forma mais dinâmica e com a utilização de

experimentos houve, por quase unanimidade, a expressão de entusiasmo.

No entanto, a ideia foi acolhida por eles e os mesmos demonstraram alegria

e esperança no que, para eles, parecia algo muito diferente.

Quando foram iniciadas as aulas, os estudantes já possuíam os

conhecimentos referentes aos modelos atômicos e o conceito de próton,

elétron, carga elementar, Lei de Coulomb, Campo Elétrico e Trabalho

referente a uma força elétrica.

Quando se buscou saber o nível de conhecimento que eles possuíam,

tentando estabelecer um diálogo, pronunciavam-se os conceitos

relacionados acima e alguns respondiam até mesmo em tom de brincadeira.

Houve quem questionou: “para que serve isso?”

Seguiu-se o planejamento e todas as aulas ocorreram a partir dos

planos (roteiros), que foram elaborados para cada aula. Em nenhum

momento se deixou a preocupação com a particularidade de cada estudante,

conforme alerta Bruner (1978), em relação ao desenvolvimento intelectual e

particular.

No início, todos os estudantes demonstravam timidez. Entretanto, a

partir das dinâmicas iniciais, como motivação para as aulas, principalmente,

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na apresentação do tema em que os alunos eram sempre provocados a

responderem perguntas com objetivo de fazê-los expressar e participar das

conversas era possível perceber que alguns iam interagindo. Três ou quatro,

desde o início, declararam que não gostavam de falar. Eram sérios e sempre

estavam um tanto distantes da turma.

Com o passar do tempo e o decorrer das aulas, percebeu-se que

diminuía a timidez e três estudantes começaram a se destacar na

participação e, cada dia aumentava mais a participação, mas ainda bem

reservada dos outros mais tímidos, mas perceptíveis participações. Outros

quatro ou cinco já se pronunciavam sem timidez e não demonstravam tanto

medo de falar.

As primeiras aulas foram quase que decisivas para cativá-los. Nestas,

no momento de motivação, foi estabelecido um paralelo entre a linguagem

cotidiana e a científica. Quando se confrontava o saber que possuíam, isto

é, as representações que eles utilizavam perante os mesmos termos, que na

gramática da Física ficava muito claro que a compreensão que possuíam

estava distante da gramática científica. Alguns demonstravam até ficar

envergonhados com o próprio entendimento. Um estudante sempre dizia:

“meu pai me ensinou que era isso”.

Nas primeiras aulas em que se trabalhou o conceito de corrente

elétrica, ao resolver os exercícios exemplos, um estudante, após entender o

significado das palavras, afirmou: “as coisas agora parecem ter mais sentido

e parece, também, mais fácil de fazer as contas”. Esta afirmação convenceu

de que o planejamento, ainda no início, estava no caminho certo.

Nas aulas teóricas, os experimentos simples que foram utilizados

sempre foram aceitos como algo muito diferente. Notou-se que estas aulas

eram vivenciadas, por quase todos, com intenso entusiasmo. Após serem

descritos certos conceitos, a partir da linguagem científica, foram utilizados

os simples experimentos para demonstração. A atenção e a participação

eram significativas.

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49

No experimento que demonstra o efeito magnético provocado pela

corrente, figura 7, registram-se expressões como: “é certo que alguma coisa

percorre o fio e também alguma coisa mexe com o “ponteiro” da bússola”.

No experimento, o qual demonstrava e efeito químico, inúmeras questões

surgiram em relação a que tipos de materiais podem “transportar os

elétrons” e os motivos pelos quais outros não transportam.

Aula teórica e demonstração de circuitos simples, paralelo e em série.

Aula teórica com demonstração de resistores.

Figura 11. Fonte: Sabrina Nunes.

Figura 12. Fonte: Sabrina Nunes.

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50

Gradualmente, as aulas se tornavam mais participativas. Alguns se

envolveram, outros ainda se mantinham indiferentes. Verificou-se que os

mais participativos conversavam sobre os fenômenos que percebiam e

relacionavam as palavras e termos apresentado a eles nas aulas teóricas.

Era sempre comum que alguns discutissem fazendo uso de palavras com as

quais demonstravam uma maior clareza e capacidade de diferenciação

coloquial em relação ao uso científico. Outros, apenas falavam buscando

risos e serem jocosos, três estudantes quase nunca diziam nada.

A cada encontro, a participação era mais significativa para uma

compreensão da Física como disciplina científica. Era perceptível, para

alguns estudantes, o interesse, o crescimento e a curiosidade pela disciplina.

Na avaliação, quanto à participação e à resolução das atividades

propostas, verificou-se que realizavam as atividades propostas, isto é, as

pesquisas na internet e, alguns discutiam o que achavam interessante.

No decorrer das aulas foi possível verificar que estava ocorrendo

crescimento positivo quanto à compreensão da Física como disciplina

científica em superação ao pensamento de que a Física seria uma matéria

“chata” de se estudar. Nos diálogos era possível ouvir afirmações, como: “o

diferente professor é que está tendo mais sentido. Antes eu fazia contas sem

saber o porquê (risos)”.

A timidez era algo que não mais se percebia de forma tão forte. Nos

discursos e diálogos surgiam, de forma individual, palavras e frases com

certa clareza que até então não eram pronunciadas. Aumentavam,

constantemente, os comentários sobre fenômenos físicos e tecnologias que

assistiam nos filmes e na internet. Dos dezoitos estudantes, dezesseis

traziam os exercícios sempre resolvidos de casa.

Na aplicação desta nova proposta e metodologia se percebeu que os

resultados se apresentavam na aceitação positiva e, em consequência, esta

contribuía para uma compreensão da linguagem física de forma científica e

também de seus conceitos.

Observou-se o crescimento da forma cotidiana por meio da

participação das aulas e, também, a partir dos testes e provas que eram

aplicados no decorrer deste bimestre, especificamente, sobre o conteúdo de

eletrodinâmica.

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7.2 A contribuição da Lâmpada de Arco

A partir do planejamento, a Lâmpada de Arco, como experimento,

deveria ser aplicada por último e esta seria utilizada para revisão e

contextualização dos conceitos da eletrodinâmica – corrente elétrica,

condutor, resistência elétrica, resistividade, associação de resistores,

gerador – que foram trabalhados, de forma teórica e, separadamente, uns

dos outros.

O dia 13 de junho de 2017 foi o dia escolhido para aplicação do último

experimento, a Lâmpada de Arco. Primeiramente, foi distribuído o

questionário, buscando problematizar e rever os temas e conceitos até então

trabalhados. Na sequência se explicou que ao ligar o interruptor uma forte

luz iria surgir nas pontas dos carvões. Exigiu-se, para proteção, a utilização

dos óculos escuros.

Os alunos foram lembrados de que os conceitos estudados seriam

possíveis de serem visualizados no experimento, em um único contexto:

“necessita atenção e muita observação no funcionamento da lâmpada de

arco”.

Todos estavam ansiosos e isso já era esperado. O experimento foi

retirado de uma caixa e os fios conectados na resistência de chuveiro na

presença de todos, sob uma mesa localizada no meio da sala de aula.

Todos assistiam e observavam a montagem. Havia conversa entre eles e

perguntas sobre a montagem do circuito, quanto à associação em paralelo e

ou em série.

Consequentemente, os carvões que formavam os eletrodos foram

conectados aos suportes e a resistência de chuveiro nos fios condutores.

Acrescentou-se a água ao vasilhame, mergulhou-se a resistência e, em

poucos minutos, o experimento estava pronto.

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Quase todos estavam focados, eram observadores. Por fim, foram

distribuídos os óculos para proteção e, então, o experimento foi ligado.

As extremidades dos carvões foram aproximadas e acionado o

interruptor. Uma intensa luz se espalhou pela sala. Todos observavam com

Montagem da Lâmpada de Arco.

Aplicação do produto, Lâmpada de Arco.

Figura 13. Fonte: Próprio autor.

Figura 14. Fonte: Sabrina Nunes.

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extrema curiosidade. Enquanto a luz brilhava, o professor afastou poucos

milímetros as extremidades dos eletrodos (carvões) e, em consequência da

intensidade da luz, não foi possível perceber a formação do arco voltaico.

Após 20 segundos, desligou-se o interruptor. Os carvões estavam distantes

e com cor avermelhada.

Os alunos foram convidados a se levantarem para que se

aproximassem do experimento e ao estarem próximo do mesmo foi

perguntado se era possível verificar, naquele fenômeno, tudo o que havia

sido estudado em relação aos conceitos de corrente elétrica, condutor,

resistência elétrica, circuito, gerador, potência e efeito joule. O estudante que

sempre se destacava respondeu de imediato: “estou vendo tudo, menos os

elétrons” e sorriu.

Aqueles que não tinham o hábito de falar permaneceram em silêncio

e todos ficaram atentos. Um estudante, muito próximo do experimento,

descreveu o caminho da corrente elétrica desde a tomada, passando pela

resistência elétrica, pelos eletrodos de carvões e retornando a outra

extremidade do fio.

Observou-se que outros estudantes acompanhavam sua descrição.

Houve entre eles muitas observações e questionamentos. No momento, não

fazia parte da programação apresentar respostas e nem conclusões que

viessem a interferir em suas respostas.

Em consequência, foram feitas anotações de suas falas: “É possível

saber a que temperatura os carvões atingiram?” “Seria possível a resistência

de o chuveiro ficar vermelha mesmo fora da água?” “Muito interessante, os

fios condutores em nada aqueceram.” Tais questionamentos demonstram o

interesse pela discussão referente ao problema proposto.

Em relação à primeira questão não se estava preparado para medir a

temperatura dos eletrodos de carvão, não se imaginou esta questão.

Entretanto, discutiu-se que era sim possível ser medida, apenas não havia

sido preparado para fazer a medição.

Quanto à resistência de chuveiro, retirou-se da água, estabelecendo

um circuito específico para a resistência, distante de todos, foi ligado o

interruptor e verificou-se em poucos segundos essa se avermelhar e

quebrar.

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E explanou-se um diálogo em relação ao conceito de resistência em

função da resistividade, do comprimento e da área e a intensidade da

corrente elétrica. Esse diálogo tinha a intensão de refletir estes como fatos a

determinarem a diferença de temperatura entre a resistência do chuveiro e o

fio de cobre.

Ao final da apresentação e discussão, os alunos responderam um

questionário, presente no apêndice D, com perguntas pertinentes aos

tópicos estudados.

7.3 Análises do questionário problema

A Lâmpada de Arco foi o último experimento a ser aplicado. Este

planejamento seguia a orientação teórica de Bruner, no que diz respeito ao

currículo em espiral, principalmente. Após as aulas teóricas e alguns

experimentos, não muito elaborados, se esperava retornar aos mesmos

agora de forma prática, em uma experiência que reunia, de uma só vez,

todos os conceitos em um objeto que, de forma simples, reproduz um

aparelho eletroeletrônico como, por exemplo, a instalação pública ou mesmo

uma instalação residencial.

Um questionário, anexado no apêndice D, foi aplicado ao fim,

inicialmente, com o objetivo apenas de problematizar e provocá-los a

observação e a retomada dos conceitos, agora, em outra circunstância e

situação.

Abaixo não se apresenta uma análise quantitativa, mas se comentam

as respostas encontradas para cada uma das questões.

O questionário problema foi lido antes da demonstração da Lâmpada

de Arco, ao final foi entregue aos estudantes para que respondessem as

questões, após suas observações. Algumas respostas foram curtas e muito

simples. Na primeira questão, onze estudantes achavam ser impossível não

existir a corrente elétrica no circuito, uma vez que percebiam a presença da

luz. A maioria das respostas foi simples e uma dizia perceber a corrente

elétrica “porque surge uma luz entre os carvões”.

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Duas respostas foram mais elaboradas, um estudante disse:

“Percebo porque provoca aquecimento na resistência de chuveiro, nos

carvões e provoca luz também”, a outra diz: “Percebo, pois a água aquece, e

os carvões ficam vermelhos e provocam luz”. Dois estudantes tentaram

elaborar suas respostas falando de prótons, elétrons e condutores, por fim,

ficaram completamente sem sentido. Três estudantes nada responderam

para a primeira questão.

Para a segunda questão, dezesseis estudantes começaram a

responder dizendo “sim”. As justificativas diferenciaram, mas a maioria disse

que percebia em função da luz, que surgia mesmo os carvões estando

distantes um do outro. A resposta mais bem elaborada dizia: “sim existe

campo elétrico. É possível intuir a partir do momento em que vimos que

existe uma distância entre as pontas dos carvões por onde produzia a luz.

Compreendo que ali ocorre um aumento do campo elétrico e, então, a

superação da rigidez do ar”. Enquanto este estudante demonstrava

relembrar o conceito de campo elétrico, o mesmo interligava os conceitos

em outro nível de discussão e de forma mais completa. Dos três que não

responderam a primeira, dois deixaram esta em branco.

Onze estudantes responderam a terceira questão, que se referia a

qual dentre o cobre, o carvão e a resistência de chuveiro é o melhor

condutor, dizendo que o melhor condutor é o fio de cobre. A conclusão foi

em consequência da experiência empírica. Quase todos que deram esta

resposta justificaram que era certo pelo fato de que o fio de cobre do circuito

não sofria aquecimento.

Três estudantes demonstraram confusão em relação ao conceito de

resistência. Estes afirmaram ser o carvão, em consequência da luz que

produzia, e também da variação de temperatura. Outros quatro disseram

que acreditavam ser a resistência de chuveiro, uma vez que essa conseguia

variar a temperatura da água ao estado de ebulição de forma muito rápida.

A quarta questão questiona quem, possivelmente, tem maior

resistividade no experimento entre os carvões, fio de cobre e a resistência

de chuveiro. Doze estudantes responderam ser o carvão. Dentre estes,

apenas um justificou dizendo: “O carvão, pois ele tem a capacidade de

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aguentar uma temperatura muito elevada sem se quebrar, o que também

pode ser em consequência do seu tamanho e sua espessura”.

Dois não responderam a esta questão. Os restantes, quatro

estudantes, responderam ser a resistência de chuveiro. Nenhum deles

justificou a resposta.

Perguntou-se na quinta questão se poderia usar outro tipo de

resistência no lugar dos eletrodos de carvão. Houve treze respostas

afirmativas. Um justificou dizendo que “pode ser qualquer um, penso eu,

basta que seja de ponta e tenha a mesma resistividade do carvão”. Sua

resposta demonstrou bom raciocínio e grande capacidade de assimilação

das aulas teóricas. Outro ainda disse que: “Pode! Desde que outro material

tenha a mesma resistividade”. Dois não responderam. Três estudantes

responderam: “não sei”.

Na sexta questão, dezesseis estudantes responderam simplesmente,

“Em série”, referente ao questionamento quanto ao circuito, em série ou em

paralelo. Dois estudantes não responderam.

Na sétima e ultima questão, cinco deixaram em branco. Sete

responderam: “não sei”. Quatro responderam justificando que faltavam

dados para que fosse possível uma resposta adequada. Dois disseram que

“a questão não apresenta nenhum valor que possa ser calculado”.

Retomando a questão se verifica que de fato essa estava mal elaborada.

Não foi feita nenhuma afirmação quantitativa em relação à resistência,

corrente elétrica, potência da resistência de chuveiro e nem do carvão.

Portanto, compreende-se que a resposta “não sei” era adequada para a

questão.

Não somente por esta análise, mas desde o início das atividades foi

possível perceber que o processo se apresentava como algo diferente, mas

não foi o suficiente para poder se iludir ao ponto de se acreditar que este

trabalho fosse o ideal. Em conversas mais próximas com estudantes, que

quase nunca falavam para o grupo, estes confessaram que continuavam a

não gostar de Física. Mesmo entendendo um pouco mais acerca da

disciplina.

Por fim, o experimento se demonstrou positivo quanto ao material

didático disponível para aulas mais dinâmicas, contextualizadas e, também,

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quanto à questão financeira, uma vez que os gastos para a montagem dos

experimentos não apresentaram valores significativos, o custo total foi

inferior a cinquenta reais.

A discussão sobre o funcionamento da Lâmpada de Arco possibilita

ao professor, em todo o momento, falar de assuntos já trabalhados, porém

com outro nível de reflexão.

O produto educacional – Lâmpada de arco: mediador para a revisão

de conceitos relacionados à eletrodinâmica - contribuiu para uma maior e

diferente compreensão de determinados conceitos físicos, agora mais

científicos, contextualizados, cotidianos e tecnológicos.

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8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O experimento “Lâmpada de Arco” é um produto educacional que, em

sua elaboração, buscou preencher determinadas carências e urgências.

Entre tantas é possível citar, por exemplo, em relação às questões

didáticas, a necessidade de laboratórios, de materiais para a elaboração de

aulas mais dinâmicas, contextualizadas, investigativas e com demonstrações

empíricas e tecnológicas.

A aplicação do produto educacional teve êxito pelo fato de que desde

o início este foi incluído em um planejamento. Logo, em todo o momento,

este planejamento determinou um caminho a ser seguido durante todo o

curso e sem deixar de se esquecer de temas e assuntos necessários.

As aulas se tornaram mais dinâmicas e alguns dos estudantes, os

mais desinibidos, foram crescendo em participação. Entretanto três

estudantes não apresentaram nenhuma mudança quanto a superação da

timidez. Mesmo assim a dinâmica contribuiu para que certos assuntos

fossem percebidos como conceitos, que se interligavam uns com os outros

em uma sequência lógica e necessária.

Os experimentos simples, utilizados para cada aula, contribuíram para

que o aprendizado fosse inédito no sentido de que todos, professor e

estudantes, saíssem da tradicional aula de resolução de exercícios, apenas.

Estes foram também importantes, por terem proporcionado uma maior

dinâmica no que se refere ao estudante que saiu de sua carteira, observou

um fenômeno e, então, discutiu fatos que eles relembravam em

consequência da visualização empírica do experimento ocorrido nas aulas

teóricas.

8.1 Outra possibilidade de aplicação da Lâmpada de arco

Todo o planejamento poposto contemplou as aulas teóricas, sendo

essas um tanto preocupadas em relação à certo perigo quanto a corrente

elétrica. O experimento maior, a Lâmpada de Arco, foi confeccionado pelo

pesquisador e os estudantes atuaram apenas como observadores.

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Outra possibilidade de aplicação pode envolver a criatividade do

professor. Todavia, como orientação se percebe que outro professor pode

atuar somente como mediador do conhecimento e da pesquisa, como fala

Bruner, isto é, é possível dividir em grupos uma turma e orientá-los para

cada um montar sua própria Lâmpada de Arco no decorrer do bimestre.

Um planejamento pode ser organizado orientando cada grupo a levar

para as aulas teóricas material de pesquisa sobre os temas e os assuntos e,

ao mesmo tempo, o objeto necessário para a construção de uma Lâmpada

de Arco. Esses objetos, de baixo custo, são simples de serem encontrados

sendo exposto um modelo no apêndice B.

Por esta metodologia, cada estudante deixaria de ser apenas

espectador, mas na prática seria também pesquisador e construtor mediado

por um professor.

Ao final, poderia o professor cobrar uma apresentação em

característica de avaliação apenas entre ele e a turma e, também, programar

uma apresentação à comunidade.

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PRODUTO EDUCACIONAL

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PRODUTO EDUCACIONAL

A LÂMPADA DE ARCO: MEDIADOR PARA A

REVISÃO DE CONCEITOS RELACIONADOS À

ELETRODINÂMICA

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SUMÁRIO

1.0 – APRESENTAÇÃO .................................................................................... 2

2.0 – APÊNDICE A ............................................................................................. 3

PLANOS DE ENSINO ..................................................................................... 3 CORRENTE ELÉTRICA ................................................................................. 4 CONDUTORES E ISOLANTES ..................................................................... 7 RESISTÊNCIA ELÉTRICA ........................................................................... 10

ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES ............................................................... 13 POTÊNCIA ELÉTRICA ................................................................................. 17 GERADOR ELÉTRICO ................................................................................. 20 LÂMPADA DE ARCO .................................................................................... 23

3.0 – APÊNDICE B ........................................................................................... 26 ROTEIRO PARA A LÂMPADA DE ARCO ................................................... 27

4.0 – APÊNDICE C ........................................................................................... 34 ATIVIDADE EXPERIMENTAL I .................................................................... 35 ATIVIDADE EXPERIMENTAL II ................................................................... 36 ATIVIDADE EXPERIMENTAL III .................................................................. 37 ATIVIDADE EXPERIMENTAL IV ................................................................. 38 ATIVIDADE EXPERIMENTAL V .................................................................. 39 ATIVIDADE EXPERIMENTAL VI ................................................................. 40 ATIVIDADE EXPERIMENTAL VII .............................................................. 41

5.0 – APÊNDICE D ........................................................................................... 42 QUESTÕES PROBLEMAS .......................................................................... 43

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1.0 – APRESENTAÇÃO

Ao professor,

Este produto educacional intitulado de “A Lampa de Arco: mediador

para a revisão de conceitos da eletrodinâmica” foi idealizado para ser

utilizado como meio de revisão de conceito e, com possibilidade de

proporcionar, no processo de ensino e aprendizagem, maior dinamismo nas

aulas e contextualização de conceitos científicos presentes na tecnologia

moderna.

Sua construção utiliza materiais de baixo custo e, consequentemente,

dispensa valores financeiros elevados.

Sendo um experimento para revisão de conceitos, propõe-se que este

seja aplicado ao final do semestre, em que se tenha especificado para

trabalhar a eletrodinâmica. Assim, o mesmo deve ser utilizado após os

estudantes já terem compreendido, teoricamente, os conceitos básicos,

científicos e fundamentais, presentes no cotidiano e na atual tecnologia.

Foram elaborados e apresentados os planos de aulas como

orientações para que o professor possa trabalhar os conceitos teóricos.

Nestes também se dispõe, se o professor desejar, de experimentos sem

nenhuma dificuldade para confeccioná-los, porém sendo capazes de

proporcionar a verificação empírica dos conceitos discutidos em cada aula.

Para a montagem do experimento se apresenta um roteiro bastante

simples. Listam-se os materiais necessários e, com significativa

simplicidade, descreve-se a montagem em seis passos.

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2.0 – APÊNDICE A

PLANOS DE ENSINO

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ESCOLA ESTADUAL DONA EVA

DISCIPLINA: FÍSICA

TURMA: 3º A

NÚMERO DE AULAS: 02 (1h 40 min)

TEMA: CORRENTE ELÉTRICA

I – TEMA:

CORRENTE ELÉTRICA

É característica dos metais apresentar uma grande quantidade de

elétrons livres. Consideremos então um fio metálico. Ao conectar suas

extremidades em polos de potencial diferente surge, naturalmente, no

interior deste fio um campo elétrico.

Os elétrons livres e imersos neste campo elétrico ficaram sujeitos a

uma força que os fará se mover de forma ordenada no sentido contrário a

este campo. “Ao movimento ordenado dos elétrons livres em um condutor

metálico, devido à ação de um campo elétrico estabelecido no seu interior,

damos o nome de corrente elétrica”.

Este tipo de movimento é definido como corrente real. No século

XVIII, acreditava-se que o fluxo de eletricidade era um movimento de

partículas positivas. Esta compreensão ficou definida e é aceita como

corrente convencional.

A intensidade da corrente elétrica definida por é a razão da variação

de carga (Δq) que atravessa uma dada superfície transversal ao fio

condutor, pelo intervalo de tempo (Δt).

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II – CONTEÚDO

Corrente elétrica

Efeitos da corrente elétrica

III – OBJETIVOS

Compreender o conceito e a descrição de Corrente Elétrica.

Compreender a causa e o sentido do movimento da corrente elétrica.

Reconhecer no cotidiano os efeitos promovidos pela corrente elétrica.

IV - METODOLOGIA:

Para motivação da aula serão, inicialmente, apresentadas as seguintes

perguntas:

O que vocês imaginam (pensamento inicial) ao ouvir a palavra

“corrente”?

E ao ouvir “corrente elétrica”?

No S.I. a corrente elétrica é o Ampere, em homenagem ao cientista francês André

Marie Ampere (1775-1836)

1𝐶

1𝑠= 1𝐴.

Imagem de um fio condutor e os portadores de carga atravessando uma área transversal.

Figura 1. Fonte: Alberto Gaspar

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O que, no dia a dia, as pessoas querem dizer quando pronunciam

“corrente elétrica”?

Por que levamos um choque maior, quando estamos molhados do

que quando estamos secos?

V - RECURSOS DIDÁTICOS

- Quadro

- Giz

- Datashow

- Atividade Experimental – I, II e III

VI – AVALIAÇÃO

Promover uma discussão com os estudantes e verificar a compreensão,

contextualização e fixação de assuntos relacionados com a dissipação de

calor em resistores de lâmpadas incandescentes, efeito de corrente elétrica

em bússola, celulares e computadores e a passagem de corrente elétrica por

meio de fluidos.

VII – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Disponível em: http://brasilescola.uol.com.br/fisica/os-supercondutores.htm.

Acesso em: 23 out. 2018.

Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/condutores-

isolantes.htm. Acesso em: 23 out. 2018.

BONJORNO, Regina Azenha et al. Física fundamental: volume único;

ensino médio. São Paulo: FTD, 1993.

GASPAR, Alberto. Física: eletromagnetismo, Física Moderna. v.3. São

Paulo: Ática, 2000.

BONJORNO, Regina Azenha et al. Física Completa: volume único; ensino

médio. 2ª Edição. São Paulo: FTD, 2001.

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ESCOLA ESTADUAL DONA EVA

DISCIPLINA: FÍSICA

TURMA: 3º A

NÚMERO DE AULAS: 01 (50 min.)

TEMA: CONDUTORES E ISOLANTES

I – TEMA:

CONDUTORES E ISOLANTES

Cotidianamente se está em contato com elementos que são

condutores elétricos e outros que são isolantes elétricos. O que diferencia

estes elementos, permitindo que uns possuam maior facilidade de conduzir

eletricidade do que outros é a estrutura atômica de cada substância.

Denominam-se condutores as substâncias nas quais os elétrons se

locomovem com facilidade por estarem fracamente ligados (mais distantes

do núcleo) aos átomos.

Por outro lado, chamam-se isolantes, ou dielétricos, as substâncias

nas quais os elétrons não se movimentam com facilidade, pois estão

fortemente ligados ao núcleo do átomo.

Os materiais denominados de semicondutores possuem propriedades

elétricas intermediárias entre condutores e isolantes. As condições físicas,

as quais o material é submetido, determinam se este se comportará como

condutor ou como um isolante. Estes materiais são largamente utilizados

pela indústria de eletrônicos para a composição de circuitos. O silício e o

germânio são exemplos de materiais com esta característica.

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II – CONTEÚDO

Condutor

Isolante

Semicondutor

Rigidez dielétrica

III – OBJETIVOS

Diferenciar materiais condutores e isolantes.

IV - METODOLOGIA:

Apresentar aos alunos um fio utilizado em instalações elétricas e questionar

sobre a função da parte “plástica” e da parte “metálica”.

Discutir e definir as características dos materiais condutores.

Discutir e definir as características dos materiais isolantes.

Apresentar a estrutura atômica de um elemento condutor e outro isolante.

Leitura de um texto abordando a categoria de materiais supercondutores.

V - RECURSOS DIDÁTICOS

Quadro

Giz

Atividade Experimental - IV

VI – ATIVIDADE AVALIATIVA

Realizar uma pesquisa sobre quais materiais são utilizados como

condutores.

Identificar outras aplicações dos materiais supercondutores.

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VII – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Disponível em: http://brasilescola.uol.com.br/fisica/os-supercondutores.htm.

Acesso em: 22 out. 2018.

Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/condutores-

isolantes.htm. Acesso em: 22 out. 2018.

BONJORNO, Regina Azenha et al. Física fundamental: volume único;

ensino médio. São Paulo: FTD, 1993.

FÍSICA, eletromagnetismo e física moderna; Alberto Gaspar... 2000.

BONJORNO, Regina Azenha et al. Física Completa: volume único; ensino

médio. 2ª Edição. São Paulo: FTD, 2001.

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ESCOLA ESTADUAL DONA EVA

DISCIPLINA: FÍSICA

TURMA: 3º A

NÚMERO DE AULAS: 02 (1h 40min)

TEMA: RESISTÊNCIA ELÉTRICA

I – TEMA:

RESISTÊNCIA ELÉTRICA

Resistência elétrica é a capacidade de um corpo qualquer se opor à

passagem de corrente elétrica, mesmo quando existe uma diferença de

potencial aplicada. Seu cálculo é dado pela Primeira Lei de Ohm e, segundo

o Sistema Internacional de Unidades (SI), é medida em Ohms. No início do

século XIX, o físico alemão Georg Simon Ohm (1787-1854) descobriu duas

leis que determinam a resistência elétrica dos condutores. Estas leis, em

alguns casos, também valem para os semicondutores e os isolantes.

Quando uma corrente elétrica é estabelecida em

um condutor metálico, um número muito elevado de elétrons livres passa a

se deslocar neste condutor. Neste movimento, os elétrons colidem entre si e

também contra os átomos que constituem o metal. Portanto, os elétrons

encontram certa dificuldade para se deslocarem, isto é, existe uma

resistência à passagem da corrente no condutor.

Os fatores que influenciam na resistência de um dado condutor são:

A resistência de um condutor é tanto maior quanto maior for

seu comprimento.

A resistência de um condutor é tanto maior quanto menor for

a área de sua seção transversal, isto é, quanto mais fino for o

condutor.

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A resistência de um condutor depende da resistividade do material do

qual este é feito. A resistividade, por sua vez, depende

da temperatura em que o condutor se encontra.

Estes fatores, que influenciam a resistência de um condutor, podem ser

resumidos pela Segunda Lei de Ohm, equação 16;

𝑅 =𝜌. 𝐿

𝐴

Em que,

R é a resistência elétrica do material;

ρ é a resistividade elétrica do condutor;

l é o comprimento do condutor;

A é a área da seção do condutor.

II – CONTEÚDO

Resistência Elétrica;

Definição matemática: primeira e segunda lei de Ohm;

Resistividade dos condutores;

Efeito Joule;

Resistores e circuitos;

III – OBJETIVOS

Reestruturar a compreensão do termo resistência pronunciado na linguagem

do dia a dia para com o conceito expresso na linguagem tecnológica e

científica.

Compreender a funcionalidade do resistor para diferentes circunstâncias.

Conhecer a forma geométrica e diferenciar os materiais que constituem cada

resistor.

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IV - METODOLOGIA:

Apresentar aos alunos um fio utilizado em instalações elétricas e questionar

sobre a função da parte “plástica” e da parte “metálica”.

Discutir e definir as características dos materiais condutores.

Discutir e definir as características dos materiais isolantes.

Apresentar a estrutura atômica de um elemento condutor e outro isolante.

Leitura de um texto abordando a categoria de materiais supercondutores.

V - RECURSOS DIDÁTICOS

Quadro

Giz

Atividade Experimental - VI

VI – ATIVIDADE AVALIATIVA

Realizar uma pesquisa sobre quais materiais são utilizados como

condutores.

Identificar outras aplicações dos materiais supercondutores.

VII – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Disponível em: http://brasilescola.uol.com.br/fisica/os-supercondutores.htm.

Acesso em: 27 out. 2018.

BONJORNO, Regina Azenha et al. Física fundamental: volume único;

ensino médio. São Paulo: FTD, 1993.

GASPAR, Alberto. Física: eletromagnetismo, Física Moderna. v.3. São

Paulo: Ática, 2000.

BONJORNO, Regina Azenha et al. Física Completa: volume único; ensino

médio. 2ª Edição. São Paulo: FTD, 2001.

.

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ESCOLA ESTADUAL DONA EVA

DISCIPLINA: FÍSICA

TURMA: 3º A

NÚMERO DE AULAS: 02 (1h 40min)

TEMA: ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES

I – TEMA:

ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES

Os resistores são dispositivos que transformam energia elétrica em

energia térmica por meio do Efeito Joule, dissipando assim a energia

produzida por uma fonte de tensão. Quando colocados nos circuitos

elétricos, estes têm o objetivo de limitar a corrente que atravessa o circuito.

Porém, nem sempre se pode encontrar um resistor com a resistência que se

precisa, mas se pode fazer uma combinação de resistores para obter um

valor equivalente ao necessário. Esta combinação é denominada

de associação de resistores. Existem, basicamente, duas formas possíveis

de conectar mais de um resistor em um circuito, são estas: em série e em

paralelo.

• ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES EM SÉRIE

A associação de resistores em série pode ser representada da seguinte

forma:

a) Associação de resistores em série conectado a uma fonte e percorrido por uma mesma corrente elétrica i. b) Resistencia equivalente referente a figura a).

a) b)

Figura 2. Fonte: https://blogdoenem.com.br/associacao-de-resistores-fisica-enem/

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Em uma associação em série, dois ou mais dispositivos são ligados

de forma que a corrente elétrica tenha um único caminho a seguir.

Algumas propriedades da associação de resistores em série.

i) Todos os resistores contidos no circuito serão percorridos pela mesma

corrente elétrica. Isso acontece pelo fato de a corrente elétrica dispor

somente de um caminho para fluir através do circuito. Sendo assim, para a

corrente elétrica da associação em série, tem-se:

i1 = i2 = i3 = ⋯ = in = i

ii) A diferença de potencial nos terminais da associação em série é igual à

soma das diferenças de potencial medidas entre os terminais de cada um

dos resistores associados, isto é, a ddp total aplicada através de um circuito

em série se divide entre os dispositivos elétricos individuais, de modo que a

soma das quedas de voltagem nos resistores individuais é igual à ddp total

mantida pela fonte.

U = U1 + U2 + U3 + ⋯ + Un

iii) A corrente elétrica, que atravessa o circuito, enfrenta a resistência do

primeiro dispositivo resistivo, a resistência do segundo, a do terceiro, e

assim por diante, de modo que a resistência total do circuito à corrente é a

soma das resistências individuais, que existem ao longo do circuito. Assim,

pode-se dizer que a resistência equivalente a uma associação em série de

resistores é igual à soma das resistências dos resistores associados.

Requivalente = R1 + R2 + R3 + ⋯ + Rn

• ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES EM PARALELO

A associação de resistores em paralelo pode ser representada da

seguinte forma:

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Considere-se então que a corrente elétrica que atravessa os

resistores tenha as respectivas intensidades: i1, i2 e i3.

Dessa forma, a intensidade i da corrente elétrica fornecida pela fonte

é dada por: i = i1 + i2 + i3.

A ddp em cada resistor é a mesma e pode ser obtida através da Lei

de Ohm.

II - CONTEÚDO

Associação de resistores

III - OBJETIVO

Conhecer e compreender os tipos de associação de resistores.

Comprovar, experimentalmente, as propriedades envolvidas na associação

de resistores.

IV - METODOLOGIA

Explicar teoricamente a associação de resistores em série e em paralelo.

Apresentar o aparato Atividade experimental – VII – (Apêndice C).

a) Resistores em série percorridos por diferentes correntes e conectados a mesma ddp. b) Resistencia equivalente referente a figura a).

a) b)

Figura 3. Fonte: https://blogdoenem.com.br/associacao-de-resistores-fisica-enem/

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V - RECURSOS DIDÁTICOS

Quadro

Giz

Data Show

Atividade Experimental VII – (Apêndice C)

VI – ATIVIDADE AVALIATIVA

Estimular os estudantes a uma discussão e verificar a ocorrência da

contextualização, compreensão e fixação do conteúdo, referente ao

consumo de energia quanto aos circuitos elétricos em residências, ruas

públicas, placas de computadores, carros e motocicletas.

VII – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Disponível em: https://educacao.uol.com.br/planos-de-aula/medio/fisica-

associacao-de-resistores-em-serie.htm. Acesso em: 23 out. 2018.

Disponível em: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/propriedades-

associacao-resistores-serie.htm. Acesso em: 23 out. 2018.

Disponível em: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/associacao-

resistores-paralelo.htm. Acesso em: 23 out. 2018.

Disponível em: http://brasilescola.uol.com.br/fisica/os-supercondutores.htm.

Acesso em: 23 out. 2018.

Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/condutores-

isolantes.htm. Acesso em: 24 out. 2018.

BONJORNO, Regina Azenha et al. Física Completa: volume único; ensino

médio. 2ª Edição. São Paulo: FTD, 2001.

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ESCOLA ESTADUAL DONA EVA

DISCIPLINA: FÍSICA

TURMA: 3º A

NÚMERO DE AULAS: 01 (50min)

TEMA: POTÊNCIA ELÉTRICA

I – TEMA:

POTÊNCIA ELÉTRICA

A palavra potência está presente no cotidiano, quando se quer referir

a carros, ao ferro de passar roupas, às torradeiras, aos chuveiros elétricos,

às lâmpadas elétricas entre outras coisas. Utiliza-se este termo para se

referir à capacidade de transformação de energia existente nestes

aparelhos.

Potência é a capacidade de transformação de energia. Na disciplina

de eletricidade interessa sempre é calcular a energia elétrica transformada ,

na maioria das vezes, em energia térmica, sonora e luminosa. Esta

grandeza se encontra especificada, por uma plaquinha, em todos os

aparelhos. Esta especificação é compreendida como sendo referência

nominal.

Na Física clássica newtoniana foi definida a potência como sendo a

razão entre o trabalho (energia) e o intervalo de tempo necessário para a

realização deste. A eletrostática apresenta que o trabalho necessário para

deslocar os elétrons no interior de condutor, ou seja, um resistor é:

𝝉𝑨𝑩 = 𝒒. (𝑽𝑨 − 𝑽𝑩) ou 𝝉𝑨𝑩 = 𝒒. 𝑼

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Dividindo ambos os lados da segunda equação pelo intervalo de

tempo: .

Tem-se para a potência elétrica: P = U.i

Por fim, “a potência dissipada P em um trecho AB de um condutor

qualquer é dada pelo produto da ddp U, entre os pontos A e B, pela

intensidade da corrente elétrica entre esses pontos”.

Para um resistor ôhmico, utilizando a primeira Lei de Ohm, a potência

dissipada pode, também, ser encontrada por:

𝑷 = 𝑹. 𝒊𝟐 𝑷 = 𝑼𝟐

𝑹

II - OBJETIVOS:

Diferenciar o conceito popular de Potência e Potência elétrica;

Compreender potência como dissipação de energia;

Realizar leituras nominais em aparelhos;

Interpretar a conta da energia elétrica;

III - CONTEÚDO:

A relação entre corrente elétrica, resistência e tensão;

Primeira e segunda Lei de Ohm;

Dissipação de energia;

Efeito Joule.

IV - METODOLOGIA:

Aula Expositiva sobre Potência Elétrica

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V - RECURSO DIDÁTICO:

Quadro, giz

Datashow

Atividade experimental V – (Apêndice C)

VI – ATIVIDADE AVALIATIVA

Identificar os aparelhos elétricos que são os “vilões” do consumo da energia

elétrica, e quais cuidados se deve ter para contribuir com o consumo

consciente da energia elétrica?

VII - BIBLIOGRAFIA:

Disponível em: http://brasilescola.uol.com.br/fisica/os-supercondutores.htm.

Acesso em: 14 nov. 2018.

Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/condutores-

isolantes.htm. Acesso em: 13 nov. 2018.

BONJORNO, Regina Azenha et al. Física fundamental: volume único;

ensino médio [et 2ª Edição. São Paulo: FTD, 1993.

GASPAR, Alberto. Física: eletromagnetismo, Física Moderna. v.3. São

Paulo: Ática, 2000.

BONJORNO, Regina Azenha et al. Física Completa: volume único; ensino

médio. 2ª Edição. São Paulo: FTD, 2001.

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ESCOLA ESTADUAL DONA EVA

DISCIPLINA: FÍSICA

TURMA: 3º A

NÚMERO DE AULAS: 02 (1h 40min)

TEMA: GERADOR ELÉTRICO

I – TEMA:

GERADOR ELÉTRICO

O gerador elétrico é um mecanismo que transforma energia

mecânica, química ou outra forma de energia em energia elétrica. O gerador

elétrico mais comum é o dínamo (gerador de corrente contínua) de bicicleta,

tendo já sido estudado em “como funciona um dínamo”. O gerador elétrico é

o agente do circuito que o abastece, fornecendo energia elétrica às cargas

que o atravessam.

Sabe-se que um gerador possui dois polos, um positivo e outro

negativo, ou seja, um polo de maior e outro de menor potencial elétrico.

Quando se ligam os terminais de um circuito nos polos do gerador, têm-se

um movimento ordenado de cargas elétricas, isto é, a corrente elétrica. O

gerador tem como função levar as cargas elétricas negativas para o polo

negativo da bateria, ou seja, um lugar em que estas cargas nunca chegariam

naturalmente. Feito isto, elas irão fluir por meio do circuito na direção dos

potenciais mais elevados.

A força eletromotriz do gerador é a razão entre o trabalho realizado e

a quantidade de carga movimentada. No SI, o trabalho é medido em joule e

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a quantidade de carga elétrica é medida em coulomb, logo a força

eletromotriz é medida em joule/coulomb (J/C). Esta unidade e o volt (V).

O gerador é representado pela seguinte figura:

Ao estabelecer uma diferença de potencial, o gerador faz com que

uma corrente elétrica circule e esta passando por condutores encontra,

sempre, determinada resistência. Esta resistência é considerada como

resistência interna do gerador.

𝑼 = 𝜺 − 𝒓. 𝒊

Em que 𝜀 é a força eletromotriz do gerador, r é a resistência interna e

i, a corrente elétrica que o atravessa.

II – OBJETIVOS

- Compreender o conceito de gerador elétrico em termos científicos;

- Descrever o conceito de fem;

- Diferenciar fem e tensão;

- Definir as causas da dissipação de energia;

- Deduzir a equação do gerador;

- Diferenciar resistor interno e resistor externo;

Representação de um gerador com a resistência interna, a tensão útil e o sentido do movimento de corrente.

Figura 4. Fonte: https://interna.coceducacao.com.br/ebook/pages/1439.htm

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III – CONTEÚDOS

- Corrente elétrica;

- Condutor;

- Resistencia elétrica;

- Diferença de potencial;

- Circuitos;

IV – METODOLOGIA

Aula expositiva teórica sobre o conteúdo programático.

Apresentação de alguns tipos de geradores.

V - RECURSOS DIDÁTICOS

- Quadro, giz e apagador

- Datashow

VI – ATIVIDADE AVALIATIVA

Promover uma discussão referente aos diferentes tipos de geradores:

dínamo de bicicleta, pilhas, geradores elétricos de fazenda, usinas

hidrelétricas, usinas nucleares, energia eólica. Verificando o nível de

compreensão e fixação quanto aos conceitos fundamentais do gerador: fem,

tensão, dissipação de energia, transformação de energia.

VII – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Disponível em: https://www.efeitojoule.com/2008/11/gerador-geradores-

gerador-eletrico.html. Acesso em: 22 set. 2018.

Disponível em: http://brasilescola.uol.com.br/fisica/os-supercondutores.htm.

Acesso em: 21 out. 2018.

BONJORNO, Regina Azenha et al. Física Completa: volume único; ensino

médio. 2ª Edição. São Paulo: FTD, 2001.

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ESCOLA ESTADUAL DONA EVA

DISCIPLINA: FÍSICA

TURMA: 3º A

NÚMERO DE AULAS: 01 (50 min.)

TEMA: APLICAÇÃO DA LAMPADA DE ARCO

I – TEMA:

LÂMPADA DE ARCO

A Lâmpada de Arco foi uma invenção ocorrida no século XIX pelo

químico inglês Humphry Davy (1778-1829). Pouco tempo após sua

invenção, esta foi utilizada para iluminação pública.

Nos dias de hoje, a industrialização comercial é incompatível em

consequência dos valores financeiros e sua tecnologia ultrapassada para o

século XXI.

Como meio didático, a Lâmpada de Arco apresenta inúmeras

contribuições para a revisão de conceitos ou mesmo para a introdução

destes mesmos conceitos. Seu funcionamento envolve inúmeros conceitos

referentes à eletrodinâmica e também à eletrostática. Todavia, o assunto

abordado fica a critério do planejamento de cada professor.

II – CONTEÚDO

Condutor

Corrente elétrica

Resistor

Resistividade

Circuito

Associação de resistores

Diferença de potencial

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III – OBJETIVOS

Revisar os conceitos da eletrodinâmica.

Contextualizar os conceitos da eletrodinâmica com a utilização em um

experimento de baixo custo.

IV - METODOLOGIA:

Relembrar com os estudantes os conceitos da eletrodinâmica estudados de

forma teórica.

Discutir a possibilidade de relacionar, em um único contexto, os temas

estudados.

Refletir a presença dos conceitos da eletrodinâmica na tecnologia moderna.

Distribuir o questionário como meio de motivar e problematizar os conceitos.

Proporcionar um tempo para a leitura do questionário.

Montar a Lâmpada de Arco na presença de todos os estudantes.

V - RECURSOS DIDÁTICOS

Quadro (lousa)

Pincel

Questionário em xerox

Lâmpada de Arco

VI – ATIVIDADE AVALIATIVA

Motivar os estudantes a descreverem o funcionamento da Lâmpada de Arco

relacionando os conceitos estudados teoricamente.

Atividade experimental – Lâmpada de Arco - (Apêndice B)

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VII – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GASPAR, Alberto. Física: eletromagnetismo, Física Moderna. v.3. São

Paulo: Ática, 2000.

Disponível em: http://www.if.ufrgs.br/fis/EMVirtual/crono/lamp_arc.html.

Acesso em: 25 out. 2018.

Disponível em: https://www.ilunato.com.br/blog?single=Arco-Voltaico.

Acesso em: 20 out. 2018.

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3.0 – APÊNDICE B

ROTEIRO PARA LÂMPADA DE ARCO

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ROTEIRO PARA A LÂMPADA DE ARCO

• INTRODUÇÃO

A contribuição de qualquer experimento pode ser maior se este

estiver contemplado em um planejamento curricular. Neste roteiro é descrito

apenas o experimento Lâmpada de Arco. Apresenta-se como sugestão um

objetivo ideal para quando desejar utilizá-lo, o desenvolvimento teórico,

materiais utilizados, descrição de montagem e, por último, um questionário

capaz de contribuir para a aplicação e revisão dos conceitos relacionados à

eletrodinâmica.

• OBJETIVO

Revisar o conteúdo teórico referente à eletrodinâmica de forma

empírica e contextualizando esta disciplina, consequentemente,

proporcionando a possibilidade da reestruturação da linguagem coloquial

para outra mais científica referente aos conceitos e ao conteúdo da

eletrodinâmica.

• DESENVOLVIMENTO TEÓRICO

A eletrodinâmica é definida como sendo “o estudo das correntes

elétricas, suas causas e os efeitos que produzem no ‘caminho’ por onde

passam os portadores de carga elétrica livres” (HELOU 2012, p.112 et a l).

Este é um conteúdo que, tradicionalmente, é trabalhado no terceiro ano do

Ensino Médio.

A eletrodinâmica é uma disciplina com muitos conteúdos que,

normalmente, são trabalhados de forma teórica com assuntos e/ou temas

individualizados, por exemplo, corrente elétrica, diferença de potencial (ddp),

resistividade, potência elétrica, associação de resistores e geradores.

De forma prática, no dia a dia, não se tem contato de forma empírica,

isto é, por meio da visão e do tato, de um elétron, corrente elétr ica ou

mesmo potência elétrica, por exemplo. No cotidiano, as pessoas se

relacionam com aparelhos nos quais já se encontram potencializados,

empiricamente, todos estes conceitos desde uma lanterna, aparelhos

simples, até um tablet, aparelho já bem mais sofisticado.

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Desde o aparelho mais simples ao mais sofisticado, para o seu

funcionamento, estes se encontram dependentes dos portadores de carga,

que constitui o conceito de corrente elétrica definido como sendo, nas

palavras de Helou et al (2012, p. 113): “o movimento ordenado com direção

e sentidos preferenciais”.

Estes portadores, aos quais se constitui a corrente, segundo Gaspar

(2000, p. 107) são: “elétrons nos sólidos e elétrons ou íons positivos ou

negativos nos líquidos e gases”.

Conforme Gaspar (2000), qualquer que seja o aparelho eletrônico,

este é constituído, também, por condutores, isto é, fios metálicos que se

unem proporcionando condições para que a corrente possa descrever ciclos.

Qualquer objeto material pode ser analisado na perspectiva de bom

ou mau condutor. Os bons geralmente são metais. Os átomos que

constituem estes metais são possuidores de elétrons livres, isto é, elétrons

que apresentam capacidade de se locomoverem de forma aleatória ou com

sentido definido, se este condutor possui diferença de potencial em seus

extremos.

Outros materiais que não são metais apresentam dificuldade quanto à

liberdade de locomoção dos elétrons. Daí surge o termo conhecido como

resistividade, o qual pode ser definido como sendo um “condutor

homogêneo de seção transversal uniforme e proporcional ao seu

comprimento e inversamente proporcional à área de sua seção transversal e

depende do material e da temperatura” (HELOU, 2012, p. 136).

Na prática tecnológica, a resistividade é utilizada como um “aparelho”

nomeado de resistor e sua funcionalidade satisfaz inúmeras situações. O

resistor, dependendo de sua resistividade, pode ser utilizado simplesmente

para “dificultar” a passagem da corrente elétrica. Em outros casos , o mesmo

tem a função de realizar o efeito joule, isto é, dissipar energia elétrica em

forma de energia térmica.

A função de um gerador, considerado como agente externo, é a de

realizar trabalho, isto é, transportando carga de um polo do condutor ao

outro. “Pode se medir o trabalho realizado pelo gerador pela quantidade de

carga movimentada por ele, em uma relação proporcional direta: quanto

maior o trabalho maior a quantidade de energia” (GASPAR, p. 142).

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Entre tantos geradores, os mais conhecidos e capazes de

proporcionar corrente contínua são as pilhas e as baterias de automóveis.

Assim, qualquer aparelho eletrônico tem seu funcionamento a partir

de um gerador que impulsiona o movimento dos elétrons definindo um

sentido e, então, estabelecendo uma corrente elétrica, que percorre pelos

condutores até os receptores, lâmpadas e outros. Todo este sistema se

caracteriza como circuito elétrico.

• MATERIAIS UTILIZADOS

Os materiais que serão utilizados na construção deste experimento

intitulado Lâmpada de Arco são todos considerados de baixo custo. Os

materiais são:

- Madeira MDF 1,5(A) x 40(L) x 50(C) cm;

- Vasilhame de vidro, capacidade 1L;

- Resistência de chuveiro (220V – 4400W);

- 2 cap ¾;

- 4 garras de jacaré;

- 2,0 m de fio de cobre - calibre 8;

- Carvões retirados de pilhas médias;

- 60 cm de cano PVC de 2,5 polegadas;

- Interruptor;

- Extensão elétrica;

- Terminal Botinha.

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• DESCRIÇÃO E MONTAGEM DO EXPERIMENTO

Todos os itens descritos anteriormente deverão estar fixados em uma

plataforma MDF de dimensões 1,5x40x50 cm. A montagem segue os

seguintes passos:

1º Passo:

Após perfurar os dois cap ¾, cada um deverá ser parafusado em um

terminal botinha nº 50, no qual será preso, por sistema de pressão, as

resistências de carvão.

2º Passo:

O fio condutor calibre-8 deverá ser dividido em dois, sendo um de 1m

e outro de 80 cm. Em uma de suas extremidades deverá ser conectada uma

garra de jacaré em cada um.

Montagem do Cap 3/4 , terminal botinha e o eletrodo de carvão.

Montagem fio condutor e a garra de jacaré.

Figura 5. Fonte: Próprio autor.

Figura 6. Fonte: Próprio autor.

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3º Passo

A extremidade do fio, que não tem a garra de jacaré, deverá ser

“passada” por dentro do cano PVC 30 cm e, então, ser preso nos terminais

botinha junto com os caps.

Este terminal será conectado ao interruptor.

4º Passo:

O segundo terminal – terminal botinha, resistência de carvão, cap, fio

e cano PVC – deverá ser conectado, diretamente, na resistência de

chuveiro.

Primeira montagem de um dos suporte: Cap ¾, terminal botinha, eletrodo de carvão, fio condutor com a garra jacaré e o suporte de cano pvc.

Segunda montagem de outro suporte: Cap ¾, terminal botinha, eletrodo de carvão, fio condutor com a garra jacaré e a resistência de chuveiro.

Figura 7. Fonte: Próprio autor.

Figura 8. Fonte: Próprio autor.

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5º Passo

Deverá ser fixado em uma das extremidades de outro fio de calibre 8,

com aproximadamente 60 cm, mais uma garra de jacaré. Este será

conectado na resistência de chuveiro e no terminal interruptor.

6º Passo:

Por fim, todos estes equipamentos deverão ser montados na

plataforma de MDF. Nesta, completando o experimento, deverá também ser

colocado, em seu lugar, o vasilhame no qual ficará a água e a resistência de

chuveiro.

Este experimento pode ser utilizado em duas condições, primeiro,

com os fios expostos. Tal situação possibilita que os estudantes visualizem o

circuito.

Fio condutor e garra jacaré. Suporte da figura 8, com o condutor da figura 9 conectado ao interruptor.

Lâmpada de arco com circuito exposto acima da plataforma.

Figura 9. Fonte: Próprio autor.

Figura 10. Fonte: Próprio autor.

Figura 11. Fonte: Próprio autor.

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Outra situação é passar os fios por debaixo da plataforma de MDF. O

experimento tem a mesma funcionalidade, entretanto, o circuito não fica

visível aos estudantes.

A Lâmpada de Arco em funcionamento com o circuito exposto:

Em consequência da intensidade da luz é necessário que sejam

usados óculos escuros para proteção dos olhos.

Lâmpada de arco com circuito interno aos suportes de pvc e por debaixo da plataforma.

A lâmpada de arco em funcionamento com os circuitos expostos externos aos suportes e sob a plataforma.

Figura 1. Fonte: Próprio autor.

Figura 13. Fonte: Próprio autor.

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4.0 – APÊNDICE C

ATIVIDADE EXPERIMENTAL

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ATIVIDADE EXPERIMENTAL I

EFEITO MAGNÉTICO

Utilizado para demonstrar os efeitos da corrente elétrica em algumas

propriedades magnéticas da bússola.

OBJETIVO:

Apresentar, experimentalmente, alguns dos efeitos da corrente elétrica.

Materiais:

- Uma bússola (O professor poderá propor a montagem de uma bússola em

sala de aula).

- Fios de cobre

- Parafusos

- Suporte para pilhas

- Garras/jacarés

- Madeira MDF (Base)

- Pilhas

Circuito elétrico utilizando pilhas como gerador de correte e um bussola para demonstração da interação entre corrente elétrica e campo magnético.

Figura 14. Fonte: Próprio autor.

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ATIVIDADE EXPERIMENTAL II

EFEITO TÉRMICO OU JOULE

Utilizado para demonstrar os efeitos em condutores, quando percorrido por

uma corrente elétrica em seu interior.

OBJETIVOS:

Demonstrar, de forma empírica, o efeito joule com a utilização de materiais

simples e acessíveis.

Materiais:

- Palha de aço

- Suporte para pilha.

- Fios de cobre.

- Pilhas.

- Garras/jacarés

Circuito utilizando pilhas como gerador de corrente elétrica e esponja de aço para demonstração do efeito joule.

Figura 15. Fonte: Próprio autor.

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ATIVIDADE EXPERIMENTAL III

EFEITO QUÍMICO

Determinados fluidos também são condutores de corrente elétrica.

OBJETIVOS:

Demonstrar os efeitos da corrente elétrica em soluções eletrolíticas.

Materiais:

- Suporte para pilhas

- Fios de cobre

- Vasilhame de vidro

- Garras/jacarés

- Pilhas

- Solução: água e limão

Circuito elétrico com a utilização de pilhas como gerador de corrente elétrica, led e uma solução aquosa. Experimento utilizado para a demonstração de solução aquosa como condutores de corrente.

Figura 16. Fonte: Próprio autor.

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Fonte: Próprio autor

ATIVIDADE EXPERIMENTAL IV

BONS E MAUS CONDUTORES

Com este simples experimento é possível demonstrar os bons e maus

condutores.

OBJETIVO:

Demonstrar, experimentalmente, que os metais são melhores condutores

que os não metais.

MATERIAIS:

- Plataforma de madeira MDF

- Fios condutores de cobre

- Garras jacaré

- Suporte para pilhas

- Pilhas

- Metal ferro

- Madeira

- Plástico

- Vidro

- LED

Circuito formado com pilhas como gerador de corrente elétrica, led, caneta plástico, vidro, colher, fio de cobre, madeira. Experimento utilizado para demonstração de bons e maus condutores.

Figura 47. Fonte: Próprio autor.

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ATIVIDADE EXPERIMENTAL V

POTÊNCIA E REFERÊNCIAS NOMINAIS

Cada parelho eletroeletrônico dissipa uma potência. Estes valores potenciais

podem ser encontrados em pequenas placas presentes nos aparelhos.

OBJETIVO: realizar a leitura das plaquinhas de identificação da referência

nominal em alguns aparelhos elétricos.

MATERIAIS:

- Lâmpada fluorescente;

- Fonte de computador;

- Caixas de som;

- Barbeador.

Aparelhos: bateria de computador, caixas de som, barbeador e lâmpada elétrica. Utilizados para demonstração referencias nominais em relação a potencia e tensão.

Figura 58. Fonte: Próprio autor.

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ATIVIDADE EXPERIMENTAL VI

DIFERENTES RESISTORES

O resistor apresenta inúmeras e diferentes aplicabilidades na prática. Esta

aplicação pode ser percebida a partir de simples e diferentes resistores

presentes em nosso cotidiano.

OBJETIVO:

Proporcionar aos estudantes que os mesmos conheçam resistores em

diferentes modelos – com formas geométricas – e funcionalidade.

Materiais:

- Mergulhão

- Resistência de churrasqueira

- Lâmpada

- Resistência de filme de carbono

- Resistência de chuveiro

Resistencia de cerâmica, chuveiro, mergulhão, lâmpada e churrasqueira. Utilizados para demonstrar os diferentes resistores e suas funções.

Figura 69. Fonte: Próprio autor.

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ATIVIDADE EXPERIMENTAL VII

ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES

Na aplicação tecnológica, os resistores podem ser utilizados,

individualmente ou associados a outros, segundo a necessidade.

OBJETIVO:

Apresentar e demonstrar, experimentalmente, as possíveis associações de

resistores.

Materiais:

- Suportes para pilhas.

- Fios de cobre

- Garras de jacaré

- Lâmpadas de led.

Circuito elétrico com a utilização de pilhas como gerador de corrente elétrica, fios condutores e lâmpadas de led. Utilizados para demonstração de associação de resistores e geradores.

Figura 207. Fonte: Próprio autor.

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5.0 – APÊNDICE D

QUESTÕES PROBLEMAS

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QUESTÕES PROBLEMAS

1 - Após ligar o interruptor, como você percebe que há corrente elétrica no

circuito?

2 - É possível ou não afirmar que neste circuito existe campo elétrico? De

que forma é possível observar isso?

3 – Qual é melhor condutor: o carvão, os fios de cobre ou a resistência

metálica do chuveiro?

4 - Entre o carvão, os fios de cobre e a resistência do chuveiro, qual,

possivelmente, tem maior resistividade?

5 – Pode-se utilizar outro tipo de resistência no lugar do carvão?

6 - O circuito está ligado em série ou em paralelo?

7 – Se fosse trocada a resistência de chuveiro, primeiramente, por uma

lâmpada de 100W e, posteriormente, por outra de 40W, em qual momento a

luminosidade da Lâmpada de Arco seria maior?