A Louca Do Jardim

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    Copyright 2006 Associação dos Prop

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     A arco 'amarotti (inmemorian

     Aos circenses. cujo amor Sate n!o dei/a morrer 

    o rnco.

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    A louca do jard imdrama circense em 0

    atos ajor 'laudino dos

    a&os

    Persona&ens2

     Al3erto

    Al!ertina

     A4onso

     Antunes

    Policial

    uarda

    'r iado

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    I º

    ato

    + Casa ricamente mobiliada, jarros com llorcs, umportac!apéus, um

    centro de mesa, etc" #m cena, J$lia, so%in!a, lendo"&

    56lia - e 7ue me ser8e estar lendo se nada eu compreendo9

    :en;o o esprito pertur3ado e o coraç!o so3ressaltado. -me a carta. preino-o, por#m. ue se continuares a me

    tra=er carta dauele ;omem. dispenso-o da min;a casa.

    'riado -Sim. sen;ora. (Sa'"&

    lia +s@, triste, - !o deo ler esta carta. as n!o, a curiosidade na

    mul;er # insensata (lendo a carta& Buerida 6lia. ontem ao sair da sua

    casa. iuei 3astante triste com as palaras ue me diri&iu. peço-l;ee en;a encontrar-se comi&o para contar-l;e uma trama CD' est!o

    preparando contra a sen;ora. "u, por#m. sen;or de todas as

    perip#cias. ;ei de salá-la custe o ue custar.B

    6lia +E parle" amassando a carta, iogandoa fori} -"m3usteiro. ue

    tramas poder!o estar preparando contra mim se io ;onestamente em

    meu lar, se n!o oendo a nin&u#m9

    'riado - % sen;or Aonso pede permiss!o para entrar.

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    lia - i&a ue n!o posso rece3>-lo. ue meu marido n!o se

    encontra cm casa.

    'riado - Sim. sen;ora. (Sai"&

    lia - "u n!o Fero estar um minuto a s@s com o sen;or Aonso.

    sen!o. c;e&aria ao con;ecimento de Al3erto. e ent!o...

     A4onso (entrando cinicamente, - "nt!o 8ejo 7ue n!o leu a min;a

    carta. tanto ue n!o se di&nou a rece3er-me.

    56lia (austera& - as o sen;or te8e a ousadia de entrar em min;a

    casa mesmo sem o meu consentimento. apesar de l;e mandar di=er 

    GHue meu marido n!o estaa em casa e ue n!o podia rece3>-loI

     Aonso -A intimidade Fe ten;o com Al3erto autori=a-me a entrar cm

    sua casa mesmo ele n!o estando...

    lia-A intimidade n!o constitui uma licença. % ;omem GHuc se

    pre=.a. por sua pr@pria di&nidade dee respeitar o lar al;eio. o lar 

    dac?ele c?e se dá o doce nome de ami&o. % sen;or esuece as re&ras

    da ciilidade. tenta sedu=ir a esposa de um ami&o seu. uerendo eri-la no ue ela tem de mais puro e sa&rado2 a ;onra. Já muito tempo

    GHue ten;o ontade de l;e di=er tudo isso. mas temia um desenlace

    entre o sen;or e Al3erto. mas pre8ino-o2 se o sen;or continuar com

    isso, porei tudo cm pratos limpos, suceda o ue suceder. ()ate op#.

     Aonso (c'niaJ,Asen!ora está muito e/altada, dona lia. mais

    moderaç!o. mais rele/!o. 'onesso c?e ten;o sido um pouco

    mprudente, mas uando se ama ielmente, ica-se louco, capa= de

    praticar as mais indi&nas aç$es. Peço-l;e c?c me perdoe e conceda-me

    um pouco de sua 3eneol>ncia. 

    56lia (austeri& - !o posso ser 3en#8ola para c?em 7uer -atirar-

    me na perdiç!o, para uem n!o con;ece GHue io na maior ;armonia

    com meu marido.

     Aonso (*nico& ncia, a causa disso # uma amante com uem &asta somas a3ulosas

    de din;eiro. %s credores

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    reoltados com oseu mau procedimento  moem-l;e uma aç!o  judicial

    ue l;eserá  atal.  a  runa. "le.  GH ue  tem consi&o al&uns contos de

    r#is. pr epara uma .u&a para a "uropa leando consi&o a amante.

    56lia (austera& - K 4alsoI Al3erto # dotado de sentimentos

    no3res, jamais procederá desta maneirai

     Aonso  +ri ndo"entreg al!e uma caria&

      "nt!o  leia  esta  carta  e  medi&a se sou alsário.

    56lia (arrebataacarta el+& B7uerido Al3erto. esperei-te

    ontem.n!o me deste o pra=er da tua 8isita. "spero-te ;oje. Peço-

    te, GH uando 8ieres te encontrar comi&o 7ue tra&as al&um din;eiro

    para comprar al&o 7ue 4alta para nossa ia&em. uero apresentar-

    me na "uropa di&na do ;omem ue amo. :ua amante. Jenr l7u. eta.B

    56lia (/riste& - eu eus. será 8erdade o 7ue di= esta carta9

    Será 7ue Al3erto a3andona sua esposa por uma mul;er 7ual7u. er9

    Será possel a3andonar sua il;a deiLando-a desamparada9 ( tristt-

    !o. esta carta n!o #

    erdadeira porGHue uando o ;omem tem amantes, trata mal sua

    esposa. e Al3erto sempre me trata com carin;o.

     Aonso -:udo isso T estrat#&ia de  Al3erto para mel;or lear  a eeitoseus planos...

    6lia  -Sen;or   Aonso.  se  porentura  isso  ier   a  acontecer .sa3erei

    tra3al;ar para comer  o p!o min&uado de cada dia. para mime min;a

    il;a.

     Aonso ( %ombando & !oacredito ue uma mul;er acostumada a ier 

    na opul>ncia su je ite-se a comer o p!o min&uado de cada dia.6lia - Antes comer o p!o min&uado de cada dia. iendo com ;onr a.

    do ue ser amante de um ente despre=el eito o sen;or.

     Aonso  +.ai   a  el a& -  ona  56lia.  conesso  ue  ten;o  sido  umpouco

    imprudente.  mas  uandose  ama  ielmente.ica-se  louco.  capa=  de

    praticar as mais indi&nas aç$es.Peço ue me perdoe e prepare-se para

    a3raçar -me.

    6lia - !o me toue, sedutor in4ame, seisto ier a acontecer.

    sa3erei manter-me na atitude ue manda meu deerde esposa e

    m!e.

     A4onso (irado& - ona 56lia . n!o 7ueira dei/ar-me 4a=er a7uilo

    GHue n!o tenciono.

    56lia (%ombando& -A mim nada poderá 4a=er,pois ten;o meu marido

    para decnder-me.

     Aonso - K dele mesmo I.le sa3erei in&ar -me.

    6lia ( austeri/ !o temo asua in&ança. odeio-o. despre=o-o.()atel!eno

    rosto esai"&

     A4onso (passa amo norosto com dio& - "spere pela min;a8in&a

    nça. ela será ter relI unca mais 3aterá na ace de um ;omem, eu te

     juroI Jei de a=er com .(' o pun;al do teu marido ten;a como 3ain;ao

    teu coraç!o ( 1ra uma cigarreira do bolso, p2e em cima do centro"& "sta

    ci&arreiraserá min;a eterna in&ança. A;I A;l A;I (Sa' sgargal!adas"&

    56lia (preocupada&- !o mandei c;amar o Al3erto temendo um conlito.

    mas o sen;or Aonso icou sa3endo ue as mul;eres disp$em de uma

    armaterrel. as m!os para es3oetear a cara da7u. eles 7I.le uerem l;e altar

    com o de8ido r espeito. + 4riste" com acarta na mo"&

    ( #ntra Alberto, tiraopalet" p2e nocabidee .ai atéJ$lia" 5alando"J$lia rasga

    acarta"&

     Al3er to - "staas cansada de me esperar.;ein uerida9 ( )eijaa" &

    6lia +tri sle, -!o T teu costume sempre c;e&ar   tarde em casa.

     Al3erto-em posso ir cedo ( ol!andoa&" o 7(e esta8alendo ue

    ras&aste com a min;ac;e&ada9

    56lia - (ma carta de uma ami&a.

     Al3erto- 7ue te mandou di=er esta ami&a ue estás com os ol;os

    ermel;os de c;orar9

    56lia (triste& - K 7ue me tratou com aspere=a.

     Al3erto - "nt!o n!o era tua ami&a. se assim osse, n!o te trataria com

    aspere=a, deias ter me dito para ue eu tomasse as deidas proid>ncias.

    56lia (alisandoa& Se n!o te mostrei Al3erto. 4oi pra n!o te

    contrariar.n!o a8alia a dor *6uesinto uando te ejo tr iste.

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     Al3erto-Sejamos rancos. 6lia, de uns tempos pra cá ten;o notado &rande dierença em ti.

    andas triste. pensatia. e n!o me a=es o carin;o de antes. 6lia -A;l Al3erto. como ;ei de

    ter ale&ria endonossa il;a t!o doentin;a9  Al3erto - Porue uma il;a está doente a

    mul;er n!o dee distrair-se do marido. ademais a doença de Al3ertina # pura dentiç!o.

    6lia - Para uma m!e e/tremosa. GHual7uer incMmodo do seu il;o ou il;a. causa-l;e pesar.

    7Fando Al3ertina &eme. s!o pun;ais 7ue ultrapassam meu coraç!o.

     Al3erto (be*aa&- "stás muito elo7Nente, 7uerida 56lia, 8á pMr o jantar 7ueeu ou er Al3ertina.6lia - " por 7ue n!o ens9 (Sai"&

     Al3erto (s0&�  Pouco me demorei. + 7endo cigarreira& (ma ci&arreira em min;a casa9 e

     Aonso n!o #. pois con;eço a sua. de Antunes tam3#m n!o, pois está doente. enim. 6lia ai

    me di=er GHuem estee a7ui.

    56lia (enl5ilndo&- % jantar está na mesa. como ac;aste Al3ertina9 Al3erto (irado& - !o ui

    >-la e n!o uero jantarI

    56lia (calma&- Por  7ue,  Al3erto9

    O Al3erto- Por7ue estou indisposto. lia - At# para er

    tua il;a9 Al3erto - Para tudo. 6lia. 7uando me entra na ca3eça uma suspeita. 6lia (espantada& -

    Suspeita de 7u>, Al3erto9

     Al3erto - K 7(e 7uero sa3er 7uem estee aGHui. 6lia (calma& -A7ui9...

     A7ui n!o este.e nin&u#m.

     Al3erto- " por  7ue 4icaste pálida com uma simples per&unta9 56lia - K por GH ue...

     Al3erto -A7ui estee al&u#m, amos. di= de GFcm # esta ci&arreiraI llia - !o sei.

     Al3erto.

     Al3erto - !o sa3es9

    56lia- 'omo GHueres GHue cu sai3a se aGFi em nossa casa todos os dias 8>m ami&os teus9 7ueresGFe 7uando saiam eu lGHue E cata do 7.(e eles dei/aram9

     

     Al3erto - :ens ra=!o. 6lia. "u perdi a ca3eça.

    lia - i=es antes ue perdeste a coniança GFe tin;a cm tua esposa. Al3erto - em,

    n!o alemos mais nisto. Pon;a o jantar ue eu ou er Al3ertina.

    lia - "la # t!o 3onita. n!o # Al3erto9  Al3erto - Sim.

    ela # o teu retratoI

    lia- 7ueres di=er 7ue eu sou 3onita9 Al3erto (beijandoa& - :u #s

    um anjo. lia.

    lia - lisonjeiro este 3eijo. tale= seja o ltimo. (Sai.)

     Al3erto - 'oitada. está impressionada. com receio 7ue a il;a morra e ela morra tam3#m.

    apesar de a doença de Al3ertina ser uma simples dentiç!o. (SaieJ$lia .ol/3"&

    56lia (pega a cigarreira&- "sta ci&arreira oi colocada a7ui de prop@sito pelo sen;or Aonso para

    7ue Al3erto suspeitasse 7ue al&u#m tee entreista comi&o e assim ;aer uma disc@rdia

    entre n@s.

     Al3erto- % jantar está @timo. mas n!o te i E mesa. 6lia - "u estaa...

     Al3erto-  Admirando esta ci&arreira 7(e de li # con;ecida.

    l6lia- "u n!oesta8a admirando esta ci&arreira. nem ela # de mim con;ecida. sosse&o e esprito s!o.

     Al3erto (so%in!o&- K do 7ue estou precisando.

     Aonso (entrando&%lá. Al3ertoI Passando por a7ui n!o poderia dei/ar de a=er uma isita aos

    el;os ami&os.

     Al3erto - ';e&aste 3em na ;ora. Q. Aonso. esta ci&arreira # tua9 (pega a

    cigarreira"&

     Aonso (deboc!ado, tira uma cigarreira do bolso& - !o. Al3erto. a min;a está a7ui. (Mostra"&

     Al3erto- K 7ue apareceu a7ui em min;a casae l6lia disse 7ue a7ui n!o estee nin&u#m.

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     Aonso ( parlt"8 e ato, ela &uardou sil>ncio. "nt!oaparece uma

    ci&arreira em tua casa e tua mul;er n!o sa3e de 7uem #. este # um

    eni&ma di4cil de decirar.'uidado. meu ami&o. as mul;eres s!o

    astutas. n!odi&o isto com a tua. mas lem3r as o ue aconteceu com o

     Anastácio9 'oniou demasiadamente na mul;er e um 3elo dia ela =arpou

    para a Am#rica do orte com o 5or&e. Al3erto (austero&- !o

    compare a min;a mul;er com aucla in4ame.

     Aonso ( c'nico& eus me lire. pois coniieço a irtude de dona lia e

    sua di&nidade. em. Al3erto. at# lo&o. (Sa,&

     Al3erto - At# lo&o .ami&oI  Aonso tem ra=!o. o ;omem n!o dee

    coniar demasiadamente na mul;er.

    'riado - (ma carta para dona

    lia. Al3erto ( ner.oso& - >-

    me a carta.

    'riado - isse-me o portador  7(. e entre&asse em m!os pr@prias.

    9Alberto tomaa caria" ocriadosai"& Al3erto- !o deo ler esta carta. as n!o... (m ;omem n!o dee ser 

    co8arde. # 3om sa3er o 7ue ela di=. se esta carta 4or de al&um

    amante. tu estás perdida 56lia (lendo a carl2"& Buerida 6lia, ontem ao

    sair de tua casa dei/ei por esuecimento min;a ci&arreira. peço ue

    tra&as uando ieres ;o je te encontrar comi&o no carramanc;!o do teu

     jardim. lu&ar a3ençoado pelo nosso amor. ada mais.do teu amante.

    PS.B

    (: parte& - %;. eusI como sou des&raçado... !o. n!o

    precipitemos as coisas. irei ao carramanc;!o. se encontrar al&um

    est&io (gritando&" ai de ti lia. ai de ti... (Sa' com umpun!al"&

    56lia (entrando tristci - S!o seis ;or as da tarde e Al3erto n!o 8eio

     jantar. ten;o notado de uns tempos pra cá &rande dierença em

     Al3erto. anda triste. pensatio e n!o me a= mais os carin;os de

    outrora. "stou acreditando no ue me disse osen;or  Aonso ...7uem

    duidará 755' por a n!o anda odedo do sen;or Aonso. despeitado com

    o ue cu5 l;e disse9 "stou resi&nada. Seja o ue eus uiser.U erdade

    7(e T ciumento. mas. pela carcia.tornar-se-ámei&o e 3ondoso.

     Al3erto ( entrandocom umpun!al, parte paracimadeJ$li a& -i= onome

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    do teu amante... já ue ele n!o tee cora&em de di=er na carta ue te eniouI lia 9a5l'ta&;ue #isto.

     Al3erto9 "u n!o ten;o amante. "nlouueccu. meu marido9

     Al3erto (irado& -:eu marido9 !o manc;es com esta 3a3a peçon;enta o nome BmaridoB. i= uem Tteu

    amanteI %i=GHuem# teuamanle para ue cu l;e arranue o coraç!o com este pun;al. já GHue ele n!o

    tee cora&em de di=er  na carta uele eniou. e a ti.des&raçada. enorcareiI

    6lia ( c!orando& - Por eus.cule peço. n!o me maltrates. Al3erto. eu n!o ten;o amanteI

     Al3erto - em 7ue me disse o A4onso. GFe as mul;eres s!o astutas . 6lia - A4onso9 ... Roi ele

    755em te disse isto9

     Al3erto (irado& - Roi ele. sim. ele T mais e/periente do GHue cu.

    l6lia -!o posso acreditar ue ele ten;a dilo semel;ante coisa. o sen;or Aonso # um em3usteiro.

     Al3erto - "nt!o duidas das min;as palaras. adltera. despre=elI

    6lia -%;. por piedade. Al3erto. n!o me c;ames por esle nome 4eio. ue n!o mereço.

     Al3erto (joga a carta aos pés deJ$lia& - "is a pro8a do delilo 7ue ten;o cm min;as m!os.

    6lia -Sou sincera e ;onesta. mas  já 7(' 755eres di4amar lua esposa

    dando o nome de ad6ltera despre=el . mata-me. pois preiro morr er do 7(.

    ' er sair dos lá3ios do meu marido um nome t!o ultrajante.

     Al3erto ( .aia ela com opun!al& - esejas morrer .pois morrerásI

    l6lia (ajoel!ase epe,gal!e a mo& -  Anles de matar-me. oue-me

    com atenç!o2 amei-te como os anjos amam a eus. amei-te como

    uma mul;er irtuosa pode amar o seu marido. A&ora. odeio-te porue

    ejo ue n!o ten;o marido esim um louco. "is o meu peito. crae nele

    este pun;al. em pa&a do 3em ue mei=este uando eu era uma @r!

    desamparada. mas ica na certe=a de ue ais matar uma inocente.

     Al3erto (dei

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    e/alarás teu ltimo suspiro em uma calçada ue te serirá de leito. ;ás

    de ier co3erta de andrajos. dormindo pelas calçadas, perse&uida pelo

    remorso. roda pelos ermes ...

    6lia -!o sejas t!o cruel. ue mal te i= para desejar -me tantas

    des&raças9I as estou resi&nada com min;a sorte.

     Al3erto (sai ) +

    "spera...ainda ais ter  a mais dura liç!o.56lia ( sozinha, empê} + uantas loucuras2. meu eus. será possel ue

    aelc ;omem n!o ten;a coraç!o9 Será possel ue n!o ;aja palaras

    ue o açam conessar a erdade9

     Al3erto ( entra comaneném) +eo min;a il;a. a uem nunca mais

    erás. n!o ero ue ela tome uturamente o teu e/emplo.

    l6lia +a.mçT, -!oI !o lee min;a il;a.  Al3erto. o direito 7Ie oc>

    tem como pai.ten;o cu ue sou m!e. n!o lee min;a il;a. por  eus eu

    te peçoI

     Al3erto (  empurra-a, el a ca + Rica-te, mul;er  inamei

    l6lia (tmnstomada)-Alberto, d>-me min;a il;a. eu sou pura. cu sou

    inocentei Aonso ( entra, cínico)- ona 56lia, se seu marido a3andonou-

    a. au estou para ampará-la.

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    2P ato

    (Jardim de umapraça do Recie! J"lia entra, cantando, com uma mochil!#,maltrapilha, etc!)

    56lia - 5> $ozeidias elizes

    5> zombeidasorte austera %o&e s' ii, penando

    5>no soumais*uem dantes era!

     +alando- lá lá se oram os dias mais eli=es de min;a ida. dias iidos ao lado da min;a il;a. ue era meu 3ot!o em

    lor. Al3erto. auele in&rato. ue era todo o meu encanto, a lu= da min;a 8ida. 7uantas 8e=es contemplei a71ele ente 7I1erido do meucoraç!o dando-l;e oconorto da min;a ami=ade sincera e a retri3uiç!o de meus aetosT ;oje. a3andonada de

    todos. co3erta de trapos. sem alento. e/austa. sinto o coraç!o erido pelo despre=o e me lançastes . Al3erto.  Al3erto

    ...corno oste in&rato. priaste-me de er min;a il;a, ue dolorosa miss!o. "m3ora aastada de todos. ejo-a retin;a cm meu

    coraç!o. sua o= ;armoniosa em meus ou8idos.  Al3ertina. como deerá estar crescida e ormosa.

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    a7ui parti a 8er se remedio o mal e repartir com ela o pouco 7ue

    resta da min;a ortuna.

    6lia ( entrando, senta no c!o& S@ a7(i encontro alio aos meus

    pesares. parece ue o destino para aui mecondu=iu2 uem sa3e se

     Al3erto e min;a il;a al&um dia n!o aparecem neste jardim9 as n!o...

    ;á uin=e anos io nessa ilus!o.

     Aonso  (   es pantad o,  ol !and oa&  -  K  ela.  con;eço-a  ainda.  ue

    espetáculo triste.  eu  eus,  cm ue estado  se encontra  esta  po3re

    mul;er .Sinto despedaçar   -me  ocoraç!o.  (? nd oael a"&  ona  56lia.  n!o

    me con;ece9

    lia ( calma& @o, n!o con;eço nin&u#m. uem T osen;or ue sa3e

    meu nome, já de todos descon;ecido9

     Aonso - Ainda ue tiesse passado cem anos. ;aia de l;e recon;ecer 

    e lem3rar  do seu nome.

    56lia - 7ual a ra=!o dessa sua

    lem3rança9 Aonso- Porue ten;o umadida a pa&ar -l;e. 56lia ( rindo& -  A mim9

     A4onso (calmo& Sim" a sen;ora .

    56lia- A mim nada dees .a n!o ser o miseráel dosen;or  Aonso.

    causador da min;a des&raça e o meu in&rato marido, 7ue n!o ou8iua

    8o= da min;a inoc>ncia e n!o se compadeceu das lá&rimas ue erti

    por min;a il;a.

     Aonso - "u con;eço  sua  ;ist@ria  e compreendo. 

  • 8/19/2019 A Louca Do Jardim

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     Aonso -Sou um in4eli= tam3#m. por#m um incli= moral.tra&o o coraç!o dene&rido pelas torpe=as ue

    pratiuei.procuro a=er al&um3em para minorar min;as culpas. para er se eusalcança perd!o para min;a alma

    atri3ulada pelos remorsos.

    56lia - "/istem crimes de tal nature=a 7ue eus n!o pode perdoar. "u con;eci um;omem ue praticou um

    crime t!o ;ediondo.t!o reoltante ueme parece ue eus jamais estenderá a m!o para ele, mas corno n!o seide

    ue crime osen;or se acusa ...

     Aonso  (  arre pendid o& - Perdoe-me. eu l;e peço em nome de eus e de sua il;a.

    lia (abismada& - Ril;a9 % sen;or con;ece min;a il;a9 A4onso - 'on;eci.

    56lia - Já 7uanto tempo9 A4onso - Já 7uin=e anos.

    lia - 'omo se c;ama, sen;or9 Aonso - A... Aonso.

    6lia (le.antasedram>tica& - A4onsoI %causador da min;ades&raçaI "u n!o l;e posso perdoar. %l;a-me, eja o meu

    estado. contemple 3em sua o3ra. interro&ue sua consci>ncia podre. Já uin=e anos soro pun&ente an&stia neste

    estado de desolaç!o e mis#ria.

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     A4onso ( humilhado) + !o me recon;eces mais... :ens ra=!o.

    assim, completamente escarnecido  já n!o me pareço com o Aonso da

    coneitaria.

     Antunes - e ato, n!o me era possel recon;ecer -te. estás muito

    mudado, ;á muitos anos n!o te ejo.  já estaa pensando ue ;aias

    morrido.

     A4onso -  Antes ti8esse me suicidado...

     Antunes - "stás assim t!o a3orrecido da

    ida9

     Aonso -A min;aida. sen;or Antunes. T um oco de podrid!o. T umsem

    imde martrios.

     Antunes - "staa pr eso.matou al&u#m ou sucedeu al&uma des&raça9

     Aonso - Se n!o te a3orr eço. se estás disposto a ouir-me. contar-te-

    ei al&uma coisa, particularidades da min;a ida.

     Antunes -Sentemos . "stou a seu dispor .

     Alon2.o - otado de um &>nio li3ertino, trnei t%n7uistar a esposa deum ami&o.ela. por#m. n!ocedendo aos meus ro&os. trEtou-me de uma

    maneira tal -VC me encoleri=ou "nt!o para desa3aar a&arrei-a para

    3eijá -la S orça. mas. uriosa por estar sendo oendida cm sua di&nidade,

    deu-me urna 3oetada. Antunes - Aliás, muito 3em empre&ada.

     Aonso  -'onesso  7(.  e  oi.mas.desesperado  com  auelc

    procedimento e ainda  n!o desen&anado de conse&uir  cono..uistá-la.  usei

    da cal6nia. arma indispensáel  dos maleitores.

     Antunes - Us um mrscrá8ell

     Aonso  -  !o  ti8e  outro  recur so.  a  cal6irria  muitas  e=es  nos  a=

    alcançar auilo ue desejamos, ent!o disse-l;e 7(. e o marido eslaa

    alido e ue lin;a uma amante  com uem &astaa  uma  4 ortuna e ue

    iam 4 u&ir  para a "uropa. 4inalmente l= uma carta anMnima. mudandode

    letra.a ela diri&ida. con

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    sei uem ,oi ocausador de tantas des&raças. %sen;or # indi&no de conersar com um ;omem de 3eml

     Aonso - !o se encoleri=e. sen;or Antunes, ten;o ue l;e esclarecer uma coisa ue muito serirá a dona lia.

     Ainda ;á pouco cu estie com ela. pedi-l;e perd!o. mas ela ;orrori=ada n!o me Fis ouir.r etirou-se soluçando. Antunes

    - " onde a encontrou9

     Aonso - A.(i. neste jardim.

     Antunes - Ao.ui9 %;I Será ela9 em ue Al3erto a recon;eceu.(#spantado"& Aonso ( esp,ntado&  AlbertoB " Al;erto

    está outra e= cm Pernam3uco9 Antunes- Ustá. sim. procurando sua mul;er.

     Aonso - este caso. peço-l;e ue n!o l;e di&a nada por  ;ora. aman;! mandareia sua casa uma carta. Vo&o-l;e o

    aor  de entre&ar  a Al3erto, nesta car ia arei min;a coniss!o pondo cm ,eleo a atitude de 6lia e a min;a inWmia.

     Antunes - Pois 3em. esperarei pela carta. preciso mesmo de uma proa ca3al(. e sale a reputaç!o dao.uela in4eli=

    perante seu maridoe asociedade. Aonso ( humilhado) +!olen;a cuidado. n!o ou pessoalmente porue n!o len;o

    cora&em de apresentar -me a um ;omem 7I5e me deu odoce nome de ami&o e Gue t!o coardemente atraiçoei.

     Antunes -:ens ra=!o. espero pela carta aman;!. (S ai"&

     Aonso ( &  Aman;!. como será s e o meu aman;!. Jo je arei um

    testamento dei/ando o ue possuo aos po3res e depois ...depois uma

    3ala será o meu ltimo casti&o.

    2 N

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    +CasadeAlberto"cenarica"&

    IP ato  Al3ertina - :en;o muita satisaç!o em con;ec>-lo pessoalmente,  já o

    con;ecia denome. papaipor muitas e=es 4ala8a a seu respeitolocando-

    l;e os mel;ore elo&ios.

     Al3erto (s0"andando de um ladopara outro&  Antu nes está se

    demorando. estou ansioso para sa3er se min;as didas se con4irmar am.

    Seria l6lia a mul;er ue ino jardimou estaria ela dormindo o sono

    eterno9 Se auela mul;er or lia. 7I5e dor no coraç!o. e se Al3er tina

    sou3er de tudo.Ie ju=o

    ,ar/ de mim. endosua m!e co3erta de trapos.mendi&ando9 Sim, porue

    por amor S min;a il;a eu deeria t er dado pelomenos uma mensalidade

    a l6lia. Por#m.o cime tirou-me a ra=!o.depois 4oi7ue me ocorreu

    eio E mem@ria. o deer.mas a  já era tarde demais. ual eeito GHue

    ale uma carta anMnima9 Perante o direito e a r a=!o. nada,

    a3solutamente nada. entr etanto.naucla

    ocasi!o. auela carta representaa para mim a mais completa proa de

    um crime. Roi dado o passo sem rem#dio e s@me

    r estalamentar a

    min;asorte e a dela.

     Antunes ( entrando& - 'ustei, mas c;e&uei. emorei-me por 

    moti8o independente da min;a ontade . 'omo ais. ainda estás

    impressionado9 amos aca3ar com esta triste=a . meuami&o. :en;o uma

    3oa notcia a dar-te. Al3erto - "ncontraste-a9

     Antunes  -  'alma.n!o  a  encontrei,  mas  tale=  ;oje  mesmo  ten;a  opr a=er 

    de a3raçá-la.

     Al3erto - "nt!o. T 5lia a ouca do ardim9

     Antunes -!o sei. nada te posso adiantar por ;ora. udemos deassunto. como ai tua il;a9 esejo >-la. a i peuena e a&or a dee

    estar uma moça. Al3erto - U está linda. esper a 7ue 8ou c;amá-la.

    (Sai"&

     Antunes - 'oitado. 8ai .er a mul;er na7uele estado. terr8el.

    'orno n!o icar á uando sou3er 7ue a ouca do ardimTsuaesposa. "a

    po3re Al3er tina. ue sentirá endo sua m!e esarrapada. e tudo por culpa

    da imprud>ncia do pai. %;I 'omo será doloroso o encontro.

     Al3erto ( entra com Albertina& - in;a 4il;a. apresento-te o meu mais

    sincero ami&o. o sen;or Antunes.

    *8

    A t ! id Al3 t t i ; il;

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     Antunes - !o merecidos.

     Al3er tina -uito merecido. e sendo o sen;or  um &rande ami&o de papai. o4 er eço-l;e min;a cordial estima e 

    sincera &ratid!o.

     Antunes - in;a GHuer ida menina. a&radeço a sua cordialestima e sincer a &ratid!o.

     Al3ertina - Papai.lá no Vio.4alaa sempre no seu nome. Antunes - " como se deu naGH ucla

    cidade encantadora9

     Al3ertina -em.  "ntretanto.  pairaa-me  na  ca3eça  uma  ontade  louca  de oltar .parece  75.5e  aui;aia  dei/ado

    al&uma  coisa  7I5e  me  atraa.  oiuando pedi  ao  papai  para  oltar   a  Pernam3uco.  "le  me  e=  os  &ostos.  7I

    5andoaistei

    os casar$es do Vecie. conesso GFe senti uma ale&ria incontida. como # lindo o meu Pernam3ucoI

     Antunes -Vealmente.# urna ter r a diina. 3em empr e&ado o nome ue l;e deram de

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     Antunes - Drei conti&o. (Saem os do's"&

     Al3ertina ( entr - Papai. papai... A;. pensei 7ue ainda esti8esse

    com a011ele ami&o. 'ertamente oram passear. como T simpático o

    ami&o de papai.a7Iela isionomia reelou-me um ami&o deerasI isse

    ue ai tirar me de uma &rande 4atalidade...n!o sei o 7ue tem meu

    pai,anda triste, n!o pára um s@ minuto cm casa. :en;o o

    pressentimento de ue a min;a santa m!e n!o morreu. se assim

    osse. ue elicidade para mim. Ao lado dela a ida mecorreria a&ueira.

    como T 3om ter uma m!e mei&a co3rindo-nos de3eijos. %;.eus.por 

    ue n!o me uiseste dar este doce consolo9

    +)atem. porta"&

    l6lia -in;a menina. ur na esmola para 7pem tem ome, estou t!o

    necessitada. Al3ertina - Pois n!o, min;a sen;ora. está t!o a3atida.

    t!o 4ati&ada. sinto ue uer al&uma coisa. uer serir-se de um cálice

    de in;o do Porto9

    lia -A&radecida. eu n!o 3e3o. o meu estado permanente T este,como n!o ;ei de ier assim se n!o ten;o a3ri&o. durmo nas calçadas.

    se uns me d!o al&uma coisa, outros me escarnecem. atirando-me inj6rias

    7I5e me a=em corar as aces de er&on;a.

     Al3ertina - 'oitada. meu eus. 7Pe coraç$es de 3ron=e. 7ue

    4alta de sentimentos. :en;o muita pena de 7uem T po3re. da7I1eles ue

    s!o priados. dos ue t>m necessidades. ueria ter riue=as a3ulosas

    para dar a todos os necessitados.

    lia -'omo Ts 3ondosa. min;a il;a. I em dá aos po3res empresta a

    eus, tens um coraç!o 3em ormado. d> &raças E Proid>ncia. as almas

    caridosas t>m sua recompensa. uando eu era rica e eli=, nunca dei/aa

    de dar Eueles .(e me pediam. se n!o ui recompensada na terra. serei

    na eternidade.

     Al3ertina- " a sen;ora já 4oi rica9

    56lia -"u...a;. min;a il;a. ui rica e irtuosa.

     Al3ertina - " como se ac;a neste estado9 Joue al&um des&osto.

    morreu seu marido9

    6lia -S!o duas per&untas ue n!o l;e posso responder .

    I0

    Al3ertina Vespeito seus se&redos mas desejaa sa3er por7Pe se encontra t!o po3re=in;a a&ora j6lla (so& Reli=mente ainda e/istem pessoas de coraç!o sens8el

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     Al3ertina - Vespeito seus se&redos. mas desejaa sa3er por7Pe se encontra t!o po3re=in;a a&ora.

    56lia - % motio da mis#ria, o causador dos meus padecimentos oi t!o somente um ;omem. Se l;e contar min;a ;ist@ria. por 

    cer to a menina se condoer á.

     Al3er tina -'onte. eu l;e peço. 'ompadeço-me tanto das in4eli=es. ten;o um coraç!o muito sensel.c;oro pelos outros.

    principalmente Pando esses inortnios s!o com mul;eres.!o sa3es como simpati=o com a sen;ora. 3oa mul;er.

    56lia - S!o comuns nossos sentimentos. eu tam3#m  já l;e uero como se osse min;a il;a. !o l;e conido para a3raçar-me em

    irtude de sa3er ue l;e oende semel;ante proposta. n!o l;e ica 3em a3raçar uma mul;er co3erta de trapos.

     Al3ertina (abraaa& - 7uando dois cor aç$es se amam pela simpatia. as estes n!o separam. (J$lia c!ora"& !o c;ores. eu

    l;e peço. suas lá&rimas me comoem 3astante. conte sua ;ist@ria ue tale= eu a possa consolar.

    6lia - !o posso. min;a il;a. >s como estou comoida9 

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    56lia - Se n!o atender a seu pedido. n!o pense a menina 7I5e sou

    in&rata. -lo contrariado e se

    me aço ale&re T para n!o aumentar sua aliç!o.

     Al3er to - 'on;eço a pro4undidade do teu coraç!o e amor por mim.Peço.

    33

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    por#m. 7ue mudemos de assunto. n!o disseste 7ue tin;as uma

    coisa a pedir-me9

     Al3ertina - Sim. mas primeiro ten;o c?e l;e contar urna ;ist@ria.

     Al3erto - 'onta tua ;ist@ria e pede o GHue 7uiseres.

     Al3ertina -%uça-me.;oje eio aui uma sen;ora e me pediu esmola.

    pelo seu sem3lante e suas maneiras a&radát2is simpati=ei com ela de tal

    orma ue jul&uei ser urna pessoa de nossa amlia.

     Al3erto - K teu &>nio. min;a il;a, de ac;ar todo mundo 3om. este a

    esmola9

     Al3ertina -Sim. mandei-a entrar e conersamos lon&os tempos. li8e

    tanta pena da po3re=in;a ue l;e prometi um estido.

     Al3erto - Ri=este 3em.

     Al3er tina - 7ueria 4a=er-l;e outro pedido.Será poss8el9

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    ( )atem  porta" D J$lia"Albertina .aiatender"&

    l6lia - A menina dá licença9 Al3ertina - "ntre. 3oa 0cn;ora.

    56lia - Pensaa ue cu n!o in;a. n!o # assim9 A menina # t!o 3oa ue eu n!o podia dei/ar de ir.

     Al3ertina (alegre& -%l;e.  já pedi ao papai para a sen;ora ir comi&o. mas preciso ouir sua ;ist@ria.

    56lia (tristeE& - in;a ;ist@ria # terr8el. nunca contei a nin&u#m. ten;o um pressentimento ue contando

    urna e=. n!o contarei a se&unda.

     Al3ertina - 'onte, cu l;e peço.

    56lia - % moti8o da min;a mis#ria. o causador da min;a des&raça 4oi t!o somente um ;omem.

     Al3er tina - nio =eloso e arre3atado. no

    princpio. 7uis matar  mc. n!o o4e= n!osei por 7u>. "ntretanto deu-

    me a morte moral,7ue T pior ue a morte 4isica... "o resultado dessa

    ;ist@ria T 7(' nosseparamos. mas o pior de tudo24ui priada de er min;a il;a ...enlouueci.

     Al3ertina - " como se c;amaa este indi&no ;omem9

    IM

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    5lia - Aonso.  Aonso oi o causador  da min;a des&raça.

     Al3ertina - " nunca mais tee notcias da sua il;a e do seu marido9

    56lia - !o. nunca mais.

     Al3ertina - 'omo se c;amaa seu

    marido9 56lia - % nome do meu marido

    era Al3erto. Al3ertina ( ner osa! dram/tica) O nome da sua il;a, min;a sen;ora9

    (   Al betto! apertandoas mo se pondo-as  na c# ,bcça!)

    llia - ';amaa -se  Al3ertina.

     Al3er (na (  dram/lic., +ue idade tem sua il;a. min;a 

    sen;ora9 6lia -Se or  ia. completa ;oje uin=e anos.

    A3ertina (  abraçando-a! chorando)- in;a m!e. eu sou sua il;aI

    l6lia - in;a il;a9I %l;ando-te 3em. tu #s meu retrato uando cu era

    moçaI em ue meu coraç!o di=ia... Ril;a, nt;a. meus eus. sinto ue

    ou desmaiar...

     Al3ertina - Papai.8en;a 8er min;a m!cl

     Al3erto ( abraçando-0t,- 56lia... uerida

    6liaI Antunes ( enlri1+ % GHue T isto.

     Al3erto9

     Al3er to - K min;a triste sina,  Antunes. eu oui 6lia narrar o seu

    comoente drama cujo prota&onista 4oi o sen;or  Aonso. ou matá-lo com

    min;as pr@prias m!os.

     A4onso - AGHui estou para rece3er o casti&o ( Alberto parle paro

    cima de Al'nso!) Antunes a&arra-o.

     Antunes - 'alma.  Al3erto. n!o suje suas m!os com o san&ue

    deste miseráel. Sen;or  Aonso. retire-se desta casa. %sen;or T

    indi&no de entrar na casa de um ;omem de 3em.

     Aonso -:ens ra=!o. sen;or Antunes. em e/pulsar-me da casa do ;omem

    .(e me deu o doce nome de ami&o e cu co8ar demente o tra. 5á

    l= um testamento dei/ando o ue possuo aos po3res. a&ora uma 3ala

    será o meu lm.( ai! 3ue- se um tiro, entra ensan$4e0tado, caiaos pés

    deJ"lia!) Antunes - suicidou-se o des&raçadoI

    I6

    (Alberto eAlbertinaacariciamJ"lia *ue (ai oltando asi olhando aoredor ) j1la ( abraçando os doi5i +Al3erto meu

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    (  Alberto eAlbertinaacariciam J"lia! *ue (ai oltando asi! olhando aoredor!)  j1la ( abraçando os doi i  Al3erto. meu

    marido. Al3ertina. min;a il;a. sen;or Antunes. meu ami&o. eu sempre coniei GHue a justiça diina iria proar a min;a

    inoc>ncia e ue eu ainda seria 4eli= ao lado do meu uerido Al3erto e da min;a il;a. Al3ertina.

    IN