A Luta Pelos Direitos Civis Dos Negros

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EUA – UM ESTUDO DE CASO. A LUTA PELOS DIREITOS CIVIS DOS NEGROS

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EUA – UM ESTUDO DE CASO.

A LUTA PELOS DIREITOS CIVIS DOS NEGROS

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ESCRAVIDÃO NAS COLÔNIAS DO SUL

Nos séculos XVII e XVIII a cultura do tabaco e depois a do algodão no Sul dos EUA se alimentaram do tráfico negreiro para compor sua mão-de-obra; como resultado, o censo americano de 1860 registrava uma população de 4 milhões de escravos nos quinze estados em que a escravidão era legal. Nesses estados, a população total era de 12 milhões de pessoas. Cerca de 500.000 negros viviam livres no país naquele tempo.

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LINCOLN E O ABOLICIONISMO

As vozes abolicionistas, que timidamente apareceram nos EUA no século XVIII, ganharam força com a eleição à presidência de Abraham Lincoln, opositor declarado da escravidão, em 1860. Convencidos de que seu modo de vida estava ameaçado, os estados do Sul se separaram da União e detonaram a Guerra Civil Americana. Em 1863, durante o conflito, Lincoln assinou a Proclamação da Emancipação, libertando os escravos dos estados confederados e proibindo a escravidão em todo o país. Mas era apenas o começo da jornada.

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MERCADO DE ESCRAVOS NA CAPITAL: LINCOLN VIA O COMÉRCIO DE NEGROS DE SEU GABINETE NO CAPITÓLIO ENQUANTO AINDA ERA CONGRESSISTA

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SEGREGAÇÃO INSTITUCIONALIZADA

• No fim do século XIX, os estados do Sul, afetados economicamente com o fim da escravidão, promulgaram as chamadas leis Jim Crow, uma série de determinações para legitimar a discriminação racial e dificultar o acesso dos negros ao voto. Legislações semelhantes apareceram por todo o país, e a segregação passou a ser uma realidade nos Estados Unidos.

• Prédios e transporte públicos, escolas, restaurantes, cinemas e até cadeias tinham áreas separadas para brancos e negros - a dos negros, via de regra, em estados deploráveis. Casamentos entre brancos e negros ou seu descendentes eram proibidos em diversos estados, para evitar a miscigenação. Na Carolina do Norte, nem mesmo os livros da biblioteca poderiam ser consultados por negros e brancos - se o primeiro a retirá-lo fosse um branco, apenas os brancos teriam acesso ao volume.

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EM 1865 , GRUPOS CLANDESTINOS DE BRANCOS, CRIARAM AS SOCIEDADES SECRETAS TERRORISTAS DOS CAVALEIROS DA CAMÉLIA BRANCA E A DA KU KLUX KLAN, A MAIS

CONHECIDA E DURADOURA, VOLTADAS PARA ATEMORIZAREM OS HOMENS LIVRES, OS LIBERTADOS, E IMPEDIR A IGUALDADE.

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• Entre os anos de 1916 e 1930, uma onda de migração negra do sul para o norte, meio-oeste e oeste do país - regiões onde a tolerância e as oportunidades eram maiores - deu início ao movimento pela igualdade de direitos. Entretanto, apesar de alguns pioneiros terem ultrapassado a barreira racial (como o atleta Jackie Robinson, craque do beisebol, que em 1947 tornou-se o primeiro jogador negro nas ligas maiores da modalidade preferida dos americanos, colocando um ponto final na segregação que durou 60 anos), apenas a partir da década de 50 é que os resultados coletivos começaram a aparecer.

O INÍCIO DA LUTA PRO DIREITOS

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ROSA PARKS E MARTIN LUTHER KING JR.• A culminância, e não o início, como muitos procuram apresentar, da

mobilização dos negros pelos seus direitos civis deu o seu salto num dia comum, dentro de um ônibus em Montgomery, capital do Alabama, quando a costureira Rosa Parks se recusou a ceder seu lugar para um branco. Sua desobediência perante as leis de segregação racial levou à sua prisão e cunhou-a como a “mãe dos direitos civis”, sendo um símbolo de resistência que levou ao fim da lei de segregação.

• Neste dia, 1º de dezembro de 1955, a recusa de se retirar de seu assento refletiu nas condições opressoras em que milhares de negros viviam. Começou então um intenso boicote contra as linhas de ônibus em todo o Estado do Alabama. O movimento que começou no dia 5 de dezembro de 1955 só terminaria em janeiro de 1957, levando praticamente à falência o transporte público no Estado.

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• À frente do movimento de boicote aos ônibus do Alabama estava o reverendo Martin Luther King Jr. Este foi mais incumbido de se tornar uma espécie de “messias” para todos os negros norte-americanos, sendo um instrumento usado pelo imperialismo para conter o crescente levante do movimento pelos direitos civis, isto é, um movimento verdadeiramente revolucionário. Adepto das ideias de Mohandas “Mahatma” Gandhi, Luther King foi nos EUA o que Gandhi foi no processo de independência da Índia, ou seja, um freio de contenção de uma mobilização revolucionária.

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BOICOTE AO TRANSPORTE PÚBLICO SEGREGADO DE UMA CIDADE DO ALABAMA FOI O PONTO DE PARTIDA PARA SOLIDIFICAR A LIDERANÇA DE

MARTIN LUTHER KING NA CAUSA DOS DIREITOS CIVIS NOS EUA

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• O primeiro caso deste tipo foi registrado em 1957 na pequena cidade de Little Rock, no Arkansas. Nove estudantes negros conseguiram em uma Corte o direito de ingressar numa escola só para brancos. Já no primeiro dia de aula no Ginásio Central de Little Rock, os estudantes foram impedidos de entrar não só pelos estudantes brancos e por parte da população que compareceu ao local, mas pela Guarda Nacional do Estado. Diante do descumprimento da decisão de uma Corte Federal, o presidente Dwight Eisenhower enviou à escola tropas de pára-quedistas e dissolveu a Guarda Nacional para garantir o ingresso dos estudantes negros. Este evento resultou no fechamento do ginásio e de muitas outras escolas em vários estados do Sul dos EUA.

O CASO LITTLE ROCK: EM ALGUMAS OCASIÕES, O GOVERNO PRECISOU INTERVIR ATÉ MESMO MILITARMENTE CONTRA AS RECUSAS DOS GOVERNOS LOCAIS EM ADERIR AOS DIREITOS CONQUISTADOS

EM CORTES FEDERAIS.

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250 MIL NAS RUAS DE WASHINGTON

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MARCHA SOBRE WASHINGTON POR TRABALHO E LIBERDADE

• No dia 28 de agosto de 1963 acontecia na capital norte-americana a maior manifestação política que o movimento negro já realizou, a famosa Marcha sobre Washington por Trabalho e Liberdade.

• Martin Luther King, líder da marcha - foi neste dia que ele fez seu famoso discurso, ”I Have A Dream" – estava totalmente fechado com o governo para dar à mega manifestação um caráter pró-governo, louvando a aprovação do Ato dos Direitos Civis, assinado pelo presidente John F. Kennedy.

• Mais de 250 mil pessoas vindas de todo o País ocuparam as ruas de Washington para exigir seus direitos democráticos e acabar com a Lei de Segregação Racial até então vigente. A manifestação era formada pela esmagadora maioria de negros, no qual muitos partiram de suas casas a pé.

• Em 2 de junho de 1964, King estava ao lado do presidente Johnson enquanto ele assinava o Ato dos Direitos Civis. Dr. King e um grande número de ativistas e apoiadores dos direitos civis tiveram no novo Ato uma resposta ao seu pedido coletivo de justiça.

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PACIFISMO X CONFRONTO

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• “Não vejo o amor como uma inconseqüência emocional neste contexto. Não vejo como fraqueza, mas como uma força que se organiza em poderosa ação direta. É isto que venho tentando ensinar no sul: que não nos enganamos numa luta para cruzar os braços, há uma grande diferença entre a não-resistência a maldade e a resistência não-violenta. A não resistência conduz a um estado de passividade e uma complacência mórbida, ao passo que a resistência não-violenta significa resistir decidida e determinadamente. Parece que algumas críticas, e críticos da não-violência ainda não compreenderam o seu sentido vigoroso, confundindo não resistência com resistência não violenta”.

• “Todo o negro que ensina o outro negro oferecer a outra face, desarma-o. Todo negro que ensina o outro a oferecer a outra face diante do ataque rouba-lhe o direito divino, seu direito moral, seu direito natural, o direito natural à defesa. Todos os seres de natureza têm esse direito e têm razão de exercê-lo. Homens como King têm por profissão ensinar os negros a ‘não reagir’. Ele não lhe diz para ‘não lutarem entre si’. ‘Não reajam contra o homem branco’ é a essência de sua pregação, pois adeptos de Martin Luther King matar-se-ão entre si, mas nada farão em defesa própria contra os ataques do homem branco”.

LUTHER KING X MALCOLM X

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Organizações como o Black Power e os Panteras Negras na década de 60, sucessores das ideias socialistas de Malcolm X ( liderança dos Black Muslims), representavam um novo nível de mobilização contra o racismo. Eram grupos que se distinguiam das ideias não-violentas encabeçadas por Martin Luther King.

DIREITOS CIVIS + PROTESTO SOCIAL

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OS PANTERAS NEGRAS E O BLACK POWER