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A M O R F O L O G I A U R B A N A E M R O M A Teoria e História do Urbanismo I Noemi Yolan Nagy Fritsch

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A M O R F O L O G I A U R B A N A E M R O M A

Teoria e História do Urbanismo I

Noemi Yolan Nagy Fritsch

Origens • Roma surge como uma pequena cidade sem

importância, na fronteira entre o território etrusco e o colonizado pelos gregos.

• A civilização etrusca surge na Itália durante a Idade do Ferro (do século IX a.C. em diante), na costa tirrênia entre o Arno e oTibre; depois se expande (séc. VII e VI), desde a Planície do Pó até a Campânia, entrando em contato com as colônias gregas.

• As principais cidades etruscas foram:Volterra, Arezzo, Cortona, Chiusi, Perugia, Vetulonia, Tarquinia, Vulci, Cerveteri, Veio – ocupam elevações facilmente defensíveis.

As cidades etruscas

sofreram grandes

transformações por

parte dos romanos, e

acredita-se que apenas

os cinturões de muros

de contornos

irregulares e

alguns monumentos

isolados permaneceram.

As muralhas eram de

alvenaria de pedras e

algumas delas tinham

portas monumentais em

arco de meio ponto.

Nas portas de Volterra,

Marzia e Perusa

podemos ver um

precedente do Arco do

Triunfo romano.

Pórtico em Volterra

A planificação das

cidades utilizada

pelos romanos, é

atribuída por

autores antigos aos

etruscos, porém, a

regularidade deste

traçado não segue

uma regra geométrica

comparada a romana.

Ao redor das cidades

existiam um grande

número de tumbas

subterrâneas.

Montepulciano

Tumba em forma de poço da Idade do Bronze

Planta da necrópole de Cerveteri e planta da tumba de casinha

Bagnorégio

Volterra

Os etruscos usaram materiais frágeis em suas construções,

reservando o uso de pedra e materiais mais resistentes para

seus túmulos. Isso se dava pois acreditavam que o mais

importante seria a vida após a morte e para isso as

construções mortuárias deveriam ser mais duráveis.

Nas construções comuns eram utilizados adobe, tijolos e

madeira e o uso das pedras era reservado para os templos

mortuários, fortificações e alicerces.

Como suporte, usavam colunas nos templos e pilares ou

pilastras nos túmulos. Foram criadores de uma ordem

arquitetônica caracterizada por coluna de base simples, fuste

liso e capitel, ordem que mais tarde se denominaria toscana.

Os etruscos empregaram ainda o arco de meio-ponto e a

abóboda de berço. Também construíam abóbadas em tijolos

de lado, fixos por pressão.O uso abundante de cerâmica

esmaltada na decoração acusam grande influência oriental.

Coluna etrusca

ou romana

• Planta do templo etrusco de Orvieto

Arco em tijolos

Abóbada em tijolos.

• A casa etrusca era um recinto retangular com cobertura de duas águas. Mais tarde foi acrescentado um pórtico.

• O templo etrusco eleva-se sobre um pódio com entrada somente pela frente. Quase quadrado, tem metade do espaço ocupado pela cela (muitas vezes tripartida). As colunas do templo suportam a cobertura.

• A sepultura evocava a princípio o modelo de uma casa etrusca, mas a mais comum é a escavada na rocha, geralmente por baixo do túmulo com falsa abóbada ou cúpula, ou ainda com cobertura plana. Por baixo desta estrutura poderia haver uma câmara ou mais, a brigando mortos de diferentes famílias.

• Algumas sepulturas eram ricamente decoradas com

pinturas e relevos, e continham ainda estátuas

fúnebres dos sepultados.

• Modelo do primeiro templo de Júpiter sobre o Capitólio de Roma

Templo de Júpiter.

A cidade romana surgiu como um pequeno posto militar e cresceu

até dominar todo o mundo mediterrâneo.

A urbe romana era fortificada e murada e percorrida por estradas

como se fosse uma única cidade.

“Aos outros povos foi conferida uma parte especial de terra.

Para os romanos o espaço da cidade coincide com o espaço do

mundo”(Ovídio–poeta romano)

O prestígio romano retratado por Ovídio assim como por outros

tantos poetas duraria por toda a história futura e viria a se somar

ao prestígio religioso da sede do papado.

Roma permanecerá como centro do mundo (“todos

os caminhos levam a Roma”),mesmo depois da Idade Média,

quando se torna uma pobre aldeia e na Era Moderna, quando é

uma cidade secundária. Somente no tempo do império romano

a realidade e o mito cultural (de grandiosidade) coincidem

entre si.

A natureza das cidades está ligada ao local onde se

situam. No caso de Roma, as características originais

não são proporcionais à importância de seu

desenvolvimento.

O curso do rio Tibre diminui e se divide em dois ramos,

deixando no meio uma ilha (Tiberina). Neste local, o rio

podia ser atravessado mais facilmente. Os etruscos

ocuparam a margem direita e tinham interesse em

manter a passagem livre para alcançar suas posses em

Campânia.

Neste ponto de ocupação é formada uma feira e um

mercado, que permanecerão na cidade com o nome de

Foro Boario e Foro Olitorio (dos bovinos e do azeite).

Nas colinas ao redor surgem as primeiras aldeias

fortificadas, que dominam a passagem do rio.

• O centro mais antigo surgiu no monte Palatino, que tinha encostas íngremes e facilmente defensáveis e oferece uma plataforma espaçosa para a formação de uma aldeia. Na época de Sérvio Túlio a cidade inclui as sete colinas e fica dividida em quatro regiões:

• Suburbana – Célio

• Esquilina – Esquilino, Ópio e Císpio

• Colina – Verminal e Quirinal

• Palatina - Palatino

• O vale central entre as quatro regiões é drenado, formando a Cloaca Máxima e dando origem a nova região central, o Foro Romano

• Cloaca Máxima (rede de esgotos)

• A estruturação das cidades romanas primitivas,

adaptadas de outras pré-existentes ou criadas de

raiz, era ortogonal, organizada em quadrícula ou

retícula (baseada na que o grego Hipódamo de

Mileto difundiu) e em cujo centro se situava o fórum.

• O monte Capitólio – que funciona como Acrópole - e o

Aventino ficam fora da cidade.

• Esta Roma era provavelmente circundada por um muro

e tinha superfície interna de mais ou menos 285

hectares, já sendo a maior cidade da Itália continental.

Em 378 a.C. a cidade foi incendiada pelos gauleses,

com exceção do Capitólio.

Em seguida é reconstruída sem correção de seu traçado

irregular. A nova muralha (atribuída a Sérvio Túlio)

compreende o Aventino, o Capitólio e parte do Quirinal,

ocupando agora uma área de 426 hectares,

configurando Roma como uma grande cidade.

Em 312 a.C. constrói-

se primeiro aqueduto para abastecer zonas

• mais elevadas e constroem-se os primeiros grandes

edifícios.

• Circo Flamínio

• (221 a.C.)

• Pórtico di Metello (149 a.C.)

• Teatro di Pompeu (50 a.C.)

Roma.

Após dominar toda a península itálica, os romanos partiram para

as conquistas de outros territórios.

Com um exército bem preparado e muitos recursos, venceram as

Guerras Púnicas (século III a.C.).

Esta vitória foi muito importante, pois garantiu a supremacia romana no

Mar Mediterrâneo.

Os romanos passaram a chamar o Mediterrâneo de Mare Nostrum.

Após dominar Cartago, Roma ampliou suas conquistas, dominando a

Grécia, o Egito, a Macedônia, a Gália, a Germânia, a Trácia, a Síria e a

Palestina.

Com as conquistas, a vida e a estrutura de Roma passaram por

significativas mudanças.

O império romano passou a ser muito mais comercial do que

agrário.Povos conquistados foram escravizados ou passaram a pagar

impostos para o império. As províncias (regiões controladas por Roma)

renderam grandes recursos para Roma. A capital do Império Romano

enriqueceu e a vida dos romanos mudou.

Ruínas do Forum romano.

Coliseu. 72-80 dC.

Interior do Panteón reconstruído em 123 d C.

Arco Triunfal de Constantino 315 dC.

Bibliografia

• BENEVOLO, Leonardo – A história da

cidade – São Paulo, Perspectiva, 2

• Google Imagens