Produção de carotenóides por Rhodotorula rubra em cana-de-açúcar
A Mascara Da Morte Rubra Edgar All an Poe
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7/23/2019 A Mascara Da Morte Rubra Edgar All an Poe
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A mscara da Morte Rubra
Edgar Allan Poe
DURANTE muito tempo devastara a "Morte Rubra" aquele pas. Jamais se vira peste
to fatal e to terrvel. O sa!ue era a sua eara#o e o seu siete$ a vermel%ido e o
%orror do sa!ue. Apareia om a!udas dores e s&bitas verti!es' se!uido(se profusa
sa!ueira pelos poros e a deomposi#o. Ma%as esarlates o orpo e sobretudo o
rosto da vtima eram o a)tema da peste' que a privava do au*lio e da simpatia de seus
semel%ates. E toda a erup#o pro!resso e t+rmio da doe#a o duravam mais de meia
%ora.
Mas o ,ripe ,r-spero era feli' destemido e sa!a. /uado seus domios se viram
despovoados da metade de seus %abitates madou %amar 0 sua prese#a um mil%eiro
de ami!os sadios e 1oviais detre os aval%eiros e damas de sua orte' retirado(se om
eles' em total reluso' para uma de suas abadias fortifiadas. Era um edifio vasto e
ma!fio' ria#o de pripes de !osto e*2trio' embora ma1estoso. 3erava(o forte e
elevada mural%a om portas de ferro. 4o!o que etraram' os ortesos trou*eram foros e
pesados martelos para rebitar os ferrol%os. Ti%am resolvido o proporioar meios de
etrada ou sada aos s&bitos impulsos de desespero dos de fora ou ao freesi dos de
detro.
A abadia estava fartamete provida. 3om tais preau#5es' podiam os ortesos desafiar
o ot)!io. /ue o mudo e*terior se arra1asse por si. Equato isso' de ada valia ele
pesar' ou afli!ir por sua ausa. ,rovideiara o pripe para que o faltassem
divers5es. 6avia 1o!rais' improvisadores' bailarios. m&sios. 6avia belea e %avia vi%o.
4) detro' tudo isso e se!ura#a. 4) fora a "Morte Rubra".7oi quase ao t+rmio do quitoou se*to m2s de sua reluso equato a peste raivava mais furiosamete l) fora' que o
,ripe ,r-spero ofereeu a seus mil ami!os um baile de m)saras da mais
e*traordi)ria ma!ifi2ia.
/ue voluptuosa ea a daquela masarada8 Mas ates desrevamos os sal5es em que ela
se deserolava. Era uma s+rie imperial de sete sal5es. Em muitos pal)ios' otudo' tais
suess5es de salas formavam uma lo!a e reta perspetiva quado as portas se abrem de
par em par o %avedo quase obst)ulo 0 perfeita viso de todo o o1uto . Aqui' o
aso era bastate diverso' oisa ali)s de esperar do amor do duque pelo fat)stio. Os
aposetos estavam to irre!ularmete dispostos que a viso abra!ia pouo mais de um
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de ada ve. De vite ou de trita em trita 1ardas %avia uma urva a!uda e' a ada
urva' uma ova impresso.A direita e 0 esquerda' o meio de ada parede' uma eorme
e estreita 1aela !-tia abria(se para um orredor fe%ado que aompa%ava as voltas do
o1uto. Essas 1aelas eram providas de vitrais' variava de aordo om o tom domiate
das deora#5es do aposeto para ode se abriam. O da e*tremidade orietal' por e*emplo
era aul' e de aul vivo eram suas 1aelas. O se!udo ti%a orametos e tape#arias
purp&reos' e purp&reas eram as vidra#as. O tereiro era todo verde' e verdes eram
tamb+m as esquadrias das 1aelas. O quarto estava mobiliado e ilumiado om
lara1ada. O quito era brao' e o se*to' ro*o. O s+timo o estava totalmete oberto de
tape#arias de veludo preto' que pediam do teto e pelas paredes' aido em pesadas
dobras um tapete do mesmo material e da mesma or. Mas somete esta sala a or das
1aelas o orrespodia 0 das deora#5es. As vidra#as ali' eram esarlates' da or de
sa!ue vivo.
Ora' em e%um daqueles sete sal5es %avia qualquer l9mpada ou adelabro em meio 0
profuso de orametos dourados que se espal%avam por todos os atos ou pediam do
forro. 4u de esp+ie al!uma emaava de l9mpada ou vela' detro da s+rie de salas. Mas'
os orredores que aompa%avam a perspetiva' er!uia(se em frete de ada 1aela'
uma pesada trpode om um braseiro que pro1etava seus raios pelos vitrais oloridos e
assim ilumiava deslumbratemete a sala' produido umerosos aspetos vistosos e
fat)stios. Na sala e!ra' por+m' o efeito do laro dava sobre as e!ras ortias'
atrav+s das vidra#as titas de .sa!ue' era e*tremamete lvido e dava uma apar2ia to
estra%a 0s fisioomias dos que etravam que pouos eram os bastate ousados para
ela peetrar.
Era tamb+m esse salo que se er!uia' eostado 0 parede que dava para oeste' um
!i!ateso rel-!io de +bao. O p2dulo osilava para l) e para )' om um tique(taqueva!aroso' pesado' mo-too. E quado o poteiro dos miutos olua o iruito do
mostrador e a %ora ia soar' emaava dos pulm5es de broe do rel-!io um som laro'
elevado' a!udo e e*essivamete musial' ef)tio e araterstio que' de %ora em %ora'
os m&sios da orquestra viam(se for#ados a parar por istates a e*eu#o da musia
para ouvir(l%e o som$ e dessa forma' obri!atoriamete' essavam os da#arios suas
evolu#5es e toda a ale!re ompa%ia setia(se por istates' perturbada. E equato os
arril%5es do rel-!io aida soavam' observava(se que os mais ale!res toravam(se
p)lidos e os mais idosos e sereos passavam as mos pela frote' omo se em ofuso
devaeio ou medita#o. Mas quado os eos essavam por ompleto' leves risadas
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imediatamete ota!iavam a reuio; os m&sios ol%avam us para os outros e sorriam
de seu pr-prio ervoso e louura' faedo votos sussurrados' us aos outros para que o
pr-*imo arril%oar do rel-!io o produisse id2tia emo#o. E' o etato' passados os
sesseta miutos < que abaram tr2s mil e seisetos se!udos do Tempo que voa=' ou de
ovo outro arril%oar do rel-!io' e de ovo se viam a mesma perturba#o' o mesmo
tremor' as mesmas atitudes meditativas a despeito' por+m' de tudo isso' que espl2dida e
ma!fia folia.
O duque ti%a !ostos araterstios. >abia esol%er ores e efeitos. Despreava os
orametos apeas em moda. >eus dese%os muito audaes e vivos' e suas oep#5es
esplediam om um lustre b)rbaro. Muita !ete o 1ul!ava louo. Mas seus ortesos
a%avam que o. Era preiso ouvi(lo' v2(lo e to)(lo' para se estar erto que ele o o
era.
,or oasio dessa !rade festa' diri!ira ele pr-prio' em !rade parte' os mut)veis
adoros
dos sete sal5es e fora o seu pr-prio !osto orietador que esol%era as fatasias. Mas o
%avia d&vidas de que eram !rotesas. 6avia muito bril%o' muito espledor' a oisa
berrate e fat)stia ( muito disso que depois se viu o 6erai. 6avia formas
arabesas' om membros e adoros desproporioados.
6avia oep#5es delirates' omo ria#5es de louo; %avia muito de belo e muito de
atrevido' de esquisito' al!o de terrvel e pouo do que poderia ausar averso. Na
realidade' uma multido de so%os desliava para l) e para ) as sete salas. E estes
so%os !iravam de um ato para outro' tomado a or das salas' e faedo a m&sia
e*trava!ate da orquestra pareer o eo de seus passos.
Mas lo!o soava o rel-!io de +bao que se er!uia a parede de veludo. E eto' durate
um istate' tudo parava e tudo sileiava e*eto a vo do rel-!io. Os so%os paravam'omo que !elados. Os eos do arril%o' por+m' morriam ( %aviam durado apeas um
istate (' e uma leve !ar!al%ada' mal otida' aompa%ava os eos que morriam. E
lo!o depois a m&sia e*plodia' e os so%os reviviam e rodopiavam mais ale!remete do
que dates' ti!iam da or das 1aelas multioloridas' atrav+s das quais se filtravam 'os
lumiosos raios das trpodes.
Mas eto e%um dos masarados se aveturava at+ a sala que' etre as sete' mais ao
oidete se eotrava' porque a oite estava deliado e ali dimaava lu mais
vermel%a atrav+s das vidra#as sa!ueas' e o e!rol dos pae1ametos teebrosos
apavorava. E' para aqueles u1os p+s pisavam o tapete e!ro' do rel-!io de +bao ali perto
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provi%a rumor abafado' mais soleemete ef)tio do que o que ala#ava os ouvidos
de quem se ompraia as ale!rias dos outros aposetos mais distates.
Mas esses outros aposetos estavam desamete api%ados e palpitava febrilmete o
ora#o da vida. E a folia otiuou a rodopiar' at+ que afial o rel-!io ome#ou a soar a
meia(oite. E' eto a m&sia parou' omo 1) disse; e aquietaram(se as evolu#5es dos
da#arios; e' omo dates' %ouve uma perturbadora parada de tudo. Mas a!ora o
arril%o do rel-!io teria de bater doe paadas. E por isso aoteeu talve que maior
&mero de pesametos' e mais demoradamete' se iserisse as medita#5es daqueles
que' etre os que se divertiam' meditavam. E por isso talve aoteeu tamb+m que'
ates de sileiarem por ompleto os derradeiros eos da <ima paada' muitos foram
os idivduos' em meio a multido' que puderam ertifiar(se da prese#a de um vulto
masarado que at+ eto o %avia %amado a ate#o de i!u+m' tedo(se espal%ado'
aos o%i%os' a otia dessa ova prese#a elevou(se imediatamete detre a turba um
burburi%o ou murm&rio que e*primia desaprova#o e surpresa a pripio e' terror'
%orror e )usea.
Numa assembl+ia de fatasmas' tal omo a desrevi' bem se pode supor que tal a!ita#o
o podia ter sido ausada por apar2ia vul!ar. Na verdade' a lie#a aravalesa da
oite quase ilimitada; mas o vulto em questo e*edia o pr-prio 6erodes em
e*trava!9ia e ia al+m dos limites ideisos de de2ia e*i!idos pelo pr-prio pripe.
6) o ora#o dos mais leviaos fibras que o podem ser toadas sem emo#o. Mesmo
para os mais divertidos' para quem a vida e a morte so id2tios briquedos assutos
om os quais o se pode briar. Todos os presetes de fato' pareiam a!ora setir
profudamete que os tra1es e atitudes do estra%o o %avia fiura em ovei2ia.
Era alto e lvido' e evolvia(se' da abe#a aos p+s' em mortal%as tumulares. A m)sara
que oultava o rosto era to de modo a quase represetar a fisioomia de um ad)vereri1eido que a observa#o aurada teria difiuldade em pereber o e!ao. E' otudo'
tudo isso poderia tolerar(se' se o mesmo aprovar(se' pelos louos foli5es' o tivesse o
masarado ido ao de fi!urar o tipo da "Morte Rubra". >eu tra1e estava salpiado de
sa!ue' e a ampla testa' assim omo toda a fae' borrifada de redas plaas esarlates.
/uado os ol%os do ,ripe ,r-spero aram sobre aquela ima!em espetral
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(/uem ousa ( per!utou ele' rouamete' aos ortesos que o eravam (' quem ousa
isultar(os om to blasfema pil%+ria A!arrem(o e desmasarem(o' para podermos
o%eer quem teremos de eforar' ao ama%eer' o alto das ameias8
Ao prouiar estas palavras a%ava(se o ,ripe ,r-spero o salo dourado e aul' do
lado do poete. Elas atravessaram todas as sete salas' alta e laramete' pois o pripe
era um %omem ousado e robusto e a m&sia %avia sileiado a um !esto de sua mo.
Era o salo aul que se a%ava o pripe' tedo ao lado um !rupo de ortesos p)lidos.
4o!o que ele falou' %ouve um leve movimeto de ivestida por parte daquele !rupo a
dire#o do itruso que' o mometo' se eotrava quase ao alae da mo' em
passadas firmes e deididas' mais se apro*imava do pripe. Mas em virtude de um
idefivel terror que a todos os presetes ausara o louo atrevimeto do masarado'
o se a%ou que ousasse esteder a mo para a!arr)(lo. De modo que.sem impeil%o'
passou a uma 1arda do pripe' e' equato toda a assembl+ia' omo movida por um s-
impulso' reuava do etro das salas para as paredes' se!uiu ele seu ami%o sem deterse
om os mesmos passos solees e medidos que o %aviam disti!uido' do salo aul ao
salo purp&reo' do p&rpuro ao verde' do verde ao alara1ado' deste ao brao e at+ o
ro*o' sem que um movimeto de deiso se fiesse para det2(lo.
7oi eto' por+m' que o ,ripe ,r-spero' elouqueido de ver!o%a de sua pr-pria e
momet9ea ovardia' orreu preipitadamete atrav+s das seis salas' sem que i!u+m
o se!uisse' pois um terror mortal de todos se apossara. Bradia um pu%al
desemba%ado e se apro*imara' om r)pida impetuosidade' a pouos passos do vulto que
se retirava' quado este <imo' tedo ala#ado a e*tremidade do salo de veludo'
voltou(se subitamete e arrostou seu perse!uidor. Ouviu(se um !rito a!udo e o pu%al
aiu' itilate sobre o e!ro tapete' ode' lo!o' istataeamete' tombou mortalmete
abatido o ,ripe ,r-spero. Eto' reorredo a ora!em selva!em do desespero'umerosos foli5es la#aram(se sem demora o l&!ubre aposeto' e' a!arrado o
masarado' u1o alto vulto permaeia ereto e im-vel detro da sombra do rel-!io de
+bao' pararam' arfates de idivel pavor' ao setir que e%uma forma ta!vel se
eotrava sob a mortal%a e por tr)s da masara adav+ria' quado as se!uraram om
violeta rudea.
E foi eto que reo%eeram estar ali presete a "Morte Rubra". Ali peetrara' omo
um ladro oturo. E um a um' foram todos os foli5es' os sal5es da or!ia' orval%ados de
sa!ue' morredo a mesma posi#o desesperada de sua queda. E a vida do rel-!io de
C
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+bao se e*ti!uiu om a do <imo dos foli5es. E as %amas das trpodes e*piraram. E o
ilimitado poder da Treva' da Rua' e da "Morte Rubra" domiou tudo.