A massa dezembro 1930 1980 pt 2

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Em casa, só dá pra dor- , miro E olhe lá! " O Eitor trabalhá nu-" ma padaria em Perdizes, "no balcão. Ele entra às 5 horas da manhã e sai às 2 da tarde. Pra não che- ,gar atrasado. ele, até um mês atrás, vinha com sua bicicleta de 10 mar- chas. Agora, melhorou, atravessa a madrugada com uma Mobilete. Ele trabalha em Perdizes e mora na Freguesia do :6. Acorda às 3 e 'meia da madrugada e às 5 co- meça a preparar o bal-: cão para a freguesia. Atende o público até as duas da tarde. Mas aí só termina uma parte do seu dia. Das 2 em diante O padeiro tem vida dura e não vive só de pão. Ele faz massa nu- ma hora e depois se vira para completaro salário com mais trabalho. Ou- vimos companheiros que durante um período são trabalhadores em padaria e no outro se vi- ram para garantir o pão e o leite das crianças. O Eitor, o Faustino e o' Max são três super- 'homens que não têm tempo de ver televisão. ' o Centro de Memória Sindical, integrado um número, do seu jornal destinado a recupe- por 35 entidades sindicais de vários Estados rar a memória de lutas e sacrifícios de seus ano brasileiros, saúda a combativa categoria dos tepassados. ' padeiros e confeiteiros de São Paulo pelos 50 O Sindicato dos Padeiros- um dos primei- anos de existência de sua organização de elas- ros a aderir à idéia de fundação do Centro de Se. E aproveita. a.ocasião para cumprimentar a Memória Sindical " cumpre, nesta. ocasião, diretoria do Sindicato pela iniciativa de editar com o lema da nossa organização: recolher do silêncio a história viva do síndícalísrno brasileiro -.-._-_ .... ..:...-----.-------_.-- ...•..•...• ,-"'_ ..• -.-- ...,.--._~.- ele vira o quebra-galho das Perdizes. Problemas com encanamentos, ele-: tricidade e outras coisas que atrapalham a vida -da gente, ele oonserta. Faz bico das 2 às 7 da' noite como encanador- ; eletricista. Chega em ca- , sa, só dá para Ó banho e a janta que a patroa pre- parou. Tem a mulher, que trabalha em prendas domésticas, e mais três' filhos. Na padaria só ga- nha Cr$ 10 mil e todo mês gasta 5 mil com alu- , guel, luz e água. Sobram 5 mil pra INPS, roupa, escola das crianças, co- mida, pão e leite. Tem que dormir, no máximo, às 9 da 'noite, porque, o / ;j': ~"', Na luta Produzindo o primeírr o trabalhador padeir sacrificados. Para gar enfrentamos as piores co Fornos quentes, iluminaçi chão, trabalho aos domin de oito horas nem semp com a lei, trabalho noturn que enfrentam todos « Aqui companheirospad são suas vidas. A com péssimas condições de ti desanimar ninguém. AOi queremos mostrar que mesmo barco e, juntos, ain galo canta cedo. À tar-dc de, ào invés de descan- vc , sar, vai trabalhar mais." ',' ' de Faustino e Max têm história parecida. Até pa uin tempo atrás, os'doisaÍl trabalhavam na mesma co padatia, ali na Previ" co dência, 'perto do Butan- sã, tão Um era padeiro da "o' noite outro era do dia. di Os dois terminavam." o O; serviço com a massa e pc pegavam no volante do da táxi. Um entrava de noi- o r te e largava ao amanhe- de : cer, 'o Fáustíno. Outro fw pegava de manhãzinha e "mí largava no início da tar-' se de, o Max. Um pegava .trê seu táxi de manhã e esti- .a I cava o volante' até o' du início da tarde, depois ia, .ho AIWSA ·'DUIMIIOI !tlO

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Page 1: A massa dezembro 1930 1980 pt 2

Em casa, só dá pra dor-, miro E olhe lá! "

O Eitor trabalhá nu-"ma padaria em Perdizes,

"no balcão. Ele entra às 5horas da manhã e sai às2 da tarde. Pra não che-

,gar atrasado. ele, até ummês atrás, vinha comsua bicicleta de 10 mar-chas. Agora, melhorou,atravessa a madrugadacom uma Mobilete. Eletrabalha em Perdizes emora na Freguesia do:6. Acorda às 3 e 'meiada madrugada e às 5 co-meça a preparar o bal-:cão para a freguesia.

Atende o público atéas duas da tarde. Mas aísó termina uma parte doseu dia. Das 2 em diante

O padeiro tem vidadura e não vive só depão. Ele faz massa nu-ma hora e depois se virapara completaro saláriocom mais trabalho. Ou-vimos companheirosque durante um períodosão trabalhadores empadaria e no outro se vi-ram para garantir o pãoe o leite das crianças. OEitor, o Faustino e o'Max são três super-

'homens que não têmtempo de ver televisão. '

o Centro de Memória Sindical, integrado um número, do seu jornal destinado a recupe-por 35 entidades sindicais de vários Estados rar a memória de lutas e sacrifícios de seus anobrasileiros, saúda a combativa categoria dos tepassados. 'padeiros e confeiteiros de São Paulo pelos 50 O Sindicato dos Padeiros- um dos primei-anos de existência de sua organização de elas- ros a aderir à idéia de fundação do Centro deSe.E aproveita. a.ocasião para cumprimentar a Memória Sindical " cumpre, nesta. ocasião,diretoria do Sindicato pela iniciativa de editar com o lema da nossa organização:

recolher do silêncio a história viva do síndícalísrno brasileiro

-.-._-_ ......:...-----.-------_.-- ...•..•...• ,-"'_ ..•-.-- ...,.--._~.-

ele vira o quebra-galhodas Perdizes. Problemascom encanamentos, ele-:tricidade e outras coisasque atrapalham a vida

-da gente, ele oonserta.Faz bico das 2 às 7 da'noite como encanador- ;eletricista. Chega em ca-

, sa, só dá para Ó banho ea janta que a patroa pre-parou. Tem a mulher,que trabalha em prendasdomésticas, e mais três'filhos. Na padaria só ga-nha Cr$ 10 mil e todomês gasta 5 mil com alu-

, guel, luz e água. Sobram5 mil pra INPS, roupa,escola das crianças, co-mida, pão e leite. Temque dormir, no máximo,às 9 da 'noite, porque, o

/

;j': ~"',

Na lutaProduzindo o primeírr

o trabalhador padeirsacrificados. Para gar

enfrentamos as piores coFornos quentes, iluminaçichão, trabalho aos domin

de oito horas nem sempcom a lei, trabalho noturn

que enfrentam todos «Aqui companheirospad

são suas vidas. A compéssimas condições de ti

desanimar ninguém. AOiqueremos mostrar que

mesmo barco e, juntos, ain

galo canta cedo. À tar-dcde, ào invés de descan- vc

, sar, vai trabalhar mais." ',' ' deFaustino e Max têm

história parecida. Até pauin tempo atrás, os'doisaÍltrabalhavam na mesma copadatia, ali na Previ" codência, 'perto do Butan- sã,tão Um era padeiro da "o'noite outro era do dia. diOs dois terminavam." o O;serviço com a massa e pcpegavam no volante do datáxi. Um entrava de noi- o rte e largava ao amanhe- de

: cer, 'o Fáustíno. Outro fwpegava de manhãzinha e "mílargava no início da tar-' sede, o Max. Um pegava .trêseu táxi de manhã e esti- .a Icava o volante' até o' duinício da tarde, depois ia, .ho

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I pelo pão de cada dia". '

~.-:;-~.:;'""I\~J.~eiroalímento do dia,eiro é um dos maisganhar o nosso pãocondições de trabalho.ação fraca, umidade nolingos, jornada de maisnpre pagasde acordorrno e outros problemas.s os trabalhadores.adeiros contam comomsciência de nossase. trabalho não devem.o..contrário; Com issoueestamos todos notindaviramos esta maré.

dormir ..Outro pegava ovolante no início da tar-dee.ia até de noite. ."'"'!Hojeos dois estão empadarias diferentes, mas'ainda no Butantã. Econtinuam fazendo ruacom seus táxis. Os doissão padeiros-taxistas. E.0\ Eitor é um padeiro-eletricista-encanador.Os três têm que se virarporque () ganho na pa-daria não dá para cobriro gasto. Nisso tudo, on-de fica o convívio com afamília? Pior: e no do-mingo? Enquanto todosse. divertem, estão lá ostrês dando no batente ea família em casa. Vidadura desses super-homens sem televisão.

Vida de padeiro não -.é nada fácil. O registro emcarteiranão inclui o salá-rio integral. A gente temde trabalhar mais' de oitohoras por dia. O domingonão existe pra ninguém, éigual aos outros dias dasemana. E. dentro da pa-daria? Pior; porque, látem que trabalhar de ma-drugada. Tem que enfren-tar um forno que esquen-tá a cabeça de qualquerum. E'depois de tudo isso,no final do mês, o saláriosó paga uma parte. doscompromissos. Aí temque se virar por fora.

Esses problemas todosexistem e continuam aatrapalhar nossa vida por-que ainda não estamosor-

..ganizados . para dar um.'basta a tudo isso. O velho. problema da carteira assi-nada sem incluir todos osvencimentos ainda' é umabandeira de luta de todosnós. A jornada de mais deoito horas é comum emmuitas ..padarias, sem opagamento devido das ho-ras extras.

Nossa saúde tambémperde muito nesse traba-.lho. O pessoal que lidacom forno mexe com ocalor por muitas horas.Isso é muito perigoso e amédio e longo prazos po-de ter graves consequên-

cias. Quem lida com ca-lor, devia ter a jornada detrabalho reduzida e ascondições das salas de-viam ser melhoradas, comampla ventilação. Só queisso não acontece. A gente

. vê a"toda horacompa-nheiro se cozinhando nes-se calor em até 10 horaspor dia. Não ganha nemadicional de insalubrida-de.

E o pessoal dobalcão?Tem companheiro que fi-ca até 10 horas por dia empé, andando de lá para cá,atendendo freguês. Quan-do a pessoa é jovem, nãosente peso nenhum nisso.Mas com o passar dosanos, as pernas começama ter varizes. Isso quandonão tem também o pro-blema de umidade. Algu-mas padarias antigas fi-cam com o piso do balcãotomado por água. O com-panheiro ali molha os pés

diariamente e fica assimpor muito tempo. Não de-mora muito e dores nasjuntas aparecem.

Mas o padeiro está can-sado de saber dessespro- <.

blemas todos. Fàltaagora">"?"a gente se juntar e conver-sar no Sindicato. Nossascondições de trabalho sãomuito ruins. Somos umacategoria necessária paraa sociedade. Sem a gente,ninguém teria o pão quen-

. te de manhã cedo. Mas es-sa necessidade e impor-tância não são reconheci-das, porque somos destra-tados e não recebemos,em troca do nosso traba-lho; o pagamento mereci-

. do. Isso tem que acabar.E só vai acabar se a gentequiser. Como? Se organi-zando no Sindicato e pro-pondo medidas que pres-sionem os patrões a nosdar melhores condições devida e de trabalho. .

o Sindicato dos TrabalhadoresMetalúrgicosde São. Paulosaúda os seus co-irmãos do se-tor de panificação e confeitaria

pela passagem do 50.0 aniver-sário de fundação da sua trin-cheira em defesa dos interessesda classe. .

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Chega de receber o'salário que o diabo amassou

Fomos à greve por causa de patrões atrasados sustentadas com um salário mê- quinze itens, ao Sindicatopatro-que se recusam a negociar com o trabalhador. dio de seis mil cruzeiros por mês: nal. Um mês depois eles se mani-

Quiseram jogar a opinião pú- festaram pela primeira vez.Pedimos 150/0de aumento e conseguimos 7%.. blica e o Governo contra nós, mas Quando íamos começar a discu-

se deram mal. A safadeza e o des- tir, os patrões suspenderam as ne-O resultado foi bom, mas poderia -ter sido melhor caramento foram tantos que até o gociações, dizendo que a comis-se eles não fossem tão intransigentes. " Ministério do Trabalho, pela pri- são formada por eles não tinha

meira vez, ficou do' nosso lado autoridade para negociar. Quempor alguns momentos e exigiu que tinha então? '

Demonstrando sua 'força e os patrões negociassem, Mas foi Todas as vezes que fomosunião diante da intransigênciá e apenas por alguns, momentos que procurá-tos mantiveram-se irre-descaso dos patrões, os padeiros o Ministério se manifestou a nos- dutiveis. Não tinha conversa. Nasde São Paulo fizeram uma greve so favor, Até que no dia 14 de no-: audiências de conciliação não'nos dias 13 e 14 de novembro, a vembro o Tribunal julgasse o nos' .apresentavam propostas, Perto,primeira de toda a categoriades- so movimento ilegal, obrigando a 'da datá-base eles inventaram quede 1976. Lutamos por aumento volta ao trabalho, precisariam reunir-se no dia 16 de

- de salários, por reajustes trimes- Eles tiveram' o seu aumento, novembro para decidir se abri-trais, pela volta da tabela com pi- nós conseguimos parte do que rei- riam negociações ou não. Só queso salarial por função, por estabi- vindicamos. A nossa vitória o julgamento do dissidioseria no,!idade no emprego, mas lutamos maior foi a de evitar a humilha- dia 13. 'principalmente contra o atraso e ção, exigimos respeito e saímos Diante da falta de opções.. osoportunismo dos patrões que se deste movimento de cabeça ergui- trabalhadores reunidos em assem-recusaram a sentar na mesa de ne- da, bléia, no' dia 12, decidiram decre-gociàções, Eles quiseram fiJ'â'r tar a greve a partir das 18 horas "partido de uma situação de deses- Negociações daquele dia. Organizados-em gru- ',,:u;','c.,""pero, quiseram forçar o aumento pos, os padeiros foram para as ~do preço do pão jogando com a Em setembro nós enviamos a padarias comunicar a decisão davida de famílias que precisam ser pauta de reivindicações, com ,,'assembléia aos companheiros ..

Durante a madrugadaforam or-ganizados alguns piquetes.

Dissolvidos pela polícia, com'algumas prisões, os grupos decompanheiros voltaram à sede doSindicato. Mas a ausência de pi-quetes durante o dia não' provo-:cou o fracasso da greve, 'comoqueriam os patrões. "Nunca ti-nha visto tanta mobilização dacategoria. A paralisação foi quasegeral nos bairros próximos aocentro e em muitas padarias daperiferia também", declarou o ' :J-advogado do Sindicato, José Car-los Arouca,

Com o julgamento do dissídio,que deu 7% de produtividadealém do INPC, voltamos ao tra-balho. Mas voltamos com a nossadignidade inteira, sem nenhumarranhão. Olhando o patrão defrente,com a certeza de que destavez 'ele entendeu que com padeiro

A greve foi decretada por uma assembléia de mil padeiros. Depois, foi a mobilização nas padarias' não sebrinca. ,

o Sindicato dos Eletricítá- anos desta entidade que sem-rios de São Paulo manifesta pre orgulhou a classe trabalha-sua satisfação e congratula-se dora.com os companheiros padei- Temos certeza que outrosros, pela comemoração dos' 50 50 anos de Sindicato dos padei-

, "

ros virão. E por isso, parabeni-zamos os companheiros não sópelo seu passado, mas tambémpelo presente digno e futuroque, sabemos, será brilhante.

A MASSA·DlZUlUO/I1.. ; ,

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1

1932Depois de dois anos de funda-

ção do Sindicato.foi decretada a'primeira greve," sob orientaçãodos anarquistas. Reivindicáva-mos jornada de oito horas detrabalho; tratamento "a seco",não dormir' e comer nas pada-rias; melhores salários. Na oca-sião ficamos quase um mês emgreve, houve muita repressão da"cavalaria" e os padeiros erampresos, quando saiam às ruas,

,passando uma noite nos presi-"dios do Hipódromo ou no' Maria

Zélia;' ,O herói desta greve foi o Na-

talino Rodrigues, cabra macho,desses difíceis de encontrar,' quealgum tempo depois passou a vi-ver. na clandestinidade. Com oSindicato livre, sem a tutela doEstado, negociamos direto comos patrões e conseguimos, au-mento dd20 mil rêis.: ,

Hugo Perez, Arnaldo ', Gonçalves 'e Joaguim

dos Santos Andrade, falam aqui sobrea greve dos padeiros.

,Na voz destes 'dirigentes, a

solidariedade dos,trabalhadores e a

,certeza de que a' nossaluta é comum: por uma'vida mais justa e Feliz. "

GREVEEssa. é a história das greves feitaspelo~a~iros ne~~~ SOanos de luta

"i.ind,caçeta o tt.t~n;',.n-to "a ,aeo •

1937A greve de 37 aconteceu pelos

mesmos motivos que a de 32. S6que desta vez não foi geral. Umacomissão de padeiros ia de pada-ria em padaria e tentava nego-ciar uma tabela de aumentoscom os patrões. Aquele que nãoaceitava tinha sua padaria. para-da. Nessa greve ganhamos "a se-co" em grande parte das pada-rias, mas não conquistamos jor-nada de oito horas.

1947Em 1947 fizemos, urna .greve

política; 'Havia acabado o Esta-do Novo de Getúlio Vargas e go-,zâvamos de alguma democracia.A greve foi decretadapelos pró-prios padeiros, sem oSiridicato~

HUGOPreaidlntldi FlderaçtodaslndúltriesUrban•• diSAoPaulo:

Essa roi uma greve de 24 ho-ras. Curta e grossa. Consegui-'mos uma vitória significativa: oestabelecimento do salário míni-mo profissional por função. An-tes os patrões não tinham inte-resse em' fazer acordo pois, en-quanto esperavam o julgamentodo dissídio não pagavam aumen-to. O nosso movimento foi tão,forte que em 24 horas o Tribunaljulgou e deu ganho de causa aos'trabalhadores.

1961Em novembro deste ano de-

cretamos uma greve que duroutrês dias e teve muita repercus-são. Esse movimento foi paragarantir' o mínimo por funçãoque na época já queriam nos ti-

y:ar., Q' presidente do Sindicatofoi preso, mas solto depois qUI::o ,TRT se recusou a julgar sem asua presença. Tivemos um bomaumento mas a tabela caiu.

1962Neste período de 62 a 64 hou-

ve muitas greves. Fizemos algu-mas reivindicatôrias, mas tam-bém acompanhamos as outrascategorias em greves políticas.

- /.

,"Eu fui pre.ocom a bandei""do Sindiclto 8n·rolada no' eer-po,"

Gentil Neves ,Correa.Praticamente em todos os dissí-dios os padeiros faziam greve.Duravam um dia ou dois e às ve-zes eram, antes do dissidio, co-mo advertência. Em 1964, pou-co antes de ser dado o golpe mi-litar, os padeiros estavam comuma greve para ser deílagrada.Estávamos em assembléia ,geral 'quando veio a noticia para aban-donar o Sindicato, pois a policiajá vinha fechá-Io.

. .. 1966Passado 64 e até a nossa greve

deste' ano, houve apenas movi-mentos setoriais. Em 1966, de-baixo de uma' intervenção noSindicato, companheiros 'deduas padarias do Centro' resolve-ram e pararam por melhores sa-lários. No ano passado, 79, aPão, Americano ficou paradacinco-dias. '

A gra.e dOI pedelrol foi uma demonstreçãodo lorteleeimento do Sindicato nesses cinque n- ·ta anol. Uma demonstraçio clara de que nelteperlodoo Sindicato IImpll IItIVe ao lado dotrlbalhador. A greve foi oportuna. forçou ÓI.mplIs'rios do IItor I 11 IIntlllm' • mesl dinegocllç611 8 !!Iostrou mlis uma v8zque ,o lI-

, 'plrito pltronal continua lendo contra o treb~Ihldor. ' ,

JOAQUIMPresidentado SindicatodOI Metalúrglcoldi Sio Paulo:

A gtevl dOI companheirol padeiros foisentide na prética. Iqui no Sindiclto: r••amos11m pild plre ollmoço dosluncionériol. To-dos compreenderam que 01 culpados .'nioeram os padeiros. mas os. donos das pada-rils. pelloua Intranligência. E ficamos setis-feltOl em perceber qUI nOllOI companheirosconsegulllm dar consequolncil • decido da 'IlIlmbléll. nó SUl lutl 'pór jUltas reivindica-ç611. Afinll. slo clnquenta anol de expari6 ••

. cil. que sempre contarlm com I soliderleda-di dOI metalúrgicol da Capitll. '

I j, f:lijl,j ~i r! 1

IJI '

A' o-;glnlzaçto dOI pldolros. cheglndo It6I dOfllgraçto de uma gll,V.. delmistijica oIntlgo exemplo ,cltldo pelol'patr6.1 lOGO-Ii.rno de qUI I n.gocllçAo coletiva 6 Injuste.pàrque· somente IS "grandes" categoriastêm lorça plrl conl.guir lumentos de 1116·riol.Elle exemplo. Ilmpre citado para humilhar01 pldllro'; Igora .11 por tlrrl dlfinltlvl'mlntl. Quem trabalha duro pare organizl'lua categoril. sempre consegue. A grevl dospldllrOl , um. preVI disso.,

" Os repórteres, editores; artis-tas', fotógrafos, diagramadores, pes-

.quísadores e funcionários de apoio e,coordenação da Oboré orgulham-sedos serviços prestados ao Sindicato'dos Padeiros de São-Paulo para que

esta edição histórica de "AMassa"deixasse de ser apenas um, sonho.

Nossas homenagens à categoriados padeiros e confeiteiros que há 50anos constrói um Sindicato de lutapela Justiça e a Liberdade.

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'f,~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~t

Conseguimos isso::1o nosso .díssídío, julgado pelo TRT após dois dias de greve, temquinze itens. '

Cada um de nós é responsável pela fiscalização de seu cumprimento. '"

6 - Tem que explicar: pagamento do repousoTodo o trabalhador que for remunerado. ,~despedido deverá ser avisado 11) - Estabilidade para as f(por carta, e nela constar as mães: I(razões de sua dispensa. As gestantes não poderão ser \]7 - Uniforme só de graça: ' dispensadas desde o momento-TIQuando o empregador exigir em que ficaram grávidas até' I'que o empregado use 'algum 60 dias após o. término da ~Jtipo de uniforme, fardamento 'licença maternidade: ,(ou boné, deverá fornecer esta 11- Horas extras com'!~roupa de graça. ' acréscimo: ,'I(

8 ~ Tudona ponta do lápis: As horas extras .serão pagas; ,IAs empresas são obrigadas aas duas primeiras com ''''irfornecer aos empregados 'acréscimo de 250/0. As ,;f)

comprovantes de pagamento, excedentes terão pagamento ' i',licomsua ici"entificação (nome adicional de 100%. I'da: empresa) contendo, 12 -Estabilidade para' ., , ~,:i!",separadamente, o valor de ' convocaçãosdo serviçoí!cada parcela paga e desconto inilitar:':f. 'efetuado (salários, horas 'O trabalhador em idade de ,,'li.extras, adicional noturno, convocação do serviço militar ~~'remuneração de repousos, não poderá ser despedido. ,t'descontos do Inamps, desde o alistamento até 30' ,",fiadiantamentos. etc.). Além dias após a "baixa" .-Ldisso deverá conter o valor do 13 - Para contribuir com o' Jdepósito do FGTS. Sindicato: I9 - Vale atestado do Todos os trabalhadores, ~iSindicato: , ' mesmo aqueles não ' , I~·í·Os atestados de médicos e ' sindicalizados, terão umdentistas fornecidos pelo' desconto de Cr$ 200,00 no:Sindicato serão válidos para seu pagamento após ojustificar ausências sem o reajuste. Essedinheiro vaidesconto do pagamento. Eles servir para manter o nossogarantem também o Sindicato. 'L---~--------------~--~~--------------~----------------~----~--~------~-f

.,jÓ''''''<".~:,é1'!L.!!",\,;'';';,J,''':''''i1'f;4<,,",lh~'h;';'''''''~'~'::'~~~~~j;;~t;~;;J:::~~~~:~~:-;1\&:;:;':ii~.Gt~r~?l~~~;~D:~~iJEi~~~~ ... ~.Ir,iJpJ!

1 ..:....Conseguimos estesalário:Quem ganha até Cr$17.366,40, vai passar areceber com 49,46% aplicadosobre o salário de 10 de maiode 1'980; os que recebem atéCr$ 57.888,00 vão ganhar45,41 %, somando-se aoresultado mais' Cr$ 667,09;acima deste salário oscompanheiros devem aplicar37,73% aos salários de maiode 1980 e somar Cr$ 5.114,40

"""'~. ao resultado.2 -Garantimos o piso:Ninguém poderá ganharmenos de Cr$ 6.470,58.3 - Todos têm aumento:Mesmo os contratados após odia 1o de maio de 1980.4 ~ Função igual, salárioigual:O empregado que forsubstituído por outro,despedido sem justa causa,terá direito ao mesmo salário,com aumento -e tudo, queaquele exercente da mesmafunção.5 -o substituto também:Quem substituir outro, emférias ou licenças, deveráreceber o mesmo salário. '

o Sindicato dos Médicos de São Paulo cumprimentao Sindicato irmão dos padeiros pela passagem doseu 50.o aniversário e reafirma seuscompromissos de Unidade Sindical na luta porsalários dignos"melhores condições de trab~lho edireito à saúde: Que este ano marque, também, oano do grande Congresso Nacional das Classes·--------------------------~~-----~~Nmu.w~

Trabalhadoras - Conclat - ponto de partida paraa Central Única dos Trabalhadores.É preciso acabar, como vocês dizem. com 'o 'salário que o diabo amassou. E isso se consegue'com unidade e luta como os companheirosmostraram ao País durante a última CampanhaSalarial.

0" .. -- .. -- .... - ..

.....

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Aos padeiros 'e' suas.famBias, um Feliz Natal!

Nós somos importantes. O alimento que o padeiro faz é sagrado.Somos os homens que fazem o primeiro alimento do povo. Somos osvanguardeiros da noite. Somos trabalhadores importantes e merece-mos, por' Justiça, o tratamento de respeito. Fazemos a maior parte eficamos sempre com a menor porção do nosso trabalho: Em 1981, to-dos os padeiros e confeiteiros se juntarão e gritarão forte: quem faz ó

pão merece. vida digna. E juntos lutaremos pela dignidade e respeito.'f'eliz Natal, próspero Ano Novo! .

. A Diretoria.' .

" I' .;,

A Federação se congratula coin oscompanheiros de todo .0 Estado de SãoPaulo, que mais' uma vez demonstraram suádisposição de luta .

Mais .um ano de luta se foi. Hoje nossentimos mais fortes porque nesses 365 diasde 1980 aprendemos muito. Tivemospela frente muitas barreiras mas mostramosnossa disposição de derrubar tudo 'o que .atrapalhe 'abusca da Justiça e de um,mundo melhor para o trabalhador. .É claro quenão conseguimos conquistartodos 'nossos anseios. Hoje otrabalhador .sofrena-carne os desmandosdenossa economia. Querem nos sacrificarainda mais -.1980 foi 'um ano difícil pará otrabalhador. Uma inflação de 113OJo quereduziu a nada nossos magros salários.Mas como dissemos, aprendemos muito.Aprendemos que o futuro deste Brasil-estánas mãos dos trabalhadores. Quem faz tudo~ o trabalhador e por isso tudo depende ,dele. Este ano que se aproxima serátambém, a nosso ver, um ano difícil.Nossos salários ainda serão 'comidos ..pelainflação galopante. No entanto, sabemosque a organização do trabalhador pode darum basta a esse sacrifício. E estaFederação, se em 1980 ajudou na .organização dos trabalhadores, neste' 1981fará de tudo para aumentar ainda mais,nossa união. A Federação não vai cruzar osbraços. Vai' arregaçar as mangas em 1981 .para fazer um Brasil justo, do trabalhador.

Org!o Oflciar dc Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de PanificaçJo e Confeitaria de SãoPaulo. Rua Japurá, 190/192 - Telefone: 32-2706.Diretor-Responsánl: Raimundo Rosa de lima. Dlretoril: Raimundo Rosa de Lima. Afonso dosSantos Souza. Manoel Messias dos Santos, Ollmpio Antônio da Silva, Berlim de Pauis Cavalcantie Antônio Pe-reira Santos. Produção: o.oú Editorial/Jornalismo Sindical"· Rua ceetes, 84.-Telefone: 864:-4028· São Paulo. C.G.C. 61.233.203/0001-69. JornlUstl Rtsponsivel: Dora Tavaresde Lime. Arte: Jaime Prades. Fotos: Rlcardo Alvês. Composkio e Impresaio: Empresa .Jornaftstica Comércio & Indústria S.A .. Rua Or,"Almaida Lime. 1.384· Mooça· Slo Paulo.°Tira.em: 10.000 exemplares. o

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. 4 ~ Senão cumprir ocordo, leva multa: .

patrão que não cumprirualquer dos itens acimaagará uma multa emfavor

-- o empregado prejudicado .noalor de Cr$ 150,OO·por mês.5 ---: Isso vale por um ano:

aumento e todas as.ondiçõest de trabalho-onquistadas são válidas atéo de novembro de 81 e jástão vigorando desde 1o deovembro passado. Quando o

. atrão quiser escamotearasuasconquistas, o mais

-'-""';.:em um é não quererem pagaraumento, não tenha dúvida,

rocure o Sindicato!bservaçãos-Bstas garantiasalem também para osompanheiros dos Sindicatos.e -Araçatuba, Araraquara,raras, Barretos, Bebedouro,ruzeiro, Jaú, Jundiaí, .

. imeira, Piracicaba, Pirajuí,.auru, Presidente Prudente,

.' Ribeirão Preto, São Carlos,aubatê e Guaratinguetá,

-'..além das cidades .: epresentadas pela Federaçãodos Trabalhadores nasIndústrias .de Alimentação do .Estado de São Paulo. .'

...e CNEALEGRIA~ eSSII ? 1980Foi UM ANODe: iNFLAçÃO Ie=swvRADA -_

•..~ jNlERV~çAOeM SiNDiCAIOS!

Aos companheiros dó Sindicato dosPadeiros deSão PauloDar de vestir a quem tem frio.Dar de comer a quem tem fome.Nossas categorias trabalham há sé- .culos para que estas palavras poso.sam ser praticadas por toda a

. Humanidade.Viva o.Síndicato dos Padeiros!Viva seus 50 anos de trabalho!Sindicato dos Trabalhadores nas Indústriasde Fiação e Tecelagem de São PauloEstamos juntos sempre, para sem-pre.