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    A MATRIA EXPRESSIVA

    A Dialtica da matria expressiva, comos processos de imaginao e criaono ensino e aprendizagem da Arte

    Ms Claudia k retzer

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    Qual a importncia da matria para o processo

    de ensino e aprendizagem da arte?

    O que nos aproxima da matria ?

    Como se d o dilogo! Por aproximao ou

    distanciamento?

    Como se d o equilbrio da resistncia com a

    vontade?

    ALGUMAS INTERROGAES

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    As matrias diversas, que se estendem

    entre os plos dialticos extremos do

    duro e do mole, designamnumerosssimos tipos de adversidades

    Gaston Bachelard

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    NichoPolicrmico -

    Toca do

    Boqueiro da

    Pedra Furada -

    Serra da

    Capivara - PI

    Nicho Policrmico - Toca do Boqueiro da Pedra Furada - Serra da Capivara - PI

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    Lygia Clark (1920 1988)

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    Frans KrajcbergInstallation, 1988 (palmiers & pigments naturels h. 300)

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    Vik Muniz, 2007

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    Fundamentos tericos

    Torna-se evidente que no trabalho excitado de modos to diferentespelas matrias duras e pelas matrias moles que tomamos conscincia denossas prprias potncias dinmicas, de suas variedades, de suascontradies(BACHELARD, 2001, p.16)

    Assim a matria nos revela as nossas foras. Sugere uma colocao de

    nossas foras em categorias dinmicas. D no s uma substnciaduradoura vontade, mas tambm esquemas temporais bem definidos nossa pacincia. (BACHELARD, 2001, p.19)

    A matria nosso espelho energtico; um espelho que focaliza asnossas potncias iluminando-as com alegrias imaginrias (BACHELARD,2001, p.20)

    (...) a realidade material nos instrui. De tanto manejar matrias muitodiversas e bem individualizadas, podemos adquirir tipos individualizadosde flexibilidade e de deciso(BACHELARD, 2001, p.21)

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    Fundamentos tericos

    Atravs do trabalho da matria, nosso carter adere de novo a nossotemperamento(BACHELARD, 2001, p.24).

    De fato, s na medida em que o homem admita e respeite osdeterminantesda matria com que lida como essncia de um ser, podero seu esprito criar e levar vo, indagar o desconhecido(OSTROWER,2001, p. 32).

    A materialidade no , portanto um fato meramente fsicomesmo quando a matria o . Permanecendo o modo de seressencial de um fenmeno e, consequentemente, com issodelineando o campo de ao humana, para o homem as

    materialidades se colocam num plano simblico visto que nasordenaes possveis se inserem modos de comunicao. Pormeio dessas ordenaes o homem se comunica com os outros(OSTROWER, 2001, p.33)

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    *A dureza e a moleza dos materiais so resistnciasimpostas pela prpria natureza terrestre. a partir dela,que tomamos conscincia de nossas prprias potncias.

    *Manejar materiais e matrias diversas e bemindividualizados, colabora em adquirir tipos

    individualizados de flexibilidade e de deciso.

    *O mundo das imagens nos estimula e desperta oinstinto, o que de primordial ao SER. Nos provoca desta

    forma, uma reao.

    *O homem dialoga, se relaciona com o mundo dasmatrias, imagens e das foras.

    Gaston Bachelard

    REVENDO

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    Criar representa uma intensificao

    do viver, um vivenciar-se no fazer.

    Fayga Ostrower

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    Fundamentos tericos

    Oque, portanto se coloca aqui que, para poder ser criativa,a imaginao necessita identificar-se com a materialidade.Criar em afinidade e empatia com ela, na linguagemespecfica de cada fazer(OSTROWER, 2001, p.39).

    Quando desconhecemos a materialidade da msica, esobretudo no a vivenciamos enquanto materialidade, torna-se impossvel ter noo do processo de criao musicalporque ele um problema de linguagem musical. No

    sabemos o que em realidade significa imaginarmusicalmente(IDEM, p.35)

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    Fundamentos tericos

    No s a ao do indivduo condicionada pelo meio social, comotambm as possveis formas a serem criadas tm que vir ao encontro deconhecimentos existentes, de possveis tcnicas ou tecnologias,respondendo a necessidades sociais e aspiraes culturais (OSTROWER,2001, p.40)

    Assim o conceito de materialidade no indica apenas umdeterminado campo de ao humana. Indica tambmcertas possibilidades do contexto cultural, a partir denormas e meios disponveis. Com efeito, para o indivduoque vai lidar com a matria, ela j surge em algum nvelde informao e j de certo modo configuradaisso, em

    todas as culturas; j vem impregnadas de valoresculturais. A materialidade seria, portanto, a matria comsuas qualificaes e seus compromissos culturais(OSTROWER, 2001, p.43).

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    Arthur Bispo Do Rosrio

    Manto de Apresentao (1989)

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    Arte Popular

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    Cermica indgena hoje

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    KaiapXicrim - Par

    Arte Plumria

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    Como ento, no proporcionar aos alunos este contato?

    Como falar do sentido da arte se no possibilitamos a

    dialtica da matria?

    Como no coloc-los de frente a matria resiste ou

    malevel para vivenciarem o verdadeiro devaneio?

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    A DIALTICA DA MATRIA COM A OBRA

    Nosso a pego aos materiais tem sua base em nossasemelhana orgnica com eles. Nessa afinidade sefundamenta toda a nossa ligao com a Natureza. Osmateriais e a humanidade so, ambos, derivados daMatria. Sem esse estreito apego aos materiais e sem esseinteresse pela sua existncia, a ascenso de toda nossa

    cultura e civilizao teria sido impossvel. Amamos osmateriais porque amamos a ns mesmos.

    Naum Gabo

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    A DIALTICA DA MATRIA COM A OBRA

    Joseph Beuys, A matilha, 1969

    Durante a querra, o artista aps a quedado avio, foi salvo pelos trtaros, queenvolveram seu corpo com gordura efeltro. Beuys usou esses materiais como

    smbolos artsticos de cura esobrevivncia. Lanou-se na atividade deprofessor (foi ele quem deu incio Universidade Livre Internacional) e reuniuem torno de si muitos seguidores.

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    A DIALTICA DA MATRIA COM A OBRA

    Marc Quinn, Eu (detalhe),1991

    Quinn tirou cerca de 4,5litros de seu prprio corposangue (a quantidade mdia

    em um corpo humano), queesculpiu sua prpriaimagem, fundiu e congelou> um estudo assustador doautorretrato, bem como davitalidade e da mortalidade.

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    A DIALTICA DA MATRIA COM A OBRA

    Tony Oursler, A mquina de influncia, 2000

    As projees ao ar livre de Ourslertransformaram a Soho Square, em Londres,em uma psicopaisagem,na qual se invoca oesprito do local, com rvores e edifcios

    falantes, cabeas que conversam como noMgico de Oz, luzes, sons e espectros. Tudoisso provoca uma sensao fantasmagrica,como se fosse uma grande sesso esprita aoar livre.

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    A DIALTICA DA MATRIA COM A OBRA

    Robert Smithson, Quebra-mar em espira,

    1970

    Um contato de arrendamento, com vinteanos de durao, garantiu a criao daobra mais conhecida de Smithson, umaestrada espiralada, feita com pedras de

    basalto negro e terra, que se projeta nasguas do Great Salt Lake, em Utah,avermelhadas devido presena das algase dos resduos qumicos.

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    Tudo recomea, tudo comea somentepara aquele que sabe ser

    espontaneamente espontneo.

    Gaston Bachelard

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    Nelson Cruz, Autor e Ilustrador

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    BIBLIOGRAFIA

    BACHELARD, Gaston. A Terra e os Devaneios da Vontade. Trad. MariaErmantina Galvo. So Paulo: Martins Fontes, 2001.

    CHIPP, Herschel Browing. Teorias Da Arte Moderna. Trad. Waltensin Dutra.2ed. So Paulo: Martins Fontes, 1996.

    DEMPSEY, Amy. Estilos, escolas e movimentos: guia enciclopdico da artemoderna.Trad. Carlos Eugnio M. de Moura. So Paulo: Cosas Naif, 2010

    OSTROWER, Fayga . Criatividade e Processos De Criao.15 ed. Petrpolis:Vozes, 2001.