A MATRIZ ENERGÉTICA NACIONAL ( 2011 )
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A MATRIZ ENERGÉTICA NACIONAL
THE NATIONAL ENERGY MATRIX
RESUMO
Este trabalho descreve a matriz energética Brasileira, com dados do Ministério de
Minas e Energia (MME), a produção de energia de outras fontes, renováveis e não
renováveis e a questão da sustentabilidade no setor. A crise energética nacional
apresenta dois focos agravantes sendo; as questões institucionais, licenciamentos,
estratégias e localização de fontes geradoras, e as mudanças climáticas globais,
comprovadamente de origem antropogênica. Modelos de produção de energia
renováveis e a preocupação com a sustentabilidade desta atividade são
apresentados como alternativa na mitigação dos impactos nos meios.
INTRODUÇÃO
A matriz energética nacional é, em sua grande maioria, formada pela fonte
hidráulica, que corresponde a 74% da matriz energética produzida no país. Uma
grande parte significativa do potencial hidrelétrico localiza-se na Amazônica, região
ambientalmente delicada. O petróleo, gás natural, os combustíveis renováveis,
somam o restante dos 26% da matriz energética nacional.
Apesar da importância dessas fontes, a composição atual do setor energético
brasileiro relacionado ao crescimento de demanda - escassez de oferta e restrições
financeiras, socioeconômicas e ambientais à expansão do sistema - indica que o
suprimento futuro de energia exigirá maior aproveitamento de fontes alternativas.
Para que ocorra o crescimento nacional, seja econômico ou social, é
primordial o desenvolvimento das atividades de geração de energia elétrica, para
tanto, necessário que essas atividades respeitem o princípio constitucional do
desenvolvimento sustentável.
Matriz Energética Nacional
5,7%
2,7%
2,6%
1,3%
5,2%
1,5%
0,4%
5,4%
75,2%
HidroGás NaturalDerivados de PetróleoNuclearcarvãoBiomassaGás IndustrialEólicaImportação
. Figura 1 – Matriz energética brasileira 2010 - MME
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SOBRE O LICENCIMENTO AMBIENTAL
O licenciamento ambiental é o instrumento usado pela administração publica
para o controle das atividades humanas que interferem no meio ambiente, na busca
do equilíbrio do desenvolvimento econômico e a sustentabilidade.
O embasamento legal é exposto pelas leis 6.938/81, as resoluções CONAMA
001/86 e Resolução 237/97.
A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), instrumento autônomo da Política
Nacional do Meio Ambiente, não pode ser confundido com o Estudo de Impacto
Ambiental (EIA), que é ferramenta indispensável de outro instrumento da mesma
Política, o licenciamento ambiental.
É garantida a participação social, nas etapas de licenciamento, quando da
elaboração do EIA/RIMA, pela menção legal da obrigatoriedade de dar publicidade
aos estudos, acolhendo sugestões e esclarecendo duvidas aos participantes das
audiências públicas, publicadas no DIARIO OFICIAL e meios de comunicação local.
As audiências serão solicitadas pelos órgãos IBAMA e Ministério Publico,
conforme legislação citada.
Nos processos de licenciamento ambiental no Brasil relacionados a expansão
do sistema de geração hidroelétrico, de acordo com estudos do MME, foram
identificadas quatro questões básicas e gerais que merecem atenção, visando o
aumento da eficiência e a diminuição do tempo do processo de licenciamento:
a) Baixa qualidade dos Termos de Referência (TdRS) e RIMAS.
b) Ausência de informações geográficas, projetos localizados em áreas
relativamente pouco antropizadas, com escassez de informações técnico -
cientificas sobre os meios biótico e físico, obrigando o empreendedor a
coletar informações diretamente no campo e em curto espaço de tempo.
c) Interação inadequada entre os órgãos competentes
d) A Subjetividade dos princípios e critérios adotados
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Em publicação recente, a direção do IBAMA declarou não possuir
profissionais especializados na área social. Dos 83 funcionários de nível superior
lotados na diretoria de licenciamento do IBAMA em Brasília, apenas 5 tem formação
em ciências sociais. Considerando que os aspectos sociais relacionados a
empreendimentos hidrelétricos têm grande relevância para os custos e prazos
implicados no processo de licenciamento ambiental, isso sugere haver necessidade
de reforço da equipe da Diretoria de Licenciamento do IBAMA na área social.
Com origem em estudo encomendado pelo MME, o órgão emitiu algumas
recomendações, sugerindo projetos de Lei, regulamentando a competência
ambiental, e formulando novos instrumentos de avaliação estratégica e o reforço
institucional do IBAMA e da EPE.
A PREOCUPAÇÃO COM A EFICIENCIA ENERGÉTICA NACIONAL
Elaborado pelo MME, o plano nacional de energia - PNE 2030, tem como
objetivo o planejamento a longo prazo do setor energético do país, orientando
tendências e alternativas de expansão desse segmento nas próximas décadas,
Esta iniciativa busca apresentar á sociedade o resultado de estudos que
constituem a gênese de um processo que culminará com a publicação do PNE 2030,
uma das principais formas de materialização do planejamento energético de longo
prazo brasileiro.
ALTERNATIVAS DA CIENCIA MUNDIAL
James Ephraim Lovelock, Inglês, pesquisador independente e ambientalista,
autor do livro “A vingança de Gaia”, apresenta uma dura crítica ao modelo de
desenvolvimento adotado pela nossa sociedade e apresenta sua alternativa.
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Lovelock defende a fissão1 nuclear como uma forma segura de gerar energia
até que se consiga tecnologia viável para a produção de energia através da fusão2
nuclear e outras tecnologias limpas.
A teoria de gaia, de sua autoria, reconhece o planeta terra como um sistema
completo entre suas partes animadas e inanimadas. Gaia é definida nas palavras do
autor como;
“um invólucro esférico fino de matéria que cerca o interior
incandescente. Começa onde as rochas crustais encontram o magma
do interior quente da Terra, uns 160 quilômetros abaixo da superfície, e
avança outros 160 quilômetros para fora através do oceano e ar até a
ainda mais quente termosfera, na fronteira com o espaço. Inclui a
biosfera e é um sistema fisiológico dinâmico que vem mantendo nosso
planeta apto para a vida há mais de 3 bilhões de anos. Chamo Gaia de
um sistema fisiológico porque parece dotada do objetivo inconsciente
de regular o clima e a química em um estado confortável para a
vida” (LOVELOCK, 2006, p. 27).
Sobre a tese defendida no livro, como todo organismo vivo agredido, Gaia
dará uma resposta ao seu agressor, podendo colocar a civilização humana em risco.
O ponto central do livro é o aquecimento global e todas as implicações
advindas dessa provável nova configuração climática do planeta. O autor faz críticas
e traz pontos polêmicos sobre a geração de energia e modelos alternativos
levantados por ambientalistas.
CONCLUSÃO
1 Fissão nuclear. Reação nuclear em que núcleos leves reagem para formar outro mais pesado, com grande desprendimento de energia. Na reação, parte da massa dos núcleos reagentes se transforma em energia, a massa do núcleo resultante é menor que a soma das massas dos reagentes. 2 Fusão nuclear. Reação nuclear, espontânea ou provocada, em que um núcleo atômico, geralmente pesado, se divide em duas partes de massas comparáveis, emitindo nêutrons e liberando grande quantidade de energia.
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O crescimento de demanda, a escassez de ofertas, as restrições à expansão
do setor energético, fontes alternativas e teorias científicas no campo da produção
de energia compõem o cerne do conteúdo apresentado.
Diversos atores envolvidos no processo de licenciamento ambiental para
empreendimentos hidrelétricos revelaram o temor dos funcionários de órgãos
licenciadores por sofrer possíveis penalidades impostas pela Lei de Crimes
ambientais (Lei 9.605/98), e a Lei que dispõe sobre a Improbidade Administrativa
(Lei Federal 8.429/92), que confere responsabilidade penal objetiva à pessoa dos
agentes públicos, agentes licenciadores, mesmo por atos praticados de boa-fé, em
circunstâncias complexas, em conduta comissiva e ou raramente omissiva.
Em relação aos dados apresentados, conclui-se que as recomendações
elaboradas pelo MME, os projetos de alterações na lei e outras regulamentações se
apresentam, oportunamente, coerentes com nossa realidade atual.
Ainda relacionado aos índices de produção de energia por fontes alternativas
limpas, reconhece-se a necessidade de um maior esforço no desenvolvimento das
tecnologias, um maior investimento na formação de profissionais e maior apóio a
área de pesquisa cientifica, na intenção de melhoria dos instrumentos,
equipamentos, aparelhos e sistemas com objetivo de favorecer o desenvolvimento
tecnológico aliado a questão da sustentabilidade.
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REFERENCIAS
SILVESTRE, Mariel, Editora Revista dos Tribunais. São Paulo. 2001. página 43.
LOVELOCK, James. A vingança de Gaia. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2006.
GOLDEMBERG, J, Estudos Avançados, 2007 - SciELO Brasil http://www.scielo.br/pdf/ea/v21n59/a02v2159.pdf: acessado em 11 de outubro de 2011.
MME, Publicações, Matriz Energética Nacional 2030, disponível em; http://www.mme.gov.br/spe/galerias/arquivos/Publicacoes/matriz_energetica_nacional_2030/MatrizEnergeticaNacional2030.pdf, acessado em 11 de outubro de 2011.
MME, Publicações, Soluções Energéticas para a Amazônia biodiesel, disponível em; http://www.mme.gov.br/mme/galerias/arquivos/publicacoes/LpT/Solucoes_Energeticas_para_a_Amazonia_Biodiesel.pdf: acessado em 11 de outubro de 2011.
MME, Publicações, Soluções Energéticas para a Amazônia (síntese), disponível em; http://www.mme.gov.br/mme/galerias/arquivos/publicacoes/LpT/Solucoes_Energeticas_para_a_Amazonia_Sintese.pdf: acessado em 11 de outubro de 2011.
MME, Publicações, Licenciamento Ambiental de empreendimentos hidroelétricos no Brasil; disponível em; http://www.mme.gov.br/mme/galerias/arquivos/publicacoes/estudo_licenciamento_ambiental_de_empreendimentos_hidreletricos_no_brasil/Relatorio_SINTESE.pdf: acessado em 11 de outubro de 2011.
KRUGER, Leite at. al. UMA ANÁLISE SISTÊMICO-AMBIENTAL SOBRE A ATUALCRISE ENERGÉTICA BRASILEIRA, Revista Educação e tecnologia, CEFETs RJ, MG, PR. Disponível em http://revistas.utfpr.edu.br/pb/index.php/revedutec-ct/article/viewFile/1143/740, Acessado em 11 de outubro de 2011.
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