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A MENSAGEM A MENSAGEM A MENSAGEM A MENSAGEM MANUAL DE PREGAÇÃO UM GUIA PRÁTICO PARA PREGADORES Fernando Caldeira da Silva

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A MENSAGEMA MENSAGEMA MENSAGEMA MENSAGEM MANUAL DE PREGAÇÃO

UM GUIA PRÁTICO PARA PREGADORES

Fernando Caldeira da Silva

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

Copyright © Fernando Caldeira da Silva 2008

ISBN:

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República da África do Sul

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

ÍNDICE

O PREGADOR E A MENSAGEM

Introdução 4

Capítulo 1: A preparação do pregador: O coração

e a vida ilustrativa da mensagem 6

Capítulo 2: A preparação do sermão: O esboço

elaborado para apresentar a mensagem 16

Capítulo 3: A comunicação persuasiva do sermão:

Como a mensagem de Deus deve ser

pregada ou ensinada 36

Capítulo 4: A variedade dos sermões: Como a

mensagem de Deus deve ser doseada

adequadamente 44

Capítulo 5: Esboços de pregação: Que o pregador

pode pregar 54

Conclusão 58

Bibliografia 60

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

INTRODUÇÃO

O PREGADOR E A MENSAGEM

A MENSAGEM pretende fornecer ideias e esboços, que constituam material de

preparação de pregação, fácil de utilizar por qualquer cristão, na sua tarefa de proclamar

o evangelho em qualquer lugar e a todas as criaturas. É composto de duas partes

fundamentais: a primeira apresenta algumas dicas, sobre o que o crente deve fazer, para

preparar-se, para pregar; e, a segunda inclui esboços de sermões que podem ser usados

na pregação.

O especto homil]etico tratado neste livro é em grande parte baseado no livro em

espanhol de James D. Crane intitulado El Sermon Eficaz, publicado pela Casa Bautista de

Publicaciones. Mas outros autores s\ao igualmente importnates. que odem ser

consultados sobre o assunto da preparação do pregador e das suas pregações são por

exemplo A. W. Blackwood com o seu livro La Preparación de Sermones Bíblicos, J. A.

Broadus com o seu livro Tratado Sobre la Predicación, Héctor Pereyra Suárez com o seu

livro Hacia la Elocuencia, J. O. Williams com o seu livro El Predicador del Evangelio y su

Predicación, A. Treviño O. Com o seu livro El Predicador: Pláticas a mis Estudiantes,

Charles H. Spurgeon com o seu livro Discursos a mis Estudiantes.

De qualquer forma, o candidato a pregador deve lembrar-se que os princípios

homiléticos – que são os princípios que regem os dons de a oratória cristã – são tão

antigod como a própria prática da pregação ou de falar em público a uma audiência. E são

precisamente esses princípios que de forma muito resumida abordamos neste livro.

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PRIMEIRA PARTE

A PREPARAÇÃO DO PREGADOR E DA PREGAÇÃO

COMO O PREGADOR DEVE PREPARAR-SE PARA PREGAR

Como afirmamos na introdução neste livro apresento idéias e esboços, que

constituam materias de preparação de pregação, fáceis de utilizar por qualquer cristão,

na sua tarefa de proclamar o evangelho em qualquer lugar e a todas as criaturas. E nesta

primeira parte apresento algumas dicas, sobre o que o crente deve fazer, para preparar-

se, para pregar.

capítulo um A PREPARAÇÃO DO PREGADOR

O CORAÇÃO E A VIDA ILUSTRATIVA DA MENSAGEM

A arte de pregar o evangelho – chamada de homilética nos institutos bíblicos e

seminários teológicos – é a ciência que ensina o pregador, como preparar-se, para

apresentar as suas mensagens ou estudos bíblicos. Este processo de preparação não

anula a necessidade de inspiração do Espírito Santo. O que pretende é organizar e

ordenar os seus pensamentos inspirados por forma a expô-los com graça à audiência,

para que sejam compreendidos convenientemente, e atinjam os fins, a que se propõem. E

não se julgue que os princípios homiléticos sejam uma invensão moderna para ajudar os

pregadores, porque são tão antigos como a própria actividade da pregação. De facto

encontramos registo da aplicação das regras da homilética, desde os tempos da Igreja

Primitiva, por ajudarem na elaboração dos esboços dos sermões, que pregavam.

Forneço sucintamente algumas das regras da homilética na primeira parte deste

manual para introduzir o pregador menos preparado à arte de preparar-se

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espiritualmente e de preparar os seus sermões e mensagens. E a razão principal porque o

faço, é porque estas regras facilitarão a exposição da mensagem, e assim tornarão o

ministério do pregador mais bem sucedido.

E porque o ministério de pregar a Palavra de Deus tem por objectivo a utilização do

púlpito, ali iniciando e terminando, o pregador precisa saber o que fazer para utilizar bem

o púlpito. É que, o seu coração e a sua mente têm de estar preparados, antes de

apresentar-se no púlpito aos seus ouvintes. E essa preparação prévia deve incluir a oração

e a consagração do coração a escutar a voz de Deus, para receber a unção, que precisará,

para pregar a mensagem divina. Mas deve incluir também a meditação das Escrituras,

para a elaboração adequada de mensagens poderosas e acutilantes, que transmitam as

ideias de Deus e não as do pregador. Isto porque o objectivo principal da pregação é

comunicar aos ouvintes os pensamentos de Deus acerca das condições morais das suas

vidas e do seu estado espiritual dos seus corações, com vista a que se aproximem Dele, e

experimentem do Seu favor, da Sua bênção, e da Sua vontade suprema para as suas

vidas.

1. O QUE FAZER PRIMEIRO

Para estudar este manual só precisa, de dedicar-se, a fazer algumas coisas simples. Em

primeiro lugar não inicie o seu estudo bíblico sem se consagrar à oração, buscando a

Deus, e pedindo-Lhe a Sua ajuda divina. Peça-Lhe direcção, iluminação, e compreensão

espiritual. Em segundo lugar, tenha à mão o material que precisa para estudar a Bíblia, ou

seja, os livros, os dicionários, os comentários bíblicos, e o seu caderno de apontamentos e

o lápis, além da sua Bíblia, claro. E em terceiro lugar, seja organizado esquanto estiver a

estudar a Bíblia.

Procure obter primeiro uma visão global do texto bíblico que está a estudar, de modo

a não particularizar a sua interpretação. Observe em maior pormenor os detalhes ou

elementos particulares, incluídos no texto bíblico, fazendo as anotações, que entender

relevantes. Depois elabore ordenadamente o que julga Deus estar a falar ao seu coração,

escrevendo-o no seu bloco de apontamentos. E por fim medite bem naquilo que lhe

parece relevante para si, porque pensar, e racicionar acerca da mensagem bíblica, ajudará

o pregador, a desenvolver a capacidade, de argumentar inteligentemente sobre ela. E

lembre-se que a actividade de pregar o evangelho é muito importante, como o Apóstolo

Paulo mostra em 2 Timóteo no capítulo 2 versículos 1 e 2 e no capítulo 4 versículos 1 a 8,

Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus. E o que de mim, entre muitas

testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os

outros. (2 Tm 2.1-2).

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Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os

mortos, na sua vinda e no seu reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo,

redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que

não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores

conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às

fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu

ministério. Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha

partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a

coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente

a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda. (2 Tm 4.1-8).

2. INTRODUÇÃO À PREGAÇÃO E AO PREGADOR

A pregação é a comunicação da verdade divina feita por alguém a outras pessoas, e

inclui duas vertentes fundamentais. Por um lado há a verdade divina, que deve ser

compartilhada aos ouvintes; e por outro lado há também a vida do pregador, que deve

reflectir a integridade moral dessa verdade divina, como exemplo a seguir da sua

aplicabilidade prática. Ou seja, a verdade a ser pregada pelo pregador, deve estar

essencialmente aplicada na sua vida pessoal, para lhe servir de ilustração fundamental.

Caso contrário a mensagem será rejeitada, e o pregador considerado hipócrita. E é por

isso, que a interligação da mensagem divina com o coração e a mente do pregador, deve

ser tão perfeita, que reflictam verdade, sinceridade, honestidade, e integridade. É como

se a Palavra de Deus fosse viva e encarnada no pregador, para convencer os ouvintes.

As três áreas distintas da pregação são o seu material, o seu método, e o seu

objectivo. O material da pregação é essencialmente a verdade divina, e não as histórias

ou os testemunhos do pregador. Ele deve pregar a Palavra de Deus e não os seus

pensamentos mais ou menos elaborados e inteligentes. O método da pregação é a

comunicação verbal da mensagem divina aos ouvintes, e pode assumir várias formas.

Primeiro, a pregação pode ser informal ou familiar (Mc 2.2; At 4.1, 31; 14.25). Segundo, a

pregação pode ser explicativa do significado literal ou espiritual da mensagem bíblica (Lc

24.32; At 17.1-4). Terceiro, a pregação pode adquirir a forma argumentativa ou disputa,

refutando pensamentos perversos e errados (At 20.9; 24.25). E quarto, a pregação pode

ser declarativa como um discurso que anuncia a Boa Nova, pregando-a publicamente com

formalidade, gravidade, e autoridade, que leve os ouvintes à submissão e à obediência

aos seus preceitos (At 4.20). Quanto ao objectivo da pregação, é a de persuadir os

ouvintes à fé em Deus conforme os termos bíblicos que determinou na Sua Palavra. Era

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este afinal o objectivo dos pregadores da igreja primitiva como ilustra Actos no capítulo 4

versículo 20: “Porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido”.1

O objectivo fundamental da pregação evangélica tem de ser o de persuadir os

ouvintes, cativando-lhes os pensamentos e a alma, para obedecer à de Deus. O intelecto

e as emoções dos ouvintes têm de ser persuadidas a se renderem à Palavra do Senhor,

permitindo a transformação da sua natureza, para conformar-se ao Seu plano eterno

individual. A pregação tem por isso de levar os ouivintes a agir, decidindo-se por Cristo e

pela Sua causa, para seguí-Lo, e serví-Lo até ao final das suas vidas. A pregação poderá ter

sensibilizado os pensamentos e as emoções do ouvinte, mas não terá atingido o seu

objectivo principal se não cativar por fim a sua vontade. Encontramos exemplos evidentes

do objectivo fundamental da pregação cristã em muitas passagens das Escrituras (At 2.37-

41; 14.1; 17.6; 19.26; 26.29; 2 Co 5.11, 14, 29; Jd 1.23).

3. CARACTERÍSTICAS DO PREGADOR IDÓNEO

O sermão eficaz requer um pregador idóneo, puro de motivos, com o carácter

imaculado, e mostrando fidelidade ao Senhor, que lhe entregou o recado ou a

mensagem, que deve compartilhar com os ouvintes. O pregador idóneo tem

características peculiares, que o destingue das outras pessoas.

Em primeiro lugar, o pregador idóneo é um crente convertido ao Senhor de todo o

seu coração, para seguí-Lo, e serví-Lo abnegadamente. Isto implica que tem testemunho

pessoal que comprova a mensagem que tem para pregar, e que se submete ao serviço do

Senhor como servo humilde e obediente. A sua fé no Senhor e na Sua Palavra é

verdadeira e genuína, demonstrada pela sua atitude voluntária perante o Senhor, a Sua

igreja e a sociedade. A descrição mais completa do ministério do pregador encontra-se

em Efésios no capítulo 4 versículos 11 a 29,

E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e

outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do

ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao

conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para

que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo

engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em

amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado, e

ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do

corpo, para sua edificação em amor. E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais

como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente. Entenebrecidos no

1 Actos 20.31.

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entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu

coração; os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para com

avidez cometerem toda a impureza. Mas vós não aprendestes assim a Cristo, se é que o tendes

ouvido, e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus; que, quanto ao trato passado, vos

despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; e vos renoveis no

espírito da vossa mente; e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira

justiça e santidade. Por isso deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque

somos membros uns dos outros. Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira. Não

deis lugar ao diabo. Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o

que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade. Não saia da vossa boca

nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos

que a ouvem.

Em segundo lugar, o pregador idóneo tem qualidades pessoais indispensáveis ao bom

desempenho do seu ministério de pregação da Palavra de Deus baseado em 1 Timóteo no

capítulo 3 versículos 2 a 7. Segundo este trecho bíblico o pregador idóneo é irrepreensível

na sua conduta moral e ética, sendo responsável, digno de respeito, e com

comportamento exemplar. A sua vida privada pessoal e doméstica revelam essa

qualidade, quer em fidelidade conjugal, na educação dos filhos, e no espírito hospitaleiro

(1 Tm 4.12-16; 5.22; Tt 1.5-9). A conduta moral do pregador idóneo continua a ser a

mesma se estiver longe do ambiente onde reside, quer nos tratos comerciais, revelando

integridade, e aversão à torpe avareza (1 Tm 3.3). O seu modo de gastar o dinheiro que

ganha também é regrado, e honestamente administrado. A maturidade espiritual

também se manifesta na vida diária do pregador idóneo (1 Tm 3.6). E por fim o pregador

idóneo tem de ter aptidão para o ensino, caso contrário como poderá explicar a verdade

divina aos ouvintes. E isto implica que o pregador tem de adquirir conhecimento em geral

e bíblico em particular.

Em terceiro lugar, o pregador idóneo sabe que foi chamado pelo Senhor para dedicar-

se ao ministério de pregação da Sua Palavra, para ser embaixador ou dispenseiro dos

mistérios divinos aos ouvintes (Mt 9.38; Mc 3.13-15; At 20.28; 26.16-18; Rm 10.15). A

chamada de Deus é atestada pela atitude favorável da Igreja relativamente ao futuro

pregador, ao aceitar essa condição e apoiá-la (1 Tm 3.2-7; 4.12-16; Tt 1.5-9).

Em quarto lugar, o pregador idóneo busca ser baptizado e estar sempre cheio do

Espírito Santo, agindo sob a Sua plenitude e a Sua direcção, dependendo Dele de todo o

coração (Lc 24.29; At 1.14; 2.1-4; 13.1-3).

Em quinto lugar, o pregador idóneo deve observar três princípios para que a sua

mensagem tenha resultados positivos, que são a objectividade, a transmissão, e a

experiência. O pregador deve ser objectivo no seu propósito de pregar o evangelho,

tendo buscado com clareza do Espírito Santo o que deva falar aos ouvintes. Desta forma

não permitirá deslumbrar-se e errar quando pregar a sua mensagem, mantendo-se

humilde ao serviço do Senhor. Relativamente à transmissão o pregador deve manter-se

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na perspectiva apropriada entre os dois polos de interesse, que são Deus e os ouvintes.

Por um lado deve dirigir-se para o Senhor para receber Dele a revelação e inspiração da

mensagem a pregar, e por outro lado, deve também ser sensível à condição e aos

problemas que os seus ouvintes enfrentam para aplicar a mensagem de Deus com mais

relevância. Deve portanto lembrar-se sempre que o seu alvo é transportar e interpretar a

mensagem de Deus de esperança e salvação para o coração dos seus ouvintes

desorientados e perdidos sem o Senhor. E relativamente à experiência a mensagem deve

ser primeiro experimentada na vida pessoal do pregador antes de ser compartilhada com

autoridade espiritual e moral aos ouvintes (2 Tm 2.6). Mas deve também ser experiente

na visão da oportunidade, que lhe é apresentada pelo Espírito Santo, de entender

correctamente a necessidade premente do ser humano e da oportunidade especial para

falar-lhe de Deus.

Em sexto lugar, o pregador idóneo desenvonve e cultiva os traços expecíficos na sua

personalidade que o(a) distinguem dos outros, como marcas individuais da presença e da

acção do Espírito santo na sua vida. Podem ser traços intelectuais, físicos, sociais, ou

espirituais, manifestando as tendências a que a influência do Espírito encaminha para o

futuro. E uma das marcas fundamentais da personalidade do pregador é a oração

fervorosa, intensa, e profundamente espiritual que com regularidade se chega para falar

com o Senhor. Mas também a leitura e o estudo sistemático das Escrituras, bem como

uma vida de abnegada adoração sincera e verdadeira, para falar de Deus, na presença de

Deus (At 17.28; 2 Co 2.17; 4). Ou como Paulo aconselha aos pregadores,

Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem

falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem, na

presença de Deus, pela manifestação da verdade. (2 Co 4.2).

Em sétimo lugar, o pregador idóneo é regrado na sua alimentação, em exercícios

físicos, e no descando adequado para o seu corpo e para a sua alma, conforme Jesus e

Paulo afirmam (Mc 6.31; 1 Tm 6.31; Mq 4.38). E é também organizado na sua vida diária,

realizando as suas actividades com sucesso e destreza, para que o seu ministério tenha

fruto eterno e a sua saúde não seja prejudicada desnecessariamente.

Em oitavo lugar, o pregador idóneo desenvolve continuadamente a sua cultura

intelectual, seguindo o método de Jesus que escolheu vários indoutos para Seus

discípulos mas despertou neles o desejo de melhorarem os seus conhecimentos

continuamente (2 Pd 3.18).

4. ATITUDES DO PREGADOR IDÓNEO

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

Obviamente que o pregador idóneo tem de cuidar também da sua vida espiritual, e

não só da sua vida física, mental, e social. E nesta área da sua vida o pregador deve

desenvolver várias atitudes essenciais ao bom desempenho do seu ministério divino.

Em primeiro lugar, o pregador idóneo deve ser dado à piedade, que significa a

devoção e consagração a Deus, mas também a retidão, o amor, e o respeito pelas coisas

sagradas. E ainda a misericórdia e a compaixão pelos males dos ouvintes, que o(a) movem

a ajudar, como determinação reverente de dedicar-se ao cumprimento da vontade de

Deus para os ouvintes. A pregação eficaz requer a piedade do coração do pregador (1 Tm

4.8; 5.4; 2 Pd 1.3-7).

Em segundo lugar, o pregador idóneo tem uma atitude de devoção sincera, que

significa sentimento religioso, observância das práticas religiosas, e dedicação ao Senhor.

A devoção é a aplicação prática da peidade, que por isso andam sempre juntas. Com a

devoção o pregador vai além do profissionalismo para a serviço voluntário ao Senhor e

aos seres humanos.

Em terceiro lugar, o pregador idóneo tem de ser sincero para dignificar o Evangelho

de Deus, afastando-se da hipocrisia e da malícia (Rm 12.9). A sinceridade deve ser

constante e invariável na vida do pregador, quer presente, quer ausente, e a sua

mensagem deve emanar dela com verdade. A sinceridade manifesta-se também através

da dignidade, da humildade, da mansidão, e da firmeza de convicção (Tt 2.7-8).

Em quarto lugar, outra das atitudes essenciais e qualidade moral do pregador idóneo

é a humildade, porque a tentação a que está sujeito é a busca da fama e da vanglória

pessoal. Deve lembrar-se portanto que tudo o que faz e fala provêm do Senhor e não de

si mesmo, e assim resistir ao desejo dos aplausos e da aprovação dos ouvintes. A

pregador idóneo sabe assim que deve tudo a Deus, a Quem pertencem toda a glória e

honra, e que nunca deve confiar ou promover o seu ego, através da busca dos elogios dos

ouvintes. E por isso o pregador idóneo nunca sobe ao púlpito confiado na sua capacidade

pessoal, mas confiado na capacidade de Deus na sua vida, como Paulo admoesta em 2

Coríntios no capítulo 3 versículo 5,

Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a

nossa capacidade vem de Deus. (2 Co 3.5).

Em quinto lugar, o pregador idóneo tem de ser honesto, porque indiscutivelmente a

honestidade deve ser mais do que mera obrigação, mas uma das qualidades

fundamentais da sua alma, que deve manifestar-se de forma expontânea, natural e

contínua. As tentações surgem de toda a parte mas o pregador deve sempre manter a sua

integridade e honestidade intactas, evidenciando uma reputação de pessoa honrada e

honesta, e por isso digna de confiança. E por isso, o pregador idóneo não dá lugar ao

diabo na sua vida (Lc 22.31; Rm 12.7; Fp 4.8).

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

Em sexto lugar, o pregador idóneo tem de ser sério em toda a sua maneira de viver,

que significa a sua atitude reverente em relação ao exercício do seu ministério pessoal. A

seriedade deve ser um factor relevante na vida do pregador, manifestando na prática

diária, que vive o que prega. Isto não quer dizer necessariamente que o pregador não

deva ter sentido de humor doseadamente, mas que evita os gracejos irreverentes e

impróprios para o cristão. A dignidade do ministério do pregador idóneo manifesta-se

pela seriadade com que desempenha as suas funções ministeriais com muito temor de

Deus e reverência pela chamada, que Dele recebeu, para serví-Lo na pessoa dos seus

ouvintes. O pregador idóneo é por isso sério, mas sem ser triste, nem iracundo, nem

leviano.

Em sétimo lugar, outra das atitudes que o pregador idóneo manifesta na sua vida é a

coragem, deriva da sua conciência de que foi o Senhor que o chamou para pregar o

evangelho, e da operação e unção do Espírito Santo no seu coração, inspirando-lhe os

pensamentos, os sentimenos e as acções. A coragem que manifesta deriva portanto da

sua legitimidade com Deus e da sua autoridade espiritual. E apesar da humildade o

pregador idóneo manifesta coragem invulgar por emanar da fonte que é Deus, e se

manifesta com a Sua graça e autoridade. E claro que a coragem do pregador idóneo

manifesta-se também exercendo influência sobre os espíritos malignos, que explusa em

Nome de Jesus.

Em oitavo lugar, o pregador idóneo tem de ser optimista sob a acção do Espírito Santo

no seu coração, mesmo se enfrentar males ou dificuldades no ministério ou na vida

pessoal. O optimismo será a força espiritual que usará para vencer os obstáculos

levantados pos Satanás ao desempenho do seu minstério. A sua mensagem deve

transmitir alegria, esperança, fé, e optimismo vitoriosamente contagiante. E deve

também transmitir ânimo aos ouvintes, resultante da sua mensagem segura nas

promessas de Deus e não meramente na sua personalidade efusiva ou extrovertiva. A sua

mensagem transmite conforto aos abatidos, consolo aos amargurados, confiança aos

fracos, e fé aos desanimados. E por isso o pregador nunca deve conformar-se com o

infurtúnio, derrotas, ou fraquezas dos seus ouvintes, mas encorajá-los a chegarem-se ao

Senhor, para Dele receberem resosta adequada para a sua situação.

E em nono lugar, o pregador idóneo tem de ter a vida saturada com orações, com

jejuns, com vigílias, e com votos, como verdadeiro crente que é, andando na presença do

Senhor em santidade e perfeição. A oração é no entanto a actividade fundamental da sua

vida. Através dela a espiritualidade é cultivada com profundidade, como mostram as

biografias dos grandes heróis de Deus do passado. O orgulho da erudição é vencido e

ultrapassado pela oração verdadeira e genuína, que brota dum coração crentre e santo,

que deseja agradar ao seu Senhor e Salvador, submetendo-se-Lhe em tudo. A oração é o

factor poderoso da vida do pregador, que lhe garante a manifestação sobrenatural divina,

inspirando e ungindo a sua mensagem com autoridade sobre as potestades do ar, e sobre

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

os malefícios causados aos seres humanos, que a escutam. Do carácter da oração do

pregador dependerá o carácter da sua pregação, cujo modelo pode ser extraído da vida

de oração e ministério do próprio Senhor Jesus. Os sermões mais poderosos nascem no

coração do pregador ajoelhado em profunda oração e meditação perante o Senhor,

porque Ele unge os homens e as mulheres de oração. É na oração, que o pregador obterá

os temas das suas mensagens, terá os pensamentos acordados, para pensar como Deus

pensa, e as palavras preparadas na língua erudita que lhe dará o Senhor. E o pregador

idóneo que dedica muito tempo à oração e à comunhão com Deus, será frutífero como

agente na Sua Obra, o vitoriosamente capaz de suplantar o poder da cegueira espiritual

que abunda no mundo em trevas.

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

capítulo dois A PREPARAÇÃO DO SERMÃO

O ESBOÇO ELABORADO PARA APRESENTAR A MENSAGEM

Como afirmamos anteriormente, a arte de pregar o evangelho implica que utilize a

homilética, ciência que ajuda o pregador, a preparar-se, para apresentar as suas

mensagens ou estudos bíblicos, independetemente da necessidade de inspiração do

Espírito Santo. Portanto, o que pretendemos neste capítulo é aprender a organizar e a

ordenar os pensamentos inspirados, para expô-los com graça aos nossos ouvintes, de

modo que os compreendam bem, e a mensagem atinja o objectivo, a que se propõem.

Depois de termos tratado do aspecto da preparação do pregador para se qualificar ao

ministério da pregação, existem agora várias regras homiléticas simples e objectivas, que

precisamos abordar em seguida, à natureza da mensagem e do sermão que o pregador se

propôe comunicar à sua audiência.

1. O SERMÃO EFICAZ REQUER PROPÓSITO DEFINIDO

Existem várias áreas que devem ser abordadas aqui, e que devem constituir a linha de

acção do pregador na preparação do seu sermão.

1.1 DETERMINE O PROPÓSITO DO SERMÃO

A determinação à-priori do propósito definido do sermão trará muitos benefícios ao

pregador e à audiência. Em primeiro lugar porque lembrará ao pregador que a pregação

não é um fim am si mesma, mas que ele deve atingir um alvo bem definido, porque o

sermão é meramente a ferramenta, para chegar lá. Em segundo lugar, o hábito de

estabelecer o propósito definido previamente, ajudará o pregador a depender de Deus

sobre o que deve falar à audiência, a ver a oportunidade que Ele lhe concede para

comunicar a Sua mensagem precisa para o momento. Porque a sua capacidade vem de

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

Deus (2 Co 2.16; 3.5). Em terceiro lugar, a determinação prévia do propósito da

mensagem, constituirá um guia indispensável para a preparação do seu esboço. E em

quarto lugar, a determinação prévia do propósito do sermão dá motivo poderoso para

aguardar que seja frutífero para a glória de Deus (Is 55.11).

1.2 ESTABELEÇA OS PROPÓSITOS GERAIS DO SERMÃO

Em termos bem gerais, as necessidades do coração humano resumem-se

essencialmente à necessidade de vida espiritual, mas uma parte da sociedade já é salva

enquanto a outra ainda não, o que o pregador deve ter sempre em mente. Assim, a

mensagem do pregador deve ter em vista simultaneamente a salvação dos perdidos e a

edificação espiritual dos crentes. Mas enquanto os perdidos precisam essencialmente de

salvação em primeiro lugar na sua vida, os crentes podem já precisar de coisas diferentes

uns dos outros, ao que o pregador deve ser sensível e inquirir do Espírito Santo como

poderá comunicar-lhes a resposta de Deus para cada um. Resumidamente, as

necessidades dos crentes podem ser descritas como a necessidade de serem introduzidos

ao companheirismo com Deus, de crescerem no conhecimento de Deus, e de entrarem

definitivamente na dimensão do Reino de Deus. Isto implica que precisam de serem

instruidos em justiça, para enfrentarem as diversas situações adversas e moralmente

complexas, deixando-se guiar pelo Espírito Santo a toda a verdade, e a expressarem

apropriadamente a sua fé e vida cristãs.

Assim sendo, existem seis propósitos gerais da pregação que devem ser observados

aquando da preparação do sermão.

Em primeiro lugar, o sermão pode ter o propósito evangelístico para persuadir os

perdidos a se converterem ao Senhor, aceitando-O como seu Salvador pessoal, e a

determinarem seguí-Lo por toda a sua vida (Sl 51.5; Gn 6.5; Is 53.1-6; Ec 7.20; Jo 3.16-18;

At 20.20-21; Rm 3.9-28; Ef 2.1-8; Tt 3.5-7). A este tipo de pregação é chamado de sermão

evangelístico.

Em segundo lugar, o sermão pode ter também o propósito doutrinário e didáctico,

para instruir os ouvintes, introduzindo-os à compreensão das verdades eternas ocultas

em mistério na Bíblia. A práctica doutrinária é essencialmente didática, explicativa das

grandes verdades divinas que estão nas Escrituras, e cuja ênfase é o ensino (Mt 28.18-20;

At 2.42). Este tipo de pregação é chamado de sermão doutrinário.

Em terceiro lugar, o sermão pode ter o propósito devocional, ou seja, o de levar os

ouvintes à devoção mais profunda a Deus. Este tipo de sermão procura intensificar no

coração dos crentes o sentimento da amorosa devoção relativamente a Deus, expressada

através da adoração em espírito e em verdade que só Ele merece. Neste tipo de sermão o

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

pregador procura sublinhar a necessidade do crente amar a Deus com todas as suas

forças e de todo o seu coração (Mt 22.37-38; Lc 19.20; Jo 4.23-24; 1 Co 12.7). Este tipo de

pregação é chamado de sermão devocional.

E quarto lugar, o sermão pode ter o propósito da consagração, o de estimular o

crente a dedicar omelhor da sua vida, dos seus talentos, do seu tempo, e da sua

influência social ao serviço de Deus. Neste tipo de sermão o p+regador procura sublinhar

a necessidade do crente consagrar também do melhor sa sua vida ao serviço do Senhor,

como serviço cristão aos outros, através da utilização do dom que recebeu pessoalmente

de Deus (Mt 5.15). Este tipo de pregação é chamado de sermão de consagração.

Em quinto lugar, o sermão pode ter o propósito ético e moral, e neste caso porque

procura ajudar o crente a normalizar a sua conduta diária e as suas relações sociais de

acordo com os princípios morais e valores cristãos. O tema moral e ético é vastamente

mencionado mas Escrituras e portanto deve constituir também outro dos propósitos

fundamentais da pregação cristã. Este tipo de pregação é chamado de sermão ético e

moral.

E em sexto lugar, o sermão pode ter o propósito de edificar ou de alimentar

espiritualmente o crente, fortalecendo-o intimamente para enfrentar qualquer crise ou

prova na sua vida pessoal. Este tipo de pregação pode assim assumir diversas formas,

como a de admoestar ou exortar, a de consolar, ou a de edificar espiritualmente. (1 Co

14.3; Jo 14.16; 1 Jo 2.1). Este tipo de pregação é chamado de sermão de edificação ou

alimento espiritual.2

1.3 ESTABELEÇA OS PROPÓSITOS ESPECÍFICOS DO SERMÃO

Em termos mais específicos, o sermão deve obviamente aquirir também outros

contornos, que abordaremos agora nesta secção.

Apesar de qualquer dos tipos de sermão ser em termos gerais relevante, e de ser

necessário determinar o seu tipo antes do pregador se preparar para pregá-lo, o sermão

eficaz tem também de ter um propósito bem específico. Ou seja, tem de ter o objectivo

bem definido de aplicar particularmente no contexto da necessidade principal dos

ouvintes presentes na reunião onde será proferido, o propósito geral a que se devotou

previamente.

E assim, o pregador tem primeiro de determinar qual seja a necessidade mais

importante da congregação dos seus ouvintes, para depois determinar qual seja o tipo de

sermão mais adequado à situação. E esta actividade importantíssima requer várias

considerações a estabelecer à-priori. 2 Leia-se ainda Is 35.3-4; Jr 33.3; 1 Co 10.13; 2 Co 7.5-6; Fp 4.6; Ef 3.20; Hb 12.12.

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

Em primeiro lugar, o pregador deve certificar-se, que conhece bem todos os

propósitos gerais do sermão, mencionados anteriormente, porque para determinar o

propósito específico do sermão que vai preparar, requer a compreensão cabal dos

propósitos gerais da pregação. O propósito específico do sermão é apenas a aplicação

particular dum propósito geral.

Em segundo lugar, a formulação do propósito específico do sermão exige a

compreensão de qual seja a necessidade principal da congregação a que se destina, e

portanto deve sempre corresponder a essa necessidade em particular (Êx 2.11; 1 Rs 3.7-9;

Ez 3.15).

E em terceiro lugar, a formulação do propósito específico do sermão requer também

a eliminação dos outros propósitos relativamente ao sermão que está a preparar em

particular. Isto implica que cada sermão só deve ter um propósito específico, excluindo

assim os outros propósitos, se o pregador pretende ser bem sucedido, e alcançar o

objectivo que recebeu do Senhor para a sua mensagem. Obviamente que um sermão

evangelístico trará benefícios também aos crentes assim como os outros porque Deus

conhece e sabe como tocar os corações dos ouvintes com a Sua Palavra. Mas o pregador

deve preparar-se especificamente com um propósito em vista, e deixar Deus fazer a Sua

obra sobrenaturalmente. Tal como o caçador só deve apontar a um pássaro excluiindo os

outros da sua mira, se o quiser atingir, também o pregador deve ter em mente um

propósito específico e bem definido para a sua pregação. E o sermão eficaz é aquele que

atinge o seu propósito específico e objectivo.

2. O SERMÃO EFICAZ É UMA MENSAGEM BÍBLICA

Nesta secção do manual abordaremos duas áreas, ou seja, a importância do texto

bíblico base, e o tema bíblico que deve ser escolhido.

2.1 O TEXTO BÍBLICO BASE DO SERMÃO

Os Apóstolos Pedro e Paulo forami claros, ao afirmar, que os crentes nascem

espiritualmente da pregação da Palavra de Deus e não de histórias e de testemunhos

mais ou menos edificantes (1 Pd 1.23; 1 Co 1.21-24; Ef 5.26; 2 Tm 3.16-17). Assim, o

pregador deve considerar os seguintes pontos importante quanto à sua mensagem.

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

Em primeiro lugar, o sermão deve ter um texto bíblico com um pensamento completo

como base. Por um lado, a função que o texto bíblico base desempenha relaciona-se com

a necessidade absoluta e indispensável, que cada sermão tem de ter um texto bíblico

base. E por outro lado, determina também qual será a sua extensão mínima, porque o

texto deve constituir uma unidade de pensamento completa. Por isso o pregador tem de

conhecer o significado exacto do texto bíblico que utilizará como base da sua pregação,

antes de estabelecer qual seja o tema que dele extrairá. Isto porque um pensamento

incompleto não pode ser bem interpretado.

Em segundo lugar, existem vantagens para se utilizar um texto bíblico como base de

cada sermão, porque contribui por exemplo para a sua eficácia poderosa. Primeiro,

porque ajuda a despertar a atenção dos ouvintes logo desde o início (Sl 119.103; At 2.12-

16; 3.11-13). Segundo, porque reveste o sermão de autoridade bíblica essencial à sua

recepção pela audiência (Is 1.2). Terceiro, porque ajuda o pregador a preparar a sua

mensagem, por possivelmente lhe proporcionar o tema do sermão, e muitas vezes até as

considerações gerais pelas quais o tema se desenvolverá. Quarto, porque evitará que o

pregador se esgote, sem saber o que há-de pregar a seguir. E quinto, porque contribuirá

para o crescimento na graça e conhecimento do nosso Senhor Jesus Cristo (2 Pd 3.18).

Em terceiro lugar, podemos avançar algumas sugestões relativamente à escolha do

texto bíblico base. Primeiro, o pregador deve escolher um texto que lhe toque

profundamente no coração. Segundo, o pregador deve escolher um texto que tenha uma

mensagem que contribua para a satisfação da necessidade específica dos ouvintes.

Terceiro, o pregador deve escolher um texto que se enquadre nos sermões, que tenham

sido pregados anteriomente à congregação, mas que lhes aumente o espectro do

pensamento. Quinto, o pregador pode ainda escolher um texto bíbllico com o objectivo

de sublinhar alguma característica da vida cristã. Sexto, o pregador pode usar um texto

que apele à imaginação dos ouvintes (Lc 10.29-37; 2 Sm 12.1-7). Sétimo, no início do

ministério o pregador será mais bem sucedido se usar um só texto bíblico por sermão,

por ser mais fácil a articulação do pensamento. Ainda que textos múltiplos posem ser

muitos úteis: para fazer e responder a perguntas (Sl 8.4; Rm 8.16); para marcar contrastes

(Cl 2.20; Ef 2.1); para encontrar um problema e a sua solução (Lc 21.25; Jo 14.27); para

obrigar a ver vários aspectos da mesma verdade (Gl 6.5; 6.2; Sl 55.22); e para apresentar

graficamente o desenrolar dum pensamento (Jo 10.20; 7.12; Mt 16.16; Jo 20.28).

Em quarto lugar, relativamente ao sermão homilético o pregador deve manter-se

atento e anotar sempre os textos bíblicos e as ideias que pode vir a usar como esboço

primário de semões extraídos desse texto. O pregador deve ter sempre à mão papel e

lápis e esforçar-se para anotar todas as ideias que tenha para sermões imediatamente,

para não se esquecer. Deve arquivar as suas ideias para sermões ordenadamente, e só

removidas depois de terem sido utilizadas para sermões que devem estar também

arquivados ordenadamente.

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

Em quinto lugar, é importante interpretar o texto bíblico correctamente, e várias

coisas devem ser consideradas neste domínio. Primeiro, a interpretação correcta de

qualquer texto bíblico emvolve dois propósitos: Descobrir o sentido exacto da mensagem

divina na mente dos autores bíblicos; e, segundo, apreender qual seja a aplicação prática

de mensagem divina nele contida. Segundo, para conseguir alcançar o duplo propósito do

ponto anterior, o pregador deve considerar três requisitos indispensáveis, sem os quais o

pregador jamais interpretará correcatmente o seu texto bíblico: O primeor requisito é ter

no seu espírito a disposição e capacidade espiritual para discernir a mente do Espírito

Santo, ou seja, um coração regenerado (1 Co 2.14-16), amor à verdade (Sl 119.97-100),

espírito de oração (Tg 1.5-7); e vontede de obedecer a Deus (Jo 7.17). O segundo

requisito é a aplicação correcta do método de interpretação apropriado, também

conhecido por regras de hermenêutica. Nesta fase é preciso estudar bem a contexto

histórico da passagem bíblica que se quer usar como base do sermão, examinar

lexicograficamente todos os detalhes literários do texto, que envolva a análise gramatical,

a sua relação to texto bíblico com o seu contexto imediato e remoto, e a comparação com

as passagens bílicas paralelas. E o terceiro requisito é o exercício dum agudo sentido de

pertinência na análise crítica do texto bíblico, ou seja, o discernimento dos pontos de

correspondência entre a situação histórica em que o texto foi escrito e a contemporânea

à qual o pregador tem de dirigir-se (Tg 5.17).

2.2 O TEMA BÍBLICO DO SERMÃO

Quanto à função to texto bíblico devemos sublinhar que é a de proporcionar o tema

do sermão, por ser a raiz do tema. E o passo seguinte é determinar qual seja o tema do

sermão que extraímos do texto bíblico base escolhido, área que devemos considerar

agora.

Em primeiro lugar, relativamante à definição dos termos devemos afirmar que:

Primeiro, o tema é a matéria tratada pelo sermão, a sua ideia central, ou o assunto por

ele apresentado. Segundo, o título é o nome que se dá ao sermão ou o seu cabeçalho.

Terceiro, a proposta é uma declaração concisa em forma de oração gramatical completa.

Em segundo lugar, relativamente às qualidade dum bom tema devemos afirmar que

são três as suas qualidades: Primeira, é que deve ser vital, verdadeira, e cristã. Segunda, é

que deve ser pertinente à necessidade da congregação à qual é pregada. Terceira, é que

deve ter relação legítima com as Escrituras e estar baseado nelas, e tema pode ser

encontrado de várias maneiras: A primeira é encontrá-lo directamente no texto bíblico

base (Jo 8.32; Jo 7.17; 2 Co 7.10; 1 Jo 2.16; Jo 3.16). A segunda é ser inferido do texto

bíblico base pelo exercício lógico, quer por deducção, (Mt 28.19-20; 1 Ts 5.22), por

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

inducção (Is 45.5; Êx 8.1.14), ou por analogia (Êx 12.1-13; 1 Rs 10.13). E a terceira é ser

sugerido ou derivado pelo texto ou textos bíblicos base (Jo 19.22).

Em terceiro lugar, relativamente ao desenvolvimento do tema devemos afirmar

sucintamente, que a boa mensagem bíblica é aquela, que o pregador baseou na correcta

interpretação dum texto bíblico, do qual extraíu o seu tema, e que depois desenvolveu

em conformidade com com os ensinos gerais das Escrituras, aplicando-o por fim às

necessidades actuais da sua audiência. O desenvolvimento do tema pode adquirir duas

formas: Uma delas é o desenvolvimento analítico textual (Dt 33.29; Jr 31.31-34; Mt 22.29;

28.18-20; Lc 15.17-24; 1 Jo 2.12-13); outra é o desenvolvimento sintético textual com

síntese elementar (Jr 31.31-34; Lc 15.11-24; Sl 51.1-2). Existem vários tipos de sermão de

desenvolvimento textual e que mencionamos a seguir: Um deles é o sermão expositivo,

que observa a interpretação consecutiva e sistemática e a aplicação prática de qualquer

livro da Bíblia. Outro deles é o sermão homilético, e que pode ser descrito como a

exposição popular de alguma porção das Escrituras, acompanhada de reflexões e

exortações morais. E a diferença face ao outros tipos de sermão é que tem menos

retórica, seguindo em narração a ordem do texto bíblico tal como está escrito.

Ainda quanto ao sermão de desenvolvimento temático outro deles é o sermão de

assunto, cujas divisões principais derivam directamente do texto bíblico base. Mas que

pode tomar a forma de sermão de leitura bíblica, uma espécie de sermão informal.

2.3 O SERMÃO REQUER ORGANIZAÇÃO

A forma do sermão determina o impacto que se poderá esperar dele. E por isso o

sermão deve ser bem organizado, para que o pregador o possa utilizar com destreza.

Basicamente, o esboço do sermão deve ter os seguintes componentes para ser

compreensivo e eficaz: Título, texto bíblico, objectivo, introdução, os vários tópicos e

subtópicos, ilustração, a conclusão, e a aplicação. Mas devemos ainda tecer

considerações quanto à organização do sermão.

Em primeiro lugar, o sermão deve mostrar unidade no seu esboço. O tema pode ter

alguma palavra ou frase enfática que desperte discussão e interesse da audiência (Rm

1.16-17). O tema pode ter a forma interrogativa, expressado em forma de pergunta (Sl

116.1-8; Zc 4.10; Lc 4.18-19; 2 Pd 1.19-21). O tema pode ser imperativo, revelando o

mandato expresso no tema (Mt 28.19; 1 Tm 4.16; 1 Pd 1.13-21). O tema pode ser

também declarativo através da apresentação significados, de razões, ou de provas (Êx

14.15; Jn 2.9; At 5.1-11). O tema pode ser histórico, apresentando algum techo da história

bíblica que se aplique à vida actual (Mc 2.1-12; 10.46-52).

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

Em segundo lugar, o sermão deve ser devidamente organizado ou ordenado, que

significa categorizar as divisões do tema de forma abrangente para cobrir todo o assunto

que trata. O ponto central da organização do sermão consiste na divisão do tema, que é

uma absoluta necessiade, porque rege e planeia o desenrolar da apresentação do

sermão. Assim, a divisão do tema pode ser apresentada baseada nas causas (Mc 14.66-

72); nos efeitos (Nm 14.1-11); na razões (At 21.14); nos meios (Rm 7.11; 2 Pd 3.18); no

significado (Fp 1.27-30); nas perguntas lógicas (Jo0 3.1-18); na extraposição dos conceitos

contrastados ou complementários (At 16.25-34); nas sugestões naturais duma metáfora

(Jo 3.16; ou nos aspectos que o próprio texto apresenta (Gl 4.3-5; Mc 1.1-8; Mt 28.6-7;

Mc 2.1-12).

Em terceiro lugar, e relativamente à formulação das divisões, regra geral o sermão

deve ser planeado em que as divisões sejam frases completas e compreensíveis distintas

mas interligadas, devem fazer parte do conjunto do esboço, e que vão acumulando

informação a ser tratada.

Em quarto lugar, o número de divisões do esboço do sermão deve ser determinado

consoante a natureza do tema e o contéudo do texto bíblico base, mas nunca deve ser

menos de dois.

Em quinto lugar, relativamente ao anúncio das divisões do sermão, o pregador pode

adoptar três maneira: A primeira é o pergador anunciá-las todas primeiro e depois

mencioná-las à medida que desenvolve a pregação; a segunda é anunciar claramente as

divisões do tema à medida que avança na pregação; e, terceira, é omitir absolutamente o

anúncio das divisões do tema confiando na capacidade oratória para exprimir o fluxo do

pensamento. Em todo o caso, os ouvintes devem ser capazes de acompanhar o raciocínio

da mensagem do pregador, ou não entenderão o sentido da pregação.

Em sexto lugar, existem quatro regras que o pregador deve usar para ser bem

sucedido na sua pregação: Primeira, que nenhuma das divisões deve ser tão extensiva

como o tema do sermão; segundo, o conjunto das divisões deve abranger a totalidade do

assunto a tratar; terceiro, cada divisão deve ser distinta das outras, tratando assim duma

parte específica do tema; e quarto, que todas as divisões devem ter a mesma classe ou

importância das outras em relação ao tema em geral.

2.4 O SERMÃO REQUER MOVIMENTO PROGRESSIVO

Entenda-se por movimento progressivo o conjunto de duas coisas: Por um lado, que o

sermão deve ter um pensamento que se desenvolve progressivamente desde o princípio

ao fim; e, por outro lado, que o sermão deve ser capaz de levar os ouvintes consigo a

cada passo do seu desenvolvimento na pregação. E são quatro os requisitos do

movimento progressivo do sermão:

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

Em primeiro lugar, o pregador tem de considerar a importância do início do sermão.

Depois de anunciar e ler o seu texto bíblico base, o pregador deve introduzir o seu tema,

e tecer algumas considerações introdutórias. Primeiro, o pregador deve lembrar-se que a

função da introdução deve ser capaz de atrair a atenção dos ouvintes, tornando-os

benévolos, atentos e dóceis ao tema e ao pregador, anulando assim possível resistência.

Segundo, o pregador deve conhecer as qualidades da boa introdução, que são: deve ser

apropriada ao tema, ao ambiente, e à audiência; deve ser interessante e portanto a

primeira frase é crucial ao sermão; deve ser breve apresentando só um pensamento

principal; deve ser modesta prometendo só o que realmente está preparada para

entregar à audiência em pensamente, estilo, e declaração; e deve ser portanto preparada

cuidadosamente. E o pregador deve ainda considerar as fontes que vai usar para a sua

introdução. Às vezes a introdução pode relacionar-se com o texto bíblico base dos

sermão. Outras vezes a introdução relaciona-se com o contexto do texto bíblico do

sermão, baseando-se em alguma frase, descrição gramatical, ilustração, ou ocasião

histórica. Ou pode também relacionar-se com algum problema, declaração, propósito, ou

evento contemporâneo.

Resumidamente, com a introdução o pregador procura estabelecer um contacto e

diálogo mental com a sua audiência de podo a conseguir comunicar com ela o

pensamento e a sua intenção dos seu sermão. E deve assim terminá-la com o anúncio

claro da sua proposição, através dum pensamento ou duma palavra-chave.

Em segundo lugar, o pregador deve saber que o movimento progressivo tem de ser

mantido firme constantemente até ao fim da pregação. Ou seja, o interesse e a

intencidade com que o pregador iniciou, devem ser os mesmos até ao fim do sermão, o

que requer vários requisitos. Primeiro, o movimento progressivo do sermão é uma ordem

própria fundamentada nas suas divisões, e manifestada na necessidade da lógica, na

relação existente entre causa e efeito, na relação entre género e espécie, no peso

proporcional dos argumentos apresentados, na ordem sugerida pela análise psicológica,

na orden cronológica, ou na orden aconselhada pelo interesse particular demonstrado

pela audiência. Segundo, para que o movimento progressivo do sermão seja constante e

firme a pregação tem de ser apresentada com transições fáceis que ajudem os ouvintes a

passar dum pensamento ao outro com facilidade. Terceiro, outro requisito para o fácil e

positivo movimento progressivo do sermão é o uso predominante do tempo presente em

toda a discussão do tema da pregação. E quarto, o outro requisito para um bom

movimento progressivo do sermão é a eliminação estrita de toda a digressão mental e

oral desnecessária.

Em terceiro lugar, o pregador deve prestar atenção por fim ao término do seu

sermão. Isto implica que o bom sermão tem uma boa conclusão, que constitui o ataque

final à resistência e fortaleza da vontade dos ouvintes. E no caso da conclusão do sermão

ela deve ter os seguintes elementos: Primeiro, ele deve ser recapitulativa do que acabou

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

de ser dito. Segundo, ele deve aplicar a mensagem fundamental do sermão à vida e ao

estado dos ouvintes. Terceiro, ele deve também demonstrar qual a escolha que os

ouvintes devem fazer naquele momento. Quarto, ele deve ainda ser persuasiva definindo

com clareza que não há outra escolha possível que deva ser tomada. E quinto, ele deve

por fim ser convidativa a essa escolha demonstradamente necessária à vida presente e

futura dos ouvintes. Obviamente que o convite do pregador aos ouvintes para decidirem-

se a escolher o que lhes propôs tem de ser depentente da direcção e unção do Espírito

Santo naquele momento.

Os elementos formais do esboço – que acabamos de estudar – são assim

necessariamente importantes para guiar mentalmente o pregador, enquanto prega o seu

sermão, e vai prestando atenção à reacção dos seus ouvintes. O esboço formal do sermão

é fundamentalmente importante ao pregador porque empresta ao seu discurso a forma,

a ordem, e a practicabilidade do pensamento nele tratado em geral, tendente à

congruência e compreensão dos ouvintes.

É no entanto importante, que o pregador entenda, que o planeamento do esboço do

seu sermão é apenas a preparação dos tópicos mais relevantes ou a armação estrutural

da mensagem, que irá pregar aos seus ouvintes. E que portanto existem ainda outros

elementos que devem entrar na composição do sermão que o rpegador pretende seja

eficaz. E por isso estudaremos o tópico seguinte.

3. O SERMÃO EFICAZ É ELABORADO PARA APELAR

Nesta secção do manual estudaremos como o pregador deve elaborar bem o seu

sermão, e consideraremos três das suas áreas fundamentais. Em primeiro lugar, o

pregador deve considerar quais são os materiais de utilizará para apelar aos seus

ouvintes.

3.1 IDENTIFIQUE OS MATERIAIS QUE APELAM À COMPREENSÃO

Os primeiros materiais que o pregador deve identificar são os que apelam à

compreensão dos seus ouvintes. A implicação de a Bíblia declarar que os ouvintes devem

entender a mensagem de Deus,3 deve ser porque Ele pretende que os Seus pregadores a

3 Lc 10:27; Mt 22:36-38; 15:10; 24:15.

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

expliquem bem.4 Uma razão porque o pregador deve explicar bem a mensagem de Deus

é porque os ouvintes querem compreendê-la, e também porque tal explicação é essencial

ao propósito do apelo final da mensagem.5 Outra razão porque o pregador deve explicar

bem a mensagem de Deus é porque o apelo ao entendimento é tríplice, ou seja, que há

três coisas que deve explicar na pregação. Primeiro, é preciso tornar claro o significado do

texto bíblico e dos seus temas. Segundo, é preciso explicar a pertinência do texto e do

tema bíblico usado na pregação. E terceiro, é preciso explicar como é que as implicações

práticas da mensagem podem ser aplicadas e praticadas na vida particular e pessoal dos

ouvintes.

As áreas da elaboração da mensagem que auxiliam e facilitam o apelo à compreensão

dos ouvintes são a definição, a narração, a descrição, a exemplificação, e a comparação. A

definição ajuda porque explica resumidamente o que é o que o pregador está a falar. A

narração ajuda porque apela ao intelecto e aos sentimentos com valor educativo. A

descrição ajuda porque apela à imaginação dos ouvintes. A exemplificação ajuda porque

posiciona a verdade filosoficamente à mente humana como imperiosa e simples. E a

comparação contrasta a verdade a ser ensinada com o seu oposto, ajudando à

compreensão do princípio relevante.

3.2 IDENTIFIQUE OS MATERIAIS QUE APELAM À RAZÃO

Quanto aos materias da mensagem que apelam à razão precisamos afirmar o

seguinte. Em primeiro lugar, a mensagem de Deus deve ser razoável e portanto levar à

acção positiva dos ouvintes, obedecendo aos princípios da fé cristã. A mensagem deve ser

tão razoável que convença os descrentes, os opositores à fé cristã, e os contradizentes.6

Em segundo lugar a mensagem de Deus deve cultivar o poder de raciocínio dos ouvintes,

quer por meio dos pensamentos e argumentos filosóficos, quer pela intensidade da unção

divina com que o pregador se preparou em oração, que se nota depois na sua

comunicação. Em terceiro lugar, a própria linha de pensamento da mensagem deve ser

razoável do princípio ao fim, quer através da aprsentação das razões do tema da

pregação, quer através da facilitação ao entendimento das suas características lógicas.

Quanto aos tipos de argumento que podem ser usados na elaboração e apresentação

da mensagem de Deus são os seguintes: O primeiro é o tipo de argumento que

demonstra o que é verdadeiro num caso menos provável, o é ainda mais naquele que o é

4 Mt 13:19-23; At 8:30; 1 Co 14:8-19; Ne 8:8.

5 1 Tm 3:2.

6 Fp 1:17; Tt 1:9; 1 Ts 3:6.

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

mais provável.7 O segundo é o tipo de argumento que apesar de apresentar argumentos

aparentemente contraditórios, ainda assim alcança o mesmo fim como por exemplo nas

seguintes passagens bíblicas: Mateus no capítulo 21 versículo 25; Marcos no capítulo 12

versículo 14; e Hebreus no capítulo 5 versículos 38 e 39. O terceiro é o argumento

confrontativo que demonstra a realidade da prática do ouvinte como nos casos de

Mateus no capítulo 12 versículo 27 e de Gálatas no capítulo 2 versículo 14. E o quarto é o

argumento que demonstra o absurdo do pensamento que lhe é contrário como nos casos

de Mateus no capítulo 12 versículos 24 a 27 e 1 Coríntios no capítulo 15 versículos 13 a

19.

Na prática, o pregador nunca deve tentar demonstrar que algo é verdade se não

estiver realmente convencido que é verdade. O argumento deve começar com alguma

coisa relacionada plenamente com os ouvintes. Os argumentos devem ser sempre

inteligíveis aos ouvintes e adquados a impressionar as suas mentes. Devem também ser

intercalados com ilustrações apropriadas para não cansar as mentes dos ouvintes,

desinteressando-os do assunto. O argumento deve ser apresentado por estágios lógicos

consecutivos do progresso do pensamento, de modo a ajudar à compreensão dos

ouvintes. E o argumento nunca deve ter como objectivo triunfar sobre os argumentos

contrários mas sim o de fazer bem aos ouvintes. Não deve ter portanto o objectivo de

vencer mas de convencer os ouvintes e levá-los à fé cristã e ao relacionamento

apropriado com Deus.

3.3 IDENTIFIQUE OS MATERIAIS QUE APELAM À NECESSIDADE

O pregador deve também identificar os metariais da sua pregação que apelem às

necessidades dos seus ouvintes. E as necessidades do ser humanos podem resumir-se

basicamente como sendo as seguintes: A necessidade de amor; a necessidade de poder

ou de significado; e a necessidade de segurança.

3.4 IDENTIFIQUE OS MATERIAIS QUE APELAM À CONSCIÊNCIA MORAL

O pregador deve ainda identificar os metariais da sua pregação que apelem à

consciência moral dos seus ouvintes. Deve lembrar-lhes que Deus julga todas as suas

obras, pensamentos, e sentimentos.8 Deve ajudá-los a entender que se a consciência é

7 Ez 15:5; Mt 6:26-30; 7:11; Lc 11:11-13; 23:31; Rm 8:32; 2 Co 3:7-11; Hb 2:2-4; 10:28-29; 1 Pd 4:17-18.

8 Hb 9:27.

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

obedecida fica cada vez mais activa e viva, mas que se pelo contrário for desobedecida, se

corrompe e cauteriza, e eventiualmente fica inactiva e morta.9

3.5 IDENTIFIQUE OS MATERIAIS QUE APELAM AOS SENTIMENTOS

O pregador deve também identificar os metariais da sua pregação que apelem aos

sentimentos e emoções dos seus ouvintes. E aqui deve evitar dois extremos: um é apelar

quase exclusivamente às emoções e o outro é apelar quase exclusivamente à razão e ao

pensamento. O pregador deve lembrar-se que o apelo aos sentimentos na proporção

apropriada é essencial aos propósitos da persuasão dos seus ouvintes à fé e à aplicação

prática da mensagem de Deus que vai pregar.

Quanto às duas razões porque o pregador deve utilizar estes materiais na sua

pregação podemos avançar as seguintes: A primeira é porque o apelo às emoções tende a

unificar a congregação; e a segunda é porque o apelo às emoções constitui o ataque mais

certeiro sobre a fortaleza principal da vontade do indivíduo.

Quanto ao modo como o pregador pode realmente tocar emotivamente os seus

ouvintes, há três formas de fazê-lo. A primeira é através da utilização da memória, que é

apropriado no caso de por exemplo do pregador conhecer bem a sua congregação. A

simples lembrança de certas situações e condições espirituais na congregação pode levar

à comoção e às lágrimas. A segunda é através da utilização da imaginação. E a terceira é

através da utilização da paixão sincera do próprio pregador. Lembre-mo-nos de que como

Adolfo Hitler conseguir galvanizar negativamente o povo alemão para aliar-se aos seus

intentos maléficos, também o pregador pode fazê-lo positivamente para galvanizar a sua

audiência a aliar-se a si relativamente às questões da fé, da vida, e conduta cristã.

4. O SERMÃO EFICAZ É ELABORADO COM BOAS

ILUSTRAÇÕES

Nesta secção do manual estudaremos como o pregador deve elaborar o seu sermão

incluindo ilustrações apropriadas para melhorar a sua eficácia convincente e

aplicabilidade prática.

9 Tt 1:15; 1 Tm 4:2; Mc 3:22-30; Hb 10:26-31.

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

4.1 A IMPORTÂNCIA DAS ILUSTRAÇÕES NA PREGAÇÃO

As lustrações ajudam os ouvintes a compreender bem a mensagem de Deus que lhes

está a ser pregada. Ajuda-os a ver com os “os mentais” porque apela à sua imaginação.

Isto explica porque as artes gráficas se desenvolveram tanto, e o grafic design se tornou

tão utilizado em revistas, na publicidade, e na televisão.

4.2 TIPOS DE ILUSTRAÇÕES DA PREGAÇÃO

Quanto aos tipos de lustrações que podem ser usadas na pregação podemos

descrevê-las, como sendo a figura de linguagem como a símile,10 a metáfora,11 a

analogia,12 a alegoria,13 a fábula,14 a parábola,15 a alusão histórica,16 o incidente

biográfico,17 e a experiência pessoal.18 Todas estas referências bíblicas que inserimos nas

notas-de-rodapé revelam bem a importância que o Autor da Bíblia lhes atribui, e portanto

deve ajudar o rpegador a decidir-se por utilizá-las com frequência na comunicação das

mensagens de Deus aos seus ouvintes.

4.3 VANTAGENS DE USAR ILUSTRAÇÕES NA PREGAÇÃO

As vantagens de usar ilustrações na pregação são evidentes. A primeira é que as

ilustrações ajudam a explicar os conceitos que estam a ser ministrados na pregação. A

segunda é que as ilustrações ajudam a aumentar o interesse dos ouvintes pelo tema da

mensagem. A terceira é que as ilustrações ajudam a manter a concentração e a atenção

10 Jr 23:29.

11 Jo 15:1.

12 Jo 3:14.

13 Gl 4:21-31.

14 2 Rs 14:9-10.

15 Lc 18.1.

16 Lc 4:25-27.

17 Hb 11:1-15.

18 At 22; 24; 26; 1 Tm 1:2-15; 2 Co 11:22-30.

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

dos ouvintes. A quarta é que as ilustrações ajudam a comover os sentimentos dos

ouvintes, cooperando desta forma para a persuasão da sua vontade própria. A quinta é

que as ilustrações ajudam a memória dos ouvintes, quer lembrando-lhes algum ponto

necessário, quer funcionando como um descanso do exercício mental durante a

pregação. E a sexta é que as ilustrações ajudam a fazer uma repetição agradável das

verdades apresentadas na pregação.

4.4 QUALIDADES DUMA BOA ILUSTRAÇÃO NA PREGAÇÃO

A boa ilustração tem qualidades ou características essenciais que a tornam valiosa e

apropriada à eficácia da pregação da mensagem de Deus. Assim, a boa ilustração é

compreensível, pertinente e apropriada, interessante, graficamente oportuna, breve,

credível, e deve ser fresca e cheia de novidade.

4.5 FONTES ONDE ENCONTRAR BOAS ILUSTRAÇÕES PARA A PREGAÇÃO

O pregador pode encontrar boas ilustrações para as suas mensagens através da

observação constante do meio que o redeia, ou da a sua leitura pessoal. Pode ser das

notícias que escuta na televisão, na rádio, ou lê nos jornais. Pode ainda ser resultado das

suas conversas, das suas actividades pessoais e dos seus tempos de lazer, ou de histórias

que ouve a alguém contar.

4.6 ADVERTÊNCIAS QUANTO AO USO INDEVIDO DAS ILUSTRAÇÕES NA PREGAÇÃO

O pregador deve lembrar-se que está a pregar a Palavra de Deus aos ouvintes, e que

esse acto sagrado lhe obriga à circunspecção e ao respeito por Deus, por si próprio, e pela

sua audiência. Assim, o pregador nunca deve fazer algumas coisas como por exemplo:

Argumentar todo o seu sermão em torno duma ilustração; Usar ilustrações que precisem

de ser explicadas; Usar as mesmas ilustrações repetidamente por várias semanas; Usar

uma ilustração para mostrar o que é obvio; Usar uma ilustração alterada por faltar à

verdade rigorosa dos seus factos, como por exemplo a exaltação de eventos pessoais,

extrapolados do seu rigor e verdade; E usar uma ilustração que desvie a atenção dos

ouvintes do objectivo central da mensagem de Deus.

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

5. FONTES ONDE O SERMÃO EFICAZ PODE SER

ENCONTRADO

Nesta secção do manual estudaremos onde o pregador pode encontrar os materiais

que virá a utilizar na sua pregação. Não basta estruturar a mensagem, é preciso antes de

mais encontrá-la. E as fontes onde o pregador encontrará os seus recursos espirituais

relativos oa que Deus quer que pregue devem ser menciodadas aqui.

5.1 A OBSERVAÇÃO PESSOAL DO PREGADOR

A observação pessoal da vida quotidiana é uma das maneiras como o pregador pode

encontrar a sua mensagem que depois elaborará, estruturando-a adquadamente. A

obsrvação pessoal ajuda os ouvintes a relacionarem-se com a mensagem porque também

eles observam o que se passa à sua volta, ainda que às vezes com percepções diferentes.

5.2 O PLANO DE ESTUDO DO PREGADOR

O pregador deve utilizar o seu plano de estudo para descobrir elementos de

mensagens que Deus quer que pregue. Um plano de estudo consistente deve ter a

finalidade também de encontrar assuntos inportantes, necessários, e interessantes que o

pregador venha a usar para pregar. O pregador deve estudar as unidades completas do

pensamento ou conceito sob sua atenção. E os textos devem ser lidos várias vezes de

modo a certificar-se de que está a compreender bem o tema em questão e que pretende

utilizar mais tarde na sua pregação. Seja quais forem os textos que lê o pregador pode

extrair deles a idéia central ou apoiante da mensagem que irá pregar.

5.3 O ARQUIVO DO PREGADOR

O pregador deve organizar e manter um arquivo pessoal com idéias e materiais de

pregação. Assim, acções como guardar os esboços de mensagens que ouve pregar a

outros pregadores, guardar os esboços das mensagens que pregou, e guardar todas as

idéias que obtem da sua observação pessoal ou do seu estudo particular é essencial à

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

elaboração de sermões eficazes. O arquivo constitutirá portanto outra das fontes onde o

pregador encontrará idéias que poderá vir a pregar no futuro.

6. A FORMA DA EXPRESSÃO APROPRIADA AOS

MATERIAIS DE ELABORAÇÃO DO SERMÃO

Existem vários pontos importantes que devem ser mencionados, e que stão

relacionados com a forma de expressão apropriada aos materiais de elaboração do

sermão eficaz.

6.1 A IMPORTÂNCIA DA FORMA

Quando o pregador encontra os elementos que utilizará na sua mensagem, deve dar-

lhes forma adquada, que modo a fazerem sentido quando se preparar para pregar. Esta

tarefa de dar forma à mensagem que irá pregar é essencial porque organizará os

pensamentos e eliminará os elementos supérfluos que arruinariam a comunicação com

os seus ouvintes. Quando a forma do esboço do sermão é graciosamente eleborada

aumentará os índices de atenção dos ouvintes, fará sentido às suas mentes, e comunicará

portanto inteligentemente com a audiência, dando uma tonalidade de qualidade à

mensagem de Deus.

6.2 A NECESSIDADE DE ESCREVER O ESBOÇO DO SERMÃO

O pregador deve escrever sempre o esboço da sua mensagem. Deve lembrar-se que a

sua pregação é um discurso para ser escutado pelos seus ouvintes e não um ensaio para

ser lido diante deles. Assim, é importante que o pregador se prepare bem, organizando

pormenorizadamente os detalhes do que prtende dizer, mas de forma sucinta e fácil de

ler sem perturbar a constância da comunicação e interacção com a audiência.

6.3 QUALIDADES DE ESTILO QUE O PREGADOR DEVE DESENVOLVER CONSTANTEMENTE

O pregador deve desenvolver e cultivar qualidades de estilo na sua prática de escrever

e preparar bem os seus sermões. Algumas dessa qualidades são a pureza de estilo, a

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

lucidez e clareza de pensamento, a determinação da energia que deve utilizar na sua

escrita e depois durante a pregação, e a qualidade de ser sempre interessante.

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

capítulo três A COMUNICAÇÃO

PERSUASIVA DO SERMÃO

COMO A MENSAGEM DE DEUS DEVE SER PREGADA OU ENSINADA

A arte de pregar o evangelho requer que o pregador se dedique à pesquisa constante

dos materiais que deverá utilizar depois nas suas mensagens. E esse processo obriga ao

rigor intectual e à aceitação da verdade mesmo quando ela pareça divergir das suas

convicções prévias. A isenção intelectual é portanto essencial à preparação da mensagem

que o pregador irá pregar aos seus ouvintes. Mas o pregador nunca deve esquecer-se que

o objectivo final e absoluto da sua pregação é a persuasão dos seus ouvintes, para

adoptarem os conselhos do Senhor como prátca da sua vida privada, pessoal e colectiva.

Assim, a pregação deve ser uma comunicação persuasiva composta de idéias,

sentimentos e de propósitos. E por isso nos debruçaremos sobre os principais factores

que influenciam a comunicação da mensagem de Deus pelo pregador, e que são dois: O

cultivo do hábito de ser bom orador; e a preparação dum ambiente propício à persuasão

dos ouvintes.

1. O CUTIVO DO HÁBITO DE SER BOM ORADOR

Existem várias áreas que devem ser objecto de atenção do pregador antes de pregar a

sua mensagem, e que são fundamentais a qualquer boa prática oratória, que religiosa,

quer política, quer de discurso motivocional, ou de apresentação de conhecimento

académico. Assim, discursaremos sobre alguns dos aspectos relevantes da boa oratória,

que devem guiar o prgador na sua tarefa de pregar a mensagem de Deus aos seus

ouvintes.

1.1 A IMPORTÂNCIA DA BOA PREPARAÇÃO PESSOAL ANTES DE PREGAR

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

Cada ocasião em que o pregador vai pregar deve preparar-se convenientemente,

preparação que envolve três áreas específicas. Na sua boa preparação, a primeira área

específica é o aspecto físico da preparação do pregador, que são a sua saúde e a sua

apresentação em público. Na sua boa preparação, a segunda área específica é o aspecto

emocional da sua preparação que se reveste de muita importância porque o pregador

precisa sentir a realidade viva da aplicação da sua mensagem.

O aspecto emocional requer várias coisas do pregador. A primeira coisa que o

pregador deve sentir é a realidade viva da sua mensagem relacionada com a atitude certa

para com a audiência, o que involve três coisas importantes. Em primeiro lugar, o

pregador deve ter uma atitude de respeito pela sua congregação, demonstrando por um

lado que merecem receber o melhor que lhes pode dar na pregação, e por outro que

deve ser capaz de descobrir e suprir as suas necessidades espirituais, emocionais, e

intelectuais, como Jesus fez com Pedro em João no capítulo 1 versículo 42. Em segundo

lugar, o pregador deve demonstrar uma atitude de compreensão relativamente às

necessidades e condições dos seus ouvintes, fazendo o possível por colocar-se na mesma

situação. E em terceiro lugar, o pregador deve ter uma atitude de amor genuíno por com

os seus ouvintes.

A segunda coisa que o pregador deve sentir é a plena realidade do que está a dizer à

sua congregação tendo em conta a atitude correcta relativamente à sua mensagem, e

que envolve duas coisas. Em primeiro lugar, o pregador deve estar certo de que a sua

mensagem é de Deus e não forjada por si ou por outros. E em segundo lugar o pregador

deve estar certo de que o que vai dizer irá satisfazer as necessidades espirituais mais

prementes e profundas da sua audiência.

A terceira coisa que o pregador deve sentir é a realidade da sua mensagem em

relação consigo mesmo. Ou seja, o pregador deve esquecer-se de si mesmo e pregar a

Palavra que Deus lhe deu para os famintos espirituais que são a sua audiência.

Na sua boa preparação, a terceira área específica é o aspecto homilético. E neste caso

existem doze aspectos deste ponto que são fundamentais para a preparação prévia do

pregador, antes de estar realmente preparado para subir ao púlpito. Em primeiro lugar, o

pregador deve determinar previamente o propósito específico do seu sermão. Em

segundo lugar, o pregador deve descobrir um texto bíblico que contenha a mensagem

que satisfará a necessidade espiritual que o propósito específico identificou. Em terceiro

lugar, o pregador deve derivar um tema vital e pertinente, baseando-se no texto bíblico

escolhido. Em quarto lugar, o pregador deve formular o tema como uma proposta a

entregar aos seus ouvintes. Em quinto lugar, o pregador deve decidir sobre a divisão do

tema que regerá o seu plano de apresentação da mensagem aos ouvintes. Em sexto lugar,

o pregador deve organizar o seu esboço de sermão de acordo com o princípio de divisão

que escolheu. Em sétimo lugar, o pregador deve selecionar e ordenar os materiais de

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

eleboração mais adquados à sua mensagem. Em oitavo lugar, o pregador deve escrever a

introdução e a conclusão do seu sermão.

Em nono lugar, o pregador deve memorizar ordenadamente as partes do seu esboço

do sermão, ou seja, o título, o texto bíblico, o objectivo, a introdução, os tópicos do

sermão, a conclusão, e a aplicação prática. Em décimo lugar, o pregador deve fazer uma

revisão de todo o seu sermão, e visualisar-se pregando à sua audiência pelo menos

algumas horas nates de pregar. Em décimo primeiro lugar, o pregador deve estudar tãp

bem o esboço do seu sermão que esteja preparado para não usá-lo na sua forma escrita.

OU seja, deve estar preparado para não ter necessidade de utilizar os seus

apontamentos. E em décimo segundo lugar, o pregador deve saturar todo este processo

com oração e adoração, pedindo ao Senhor que o ajude a preparar-se bem sentir as

necessidades e problemas da sua audiência, para entregar-lhes devidamente o recado

específico de Deus, e ser capaz de deixar-se usar pelo Espírito Santo para ministrar

sobrenaturalmente a solução divina aos seus ouvintes.

1.2 O PREGADOR DEVE USAR BEM A SUA VOZ

A voz do pregador é sem dúvida uma das suas mais importantes ferramentas para a

actividade da pregação. Sem ela o pregador não poderá pregar nem comunicar com os

seus ouvintes, porque é o veículo fundamental da sua comunicação. Por isso é

fundamental que o pregador cultive a sua voz e preste atenção aos seguintes pontos.

O primeiro ponto a que o pregador deve prestar atenção relaciona-se com o cultivo

da voz que implica um conhecimento prático do processo de produção dos sons com que

irá pregar.

Em primeiro lugar, a voz deve ter quatro qualidades que são: força, pureza de tom,

clareza, e boa expressão ou naturalidade. E obviamente que o pregador deve prestar

atenção à sua respiração, de modo a não ofegar, ou esforçar-se demais sem sentido

algum. Em segundo lugar, no movimento da produção da sua voz, o pregador deve

prestar atenção à fonética, ou formulação dos sons que saem da sua boca. Deve portanto

disciplinar-se para manter todo o seu corpo tranquilo enquanto prega. Em terceiro lugar,

depois da formulação correcta dos sons deve o pregador usar correctamente a

amplificação dos seus sons. Isto aplica-se quer fale com ou sem sistema de amplificação

de som. Deve portanto aprender a utilizar o seu tom apropriado de voz para cada

situação de pregação. Em quarto lugar, depois de prestar atenção às áreas anteriores o

pregador deve prestar atenção ao movimento da articulação das suas palavras,

relacionado com a clareza com que pronuncia a sua mensagem. Deve portanto

pronunciar cada palavra correctamente, distintamente, e com clareza. Em quinto lugar, o

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

pregador deve integrar bem os seus pensamentos de modo a pronunciá-los devidamente,

que está intimamente relacionado com a qualidade da sua expressão e naturalidade com

que prega aois seus ouvintes. Deve portanto o pregador entregar-se de todo o coração à

sua mensagem, esquecendo-se de si mesmo no seu desejo de ajudar os seus ouvintes a

descobrirem as soluções de deus para as suas vidas pessoais, mesmo a satisfação das suas

necessidades pais profundas das suas almas.

O segundo ponto a que o pregador deve prestar atenção relaciona-se com a

necessidade do pregador adaptar a sua voz às condições acústicas da sala onde vai

pregar. Deve lembrar-se que os seus ouvintes precisam de escutar a mensagem divina

com clareza para poderem tomar sentido no que se lhes está a ser dito. E para isto há

alguns conselhos que podem ajudar. Em primeiro lugar, o pregador não deve falar

depressa. Em segundo lugar, o pregador deve dividir as orações em frases mais pequenas

para fazer-se entender melhor. Em terceiro lugar, o pregador deve fazer pausas

constantes. Em quarto lugar, o pregador deve pronunciar as palavras com cuidado

especial. Em quinto lugar, o pregador deve variar o volume do som da sua voz e prestar

atenção aos resultados que percebe na congregação. E em sexto lugar, o pregador deve

complementar as suas palavras com acção.

O terceiro ponto a que o pregador deve prestar atenção relaciona-se com a acção que

o pregador deve imprimir enquanto está a pregar perante a sua audiência. Isto tem a ver

com a atitude e postura do corpo e da cabeça, os gestos graciosos dum semblante

agradável, a colocação dos braços e das mãos de forma ordenada, e a colocação dos pés.

Mas isto não significa que o pregador deva extinguir a sua personalidade e

expontaneidade. Deve portanto comportar-se de forma equilibrada, ordenada e

decentemente.

2. A PREPARAÇÃO DO AMBIENTE PROPÍCIO À

PERSUASÃO DOS OUVINTES

O efeito da mensagem do pregador é afectado pela meio ambiente a que está

sugeito, o que implica que o pregador deve lembrar-se que só cerca de 36% da sua

comunicação é que é oral, e que o resto é o produto dos acessórios do ambiente. Assim, o

pregador deve prestar atenção à sua roupa, aos seus gestos, e ao modo como a sala onde

vai pregar está organizada. Por isso o pregador deve ter em conta o ambiente para torná-

lo o mais propício possível à persuasão dos seus ouvintes. Assim devemos tecer as

seguintes considerações acerca de diferentes ocasiões de pregação.

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

2.1 A REUNIÃO CONGREGACIONAL DE ADORAÇÃO REVERENTE

Cada ocasião de adoração pode tomar dimensões diferentes. No entanto, exentem

pontos comuns neste tipo de reunião que devemos abordar. Em primeiro lugar, o

pregador deve prestar atenção a todos os detalhes da reunião, começando com os

cânticos congregacionais.É importante que o pregador escolha ou ajude a escolher

cânticos que tenham a ver com a mensagem que vai pregar, porque desta forma

preparará os corações da audiência para Deus lhes falar através da Sua Palavra. Deve ter

também atenção ao tempo que é gasto a cantar, que não deve ser demasiado para não

cansar os ouvintes. Mas não deve interromper no caso do Espírito santo se estar a mover

entre a congregação, porque Ele é Quem deve ter a prioridade na reunião e mais

ninguém. E em segundo lugar, o pregador deve ter cuidado com a música, que deve ser

apropriada à adoração a Deus.

2.2 A ORAÇÃO PÚBLICA

O pregador deve ter cuidado com a oração pública, que deve ser relativamente breve

e insisiva e não vaga e confusa. E deve ter em atenção que a oração náo é para falar ou

impressionar as pessoas que a estão a ouvir mas para falar a Deus Todo-Poderoso.

2.3 A LEITURA BÍBLICA EM PÚBLICO

O pregador deve também ter cuidado com o modo como as Sagradas Escrituras são

lidas e tratadas perante a congregação. A Bíblia não deve ser colocada de qualquer

maneira no chão. E o pregador deve lembrar-se que o momento da leitura bíblica é muito

solene, porque se trata da Palavra do Senhor, onde o crente encontra o maná do céu e as

directrizes para a sua vida espiritual e moral.

2.4 O MODO DE RECOLHER AS OFERTAS E DÍZIMOS

O pregador deve ter ainda cuidado com o modo como se recolhem as ofertas e

dízimos na congregação. De facto, esta acto é muito solene que abrange não somente o

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

dinheiro que se oferece ao Senhor mas tudo o que Lhe é dedicado como serviço a Deus,

quer sejam os talentos, o tempo a influência, ou os bens materiais.

2.5 O MODO FAZER OS ANÚNCIOS

O pregador deve ter também ter cuidado com o modo como se fazem os anúncios na

reunião da congregação. Estes devem ser reduzidos ao mínimo e apresentados de forma

concisa, e o melhor mesmo é utilizar o buletim da igreja para fazê-los. Assim, quem está a

fazer os anúncios pode simplesmente mencioná-los resumidamente e depois aconselhar

os presentes a ler o buletim para maiores detalhes e generalidades.

Se o preador prestar atenção a todos estes detalhes na reunião aumentará a

qualidade do ambiente espiritual e emocional da congregação, tornando-o mais propício

à persuasão dos ouvintes.

3. A PREPARAÇÃO DO AMBIENTE PROPÍCIO POR MEIO

DOS DETALHES FÍSICOS

Como dissemos, o efeito da mensagem do pregador é afectado pelo meio ambiente

da sala que vai ser usada para pregar. E existem alguns aspectos físicos relacionados com

a comunicação da mensagem divina a que o pregador deve prestar atenção, e que

abordamos a seguir.

3.1 A LIMPEZA E ASSEIO DA SALA DA REUNIÃO

O pregador deve certificar-se de que a sala da reunião onde vai pregar está

convenientemente limpa, asseada, arrumada, e arejada, porque vai tornar-se um

santuário onde Deus visitará os ouvintes necessitados da Sua santa presença.

3.2 A ASSINTÊNCIA DEVE SENTAR-SE FORMANDO O GRUPO MAIS COMPACTO POSSÍVEL

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

O pregador deve ajudar as pessoas que vão chegando para adorar a Deus e escutar a

pregação a sentarem-se o mais juntamente possível, porque isto aumentará os índices de

comunicação espiritual entre todos os presentes. Esta tarefa pode ser administrada por

líderes da igreja ou por assintentes comissionados para tal.

3.3 O CUIDADO COM AS TEMPERATURA EXTREMAS

O pregador deve ainda ter cuidado com as temperaturas extremas na sala da reunião,

porqur elas afectarão extraordinariamente os resultados da pregação. Tanto o calor

extremo como o frio extromo são contra-producentes à boa pregação.

3.4 A BOA VENTILAÇÃO DA SALA DA REUNIÃO

O pregador deve certificar-se ainda de que a sala da reunião está bem ventilada,

porque se as janelas e as portas estiverem todas fechadas os presentes terão dificuldade

de respirar e perturbar-se-ão em vez de prestarem toda a sua atenção ao que Deus lhes

quer dizer naquela reunião.

3.5 A ILUMINAÇÃO ADEQUADA DA SALA DA REUNIÃO

O pregador deve lembrar-se também que os presentes estão ali para poderem

receber algo de Deus, e que portanto precisam de ler com facilidade as Sagradas

Escrituras. E portanto a iluminação correcta é muito importante para a eficácia da

pregação.

3.6 ELIMINE OS DEFEITOS ACÚSTICOS DA SALA DA REUNIÃO

O pregador deve procurar eliminar os defeitos acústicos da sala onde tem de pregar.

A melhor acústica obtêm-se quando as paredes perto do orador e as que estão por detrás

dele são construidas e revestidas de materiais que refletem bem o som, e as que estão à

volta da congregação estão cobertas por materiais que absorvem as ondas sonoras.

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

capítulo quatro A VARIEDADE DE SERMÕES

A MENSAGEM DE DEUS DEVE SER DOSEADA ADEQUADAMENTE

A arte de pregar o evangelho requer também a necessidade de variedade de semana

a semana. Assim, o pregador deve ter em atenção que a congregação precisa de

variedade nos seus sermões, de forma ordenada e cada semana. E por isso devemos

informar sobre alguns aspectos relativamente a este assunto.

1. A NECESSIDADE DE VARIEDADE NA PREGAÇÃO

A maior razão porque é necessária variedade a cada semana que o pregador prega à

sua congregação é porque precisa de manter o seu interesse na ministração semanal da

Palavra de Deus. Por outro lado, o próprio crescimento espiritual, intelectual e cultural do

pregador faz deduzir que virá a pregar com variedade, caso contrário significa que

estagnou no seu estudo bíblico regular pessoal.

1.1 POSSIBILIDADES DE VARIEDADE NA PREGAÇÃO

O pregador deve evitar a monotonia nas suas pregações porque isso estagnaria o fluir

de Deus através do seu ministério. E não há razão para isso aconteceu visto que existem

inúmeras formas de tornar a pregação fresca, interessante e ungida, que mencionaremos

a seguir.

Em primeiro lugar, uma das fontes quase inesgotáveis para a pregação ser fresca,

interessante e ungida é orar pedindo ao Espírito santo que nos ajude dando-nos o tema

que quer que preguemos. Esta é provavelmente a fonte mais promissora donde o

pregador pode receber idéias de pregação frescas, actuais, relevantes e ungidas para cada

situação.

Em segundo lugar, outra das fontes quase inesgotáveis para a pregação ser fresca,

interessante e ungida é a ênfase equilibrada de todos propósitos gerais da pregação

cristã, que é o de compartilhar vida espiritual. Em terceiro lugar, outra das fontes para a

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

pregação ser fresca, interessante e ungida é a utilização de todos os textos bíblicos, do

princípio ao fim das Bíblia, porque toda ela é e o conselho de Deus, como afirma a

Escritura,

Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o

tens aprendido, e que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio

para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda a Escritura é divinamente inspirada, e

proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem

de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra. (2 Timóteo 3:14-17).

Porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus. (Actos 20:27)

Em quarto lugar, outra das fontes para a pregação ser fresca, interessante e ungida é

pregar tipos diferentes de sermões, como os sermões homiléticos, os sermões de texto,

os sermões de tema, os sermões de homilia, ou os sermões de leituras bíblicas. Em quinto

lugar, outra das fontes para a pregação ser fresca, interessante e ungida é utilizar a

própria organização de esboços homiléticos de mensagens anteriores, e elaborá-los de

novo mas com outro cariz. Em sexto lugar, a utilização dos materiais de recurso que se

vão acumulando nos ficheiros do pregador podem também ser outra das fontes quase

inesgotáveis para a pregação ser fresca, interessante e ungida. Aqui o pregador pode

extrair temas e idéias de pregação das descrições, das definições, dos exemplos, das

narrativas, e das comparações que foi acumulando ao longo dos anos e guardando nos

seus ficheiros de pregação.19

Em sétimo lugar, outra das fontes que o pregador pode utilizar para a pregação ser

fresca, interessante e ungida é variar a forma de introduzir o tema da mensagem. Umas

vezes começando por apresentá-lo directamente, outras vezes depois de ler o texto

bíblico da mensagem, e outras vezes depois de apresentar a introdução da mensagem.

Em oitavo lugar, outra das fontes para a pregação ser fresca, interessante e ungida é

varias a forma de concluir o sermão. E em nono lugar, outra das das fontes quase

inesgotáveis para a pregação ser fresca, interessante e ungida é iniciar a pregação com a

menção de acontecimentos sociais ou naturais que afectam a sociedade em geral,

extraídos das notícias que nos chegam através da televisão, da rádio, ou dos jornais e

revistas seculares e religiosas.

1.2 A ELABORAÇÃO DO PLANO MENSAL DE PREGAÇÃO

O pregador deve organizar um plano de pregação que o ajude a pregar os temas

gerais da Bíblia de forma organizada e por vezes sistemática. Se o pregador organizar um

plano de pregação de semana a semana, decerto se preparará melhor para cada ocasião e

19 Actualmente é fácil organizar estes ficheiros através da utilização do computador.

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

evitará repitições desnecessárias. No entanto, o pregador deve ser sempre sensívle à

direcção do Espírito Santo caso Ele queira que pregue outro tema alterando assim o seu

plano. Esta flexibilidade e sensibilidade espiritual é essencial à frescura e unção da

pregação variada. Porque sem a dependência constante do Espírito Santo nenhum plano

pode resultar. No entanto, o pregador não deve julgar que a dependência do Espírito

Santo significa que não precisa de organizar-se, estudar a Bíblia, e planear bem as suas

mensagens que virá a pregar à sua congregação. Diria antes que primeiro o pregador

deve orar pedindo ao Senhor que o guie a elaborar o plano de pregação. Depois, que o

pregador deve organizar bem o seu plano de pregação. E por fim, que o pregador deve

permanecer sempre sensível ao Espírito Santo e flexível e às mudanças e alterações que

lhe fale ao coração semana a semana. Com esta atitude poderá sempre ser usado nas

mãos de Deus e continuar ungido com frescura e novidade que abençoará e inspirará a

sua congregação a viver com o Senhor.

No entanto, o plano de pregação não deve ser muito mais do que mensal porque se

torna impossível ao pregador ser suficientemente sensível ao Espírito Santo para

entender o que pretende falar à congregação daí a seis meses por exemplo. E o plano

mensal de pregação deve ter em conta o calendário das actividades religiosas da sua

igreja ou do cristianismo em geral, o que providenciará também variedade à pregação.

Assim, o pregador deve ter sempre consciência dos seguintes aspectos relevantes à

pregação: a muita oração e dependência do Espírito Santo; a organização do plano

mensal de pregação devidamente projectado com antecipação razoável; a revisão

periódica dos temas pregados nos últimos meses; a ênfase em manter o equilíbrio dos

temas na prespectiva dos propósitos gerais da pregação cristã; a formulação do seu plano

mensal de pregação; a atenção ao calendário religioso da sua igreja e do cristianismo em

geral; e a constante monitorização e auscultação à congregação quanto à sua

receptividade das suas pregações.

A seguir mencionamos algumas idéias de elaboração de planos de séries de pregação

que podem ajudar o pregador. O pregador pode por exemplo organizar pregações sob

temas gerais como: As parábolas de Jesus; Os ganhadores de almas; Os homes e mulheres

de fé; As festas judaicas e o seu significado cristão; as orações de Jesus; os grandes

capítulos da Bíblia; os milagre sde Jesus; as conversas de Jesus; cenas noturnas da Bíblia;

os avivamentos na Bíblia; as orações modelo; os intercessores na Bílbia; grandes

personagens da Bíblia; os apóstatas da Bíblia; as bem-aventuranças; os mártires da Bíblia;

episódios históricos nas montanhas bíblicas; e, os pactos bíblicos.

2. COMO DOSEAR A PREGAÇÃO

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

A variedade da pregação de semana a semana é muito necessária à boa pregação e

existem muitas maneiras legítimas de torná-la variada. Neste domínio devemos também

abordar agora o grande segredo da variedade na pregação.

2.1 RAZÕES PORQUE O PREGADOR DEVE ORGANIZAR UM PLANO PARA A SUA MENSAGEM SER VARIADA

Existem várias razões porque o pregador deve organizar um plano de pregação:

Em primeiro lugar o pregador precisa de variar a sua pregação de acordo com um

plano é porque serve a um Deus que opera segundo o Seu plano eterno pre-estabelecido,

(Mt 10:25; Ap 13:8; Ef 1:4; 3:5-6; Jo 14:2).

Em segundo lugar o pregador precisa de elaborar o seu plano de pregação porque

está envolvido com a tarefa mais importante à face da terra e que é a de anunciar a

mensagem de Deus aos seres humanos, e portanto deve fazê-lo de forma inteligente e

organizada. A elaboração do plano de pregação não deve no entanto estorvar a direcção

do Espírito Santo, nem se sobrepõe nunca, porque Ele é que deve sempre dirigir a

elaboração do plano de pregação. E também não se deve pensar que o plano de pregação

manietará o pregador, porque deve sempre ser flexível a alterações de última hora se

necessário.

2.2 SUGESTÕES PRÁTICAS PARA ORGANIZAR O PLANO DE PREGAÇÃO

Devemos inserir aqui algumas sugestões práticas para organizar o plano de pregação

a ser apresentado no púlpito à congregação.

Em primeiro lugar, o pregador deve gastar bastante tempo em oração e depender

constantemente do Espírito Santo porque o seu propósito tem sempre de ser o de

satisfazer as necessidades espirituais e mentais da sua congregação. Isto porque só Deus

é que conhece realmente essas necessidades e o que pretende fazer acerca delas.

Em segundo lugar, a princípio o pregador não deve elaborar um plano de pregação

que ultrapasse um mês por falta de experiência. Mas mais tarde pode tentar planear para

mais do que um mês caso se sinta confiante e de facto Deus esteja a utilizar esse

projecto.

Em terceiro lugar, o plano de pregação deve ser projectado com devida antecipação

porque as coisas que se fazem à última hora nunca dão certo.

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

Em quarto lugar, antes de planear o pregador deve preparar os seus sermões com

antecedência para depois organizar a sua pregação à congregação com sabedoria e

segurança. Este tipo de revisão evitará que caia na rotina e pregue os mesmos assuntos

com demasiada frequência.

Em quinto lugar, quando o pregador inicia o seu planeamento de pregação deve

preocupar-se em trazer equilíbrio à ênfase das suas pregações. Ou seja, deve dosear as

suas mensagens por forma a alguns serem evangelísticos e outros de edificação,

baseando-se na apresentação à congregação de pregações que equilibradamente

providenciem todos os propósitos gerais da mensagem de Deus.

Em sexto lugar, o pregador deve prestar atenção às datas e eventos cristãos especiais

quando elabora o seu plano de pregação de modo a utilizá-los com vantagem. Inclui-se

aqui a celebração das festas cristãs como por exemplo a Páscoa e o Pentecostes.

Em sétimo lugar, também é importante que o pregador considere as actividades mais

impoatantes da sua congregação para incluí-las no seu plano de pregação, como por

exemplo baptismos nas águas, passeios da igreja, e retiros para casais ou para jovens.

Em oitavo lugar, uma sugestão para a elaboração do plano de pregação é por esemplo

o pregador explanar um livro inteiro da Bíblia à congregação durante um mês, ou algum

tema devidamente preparado como os milagres de Jesus, as parábolas de Jesus, ou o

sermão da montanha.

E por último, ao elaborar o seu plano de pregação o pregador pode também

perguntar à sua congregação o que gostariam de estudar nos próximos tempos.

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

SEGUNDA PARTE

ESBOÇOS DE PREGAÇÃO

MATERIAIS QUE O PREGADOR PODE USAR PARA PREGAR

Como afirmamos na introdução neste livro nesta segunda parte apresento esboços de

sermões que podem ser usados para pregar. A maior parte deste esboços são pessoais,

ou seja, são sermões que preguei ao longo dos últimos 30 anos de serviço ministerial de

pregação e ensino cristãos. Mas outros são ainda contributos de outros pregadores que

no caso identificarei convenietemente. E qualquer pregador pode e deve utilizar esboços

de sermões deoutros pregadores porque lhes servirão de ferramentas que decerto

provocarão o seu intelecto e coração para descobrir o que Deus quer que pregue, ainda

que eventualmente modifique a sua forma ou característica pontual.

Neste capítulo inserimos dois esboços de pregações que decerto podem servir como

recurso espiritual para pregadores menos experientes. Mas servem essencialpente como

exemplo de como o pregador pode elaborar os seus esboços de pregação.

Mensagem 1

TEMA: COMPARANDO TRÊS TIPOS DE PODER

Ou o milagre da cura de Naamã

Texto: 1 Rs 5:1-14.

Objectivo: Levar o ouvinte a confiar no poder de Deus como superior a

qualquer ourto poder.

Introdução: Ho je pelo menos 1 em cada 8 sul-africanos sofre d e HIV-

SIDA, o que torna esta situação pandémica uma condição

terrível nesta sociedade. Mas os pessoas estão a confrontar-se

com muitos outros problemas complicados, e por i sso

procuram todos os t ipos de poder humano e sobrehumano

para tentarem resolvê-los. E na vida de Naamã encontramos

um exemplo extraordinário dum contraste dos valores

comparativos de cada um desses poderes. Assim pensemos

nos seguintes pontos:

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

1. Naamã tinha algumas das características na vida que geralmente são connoctadas

com felicidade pela sociedade: Ele era rico, famoso, importante, e poderoso.

2. Mas nenhuma dessas qualidades lhe deu felicidade relativamente à sua saúse,

porque contituava leproso, e sem solução para o seu problema de isolamento

social: Imaginemo-lo sem poder beijar a esposa nem acariciar os filhos, e sem poder

apertar a mão dos nobres e dos reis com quem convivia diariamente. Assim, o seu

problema era físico e social.

3. Decerto Naamã procurou com o seu dinheiro os melhores médicos, mas o seu

poder humano não conseguiu resolver o seu problema.

4. Talvez Naamã também procurou cura nos curandeiros e feiticeiros do seu tempo,

porque como muitos julgaria que o poder dos espíritos e de Lúcifer tem mais poder

do que o poder humano. Mas o poder do diabo também não resolveu o seu

problema.

5. Mas quando Naamã se rendeu incondicionalmente às condições sugeridas pelo

Profeta de Deus obedecendo mergulhar na água do Rio Jordão 7 vezes – mesmo se

isso lhe parecesse ridículo a princípio – o poder sobrenatural de Deus manifestou-se

imediatemante curando-o da lepra. Ou seja, o poder de Deus é mais poderoso do

que o poder do diabo e dos demónios.

Ilustração: A história de Naamã é a nossa melhor ilustração.

Conclusão: Nesta história bíblica aprendemos que devemos render-nos

incondicionalmente às ordens e condições de Deus, mesmo se

eventualmente nos parecem ridículas e sem sentido. Mas também que

podemos confiar completamente no Seu poder para resolver qualquer dos

nossos problemas, porque o Seu poder é infinitamente superior a qualquer

outro, e ilimitado, porque Deus é Omnipotente.

Mensagem 2

TEMA: SETE PASSOS PARA A FELICIDADE

Ou como sair da adversidade

Texto: Mt 11:28-32; Dn 3:12-30.

Objectivo: Levar o ouvinte a buscar Jesus, entregando-lhe

todos os seus problemas

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

Introdução: Cada pessoa tende a reagir às adversidades de modo diferente, mas

existem algumas vezes que se diexam envolver pela força da opinião

colectiva. Mas a Bíblia ensina que o coração do crente pode e deve estar

seguro nas mãos de Deus, e que não há nada que lhe aconteça que seja

fatal, ou irremediável. Tal como Sadraque, Mesaque e Abede-Nego todos

os crentes passam por momentos de prova e de fogo que são muito

difíceis de suportar. Mas Deus encoraja os Seus a confiar sempre Nele em

todas as situações. E por isso apresentamos sete passos para sair da

adversidade rumo à felicidade, que o crente deve dar:

1. O crente deve chegar-se ao Senhor, buscando-o de todo o coração, aceitando o

convite amoroso de Jesus “vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos,

e Eu vos aliviarei.”(Mt 11:28-32; 1 Cr 28:9; Jo 7:37-39; Ap 22:17).

2. O crente deve entregar toda a sua vida ao Senhor, de todo o seu coração, para

não mais fazer a sua própria vontade mas a de Deus. (Jo 1:12; Rm 12:1-2; Pv

23:26).

3. O crente deve entregar todo o seu caminho ao Senhor, confiar Nele, e acreditar

que Ele tudo fará por si. (Sl 37:5; 32:8; Pv 11:3; Jo 16:13).

4. Depois de ter dado os passos anteriores, o crente deve resolver seguir o conselho

de Jesus de “possuir a sua alma enquanto está em adversidade”. (Lc 21:19; 2 Ts

1:4; Js 23:3; Mc 11:22-23; 1 Co 15:58; Hb 11:1-6).

5. O crente deve desenvolver auto-control sobre a sua mente, emoções e vontade

como um dos frutos do Espírito no seu coração, e compreender que Deus está

sempre no controlo da todas as situações, e que nenhuma delas pode derrotar um

filho ou filha de Deus, (Is 55:1-13; Gl 5:22-25; Ef 5:1-21).

6. O crente deve depois estabelecer o seu coração e a sua mente no princípio da fé

nas promessas do Senhor que é imutável e verdadeiro, cumprindo sempre o que

disse que prometeu fazer. (2 Co 1:20; 7:1; Ml 3:6; Hb 6:18; 13:8).

7. E por fim o crente deve obedecer fielmente a todas as sugestões e ordens do

Senhor que receba quer através da direcção de Deus no seu interior no seu

espírito ou coração em que Ele lhe conceda da Sua “paz que excede todo o

entendimento”, quer através da Sua Palavra lida ou pregada, quer através da

manifestação do Espírito Santo na vida dalgum dos Seus servos com um dom de

profecia, ou dom de palavra de conhecimento ou de sabedoria. (Is 9:6; Rm 16:20;

Cl 3:15; Fp 4:7-9; 1 Co 12:4-9; Hb 2:4; Ef 3:16; Cl 1:11; Dt 8:3; Sl 119:50; 105-116).

Ilustração: A história de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego é um excelente exemplo

para esta mensagem bíblica.

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

Conclusão: Nesta história bíblica aprendemos que podemos confiar sempre em Deus.

E na mensagem aprendemos que devemos desenvolver a fé dum coração

sempre firme nas mãos de Deus, e que portanto devemos acreditar

confiadamente na Sua fidelidade relativamente às Suas promessas.

Mensagem 3

TEMA: FORMADOS À IMAGEM DE DEUS PAI

Ou a necessidade de crescer em Cristo

Texto: Pv 1.7 .

Objectivo: Encorajar o crente a continuar a crescer em Cri sto até ser

formado por Deus Pai

Introdução: Deus formou o ser humano logo no início e continua a ter a mesma idéia

desejando formá-lo também por dentro, espiritualmente. Isto porque se

desviou Dele e caiu nas teias das trevas tenebrosas, e por isso precisa ser

de novo restaurado à imagem de Deus.

1. No princípio Adão foi formado (não criado) à imagem de Deus, conforme à Sua

semelhança. (Jr 6:16-20; 18:15).

1.1 Os atributos de Deus são absolutos, quer os relativos à Sua natureza, à Sua

transcendência, ou à Sua imanência. (Ele sabe tudo, Ele pode tudo, Ele está

em toda a parte simultaneamente, Ele controla tudo, Ele ama com amor

incompreensível).

1.2 Deus é organizado e frutífero e portanto quando fala as coisas acontecem

como Ele quer.

1.3 O crente nasce de novo para ser cada vez mais como Ele, participando da Sua

natureza, da Sua imagem e da Sua semelhança.

2. Deus opera sempre de acordo com princípios e leis e portanto o crente deve

aprender a aplicar os Seus princípios divinos na sua vida diária para experimentar

a Sua sabedoria e a Sua disciplina para edificar a sua casa ou edifício espiritual. (Pv

1:1-7; 24:3; 1 Rs 10:4; 2 Cr 9:3).

2.1 O temor do Senhor é o princípio – ou uma chave – do conhecimento e da

sabedoria. (Pv 1:7).

2.2 Os loucos aborrecem a sabedoria e portanto nunca aprendem os princípios

espirituais e por isso não constróem nada na vida. (Pv 1:7).

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

2.3 Devemos aprender com o Rei Salomão nesta passagem do capítulo 1

versículos 1 a 7 de Provérbios.

3. A falta de conhecimento provoca pobreza, miséria, e destruição – infelizmente

até mesmo entre o povo de Deus – e por isso o crente deve procurar

constantemente conhecer cada vez mais o Senhor. (Os 4:3; Is 1:3; 5:13; Os 6:3).

3.1 O povo do Senhor perece por falta de conhecimento do Senhor. (Os 4:6).

3.2 A falta de conhecimento escraviza o crente afastando-o(a) de Deus. (Is 5:13).

3.3 Deus queixa-se afirmando que o Seu povo tende a não conhecê-Lo ou a

esquecer-se Dele. (Is 1:3).

3.4 Portanto precisamos propcurar conhecer cada vez mais o Senhor. (Os 6:3).

4. Conhecendo o Senhor e obedecendo aos Seus princípios aplicando-os à sua vida o

crente crescerá em conhecimento sobrenatural e em sabedoria divina tornando-

se assim a luz do mundo e o sal da terra. (Jo 1:9; 12:46; Mt 5:14).

4.1 Jesus afirmou que Ele é a luz do mundo e que portanto os Seus discípulos

devem sê-lo também. (Jo 1:9; 12:46).

4.2 Jesus chamou os Seus discípulos de “filhos da luz” que devem ser portanto a

luz do mundo e o sal da terra.(Lc 16:8).

4.3 A luz deve de Deus deve reflectir-se e a sabor do sal deve ser provado nas

nossas vidas por estarmos formados por Ele. (Mt 5:13).

Ilustração: A história de Daniel é um excelente exemplo para esta mensagem bíblica.

Conclusão: Sejamos conformes à imagem de nosso Pai celestial. Brilhemos reflectindo

a Sua glória neste sdias de trevas espirituais densas e tenebrosas até que a

luz da aurora se levante e estabeleça na sociedade, vindo assim o Reino de

Deus.

Mensagem 4

TEMA: QUEM TOCOU EM JESUS?

A necessidade de tocarmos em Cristo

Texto: Lc 8:40-48.

Objectivo: Encorajar os ouvintes a tocarem espiritualmente em Jesus

para receberem respostas, bênçãos e milagres.

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

Introdução: Nesta história encontramos vários factores que podem impedir Deus de

responder-nos, ou de abençoar-nos com milagres. Devemos portanto

examinar este texto com atenção e extrair dele as seguintes lições:

1. Notemos primeiro que Jesus estava entre a multidão conforme o versículo 42, e

que esta sempre tenta sobrepôr-se aos indivíduos que a compôem.

2. No entanto estava ali uma mulher que sofria terrivelmente à muito anos cuja

condição falou mais alto do que as vozes e opiniões da multidão conforme o

versículo 43.

3. A razão porque esta mulher não se deixou influenciar negativamente ou sentir-se

ameaçada pela pressão da multidão foi porque ela “falava consigo mesma” acerca

do poder de Jesus para curá-la naquela hora. (Mt 9:20-21).

4. A mulher pressionou passando por entre a multidão até chegar perto por detrás

de Jesus, conforme o versículo 44.

5. Tal como dizia no seu coração a mulher tocou na orla do vestido de Jesus de forma

firma e ousada porque tinha fé que Jesus a curaria naquela hora conforme o

versículo 44.

6. O fluxo de sangue parou porque foi curada conforme a sua fé no poder de Jesus

Cristo como lemos no versículo 45.

7. E Jesus parou tudo o que estava a fazer e a dizer para dirigir-Se a ela, falando-lhe

particularmente com atenção especial e comendando a sua fé conforme os

versículos 45 a 48.

Ilustração: Nesta história Jesus perguntou, Quem me tocou? E da mesma forma Ele

está à procura de afirmar o mesmo hoje.

Conclusão: Você tocou hoje em Jesus. Estenda para Ele a sua mão e toque na orla da

Sua unção, da Sua autoridade e do Seu poder para receber Dele uma

resposta sobrenatural para o seu problema pessoal.

Mensagem 5

TEMA: O PODER DA DETERMINAÇÃO

Para agirmos na vontade de Deus

Texto: Ez 3 :9.

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

Objectivo: Encorajar os ouvintes a tomarem d eci sões acertadas de

acordo com a vontade de Deus para as suas vidas.

Introdução: Nesta passagem bíblica Deus encorajou Ezequiel a confrontar o povo

levando-lhes a Sua Palavra com autoridade e ousadia, ilustrando essa

determinação como se fosse dura e resistente como um diamante. Desta

forma Deus assegura que o crente deve tomar decisões resolutamente e

determinadamente para desfrutar das vitórias que promete na Sua

Palavra. Consideremos assim os seguintes pensamentos:

1. Um dos elementos essenciais à vida cristã vitoriosa é a necessidade do crente ser

determinado, porque a determinação establece as prioridades para que os

assuntos da vida diária sejam resolvidos rapidamente sem hesitação.

2. A determinação ajuda o crente a entrar numa nova vida espiritual e plataforma

mental, que não é fácil de atingir sem ela, devido às investidas acutilantes das

forças satânicas contra a caminhada bem sucedida do crente.

3. A determinação derrota as forças opositoras, assim como a inércia interior na

alma humana, para o crente começar a ser uma nova pessoa.

4. A determinação também resiste às tentações para desistir ou fugir dos problemas,

encorajando o coração do crente a prosseguir para novos domínios, e a ficar firme

confiando na fidelidade do Senhor e na integridade das promessas da Sua Palavra.

5. A decisão do crente de agir imediatamente assim que recebe directivas do Espírito

Santo para a sua vida resultará na manifestação da Sua presença poderosa que

operará um milagre da parte de Deus, ou uma resposta Sua, ou a compreensão

profética.

6. E obviamente que recompensará o crente por obedecer cabal e prontamente ao

Senhor.

Ilustração: A Bíblia refere muitos dos seus personagens como sendo gente que

obedeceu ao Senhor, como por exemplo Abraão e Moisés.

Conclusão: Precisamos portanto de ser determinados na decisão firme de obedecer

sempre a Deus.

Mensagem 6

TEMA: COMO ACTIVAR O PODER DE DEUS E VENCER PELA FÉ

Fé para derrubar barreiras

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

Texto: 2 Co 9:10-11.

Objectivo: Ajudar o crente a receber a bênção da provisão de Deus na

sua vida.

Introdução: O desejo de cada crente é o de vir a colher o que semeou espiritualmente

das sementes da sua justice e rectidão de modo a ser rico aos olhos de

Deus. Mas para isso precisa de aprender a aplicar os princípios divinos

prescritos na Palavra de Deus de modo a activar o Seu poder para vencer

os obstáculos e os adversários que enfrenta na vida.

1. O crente tem Jesus Cristo a morar no seu coração e por isso tem a capacidade

interior de perceber os sinais proféticos que anunciam as novas estações

espirituais que estão para chegar.

2. Estes são tempos determinados para o avanço do Reino de Deus na terra que

implicam barreiras que devem ser derrubadas e que a Igreja e o crente devem

vencer.

3. Estes são momentos de mudança significativa que incluem pequenos detalhes e

alterações profundamente dramáticas para se passar a dimensões novas da

realidade histórica futura.

4. Assim, o crente deve estar espiritualmente alerta para perceber tais tempos e

estações divinas, bem como estar preparado para avançar em frente através das

dificuldades da vida e dos impedimentos espirituais, até atingir as novas

oportunidades que Deus lhe proporciona.

5. E os elementos da sua vitória são: a fé, a esperança, o amor, a oração, o jejum, o

arrependimento e a confissão dos pecados, e buscar a face de Deus com temor,

reverência, confiança, ousadia, acção de graças e adoração.

6. Através do exercício da fé o crente pressiona as forças opositoras e experimenta o

desbloquear do poder libertador de Deus na sua vida.

Ilustração: Pela fé Pedro andou sobre as águas, e pela dúvida ia afundando até clamar

por Jesus que o salvou e o levou de volta ao barco.

Conclusão: A actividade da fé é fundamental para avançarmos confiantes na vida.

Mensagem 7

TEMA: A ACÇÃO DE DEUS MOLDANDO A VIDA HUMANA

Como aplicar à vida prática estas lições

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

Texto: Jr 18 :2-6.

Objectivo: Ajudar o crente permitir que Deus o molde conforme à Sua

vontade soberana.

Introdução: Deus tinha em mente ajudar o profeta Jeremias a compreender que Ele

molda os que Lhe pertencem para os utilizar de acordo com a Sua

soberana vontade. Por isso lhe disse para se levantar e ir à casa do oleiro

onde lhe explicaria o Seu plano para a vida pessoal de cada crente. E talvez

uma ilustração mais actual destas lições é também o modo como o bonsai

é cuidado epodado pelo seu dono.

1. Consideremos o bonsai, mesmo sendo pequeno o seu dono cuida dele

meticulosamente, podando-o sempre de acordo com as especificações detalhadas

na sua mente, para que cresça somente dessa maneira. Do mesmo modo o crente

deve permitir que Deus o póde para tornar-se útil e frutífero nas coisas espirituais

do Seu Reino celestial e eterno. Jesus utilizou a figura da poda da videira com o

mesmo objectivo.

1.1 O crente deve sugeitar-se ao processo de cultivo, para que o seu Senhor possa

definitivamente aplicar-lhe o Seu plano eterno através da poda espiritual e da

refinação do coração do crente.

1.2 Visto este processo não ser fácil – por implicar dor e incómodo – o crente

deve determinar permanecer no processo que Deus está a aplicar à sua vida

através das situações em que o colocou, submetendo-se às Suas poderosas

mãos, enquanto Ele aplica a Sua vontade e propósito em cada opção e escolha

diária que faz.

1.3 Apesar deste processo ser sempre muito duro e doloroso o crente deve

lembrar-se que no final resultará em muita bênção e fruto espiritual para esta

vida e para a eterna.

2. No caso da roda do oleiro Deus comunicou a Jeremias as seguintes lições:

2.1 O barro devia naturalmente ser livre de todas as impurezas e elementos

estranhos como por exemplo raízes, folhas, ou pedrinhas, para que

aguentasse a temperatura da fornalha sem se partir. Isto fala-nos de

transgressões, pecados e iniquidades na vida do crente que devem ser

extraídos para poder ser um vaso de bênção.

2.2 O barro devia também tem a humidade certa, o que nos fala da Palavra de

Deus e da Sua unção.

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

2.3 Depois de sugeito à moldagem oleiro o barro deve permenecer com a forma

que lhe foi aplicada, ou seja a vida do crente deve ser totalmente submissa a

Deus.

2.4 No caso de Jeremias o oleiro decidiu fazer outro vaso porque o primeiro se

quebrou, o que fala duma segunda oportunidade q ue Deus dá a quem

falha.

2.5 No entanto, apesar desta passagem se aplicar pessoalmente a cada crente,

também se deve aplicar à igreja local porque menciona “a casa de Israel”.

Ilustração: Jonas passou por um processo de aperfeiçoamento até aprender a

obedecer a Deus e só assim vir a ser bem sucedido.

Conclusão: Todo o crente deve sugeitar-se ao toque das mãos de Deus para moldá-

lo(a) à Sua vontade suprema.

Mensagem 8

TEMA: COMO ENFRENTAR A TRIBULAÇÃO E A PROVA

Os tempos de teste e de prova devem ser encarados com confiança

Texto: Hb 5:8

Objectivo: O crente deve aprender a encarar o sofrimento como Jesus

Introdução: Deus usa processos estranhos para sondar o coração do crente de modo a

que se revele qual seja a sua condição verdadeira. Assim, testes, provas e

tribulações devem ser encarados como acontecimentos naturais que de

vez em quando acontecem na vida do crente. Posto isto, precisamos

entender o seguinte:

1. O crente deve sempre lembrar-se que mesmo quando enfrenta a tribulação, o

teste e a prova à sua fé e conduta que o Senhor está presente assistindo ao

processo que nunca se desviará do Seu controlo absoluto.

2. Quando o fogo da purificação se tornar mais abrazivo na vida do crente ele ou ela

deve aguentar firme aquele teste ou prova até ao fim para depois passar para um

estágio mais elevado da vida espiritual na sua fé no Senhor.

3. Obviamente que este processo significa transformação e mudança que deve ser

sofrida pacientemente numa atitude de dependência no Senhor.

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

4. O crente às vezes até quase deseja ser transladado ou transfigurado rapidamente

para o céu de modo a não experientar mais a dor, a humilhação e o incómodo,

mas a lição deve ser aprendida através da obediência total ao processo de Deus

lidar na sua vida através do sofrimento, da tribulação, e do fogo da prova da sua

fé.

5. Como resultado último o crente tronar-se-á espiritualmente e emocionalmente

mais forte na sua fé do que era antes, porque essa aflições eram necessárias na

sua experiência humana para estimular o crescimento espiritual qye Deus

pretende até que o crente seja maduro em Cristo.

Ilustração: Sadraque , Mesaque e Abedenego passaram pelo fogo mas este não os

queimou.

Conclusão: O crente deve confiar sempre no Senhor mesmo se passa pelo fogo ou pelo

mar porque depois será melhor e mais preparado para servir os propósitos

de Deus para a sua vida.

Exemplo de Série de Mensagens

TEMA: A CURA INTERIOR: CURSO PRÁTICO

Como resolver as áreas feridas do coração

Nesta série de estudos bíblicos abordaremos de forma prática o tema da Cura Interior.

O objectivo é ajudar-nos a encontrar soluções e cura interior para as áreas feridas dos

nossos corações e das nossas almas.

SUBTEMA 1: A NECESSIDADE DE CURA INTERIOR

Como identificar as áreas feridas do coração

Texto: Sl 32; Os 2:14; Jr 17:9-10; 24:7

Objectivo: Jesus quer curar todas as feridas da alma

Introdução: Sente-se confortavelmente e analize no seu coração as idéias e os

sentimentos que lhe causam dor ou mágoa. Agora pondere quem é que

lhe terá causado esses sentimentos e porque você pensa dessa forma.

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

Decerto que chegou à conclusão de precisar de cura interior nessas áreas

da sua vida interior. Assim, abordemos os seguintes pontos:

1. Entenda o que é a cura interior.

1.1 Segundo o livro de Betty Tapscott intitulado Cura Interior20 cura interior é a

cura do homem interior com as suas emoções, os seus pensamentos, as suas

lembranças desagradáveis, e os seus sonhos ou pesadelos.

1.2 Cura interior é portanto o processo que envolvendo oração e

consciencialização da situação íntima e pessoal a pessoa se livra de

sentimentos como o ressentimento, a rejeição, a autopiedade, a depressão, a

culpa, o medo, a tristeza, o ódio, o complexo de inferioridade, e a

autocondenação ou sentimento de baixa autoestima.

1.3 E de acordo com Romanos no capítulo 12 versículo 2 a cura interior é a

inconformidade com os padrões deste mundo ajustando a maneira de pensar

ao modo de Deus prescrito na Sua Palavra num processo de renovação

completa.

2. Jesus prometeu dar paz de espírito aos Seus seguidores conforme várias

passagens bíblicas como João no capítulo 14 versículos 25 a 27.

2.1 Jesus repetiu que nos deixaria a Sua paz através da presença e acção do

Espírito santo.

2.2 A Sua paz não nos é dada como o mundo a dá nem é frágil como a paz do

mundo.

2.3 No entanto incompreensivelmente existem ainda muitos seguidores de Jesus

que se debatem com falta de paz no seu interior, o que é antagónico à obra de

Jesus na cruz profetizada por Isaías no capítulo 53 versículo 5.

2.4 De facto, Jesus quer curar-nos espiritualmente apagando e lavando os nossos

pecados, quer dar-nos depois a cura interior na alma, providencia também

cura física para os nossos corpos, e ainda cura os nossos relacionamentos e

todas as áreas que nos digam respeito como as nossas finanças.

2.5 Ele quer que sejamos perfeitos e santificados.

3. Como posso saber que tenho necessidade de cura interior.

3.1 Precisamos acreditar na Bíblia que afirma necessiatrmos de renovação da

nossa mente.

20 Tapscott, Betty, Cura Interior, (Editora Betânia, Belo Horizonte, Brazil. 1995).

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

• No nosso espírito precisamos de cura quando temos pecado,

iniquidade ou transgressão porque com ele nos relacionamos com

Deus que é Espírito.

• Na nossa alma que envolve a mente e a psiqué precisamos de cura

porque é com ela que nos comunicamos connosco próprios

(comunicação intra-pessoal) e com as pessoas ao nosso redor

(comunicação inter-pessoal).

• E no nosso corpo – com o qual nos relacionamos com o meio ambiente

físico e material – também precisamos muitas vezes de cura física.

3.2 No caso da cura interior Paulo exorta-nos a aplicarmos à nossa vida a

prescrição de Romanos no capítulo 12 versículos 1 e 2.

• Por utilizar a palavra “irmãos” este texto é dirigido aos crentes.

• Estes são os filhos de Deus que nasceram de novo e portanto são

irmãos entre si, (João 1:12; 3:1-8).

• Mas apesar de potencialmente todo ter sido feito novo na sua vida

Paulo exorta a que renovemos a nossa mente através da

transformação, (1 Co 5:17; Rm 12:1-2).

4. Como perceber a dor das lembranças desagradáveis.

4.1 Se a pessoa sente dor ao lemrar-se de alguma coisa que sucedeu ou foi dita é

porque ou a ferida interior ainda não foi tratada, ou ainda não cicatrizou.

• Essa dor no interior da alma ou do coração manifesta-se por

sentimentos de nojo, raiva, furor, angústia, medo, vergonha, ou

desprezo.

4.2 Exemplos:

• Um exemplo é a inveja que alguns filhos sentem pelo modo como

julgam que os seus pais tratam os seus irmãos de modo diferente de

como os tratam a eles ou elas.

• Outro exemplo é o nojo que alguém sente quando se lembra de ter

sido estuprada

5. Como perceber comportamentos ou sintomas limitativos.

5.1 Há feridas interiores que não manifestam necessariamente dor consciente

mas provocam comportamentos ou sintomas de limitação pouco sadios.

5.2 Isto indica que nessa área a pessoa precisa definitivamente de cura interior.

5.3 Exemplos:

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

• Embora não sinta raiva do meu irmão que sempre julguei o preferido

da minha mãe não tenho no entanto muito assunto para falar com ele

e portanto temos uma certa indiferença visível entre nós.

• Embora não sisnta nojo quando me lembro de quando fui estuprada

não consigo no entanto de manter um relacionamento sexual

afectuoso e firme com o meu marido.

5.4 Alguns tipos de feridas interiores expressas por comportamentos limitativos:

• Ter a tendência para ameaçar os outros frequentemente.

• Ter a tendência para chantagear as pessoas com quem se relaciona.

• Sentir-se constantemente confuso.

• Nunca admitir os erros e as falhas pessoais.

• Ter a tendência para racionalizar todas as situações.

• Sentir prazer com o infortúnio dos outros.

• Ter a tendência para desqualificar os sucessos dos outros.

• Não ter sonhos ou aspirações.

• Desconfiar sempre de todos pensando que o mundo está sempre a

arquitetar contra si.

• Ser hipocondríaco.

• Ser ciumento.

• Ser sempre triste ou ser risonho demais.

• Comprar compulsivamente.

• Possuir dinheiro e não usufruir dele ou gastar o que não tem.

• Ter dificuldade em dizer não.

• Sentir-se sem mérito perante elogios.

• Viver sempre angustiado e ter pesadelos constantes.

• Ter a vontade enfraquecida ou timidez paralizante.

• Não sentir prazer sexual no casamento ou masturbar-se

compulsivamente.

Ilustração: Como Jesus restaurou a mulher adúltera também nos restaurará a nós.

Conclusão: O crente deve confiar sempre no Senhor para restauração completa da sua

vida interior.

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

SUBTEMA 2: COMO IDENTIFICAR O QUE NOS FERE EMICIONALMENTE

Como identificar as áreas feridas do coração

Texto: Êx 4 :10; 1 Rs 19:1-21; Nm 12:1-6; 13:25-33

Objectivo: Precisamos identificar todas as situações que nos ferem a

alma

Introdução: Sente-se confortavelmente e analize no seu coração as idéias e os

sentimentos que lhe causam dor ou mágoa. Agora pondere quem é que lhe terá causado

esses sentimentos e porque você pensa dessa forma. Nesta segunda parte do nosso curso

continuaremos a abordar o tema geral Cura Interior: Curso Prático, mas sob o ponto de

vista da identificação das situações que nos ferem a alma para lidarmos com elas até

recebermos a resolução providenciada por Deus. Falaremos portanto de como identificar

as situações que nos ferem emocionalmente.

1. Como a família é a base dos seres humanos, se esta for desestruturada eles se

sentirão perdidos e possivelmente também desestruturados.

1.1 Acontecimentos perigosos ou desagradáveis enquanto ainda em gestação ou

durante a infância ou a adolescência envolvendo a mãe ou a família podem

perturbar o equilíbrio emocional e a natureza do indivíduo no futuro.

1.2 Os pecados que a família tem tendência em cometer também podem afectar o

equilíbrio emocional do indivíduo no futuro porque o pecado desorganiza e

perturba o coração e a alma humana.

1.3 E os seus próprio pecados, iniquidades e transgressões também o afectam

emocionalemente e espiritualmente.

1.4 Mas o Senhor Jesus tem poder e autoridade para perdoar, limpar, purificar, e

curar completamente todos os efeitos dos pecados, das iniquidades e das

trangressões.

1.5 Alguns exemplos bíblicos de pessoas que precisaram de cura interior por

terem doenças na alma e no coração.

• Moisés julgava que tinha dificuldades em falar e que isso lhe

impossibilitava de liderar o povo de Deus, apesar da Bíblia afirmar que

ele era poderoso em palavras e em obras, (Êx 4:10; At 7:22).

• Miriam a irmã de Moisés sentia-se inferior e por isso pensou em

afrontar a autoridade do seu irmão para resgatar a sua dignidade que

julgava ofendida, (Nm 12:1-6).

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• Os 10 espias sentiram-se inferiores relativamente aos inimigos e por

isso blasfemaram de Deus, regeitaram a terra prometida e acabaram

pr não entrar nela, (Nm 13:25-33).

• Elias era um profeta poderoso que se sentia inferior e incapaz de

enfrentar Jezabel e porque pensava que estava sozinho na caminhada

certa com Deus queria até mesmo morrer, (1 Rs 19:1-21).

2. jjkj

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

CONCLUSÃO

O pregador deve ter sempre o cuidado de actualizar-se, estudando as Escrituras

constantemente e buscando a Deus em orações, jejuns, e momentos particulares de

devoção ao senhor. E deve amar a sua audiência de todo o seu coração para ser usado

por Deus na sua alimentação espiritual regular. O pregador deve ainda procurar sempre

informar-se sobre as melhores formas de pregar a Palavra de Deus lendo livros e

assintindo a conferências ou estudando em institutos bíblicos com regularidade.

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A MENSAGEM: MANUAL DE PREGAÇÃO

BIBLIOGRAFIA

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Deus de Moçambique, Caixa Postal 1325 – Maputo. Moçambique.

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Apartado 4255, El Paso, Texas 79914, USA.

Marsh, F. E. 500. 1980. Bible Study Outlines: Devotional Studies and Outlines. Kregel

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