A Mesopotâmia · Culturas Pré-Clássicas 3 Nota Introdutória Foi na Mesopotâmia que nasceu a...

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Universidade Lusófona Faculdade de Ciências Sociais e Humanas Curso de História – 2009/10 – 1º Ano Culturas Pré-Clássicas Docente Ana Cristina Martins A Mesopotâmia Discente Rita Tapadinhas Lisboa, 11 de Janeiro, 2010

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Universidade Lusófona

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas Curso de História – 2009/10 – 1º Ano

Culturas Pré-Clássicas

Docente Ana Cristina Martins

A Mesopotâmia

Discente Rita Tapadinhas

Lisboa, 11 de Janeiro, 2010

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Culturas Pré-Clássicas

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Índice:

Nota Introdutória Pág. 3

Localização e Diferenças Geográficas Pág. 3

Períodos Cronológicos da Mesopotâmia e Seus Principais

Acontecimentos

Pág. 4

A Evolução Pág. 5

Suméria Pág. 6

Assíria Pág. 7

Babilónia Pág. 9

Conclusão Pág. 11

Bibliografia Pág. 11

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Nota Introdutória

Foi na Mesopotâmia que nasceu a civilização. A partir do Milénio V a.c. deu-se o

nascimento das cidades, o nascimento da realeza, o aparecimento do Estado, entre

outros acontecimentos. Desde cedo que a Mesopotâmia acolheu vários povos e

culturas o que tornou esta área, ainda mais, riquíssima. Não nos podemos esquecer

que a escrita principiou aqui. Alexandre, o Grande unificou no seu império a

Mesopotâmia e o Oriente mas com a sua morte deu-se o declínio desta civilização.

Foi a partir deste momento que a Mesopotâmia perdeu todo o seu fulgor e que caiu

no esquecimento. Assim sendo, vamos recuperar, de uma forma muito resumida, o

que foi a Mesopotâmia e a importância de dois povos que a ocuparam: Sumérios e

Assírios e a cidade que não se podia deixar de falar: Babilónia.

Localização e Diferenças Geográficas

A Mesopotâmia

situa-se entre o

Rio Tigre e o

Rio Eufrates. O

nome

Mesopotâmia

significa “entre

rios”. Como

podemos

verificar pelo

mapa, é um

planalto que fica

no Médio

Oriente delimitado pelos referidos Rios e é rodeada por desertos. Neste momento, o

principal pais a ocupar a Mesopotâmia é o Iraque. Esta zona também é conhecida

como o Crescente Fértil pois a sua área, que é excelente para a agricultura (ao

contrario das que a rodeia) tem o formato de um Quarto Crescente que vai desde

Gaza e Jerusalém ao Golfo Pérsico, existindo muitas diferenças entre Norte e Sul.

A Norte existem pedras e minerais bem como é onde chove mais havendo assim a

possibilidade de crescimento de cereais. A Sul, não existe quase chuva e por isso foi

mais tardia a sua colonização pois somente após os domínios das técnicas de

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irrigação é que se que podia ocupar. De qualquer forma, como consequência dessa

evolução, começou-se a ocupar esse espaço tendo o solo sido irrigado o que fez

com que houvesse pântanos e lagos o que permitiu o cultivo bem como a pesca.

Períodos Cronológicos da Mesopotâmia e Seus Principais Acontecimentos

A Civilização Mesopotâmica começa em 6500 – 2900 a.c., com algumas diferenças

entre Norte e sul, que se descrevem da seguinte forma:

Norte: 6500-6000 a.c - Cultura Hassuna-Samarra; 6000-5100 a.c. – Época de Halaf;

5100-3900 a.c – Época de Obeid Norte; 3900-3200 a.c. Época de Gawra; 3200-2300

a.c – Começo da cultura de Nínive 5;

Sul: 6500-3700 a.c. – Época de Obeid Sul; 3700-2900 a.c. Época de Uruk; 3100-

2900 a.c. – Época de Djemdet-Nasr.

De 2900-2340 a.c., temos as cidades Estados de Sumer, com o Dinástico Arcaico (I,

II e III) a Sul.

A partir de 2340 a.c temos a Norte o fim da cultura Nínive 5 em 2300 a.c. e a Sul,

em 2120 a.c. Gudea, princepe de Lagash. Ainda de 2340 a 2150 a.c. temos o

Império de Akkad e de 2112 a 2004 a.c. III Dinastia de Ur, tanto a Norte como a Sul.

Na era de 2000 a.c. Temos em todo o território a I Dinastia da Babilónia (entre 1894

a 1595); a Sul, Os Cassitas entram na Babilónia (entre 1595 e 1171 a.c.); e a Norte

em 1810 a.c começa o Império Assírio I e ntre 1365 e 1077 a.c. temos o Império

Assírio II.

Tanto a Norte como a Sul, de 932 a 612 a.c. existiu o Império Novo Assírio; de 625-

539 a.c. Império da babilónia; de 559-331 a.c. Domínio persa aqueménida e em 331

a.c. os Gregos chegam à Mesopotâmia.

Jà em 331-307 a.c temos a Dinastia macedónia, em 307-141 a Dinastia seleucida e

de 141 a.c a 244 d.c. o Império Parto.

Podemos ainda dizer que foi entre 5100-3900 a.c., na época da cultura de Obeid do

Norte, onde apareceram os primeiros edifícios sobre plataformas, houve o domínio

da irrigação e o desenvolvimento da metalúrgica.

Nos anos de 3400 a 3100 a.c., em Uruk (Sul), apareceram os cilindros-selos, a

escrita, construção de grandes conjuntos arquitectónicos e as primeiras

representações do rei-sacerdote.

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O desenvolvimento das cidades deu-se entre 3100 a 2900 a.c., na época da cultura

de Djemdet-nasr (Sul).

Entre 2900 e 2340 a.c. temos as, já referidas Dinastias Arcaicas I, II e II em que se

desenvolvera os primeiros baixos relevos com inscrições, as primeiras inscrições

reais, túmulos reais e a tentativa de unificar as cidades-Estados sumérias pelo

príncipe de Umma, Lugalzagesi.

No Império de Akkad temos a primeira dominação semítica e primeiros reis

divinizados.

Na Renascença Suméria, com Gudea, príncipe de Lagash, houve o apogeu da

língua e da cultura suméria bem como a reconstrução dos templos do Estado.

Na I Dinastia da Babilónia, com Hammurabi, temos a redacção da Lista Real da

Suméria e do Código de Hammurabi.

Durante o Império Neoassírio, mais precisamente na Queda de Nívine (612)

existiram irrupções no Egipto e desenvolveu-se o alfabeto.

Durante o Império Neobabilónico (625 a 539 a.c.) houve a deportação dos Judeus

na Babilónia, a reconstrução de Babilónia e a construção da Torre de Babel bem

como o Integração do Egipto na Mesopotâmia.

Em 539 a.c. dá-se a tomada de babilónia pelo Rei dos Persas, Ciro e reconstrói-se o

templo de Jerusalém bem como os Judeus regressam à Palestina.

Em 331 a.c. dá-se a tomada de Babilónia por Alexandre, O Grande.

A Evolução

Com passagem de caçadores-recolectores (nómadas) a agricultores-pastores

(sedentários), bem como a fixação de população no Crescente Fértil, houve a

necessidade de evoluir em relação a vários aspectos e esta zona era a melhor.

Aparecerem as primeiras profissões especializadas (agricultores, pastores, etc), a

caça ia deixando de ter importância devido à introdução de novas espécies à

pastorícia (aos ovinos e caprinos acrescentaram-se os suínos e bovinos), a

domesticação e tracção de gado para a agricultura foi descoberta, bem como a

irrigação. Devido a esta evolução começou a haver excesso de produção o que

levou a aperfeiçoar-se sistemas de armazenamento e conservação de alimentos.

Posteriormente, passou-se a utilizar a lama seca e a argila para construção de

cerâmica (de inicio ainda no Neolítico). Já nesta altura, podemos verificar através

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desta mesma cerâmica que estes povos já tinham uma veia artística pois decoravam

muitas das peças que tinham bem como esculpiam estatuetas em diversos

materiais.

A partir de 6500 a.c. apareceu o cobre e com o passar dos anos o Homem

conseguiu dominar este metal, o que fez com que em 4500 a.c., devido às várias

mudanças que existiram na sociedade tendo como base o uso do metal,

começassem a aparecer as primeiras civilizações avançadas.

Suméria

Na Civilização Suméria, a

cidade de Ur, Sul da

Mesopotâmia, foi uma das

capitais mais importantes da

Mesopotâmia. Era uma cidade

com muita população, com

muralhas enormes, portos,

bairros de habitação, palácios e

templos. O maior templo de Ur,

a zigurate de Ur, Templo de

Nanna, era vista ao longe e

tinha três andares; era

consagrado ao Deus Lua,.

Estávamos em plena civilização

Suméria.

Os Sumérios viviam, quase, exclusivamente da agricultura (cevada, trigo,

leguminosas, fruta, etc) e criação de gado (bovinos, carneiros, cabras e porcos).

Devido à sua localização, também pescavam nos ribeiros e rios.

À frente de cada cidade encontrávamos um senhor ou príncipe feudal (en ou ensi)

que desempenhava várias funções incluindo as de sacerdote e responsável pelo

culto.

Sempre existiu uma grande rivalidade entre as cidades-Estados da Suméria mas,

apesar disto, todas elas eram muito idênticas na sua distribuição de edifícios e em

que o material de construção era o tijolo de argila seca ao sol.

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As divindades dos Sumérios eram constituídas pela Deusa Inanna (Deusa do Amor

mas também possui uma extensão guerreira), Enlil (Deus do Ar e das Intempéries),

Enki (Deus da Água), Nanna (Deus da Lua) e An (todo-poderoso senhor do céu)1.

Nos templos estavam hordas de sacerdotes para assegurarem os rituais diários que

se realizavam. Havia hierarquia no sacerdócio e as mulheres também eram

sacerdotisas. O Sumo-Sacerdote zelava pelo que era referente à agricultura e ao

pastoreio e os camponeses tinham de entregar na totalidade a colheita bem como

da criação do gado. Em troca eram dados viveres e outros meios de subsistência

gratuitamente. Existiam também os operários especializados e os artesãos que

trabalhavam sobretudo para o Rei e o Sumo-Sacerdote.

A tecelagem, fiação, costura, cestaria e mesmo a cerâmica eram profissões que

cabiam ás mulheres e os escravos eram os subalternos que eram, na sua maioria,

prisioneiros de guerra que provinham em grande número das regiões montanhosas

a leste.

O Selo foi uma das grandes invenções dos sumérios: consistia num anel gravado e

que cunhava argila húmida para fechar recipientes tanto para facilitar a identificação

do proprietário como para facilitar as contas).

Um último destaque para os escribas pois estes contavam as colheitas e manadas

fazendo registo de tudo o que entrava e saia do templo. Devido a esta burocracia e

à necessidade de registar tudo, foi necessário criar a escrita. A origem da escrita

suméria encimam até ao IV mílenio a.c. Até 2600 a.c. utilizaram uma escrita que

combinava hieróglifos e caracteres silábicos. Existiam cerca de 800 signos e foi

chamada de cuneiforme devido às marcas em forma de cunha que os escribas

faziam. Tudo era registado em tábuas de argila que eram cozidas e guardadas

religiosamente dai se saber tanto sobre os Sumérios.

Assíria

Quando se fala da Assíria, vem logo à lembrança os cruéis assírios. Para os assírios

era normal as atrocidades cometidas pois assim os povos conquistados, com medo,

eram subservientes e disciplinados e surtia um efeito desencorajador para outros

povos. As atrocidades e violências que praticavam iam desde a pilhagem ao

1 Adaptado de AAAVV, 2006; A Alvorada da Civilização, da Pré-História a 900 a.c.; Reader’s Digest

História Ilustrada do Mundo; Lisboa; pág 60

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assassinato de mulheres e crianças, desde a empalação à esfolação ainda com as

pessoas vivas. Muitas destas cenas eram retratadas em obras de arte como nos

relevos. Os prisioneiros eram feitos escravos e eram colocados em sítios

estratégicos do território o que fazia com que houvesse mão-de-obra.

Durante o milénio II a.c., os assírio também puderam demonstrar a sua crueldade e

governação mas após alguns anos esta cultura estagnou. Somente em 883 a.c.,

com Assurnasirpal II, é que os assírios voltaram a ser a tropa assassina que era.

Estas tropas chegavam a ter 20 000 soldados de infantaria e 12 000 cavaleiros. Este

Rei, conquistou várias cidades e em Calach estabeleceu a sua capital. Quando

morreu os assírios

assumiram a zona norte e

centro da Mesopotâmia.

Com estas conquistas

começaram a deparar-se

com problemas

administrativos e estes só

eram resolvidos se o

governante exerce-se o

seu poder. Devido à falha

dos sucessores de

Assurnasirpal houve

guerras civis dentro do

território. Na altura de Tiglath-pileser, que se coroou Rei da Babilónia com o nome

de Pulu, deu-se o expoente máximo da tecnologia militar. Este rei encetou reformas

administrativas que permitiram ás tropas estarem livres do calendário agrícola e

estarem prontas para qualquer acção militar. Estas prendiam-se com invasões e

conquistas, chegando a conquistar Egipto e Núbia. Nínive foi também uma capital

conquistada e que foi uma das cidades mais importantes do império assírio.

Apesar da crueldade, não eram incultos. Assurbanípal fundou a Biblioteca de Nínive

que tinha mais de 25 000 tabuas de argila com todo o tipo de inscrições: mitos,

lendas, astronomia, hinos, medicina, etc.

Os assírios viviam em pequenas comunidades rurais e trabalhavam a terra e as

mulheres assírias eram tidas como propriedades do Homem. Á semelhança no que

se passa hoje no Afeganistão e ainda em certas zonas do Iraque, o Homem podia

fazer o que quisesse á mulher pois esta não tinha qualquer estatuto. Eras tão cruéis

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que uma mulher que abortasse era “...empalada numa estaca, sendo depois

recusado ao seu corpo um funeral digo.”2.

O mais interessante da história dos assírios é que morreram como viveram:

Babilónia e o povo Medos juntaram-se e atacaram Nínive. Quem fosse apanhado

era morto, fossem homens, mulheres ou crianças.

Babilónia (antiga Babel)

Babilónia, ainda hoje, representa uma das cidades culturais ocidentais mais

importantes da história. Fundada na margem

do Rio Eufrates no III Milénio a.c., tornou-se a

capital da região em II Milénio a.c. Segundo

Harry W.F. Saggs, “ ... é anacrónico falar de

Babilónia e Babilónios antes do inicio do II

Milénio. Contudo, a a maioria das

características que definem o modo de vida

babilónico, tais como a escrita, o urbanismo e as leis escritas, conheceram as suas

origens nos IV e III Milénios, de modo que podemos considerar os Protobabilónios a

partir de uma data bem recuada.”3

Os Amoritas, por volta de 1900 a.c., instalaram-se naquilo a que chamaram de Bab-

Ili, pois o nome Babilónia foi dado pelos Sumérios, que significa porta dos Deuses.

Cerca de 1792 a.c. a Babilónia tornou-se uma grande capital, com o Rei Hammurabi

a conquistar grande parte da Mesopotâmia. Este rei era reconhecido mas dava

alguma independência ás terras conquistadas fazendo, apenas, os seus habitantes

pagar-lhe um tributo. Foi Hammurabi que promulgou o Codex Hammurabi, eram leis

rígidas que pretendiam estabelecer relações de boa vizinhança, exploração

económica, entre outros. Os outros textos legislativos que se conhecem são mais

razoáveis em termos de castigos pois poder-se-ia substituir os castigos corporais ou

mesmo a morte por multas; Hammurabi era bem mais rigoso, baseando-se na Lei de

Talião, Olho por olho, dente por dente.

2 AAAVV, 2006; O mundo antigo, de 900 a.c a 430.; Reader’s Digest História Ilustrada do Mundo;

Lisboa; pág 14

3AAA.VV. 2004; A Mesopotâmia, de Sumer à Babilónia; Colecção As Grandes Civilizações; Selecções

Reader’s Digest; pág. 21

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Os cidadãos da Babilónia moravam em casas rudimentares de tijolo adobe,

encostadas umas ás outras. Durante o período do Rei Hammurabi a propriedade era

muito importante. Apesar da maior parte das terras pertencerem ao Rei e aos

templos havia muitos privados a serem proprietários.

A Sociedade Babilónica estava dividida em três grupos sociais: Homens livres

(awilum); Submissos (muschenum) e Escravos (wardum). O conceito do Homem

Livre é diferente do de hoje, pois nesta altura significava somente que não estavam

obrigados a pagar a corveia. Era desta classe que saiam os sacerdotes, chefes

militares, funcionários do estado e escribas. Os escribas, nesta altura, tinham as

mesmas provações dos egípcios.

Desde o II Milénio a.c. que a divindade Marduk era a grande defensora da cidade da

Babilónia. A festa religiosa mais importante era o Equinócio da Primavera em que se

sacrificavam animais na presença do Rei para afastar o azar e as forças do Mal. Os

Babilónicos viviam intensamente a religião; o Deus Pazuzu era um dos Deus mais

temido pois trazia febres ou mais demónios. Para se protegerem usavam amuletos e

recorriam aos sacerdotes adivinhadores (baru) que viam em determinados

acontecimentos ou nas vísceras dos animais sacrificados as suas premonições. Por

outro lado também eram nos astros que se tentavam fazer adivinhações. Devido a

este facto, alguns autores defendem que a o Horóscopo teve origem na Babilónia.

Também ligada à magia encontramos a medicina.

Em termos matemáticos e literários, a Babilónia era muito rica tendo criado cálculos

que assentavam no sistema sexagesimal, o teorema de Pitágoras já era utilizado,

histórias literárias baseadas em mitos e epopeias em que a história do herói

Gilgamesh, dicionários, registos de plantas, animais, de locais, etc.

Os Cassitas invadiram a Babilónia e em 1594 a.c. e asseguraram o reino. Este

durou até 1157 a.c. com algum decréscimo na sua popularidade e esplendor. A

partir daqui temos os Elamitas que se instalaram na referida cidade e a levaram de

novo ao seu apogeu, no II Milénio a.c. com o reinado de Nebuchadnezzar-

Nabucodonosor I (1124-1103 a.c.).

Foi Nabucodonosor II que mandou construir os famosos Jardins Suspensos da

Babilónia (ou Jardins Suspensos de Semiramis) que, segundo consta, eram seis

montes de terra artificiais, com terraços arborizados, apoiados em colunas de 25 a

100 metros de altura e que se subia através de uma escada de mármore. Foi

mandado construir pelo referido Rei, para agradar e consolar sua esposa preferida

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Amitis, que tinha saudades dos campos e florestas que existiam na sua terra. Estes

foram considerados uma das Sete Maravilhas do Mundo.

Por curiosidade, foi Nabucodonosor II que juntou o povo da Babilónia e de Medos,

do Irão, para atacar Nínive, conforme referido no capitulo anterior. Com a queda dos

assírios, os babilónicos preencheram o vazio que aqueles deixaram mas não sem

alguns percalços.

Conclusão

É complicado fazer uma conclusão pois parece que falta escrever sobre muito mais

e que este pequeno trabalho é apenas uma pequena introdução à civilização

humana que se deu na Mesopotâmia. De qualquer forma podemos concluir que se

deve ao Crescente Fértil e aos seus povos o desenvolvimento humano que hoje

temos a vários níveis. Todas as lutas sobre o território e, principalmente, o contacto

de várias culturas levou a que os povos da Mesopotâmia fizessem muitas

descobertas, como a escrita e a irrigação, entre outras, que ainda hoje utilizamos.

Bibliografia

AAA.VV. 2004; A Mesopotâmia, de Sumer à Babilónia; Colecção As Grandes

Civilizações; Selecções Reader’s Digest;

AAAVV, 2006; A Alvorada da Civilização, da Pré-História a 900 a.c.; Reader’s Digest

História Ilustrada do Mundo; Lisboa;

AAAVV, 2006; O mundo antigo, de 900 a.c a 430.; Reader’s Digest História Ilustrada

do Mundo; Lisboa;

Tavares, António Augusto, 1995; Civilizações Pré-Clássicas; Universidade Aberta;

Lisboa;

Sites:

www.metmuseum.org

www.google.pt/imagens

http://java.nationalgeographic.com/studentatlas/clickup/mesopotamia.html - imagem

da capa - Zigurate com 4000 anos em Ur devota ao Deus Nanna.