A metamorfose da rocha

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A Metamorfose da Rocha Logo que vi suas formas na pedra bruta Comecei a trincar a pedra... Deletrear na folha em branco... E sonhar na missão complicada De adorná-la de uma cachoeira de ouro... Da cal virgem Ao Gnaisse é uma viagem... E o meio de transporte... As variações térmicas As oscilações de pressão As intemperes físicas... Mas não vou falar mais sobre rochas hoje! Só da metamorfose das rochas! E de metal, como não..? Para formar a estatua, O modelo ideal... Combinaram-se assim, Rochas e um metal especial Da viagem sublime Que transformou uma rocha De pouca valia Na estatua da moça, Não espera...! Antes... Da moça que tem as serpentinas doiras... Essa parte não é metamórfica, O ouro foi formado de outro jeito, Numa espécie de arquitetura atômica, Uma nano-arquitetura, Creio eu regida pelas mãos do grande artista, Que se apeteceu em alojar essa beleza dourada Em meio ao outras tantas rochas, Em uma proporção que assusta: ‘Em cada bilhão de átomos, Apenas cinco são de ouro’ E a moça tem, sei lá... Uma cachoeira inteira de fios Desse metal raro. E ainda mais... Vão serpenteando em sua queda! Que joia! Que primor!!! Sem falar no movimento, e no jogo com a luz...

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A Metamorfose da Rocha

Logo que vi suas formas na pedra bruta Comecei a trincar a pedra... Deletrear na folha em branco... E sonhar na missão complicada De adorná-la de uma cachoeira de ouro...

Da cal virgem Ao Gnaisse é uma viagem... E o meio de transporte... As variações térmicas

As oscilações de pressão As intemperes físicas... Mas não vou falar mais sobre rochas hoje!

Só da metamorfose das rochas! E de metal, como não..? Para formar a estatua,

O modelo ideal... Combinaram-se assim, Rochas e um metal especial

Da viagem sublime Que transformou uma rocha De pouca valia Na estatua da moça,

Não espera...! Antes... Da moça que tem as serpentinas doiras...

Essa parte não é metamórfica, O ouro foi formado de outro jeito, Numa espécie de arquitetura atômica,

Uma nano-arquitetura, Creio eu regida pelas mãos do grande artista, Que se apeteceu em alojar essa beleza dourada Em meio ao outras tantas rochas,

Em uma proporção que assusta: ‘Em cada bilhão de átomos, Apenas cinco são de ouro’

E a moça tem, sei lá... Uma cachoeira inteira de fios Desse metal raro. E ainda mais...

Vão serpenteando em sua queda! Que joia! Que primor!!! Sem falar no movimento, e no jogo com a luz...

Vamos ao branco! O gnaisse... Ou melhor, a metamorfose...

Da cal virgem Ao Gnaisse é uma viagem, E o meio de transporte... As variações térmicas...

As oscilações de pressão... As intemperes físicas... E é assim sobre fogo

Sobre pressão E sobre mutilação Que vai sendo formada Na pedra bruta, Linda e branca, Mas, bruta...! E como por uma providência DIVINA... Há sempre um escultor, Que vê a escultura ainda na pedra, E que vem com seu cinzel, E seu martelo, é claro, Como se fora pouco as lascadas da natureza, E lapida na pedra bruta, A forma que quer... Eu de minha parte Tomo o meu cinzel, O meu cinzel é o lápis! E é assim que eu vou te esculpir, A lápis! Moça de serpentinas doiras... E corpo de gnaisse... Minha estatueta geomorfológica... Logo que vi suas formas na pedra bruta Comecei a trincar a pedra... Deletrear na folha em branco... Em busca da mais bela forma E a sonhar na missão complicada De adorná-la de uma cachoeira de ouro Vais ficar pronta E terás teu ouro! A menos que... A menos que nada! És das pedras A mais bonita! E acho difícil perderes para as Hematitas!