A Morte Da Fé - Resenha Crítica

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Morte da Fé: Religião, Terror e o Futuro da Razão - Sam Harris (Uma Resenha Crítica) Em sua crítica ferina aos fundamentalismos cristão e muçulmano Sam Harris é brilhan- te! Aponta com acuidade as incongruências de uma fé que, por exemplo, acredita em atos contrários à natureza por parte de cristãos (parto da virgem, ressuscitar dos mor- tos, “subir aos céus numa nuvem e prometer voltar como um super-herói para punir os maus e premiar os bons”, etc.) e de muçulmanos (vivem uma vida pautada pela cas- tidade sexual mais estrita e, dentre as promessas de paraíso aos “mártires” estaria um prêmio com “72 virgens” para quaisquer orgias imagináveis, entre outras coisas). Mas, sobretudo, a fé numa divindade que se importa pessoalmente com o que cada um dos mais de 6 bilhões de habitantes do 3º planeta em órbita do Sol pensa, faz ou deixa de fazer e até mesmo cuida de cada detalhe, da queda das folhas de uma árvore passando por terremotos, furacões, disseminações de vírus e bactérias e chegando até a cuida- dos com a moda e culinária, entre várias outras coisas, a partir de aspectos fundamen- tados no mundo conhecido há mais de 4.000 anos, usualmente aplicando não apenas como literais como ainda atuais uma compilação eclética de múltiplos escritores no final do Neolítico. Optou por não se debruçar sobre as incongruências fenomenais do judaísmo, a primei- ra das religiões monoteístas, com suas crenças não menos ilógicas ou irracionais que as duas que combate. A criação do “Grande Israel” – que a Terra Prometida ao Povo Esco- lhido ou Primogênito de Deus toma o espaço incluso em todo o Crescente Fértil, entre os rios Nilo e o Eufrates deve ser conquistada, e a força é o método recomendado por Moisés – embutida no projeto político dos fundamentalistas judeus no poder hoje – não é contemplada em nenhuma das linhas nas 388 páginas do livro, bastante útil para combater os irracionalismos desta nova Era das Trevas que estamos vivendo no século XXI. Sam Harris é um gênio genuíno no que tange à crítica ao Islã e ao Cristianismo, particu- larmente em sua versão fundamentalista. Provavelmente tenha optado por não criti- car o judaísmo com a mesma verve por uma série de motivos (aqui só posso especu- lar...) como, por exemplo, o fato de a Shoah (o Holocausto) que aconteceu mesmo e, segundo Norman Finkelstein em “A Indústria do Holocausto”, tem o número de vítimas recebendo ressarcimento dos governos alemão e suíço em número crescente, mas, de maneira geral, os judeus de fato foram o segundo povo mais atacado e perseguido pelos nazistas: 6 milhões de seres humanos foram sacrificados aos deuses nazistas, 1/3

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Resenha sobre o livro de Sam Harris.

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  • Morte da F: Religio, Terror e o Futuro da Razo - Sam Harris (Uma Resenha Crtica)

    Em sua crtica ferina aos fundamentalismos cristo e muulmano Sam Harris brilhan-te! Aponta com acuidade as incongruncias de uma f que, por exemplo, acredita em atos contrrios natureza por parte de cristos (parto da virgem, ressuscitar dos mor-tos, subir aos cus numa nuvem e prometer voltar como um super-heri para punir os maus e premiar os bons, etc.) e de muulmanos (vivem uma vida pautada pela cas-tidade sexual mais estrita e, dentre as promessas de paraso aos mrtires estaria um prmio com 72 virgens para quaisquer orgias imaginveis, entre outras coisas). Mas, sobretudo, a f numa divindade que se importa pessoalmente com o que cada um dos mais de 6 bilhes de habitantes do 3 planeta em rbita do Sol pensa, faz ou deixa de fazer e at mesmo cuida de cada detalhe, da queda das folhas de uma rvore passando por terremotos, furaces, disseminaes de vrus e bactrias e chegando at a cuida-dos com a moda e culinria, entre vrias outras coisas, a partir de aspectos fundamen-tados no mundo conhecido h mais de 4.000 anos, usualmente aplicando no apenas como literais como ainda atuais uma compilao ecltica de mltiplos escritores no final do Neoltico.

    Optou por no se debruar sobre as incongruncias fenomenais do judasmo, a primei-ra das religies monotestas, com suas crenas no menos ilgicas ou irracionais que as duas que combate. A criao do Grande Israel que a Terra Prometida ao Povo Esco-lhido ou Primognito de Deus toma o espao incluso em todo o Crescente Frtil, entre os rios Nilo e o Eufrates deve ser conquistada, e a fora o mtodo recomendado por Moiss embutida no projeto poltico dos fundamentalistas judeus no poder hoje no contemplada em nenhuma das linhas nas 388 pginas do livro, bastante til para combater os irracionalismos desta nova Era das Trevas que estamos vivendo no sculo XXI.

    Sam Harris um gnio genuno no que tange crtica ao Isl e ao Cristianismo, particu-larmente em sua verso fundamentalista. Provavelmente tenha optado por no criti-car o judasmo com a mesma verve por uma srie de motivos (aqui s posso especu-lar...) como, por exemplo, o fato de a Shoah (o Holocausto) que aconteceu mesmo e, segundo Norman Finkelstein em A Indstria do Holocausto, tem o nmero de vtimas recebendo ressarcimento dos governos alemo e suo em nmero crescente, mas, de maneira geral, os judeus de fato foram o segundo povo mais atacado e perseguido pelos nazistas: 6 milhes de seres humanos foram sacrificados aos deuses nazistas, 1/3

  • da quantidade de soviticos (talvez 1/5 de todos os considerados comunistas) que morreram para que aquela monstruosidade efetivamente acabasse.

    Segundo Finkielkraut que judeu! a Indstria do Holocausto, alm de gerar gran-des dividendos crescentes aos descendentes dos que sofreram nas mos dos nazistas, tende a tornar toda a crtica ao Estado Nacional de Israel, por mais justificada que seja, como, por exemplo, a ocupao da Palestina e sua poltica de ampliao do territrio sem jamais respeitar as decises das Naes Unidas fiquem parecendo antissemitis-mo. Qui temendo ser taxado de ateu judeu antissemita, Harris prefere no tocar nesse assunto.

    Outra hiptese a de que as crticas altamente pertinentes que faz ao Antigo Tes-tamento (quase letra por letra Torah, livro sagrado dos judeus) cumpre bem esse papel: Moiss, o lder mitolgico criador do judasmo, inseriu nos livros que escreveu uma srie de imprecises e vrias aberraes que talvez coubessem apropriada-mente, seno do ponto de vista tico, pelo menos do ponto de vista de tentar com-preender o mundo em seu tempo, ali pelo final do Neoltico.

    Pessoalmente, eu sempre vi uma incoerncia fantstica entre o No Matars do Sex-to Mandamento e a ordem de morte a pedradas de determinado tipo de delito ou des-truio total de cidades e genocdio de povos inteiros que, infelizmente, habitavam a terra prometida ao povo escolhido.

    Outro detalhe que, fora da Torah ou do Velho Testamento, no h qualquer registro histrico (entre Egpcios, Fencios, Hititas, Babilnios ou Gregos) acerca de uma grande massa de escravos evadir-se do Egito em direo Terra Prometida. E na arca de No? Ser que tinha mico-leo-dourado, canguru, pingim, urso-polar...

    Fica nos devendo um estudo acerca do mais recente movimento similar religio, que nasce em meados do sculo XX e se amplia como um cncer incontrolvel fazendo milhes de vtimas pelo mundo afora enquanto concentra a renda (fruto do trabalho de todos) em mos ociosas. um mundo de ponta-cabea, como diz meu grande Amigo Uruguaio Eduardo Galeano: premia os golpes, a especulao, a jogatina e a cor-rupo enquanto castiga violentamente o trabalho. O Fundamentalismo do Mercado, com seus templos (bancos, bolsas de valores e espaos afins), sacerdotes (que so co-nhecidos como economistas apesar de exercerem funo diversa do que a Econo-mia, enquanto cincia, propugna), dogmas (no interveno estatal na economia; pri-vatizao at de servios de sade, educao e segurana pblicas; no h alternativa econmica exceto a famosa mo invisvel do mercado...) e heresias (a defesa da vida humana em detrimento do capital; a estatizao dos servios pblicos essenciais e um planejamento econmico digno deste nome).

    H vasta literatura sobre o tema, particularmente de Autores como Noam Chomsky, Eduardo Galeano, Igncio Ramonet, Slavoj Zizek e tantos outros racionalistas, huma-nistas e profundos conhecedores da Cincia Poltica, mas gostaria de indicar especial-mente o documentrio definitivo sobre o tema, Voces Contra La Globalizacin, transmitido pela TVE Espanha. Reproduzo-os do Youtube em minha pgina aqui: http://culturabrasil.org/vozescontra.htm Sam Harris como pesquisador honesto que , h de concordar que a Religio do Mercado faz mais vtimas e amplamente mais pe-rigosa que as religies mais antigas que tambm merecem crtica pois o nvel de de-sinformao exasperador em plena era da comunicao.

  • Se concordamos que a medida da tica est na empatia ou amor aos outros seres hu-manos, o fundamentalismo de mercado a menos tica de todas as religies e a que mais vtimas vem fazendo pelo mundo afora desde sua ascenso na segunda metade do sculo passado e em ritmo aceleradamente crescente at os dias de hoje. Comba-ter o fundamentalismo do mercado qui mais emergencial do que o combate s religies mais antigas.

    Se cada chefe de famlia ou dona de casa organizasse suas finanas de acordo com as leis cegas do mercado (o que infelizmente acontece em muitos casos e quem o faz sofre severas consequncias) no haveria famlia capaz de se manter isso acontece em muitas regies do mundo, mas tema para outro trabalho. Planejar a economia de um pas implica, fundamentalmente, em mensurar racionalmente de que a gente que mora naquele pas precisa para ser feliz e propiciar condies para se alcanar essa meta.

    O mercado no resposta, isso se v com clareza lapidar por todo o mundo globaliza-do. No documentrio que foi ao ar pela TVE Espanhola Vozes Contra a Globaliza-o alguns dos mais renomados filsofos, economistas, socilogos, cientistas polti-cos, escritores e militantes explicitam os males para todos os seres humanos do mun-do (os verdadeiros donos do mundo e os controlados) de um encaminhamento assim irracional dos recursos limitados por definio do Planeta Terra.

    Num trecho daquele documentrio espetacular, Jos Saramago diz que os polticos poderiam ser sinceros e dizer algo como carssimos concidados, ns no temos po-der de mando; somos meramente os comissrios a mando dos interesses do mercado de capitais que o que ocorre de fato.

    Esta religio moderna que se est a formar em aliana com o fundamentalismo protes-tante (bem como nos explica em detalhes Max Weber em A tica Protestante e o Es-prito do Capitalismo) merece de ns, racionalistas, combate ainda mais contundente e emergencial que outros irracionalismos tm merecido.

    Sam Harris aceita, com uma tranquilidade espantosa e acrtica para uma pessoa to bem informada, todos os preconceitos e propagandas embutidas nos noticirios e rela-trios oficiais de seu pas. Isso embaraoso!

    Acompanhei com grande ateno os documentrios

    911: In Plane Site de David vonKleist (http://www.imdb.com/title/tt0454587/);

    Fahrenheit 9/11 de Michael Moore (http://www.imdb.com/title/tt0361596/);

    Loose Change 9/11: An American Coup de Dylan Avery

    (http://www.imdb.com/title/tt1394268/);

    One Nation Under Siege, de William Lewis (http://www.imdb.com/title/tt1566934/);

    9/11: Press for Truth de Ray Nowosielski (http://www.imdb.com/title/tt0867134/);

    Ler, entre outros Livros, artigos, relatrios, pginas na Internet: National Commission on Terrorist Attacks Upon the United States

    (http://govinfo.library.unt.edu/911/report/index.htm);

    Architects and Engineers for 9/11 Truth http://www.ae911truth.org/);

  • The American Truth, de Nick Shelton

    Ah, e na Wikipdia, em http://en.wikipedia.org/wiki/9/11_Truth_movement

    encontramos milhares de referncias a uma ampla desconfiana de que o que ocorreu naquela data fatdica foi o que os estadunidenses chamam de Inside Job, em sntese, mais ou menos o que Hitler conseguiu na Alemanha ao ordenar o incineramento do Bundestag, uma justificativa para matar e perseguir seus inimigos polticos no caso estadunidense, a isso se acrescenta a avidez por lucro e acesso a fontes de petrleo.

    No mnimo, aceitar acriticamente a propaganda do governo do fundamentalista evan-glico George W. Bush dizendo que os responsveis eram fundamentalistas muulma-nos do Afeganisto (at pouqussimos anos antes financiados por Washington que aju-dava o Talib na luta contra a ento URSS) no racional nem cientfico. um ato de f na propaganda governamental. E Sam Harris, lamentavelmente, tem essa f por definio cega de que foram fundamentalistas muulmanos os responsveis pelos 4 ataques do 11 de Setembro de 2001: ao World Trade Center, ao Pentgono e um que teria sido contido pelos passageiros do vo 93 da American Airlines (que, segundo ou-tras fontes, pousou em segurana em Ohio naquela manh) apesar do fato de, no local onde o avio, por algum motivo, teria cado, no se encontraram vestgios ou restos de avio ou seres humanos...

    H tanta gente sria em dvida quanto ao que de fato est por trs daqueles atenta-dos que, no mnimo, temos de ter cuidado para no aceitar num salto de f mera-mente no que nos diz a propaganda...

    Quando Sam Harris ingressa no discurso poltico pregando uma ditadura benvola sobre povos que alega serem atrasados, como os muulmanos, que compara aos cris-tos da Idade Mdia tem a infelicidade de emitir um juzo de valor bastante discut-vel. Ser que a Civilizao Ocidental moralmente superior e, portanto teria no s o direito como o dever de fazer guerra (mesmo provocando mais baixas civis do que mi-litares, como sempre ocorre e eufemisticamente chamado de dano colateral) e im-por ditadores benvolos aos povos atrasados? Passando por cima da questo da dicotomia bvia entre as palavras ditador e benevolente, sabem todos que os EUA vm praticando essa proposta h dcadas, lavando o mundo com sangue humano no que Chomsky chama sem meios termos de Bombing People into Democracy. Herbert Marcuse chamava a esse procedimento de Warfare State Estado Beligerante, num trocadilho em ingls com Wellfare State, Estado de Bem-Estar Social. Vietnam, Ir, e todos os pases da Amrica Latina vm sendo vitimados por esse tipo de ideologia h muito tempo. Chega... Os benvolos ditadores apoiados por Washington (quando Washington era a real sede do poder, que claramente hoje est em Wall Street) res-pondiam pelos cndidos nomes de X Reza Pahlevi, General Augusto Pinochet Ugarte, Ernesto Geisel e outros de no menor superioridade tica que contavam com os prstimos de agentes da CIA, como Mr. John Foster Dulles o principal arquiteto da tentativa de salvar Hitler e todo o comando nazista s vsperas do final da II Guerra Mundial para ensinar tcnicas de extrao de confisses nos moldes da Santa Inqui-sio Espanhola.

    Lamento, Sam Harris, isso j foi tentado no mundo, a idia no sequer original, S-crates, de lamentvel memria e enorme sucesso aps a morte, j defendia os Espar-tanos contra os Atenienses pregando o governo daquele que sabe, que, no delrio de

  • Scrates tambm contaria com um ditador benevolente... Os Atenienses preferiam a sua concepo de democracia, Scrates se recusou a se retratar e preferiu ser o mrtir de uma causa que vem fazendo sucesso h pelo menos 2.600 anos, conforme relato detalhado na Obra Primorosa de Isidore F. Stone, The Trial of Socrates, em portu-gus, O Julgamento de Scrates

    O mundo prdigo em exemplos de desgraas perpetradas por civilizaes dotadas de superioridade blica e baixssimo nvel moral embora sinceramente afirmassem e acreditassem no contrrio que estraalham de maneira genocida civilizaes nitida-mente superiores em termos de tica mas sem o mesmo domnio da tecnologia blica: dos Astecas aos Sudaneses, passando pelos Tupinambs, Incas e Comanches e chegan-do at aos Palestinos, em via de extino debaixo do massacre perpetrado pelo Estado Nacional de Israel.

    H excelentes trabalhos documentando este processo de extermnio, ressaltando sempre que o Estado Nacional de Israel busca qui benevolamente soluo para o problema palestino... Cito, por exemplo, os documentrios Occupation 101 de Ab-dallah Omeish e Sufyan Omeish (http://www.imdb.com/title/tt0807956/), Palestine Is Still the Issue de Tony Stark e John Pilger (http://www.imdb.com/title/tt0383551/) os livros The Holocaust Industry - Reflections On The Exploitation Of Jewish Sufferin A Indstria do Holocausto, e Image And Reality Of The Israel-Palestine Conflict em portugus Imagem e Realidade do Conflito Israel-Palestina de Norman Finkelstein; "Pirates And Emperors, Old And New - International Terrorism In The Real World" em portugus Piratas e Imperadores Antigos e Modernos, de Noam Chomsky. Vendo como o Estado Nacional de Israel que ergue a bandeira da tica Ocidental no Oriente Mdio se comporta com relao s pessoas que vivem dentro de suas fronteiras (apesar das constantes condenaes da ONU, Israel jamais reconheceu o Estado Pales-tino, do povo que vivia ali muitos sculos antes de eles voltarem da dispora).

    Como a histria oficial em que Sam Harris parece acreditar mais que nos fatos, num salto de f, novamente, embaraoso para uma pessoa to sbia e educada distorce os fatos e a propaganda moderna somente faz alarde dos momentos em que os pales-tinos oprimidos, bem ou mal, conseguem esboar uma reao comparavelmente tmi-da, omitindo todos os detalhes da brutal ocupao israelense, fundamental buscar estas fontes para que nos possamos, de algum modo nos aproximar da verdade.

    Ademais, particularmente depois que Gandhi demonstrou na prtica a superioridade moral da atrasada ndia sobre os avanadssimos Britnicos fica ainda mais difcil de-fender esse tipo de posicionamento. No concordo que qualquer ditadura seja mere-cedora de nossa considerao; afinal, aps 2.600 anos de ideologias nessa direo de-veramos ter aprendido alguma coisa...

    Vivo no Brasil, que deixou de ser colnia Portuguesa para ser semi-colnia da Inglater-ra em 1822 e passou a ser semi-colnia dos EUA a partir do final da Primeira Guerra Mundial, numa espcie de compensao Britnica participao estadunidense na-quela guerra e ideologicamente fundamentada na ainda vigente Doutrina Mon-roe (toda) a Amrica para os Americanos (dos EUA). Meu pas jamais foi de fato inde-pendente, cada fantoche que assume o poder tem como primeiro ato prestar home-nagens aos lderes da metrpole (outrora era aos presidentes de turno nos EUA, atu-almente, consulta-se o mercado para a nomeao do Presidente do Banco Central

  • que, por aqui, o executor das medidas de interesse do mercado contra os interesses (e a felicidade geral) do povo brasileiro. Pas em que um nico homem (Mr. Eike Batis-ta) lucra por dia mais dinheiro com suas jogadas de esperteza do que todos os traba-lhadores brasileiros recebem juntos em vrios anos!

    Minha viso de mundo, portanto, pode estar afetada por viver no pas mais desigual do mundo. Com a sucesso de terremotos no Japo o governo brasileiro festeja a su-bida de Oitava para Stima posio no ranking econmico mundial. H muita riqueza no Brasil, de fato, pena que menos de 5% da populao de fato tenha acesso a ela... A Ditadura do Mercado esse negcio que hoje recebe o nome de democracia ou neoliberalismo no fica a dever nada s Ditaduras Militares plantadas por aqui pelos EUA e consubstanciam, comprovam empiricamente a inferioridade moral da sociedade estadunidense para impor a ferro e fogo se necessrio a sua vontade a todos os povos do mundo.

    Em Carta a Uma Nao Crist, Sam Harris aparenta mais amadurecimento numa obra praticamente sem reparos.

    H outras pequeninas imprecises, perdoveis pois no ferem o cerne da mensagem que Harris transmite, como o equvoco que, na verso em portugus do Brasil consta na pgina 219 Santo Agostinho, acerca das virgens estupradas pelos Godos... Bem, a maior preocupao de Agostinho era com os Vndalos, que ocuparam todo o Norte da frica do ano 429 ao ano 486 da nossa era, no com os Godos na Glia e outros pontos da Europa...

    Irmano-me a Sam Harris em sua defesa do Racionalismo contra as Supersties e as religies mais antigas. Irrepreensvel neste ponto. Mas sinto falta de uma crtica ao fundamentalismo judaico, assim como ao fundamentalismo de mercado e discordo totalmente de suas anlises e diagnsticos polticos.

    Lzaro Curvlo Chaves 15 de Abril de 2011