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A MOTIVAÇÃO NO AMBIENTE ESCOLAR ALUNOS: NOVOS OLHARES SOBRE VALORES E CONVIVÊNCIA

CHIMALESKI, Luciane1 - SEED/PR

OLIVEIRA, Rita de Cássia da Silva2 - UEPG/PR

Resumo O artigo é parte integrante de um estudo realizado acerca da importância do tema valores e convivência no ambiente escolar. O trabalho teve início a partir da ideia de que é urgente despertar nos alunos a motivação e o gosto pelo ambiente escolar, pautado num espaço envolto a conviver e viver valores como diálogo, respeito e tolerância. Com a prática destes valores, é possível idealizar e concretizar um ambiente sem violência, na construção de um clima pacífico e agradável a todos os adolescentes na perspectiva de serem autores de sua história. Visando oportunizar que os alunos sejam protagonistas de sua trajetória de forma ativa e consciente, e com aspirações para buscar vitórias, pretendeu-se levá-los a uma convivência de valores no cotidiano. O caminho percorrido para realização deste estudo teve suporte em estudos bibliográficos e reflexões com a participação de alunos representantes de turma do Ensino Médio, numa busca de analisar o papel da escola na formação integral do aluno, aliando conhecimento com valores humanos e de convivência. Desta forma, a escola oportunizou a mudança de comportamento, a valorização do outro e a convivência pacífica. O convívio se torna agradável quando pautado em atitudes que favoreçam boas relações humanas, propiciando oportunidades de crescimento pessoal e social. Estas atitudes promovem o sentimento de que o aluno é parte ativa na transformação social, sendo valorizado nas suas necessidades e aspirações, fazendo a diferença na superação de conflitos e desafios, norteados por valores que, quando vivenciados, transformam a sociedade em espaço harmônico e promissor.

Palavras-chave: Alunos. Valores. Convivência. Escola.

1. Introdução

Vive-se em uma sociedade onde a dimensão das particularidades e ações

humanas, é infinita. Tal pluralidade de indivíduos e comportamentos exige da pessoa

profundas reflexões sobre o outro, sobre si mesmo e sobre o que está à nossa volta.

Nesta teia social, uma das questões mais urgentes é a que se refere à

convivência, trazendo preocupações amplas e tendo em vista a expansão da

violência, que está intimamente ligada a conceitos, posturas veladas e até mesmo a

uma inversão de valores, muitas vezes se distanciando do que se espera da questão

ética, justiça social, igualdade de condições e oportunidades.

Educadores precisam estar em constantes recortes da visão de mundo e da

1 Professora pedagoga da Rede Estadual do Paraná-SEEDPR. Ponta Grossa. Email: [email protected].

2 Doutora em Educação. Professora do Mestrado e Doutorado da Universidade Estadual de Ponta Grossa-

UEPGPR. Email: [email protected].

sociedade para não deixarem tal situação estar alheia ao que acontece no espaço

escolar. Na profissão do educador, está a grande responsabilidade na formação de

alunos críticos e preparados para um repensar nos valores, garantindo, uma

convivência pacífica e promissora, seja na escola ou na sociedade, desenvolvendo

assim o trabalho em grupo, o saber se relacionar e a aceitação de opiniões

baseadas numa postura de respeito e senso crítico.

Todo processo educativo tem como verdadeira base o “aprender a aprender”.

Aprender a se relacionar e se comunicar para alcançar um real ajustamento e ser

efetivamente autor de suas ações. Para tanto, ninguém consegue isso sozinho, pois

na maioria do tempo as pessoas passam juntas, em grupos. A educação e a

socialização ocorrem em grupos como família, escola, igrejas, clubes e outras

instituições sociais. Para realização da maioria dos trabalhos e das atividades, são

realizadas atividades e ações em grupos, as quais dependem uns dos outros.

Nesta visão, surge então a necessidade premente de a escola ter, de forma

efetiva no seu projeto político pedagógico a inserção de práticas educativas que

envolvam os alunos não só para atividades do currículo estabelecido, mas também

no tema valores e convivência, superando assim, questões sobre violência social,

física, psicológica, verbal, desvelando muitas vezes situações que surgem no

ambiente escolar, geradas por atitudes violentas.

O artigo objetiva refletir sobre a escola e a educação em valores, sempre na

perspectiva da construção de sujeitos críticos com ideais norteados pelo diálogo,

respeito e tolerância nas ações, preparados para a vida, buscando a concretização

de sonhos e dias melhores. Trata ainda de suscitar nos alunos uma reflexão sobre

suas práticas, sobre o meio em que vivem e sobre como interferir para uma

sociedade pautada num mundo mais justo e feliz. Parte da visão de que a educação

e os profissionais da escola podem possibilitar aos alunos a prática de atitudes

transformadoras e com sucesso no cotidiano.

No interior da escola, é possível presenciar uma infinita diversidade de

comportamentos, o que leva a uma enorme pluralidade de situações. Estas

situações, por vezes, geram preconceitos, discriminações e isolamento. Daí, a

importância da escola estar proporcionando condições para que se instale uma

convivência pacífica, com suporte em valores como diálogo, respeito e tolerância,

oportunizando que o aluno sinta prazer em estar no ambiente escolar.

2. Convivência e valores: uma relação necessária

É visível a grande influência da sociedade e as constantes transformações

que estão no cotidiano do aluno, afetando as relações familiares, muitas vezes

desestruturando famílias, refletindo diretamente no desempenho escolar, no

interesse pelo outro e na convivência pacífica.

Nesta velocidade de informações e até mesmo de uma inversão de valores,

se insere a escola e a grande importância de oportunizar atividades com ênfase aos

valores e assim, levar a uma cultura de paz nas relações e comportamentos e nas

questões sobre futuro e opções. O aluno é uma pessoa que sente e sofre influências

diversas e muitas delas, que exigem uma escolha, uma tomada de decisões.

Convivência é um fator que exige atenção especial, porque na atual

sociedade, é muito comum pessoas sem tolerância, suportando-se umas as outras,

isolando-se na rotina diária, vivendo uma intensa luta pelo poder, sem a devida

valorização do outro como pessoa.

Assim, a escola pode aliar conhecimento com relações humanas agradáveis,

trazendo à tona aos alunos a importância e emergência de torná-los seres

pensantes, ativos na sociedade, protagonistas de sua história, capazes de

transformar sua condição social, na busca de melhorias da qualidade de vida e na

superação de conflitos, vistos como fenômenos que a sociedade apresenta e que

compete à escola enfrentar e estar refletindo sobre os mesmos junto aos alunos.

De acordo com o Caderno Ética e Cidadania (MEC, 2004),

Enfrentar esses fenômenos exige dos profissionais da educação uma nova postura, democrática e dialógica, que entenda os alunos e as alunas não mais como sujeitos passivos ou adversários que devem ser vencidos e dominados, pois tal modelo não funciona em uma sociedade que se pretende democrática. O caminho está no reconhecimento dos estudantes como possíveis parceiros de uma caminhada política e humana que almeja a construção de uma sociedade mais justa, solidária e feliz. (MEC,2004,p.8)

Para tratar o tema convivência no espaço escolar, surge ainda a necessidade

de propiciar ao aluno conhecer o mundo em que vive, oportunizando condições para

o preparo e interação nos espaços sociais, sociabilizando-se e favorecendo a

conquista da cidadania, do respeito e da valorização como pessoa, sempre

embasado na convivência pacífica por meio de práticas fundamentais em valores

básicos para o ser humano.

A escola como parte da formação do indivíduo, tem o papel fundamental de

trabalhar questões que envolvam o papel de humanizar os alunos, favorecendo a

prática da vivência e convivência em valores. Pela diversidade de comportamentos

que se apresentam no interior da escola, surge a necessidade do trabalho com

valores, evitando desta forma, que a discriminação e o preconceito se estabeleçam

no convívio com o outro.

Quando baseada em valores e convivência pacífica, esta tarefa se torna

acessível ao aluno, pessoa que tem sonhos, expectativas, tudo como fator que move

numa busca incessante por um mundo melhor.

Segundo Esclarin (2003, p.25), “a educação tem que ser uma proposta que

ajude o aluno a construir-se como pessoa, a sonhar, a inventar-se, a potencializar

suas possibilidades, a esforçar-se todos os dias para ser mais e melhor”. O autor

reforça assim, o papel da educação na formação integral do aluno.

Nesta perspectiva de um aluno que sonha com melhorias na sociedade e no

seu âmbito pessoal, ações pedagógicas voltadas para favorecer uma convivência

pacífica, valorizando a identidade e especificidades de cada um, precisam estar

fundamentados em valores sólidos, que promovam um ambiente tranquilo,

destacando aqui o diálogo, o respeito e a tolerância como premissas para que tal

situação efetivamente ocorra no interior da escola.

Conforme Serrano (2002, p.26), “a educação desempenha um papel essencial

no longo processo que implica a formação para a tolerância, a convivência, a

aceitação do outro tal como é, e não como gostaríamos que fosse”.

Tais valores elencados como imprescindíveis na sociedade precisam de

suporte escolar, pois a escola é também responsável por trabalhar com os alunos,

nas diversas características que apresentam. Explorar a possibilidade de sonhar

com dias melhores, oportunizando contato com o mundo, por meio de novos olhares,

promovendo não só mudanças, mas reais transformações, oportunizando a

criatividade, na qual o aluno pode ser um sujeito inovador e preparado para enfrentar

e superar desafios. À escola, cabe ainda, preparar o aluno para enfrentar situações

e encontrar o sucesso na resolução dos problemas.

É na escola que se visualiza um excelente espaço para a oportunidade de

mudança de comportamento, embasada no entusiasmo, no comprometimento com

um futuro promissor, onde o aluno descobre que é capaz, que pode ser protagonista

de novos olhares e ações sobre si e sobre o outro, afinal, o ser humano não vive só,

ele tem necessidade do convívio, de sentir a presença do outro.

Na perspectiva de uma educação pautada na formação integral do ser

humano, no meio em que vive e com quem vive, a escola precisa estar preocupada

com a questão dos valores, num processo de harmonia e solidariedade. Conforme

Freire (1987, p.68) “ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os

homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”. Esta necessidade remete

ao aprender a conviver, a se tornar mais humano, e isso se aprende na convivência,

sendo sensível ao outro que faz parte do seu cotidiano e não se tornar indiferente às

pessoas ao seu redor. Esta sensibilidade precisa ser discutida na escola, por ações

e atitudes que envolvam emoções, redescobrindo que a sociedade será melhor

quando for baseada na convivência afetiva entre as pessoas, no respeito às

diferenças, vivendo e praticando ações pautadas pelo diálogo e tolerância.

O enfrentamento das dificuldades e desafios pode se tornar mais ameno

quando a escola favorece diretamente a construção de valores, levando o aluno, a

respeitar e superar situações de forma pacífica, com confiança e segurança.

Para Cória-Sabini e Oliveira (2002, p.47),

[...] os valores humanos são essenciais para a formação do educando, pois é por meio deles que se formam cidadãos cientes de que o respeito mútuo e a solidariedade, bem como as leis que regem a organização das relações de grupos, são os pilares de uma sociedade democrática.

Assim, é necessário que valores como respeito, diálogo e tolerância estejam

presentes, favorecendo a harmonia, a aceitação do outro com suas particularidades,

cabendo aos profissionais da educação e a escola levar os alunos a reconhecerem e

viverem valores mutuamente, motivando-os para esta prática, descobrindo a grande

importância em perceber o outro, se construir na constante e necessária relação

mútua da boa convivência, desconstruindo o individualismo.

Assim, Freire (1995,p.20) registra: “estar no mundo implica necessariamente

estar com o mundo e com os outros”. Pela convivência, o aluno tem a possibilidade

de estabelecer relações sociais e uma participação em grupo mais integrada,

conhecer melhor o que o rodeia e entender as situações cotidianas que se

apresentam.

O aluno precisa estar consciente de que é capaz e pode ser gerador de

transformações. Quando a escola desenvolve com o aluno o papel de

conscientização desta capacidade de transformar, está propiciando que o mesmo

venha a superar dificuldades e avançar.

Assim, o professor é fundamental neste processo, pois de acordo com Cória-

Sabini e Oliveira (2002, p.50), “o professor deve criar um ambiente favorável para

que o aluno procure por si mesmo, por seu próprio esforço, alcançar o máximo do

desenvolvimento moral, tendo dentro de si a convicção de que é capaz disso”.

Esta transformação começa por uma vivência baseada em valores sólidos da

boa convivência e maneiras de ver e viver a vida, de forma especial, na sociedade

em geral e no ambiente escolar, fazer com que o aluno encontre caminhos e não

desista. Que o aluno caminhe partilhando estradas com o outro, sem desanimar,

mas sabendo que ao chegar fez boas escolhas. Este caminhar sempre deve ter

suporte em valores e numa convivência pacífica, agradável e sem violências.

A convivência humana é um desafio para a sociedade globalizada. São

inúmeras transformações, muita disputa pelo poder que leva ao individualismo,

desentendimentos, corrida por espaços melhores na sociedade.

Desta forma, tais ações e reações, geram egoísmo em grande escala e o ser

humano deixa de pensar no processo de humanização, tão necessário à

sobrevivência. Esta convivência pautada em valores já elencados, não só enriquece

a bagagem de vida do aluno como alimenta a dos demais que com ele convivem.

Entretanto, destaca-se que a escola não pode deixar de se preocupar com as

pessoas que dela fazem parte. Necessita que os atores de sua história, com seus

pensamentos, suas emoções e aspirações sejam valorizados. Cada um apresenta

suas particularidades, cada um é peculiar na diversidade.

A fim de entender melhor esta riqueza diversa que a escola apresenta, é

preciso que se desenvolva no seu interior a constante presença do diálogo, visando

atender as necessidades que cada pessoa apresenta, sabendo ouvir, respeitar as

diferenças de opiniões, discutindo de forma harmônica, ouvindo e compartilhando,

desenvolvendo a prática da tolerância, da paciência, levando todos a suportar muitas

situações, sem agressões ou violências.

Cória-Sabini e Oliveira (2002, p.51) bem esclarecem tal questão quando

comentam,

[...] se o que vivemos nas escolas, em termos de desinteresse, rebeldia, apatia, agressão e baixo rendimento, é o reflexo de um momento social violento e desumano, então podemos tentar começar a mudar o contexto social em que estamos mais próximos do aluno, a sala de aula, transformando-o num ambiente harmônico e equilibrado, a fim de que o estudante tenha um novo referencial de conduta humana.

Cabe à escola dar a devida importância para a valorização do aluno, em fazer

com que ele se sinta bem na sala de aula, seguro de que está num ambiente

tranquilo e agradável, onde existem pessoas preocupadas com sua presença e

formação. O aluno apresenta necessidade de ser valorizado e motivado a perseguir

e realizar desejos, seus sonhos e suas necessidades, seja no aspecto pessoal,

como aluno ou no grupo.

O trabalho com valores aliado à prática de ensino desempenha papel

fundamental nesse processo, visto que um dos desafios da escola, através das

políticas públicas que a sustentam, é a de garantir que o aluno tenha conteúdos,

adquira e amplie conhecimentos, mas estes aliados aos valores que embasam a

sociedade e o relacionamento humano, bem como, habilidades que sejam

significativas para a sociedade e para que, bem preparado, possa enfrentar o mundo

e seus desafios, com responsabilidade e firmeza.

Quando um aluno está no interior da escola, é importante que ele se sinta

bem. Importa que sinta segurança e receptividade, sendo valorizado e motivado.

Estando na escola com satisfação e consciente de suas ações e responsabilidades,

tudo que lhe couber fazer, fará bem feito, com expectativas de melhorias de vida

para si e para o outro.

Cabe aos professores, estarem sempre, em suas aulas, levando, além de

conteúdos curriculares, palavras de ânimo, reflexões sobre valores, aliando estes

temas à importância nas relações humanas. Esta é ainda, uma forma de enriquecer

a aula e momentos assim, podem se tornar inesquecíveis para alguns alunos.

Grinspun complementa esta questão quando destaca que

Articular escola e vida, numa relação de reciprocidade, implica construir uma ligação estreita entre o cotidiano vivido e o saber escolarizado, levando em consideração que a escola está situada em um espaço sociocultural onde convivem alunos e professores (GRINSPUN 2.002, p.166).

Desta forma, os professores estarão assumindo a tarefa de trabalhar

conteúdos e ao mesmo tempo, conhecer melhor o aluno, aliando ensino e

aprendizagem aos interesses e dificuldades, podendo assim, ampliar as relações

humanas na sala de aula, valorizando o que o aluno vive fora da escola e

articulando saberes.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional- LDB nº 9394/96

estabelece a necessidade desta relação entre conhecimento e valores na escola,

quando destaca que uma das finalidades da educação é a formação integral do

aluno para a cidadania, com ênfase na prática de valores nos currículos escolares e

planejamentos docentes.

As práticas educativas não podem estar estagnadas a um plano ou projeto,

mas concretizadas em ações que proporcionem ao aluno seguir em frente, ter ideais

e lutar por eles, fazendo a diferença, ampliando olhares e horizontes, buscando e

revendo conceitos, conseguindo conviver no meio que está inserido, de forma ativa

e positiva.

É importante saber que quando o aluno é bem aceito e compreendido por

todos, em suas incertezas e esperanças, sente-se uma pessoa livre, que saiba

encontrar soluções para situações que o incomodam, sem agredir o outro em seus

espaços.

Paulo Freire bem esclarece esta questão de liberdade, quando afirma que,

[…] a libertação autêntica, que é humanização em processo, não é uma coisa que se deposita nos homens. Não é uma palavra a mais, oca, mitificante. É práxis que implica ação e a reflexão dos homens sobre o mundo para transformá-lo(FREIRE, 1987,p.77).

A escola pode propiciar esta liberdade ao aluno levando-o a mudar sua

realidade, superar situações, não se acomodar, mas lutar e ir atrás de seus sonhos,

procurando ser mais e construir sua própria história. A escola é por excelência, um

espaço de crítica, construção e troca de saberes. Assim, é necessário que exista em

seu interior um clima favorável para a aquisição e aprofundamento do conhecimento

aliado às dimensões afetivas e valorativas do comportamento humano.

Os conteúdos escolares não podem estar alheios aos conteúdos atitudinais,

pois são estes que visam levar os alunos a transformar suas atitudes, articulando

novas práticas na sociabilidade. Desta forma, o aluno amplia horizontes,

compreendendo melhor o mundo que o rodeia, sendo capaz de sonhar e conquistar,

sendo mais e melhor.

Alunos motivados e valorizados traçam rumos decisivos para todo o grupo,

visam o crescimento, superam barreiras e apresentam uma visão do coletivo. O

respeito e a tolerância como ponto norteador da convivência e o diálogo como

ligação entre as pessoas, determinam um clima emocional favorável.

Importa desta forma, que a escola oportunize aos alunos, por meio de

projetos ou aulas, atividades que os levem a se sentirem bem e motivados a

participar desta transformação do espaço educativo numa perspectiva de

valorização da pessoa, incentivando-a a estar sempre motivada e realizada.

Assim, a aprendizagem será de excelência, porque pessoas motivadas

dedicam o melhor de si em tudo o que fazem, gerando assim o sucesso escolar e a

melhoria da qualidade da educação, âncora do papel da escola junto ao papel de

bem formar o aluno para enfrentar as situações sociais com equilíbrio e poder de

decisão.

Surge então, a necessidade da escola estar articulando ações que levem ao

estudo sobre valores humanos e sua implementação no projeto político pedagógico

e ações diárias. De acordo com Còria-Sabini e Oliveira (2002, p.47),

[...] os valores humanos são essenciais para a formação do educando, pois é por meio deles que se formam cidadãos cientes de que o respeito mútuo e a solidariedade, bem como as leis que regem a organização das relações de grupos, são os pilares de uma sociedade democrática.

O aluno como um ser social, é também sujeito de um processo de

humanização. Cória- Sabini e Oliveira (2002, p.48) assim afirmam “ o indivíduo

torna-se verdadeiramente humano através das interações e do envolvimento com

outras pessoas”. Este processo de humanização, para ser favorável ao

desenvolvimento pessoal, necessita estar embasado em práticas pautadas em uma

convivência agradável e pacífica, num caminhar constante de viver valores e

disseminá-los no espaço onde vive.

Quando existe o respeito, percebe-se que o relacionamento entre as pessoas

é moderado, levando-os a uma melhor compreensão de certas atitudes. Visando

facilitar a humanização na escola, é necessária uma vivência e convivência de

valores que motivem o aluno a sonhar e ter uma vida mais promissora, procurando

sempre ser melhor, ser mais feliz.

Nesta perspectiva, para que o aluno possa ser feliz, é importante que a escola

discuta sobre tal possibilidade e modos de viver, levando-os a refletir sobre a

importância da convivência saudável e socialmente sadia, devendo proporcionar

espaços de diálogo, promovendo a convivência harmoniosa, num local onde o

respeito, e a tolerância sejam práticas constantes. Na interação com o outro,

principalmente no espaço escolar, é imprescindível que todos os profissionais da

escola e alunos em geral estejam engajados numa dimensão afetiva, conhecendo-

se a si e ao outro, valorizando os sentimentos, procurando entender as ações,

reações e emoções que cada um possui.

Campos (2002, p. 13), esclarece que...

Na prática educativa quando são criados espaços alternativos de ação, estes podem representar um movimento de transformação e de criatividade. Essa forma de trabalho implica, entretanto, uma mudança de postura de educadores e educadoras que buscariam compreender a realidade não fragmentada tendo como eixos a autonomia da vida diária, a educação da afetividade, as formas de convivência e a cooperação, a ajuda e os direitos e deveres mais elementares.

Espera-se que a escola seja capaz de promover espaços e oportunidades de

promoção de ações voltadas para valores de convivência, despertando nos alunos

uma visão que possa aprimorar as relações interpessoais, visando proporcionar

melhor relacionamento e valorização da pessoa, bem como uma melhor qualidade

de educação.

Segundo Martinelli (1999, p.35),

O trabalho desenvolvido na escola será atraente e interessante sempre que a atmosfera amorosa impregnar as salas de aula, sempre que as aulas não forem amorfas, sem brilho, confusas, monótonas e impessoais. Talvez o desafio mais difícil da função do educar seja tornar o aprendizado e a permanência na escola o mais interessante, instigante, alegre e prazeroso possível.

O cotidiano escolar favorece o bom convívio, com boa aceitação de todos,

baseados na cultura da paz, diálogo, respeito e tolerância. Parafraseando Martinelli

(1999), a escola é o espaço onde o aluno precisa viver valores, sentir um ambiente

favorável ter espaço para conviver tais valores.

Ainda conforme Martinelli (1999, p.45) é preciso ser exemplo, pois “Se

desejamos paz, precisamos ser paz; se desejamos amor, temos que aprender a

amar”. Repensar as relações humanas é fundamental para pais, professores e

alunos.

Serrano (2002) aponta a necessidade do ser humano aprender a viver e

conviver. A autora enfatiza que,

[...] aprender a conviver exige, em suma, cultivar as atitudes de abertura, um interesse positivo pelas diferenças e um respeito pela diversidade, ensinando a reconhecer a justiça, adotando medidas para superá-la, resolvendo as diferenças de maneira construtiva e passando de situações de conflito à reconciliação e à reconstrução social (SERRANO, 2002, p.9).

A escola precisa oferecer aos alunos, propostas que valorizem a convivência

tranquila, norteada em valores e que o ajude a construir-se como pessoa, que

sonha, inventando possibilidades, enfrentando desafios de forma a superar

dificuldades e atingir ideais, sendo a cada dia cada vez melhor.

Escola, professores e alunos num mesmo caminhar, com novos olhares nos

valores e na convivência pacífica para uma sociedade mais justa e feliz. A vida é

feita de muitas escolhas diárias, sejam materiais ou sentimentais. O aluno pode

receber da escola boas orientações para fazer opções agradáveis. A questão

primordial é encontrar o equilíbrio, estar seguro de suas ações, de si mesmo,

procurando viver em harmonia. Pautado em valores, o aluno aprende a conviver, a

viver de forma harmoniosa, sabendo escolher e encarar caminhos de forma

saudável, dando sentido à vida e às pessoas que com ele convivem.

Viver exige equilíbrio, exige saber partilhar e compartilhar ideias, atitudes

favoráveis ao bom relacionamento humano. Na vida importa ir atrás dos sonhos,

buscando sempre realizar o que sonha, mas sempre num ambiente pacífico,

fundamentado em bons valores de convivência, com destaque ao respeito ao outro

e a si mesmo, ao diálogo como caminho para a paz e à tolerância, aceitação do

outro num mundo diverso, mas promissor.

2.1. A implementação do projeto no ambiente escolar

O projeto inicial baseou-se na necessidade de se estar trabalhando no interior

da escola, com um grupo de alunos, representantes de turma, o tema valores e

convivência, motivando-os a serem multiplicadores deste trabalho. Um aluno sente-

se motivado a realizar algo quando o ambiente favorece, quando tem motivos que o

levem a agir, a buscar concretizar sonhos.

No segundo período do programa, foi desenvolvida uma produção didático-

pedagógica, denominada Unidade Didática, para ser implementada no colégio no

terceiro período do referido programa.

A Unidade Didática, composta pela descrição de oito encontros a serem

realizados com os alunos, aborda referencial teórico, textos, dinâmicas e

interpretações, reflexões e discussões voltadas aos valores elencados e

convivência.

Os temas abordados nos encontros com os respectivos objetivos foram:

-1º encontro: Apresentação do projeto e objetivos (refletir sobre os valores e a

convivência saudável na escola)

-2º encontro: A vivência e a convivência de valores na escola (refletir sobre o papel

de cada um na efetivação de um ambiente pacífico, vivenciando valores para a boa

convivência)

-3º encontro: Respeito (discutir sobre a importância do respeito em qualquer

segmento ou lugar para a garantia da valorização do set humano)

-4º encontro: Diálogo e Paz (identificar como o diálogo e a paz podem gerar um

ambiente pacífico na escola e na sociedade)

-5º encontro: Tolerância (reconhecer atitudes e como ser tolerante, como aceitar o

outro sem discriminações, sabendo posicionar-se na superação de conflitos)

-6º encontro: Exemplos de vida e ações para o bem da humanidade ( conhecer

personalidades com exemplos de vida dedicada à paz, preservação dos valores

humanos)

-7º encontro: A importância de cada um: ( identificar o papel de cada um no ambiente

escolar)

-8º encontro: Sou representante de turma: sou líder e posso contribuir para

transformar a escola num espaço agradável e feliz (avaliar o papel do representante

de turma no ambiente escolar e os reflexos na convivência em valores).

O projeto foi apresentado aos professores numa reunião pedagógica no início

do ano letivo para posteriormente ser apresentado aos representantes de turma,

eleitos por seus pares, foco das intervenções.

Momentos de reflexão com alunos representantes de turma do ensino médio

noturno de uma escola da rede estadual de educação em Ponta Grossa-Paraná,

resultaram em oportunidades que os mesmos tiveram de se conhecer melhor,

conhecer o outro e reconhecer que podem interferir de modo positivo na busca de

uma convivência harmoniosa e aprofundar discussões sobre valores importantes

para a compreensão e respeito ao outro.

Os encontros realizados quinzenalmente direcionaram os alunos a reflexões

sobre a sociedade atual, o relacionamento entre as pessoas e a questão dos valores

e da convivência.

A intervenção junto aos alunos teve início em Março e foi concluída em Junho,

culminando sempre com o registro das discussões, que ocorriam em forma de

cartazes, painéis, textos, frases e em seguida expostos num mural apropriado para

o projeto. Todas as dinâmicas foram direcionadas pretendendo oportunizar aos

alunos reflexões para ampliação de conhecimentos, trocas de experiências de vida

e em especial, de como propagar no interior da escola, e na sala de aula os valores:

diálogo, respeito e tolerância, culminando com uma convivência agradável.

Após os encontros e reflexões com os alunos, a intenção principal era que

estes pudessem ser multiplicadores na sala de aula, nos espaços escolares em

geral, de atitudes que salientassem uma vivência em valores, gerando assim, uma

convivência agradável no espaço escolar, refletindo na sociedade em geral tal

comportamento.

Os valores e a boa convivência dizem respeito ao ser humano, seja consigo

mesmo e na relação com o outro, havendo sempre uma coerência entre o que se

fala e o que se diz. Conviver envolto a praticar posturas fundamentadas em valores

é o caminho para ter um ambiente agradável e o ponto central de regras da

sociedade.

Todo o processo de implementação das ações planejadas e pensadas para os

alunos, transcorreu paralelamente o Grupo de Trabalho em Rede-GTR da

SEED/PR, uma proposta de estudos compartilhada online, em que professores

pedagogos inscritos, escolheram o tema para discussões e troca de experiências.

Foram encontros virtuais que se sucederam ao longo do 3º período do PDE,

nos quais os cursistas puderam conhecer o projeto, a produção didática e a

implementação.

Muitas reflexões dos alunos eram levadas ao GTR para que os professores

cursistas pudessem opinar e conhecer sobre a participação dos mesmos durante a

implementação. Estas atividades paralelas enriqueceram a discussões entre os

professores pedagogos, que puderam acompanhar os resultados das atividades

propostas junto aos alunos vivenciando a socialização do tema, aliado as

considerações do grupo de discussões e enriquecendo as ações propostas.

2.2- Um olhar sobre a participação dos alunos nos encontros

A implementação foi o momento mais rico e gratificante do programa. Nos

encontros, foi possível perceber a sensibilidade dos representantes de turma em

discutir os temas de cada encontro, a profundidade das reflexões e produções

realizadas. Constatou-se também, que a participação dos alunos era espontânea,

quando muitos chegavam antes do horário estabelecido para os encontros e nos

intervalos semanais, questionavam quando seria o próximo encontro, bem como ao

final do projeto, perguntavam se continuariam os encontros após o recesso escolar

de Julho.

Referindo-se aos temas abordados, foi possível verificar que os

representantes de turma, na maioria, se identificavam com exemplos e situações de

vida, sejam em família ou em sociedade que eram citados como base para as

discussões. Algumas frases ou textos utilizados para as reflexões chamavam a

atenção de alguns, conforme comentários “frases que marcam nossa vida” (aluno 1

). Ou ainda, “Temas que interessam. Espero que todos possam tirar exemplos para

a vida”(aluno 2).

Ao proceder a prática de intervenção no colégio, percebeu-se que os temas

elencados para os encontros estavam relacionados ao interesse dos alunos, o que

era evidente pela profundidade das reflexões e pelos exemplos que citavam.

Ao final de cada encontro a opinião dos participantes era compartilhada com o

grupo. O interessante foi perceber a facilidade que alguns apresentavam ao expor

opiniões aos presentes.

“Uma das alunas relatou que “todo conhecimento adquirido é bom para nosso

crescimento seja ela na sociedade ou particular”...” Foram encontros maravilhosos...

É um exemplo que devemos levar para sempre”.

As discussões e oportunidades dos alunos opinarem favoreceram que

pudessem ampliar a visão sobre os temas discutidos, aprendendo a ouvir o outro,

respeitar outras opiniões e a aprofundar conceitos.

Num repensar das ações do projeto, uma representante de turma, definiu

assim a participação nos encontros: “muita coisa nós levamos da casa para a escola

e vice-versa, foi muito importante para a vida os encontros, foram coisas que nós

vamos levar para toda a vida. Assuntos que nos diz respeito no dia a dia”. “Podemos

ser um exemplo, não só como representantes de turma, mas ser uma pessoa

pacífica no ambiente que vivemos”.

Complementando, a mesma aluna cita: “achei muito maravilhoso , pois nos

reunimos, conversamos, dialogamos sobre assuntos que não são muito tocados na

escola, foi uma experiência grandiosa que jamais esqueceremos e desta forma,

pretendo ajudar muitas pessoas a se reconciliar com as pessoas em minha volta, e

amar meu próximo sempre”.

Diante de tais falas, observa-se a importância do tema para os alunos,

possibilitando melhor visão e suporte para o desenvolvimento de ações voltadas aos

mesmos, despertando o interesse em inovar nas atividades educativas, apontando

novo caminhar na prática escolar. É um caminhar que não apresenta resultados

imediatos, mas pode ter aplicabilidade em qualquer momento no ambiente escolar e

não apenas como parte do programa em questão.

3. Considerações finais

O tema objeto deste estudo foi fruto de uma reflexão constante no ambiente

escolar. O trabalho com valores é um grande desafio para a escola, porque a

sociedade está vivendo uma inversão de valores, a família e a escola, muitas vezes

não possuem espaço para este assunto entre seus pares. Desafio que pode ser

superado com implementação de ações voltadas ao trabalho com valores junto ao

currículo e numa constante busca do bom relacionamento interpessoal.

Desta forma, o aluno poderá agir com uma nova visão sobre valores e

convivência, sendo crítico e repensando ações. O estudo do tema surgiu com a

ideia de suscitar reflexões e um repensar no espaço escolar na formação integrada

de valores.

Para tanto, foi necessário aliar escola e valores de convivência elencando o

diálogo, respeito e tolerância como norteadores deste estudo, numa perspectiva de

que os alunos sejam protagonistas de sua história, conquistando vitórias,

despertando aspirações, sonhos e novos horizontes de um futuro melhor numa

convivência harmoniosa na sociedade, no ambiente escolar e com reflexos diretos

na sociedade que estão inseridos.

Os encontros oportunizaram aos alunos reflexões sobre a sociedade onde

estão inseridos e o papel da escola como promoção da paz e da convivência

pacífica pautada em valores. As reflexões em relação ao caminhar por um mundo

melhor reforçaram ainda, a importância de a escola trabalhar tais temas.

Entretanto, é um caminhar contínuo, onde sementes são lançadas nas

atitudes e reflexões num trabalho com representantes eleitos anualmente pelos

seus pares. Ficou evidenciado também que é necessário que as ações

desenvolvidas durante o programa sejam retomadas a cada ano letivo com os

representantes de turma. Não se trata de atingir resultados a curto ou médio prazo,

mas disseminar práticas inovadoras, com um compromisso de ter o aluno como foco

principal do processo educativo.

Os alunos demonstraram interesse e necessidade de se trabalhar tais temas,

como uma ansiedade em pensar no presente e no futuro de forma mais positiva.

Muitos sugeriam que os encontros continuassem o que deixa evidente a

necessidade que o adolescente tem de pensar nas questões mais pessoais e não

só de conhecimento curricular. Assim, permitiu à escola, a possibilidade de estar

repensando ações, adotando metodologias e atividades conjuntas com os

professores de planejar numa perspectiva da educação em valores.

Os depoimentos dos representantes de turma participantes propiciaram um

novo olhar sobre os alunos, suas aspirações e necessidades. Necessidade de

sentirem e presenciarem no ambiente escolar um espaço onde se sintam motivados

a prosseguir a caminhada.

Alguns alunos apresentaram dificuldades em expressar opiniões, mas

demonstravam concordância com as colocações dos colegas, era visível um

repensar em seu olhar, o que enriquecia de alguma forma, pois era possível

perceber que concordavam com o que ouviam, apesar de não expressar

verbalmente.

A proposta favoreceu uma redefinição de atitudes e visão sobre valores e

convivência, onde alunos possam de maneira mais consciente criar oportunidades

para recriarem espaços e exercitar uma vivência valores. Possibilitou ainda,

fortalecer noções sobre valores de convivência e responsabilidade na construção de

um espaço favorável para estabelecer relações afetuosas e harmônicas para toda a

comunidade escolar.

Assim, foi possível estimular a convivência agradável entre os alunos,

oportunizando pequenas, mas significativas transformações no espaço escolar.

REFERÊNCIAS

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