A Musica No Cinema

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aula sobre o uso da música em cinema

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  • A MSICA NO CINEMA

    Rodrigo Carreiro

  • ESTTICA DO SOM O uso do som no cinema regulado por uma hierarquia simples, segundo David Bordwell/Kristin Thompson (1977): 1) Voz (dilogos, narrao em off) 2) Msica (diegtica ou no-diegtica) 3) Efeitos sonoros A tecnologia de captao, de edio e sobretudo de projeo sonora vem provocando mudanas considerveis nesta esttica. Os efeitos sonoros ganham cada vez mais espao na narrativa cinematogrfica contempornea (Sergi, 2004). J a voz sempre foi o principal dispositivo da equipe criativa para fazer a ao dramtica avanar, suprindo a platia de informaes.

    Esta hierarquia no uma condio simplesmente esttica. estabelecida, tambm e sobretudo, por uma questo antropomrfica da espcie humana.

    A nossa percepo privilegia naturalmente a voz a todos os demais outros tipos de rudos.

  • Msica: Herana da fase do cinema mudo (1895-1926).

    Historicamente dividida em algumas fases: 1) Neo-romantismo europeu com influncias do sculo XIX (Max Steiner, Erich Von Korngold) 2) Msica sinfnica com influncias modernistas (Bernard Herrmann, Miklos Rosza, David Raksin) 3) Msica concreta uso de sons naturais como msica (Ennio Morricone, John Cage)

    4) Uso de canes e estruturas de composio populares

    5) Instrumentos e timbres eletrnicos

    6) Heterogeneidade (tudo ao mesmo tempo agora

  • ALGUMAS FUNES NARRATIVAS E ESTTICAS DA MSICA

    - Adicionar um efeito dramtico suplementar e subjetivo a determinada cena- Sublinhar uma sensao/afeto que o cineasta deseja ver o pblico sentir- Ligar momentos separados no tempo e no espao (continuidade)- Indicar ou antecipar informaes dramticas para a platia- Descrever o perodo histrico e/ou a locao geogrfica onde a ao dramtica se passaInformar o espectador sobre o estado emocional de um ou mais personagem (personagens).

    Existem muitas outras. Cabe a cada autor descobri-las, invent-las, reinvent-las, aceit-las ou subvert-las.

    Claudia Gorbman (1977), que estuda o uso da msica no cinema narrativo clssico, cunhou o conceito de invisibilidade para caracterizar uma das principais caractersticas da msica para cinema.

    O conceito explica porque raramente temos a conscincia de ouvir a msica que toca no cinema. A msica entra sutilmente na mixagem sonora do filme, direcionando a percepo do expectador, sem que ele perceba isso.

  • RELAES ENTRE SONS E IMAGENS: O VALOR AGREGADO

    O uso do som em cinema tem sido desvalorizado, na prtica e nos estudos acadmicos do cinema (que, relacionados ao som, s comearam de fato nos anos 1970). O conceito de valor agregado, desenvolvido por Michel Chion, ajuda a reverter essa desvalorizao, bem como auxilia os estudiosos do som audiovisual a entender com mais propriedade as relaes entre sons e imagens. Estas so muito mais complexas do que parecem primeira vista. Chion denomina de valor agregado a capacidade que os sons tm de direcionar a percepo do espectador para a imagem que ele v.

    Ou seja, embora o casamento entre imagens e sons parea natural e orgnico (graas a um fenmeno que Chion chama de sncrese), nem sempre ou quase nunca assim. Na verdade, os sons determinam a leitura que fazemos de uma imagem. Vejamos um exemplo simples.

  • Aqui esto trs aeronaves.

  • O tempo est magnfico hoje.

  • Os avies esto voando em altitudes diferentes.

  • Onde est o quarto avio?

  • A msica provoca um efeito poderoso de valor agregado.

    Experimente exibir a cena do chuveiro de PSICOSE com um samba ou um valdeville soando ao fundo. O efeito de horror ser substitudo por um efeito cmico. A imagem a mesma, mas a percepo dela inteiramente alterada pelo som.

    Outro aspecto importante do som, em particular da msica, a operao de temporalizao do filme a inscrio da imagem no fluxo do tempo.

    O som atravs de relaes de volume, timbre, altura e intensidade providencia continuidade, cola planos filmados fora de ordem.

  • FILMES:

    TUBAROERA UMA VEZ NO OESTEKING KONGDESEJO E REPARAOVIDAS SECAS

    *Recife, janeiro de 2008 - Introduo Crtica de Cinema - Professor: Rodrigo CarreiroRecife, janeiro de 2008 - Introduo Crtica de Cinema - Professor: Rodrigo Carreiro*******Recife, janeiro de 2008 - Introduo Crtica de Cinema - Professor: Rodrigo Carreiro