A número um - · PDF fileBOSS DS-1: o pedal de efeito mais vendido do mundo ......
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ExpEdiEntE
A número umÉ com muito prazer que apresentamos o primeiro número de Música e Imagem
– a revista da Roland Brasil.
Muitos podem questionar por que a Roland decidiu lançar uma revista impressa,
em uma época cada vez mais dominada por meios de comunicação mais contempo-
râneos, como portais, website, blogs, Orkut, YouTube etc.
Resolvemos fazer isso porque já temos um site moderno, com recursos multimídia
interativos e ótima visitação. Mas a revista impressa tem propostas diferentes. Ela
não é pressionada pela velocidade e agilidade que um website requer. E também não
sai do ar. Pode ser “acessada” a qualquer tempo e lugar – sem energia, banda larga
ou computador -, colecionada ou, simplesmente, deixada para que outras pessoas a
leiam. Música e Imagem nasceu para ser um complemento de nosso website – como
já acontece com a maioria das publicações de grande circulação.
A revista foi feita para você, que toca um instrumen-
to, gosta de música, quer ficar por dentro dos assuntos
relacionados a ela e, principalmente, sobre o mundo
Roland – que hoje possui no grupo diversas marcas como
Boss, Edirol, Cakewalk, Rodgers, RSS (Audio Products)
- e Roland DG (impressoras digitais de grande formato
e máquinas de usinagem tridimensional).
A revista tem no nome a palavra “imagem”, pois a
Roland acredita muito na associação da música com ima-
gem. Somos os pioneiros na indústria de instrumentos
a apresentar soluções de integração deles com imagem
(V-Link), além de contar com a linha Edirol Video, de pro-
dutos voltados ao uso em apresentações ao vivo.
Apesar do incrível avanço da tecnologia, como Blu-
Ray, Super Audio CD, mp3, TV Digital, Super Hi-Definition etc., não há como substituir
a música ao vivo. E a Roland aposta que haverá cada vez mais eventos ao vivo – desde
os “pocket shows” até os “supermegahipertours” de bandas e artistas famosos.
E em todos eles veremos a integração de música e imagem.
Música é vida e, para quem gosta e toca, questão de paixão. E é essa paixão que
faz que sons e imagem geradas por circuitos digitais se tornem arte.
A revista Música e Imagem terá sempre um artista na capa, para lembrarmos
que, por trás de uma boa música e um bom instrumento, existe um ser humano de
carne, osso e alma.
Convidamos Oswaldinho do Acordeon para ilustrar a capa desta edição por ser
um grande parceiro Roland, um artista de reconhecimento nacional e internacional,
e porque, pela sua trajetória pessoal e profissional, tão bem representa o talento do
músico brasileiro.
Boa leitura!
J. Takao Shirahata – Presidente, CEO – Roland Brasil
2 Música e Imagem
Revista Roland Brasil Presidente
Takao Shirahata
Gerente Geral
Celso Bento
editor
Nilton Corazza
Conselho editorial
Takao Shirahata, Celso Bento, Samantha Albuquerque
redação
Rafael Furugen
Colunistas
Mú Carvalho e Silvia Góes
Colaboradores
Alex Lameira, Amador Rubio, Gino Seriacopi, Pakito, Renan Dias, Sergio Motta, Sergio Terranova, Leandro Justino, Maurício Martins, Michel Brasil, Nelson Bonfim, Pedro Lobão, Raphael Daloia Neto
FotoGraFia
Mário Moreno
Conteúdo on-line
Mário Moreno e Fernanda Arrazi
arte/diaGramação
Detonart´s Criações
imPressão/aCabamento
Oceano Indústria Gráfica e Editora
Jornalista resPonsável
Nilton Corazza (MTb 43.958)
músiCa & imaGem
Revista Roland Brasil na internetwww.musicaeimagem.com.br
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visite nosso site
www.roland.com.br
Os editores não se responsabilizam por opiniões emitidas por colaboradores em artigos assinados. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas.
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Turnê
Eventos com a participação da Roland Brasil
Mundo roland
A presença das marcas da Roland Corporation na mídia
roland Brasil
Saiba quem são os responsáveis pelo Centro Técnico Roland
Perfil
A influência da V-Drums nos trabalhos de Marcelo Brasil
ClássiCos
BOSS DS-1: o pedal de efeito mais vendido do mundo
novos ProduTos
Os lançamentos de 2008
inTeração
V-Link: revolucionário padrão desenvolvido pela Roland
CaPa
Oswaldinho do Acordeon e o instrumento digital da Roland
Boss GT-10A solução ideal para
criação de timbres
fanToM-GUma nova era na história
das workstations
v-druMs Td-9Kits para todos os tipos
de músicos e de bolsos
linha aTelier
Novidades com mais recursos
PerGunTe ao esPeCialisTa
As respostas para as dúvidas mais freqüentes
Carreira
Os principais pontos da formação de um profissional
eduCação
Os cuidados necessários durante a educação musical
fronTeiras
A importância da bateria na vida profissional do jurista Luiz Flávio Gomes
Índice
6 Música e Imagem 7Música e Imagem
A Roland Brasil não se preocupa apenas em comerciali-
zar instrumentos e equipamentos, mas também transmitir
às pessoas conhecimento suficiente para que utilizem, em
sua totalidade, os recursos presentes nesses aparelhos.
Para isso, uma equipe de especialistas percorre o Brasil
apresentando as possibilidades inovadoras que engenheiros
colocam à disposição de músicos e artistas do vídeo.
Compõem esse trabalho participações em feiras e
congressos, nas quais novas tecnologias são apresenta-
das, inaugurando, muitas vezes, segmentos no mercado
e linhas de produtos, reforçando a tradição de pioneirismo
da empresa.
Nessa realidade, a utilização de equipamentos Roland,
BOSS, Edirol, Rodgers e RSS por músicos, artistas e téc-
nicos colabora para a difusão de toda a potencialidade dos
produtos dessas marcas e comprova a qualidade deles.
Em Ação
Turnê
aes Brasil e BroadCasT & CaBle
A Roland Systems Group participou de três
importantes eventos para o mercado de áudio e
vídeo: a 12ª Convenção Nacional da AES Brasil,
o 6º Congresso de Engenharia de Áudio da AES
Brasil e a 17ª Feira Internacional de Tecnologia em
Equipamentos e Serviços para Engenharia de Tele-
visão Radiodifusão e Telecomunicações (Broadcast
& Cable 2008). Nessas ocasiões, a empresa exi-
biu produtos de
vídeo interagin-
do com equipa-
mentos de áudio,
apresentando so-
luções completas
aos profissionais
do setor.
Nos dois primeiros eventos, o estande da
empresa contou com a performance “silenciosa”
de uma banda. O Edirol Motion Dive.Tokyo exibiu
loops de imagens em tempo real, cujo resultado
foi mixado às câmeras no switcher multiformato
V-440HD. Para finalizar, áudio e vídeo passaram
pelo VC-300HD a fim de realizar o registro de
um DVD.
Durante a Broadcast & Cable 2008, a RSG
destacou, principalmente, as novidades da Edirol:
o V-8, o F -1 e o VC-300 HD. Além disso, o estande
apresentou a utilização do Digital Snake interligado
a um mixer por meio de um multicabo analógico e
de um cabo de rede. O sistema possibilitou uma
comparação precisa das vantagens do equipamen-
to desenvolvido pela empresa.
WorkshoP fanToM-GO tecladista Sergio Terranova percorre o País exibindo o
workshop Fantom-G, no qual a workstation é demonstrada
em toda a sua potencialidade. O músico é gerente de pro-
dutos da Roland Brasil e integrante da equipe internacional
de especialistas que trabalha no desenvolvimento de novos
equipamentos da marca.
Durante o evento, além das principais funções e ferra-
mentas do instrumento, Terranova apresenta as placas de
expansão da série ARX que, trabalhando como plug-ins, per-
mitem total customização dos sons. O profissional também
interpreta composições de vários estilos, comprovando a
versatilidade do workstation, tanto na reprodução de timbres
orquestrais quanto de sintetizadores analógicos, passando
por pianos acústicos e elétricos, e guitarras, entre outros.
dJ sound aWards
A Roland esteve presente na entrega dos prêmios para os melhores profissio-
nais da música eletrônica de 2008. Em festa promovida pela revista DJ Sound, a
empresa apresentou sua linha de produtos para DJs e VJs, com as participações
da DJ Lisa Bueno e do VJ Cadu, em quiosques espalhados pelo local e no palco
principal do evento. Além disso, vários equipamentos estavam dispostos e pude-
ram ser manuseados pelos convidados, entre eles o Edirol Motion Dive .Tokyo,
suíte de software e hardware dedicada à produção e mixagem de imagens. O
SP-555, por sinal, foi reverenciado por um das mais emblemáticas figuras da cena eletrônica, o rapper Thaíde, em uma
apresentação no palco principal no encerramento da premiação.
Gravação na sala são Paulo
Celebrando 90 anos do Grupo Votorantim, a Sinfônica
Heliópolis e o Coral da Gente - mantidos pelo Instituto
Baccarelli - apresentaram-se na Sala São Paulo. O con-
certo, que contou com a regência dos maestros Roberto
Tibiriçá e Edilson Ventureli, foi filmado e gravado para a
produção de um DVD comemorativo. Para tanto, a equipe
responsável pela sonorização do evento, Tukasom Audio
Systems, contou com um sistema RSS Digital Snake para
a captação digital simultânea de 31 canais de áudio, em
alta resolução, e a sincronização com vídeo. O software
utilizado foi o Sonar 7.0 com backup de dados realizado
em duas máquinas idênticas.
Boss GuiTar day 2008O gerente de produtos BOSS, Sergio Motta, jun-
tamente com Rafael Bittencourt, integrante do grupo
Angra, percorre diversas cidades brasileiras para a
realização do BOSS Guitar Day 2008. Na ocasião, são
apresentados alguns equipamentos da marca – líder
mundial em efeitos para guitarra em pedais compac-
tos e pedaleiras –, principalmente a GT -10.
Durante o workshop, Motta fala a respeito das
diferenças entre pedais e pedaleiras, enquanto Bitten-
court dá dicas sobre utilização de efeitos e construção
de timbres. Os participantes podem testar e conhecer
os equipamentos, além de tirar dúvidas com os repre-
sentantes da empresa e músicos convidados.
inovação na usPAssim como acontece em conceituadas escolas e conservatórios inter-
nacionais, o Departamento de Música da Universidade de São Paulo (USP)
utiliza pianos digitais Roland para apresentações e estudos. A Sala Roland,
que conta com oito modelos HP-203, por exemplo, permite que pianistas
pratiquem simultaneamente, sem que um interfira no desempenho dos
demais. Isso é possível porque os alunos utilizam fones de ouvido plugados
diretamente nos instrumentos durante aulas e ensaios.
8 Música e Imagem 9Música e Imagem
Turnê Mundo Roland
Hotsite V-DrumsNo endereço www.v-drums.com.br, os interessados têm acesso às últimas
novidades da linha, como o lançamento de um novo acessório ou o download de uma
música do modo play along. Os internautas também podem conhecer os detalhes
dos equipamentos que compõem as séries V-Drums, além de alguns artistas que os
utilizam. Há uma seção dedicada exclusivamente para vídeos, com performances de
Omar Hakin e Taku Hirano, entre outros, e endereços de revendedores.
BrainWorMs
O disco-solo de Rafael Bittencourt, Braimworms, vem recheado de timbres produzidos
pela BOSS GT-10. Utilizada pelo músico nas últimas etapas da gravação, a pedaleira foi respon-
sável por muitas das sonoridades ouvidas
no álbum. Com distribuição no Japão e
lançamento na Expomusic 2008, o trabalho
reflete a capacidade virtuosística do guitar-
rista aliada a seu vocal vibrante.
Bittencourt é um aficionado dos equipamentos da marca, tendo re-
alizado diversos workshops, shows e eventos com a boa e velha GT-8.
Com a chegada do novo modelo, o músico o adotou como principal
gerador de efeitos de seu setup e embarcou na turnê BOSS Guitar Day,
explicando como o utiliza.
fandanGo
Renato Borghetti é um dos
mais prestigiados artistas brasi-
leiros e, graças à sua raiz gaúcha,
idolatrado como baluarte da
cultura regional. Não bastasse
isso, é um instrumentista como poucos, que domina a
gaita-ponto com maestria. O CD Fandango, gravado por
ele e seu grupo em janeiro de 2007, conquistou quatro
prêmios no Troféu Açorianos de Música deste ano (Melhor
Instrumentista, Melhor CD de Música Instrumental, CD do
Ano e DVD do Ano).
A Roland apoiou o projeto, fornecendo os equipamen-
tos necessários para a concretização da produção, realizada
na fazenda do intérprete, no Rio Grande do Sul. Essa par-
ceria foi coroada com o reconhecimento do instrumentista
gaúcho, que presenteou Takao Shirahata, presidente da
Roland Brasil, com um dos troféus recebidos.
O Troféu Açorianos de Música é uma premiação da
prefeitura de Porto Alegre aos artistas que se destacaram
na música, na literatura, na dança e no teatro, enriquecendo
e valorizando a cultura do Estado do Rio Grande do Sul.
roland na Televisão
Em 2008, a Banda Domingão - responsável pelas inter-
venções musicais do programa dominical mais assistido
do Brasil – começou a utilizar instrumentos desenvolvidos
pela Roland. Sob o comando de Luiz Schiavon, que usa
um sintetizador V-Synth GT, o grupo conta com uma bateria
eletrônica V-Drums TD-20K, tocada por Anderson Batista,
além de um piano de palco RD-700 e uma workstation
Fantom-G7, nas mãos do tecladista Caixote.
A parceria tem como objetivo aumentar a qualidade
tanto dos timbres quanto da captação, facilitando o trabalho
da banda no ambiente desfavorável de um programa ao
vivo com auditório.
rodGers na iGreJa BaTisTa
Comemorando 99 anos de fundação, a Igreja Batista da Liberdade,
em São Paulo, inaugurou o órgão Rodgers modelo Trillium 908 recém-
adquirido. Após cuidadosa instalação e regulagem, sob responsabilidade
da Roland Brasil e do gerente internacional de vendas da Rodgers, John
Green, o instrumento soou em apresentações-solo e juntamente com
coro de 110 vo-
zes e orquestra
de 40 músicos,
sob a regência
do maest ro
Donaldo Gue-
des, além da
participação da
comunidade.
a serviço da iGreJa CaTóliCa
Entre as solenidades do centenário da
Arquidiocese de São Paulo, a Orquestra Sin-
fônica do Conservatório Dramático e Musical,
sob a regência do maestro Ricardo Mielli, foi
responsável pela música em dois grandes
eventos: o concerto comemorativo realizado
no Theatro São Pedro e a missa campal cele-
brada no Estádio Paulo Machado de Carvalho
(Pacaembu). Em ambos, a organista Selma
Asprino comandou um órgão Rodgers Trillium
788, o mesmo utilizado durante a estadia do
papa Bento XVI no Brasil.
Esse instru-
mento também foi
usado na tradicio-
nal missa realiza-
da pelos militares
brasileiros, deno-
minada Páscoa
dos Militares. O
evento, que con-
tou com a presen-
ça de autoridades
civis e militares e
representantes do
Exército, da Mari-
nha, da Aeronáutica, da Polícia Militar, do Corpo
de Bombeiros e da Guarda Civil Metropolitana,
entre outras corporações, foi realizado na Ca-
tedral da Sé. A cerimônia - com a participação
de banda militar e coral - teve como organista
o paulistano Newton de Lima.
MúsiCa eleTrôniCa
Realizado pela Roland Brasil e pela escola de produção Electronic
DJs, o workshop sobre equipamentos e novidades da música eletrô-
nica independente reuniu DJs e produtores para conhecer as novas
tecnologias à disposição e discutir tendências. Com o rapper Xis como
mestre de cerimônias, o evento teve palestras e demonstrações de
equipamentos. Os modelos Roland SP404 e SP555 foram apresentados
pela DJ Lisa Bueno, e coube
a Tico Producer desvendar
os segredos do MV8800 e do
MC808 aos mais de sessenta
presentes. O inglês DJ Pogo
foi o protagonista de um set
demonstrativo do campeona-
to mundial D.M.C.
9Música e Imagem
fesTival de inverno de CaMPos do Jordão
A 39ª edição do mais importante festival de música erudita da
América Latina, realizado em julho na cidade de Campos do Jordão,
teve entre as principais apresentações um concerto da Orquestra
Sinfônica Municipal de São Paulo, sob a regência de José Maria
Florêncio. Para a execução de uma das obras, - Assim Falou Zara-
thustra, de Richard Strauss, que ganhou popularidade ao ser utilizada
por Stanley Kubrick no filme 2001 - Uma Odisséia no Espaço -, a
presença de um órgão é necessária. O escolhido para a proeza foi o modelo Trillium 788 fabricado pela Rodgers, que simula
com perfeição a sonoridade de um instrumento de tubos graças à qualidade das amostras recolhidas dos melhores órgãos
litúrgicos de todo o mundo. Maria Cecília Moita foi a responsável pela execução ao equipamento.
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10 Música e Imagem 11Música e Imagem
Mas não é somente quando surgem problemas que uma assistência
deve ser visitada. A manutenção preventiva é importante, principalmente,
para aqueles que dependem do equipamento para trabalhar. Para pro-
fissionais e amadores que usam quase que diariamente um aparelho, é
importante procurar um STA a cada seis meses, principalmente depois de
terminado o período de garantia. “Nessa visita, pode-se solicitar ao técnico
uma revisão geral em que são feitas, sobretudo, a limpeza de contatos
de borracha, a remoção de poeira acumulada nas placas de circuito e a
lubrificação de partes mecânicas, que trabalham com movimento cons-
tante”, ensina Pakito.
Outro ponto a ser destacado é a atualização do sistema operacional
de alguns modelos, que deve ser feita, preferencialmente, nas assistên-
cias técnicas, já que a Roland não se responsabiliza por ações realizadas
por terceiros nesse processo. “Por mais simples que possa ser um pro-
cedimento desse tipo, sempre existe o risco de que o produto pare de
funcionar por causa de uma instrução seguida de maneira incorreta”, diz
Pakito. “Sendo assim, recomendamos a todos os usuários que façam os
updates nos postos autorizados.”
Nos casos em que a troca de peças de um equipamento seja indis-
pensável, as assistências técnicas autorizadas contam com o suporte do
CTR para o fornecimento desse material. Isso garante rapidez e qualidade
do reparo, já que são componentes originais, provenientes diretamente
do estoque da Roland Brasil.
Acima de tudo, no en-
tanto, o Centro Técnico
Roland é a ponte entre o
consumidor e os departa-
mentos de engenharia da
Roland Corporation-Japan,
trocando informações,
experiências e sugestões,
de modo a oferecer, cada
vez mais, o melhor equi-
pamento para o usuário.
(Nilton Corazza)
Roland Brasil
Com uma bem-montada estrutura técnica e profissional, o CTR garante suporte em todos os aspectos referentes a um equipamento
Roland
Para a Roland, não basta produzir e comercializar os melho-
res equipamentos existentes no mercado: é preciso assegurar
que o aparelho esteja em pleno funcionamento quando o
usuário precisar dele. Para tanto, foi estruturado o Centro Téc-
nico Roland, que conta com profissionais capacitados a propor-
cionar todas as condições de que o proprietário necessite para
usufruir, ao máximo e com prazer, do equipamento que adquiriu
das marcas Roland, BOSS, Edirol, Rodgers e RSG. O CTR assu-
me a responsabilidade de oferecer auxílio, informação e solução
para toda espécie de problemas que possam ocorrer.
FUNÇÕES
Entre as várias atividades do Centro Técnico Roland, uma
das primeiras a ser realizada, mesmo antes da chegada de um
lançamento ao Brasil, é a produção de manuais em português.
A tarefa exige profissionais que dominem tanto a linguagem
escrita quanto a parte técnica do equipamento, com conheci-
mentos suficientes para orientar o usuário nos processos mais
comuns de sua atuação. Isso pressupõe, portanto, que o res-
ponsável por essa atividade, além de saber todos os dados de
funcionamento do aparelho, tenha vivenciado de algum modo
seu uso, de forma a poder entender a arquitetura do dispositivo
e quais as maneiras mais simples de explicar sua operação. De
posse desses elementos, torna-se fácil, também, assessorar
os consumidores na resolução de problemas ou dúvidas indivi-
duais, surgidas sejam pela falta da leitura atenta das instruções
ou por necessidades específicas, entre outros fatores.
Todos os produtos comercializados pela Roland Brasil
adquiridos no País possuem um ano de garantia para peças
e mão-de-obra. Isso assegura que, a qualquer momento, o
usuário pode contar com manutenção de seu aparelho. Mas
é importante, também, que ele procure uma das 28 assistên-
cias técnicas autorizadas Roland (STAs) distribuídas por todo
o território nacional ao menor sinal de mau funcionamento de
seu investimento. “Essa ação justifica-se pelo fato de que ela
possui o suporte da Roland Brasil para qualquer tipo de manu-
tenção” , afirma Francisco Edson de Souza Pereira, o Pakito,
gerente de suporte técnico, peças e assistência técnica. “E,
além disso, ele pode contar com a experiência dos profissionais
de cada STA.”
CenTro TéCniCoÓRGÃOS RODGERSO Centro Técnico Roland também é responsável pela ins-
talação e configuração dos órgãos Rodgers, bem como pelo
treinamento dado aos usuários desses equipamentos. Graças
a profissionais formados diretamente na fábrica, instalada
nos Estados Unidos, organistas podem contar com serviços
diferenciados, individualizados e específicos para o melhor
aproveitamento de seu instrumento.
INTERNETComo acréscimo aos serviços oferecidos
para os usuários, a Roland Brasil disponibiliza
o download de arquivos PDF dos manuais de
instruções para aqueles que tiveram seus
exemplares extraviados. Para tanto, basta
acessar o site www.roland.com.br
11Música e Imagem
RESPONSÁVEIS PELO CTRDiogo Firmo Pezzuti, José Osório de Souza, Francisco Edson de Souza Pereira (Pakito), Tersio de Oliveira Barreto, Emerson Sipriano da Silva e Bruno Souto Giacomini
ORGANIZAÇÃOSob a responsabilidade de Pakito, o CTR
conta com suporte ao usuário, estoque de peças e profissionais capacitados
12 Música e Imagem 13Música e Imagem
Oriundo de uma família de músicos, Marcelo Brasil fala sobre a importância da V-Drums em seu trabalho
Experiências
Marcelo Brasil é uma pessoa predestinada ao sucesso. Além de trabalhos-solo, costuma acompanhar artistas consagrados.
Já tocou com os grupos de Caetano Veloso, Elba Ramalho, Moraes Moreira, Daniela Mercury e Jimmy Cliff, entre outros. Com
essa ampla experiência, fica evidente que a carreira do músico já está consolidada, tanto pelos projetos que executou nos
palcos quanto nos que desempenhou em estúdios. O baterista, porém, acredita que o fator determinante para isso foi sua
família: “Eles foram fundamentais para o meu desenvolvimento”, conta.
A família Brasil pode ser considerada uma fábrica de talentos. Além de Marcelo, existem outros nove instrumentistas no clã: a
mãe, Eusalita Brasil (pianista); os irmãos Luiz Brasil (violonista e arranjador), Mou Brasil (guitarrista) e Jorge Brasil (baterista); e os
sobrinhos Thamyma Brasil, Marcio Brasil (bateristas e percussionistas), Cássio Brasil, Victor Brasil e Rafael Brasil (bateristas).
Além da turnê, quais são seus projetos
para este ano?
Quero terminar algumas mixagens e maste-
rizações e lançar meu CD no Brasil. Depois, pre-
tendo encaminhar esse material para a Europa,
já que desejo entrar no mercado fonográfico de
lá. O trabalho será composto por composições
próprias e por regravações, sendo uma música
de Hermeto Pascoal e outra de John Scofield.
Como surgiram as primeiras com-
posições?
A primeira, intitulada “Seria o Caso?”, foi
composta com um violão. O nome surgiu de um
costume meu de sempre questionar as coisas.
Depois, comprei um pequeno seqüênciador
com sons PCM e sampleados que um amigo
trouxe dos Estados Unidos e fiquei maluco com
a possibilidade de fazer arranjos exatamente
como queria. Com o auxílio desse equipamento,
compus as músicas “Ping Pong”, “Trocadilhos”,
“Andrômeda”, “Luciana”, “Estradas” e “Aí!”.
Qual a importância da V-Drums para a
realização de seus trabalhos?
A V-Drums foi fundamental tanto no comple-
mento quanto na formatação da sonoridade das
músicas. Por mais que gravasse a bateria em óti-
mos estúdios, as composições nunca ficavam
boas com o seqüênciador. (Rafael Furugen)
INÍCIOO primeiro contato de Marcelo com as baquetas aconteceu quando tinha
apenas 6 anos, influenciado pelo irmão Jorge. Aos 11, já ganhava seu primeiro
cachê. Inspirado por artistas e bandas reconhecidos mundialmente, como
Novos Baianos, Egberto Gismonti e Hermeto Pascoal, entre outros, o músico
resolveu se empenhar. O impulso inicial foi dado em 1987, quando atuou na
gravação de um disco de Cid Guerreiro.
De uns tempos para cá, Marcelo decidiu realizar um antigo desejo: fazer
música instrumental. Paralelamente aos trabalhos que desempenhava com ou-
tros artistas, compôs suas primeiras canções. Decidiu apresentá-las ao público
em 2000. O show, intitulado Pra Não Dormir, ficou em cartaz por dois anos.
Após o espetáculo Estradas, que teve a estréia em 2003 e terminou quatro
anos depois, Marcelo adquiriu uma V-Drums TD-20K. “Com esse equipamento,
pude desenvolver uma apresentação com sonoridade mais mesclada”, conta.
Sobre a possibilidade de trocar de instrumento, o músico é enfático: “Ela supre
todas as minhas necessidades”. Atualmente, o baterista está em cartaz com o
show No Quarto utilizando o produto da Roland.
Perfil
1312 Música e ImagemMúsica e Imagem
NO ALTO DO TRIO ELÉTRICOMarcelo Brasil em apresentação na Bahia
Div
ulga
ção
14 Música e Imagem 15Música e Imagem
O pedal de efeito mais vendido da história
continua, após 30 anos de seu lançamento,
sendo um dos preferidos por guitarristas
de todo o mundo
Especificações
Controles Distortion, Level e Tone
Nível nominal de entrada -20 dBu
Impedância de entrada 470 ohms
Nível nominal de saída -20 dBu
Impedância de saída 1 k ohms
Nível equivalente de ruído de entrada -122 dBu (IHF-A, Typ.)
Conectores input, output, AC Adaptor (9V DC)
USO
O guitarrista tanto pode utilizar o DS-1
para conseguir timbres extremamente fortes
quanto configurá-lo para efeitos mais sutis. Basta
girar o controle Tone para esculpir o som desejado,
desde os arrojados para performances pesadas, até os
mais suaves, com infinitas possibilidades.
O DS-1 tem sido usado por um grande número de guitarris-
tas em todos os anos de sua existência. Steve Vai e Joe Satriani,
por exemplo, são dois dos muitos entusiastas do equipamento no
show business internacional. No Brasil, Faíska utiliza dois deles,
produzidos no Japão: um original e outro modificado. O pedal, por
sinal, é empregado como plataforma por vários fabricantes que
o customizam e modificam, como Robert Keeley, Analog Man e
Stinkfoot Electronics, oferecendo suas próprias versões desse
ícone da distorção. (Nilton Corazza)
Boss
Não obstante todo o avanço da tecnologia
digital, há certos equipamentos que perduram
por décadas sem alterações significativas nos
elementos que o caracterizam. Isso, na maioria
das vezes, ocorre por um motivo muito simples:
a grande aceitação dos usuários que buscam um
timbre determinado e peculiar. Esse é o caso do
pedal compacto BOSS DS-1.
Lançado em 1978, o aparelho tornou-se
clássico por causa da qualidade da distorção, que
carrega a naturalidade do efeito produzido nos
amplificadores valvulados saturados. Segundo
Kanji Kubo - responsável pelo desenvolvimento
de diversos produtos da BOSS além do DS-1,
como OD-1, PH-1, GE-6, DS-A, SG-1, SD-1, CS-2,
HM-2, OC-2, PSM-5 e BCB-6 -, as características
desse modelo foram obtidas pela junção de dois
tipos de distorção: a normalmente utilizada em
pedais fuzz, produzida com o uso de circuitos
de poucos transistores, e a criada por meio de
amplificadores operacionais, que aumentam o
ganho de sinal. “Não conseguíamos decidir qual
tipo queríamos colocar”, afirma o engenheiro,
“então, resolvemos adotar ambos”. Isso guiou
o desenvolvimento do DS-1. “Acredito que seja
por esse motivo que o equipamento tornou-se
o preferido de muitos guitarristas.”
Música e Imagem
Clássico
Outro dos fatores mais mar-
cantes é que ele oferece nível de
ruído muito baixo em comparação
aos similares. “Sistemas de distorção, geralmente,
usam amplificadores operacionais (op-amp). Sendo
assim, o nível de ruído aumenta proporcionalmente
ao ganho. O circuito usado no DS-1, no entanto, é
atípico, e, por isso, o valor se mantém mínimo”, diz
Kubo. Muito provavelmente, essa é a explicação
para o fato do pedal ser muito utilizado por músicos
de estúdio. Como acréscimo, esse circuito garante
que, em vez de apenas distorcer o timbre do ins-
trumento sem qualquer definição, o equipamento
reproduza fielmente todas as nuances da dinâmica
do guitarrista.
O DS-1 foi modificado de modo significativo
apenas duas vezes em toda sua história, e isso por
conta da interrupção da fabricação de determinados
componentes. A primeira ocorreu em meados de
1994, quando o op-amp Toshiba TA7136AP foi subs-
tituído pelo Rohm BA728N. Na virada do século, no
ano 2000, este foi trocado pelo Mitsubishi M5223AL.
Apesar das alterações, o timbre característico do
equipamento não foi desfigurado. Em compensação,
pequenas mudanças na aparência do modelo foram
implantadas, como o posicionamento das letras ou
a cor do interruptor.
HISTÓRIA
A fabricação dos pedais compactos da
BOSS iniciou-se em 1977 com o clássico
Overdrive OD-1. Graças a aspectos peculiares
- construção robusta resistente ao desgaste,
superfícies de borracha nas faces superior e
inferior, knobs posicionados abaixo do nível do
pedal, acionamento silencioso, LED incorpo-
rado e fácil substituição da bateria - aliados à
sonoridade, ao mesmo tempo quente e suave,
o modelo firmou-se no gosto dos usuários. Por
acréscimo, estabeleceu o design para todos os
futuros pedais compactos da marca.
FAíSKA
Fã da Boss não
abre mão do DS-1
DS-1
16 Música e Imagem 17Música e Imagem
O piano digital RD-700GX disponibiliza tudo que um pia-
nista necessita para apresentações ao vivo e gravações:
sons incríveis de instrumentos acústicos e elétricos,
funções de master control e reprodução de arquivos de
áudio. Além disso, o equipamento conta com o meca-
nismo Progressive Hammer Action II - que oferece Ivory
Feel e Escapement - e a nova tecnologia SuperNATURAL,
derivada das placas de expansão ARX.
O RD-700GX possui 88 teclas e polifonia de 128 vozes,
mais que suficiente para qualquer tipo de aplicação. Para
total realismo sonoro, o equipamento foi dotado com dois
sets de legítimos pianos acústicos, com multisamplers
em estéreo de cada uma das 88 notas amostradas em
vários níveis de dinâmica. Para aqueles que gostam de
personalizar o resultado, o modelo oferece o recurso Pia-
no Designer, com o qual é possível configurar detalhes e
parâmetros, incluindo ruído dos martelos (Hammer Noise)
e ressonância do pedal (Damper Re-
sonance), entre outros. Além disso,
estão à disposição diversos timbres
de pianos elétricos, sampleados de
lendários modelos como Fender Rho-
des e Wurlitzer, por exemplo. Graças
à tecnologia SuperNATURAL, o equi-
pamento permite a customização de
qualquer um deles, proporcionando
sons orgânicos que respondem ao
toque com mais sutileza que os ou-
tros do mercado. Também é possível
expandir a quantidade de opções
com a inserção de até duas placas
SRX simultaneamente. O RD-700GX
ainda conta com 150 variações no
arpegiador e 200 estilos de Rhythm
Pattern. Como adicional, traz 78 efeitos de qualidade
profissional, com a possibilidade de aplicar multiefeito,
reverb, equalizador digital de duas bandas e Sound Con-
trol para cada timbre.
Mas não é somente na sonoridade que o equipamento
satisfaz plenamente os músicos. O Progressive Hammer
Action II traz as mesmas características de um mecanis-
mo de piano acústico, proporcionando toque mais pesado
na região grave e suave na aguda. Afora isso, as teclas
foram projetadas para absorver a umidade das mãos
durante a execução.
O RD-700GX pode ser utilizado, também, como contro-
lador profissional, graças às três saídas MIDI indepen-
dentes e aos diversos controles disponíveis no painel. E,
pela entrada USB, o modelo reproduz áudio nos formatos
wave, aiff e mp3, além de SMF com multitimbralidade
de 16 partes.
f-1Com design orientado para gravações em campo, o F -1 oferece simplicidade, confiabilidade e qualidade em captações
de áudio e vídeo, modernizando e aperfeiçoando o trabalho em produções. Entre as características mais importantes
podem ser citados o hard disk de 120GB resistente a choques, várias opções de fontes de energia, como alimentação
via baterias de câmeras ou compartimento removível de pilhas AA, dois canais de input adicionais de áudio, controle
remoto via LAN proporcionando captação multicâmera de até quatro unidades F -1 (em sync) e tamanho de arquivos
ilimitado. O modelo é ideal para produtores ou videomakers que necessitem acelerar seu fluxo de trabalho, capturando
HDV ou DV diretamente para um disco rígido (removível), mesmo em locações. Além disso, o equipamento oferece saída
RGB para controle e visualização de previews, capacidade de criação de redes a fim de comandar múltiplas unidades e
transferir arquivos, e software de gerenciamento e edição básica. As duas entradas analógicas de áudio são
independentes, o que permite captação de conteúdo estereofônico diretamente de um mixer ou de
dois microfones. O F -1 grava o áudio em wave linear do tipo PCM broadcast (BWF) em 48kHz
e 16-bit e, para uso de microfones condensadores, vem equipado com Phantom Power.
A preocupação com a segurança dos dados não foi esquecida, pois o produto possibilita
a realização de backup via USB para HDs externos ou memórias flash, assim como copiar
o conteúdo do disco rígido por rede para vários computadores simultaneamente.
rG-1
RD-300GXO RD-300GX é a versão compacta do RD-700GX, com a maioria das funções
deste, mas com um sistema mais leve, perfeito para o transporte. Mesmo
com um chassi feito para condições de turnês, como estradas e aeroportos,
com acabamento em metal escovado na cor preta, o instrumento é, atual-
mente, um dos mais leves pianos digitais do mercado, pesando somente
16 quilos. Com polifonia de 128 vozes, 356 patches, 14 kits de percussão e
32 memórias, o modelo também permite customizar os sons de piano por
meio da função Piano Designer.
O RG-1 é um piano de cauda
compacto que, graças aos re-
cursos tecnológicos de última
geração desenvolvidos pela Roland,
supre todas as necessidades de mú-
sicos acostumados aos instrumentos
acústicos. O equipamento oferece
as sensações sonora e de toque
de um piano de concerto, obtidas
com o resultado de pesquisas realizadas com o
intuito de reproduzir o melhor mecanismo disponível em
modelos digitais. O sistema Progressive Hammer Action II
apresenta martelos pesados para as teclas graves que vão se
tornando progressivamente leves à medida que são tocadas
as notas mais agudas. O Ivory Feel reproduz a textura do
marfim e do ébano, com cada uma das 88 teclas construída
em camadas que absorvem o suor e a oleosidade natural das
mãos, proporcionando segurança à execução. Além disso, a
Roland foi pioneira ao reproduzir o Escapement, um pequeno
“click” existente quando a tecla é levemente pressionada, o
que cria um primeiro estágio para o toque, elemento presente
em qualquer piano de cauda acústico. E, em se tratando de
pedais, o modelo oferece três deles, com as funções de damper
(com meio pedal), soft (com meio pedal e função assinalável),
e sostenuto (também assinalável).
De nada bastaria um excelente mecanismo, no entanto, se o
som não fosse de altíssima qualidade. O RG-1, em resposta
a isso, apresenta notas sampleadas uma a uma - e não por
amostragem - e polifonia de 128
vozes, mais que suficiente para
qualquer performance. O equi-
pamento ainda conta com vários
parâmetros de customização, com
o objetivo de aproximá-lo dos desejos do
músico e satisfazê-lo plenamente. Entre
esses ajustes, estão a possibilidade de
controlar o peso das teclas, assim como a
resposta do martelo, o temperamento e a
curva utilizados na afinação, a ressonância
das cordas e muitas outras funções. Isso
faz que o RG-1 possa assumir as qualidades que o usuário
escolher, transformando-o em um instrumento particular, feito
sob medida para o seu gosto.
Para mais flexibilidade, estão disponíveis 20 timbres diferen-
tes, além de 340 sons internos para reprodução de arquivos
Standard MIDI Files, incluindo oito kits de bateria e um de
efeitos. Uma das principais inovações do produto é a porta
USB utilizada para a conexão de um pen drive e execução
de arquivos wave e SMF. Com apenas 73 centímetros de
profundidade e 75 quilos de peso, o RG-1 oferece equalizador
digital de quatro bandas, gravador digital com capacidade para
aproximadamente 30 mil eventos, amplificador estéreo com
potência de 80 watts - que alimenta dois alto-falantes e dois
tweeters - e saída para dois fones de ouvido, tudo em um
gabinete discreto e luxuoso, com acabamento preto acetinado
e banqueta com regulagem de altura.
rd-700GXrd-300GX
Novos Produtos
18 Música e Imagem 19Música e Imagem
Novos Produtos
MiCro-CuBe rX MiCro-CuBe Bass rX
dd-7O novo Digital Delay da BOSS, o DD-7, traz aos
guitarristas e músicos em geral ainda mais recur-
sos que seu antecessor. Afora todas as funções
disponíveis nos modelos anteriores, o pedal com-
pacto conta com inovações que fazem dele um
marco na história dos processadores. Uma delas
é o modo Analog, simulação do clássico DM-2 - o
primeiro pedal de delay analógico da marca – que
mantém a característica sonora “quente” do ori-
ginal, mas permite tempo de delay mais longo.
Além disso, as funções Modulate - em que um
efeito de chorus é acrescentado às repetições - e
Reverse – na qual o áudio é reproduzido em sen-
tido invertido – proporcionam mais possibilidades
ao instrumentista.
O DD-7, no entanto, oferece outras vantagens.
O delay digital pode ser configurado para até
6,4 segundos em mono, tempo inimaginável
para outros modelos de mesma categoria. Além
da alta qualidade produzida, portanto, o pedal
transforma-se em uma ferramenta criativa.
Colabora para isso, também, o modo Hold, que
permite gravar loops de até 40 segundos de
áudio em performance sound-on-sound, sobre-
pondo camadas sonoras e repetindo indefinida-
mente o resultado.
Com tantos recursos à disposição, o aparelho
exige facilidade de controle. Para tanto, a equipe
de engenheiros dotou o modelo com entrada
para pedal externo. Com isso, é possível alterar
os valores de Delay Time, Feedback e Volume por
meio de um pedal de expressão ou o tap tempo
do delay via footswitch, afora o próprio DD-7.
Para oferecer ainda mais flexibilidade, entrada
e saída estéreo estão disponíveis, com duplo
roteamento e processamento, o
que permite criar efeitos incrí-
veis e explorar novas possi-
bilidades. Enviar os sinais
direto e com delay para
saídas independentes,
por exemplo, é um
recurso perfeito para
gravações e con-
trole nas perfor-
mances ao vivo.
sl-20O novo pedal oferece um efeito inovador que inspira a criatividade do músico. Trata-
se de um gerador de grooves que “fatia” o áudio produzido pela performance
do instrumentista em pedaços e os emprega para a criação de padrões. Com
possibilidade de utilização de até 50 patterns, o SL - 20 Slicer permite ajustar
as características do efeito, como o ataque e a duração das repetições, além
da mix entre o volume deste em relação ao original. O recurso Harmonic Slice
constrói seqüências rítmicas baseadas nos acordes tocados, ao passo que o Loop Phrase
admite a gravação de até 40 segundos dos resultados no próprio equipamento. Obviamente, não
poderia faltar controle de tempo - via knob, tap ou MIDI – para ajustar os grooves criados às velocidades
desejadas. O equipamento ainda conta com uma grande variedade de padrões de saída e paneamento 3D,
que faz o áudio circular pelo panorama estereofônico de acordo com o groove produzido. O aparelho traz, no
conjunto de conexões, entrada e saída estéreo, jaque para pedal de expressão e entrada MIDI.
O SL - 20 é uma ferramenta criativa tanto para composição e gravação quanto para apresentações ao vivo.
É perfeito para instrumentos (como guitarra, contrabaixo, teclado etc), vozes ou iPods e outros aparelhos de
reprodução sonora. Por conta disso, DJs e artistas de música eletrônica podem utilizar o produto como uma
um recurso rítmico de altíssima performance.
P-10O Visual Sampler P-10 grava e reproduz com fidelidade imagens
e vídeos utilizando cartões de memória SD e SDHC. Com in-
terface do tipo sampler e display colorido LCD, que elimina a
necessidade de monitores externos, o equipamento possibilita
disparar videoclipes e figuras por meio dos 12 pads situados
no painel superior. Até 864 clipes, ou 86.400 figuras, podem
ser atribuídos a 72 bancos, o que proporciona flexibilidade e
rapidez ao usuário, e cada projeto comporta até 9.999 arquivos.
Efeitos visuais - como Repeat, Reverse, Strobe, Speed, Color,
Output Fade, Slide Show - e modos de reprodução Forward
Loop, Alternate Loop, One Shot (2 tipos) e Gate (2 tipos),
permitem manipular vídeos e imagens com criatividade e
facilidade. O P-10 possui entradas e saídas de
vídeo Composite e S-Video, e de áudio RCA
(estéreo), além de MIDI In, Out e Thru, e
porta USB para transferência direta de
arquivos de mídia para o computador.
O equipamento é compatível, tam-
bém, com o protocolo V-Link.
TdW-20Além de ser uma alternativa valiosa aos instrumentos acústicos,
tanto em palco quanto para estudo, a bateria eletrônica TD-20
é muito útil para músicos em gravações. Buscando aprimorar
ainda mais o poder desse equipamento, a placa de expansão
TDW-20 intensifica a expressividade do módulo de percussão
com novos sons, efeitos de ambiência, maiores possibilidades
de edição e uma interface de customização de peças mais
rápida e flexível.
A TDW-20 oferece extensa gama dinâmica nos tambores e
fácil controle da sonoridade no chimbal, ampliando o módulo
TD-20 com outros 300 sons. Afora isso, a placa de expansão
apresenta opções de ambiência, otimizadas
para baterias e com possibilidade de ajuste
fino. Entre aprimoramentos de edição de
timbres, foram acrescentados vibrações de
esteira de caixa, parâmetros de captação para
o kick e a função Kit Resonance, que configura
o modo como o som do bumbo afeta o das
outras peças. Estão disponíveis, também,
novas posições dos microfones virtuais, assim
como o tamanho deles, tipos de paredes e
outros elementos.
Um amplificador portátil, com muito volume, efeitos BOSS
e levadas de bateria! O sonho de guitarristas e baixistas
finalmente chega ao mercado: a nova linha Micro-Cube RX
oferece dois modelos desenvolvidos especificamente para
esses instrumentos.
Apesar do tamanho compacto, cada cubo possui potência
sonora suficiente para surpreender os mais fanáticos aman-
tes de volumes altos. Isso é resultado do trabalho de dois
amplificadores que, em conjunto com os quatro alto-falantes
construídos especialmente para os modelos, oferecem ex-
celente rendimento. Essa tecnologia - criada originalmente
para o lendário JC-120 Jazz Chorus – também
constrói uma imagem estereofônica de
grande imersão e produz graves pre-
sentes e com alta qualidade, fatores
que parecem desafiar o tamanho dos
equipamentos. Aliado a tudo isso, o
processador de efeitos incorporado é
responsável pela produção de chorus
impressionantes e de reverbs profun-
dos, além da tecnologia COSM. Esta
permite simular oito tipos diferentes
de amplificadores, seis efeitos digi-
tais, equalizador de três bandas e
afinador cromático.
O Micro-Cube RX e o Micro-Cube
Bass RX ainda vêm equipados com
diversos ritmos de bateria com
variação de andamento para que o
músico possa praticar como se estivesse utilizando um
metrônomo, mas com maior interesse. Basta escolher um
dos grooves disponíveis para melhorar a precisão rítmica e,
ao mesmo tempo, curtir uma experiência mais artística ou
apenas divertir-se fazendo jams com as levadas. O equipa-
mento conta, além da entrada principal (em que é possível
conectar guitarra, baixo ou microfone), com conexão AUX IN
(para iPods, CD players ou instrumentos em linha). Ambas
podem ser utilizadas simultaneamente, oferecendo opções
de acompanhamento para o estudo ou mesmo apresenta-
ções. E, para quem quer gravar suas performances ou não
quer incomodar os vizinhos, o equipamento oferece a saída
REC OUT/PHONES.
Para confirmar a vocação de portabilidade do equipamento,
o Micro Cube RX funciona com fonte de alimentação ou
seis pilhas AA que permitem autonomia de até 13 horas de
uso contínuo.
20 Música e Imagem 21Música e Imagem
Juno sTaGe
Desenvolvido especialmente para uso em
palco, o novo sintetizador da Roland oferece
uma seleção de timbres essenciais, escolhida com
cuidado para abranger os mais utilizados pelos músicos. Entre
eles, o destaque é o piano estéreo, com multisamples de 88 notas
amostrados em quatro níveis de sensibilidade, usando a mesma tecnologia da
linha Fantom-G. Além disso, o teclado pode ser expandido e customizado, com a instalação
de até duas placas de ondas SRX.
Para uso em apresentações, o Juno Stage oferece ferramentas difíceis de serem encontradas em outros sin-
tetizadores de sua categoria. Uma delas é a presença de botões dedicados para acesso instantâneo aos bancos dos
timbres mais utilizados, os favoritos. O tecladista consegue, também, acionar os patches por meio de um footswitch
duplo conectado à entrada Patch Select, permitindo que ele nunca tire as mãos do instrumento. Otimizado ao extremo
para performances ao vivo, o produto possui controles acessíveis para equalização master e ajuste de reverb, além
de dois switches localizados acima do joystick de pitch bend que podem ser usados para ligar os efeitos de rotary e
o portamento, entre outros recursos.
Com polifonia de 128 notas, multitimbralidade de 16 vozes e 76 teclas com ação de sintetizador, o equipamento traz
um amplo display LCD, porta USB para reprodução direta de Standard MIDI Files e arquivos de áudio (mp3, wave e
aiff), com função de cancelamento de vocais, e saída dedicada para metrônomo, extremamente útil para performances
em conjunto com um baterista.
O Juno Stage serve tanto àqueles que o utilizam como controlador MIDI quanto aos que necessitam de um instrumento
para performances-solo com canto, graças à entrada de microfone XLR com phantom-power, vocoder e reverb.
r-44 Projetado para uso profis-
sional, o R-44 é um gra-
vador de tamanho
compacto, desen-
volvido para traba-
lhar juntamente
com vídeo em
captações exter-
nas com boom, ideal para
produções publicitárias, dramatúrgicas
e cinema. O equipamento registra até quatro
canais de áudio sem compressão, com opções de
resolução em 16 ou 24 bits e taxa de amostragem de
44.1kHz, 48kHz, 88.2kHz ou 96kHz, afora a opção de
192kHz estéreo. Como mídia, a solução utiliza cartões
de memória SD ou SDHC de até 8GB de capacidade de
armazenamento, o que garante 755 minutos de gravação
com qualidade de CD, nos formatos wav ou BWF. Com
quatro entradas combo XLR/TRS com Phantom Power,
conexão digital In/Out (RCA) e microfones estéreo
embutidos, além de quatro saídas de linha indepen-
dentes e porta USB para conexão com computadores
e transferência rápida de arquivos, o aparelho oferece
flexibilidade e uma ampla gama de aplicações.
ua-25eXA nova interface da Edirol, a UA-25EX, é resistente, compacta e recheada de recursos. Ideal para engenheiros de áudio
que trabalham com computadores e apreciam mobilidade, o equipamento proporciona resolução de até 96kHz em 24
bits. Afora isso, possui dois pré-amplificadores de microfone de qualidade profissional, com entradas combo XLR/TRS
e Phantom Power, conexão Hi-Z para uso com instrumentos musicais como guitarras, além de entrada e saída ópticas
S/PDIF e MIDI, e fonte alimentada pela porta USB de baixo ruído. Para as gravações, a UA-25EX oferece compressor
analógico com tempos de ataque e controle de threshold variáveis, desenvolvido especialmente para o registro de
vocais e instrumentos de grande faixa dinâmica. Além disso, o limiter, também analógico, previne a ocorrência de clips
durante a captação. A presença de ruídos é evitada pela blindagem contra altas freqüências decorrentes de outros apa-
relhos elétricos e pela nova função terra, que permite o uso do equipamento tanto
em estúdios quanto em aplicações ao vivo. Para completar os recursos da
interface, ela vem acompanhada de drivers ASIO, WDM, MME e CoreAudio,
além do pacote Cakewalk Production Plus Pack com os softwares Sonar
LE, Project 5 LE e Dimension LE.
O novo switcher de vídeo Edirol V-8 possui todas as
características de seus antecessores, mas com maior
quantidade de canais, duas entradas RGB selecionáveis,
saída de monitoração e efeitos. Mais de 500 linhas de
resolução asseguram alta qualidade de imagem, mes-
mo depois do processamento e da mixagem digitais.
O equipamento oferece sete conexões BNC composto,
quatro S-Video e duas D-SUB 15 pinos, e preen-
che uma lacuna existente em um mercado
sedento por modelos de baixo custo
e boa resposta: o V-8 conta com
processamento interno de 4:2:2
a 8 bits. As conexões D-SUB
15 pinos possibilitam conectar
dois computadores diretamente
ao switcher que, graças ao conversor
incorporado, viabiliza o uso de sinais RGB
VGA e UXGA. O equipamento também com-
porta a utilização de efeitos de luminância e chroma key,
e permite utilizar logos e textos produzidos em micros
sobre vídeos de background, ampliando a interação entre
computação gráfica e aplicações visuais. Efeitos tradicio-
nais de colorize e negative estão incluídos, assim como
feedback, afterimage, emboss, find edge e outros. Além
disso, também há a possibilidade de compor duas ima-
gens com o Picture-in-Picture, adicionando efeitos,
e customizar as transições das fontes A e B. O
aparelho pode ser controlado remotamente
pela série de produtos PR da Edirol e,
além disso, oferece a função Audio
Follow Vídeo, permitindo que,
conectado via MIDI à mesa de
áudio digital M-400 da linha
RSS, o áudio seja sincronizado
com o vídeo, fazendo a transi-
ção simultânea entre as fontes.
v-8
MoBile CuBe
Tamanho não é documento, principalmente
quando a tecnologia Roland trabalha no
desenvolvimento de um equipamento por-
tátil. Com potência suficiente para a maioria
das aplicações em que um cubo normal é
utilizado, o Mobile Cube é um amplificador
estéreo que aceita qualquer tipo de instru-
mento eletrônico ou fonte de áudio, incluin-
do microfones, violões elétricos, guitarras,
drum machines, mp3 players etc. Para isso,
o equipamento conta com três entradas,
sendo uma estéreo, e potência de 5 watts
distribuída em dois alto-falantes de 10cm.
Se não bastasse, o pequeno notável carrega
efeitos de reverb, chorus e distorção, entre
outros, e possui a função Center Cancel,
ideal para karaokê. O Mobile Cube funciona
alimentado por pilhas, com autonomia de
até 15 horas de uso contínuo, ou fonte de
alimentação externa.
Novos Produtos
22 Música e Imagem 23Música e Imagem
538Md-27
GW-8Disponibilizar grande
variedade de estilos de acom-
panhamento e timbres para a execução de
world music. Este é o objetivo principal do novo
arranjador da Roland, o GW-8. Mas não é apenas isso
que o workstation oferece. Desenvolvido no Japão com
o auxílio de Sergio Terranova, gerente de produtos da
Roland Brasil, o equipamento traz desde instrumentos
característicos da cultura brasileira, como a viola caipira
e o cavaquinho, até levadas de ritmos populares e fol-
clóricos, como o forró e o bumba-meu-boi.
Criado especialmente para músicos de eventos, que
se apresentam geralmente sozinhos, o GW-8 traz
polifonia de 128 vozes com geração de sons derivada
da série Fantom-X, o que se traduz em qualidade e va-
riedade de timbres. A memória interna de 256MB traz
mais de mil deles, afora 128 performances, 41 drum
kits e bancos dedicados aos instrumentos étnicos,
além dos dados de usuário com 228 performances
e 100 tones.
Também pode-se destacar a variedade de estilos
de playback interativo, conhecidos como ritmos de
auto-acompanhamento, com foco nos gêneros latino-
americanos acrescidos de outros escolhidos ao redor
do mundo, sem esquecer os mais populares de todas
as épocas e regiões, como pop, rock, dance, jazz etc. E
para uma performance ainda mais natural, essa seção
oferece quatro introduções, variações e finalizações,
afora os fill-ins.
Para quem pretende utilizar ainda mais recursos do
equipamento, o GW-8 possui gravador digital MIDI de
16 pistas capaz de registrar, em tempo real, perfor-
mances recheadas de efeitos. Além disso, o modelo
reproduz arquivos mp3, wave, aiff e SMF diretamen-
te de um pen drive ou módulo de armazenamento
externo graças à entrada USB. A fim de enriquecer
e facilitar a performance ao vivo, o workstation traz
vários controles como o D-Beam e o knob Analog
Modify, que permitem ajustes e alterações instantâneas
dos timbres. Oferecendo acabamento que sons e rit-
mos produzidos pelo GW-8 merecem, estão disponíveis
três tipos de chorus, cinco de reverb e 78 efeitos.
r-09hrO R-09HR é um gravador digital portátil profissional que
traz recursos inéditos em produtos de sua categoria. Além
de gravação em mp3 e wave de alta resolução em até 24
bits/96kHz - de baixo ruído graças à tecnologia Isolated
Adaptive Recording Circuit (I.A.R.C.) -, o equipamento da
Edirol oferece microfone condenser estéreo incorporado.
Por conta de necessidades específicas, no entanto, o usuário
pode inserir áudio de fontes externas, sejam captadores ou
aparelhos de som, pela entrada de linha disponível.
Para reprodução do material registrado, o R-09HR apresenta
alto-falante embutido e saída para fones de ouvido e linha,
permitindo que, além de uma audição preliminar, seja possível
amplificar externamente o material registrado. Para aqueles que
precisam editar o conteúdo sonoro e utilizá-lo em produções
mais elaboradas, o equipamento oferece porta USB 2.0 para
rápida transferência de dados para o computador e vem acompa-
nhado do software de edição Cakewalk Audio Creator LE. Entre
as outras facilidades que o produto disponibiliza,
estão controle remoto sem fio, capacidade de
armazenamento de até 32GB em cartões de
memória SD ou SDHC, e display OLED (Orga-
nic Light-Emitting Diode). O Edirol R-09HR
possibilita, de maneira fácil e descompli-
cada, gravar com alta qualidade em qual-
quer tipo de condições, e é ideal para
repórteres, executivos, estudantes,
músicos e produtores.
MT-90uO MT-90U reproduz arquivos MIDI, mp3 e wave diretamente
de pen drives ou outras fontes externas, como disk drives
ou CDs, por meio da porta USB. Entre as facilidades que
apresenta, estão a possibilidade de alterar tanto o tempo
quanto a afinação das músicas, o con-
trole remoto para todas as funções do
player e a entrada de microfone com
efeito de eco para uso como karaokê,
facilitado pela apresentação da letra
das canções no display. O tamanho
reduzido e o pouco peso fazem dele
o companheiro ideal para viagens,
turnês ou aulas.
A Rodgers apresenta o modelo 538MD-27, um novo conceito em órgão clássico
de dois manuais, com as proporções ideais para instalação em uma grande va-
riedade de ambientes, como igrejas, teatros, escolas de música e, até mesmo,
residências. O modelo utiliza a conceituada tecnologia Rodgers, que proporciona um
sampleamento de sons de órgãos de tubos autênticos, incluindo novas amostras
de instrumentos alemães.
Entre os diferenciais do equipamento, destaca-se a entrada USB (USB Host Port),
que permite a utilização de dados externos por meio de um pen drive ou hard disk,
recurso exclusivo para essa categoria de instrumento musical. Afora isso, chamam a
atenção o visor gráfico LCD - que oferece ótima visualização de parâmetros e fácil interface com
o usuário, proporcionando acesso simples e rápido às operações -, o acabamento externo do console em madeira escurecida,
e a pedaleira radial flat de 27 notas.
O Rodgers 538 possui sonorização própria, com dois canais de 60 watts cada, oferecendo a possibilidade de instalação de am-
plificadores externos, o que pode enriquecer ainda mais o som ambiente.
Entre os recursos e variedade de timbres, uma das características fundamentais dos órgãos Rodgers, destacam-se 63 organ
voices, 24 orchestral voices, 32 memórias gerais e 20 para cada manual, 8 temperamentos, tutti, pedal de expressão, transpose
e efeitos de reverb digital, entre outros. A customização é também um ponto importante a ser realçado. Em órgãos de tubo
tradicionais, a realização do VOICING (regulagem e ajuste de sons) exige um consumo de tempo muito grande, além da utilização
de ferramentas especiais e, principalmente, mão-de-obra altamente qualificada. Nos modelos digitas, entretanto, o processo é
simplificado, pois possuem tecnologia própria de edição de vozes e ajuste das notas, que é feito tecla a tecla.
Por conta de todos esses fatores, o órgão Rodgers 538 atende a diversas necessidades, com versatilidade, inovação, discrição
e o padrão de qualidade, tradição e excelência que fez da marca a mais conceituada entre os músicos.
C-30
O C-30 reproduz fielmente a delicadeza do mais tradicional
instrumento de teclas: o cravo. A intenção da Roland foi
fazer que esse som se tornasse disponível para mais pes-
soas e permitir que a experiência de tocá-lo pudesse ser
facilmente usufruída em casa ou qualquer outro local.
Seja em performances-solo ou em grupos, o C-30 une
o melhor de dois mundos em um
equipamento digital com todas
as características existentes no
original. Com 61 teclas desen-
volvidas especialmente
para simular a ação dos
teclados de cravos acús-
ticos, o modelo reproduz
até mesmo o ruído pecu-
liar da ação dos plectros
sobre as cordas, com
possibilidade de ajuste
de parâmetros.
Novos Produtos
Além disso, o C-30 é leve, o que permite que seja transpor-
tado facilmente. O gabinete, compacto, foi concebido no
estilo conhecido como virginal e pode ser personalizado com
gravuras à escolha do usuário para a tampa e vitrais laterais, o
que auxilia na criação da aparência mais conveniente ao local
de apresentação.
O grande destaque do modelo, no entanto, é a sonoridade.
Com 128 notas de polifonia, o Digital Harpsichord oferece
quatro sons de cravo (French, Flemish, Fortepiano e Dynamic),
cada um deles com quatro variações – 8 Feet I (back), 8 Feet
II (front), 4 Feet e Lute. Além disso, dois sons de órgãos po-
sitivos estão disponíveis, assim como cinco diferentes modos
de temperamento (Equal, Werckmeister, Kirnberger, Vallotti
e Meantone) e duas alternativas à afinação normal (415 Hz
ou 392 Hz). Oito tipos de reverb, recursos de transposição e
possibilidade de conexão de pedal damper complementam o
instrumento, dotando-o de mais flexibilidade e modernidade
sem que se percam as características mais marcantes dos
cravos tradicionais.
24 Música e Imagem 25Música e Imagem
V-Link
Interação
Integrar equipamentos de vídeo e áudio costumava ser um processo complicado. Associar dois mundos tão próximos e ao
mesmo tempo distantes no que diz respeito ao mercado - apesar de unificados na visão do público – é um desafio que poucos
ousaram enfrentar. No entanto, a Roland, grande conhecedora das necessidades dos músicos, encontrou a solução. A vasta
experiência que possui na fabricação de instrumentos, aliada ao conhecimento adquirido na produção de aparelhos da linha
Edirol para vídeo profissional, permitiu a ela desenvolver o protocolo V-Link. Esse padrão proporciona, tanto ao segmento mu-
sical quanto ao de áudio e vídeo, uma mudança de parâmetros significativa, por tornar esse processo mais simples, ilimitado,
extremamente criativo e acessível a todos. Literalmente, a empresa diz ao mercado: bem-vindo ao futuro!
O revolucionário padrão desenvolvido pela Roland oferece novos horizontes ao mercado
RECURSOSGraças aos fenômenos do DVD e do
YouTube, o mercado já não se satisfaz
apenas com o áudio. Além disso, com a
popularização das câmeras DV, mini DV e
HDV - e dos projetores multimídia e data
shows com custos extremamente aces-
síveis - qualquer banda, seja de que porte
for, pode incluir performances de vídeo
em suas apresentações.
A solução da Roland aposta nos
comandos em tempo real, facilitando o
acesso do público às mensagens que o
artista deseja transmitir. Com essa ino-
vação, músicos podem “tocar” imagens
diretamente de seus instrumentos e, até
mesmo, controlar uma câmera por meio
dos produtos Edirol.
Com o protocolo V-Link, tudo se torna
fácil. Uma simples conexão MIDI faz a
magia acontecer. Os instrumentistas
têm em suas mãos poderosas ferra-
mentas de integração e podem elevar
suas performances a outro patamar de
comunicação audiovisual. É possível, por
exemplo, cada tecla de um sintetizador
ou controlador MIDI corresponder a uma
mudança de clipes de imagens. Ou criar
efeitos radicais de vídeo em tempo real
por meio dos filtros de painel de teclados,
reproduzindo-os por um projetor durante
o show de uma banda.
APLICAÇÕESUm exemplo de aplicação do protocolo V-Link é o conjunto Fantom-G - sintetizador
topo de linha da Roland - e Motion Dive .Tokyo (ou Edirol Motion Dive MD-P1S) -
software e hardware extremamente simples e de baixo custo que trabalham com
loops de imagens em movimento. Estes permitem usar tanto figuras pertencentes
a uma enorme videoteca que acompanha o produto quanto as que são carregadas
pelo usuário. Além disso, o equipamento possibilita a sincronização do tempo da
música com a velocidade do loop de vídeo, a troca dos bancos de imagens por meio
dos pads ou dos botões de sequencer do painel da workstation e a alteração no
brilho com o controle de infravermelho D-Beam, entre outras opções. É importan-
te, portanto, para quem pretende utilizar essa
solução, verificar na tabela de especificações
dos aparelhos quais possuem compatibilidade
com o protocolo V-Link.
V-Mixer M-400
V-8 - Painel traseiro
MIDI INMIDI OUT/THRU
MIDI cable
No universo da música eletrônica, por exemplo,
existem muitas equipes que contam com profissionais
de vídeo especializados em efetuar a sincronia com o
áudio, os chamados VJs. Entretanto, com as facilida-
des encontradas nos dias de hoje, o próprio DJ pode
desempenhar esse papel em tempo real. No caso de
uma performance com banda, a tarefa dele fica mais
simples. Basta utilizar um Motion Dive juntamente
com um mixer V-4, aparelho extremamente simples e
barato. Com esses equipamentos, é possível misturar
os loops de imagens em movimento com os vídeos
captados pela câmera, proporcionando recursos mais
interessantes como colocar os integrantes em outros
ambientes ou cenários virtuais e, até mesmo, fazer
recortes por cores, tarefa que há 10 anos apenas se-
ria viável com aparelhos de dezenas ou centenas de
milhares de dólares.
Com a Edirol, portanto, a Roland tornou-se a úni-
ca empresa do mundo que possui produtos na área
de áudio e vídeo profissionais, além de promover a
integração entre eles. A linha RSS, que conta com
sistemas de distribuição de áudio a longas distâncias
e consoles digitais para apresentações ao vivo (Sound
Reinforcement), pode ser integrada a switchers para
efetuar a sincronização, como, por exemplo, quando
vários DVDs e arquivos Power Point com áudio estão
atrelados a um sistema de projeção de uma sala ou
teatro. Conectando um switcher V-440HD (high de-
finition) ou um V-8 (standard definition) a um console
digital M-400, o técnico consegue operar a mesa ape-
nas selecionando as fontes de vídeo, inclusive fazendo Fantom-G
MIDI INEdirol Motion Dive .Tokyo
Performance Package
crossfades e cortes “secos” que a mesa também realizará
durante a transição do áudio.
O sistema V-Link também simplifica o processo de edição
de imagens. Para isso, é preciso utilizar o Edirol DV-7PR Digital
Video Workstation - produto que possui ferramentas de edição,
gerador de caracteres, processamento e finalização de vídeo -
conectado a um VS-2000CD/2400CD. (Alex Lameira)
Seguem alguns comandos MIDI, como Control Change,
Pitch Bend, After Touch e Note On/Off, para serem utiliza-
dos como protocolo de audiovisual. Neste caso, o Motion
Dive serve de parâmetro para imagem:
NOTE TX CH
Pelos canais MIDI, o banco de imagens será selecionado
Valores: 1–16
TEmPO DE FUSÃO (DISSOLVE TImE)
O número de Control Change controla o tempo de fusão
Valores: OFF, CC1, CC5, CC7, CC10,
CC11, CC71-74, CC91-93, Channel Aftertouch
CTRL TX CH
O canal MIDI controla parâmetros de cores Cb/Cr, brilho
e chaveamento do efeito de vídeo
CONTROLE DE COLOR Cb
(quantidade de azul na imagem)
O número de Control Change ajusta o Cb color da imagem
CONTROLE DE COLOR CR
(quantidade de vermelho na imagem)
O número de Control Change ajusta o Cr color da imagem
26 Música e Imagem 27Música e Imagem
Capa
Oswaldo de Almeida e Silva, o Oswaldinho do Acordeon, nasceu em Duque de Caxias, Rio de Janeiro, no dia 5 de junho
de 1954. A família era do interior da Bahia, mais precisamente da cidade de Euclides da Cunha, próxima a Canudos, de Antônio
Conselheiro. O avô, “Seu” Aureliano, mestre sanfoneiro, ensinou o ofício ao filho, mais tarde conhecido como Pedro Sertanejo.
Este embarcou, em 1946, rumo ao Sudeste em busca da fama, tentando firmar-se na carreira artística. Acordeonista, compositor,
afinador de instrumentos e radialista, inaugurou, 20 anos depois de sua chegada, o primeiro forró da capital paulista, local que
se tornou o principal ponto de encontro de nordestinos. Já em 1964 havia fundado o selo Cantagalo, um dos mais importantes
centros de lançamento de artistas regionais. Por ali passou a maioria dos sanfoneiros, trios e cantores da época, como Domin-
guinhos, Genival Lacerda, Abdias, Jacinto Silva, Anastácia e Fúba de Taperoá.
Além de agitador cultural, Pedro Sertanejo gravou mais de 40 discos e compôs cerca de 700
canções, deixando sua marca na maior cidade da América Latina e na história da música
popular brasileira. Sua casa era ponto de encontro de sanfoneiros. Ali eles se reuniam
para tocar, trocar informações ou apenas “prosear”. Os mais freqüentes eram Luiz
Gonzaga, Zé Gonzaga e Sivuca. Em um ambiente tão cultural, era esperado que o
pequeno Oswaldinho demonstrasse interesse por esse universo. A primeira sanfona,
de quatro baixos, surgiu aos 7 meses de vida. E, conforme a criança crescia, o brin-
quedo transformava-se em paixão. Com 6 anos, começou a aprender com o pai. Aos
8, estreava em estúdios, participando da gravação da música “Menino do Pirulito”, em
um dos discos dele. Nessa época, seguiu a família rumo a São Paulo.
Bebeu da fonte até os 12, ouvindo e estudando composições
de Gonzaga, Dominguinhos, Manoel Silveira, Sivuca e outros
artistas. Chegando à capital, teve dificuldades em encon-
trar um professor. Na cidade grande, o acordeão - vítima
de preconceito assim como os nordestinos - era cultu-
ado na intimidade. Muitos tocavam, mas evitavam se
apresentar ou lecionar. Por conta disso, durante seis
anos Oswaldinho focou seus estudos no piano.
A grande virada aconteceu quando conheceu o
professor italiano Dante D’Alonzo, que lhe ensinou
música clássica e como tirar o melhor proveito de
seu instrumento nesse gênero. Aprendeu a ler e
escrever partituras, conhecimento que, de certa
forma, foi fundamental para consolidar sua carreira
artística. De volta à Europa, o mestre incumbiu
Paolo Feolla de continuar o trabalho que começara.
O talento do pupilo aflorou ainda mais e rendeu a
Oswaldinho uma bolsa de estudos no Conserva-
tório Dante, da cidade de Milão, na Itália.
No retorno ao País, utilizou toda essa informação na bus-
ca por uma estética própria, em que suas raízes fundem-se
ao erudito e a outros gêneros. Admirador confesso de Luiz
Gonzaga e Sivuca, não hesitou em tocar Beethoven em ritmo
nordestino ou “Asa Branca” em blues. O ingresso no circui-
to MPB ocorreu no grupo Bendegó, pelo qual estabeleceu
contato com a vanguarda da música nacional da época: Odair
Cabeça de Poeta e Grupo Capote, Tom Zé, Moraes Moreira,
Baby Consuelo e Pepeu Gomes, Fagner, Djavan e Renato
Teixeira, entre outros. A lista daqueles que puderam contar
com seu toque pessoal em gravações e apresentações é
enorme e nela constam desde Alceu Valença e Gonzaguinha,
passando por Elba Ramalho, até Paul Simon, Freddy Mercury
e Al Jarreau, sem esquecer Nelson Ayres e Amilson Godoy,
entre muitos nomes.
A dedicação ao acordeão, no entanto, deixou algumas
seqüelas. Uma hérnia de disco passou a incomodá-lo, a tal
ponto que os movimentos começaram a ficar comprometi-
dos. Submetido a uma cirurgia, teve medo de ser necessário
abandonar a carreira. Em plena reabilitação, conheceu um
novo instrumento, trazido ao País por Takao Shirahata, presi-
dente da Roland Brasil, especialmente para ele. O V-Accor-
dion ganhou um fã e um patrono. Explorando a tecnologia
embarcada no equipamento sem esquecer suas principais
influências – Dominguinhos, Sivuca, Caçulinha, Orlando Sil-
veira, Maestro Chiquinho e Pedro Sertanejo, – Oswaldinho
do Acordeon, mais uma vez, funde o moderno e o antigo, o
novo e o tradicional.
O acordeão viveu seu auge e, na seqüência, so-freu forte declínio. A que você credita esse fato?
O problema surgiu com a Jovem Guarda. Antes disso,
porém, segundo pessoas com mais idade que eu, houve
um encontro de acordeonistas no Maracanã e as sanfonas
estavam muito desafinadas, com um monte de gente tocando
em timbres diferentes. Isso prejudicou a audição de quem
tem ouvido apurado e o acordeão passou a ser considerado
instrumento de conservadores, de velhos. Quando surgiu
o órgão, foi deixado de lado. As pessoas tinham vergonha
porque achavam que era para valsinha, dobrado, forró. Alguns
falavam que ele não estava apto a outros tipos de música,
principalmente aqui no Brasil. Quem dava aula fazia questão
de não colocar na placa, de tanta perseguição. Na época do
forró, a gente andava com ele dentro de uma caixa e era pre-
ciso atravessar a rua, porque as pessoas não aceitavam. Era
RetratoeM BranCas e PreTas
Reconhecido como um dos mais influentes músicos nacionais, Oswaldinho do Acordeon adotou o V-Accordion como instrumento do coração
DOMINGUINHOS E OSWALDINHOAmigos de longa data e muitas histórias em comum
um preconceito muito grande. Tocava órgão em bailinhos e, de
repente, pegava o acordeão, mas não podia usar o som acústico
que o pessoal me mandava parar. Essa evolução foi gradativa.
Quem “forçou” essa barra, do instrumento sair dos palcos de
forró para os teatros, foi o Dominguinhos, quando começou a
trabalhar com Gilberto Gil e Gal Costa. Naquela época, até Luiz
Gonzaga o esqueceu um pouco, por incrível que pareça.
Você acha que esse panorama está se modificando?
Muito, porque os filhos e os netos das pessoas que
tinham preconceito aderiram ao instrumento com grande
facilidade por causa da tecnologia. Quem está acostumado,
percebe que o acordeão é um teclado de pescoço. Então,
não tem vergonha.
O acordeão no Brasil sempre foi muito ligado à mú-sica regional. Em outros países isso é diferente?
Ele faz parte da cultura de todos os países que visitei. Na
França, por exemplo, até hoje usam o mesmo ritmo. Na Itália
e na Alemanha, também. Brasileiro é que gosta de inovar. Para
me destacar e não ser mais um conservador, gravei música
clássica em ritmo de forró. Fui o primeiro a utilizar pedal. A crítica
me massacrou. Disseram que estava perdendo a originalidade,
trocando violão e cavaquinho, instrumentos de regional, por
guitarra e contrabaixo. Nem para fazer São João eles me convi-
davam. Falavam que era muito clássico. Mas insisti. Hoje, tenho
personalidade no meu trabalho e tudo que eu fizer, “tá valendo”.
Conquistei esse espaço debaixo de muita bordoada.
Por que foi estudar na Europa?
Estudei música clássica por 18 anos e ganhei uma bolsa
para Milão. Minhas raízes sempre foram nordestinas, no en-
tanto precisava conhecer mais o instrumento e outros gêneros,
além de aprender a escrever, até para orquestra sinfônica.
Enfim, saber música. Percebi que o acordeão não é regional,
mas universal.
27Música e Imagem
28 Música e Imagem 29Música e Imagem
Temos instrumentistas muito talentosos que não são valorizados por aqui...
Santo de casa não faz milagre. Deveriam dar mais valor, mas os
músicos têm que ser bem preparados. Para um artista, não basta
o dom. É preciso ser um sucesso como pessoa, ter bom relaciona-
mento. Se alguém possui talento, mas for um péssimo indivíduo,
sem respeito com seu trabalho e nem com o do próximo, a própria
arte se encarrega de tirá-lo do meio. Ela é que nos escolhe. Se nós
anulássemos totalmente o ego, a música seria outra coisa. Acredito
que há desvalorização porque ninguém sabe se comportar. O artista
precisa ter a cabeça nas estrelas e os pés no chão. É necessário,
nas escolas, preparar o aluno para quando for famoso. Ele demora
a chegar lá e, depois, pode colocar tudo a perder. A vaidade sobe
acima da capacidade. Põe o sujeito lá em cima, retira a escada e
espera o tombo. As pessoas estão trabalhando com música e é
fundamental lidar com ela em todas as vertentes possíveis. Mas
sempre com dignidade, respeitabilidade e amigavelmente, aprovei-
tando os espaços.
Como conheceu o V-Accordion?
O Takao me convidou para visitar a Roland e ver um novo ins-
trumento. Eu estava, praticamente, vindo de uma cirurgia. Por isso,
a primeira pergunta que fiz foi: qual o peso? Quando cheguei lá e
vi o equipamento, achei a cor interessante. Era bem diferente e
aquilo chamou a atenção. Ele me deixou tocar e, logo que peguei,
senti que era mais leve que o meu, por não ter cavaletes. Ouvi as
variações de timbre e fiquei apaixonado. Na época, trabalhava com
dois acordeões: um acústico e um MIDI, que usava em um pedestal.
A Roland possibilitou que eu tivesse ambos em um só.
hisTória O cheng, instrumento chinês constituído por recipiente
de ar, canudo de sopro e tubos de bambu, pode ter sido o inspirador do acordeão. Para produzir som, cada tubo possuía um encaixe para posicionar uma lingüeta ou pa-lheta, que vibrava com a passagem do ar. Esse sistema foi levado para Rússia, onde foi aplicado em tubos de órgãos litúrgicos, e seguiu para a Alemanha.
Em 1822, na capital daquele país, Friedrich Buschmann foi o primeiro a produzir um modelo básico de “sanfona”. Pouco depois, na Áustria, Cirilo Demian construiu um exemplar de palheta livre, teclado e fole capaz de produzir acordes. Estava inventado e patenteado o acordeão. Com a inclusão da escala cromática, o equipamento tornou-se apto a produzir qualquer melodia ou harmonia, fato que possibilitou o aperfeiçoamento dos modelos seguintes.
fesTival inTernaCional roland de aCordeon
A etapa brasileira do 2º Festival Internacional Roland de Acordeon,
definida em 2 de setembro de 2008, foi vencida por Jackson
Jofre Rodrigues. Natural de Gravataí, o músico gaúcho recebeu um
V-Acordion FR-7. Com essa vitória, o instrumentista conquistou o
direito de representar o País na disputa do título de “Melhor Acor-
deonista do Mundo” em Roma, na Itália, e de concorrer a um prêmio
de cinco mil euros.
O catarinense Orimar Hess Júnior, de Luiz Alves, foi o segundo
colocado. A terceira posição ficou para o paranaense Ricardo Marcelo
Luiz, de São José dos Pinhais. Também participaram da competição
Antonio Alberto Frighetto Neto, de Altinópolis, São Paulo,
e Pedro Churandi Bernardy, de Ivaporã, Paraná.
Com o apoio da Vivo, que presenteou os finalistas com celulares, o evento contou com
um show especial de Oswaldinho e Dominguinhos. Os ícones do instrumento dividiram o
palco pela primeira vez para homenagear o mestre Sivuca.
Primeira edição A primeira edição do Festival Internacional Roland de Acordeon
ocorreu em 2007 e reuniu músicos do mundo inteiro. A final da etapa
nacional foi realizada em São Paulo e coroou Bruno Moritz Neto
como o melhor acordeonista do País. Com isso, o músico disputou
a decisão internacional na cidade de Pesaro, Itália. Ao lado de ou-
tros oito acordeonistas, o brasileiro concorreu ao prêmio de 5 mil
euros. O primeiro lugar, porém, ficou para Amélie Castel (França),
seguida de Pavlo Runov (Itália) e Uwe Steger (Alemanha).
Capa
ItáliaUma das fases mais importantes para o desenvolvimento do
acordeão aconteceu na Itália. Reza a lenda que, em 1863, um viajan-te austríaco teria pedido abrigo a um camponês em Castelfidardo. Encontrou repouso na casa de Antonio Soprani, pai de Paolo, e presenteou o jovem com um instrumento. O rapaz resolveu estudar os mecanismos e, assim, passou a aperfeiçoá-los. Após modificar as dimensões e alterar as vozes, iniciou a fabricação dos primeiros acor-deões italianos juntamente com seus irmãos Settimo e Pasquale.
Em 1976, na cidade de Stradella, Mariano Dallapè iniciou a confecção de seus próprios modelos. Quatro anos depois, a Salas foi fundada simultaneamente à Cooperativa Armoniche. Outras indústrias começaram a se instalar em Vercello após uma década, firmando a Itália como o grande centro produtor e responsável pelo aprimoramento do acordeão.
V-AccordionDepois do desenvolvimento no século 19, outro ciclo se iniciou graças a Ikutaro
Kakehashi. Em 1967, durante viagem a Castelfidardo, o fundador da Roland Cor-poration conheceu alguns fabricantes do produto. Fascinado com o instrumento, resolveu levar dois para o Japão, onde começou a alimentar a idéia de criar um modelo eletrônico.
Entretanto, alguns obstáculo se interpunham, como a padronização do instru-mento, a sensibilidade da ação dos foles e a arquitetura existente para a troca de registros. Junte-se a isso a necessidade de acondicionar o mecanismo em uma estrutura leve e compacta.
O desejo de Kakehashi foi consolidado anos depois pelos engenheiros da Roland Europa, estabelecida em San Benedetto, próxima a Castelfidardo. Graças aos resultados alcançados no desenvolvimento de novas tecnolo-gias, a empresa lançou o V-Accordion (Virtual Accordion). Nele, recursos avançados oferecem ainda mais flexibilidade ao equipamento: as formas de onda podem ser alteradas de acordo com o toque no teclado e a pressão de ar produzida pelo fole, e a vibração secundária das palhetas em conformidade com a duração da nota. (Rafael Furugen)
PREMIAÇÃOTakao Shirahata e Jackson Jofre Rodrigues,
vencedor da etapa brasileira
2928 Música e ImagemMúsica e Imagem
E quanto aos timbres?
Era tudo que eu queria. Além disso, existe a facilidade
de afinação. Quando se faz uma gravação que tem a base
pronta, sempre há uma diferença. Com o novo equipamen-
to, o músico consegue ajustar a afinação à base gravada.
Comecei a ver as vantagens que teria no estúdio. Afora a
leveza, estranhei um pouco o fole. A regulagem de fábrica
vem um pouquinho mais dura, mas é ajustável. Com isso
regulado, entendi que é um instrumento que se adapta à
pessoa que está tocando, se a mão é fina ou grossa. No
caso do peso do dedo do intérprete, é possível configurar o
teclado e a baixaria.
Você precisou alterar sua maneira de tocar?
Não. Às vezes, mexo no acordeão acústico e não noto
diferença. E até sinto falta dos outros recursos. É questão
de acostumar com ele, com o peso. E previne problemas de
postura. Quem toca o instrumento acústico tem tendência a
ter desvios de coluna. Os que usam o modelo Roland, sem
passar pelo outro, vão ganhar alguns anos de saúde (risos).
Há preconceito em relação a esse instrumento?
Não. As pessoas é que ainda não se acostumaram com a
facilidade que a Roland pode dar. Quem vai trabalhar em um
estúdio de gravação e é autodidata, por exemplo, se tiver que
transportar o tom de uma música, dará valor ao equipamento.
O instrumento facilita a vida dele. Se ele não souber tocar
em Mi maior ou La bemol, ele transpõe para Do maior, que
é o tom de pobre (risos). (Nilton Corazza)
30 Música e Imagem 31Música e Imagem
Não é de hoje que guitarristas de diversos estilos vêm adotando
as pedaleiras multiefeito como ferramentas práticas e confiáveis para
a construção de timbres das mais variadas espécies. Um exemplo
disto é Rafael Bittencourt, que usou o modelo BOSS GT-8 por
mais de um ano como único gerador de efeitos nos shows
da banda Angra, sempre conectado a amplificadores val-
vulados. O músico também utilizou esse equipamento
em linha em diversos workshops, ensaios e para seus
estudos diários.
Assim como ele, outros instrumentistas conse-
guem resultados surpreendentes com suas “máqui-
nas” em estúdio e também ao vivo, criando sons
que atendem a praticamente todos
os estilos. No entanto, a maioria
deles acaba se frustrando por
não conseguir aquele timbre
“matador” que procura. A ver-
dade é que, por oferecer tudo
em um único pacote, as pedaleiras
multiefeito freqüentemente se tornam
indecifráveis para os músicos, principal-
mente os semiprofissionais e hobbistas. Esta é,
realmente, a grande contradição dos modelos topo de
linha do mercado: eles foram desenvolvidos para facilitar
a vida dos guitarristas, mas muitos ainda se complicam
com menus de navegação e parâmetros que afastam os
artistas do “som ideal”.
Diversos fóruns de discussão encontrados na inter-
net estão repletos de usuários pedindo ajuda na criação
de timbres e no manuseio de suas pedaleiras. E alguns
acabam desistindo no meio do caminho. Essa questão, com
certeza, foi um dos pontos de partida para o novo projeto
da BOSS: a GT-10.
paixãoa nova
Com a chegada da GT-10, Rafael Bittencourt e muitos outros músicos encontraram a solução ideal para a criação de timbres
EVOLUÇÃO E SImPLICIDADEOs engenheiros da BOSS sempre tiveram como objetivo
principal o desenvolvimento de produtos inspiradores e mu-
sicais. E isso, realmente, pautou os modelos anteriores de
pedaleiras (GT-5, GT-3, GT-6 e GT-8). O salto com o lançamento
da GT-10, porém, é gigantesco. Pode-se dizer que, finalmente,
a contradição maior desse tipo de equipamento foi resolvida.
Com ela, o usuário pode criar timbres para praticamente todos
os estilos sem ter que recorrer uma única vez ao “inimigo nú-
mero um dos guitarristas”: o manual do usuário. Também não
é necessário apelar ao Google para descobrir o que significa
“depth”, “rate”, “gain”, “threshold” e mais uma infinidade de
termos técnicos utilizados em estúdios profissionais.
O “pulo do gato” se chama EZ TONE. Trata-se de um recur-
so inovador e inteligente que baseia a criação de timbres em
estilos musicais e gráficos, ajustando vários parâmetros do
equipamento ao mesmo tempo.
Grande parte dos guitarristas procura desenvolver seu som
baseados em gravações ou instrumentistas que admiram. A
maioria, no entanto, não sabe quais efeitos utilizar para construí-
lo. É comum ouvir músicos dizerem que não conseguem tirar
de suas pedaleiras o “peso” do Dream Theater, aquele timbre
“cheio” das introduções do Metallica ou, ainda, a sonoridade
“quente” do Red Hot Chili Peppers. Isso ocorre porque eles
não sabem que “pesado” se refere a distorção e ganho, as-
sim como “cheio”, geralmente, ao efeito de chorus, phaser ou
flanger, e “quente”, a overdrives e equalizadores. Alguns até
chegam a essas conclusões, mas acabam se deparando com
os “famigerados” parâmetros de ajuste.
É nesse ponto que o novo recurso EZ TONE entra em ação.
Em quatro passos básicos, é possível criar qualquer timbre, sem
a necessidade de configurar um deles sequer. No primeiro, se
escolhe o tipo de captador da guitarra (single ou humbucker)
e em qual equipamento a GT-10 será conectada (amplificador,
mesa de som, fones de ouvido e sistema “cabeça-caixa”, entre
outras opções). Na segunda etapa, seleciona-se o estilo que
servirá como base (blues, rock, metal, country, jazz
etc) e as variações dele. No terceiro estágio, a
pedaleira apresenta na tela
o recurso com o qual
o instrumentista altera
as características do
timbre por meio dos
botões abaixo do painel.
Neste ponto, o equipamento
da BOSS ajusta vários parâmetros ao mesmo tempo, restando
ao músico apenas movimentar o cursor na direção desejada.
Levá-lo no sentido do eixo BACKING faz que a pedaleira adap-
te os valores para timbres de guitarra-base, ao passo que para
solos, basta encaminhá-lo para SOLO. O mesmo acontece
na horizontal, em que posicioná-lo na direção HARD tornará o
timbre pesado e em SOFT, mais suave. A quarta e última fase
apresenta a mesma tela da anterior, mas para configuração dos
demais efeitos (delay, reverb, chorus, rotary speaker, flanger
etc, dependendo da opção escolhida). Nessa etapa, o cursor se
movimenta nas direções WET-DRY (reforça ou diminui os efeitos)
e SHORT-LONG (efeitos de repetição mais longos ou curtos).
Percorridos esses quatro passos, o que, em média, não
demora mais que um minuto, basta salvar os ajustes em uma
das 200 memórias da GT-10. Resumindo, quando o guitarrista
determina o estilo e as características do timbre, o equipamento
define seus parâmetros internos automaticamente. A pedaleira
seleciona uma simulação de amplificador e faz as alterações
nele. Em seguida, escolhe os efeitos recomendados e customi-
za os parâmetros necessários. Tudo é feito sem que o usuário
perceba que mudanças estão sendo executadas. “E isso não
é útil somente para iniciantes”, explica Bittencourt: “É para
qualquer um, porque não é preciso partir do zero para criar um
timbre”. O exemplo mais comum é o do músico de estúdio, que
não pode perder tempo. “A GT-10 traz até um banco chamado
Studio”, ensina o integrante do Angra, “com um som limpo e
chorus bonito, um legal de solo, um de base, outro de ritmo,
wha-wha, tudo pronto”, ilustra.
As facilidades, porém, não acabam por aí. Caso o guitarrista
necessite de alterações mais precisas em seus timbres, ele
pode recorrer aos parâmetros individuais de cada efeito. Isso
também foi alvo de uma mudança radical no equipamento.
Quando o botão de determinado recurso é pressionado, em
vez de apresentar apenas os nomes, o display mostra os kno-
bs de ajuste, imitando o painel de um pedal compacto. Basta
movimentar os botões logo abaixo
dessa tela para confirgurar
rapidamente os quatro prin-
cipais parâmetros de cada
um. Se for selecionado um
chorus, por exemplo, aparece-
rão Depth, Rate, Pre Delay e Effect
Level. Se tratar-se de um delay, surgirão
as opções Delay Time, Feedback, Hi Cut e Effect
Level. É como se o músico estivesse manuseando
“pedaizinhos” colocados na pedalboard BCB-60.
31Música e Imagem
GT-10
32 Música e Imagem 33Música e Imagem
Se mesmo assim forem necessários alterações ainda mais
precisas, em se tratando de especialistas e “heavy users”, o
botão DISPLAY MODE entra em ação. Quando pressionado,
ele faz que a tela não apresente apenas os principais ajustes
dos efeitos selecionados, mas todos os disponíveis para cada
um. Nesse caso, o equipamento se torna uma “usina” de pa-
râmetros, que irá atender até os guitarristas mais exigentes. “A
função EZ Tone é uma grande sacada”, diz Bittencourt, “porque
o músico, rapidamente, monta o timbre. O meu tem uma cara
de anos 70 e 80, então, puxo esses sons e apenas dou uma
ajeitada à minha maneira.”
NOVAS POSSIbILIDADESA GT-10 carrega um novo processador DSP customizado,
desenvolvido especialmente para esse multiefeito. “A qualidade
do áudio é superior. Os graves surgem bem consistentes e o
som todo vem mais encorpado. Os agudos também contam
com maior definição, “amaciados”, sem parecerem digitais”,
atesta Bittencourt. Tudo isso, graças ao DSP que, com o
dobro de capacidade de processamento do GT-8, fez que
as simulações de amplificadores ficassem ainda mais fiéis,
naturais e orgânicas. “Quando iniciamos os primeiros testes
de desempenho, percebemos que as possibilidades seriam
praticamente infinitas”, diz Masao Takahashi, engenheiro-chefe
do projeto no Japão. “Com isso, decidimos refazer toda a
programação de simulação, ou seja, começar do zero. Foi
possível, então, incluir detalhes que aumentaram muito a
fidelidade dos efeitos e dos amplificadores”, completa. Trata-se
da tecnologia COSM (Composite Object Sound Modeling ou
Modelação Sonora de Objeto Composto), exclusiva da BOSS,
utilizada nas pedaleiras da marca para reproduzir amplificado-
res, alto-falantes, microfones e efeitos de várias espécies.
Totalmente refeito para a GT-10, esse processo é o
grande responsável pelo salto de qualidade e pela
resposta mais musical do multiefeito em
relação aos modelos anteriores.
Um exemplo da seriedade
com que as simula-
ções foram encara-
das é a emulação do
Fender Twin. O amplifi-
cador original tem uma
chave chamada Bright,
que reforça os agudos e
médio-agudos quando
ele trabalha com volu-
mes baixos. À medida que os níveis vão sendo aumentados,
as altas freqüências começam a surgir naturalmente e o ganho
dessa faixa diminui. Esse comportamento é extremamente
complicado de ser reproduzido em uma pedaleira, mas a GT-
10 o recria com fidelidade. Para Bittencourt, a simulação mais
impressionante, no entanto, foi a de Marshall: “Creio que os
modelos dessa marca são os que apresentam maior dificuldade,
porque são muito dinâmicos”, diz. “Os amplificadores que têm
um som comprimido, menos aberto, como os modernos, são
mais fáceis. Mas o grande diferencial da válvula é a questão
da dinâmica”, ensina o músico. “Quando se toca leve, ele tem
um som bonito, quente. Ao tocar forte ou dar um pouquinho de
ganho no volume, vem mais encorpado. O timbre do Marshall,
apesar de ser distorcido, é muito aberto e dinâmico, em que
se ouvem diversos harmônicos e, por isso mesmo, difícil de
ser simulado”, explica.
Nas palavras de Takahashi,
“o novo processador tornou
possível traduzir de forma ainda
mais fiel o comportamento dos
amplificadores, por meio da
evolução da tecnologia COSM”.
Outra grande vantagem é con-
seguir produzir características
que o original não possui. Como
exemplo, pode-se citar o fato de
que a GT-10 tem como opção de
ajuste de ganho, para as simula-
ções, valores de 0 a 120, ou seja, ela consegue um adicional
de 20%. Essa característica é fundamental para personalizar
timbres e criar sonoridades exclusivas.
RECURSOS INDISPENSÁVEISAs inovações da GT-10 não ficam por conta apenas
da interface com o usuário e do processador. Recursos
há muito tempo desejados nos modelos anteriores
foram incorporados ao projeto. O principal e
mais aguardado, sem dúvida, é a existência de
uma porta USB. Com ela, a pedaleira passa a
ser uma interface de áudio profissional
com suporte a driver ASIO, ou
seja, é possível gravar com o
aparelho plugado diretamente a
computadores e softwares de gra-
vação e edição instalados. O equi-
pamento também troca informações
“Só com a GT-10 e a guitarra, o músico já está bem!”
Sergio Motta e Masao Takahashi
tipo MIDI Control Messages, o que facilita o backup
e o compartilhamento de ajustes de usuário. Além
disso, a BOSS disponibilizou para download gratuito
(www.bossbrasil.com.br) o programa Biblioteca de
Timbres. Ele facilita o armazenamento dos dados
contidos na GT-10, possibilitando, inclusive, a troca
de configurações criadas por músicos pela internet,
de forma rápida e confiável.
Afora as ferramentas mais óbvias - aguardadas
pela maioria dos usuários de GT-8, 6, 5 e 3 - a BOSS
surpreendeu aos instrumentistas incluindo o recurso
de gravação de loops no aparelho. O Phrase Loop
permite o registro de até 40 segundos de duração,
sendo que várias camadas de áudio podem ser re-
gistradas e empilhadas. Essa é uma função extrema-
mente útil, seja para estudar, lecionar, compor ou, até
mesmo, para performances de palco inusitadas.
Outras solicitações bastante difundidas em fóruns
sobre GT-8 e que foram atendidas pelos engenheiros
da BOSS são um display LCD grande e com forte
iluminação - ideal para locais escuros ou iluminados
demais - e um pedal de controle adicional (CTL2).
Este último é uma alternativa que amplia ainda mais
as possibilidades de utilização da nova pedaleira.
“A mudança para a GT-10 foi uma conseqüência
direta da minha experiência com a GT-8”, diz Bit-
tencourt. “É uma pedaleira ultraversátil. Em alguns
casos, envio os efeitos no loop dos amplificadores.
Em outros, direto no input. Como ela pode ser ligada
também em linha, é uma solução bem prática em
gravações”, atesta. “Só com a GT-10 e a guitarra, o
músico já está bem!”
VERSÃO PARA CONTRAbAIXO Após o lançamento mundial da GT-8, em janeiro de 2005
- substituindo o modelo GT-6 - os baixistas aguardaram ansio-
sos pela próxima geração da GT-6B. A tão esperada “GT-8B”
nunca foi desenvolvida, deixando muitos músicos indecisos
quanto à linha de pedaleiras multiefeito da BOSS. Isso, no
entanto, são águas passadas, pois, em janeiro de 2008, foram
lançados simultaneamente os modelos GT-10 e GT-10B. Em
termos de opções e novas tecnologias, a GT-10B carrega
todos os recursos do modelo para guitarras, mas os efeitos e
as simulações de amplificadores são voltados ao universo do
contrabaixo. O equipamento apresenta filtros e “synth-bass”
impressionantes, além de oitavadores e emulação de fretless
e guitarras com distorção, ideais para solos e sonoridades
inovadoras. Todos esses
fatores, somados ao Loop
Phrase, tornam a GT-10B
um item indispensável
para os baixistas que
buscam novas expe-
riências musicais.
Seja para instrumentistas profissionais ou para os hobbistas
que amam os efeitos da BOSS, a novidade apresentada pela
empresa é um equipamento que atinge um nível único de quali-
dade, durabilidade e facilidade de uso. Seus recursos inovadores
a tornam muito mais que uma pedaleira multiefeito para guitarra.
E suas possibilidades de criação de timbres são praticamente
infinitas. (Sergio Motta)
EZ TONETimbres facilmente configurados em menos de 1 minuto e apenas quatro passos:
PASSO 1: escolha o tipo de captador da guitarra (single ou humbucker) e em qual equipamento a GT-10 será conectada
PASSO 2: selecione o estilo no qual o timbre será baseado (blues, rock, metal, country, jazz etc) e uma das variações do estilo principal
PASSO 3: ao movimentar o cursor com os quatro botões logo abaixo do display, o guitarrista altera as características do timbre
PASSO 4: ajuste os demais efeitos (delay, reverb, chorus, rotary speaker, flanger etc, dependendo da opção es-colhida pelo músico)
3332 Música e ImagemMúsica e Imagem
GT-10
34 Música e Imagem 35Música e Imagem
GeraçãorevoluCionária
O Fantom-G inaugura uma era na história das workstations de produção musical
SINGLE, LIVE, STUDIOO Fantom-G possui novos modos de execução. O SINGLE
é o antigo PATCH, em que estão todos os sons disponíveis.
Anexo a ele, está a função FAVORITE, que permite memorizar
até 256 timbres. Isso possibilita acesso imediato às sonoridades
preferidas do tecladista, o que faz dele um ótimo recurso para
situações ao vivo. Outra novidade é o LIVE, em que até oito
patches são combinados. O diferencial é que, nessa versão, os
elementos selecionados mantêm seus efeitos originais. Isso
ocorre por conta do novo sistema DSP (Digital Signal Processor)
do equipamento. O modo indicado para ser usado juntamente
com o sequencer é chamado STUDIO e utiliza até 16 sons
em partes multitimbrais independentes.
Muitos tecladistas sonhavam com um sintetizador
que tivesse timbres fantásticos e que, simultaneamente,
permitisse a troca entre um e outro sem interrupções
na sonoridade. O Fantom-G possui esse recurso, cha-
mado Patch Remain. O músico pode tocar utilizando um
patch de guitarra com distorção e passar para um Strings
sem corte nas formas de onda ou nos
efeitos. Embora equipamentos exis-
tentes no mercado se proponham
a realizar essa façanha, nenhum
possui sons tão complexos como
o Fantom-G e nem mantêm com
perfeição todos os elementos exis-
tentes neles. Isso apenas é possível
por causa dos processadores de
última geração desse equipamento
da Roland e do novo sistema de
de efeitos DSP. Luciano Pinto se
encantou com o recurso: “Já estava
na hora de termos um teclado com
timbres tão avançados sem cortes
nas mudanças. Essa era a aspiração
de todos os músicos”.
O Fantom-G também inova na
área de processamento de áudio.
Pela primeira vez em um sinteti-
zador, o DSP consegue trabalhar
com até 22 efeitos simultâneos.
A Roland criou um novo sistema,
individualizado para cada patch, em
que eles recebem a nomenclatura
PFX. Antes dele, todas as work-
stations possuíam uma limitação:
se o músico fosse gravar algo no
sequencer, teria somente 3, 5 ou 6 efeitos disponíveis, de-
pendendo do modelo do sintetizador. E esses equipamentos,
em sua maioria, permitiam a gravação de apenas 16 canais
MIDI. Se a produção exigisse uma guitarra com distorção, um
órgão com simulador de caixa Leslie, um compressor para a
bateria, um piano elétrico com chorus, além de um reverb e
um equalizador para todos os instrumentos, não haveria mais
efeitos disponíveis para registrar, por exemplo, um pad com
phaser, um clavinet com wah-wah ou qualquer outro que
exigisse algum processamento.
Como no Fantom-G cada som possui seu processa-
mento próprio (PFX), esse problema não existe. Quando
o sequencer for utilizado, os efeitos são mantidos.
Portanto, ao usar os 16 canais de gravação, tem-
se 16 deles em funcionamento. Além disso,
podem ser acionados um chorus, um reverb
e um processo de masterização, mais três
multiefeitos (MFX). Não existe outro
equipamento nessa categoria que
tenha essa capacidade.
LIVE WORKSTATION
Uma das grandes vantagens
do Fantom-G é que foi desenvol-
vido não somente para uso em
estúdio, mas, também, para ser
utilizado ao vivo. Em situações de
palco, alguns segundos podem
se tornar uma eternidade para o
instrumentista. Por conta disso, o
novo modelo da Roland oferece di-
versas soluções para facilitar a vida
do músico.
A primeira delas é o amplo display
de 8,5 polegadas - uma verdadeira
tela de notebook - dotado da tecno-
logia TFT, a mesma dos computado-
res portáteis mais modernos, que
permite a visualização de todas as
informações de qualquer ângulo que
se olhe. “Isso foi um grande avanço,
pois, às vezes, tocamos em situa-
ções em que a iluminação é muito
ruim. Com esse display, consigo
enxergar tudo. Meus pesadelos
no palco terminaram”, comenta
Luciano Pinto.
3534 Música e ImagemMúsica e Imagem
Em 2001, a Roland iniciou a produção de uma nova linha
de workstations. O Fantom FA-76 foi lançado para substituir a
aclamada série XP, que dominava o mercado de estações de
trabalho em estúdios e performances ao vivo. Naquela época,
era impossível imaginar um sintetizador com recursos de sam-
pler e gravação de áudio, conexão para mouse e computadores,
e, além disso, a possibilidade de receber placas de expansão
com novas formas de onda e interface gráfica individualizada,
como os plug-ins usados em softwares de gravação. Ao longo
dos sete anos que separam o advento do Fantom FA-76 até os
dias atuais, a tecnologia evoluiu muito, a ponto de ser motivo
de riso imaginar uma workstation utilizando disquetes para o
armazenamento de dados.
Durante esse tempo, o departamento de desenvolvimento
de sintetizadores da Roland Japão, gerenciado pelo engenheiro
Ace Yukawa, trabalhou intensamente para colocar à disposição
dos usuários toda a tecnologia disponível e produziu o Fan-
tom-G. “Consideramos que esta é a mais completa workstation
já lançada por nós”, diz Yukawa. “Queríamos oferecer o melhor
equipamento para estúdio e performances ao vivo, com custo
acessível para músicos de todas as partes do mundo.”
No Brasil, o Fantom-G já está sendo usado por tecladistas
do porte de Luciano Pinto (Claudia Leitte), Márcio Buzelin (Jota
Quest) e Caixote (Banda Domingão).
TImbRESA qualidade de som dos sintetizadores Roland sempre foi
inquestionável. Luciano Pinto, tecladista que acompanha Clau-
dia Leitte desde os tempos de Babado Novo, é um grande fã
dos timbres da empresa: “Mesmo antes de minha parceria com
a Roland Brasil, eu usava um XP-60. Depois, passei a utilizar
um Fantom-X. Agora, além do JUNO-G, tenho em mãos um
Fantom-G. Estou muito contente com a qualidade dos sons”.
E essa percepção não é só do tecladista. “A Claudinha é muito
exigente com os timbres. E é visível a superioridade deste
modelo em relação ao anterior”.
O Fantom-G vem de fábrica com mais de 1.600 sons, com
tudo que é necessário para uma produção, não importando o
gênero musical. A nova workstation da Roland carrega uma
coleção de timbres históricos em sua memória interna. Além
dos existentes na linha Fantom-X, a empresa sampleou diver-
sos clássicos de sua trajetória de sucessos, como pads do
JUNO-G e do JUPITER-8, leads das séries SH e JX, sons das
baterias eletrônicas TR-808 e TR-909 e muitos outros. Como
o equipamento somente aceita as novas placas de expansão
ARX, a Roland também incluiu uma seleção de waves das doze
placas SRX existentes.
Um recurso importante do Fantom-G é que ele permite a
criação de sons com até oito formas de onda, cada uma com
diferentes ajustes de afinação e sensibilidade, gerando timbres
envolventes e realistas. Um naipe de metais, por exemplo, pode
ser composto por saxofones alto, tenor e barítono, trompetes,
trombones etc.
O tecladista e produtor Caixote foi outro músico que ficou
impressionado com a qualidade dos sons do Fantom-G: “Ele
oferece tudo de que preciso para meus arranjos, minhas
gravações e, também, meu trabalho na Banda Domingão:
pianos acústicos e elétricos, cordas incríveis, synths e pads.
Além disso, ele é muito prático, pois posso criar, rapida-
mente, combinações no modo LIVE ou salvar meus sons
no modo FAVORITE”.
Fantom-G
LUCIANO PINTOTecladista de Claudia Leitte e o Fantom-G
36 Música e Imagem 37Música e Imagem
Outra vantagem é que os 16 pads possuem múltiplas
funções. Na linha Fantom-X, eles somente disparavam sons e
samplers. No novo instrumento, além desse recurso, é possível,
por exemplo, escolher partes de uma performance, como nos
antigos modelos JV ou XP. Um dos usos mais comuns é o músico
criar uma performance com som de baixo na mão esquerda e
deixar diversos instrumentos para a direita, selecionando-os rapi-
damente com apenas um toque nos pads. No Fantom-G, esses
botões possuem sensibilidade e aftertouch, e transformam-se,
também, em um teclado numérico, em que é possível digitar
o número do patch desejado ou um valor durante a edição de
um parâmetro.
O equipamento conta ainda com quatro knobs totalmente
configuráveis, o que permite ao instrumentista controlar filtros,
ressonância, attack, decay e diversos outros. Os oito sliders
oferecem total domínio dos volumes das partes e dos canais do
sequencer. E o D-Beam, exclusivo nos equipamentos Roland,
pode ser ajustado para modificar níveis, acionar a modulação
e, até mesmo, disparar loops e frases sampleadas. Além disso,
o Fantom-G apresenta um novo sistema de Pitch Bender, com
quatro modos de atuação, afora o tradicional. Em um deles, a
afinação se altera suavemente, permitindo um maior realismo
em sons como guitarra ou violões. Em outra opção, é possível
tocar uma nota e manter o bend somente nela para concluir a
frase enquanto está presa. Há também
o que aplica o efeito na última
nota, caso o músico execute
um arpejo mantendo todas as
teclas acionadas. Luciano
Pinto utiliza diversos le-
ads em músicas do
repertório de Claudia
Leitte, e comenta
sobre esse recur-
so: “Com esse
novo sistema,
posso cr iar
bends dife-
rentes dos
anter iores,
assim como
com aco r-
des, a lgo
que era im-
possível no
Fantom-X”.
VERSÕESA linha Fantom-G está disponível em três versões:
Fantom-G6, com 61 teclas, Fantom-G7, com 76, e Fantom-
G8, com 88. Os modelos G6 e G7 possuem teclas com a tradicional ação de
sintetizador Roland. O G8, por sua vez, conta com o Progressive Hammer Action II, a segunda geração
do aclamado mecanismo presente nos pianos digitais da empresa. Além disso, este equipamento traz outra novidade: o Ivory
Feel, um acabamento que simula a aparência do marfim existente em pianos acústicos. O material utilizado também absorve
melhor o suor das mãos, algo que, certamente, será muito bem-recebido pelos músicos que tocam ao vivo.
ESTÚDIO PROFISSIONALA Roland Corporation tornou-se, recentemente, acio-
nista majoritária da Cakewalk, uma das mais conceituadas
empresas na área de softwares musicais. Graças a essa
união, foi possível criar um novo método de gravação para
sintetizadores, pois o produto mais famoso da desenvol-
vedora é o Sonar, líder de mercado nos Estados Unidos.
O sequencer do Fantom-G, portanto, permite que as
produções sejam realizadas de forma semelhante às feitas
nos melhores estúdios, com a possibilidade de registrar
128 pistas MIDI e 24 de áudio. O equipamento ainda conta
com uma entrada para mouse USB, o que aproxima a
operação do sequencer à de um computador.
Os canais de áudio funcionam como os de um estú-
dio: basta plugar um instrumento no Fantom-G, escolher
uma das 24 trilhas, pressionar REC e gravar. No painel
traseiro, situam-se conexões dedicadas para microfones
condensadores (Phantom Power 48V), guitarras e baixos
(alta impedância Hi-Z), e entradas de linha. Além disso,
pode-se acionar efeitos como Compressor, Center Cancel
ou Limiter diretamente na captação. O áudio se transfor-
ma, então, em um arquivo wave, e todos os 78 efeitos
do Fantom-G, entre reverbs, delays, chorus, distorções
e equalizadores ficam disponíveis para processamento
desse sinal. É possível, portanto, adicionar um reverb em
uma voz ou uma distorção em uma guitarra, dispensando
qualquer processador externo.
O Fantom-G possui 16 partes multitimbrais e, em
cada uma, é permitido gravar mais que um canal MIDI. O
músico pode, por exemplo, usar o mesmo kit de bateria
para registrar a parte de percussão em um canal e as
peças de bateria em outro para, depois, ter uma edição
individual de ambos.
A nova workstation da Roland ainda permite total
integração com computadores. O usuário pode impor-
tar arquivos de áudio (wave ou aiff, 16bit/44.1kHz) para
o Fantom-G e criar sons ou utilizar loops e frases no
sequencer. Também é possível enviar material gravado
no equipamento para o micro. Caso prefira, o músico
pode exportar todos os canais registrados para mixá-los
externamente. Outra ferramenta importante é o softwa-
re de edição de timbres. Ele permite a manipulação e a
produção de novos sons na tela do computador. Neste
modo, a workstation transforma-se em uma interface
MIDI, recebendo e enviando dados para o software por
meio do cabo USB.
Placas ARX – Plug-ins RolandAs placas de expansão ARX inau-
guram um novo conceito: são as
primeiras a incorporarem formas de
onda e interface gráfica própria (Gra-
phical User Interface – GUI), além de
polifonia independente da existente
no equipamento.
Um dos grandes trunfos de
softwares, como Pro Tools, Sonar,
Logic e outros, é que os plug-ins facilitam drasticamente a cons-
trução e a manipulação de sons. AmpFarm e B4 por sua vez, são
produtos de sucesso porque, além da excelente qualidade do
áudio, trouxeram um conceito gráfico muito intuitivo, permitindo
que mesmo um usuário sem muita experiência consiga criar e
modificar timbres. As placas ARX são as primeiras a oferecerem
esses recursos em um sintetizador. Todo o conceito sonoro delas
se resume em uma expressão: SuperNATURAL. As amostras
disponíveis foram sampleadas respeitando o ambiente e os as-
pectos naturais que influenciam a geração de som do instrumento
acústico. Além desses detalhes, as características de edição
deles foram mantidas.
A placa ARX-01 DRUMS
traz 30 kits de bateria, com
modelos específicos para rock,
jazz, funk e outros ritmos.
Cada um deles possui até 24
peças de percussão agrupadas
e seus volumes podem ser
controlados pelos oito faders
que ficam à esquerda do painel do Fantom-G. Isso possibilita
rápida configuração do volume de bumbos, caixas, chimbal aberto
e fechado, surdos, tons médios e agudos, pratos de condução
e de ataque.
Mas é no momento de editar um som que a placa
mostra todo seu poder. Selecionando CUSTOMIZE, a
ARX-01 entra na tela de customização de peças. O display
de 8,5 polegadas do Fantom-G apresenta o instrumento
escolhido em um gráfico 3D, com total interação entre
os parâmetros disponíveis.
Apenas girando o dial, é possível modificar a dimen-
são do bumbo ou aplicar um abafador na caixa, além
de configurar o tamanho do chimbal. O instrumentista
também pode afinar a pele dos tambores e escolher o
quanto de bumbo estará vazando na captação da estei-
ra. Tudo isso sem se preocupar com parâmetros como
attack, decay, LFO e outras tantas siglas. Após todos os
ajustes, basta selecionar Write e salvar o novo kit.
Já na ARX-02
ELECTRIC PIANO,
estão disponíveis os
mais belos pianos
elétricos da história,
como Fender Rhodes,
Wurlitzer e o clássico
som dos instrumen-
tos FM. A interface gráfica é completamente diferente
da ARX-01, pois não há relação alguma entre uma
bateria e um piano elétrico. Na ARX-02, estão disponí-
veis comandos para edição de microfonação e tipo dos
captadores,assim como ângulo deles e do sistema de
martelos, modelo do instrumento (Rhodes, FM, Wurlit-
zer, Dyno, Stage), do amplificador e do gabinete, além
de efeitos como compressor, chorus e overdrive. Tudo é
realizado com um visual gráfico impressionante e muito
intuitivo. Basta selecionar uma dessas opções e utilizar
o dial para modificar os sons. A Roland lançará ainda em
2008 mais duas placas ARX: uma de metais (Brass) e
outra de cordas (Strings).
37Música e Imagem
Fantom-G
38 Música e Imagem 39Música e Imagem
TD-9
Após seis anos de sucesso absoluto dos modelos TD-6 (K, KW e KX), chega ao Brasil a nova geração da série V-Tour: os kits
TD-9. Com duas opções de conjuntos (K e KX) e preços bastante acessíveis, o lançamento supre todas as necessidades dos
bateristas, seja para tocarem em palcos e estúdios ou apenas para diversão. Um dos primeiros a provar a novidade foi Maurício
Leite, que, integrando o grupo Time-Out, está lançando um pack com CD, DVD, play along e vídeoaulas. “Experimentei e senti
firmeza”, diz, “tanto que acabamos tendo a idéia de usá-lo no DVD–aula”. A V-Tour Series oferece total expressividade graças aos
novos sons de bateria e percussão (com tecnologia PCM) em conjunto com os pads Roland, sem que o instrumentista precise
se preocupar com disparos duplos ou notas falhas. “Ficou claro para mim, o quanto ele pode ser abrangente em termos de
utilização”, atesta o músico. “Durante o processo de mixagem, não acreditávamos que eu não havia gravado com uma bateria
acústica em uma grande sala.”
mÓDULOOs pads dos kits TD-9KX e TD-9K formam um casamento perfeito com o módulo TD-9, apresentando total compatibilidade.
Diferentemente da série anterior, o CY-12R/C na posição de Ride dispõe do three-way system: o músico pode selecionar timbres
diferentes para a superfície, a cúpula e a borda do prato. Os tons e o surdo, por sua vez, apresentam o recurso dual-trigger,
permitindo ao baterista utilizar amostras distintas para o aro e a pele do pad. “O pequeno módulo, de apenas 850 gramas, é
um capítulo à parte: são 522 sons, 50 setups que podem ser editados e
50 músicas com quatro partes cada”, diz Leite. As opções são
bem interessantes. A maioria é de bateria, com quase
60 modelos de bumbo, mais de 70 caixas, conjuntos
de tambores classificados de acordo com a madeira
(Maple, Birch e Rosewood, por exemplo) ou eletrônicos,
25 tipos de chimbal, pratos categorizados como Ride,
Crash, China e Splash em diversos tamanhos e estilos,
incluindo Reverse. Na seção de percussão, a diversida-
de é imensa: bongôs, timbales, cajon, shaker, maraca,
cowbells, pandeiros, tabla, pote drums, taiko, tímpanos e
vários outros. Os efeitos abrangem vozes, timbres orques-
trais, scratchs, claps etc.
O módulo TD-9 é muito fácil de ser operado. O display
LCD é grande o suficiente para proporcionar ótima visuali-
zação mesmo em locais escuros. Excetuando os botões de
ajustes de parâmetros, todos os demais são retroiluminados.
Quando o músico aperta KIT, ele se acende. E, usando as
teclas ou o dial, é possível escolher imediatamente um dos
50 disponíveis. Esses são compilados de forma satisfató-
ria, baseados em estilos musicais ou em situações que
proporcionam escolhas óbvias. É o caso do primeiro setup,
chamado V-Tour, bastante dedicado ao uso em estúdio ou
palco, com timbres de caráter flexível, o que permite a exe-
dinâmicafleXiBilidade
Os kits TD-9 chegam ao mercado com muita personalidade, duas opções de modelos e preços bastante acessíveis
cução de gêneros variados. Da mesma maneira, existem sons
para jazz, rock que possa exigir bumbos duplos (o segundo
pode ser endereçado no pedal de chimbal), fusion, house, hip
hop, minimal (house), dentre muitas opções, como TR-808 e
TR-909. Extremamente interessante, também, é o kit acústico,
por simular sonoridades não processadas com efeitos como
gate, reverb etc.
É possível montar conjuntos customizados dentro dos 50
disponíveis, misturando os elementos da maneira que o músico
preferir. Se desejar, ele pode endereçar um som de Pot Drum
no pad de bumbo, caxixi nos pratos, caixa eletrônica nos tons
e surdo (com pitchs diferentes, usando o mesmo timbre) e
efeitos nos demais. Depois de selecionados, o baterista con-
segue mudar afinações, ambiências (tamanho da sala, tipo de
parede e posição dos microfones), efeitos, decay, pan (muito
útil, caso seja alterada a estrutura do setup, com caixa do lado
esquerdo, dois surdos, dois rides etc) e equalização, criando um
kit único que, provavelmente, ninguém fará igual. “Realmente
fiz rufos e ghost-notes de forma confortável e natural. E me
senti tocando os back-beats de minhas poderosas caixas de
alumínio”, confessa.
Quando o músico estiver editando os sons dos pratos, é
possível alterar o diâmetro deles, assim como o sustain. O
chimbal, por exemplo, é bastante sensível quanto à variação
de timbres e modelos: “Um casal de 12” é bem mais fácil de
tocar do que um de 16”. “No caso de bumbos, caixas e tons,
além da afinação, é possível colocar abafadores para diminuir
o sustain. “Consegui ‘criar’ um timbre de bass drum muito
profundo e definido”, conta Leite. Todas essas edições são
apresentadas no display com figuras, tornando o processo
mais fácil e interativo.
RACKO rack MDS-9 é extremamente prático e fácil de montar.
Graças à resistência apresentada, o baterista sente confiança
para tocar, sem medo de mudanças inesperadas da posição
dos pads durante a performance. Os quatro pés e os tubos ho-
rizontais deixam o suporte mais flexível para diferentes ajustes
dos clamps MDY-10U e MDH-10U, além de não atrapalharem a
localização do pedal de chimbal FD-8, que é totalmente solto
e não utiliza máquina. “Depois de um período de adaptação,
o funcionamento é normal, inclusive com movimentos do tipo
‘foot-splash’”, afirma Leite.
O músico não precisa de uma estante de caixa com o
modelo TD-9, já que o pad principal fica suspenso no próprio
rack. Para ajustes finos na disposição da peça, o sistema ball-
clamp – formado por uma esfera localizada dentro de uma
cúpula e fixada por um parafuso borboleta – permite que o
instrumentista a coloque em posição confortável, de forma
rápida e segura, sem a necessidade de chaves de regulagem
específicas ou ginásticas extremas. “Não tive dificuldade em
deixá-la exatamente como em meu modelo acústico. A angu-
lação é precisa e em momento algum ela cedeu ou ‘entortou’”,
atesta o baterista. “Mesmo os rim-shots e a utilização do aro
(cross stick) são naturais e confortáveis.”
O mesmo pode ser feito nos extensores de pratos. O que
segura o CY-5 (chimbal) é longo o suficiente para posicionar o
pad da maneira mais confortável. “Fiquei bastante impressio-
nado, pois todos se ajustam de forma macia e precisa, bas-
tando um pequeno movimento nas uniões para uma perfeita
disposição”, diz Leite. “Tocar com essa bateria é fácil demais.
Os pads com mesh-heads permitem um grau de sensibilidade
muito próximo ao das peles dos tambores acústicos. Com a
chave de afinação (presa no rack), o músico altera a tensão,
simulando o tipo de afinação de
seu kit acústico”, afirma.
MAURíCIO LEITEFacilidade para
tocar a TD-9
40 Música e Imagem 41Música e Imagem
O acabamento do rack é feito com pin-
tura preta fosca, que apresenta visual agra-
dável. O MDS-9 suporta a instalação das
caixas satélites do sistema de amplificação
PM-30 (veja quadro abaixo). O multicabo
dos pads é feito com um terminal tipo pa-
ralelo para conectar ao módulo. Esse cabo
é parecido com o de impressoras antigas,
mas com configuração de pinos diferente,
facilitando ainda mais a montagem. Como
quase todos os modelos V-Drums, o TD-9
possui entrada e saída MIDI para grava-
ções em multitracks como o SONAR. É
possível, com a utilização do software, se-
parar o que foi gravado em MIDI em tracks
individuais e captá-los em trilhas de áudio
independentes, reenviando esses dados
para o módulo. O equipamento também
conta com entrada MIX IN para uso com
players externos, opção para conexão de
mais dois pads ou triggers e saídas de fo-
nes de ouvido e de áudio L/R, com plugues
P-10. A porta USB, com compatibilidade
para pen drives de até 1GB, permite que
o intérprete salve configurações pes-
soais, como alterações de sons, afinação,
ajustes de mixagem etc. Ainda usando o
dispositivo de memória, ele pode importar
suas músicas preferidas no formato .wav e
tocar junto com elas, mixando os volumes
dos instrumentos internos e da reprodução
como desejar.
TD-9
ACESSÓRIOSA Roland disponibiliza o DAP-3, pacote de acessórios composto de banqueta com logotipos Roland/
V-Drums, um pedal de bumbo Roland e um par de baquetas V-Drums, já que os dois kits da série V-Tour
não vem acompanhados desses itens. Para expansão imediata dos setups, basta escolher o que é mais
necessário para aprimorar a performance entre V-Pads, V-Kicks, V-Cymbals e clamps Roland.
O amplificador que completa o kit é o PM-30, um sistema 2 x 1 (duas
caixas satélites e um woofer com opção de uso como spot), com 200
watts RMS e tecnologia DSP. Para uso em ambientes residências e
pequenos ensaios, existe a opção PM-10, com 30 watts RMS. Ambos
foram desenvolvidos exclusivamente para os kits V-Drums.
Para quem não quer incomodar parentes e vizinhos e manter sua
privacidade, os fones de ouvido RH-300 e RH-200 são perfeitos para responder às
freqüências que os bateristas precisam perceber quando tocam.
KITSApesar de os dois kits usarem
o mesmo módulo, a opção de pads
permite escolher o que é melhor
em termos de custos, mas com
recursos idênticos. O grande dife-
rencial fica por conta do CY-12R/C
que possui three-way system.
RECURSOSA função QuickRec/QuickPlay é uma grande novidade no mundo das baterias
eletrônicas. Apertando o botão Quick Rec, um metrônomo é disparado. Para gravar,
basta começar a tocar. E é preciso apenas pressionar Quick Play para escutar.
“Que tal poder registrar a lição que seu professor passou e você esqueceu?”,
sugere Leite.
Outra importante ferramenta de estudo inserida no módulo é a Scope. Ao
ativá-la, o metrônomo começa a funcionar. Quando o músico estiver tocando,
automaticamente sua performance será analisada. Em um grid, muito fácil de
entender, o instrumentista pode desenvolver sua precisão, verificando no display
seu desempenho em tocar no tempo certo. Nessa mesma função, ele pode
aumentar ou diminuir o zoom do gráfico, aprimorando a amostragem de sua exe-
cução, permitindo que ele analise a exatidão mais a fundo. “Nenhuma máquina
substitui o professor, mas a TD-9 pode se tornar uma aliada importantíssima no
aprendizado”, acredita Leite.
O módulo vem com 50 patterns de fábrica para o aluno acompanhar. Além
disso, as músicas gravadas no equipamento foram criadas com a utilização de
instrumentos reais, como guitarra, contrabaixo etc. Se preferir, o baterista pode
alterar o andamento sem perda alguma de qualidade. “Elas são demais! Todas
cheias de personalidade, exigindo execução atenta”, diz Leite. “Aliás, estudar com
a TD-9 pode ser, realmente, um processo de pesquisa, já que o instrumentista
tem a oportunidade de experimentar coisas absurdas, como um splash de 2” ou
um ride de 27”. Ou conduzir o “double bass” em um bumbinho de 18” dentro de
uma caverna.” (Gino Seriacopi)
4140 Música e ImagemMúsica e Imagem
V-Tour SeriesMódulo
Bumbo
Caixa
Tons/Surdo
Crash
Ride
Rack
TD-9K
PDX-8
PD-8
CY-8
TD-9KX
PD-105
PD-85
CY-12R/C
TD-9
KD-8
CY-8
MDS-9
42 Música e Imagem 43Música e Imagem
evoluídoClássiCo
Com a presença de todos os avanços tecnológicos desenvolvidos pela Roland, os novos órgãos da linha Atelier oferecem ainda mais recursos
LINHA COmPLETAApesar de todos os recursos existentes, a linha Atelier não é dirigi-
da apenas a profissionais. Os chamados hobbistas também encontram
modelos que se encaixam em suas necessidades. E isso somente é pos-
sível porque os timbres e estilos de ritmo de todos apresentam a mesma
qualidade. As diferenças estão listadas abaixo:
AT-900: o mais completo dos modelos. Com gabinete de altíssima
qualidade, fabricado nas instalações da Rodgers em Hillsboro, nos Esta-
dos Unidos, oferece 450 timbres e 300 estilos de ritmo com 240 watts de
potência e interface de vídeo;
AT-900C: com os mesmos recursos
do AT-900, o modelo “combo”
permite utilização de pedaleira
de 25 ou 20 notas, à escolha.
O gabinete de estilo mais
moderno é típico de órgão
de palco;
AT-800 : em gabinete
de madeira, apresenta
pedaleira de 20 notas e
os mesmos recursos de
som dos modelos AT-900 e
AT-900C;
AT-500: os 300 timbres
e 150 estilos de ritmos, o
painel WVGA (800x480) e o
teclado inferior de 64 notas
fazem dele um modelo completo para estú-
dios, igrejas, escolas e residências;
AT-300: é a solução ideal para
quem precisa de um órgão
com timbres de qualidade e
recursos de alta tecnologia.
Possui móvel em madeira,
com tampa, e potência de
30 watts x2.
AT-100: é um órgão com
120 timbres e 80 estilos de
ritmo com qualidade Roland,
a preço bem acessível. Tam-
bém oferece pedaleira de 20
notas, saída USB e barras
harmônicas “drawbar”.
(Amador Rubio)
reais, captados ao redor do mundo. Por esses dados,
é fácil perceber, conseqüentemente, que todas as
melhores características de cada produto Roland
estão presentes nos Atelier.
Dentre os fatores que determinaram a moder-
nização da linha Atelier, alguns merecem desta-
que por estarem inseridos em todos os modelos.
O mais atrativo é a presença de barras harmônicas
tipo “drawbar”. Esse conceito de registração, mundial-
mente consagrado, faz que os instrumentos possam
produzir exatamente o timbre desejado, por meio da
mistura de diferentes harmônicos de uma nota (veja
página 47). Outra inovação importante é a existência
de uma porta USB, que permite armazenamento de
dados e reprodução de arquivos de áudio em pen
drives ou dispositivos externos, garantindo tanto
a segurança de informações para uso posterior
quanto a utilização de arquivos SMF (Standard MIDI
Files) e mp3.
Para aqueles que desejam usufruir de maneira
ainda mais completa o órgão eletrônico, a Roland
dotou a linha Atelier com um novo formato para o
manual inferior. As teclas do tipo “waterfall”, dife-
rentes das existentes no teclado superior, tornam a
execução de desenhos de piano, por exemplo, muito
mais segura.
AT-900
ÉPOCA DE OUROOs órgãos eletromecânicos foram
desenvolvidos a partir da década de 1930
e buscavam oferecer aos músicos uma
alternativa mais acessível para o som
dos modelos de tubos, normalmente
utilizados em igrejas e teatros. Aos
poucos, a busca por simular o timbre de
instrumentos acústicos - como marimba,
oboé ou, até mesmo, vocais - por meio
da manipulação das barras harmônicas,
criou a necessidade de inserir registros
prontos de alguns deles.
Com o desenvolvimento e a incor-
poração de componentes eletrônicos,
foram produzidos diversos modelos de
órgãos direcionados ao uso doméstico,
principalmente entre as décadas de 1940
e 1970. Esses equipamentos passaram
a contar com ostinatos rítmicos, arpegia-
dores e padrões automáticos de acom-
panhamento, permitindo a um intérprete
reproduzir o som de vários instrumentos
de um grupo sem a necessidade de
outros músicos.
Essa possibilidade abriu novas fren-
tes de trabalho, tanto em relação a even-
tos e festas quanto no que diz respeito
a escolas e aulas.
Após a criação dos teclados arranja-
dores, a procura por órgãos eletrônicos
teve grande queda. Os setores de ven-
das e de ensino sentiram esse golpe
e, aos poucos, os músicos migraram
para a novidade, relegando os mode-
los com pedaleira e dois teclados ao
segundo plano. Isso não significa, no
entanto, que esse tipo de instrumento
tenha sido sepultado. Diversas denomi-
nações evangélicas e católicas fazem
uso do equipamento para seus cultos.
E muitos artistas, ávidos por mais possi-
bilidades em termos de timbres, ritmos
e arranjos, continuam se dedicando a
ele com afinco.
4342 Música e ImagemMúsica e Imagem
A alma criadora do artista não tem hora marcada
para inspirar-se. No entanto, para fazer aquele sopro
criativo se transformar em obra de arte, ele necessita
de condições e ferramentas para tal. O pintor precisa de
um local com boa iluminação e um estoque de tintas e
cores. O escultor, por sua vez, de material e instrumentos,
para dar forma artística ao que era comum. Seguindo esse raciocínio,
a Roland desenvolveu a linha Atelier de órgãos digitais. Com esses
modelos, o músico terá tudo de que necessita para criar verdadeiras
obras-primas.
QUALIDADEOs órgãos Roland da linha Atelier estão em constante evolução
e aprimoramento técnico. Desde os primeiros modelos produzidos
até os mais recentes lançamentos, todas as inovações desenvolvidas
pela empresa foram implantadas à série, garantindo ao equipamento
modernidade e atualidade. Esse compromisso fica evidente com as
novidades apresentadas.
Utilizando soluções originárias dos mais avançados equipamentos
fabricados pela empresa, os órgãos Atelier oferecem uma grande
variedade de recursos, timbres e controles, garantindo flexibilidade,
versatilidade e um potente arsenal sonoro para qualquer estilo mu-
sical. As barras harmônicas tipo “drawbar” têm a mesma qualidade
das empregadas na linha VK, a mais realista na simulação de modelos
eletromecânicos. O amplo display touch-screen é igual aos emprega-
dos na linha Fantom-G, possibilitando ao músico acesso a todos os
parâmetros, tanto para performance quanto para gravação. O D-Beam
é originário da série E de teclados e permite ao organista alterar, em
tempo real, valores de filtros e volume ou inserir efeitos por meio da
movimentação da mão sobre um feixe de luz infravermelha. Os timbres
de órgão clássico são oriundos dos produtos Rodgers, que emulam com
perfeição o som de tubos por meio da amostragem de instrumentos
Destaque
44 Música e Imagem 45Música e Imagem
Playback
Metrônomo
Sons do teclado
Pergunte ao Especialista
Tenho uma banda e, para as apresentações, utilizo gravações pré-produzidas. Gostaria de disparar um playback no Juno-G e enviar um metrônomo para o baterista enquanto toco normalmente com os sons do sintetizador. Como posso fazer isso?
Gerson da Matta
Belo Horizonte - MG
CadeiaPlayback
Qual é a ordem certa dos pedais em uma cadeia de efeitos?
Talita Gronsk
Curitiba - PR
Gui
tarr
a
PW-10 (Wah)
ML - 2 (Distorção)
GE-7 (Equalizador)
CE-5 (Chorus)DD-7 (Delay)
Am
plifi
cado
r
Cadeia de efeitos simples
Cadeia de efeitos avançada
PW-10 (Wah)
ML - 2 (Distorção)
GE-7 (Equalizador)
CE-5 (Chorus)
DD-7 (Delay)
Gui
tarr
a
Am
plifi
cado
r
FV-500H (Volume)
PS-5 (Pitch Shifter)
OD-3 (Overdrive)
PH-3 (Phaser)
FBM-1 (Simulador de amplificador)
Utilizar playback em apresentações é mais comum do que pode parecer. Muitas bandas usam esse recurso como
forma de potencializar o conteúdo sonoro produzido por elas nos shows ou inserir elementos impossíveis de serem
executados ao vivo. O Juno-G pode servir muito bem como cérebro dessa operação. Para isso, basta seguir os seguin-
tes passos:
6 - Pressione LVL&PAN e altere o Pan do canal de áudio importado
totalmente para R (direita). Dessa forma, o playback será reproduzido
somente pelo conector OUTPUT B R/4;
7 - Selecione PERFORMANCE PRESET 002 SEQ: TEMPLATE (por
exemplo);
8 - Clique em PART VIEW [F5]. Mova o cursor para escolher a parte 10
(percussão) ou, se preferir outra, utilize as setas direcionais. Acesse TYPE
e altere para RHYTHM;
9 - Com o kit de bateria selecionado na pista a ser gravada, utilize o
COWBEL (C2#) como click;
10 - Pressione REC para visualizar a tela MIDI REC STANDBY (RealTime);
11 - Utilize o cursor para selecionar a opção Input Quantize. Altere o
valor de GRID e GRID RESOLUTION para 1/4. Fazendo esse ajuste, o
JUNO-G quantizará automaticamente todas as notas tocadas, mesmo que
estejam fora do tempo. Basta, então, gravar alguns compassos, copiá-los
e colar a quantidade equivalente à duração da música;
12 – Pressione PART MIXER. Em seguida, selecione KEY/OUT [F4].
Utilize o cursor para alterar o valor da linha OUT e da coluna equivalente a
parte em que foi gravado o click para 3. Ele será reproduzido pelo OUTPUT
B L/3, o playback na saída OUTPUT B R/4 e os sons do teclado poderão
ser tocados pelas saídas 1 e 2.
Não há certo ou errado para a ordem de cone-
xão de pedais. O que vale é o ouvido do guitarrista
e os timbres que ele deseja criar. Existe, porém,
um padrão adotado pela maioria dos músicos
(veja gráficos). Seguem alguns exemplos:
WAH-WAH: pode ser colocado após a guitarra
(som mais vintage e com menos ruído) ou as
distorções (mais agressivo, porém mais sujo);
CHORUS: a forma clássica é posicioná-lo
depois das distorções. Mas também é usado
em seguida do delay. Neste caso, o timbre é
um pouco mais rico. No entanto, o ruído pode
aumentar e o som ficar embolado, dependendo
do ajuste;
EQUALIZADOR: pode ficar em qualquer
lugar no setup, entretanto é mais utilizado após
a distorção (Booster para solos);
VOLUME: o pedal de volume (FV-500H – alta impedância)
entre a guitarra e os pedais influirá diretamente na resposta
dos efeitos de distorção e overdrive, que funcionam baseados
no sinal de entrada. Com o equipamento (FV-500L – baixa im-
pedância) conectado após os pedais, o músico tem controle
do volume final do timbre, sem alterar a resposta de drive e
distorção;
OITAVADORES, HARMONIZERS e PITCH SHIFTERS: é
aconselhável ligá-los antes de todos os outros pedais, para
garantir que estes façam a leitura correta da nota tocada para
depois criar as adicionais com precisão.
Pedro Lobão
Guitarrista e especialista de produtos BOSS
1 - Com o JUNO-G conectado ao computador,
pressione USB, em seguida PC CARD [F5], e insira
o arquivo de áudio (wav/aiff 16bit/44.1kHz) na pasta
TMP/AUDIO_IMPORT do cartão. Desconecte
o equipamento seguindo os procedimentos do
manual (pg.168);
2 - Pressione AUDIO, em seguida LIST, UTILITY,
IMPORT AUDIO;
3 - Pressione CARD [F2] e selecione o arqui-
vo de áudio. Pressione IMPORT e, em seguida,
EXECUTE [F6];
Caso você não saiba em qual velocidade
(bpm) está o áudio importado, utilize o Cálculo
Automático de Andamento (pg.120 do manual
de usuário).
4 - Pressione AUDIO TRACKS e, em seguida,
INSERT. Selecione o arquivo e pressione ENTER;
5 - Pressione MIXER [F6] e KEY&OUT [F3].
Surgirá uma tela com dois grupos de knobs, OUT
e KEY. No campo de knobs OUT, altere o canal em
que foi inserido o áudio para OUT B;
Sergio Terranova
Tecladista, gerente de produtos da Roland
Brasil e único brasileiro a fazer parte da
equipe de desenvolvedores da Roland Japão
44 Música e Imagem
a seção PerGunTe ao esPeCialisTa é dediCada a resolver as dúvidas dos leiTores. envie sua PerGunTa Para o e-Mail [email protected]
Diagrama de conexões
46 Música e Imagem 47Música e Imagem
Pergunte ao Especialista
Qual o significado dos nú-meros que aparecem nas barras harmônicas da linha Atelier?
Maria Elisa Pereira
Feira de Santana - BA
As barras harmônicas - também chamadas de “H-bars” ou “Drawbars” -
presentes na linha de órgãos Atelier reproduzem o sistema que ficou conhecido
nos modelos Hammond. Os números representam o tamanho, em pés, dos
tubos que emitem cada altura de som. O de 8 pés, representado por 8’, faz
que as notas soem na oitava natural, ou seja, o Dó Central tem a mesma altura
do Dó Central do piano. Ao usar a barra 16’ e tocar as mesmas teclas, as notas
são ouvidas uma oitava abaixo, pois está sendo usado um tubo com o dobro
do tamanho. Da mesma forma, utilizando a barra 4’, ouve-se o som uma oitava
acima do natural, pois o tubo “acionado” teria a metade do tamanho daquele
de 8’. Conseqüentemente, habilitando as barras 2’ e 1’, as notas soarão duas
e três oitavas acima da natural, respectivamente. A beleza da registração fica
por conta da mistura que o organista faz ao usar essas diferenças de oitava.
Podem-se criar timbres muito interessantes empregando, por exemplo, 16’ e 1’,
produzindo um som que mistura as oitavas graves com as agudas. As marcadas
com números fracionados, por sua vez, representam os harmônicos. Devem ser
utilizadas com cuidado, servindo como um “tempero” para a base criada com
as barras de números inteiros. Isso porque as notas não soarão de acordo com
a tecla acionada. Ao tocar o Dó com o registro 8’, por exemplo, ouve-se o som
dele mesmo. Mas, se for trocado pelo 5 1/3’, escuta-se Sol, mesmo excutando
a tecla Dó. O 5 1/3 por não ser a metade e nem o dobro do 8’, altera o som em
uma quinta. Toca-se Dó e ouve-se Sol, enquanto com Ré escuta-se Lá, e assim
por diante. Os outros registros com frações também fazem soar notas diferen-
tes. Ao usar a tecla correspondente ao Dó com o 2 2/3’ ouve-se Sol uma oitava
acima. Com o 1 3/5’, escuta-se Mi duas oitavas acima. E com o 1 1/3’, Sol duas
oitava acima. Com uma registração feita somente com a utilização das barras
com números fracionados, sempre se está tocando uma nota e ouvindo outra.
Por isso, esses registros devem ser usados como um bom tempero: se não
for empregado, o resultado é insosso; ao adicionar demais, estraga.
HarmônicasBarras
Possuo uma V-Drums TD-12K. Posso expandi-la com mais pads?Beto Caldas
São Paulo – SP
(Professor de percussão da Universidade Livre de Música)
Expansãoride, um PD-125 no lugar de caixa,
e um CY-5 como um splash mais
próximo dos tons. O PD-105, que
acompanha o produto original,
ficaria como um segundo surdo,
uma segunda caixa, ou qualquer
outro som (sem mencionar a
possibilidade do dual-trigger). E o
CY-12R/C, que originalmente está
na posição de prato de condução,
pode servir como um segundo
crash (ao lado direito do ride ou
à esquerda do primeiro crash),
usando assim todos os inputs
possíveis do módulo (veja as fo-
tos). Se o baterista ainda não ficar
satisfeito com esse kit totalmente
customizado, ele pode recorrer
ao expansor de inputs/trigger
TMC-6-Roland. Quando o mesmo
está conectado via MIDI ao TD-12,
é possível utilizar mais seis pads/
triggers Roland, usando sons dis-
tintos dos outros já programados.
Excetuando-se o HD-1, todos os
modelos TD permitem conexão
de mais instrumentos.
Gino Seriacopi
Baterista, tocou com diversos artistas, é especializado em áudio
e trabalhou como músico e técnico em estúdios. Gerente de produtos
V-Drums da Roland Brasil
47Música e Imagem
Os kits V-Drums permitem que o baterista explore ao má-
ximo sua capacidade criativa, graças aos recursos presentes
nos módulos e pads, como livre escolha de instrumentos em
cada setup, edição de sons e de ambiências, e inclusão de
mais V-Pads ou V-Cymbals. Nem sempre os músicos ficam
satisfeitos em manter o kit original em se tratando de quanti-
dade de pads como, por exemplo, no caso da bateria TD-12K
de Beto Caldas, que é originalmente composta de bumbo,
caixa, chimbal, dois tons, um surdo e dois pratos. Apesar de
toda tecnologia existente no conjunto dos pads com o módulo
TD-12, como o dual trigger em tons, surdo, caixa e crash - que
possibilita endereçar dois sons distintos entre a pele e o aro do
pad ou a borda e a superfície do prato - e o three-way system
do CY-12R/C na posição de ride – com até três sons (superfície,
cúpula e borda) - nem sempre esses recursos são suficientes
para que o baterista proveniente do mundo acústico aceite as
inovações de forma fácil e mude imediatamente sua maneira
de tocar um groove ou um solo, obviamente influenciado pela
posição física em que esses novos sons estão dispostos.
Mesmo que, no início, tudo possa parecer diferente no
universo eletrônico por causa do diâmetro e da estrutura dos
pads, a geração atual dos kits V-Drums requer pouco esforço
para adaptação, e ainda permite que os músicos aprimorem
seu desempenho técnico em relação ao que estão acostuma-
dos quando em kits acústicos, gerando idéias que, talvez, não
haviam sido pensadas anteriormente. A estrutura dos pads com
peles mesh-head e a maciez dos de borracha, em conjunto
com a sensibilidade de toque e o total controle de dinâmica,
são responsáveis por essa fácil adaptação, principalmente no
primeiro contato do baterista com o instrumento. Acostuma-
dos com modelos acústicos, em que existe a liberdade de
implantar variações de timbres, incluindo pratos, efeitos ou
tambores, os músicos também pensam em ampliar seus kits
eletrônicos. Quando essa necessidade de agregar outras peças
acontece, a princípio a comparação com as possibilidades de
expansão entre baterias acústicas e eletrônicas é inevitável
e questionável. O formato físico do conjunto dos tambores e
pratos acústicos, posicionados em circunstâncias que deixam
os instrumentistas em situação de conforto, faz que eles sejam
influenciados na maneira de tocar e, por conseqüência, inspira
diretamente sua criatividade.
No mundo das baterias eletrônicas, essa condição não pode
ser diferente. Aqueles que não se contentam com o formato
padrão dos kits V-Drums (no caso, o TD-12K) podem, imedia-
tamente, incluir mais três pads sem a necessidade de outro
equipamento adicional: um V-Cymbal CY-15R na posição de
Kit original V-Drums TD-12K Kit expandido com pads adicionais
Amador Rubio
Organista, gerente de produtos
da Roland Brasil
48 Música e Imagem 49Música e Imagem
“The movement you need is on your shoulder”. Quando Paul McCartney escreveu
“Hey Jude”, ele pensava em Julian, filho de John Lennon, que andava triste porque seus
pais estavam se divorciando. Era 1968 e, 40 anos depois, estou “sampleando” essa
frase “MacCartniana”. A citação me veio à cabeça por uma simples razão: acredito que
tudo depende de nós mesmos.
Conheço muitos que dedicaram suas vidas estudando a fundo um instrumento e não
tiveram o retorno que mereciam. Mas, nisso, entram em jogo fatores que precisam ser
analisados. Um deles é saber que vivemos no Brasil, um país um tanto quanto ingrato
com a sua cultura. Outra questão importante é que nem todos pensam estrategicamente
e com um mínimo de diplomacia ao longo de seus caminhos.
Nosso panorama é pitoresco: há, às vezes, ótimos músicos sem trabalho, ao passo
que outros, por vezes medíocres, fazem fortunas. Onde está a lógica disso? A quem
se deve culpar?
Em primeiro lugar, não adianta ficar se lamentando do mercado fonográfico e com
raiva do sucesso alheio. Sendo assim, quais os caminhos que se deve buscar para
começar uma sólida carreira na área da música?
A formação de um profissional e o sucesso em sua carreira dependem apenas dele mesmo
mu Carvalho
Pianista, tecladista, compositor
e produtor musical, fez parte da
banda A Cor Do Som, compôs e
atuou em trilhas para cinema, teatro
e TV. Fundou, em sociedade com Ana
Zingoni, o estúdio de gravação Boo-
gie Woogie Music e, atualmente,
produz temas incidentais para a
Rede Globo de Televisão
CAmINHOS
Para começar, é preciso se preparar.
Estudar, ouvir e tocar. Sempre. Toda
informação é muito bem-vinda. Eu, por
exemplo, há algum tempo, senti uma for-
te vontade de aprofundar meus conhe-
cimentos de improviso. Procurei Dario
Galante, craque nessa área, e fiquei um
ano tendo aulas semanais com ele. Há
dois, estou estudando com Vittor Santos,
outro mestre e grande orquestrador, e
mergulhei fundo em harmonia funcional,
tonalismo, modalismo e orquestração.
Meu primeiro professor de piano foi
Homero de Magalhães. Primo de minha
mãe (também pianista), era um virtuose.
Gravou as “Cirandas”, de Villa-Lobos, em
Paris, trabalho que me impressionou
muito quando ouvi pela primeira vez.
Recentemente, tive a oportunidade de
apreciá-lo e, novamente, fiquei mobiliza-
do com sua performance. Na época, ele
dedicava parte do seu tempo à escola
de música Pro-Arte e a palestras pelo
mundo.
Eu, autodidata até então, fiquei feliz
quando mestre Homero me viu tocar e
se ofereceu para me dar aulas de técnica
pianística, impondo apenas uma condi-
ção: teria que estudar teoria e solfejo
na Pro-Arte. “O piano é ingrato”, dizia
Homero. “Se você ficar dois dias sem
praticar, ele se zanga.” Falava isso com
a propriedade de um grande concertista
erudito, alguém que sacrificou a vida
inteira a esse instrumento. Vale, então,
um conselho que serve para qualquer
músico: dedique algumas horas por dia
a seu instrumento.
Certa vez, Pat Metheny esteve no
Rio de Janeiro e ficou em Búzios, um pa-
raíso de lindas praias na região de Cabo
Frio. Eu soube por alguns amigos que
freqüentaram a casa em que o músico
estava, que, enquanto todos passavam
o dia na areia, ele simplesmente não
largava sua guitarra. Acordava e ficava
praticando, manhã, tarde e noite.
Na época de minhas aulas com Ho-
mero, participava dos festivais do Colégio
Rio de Janeiro, um evento delicioso.
Claudio Nucci, Zé Renato, Claudinho
Infante, Lobão, Zé Luiz (flautista), eram
todos alunos do CRJ, como eu. Foi com
alguns dessa turma que formei minha
primeira banda. Claudio Nucci já era
um compositor de mão cheia e com
conhecimentos de harmonia muito
profundos. Posso dizer, tranqüilamente,
que aprendi muito com ele nessa área.
Ficava interessado pelo modo como
pegava uma canção e aplicava outros
acordes, transportando a melodia para
um ambiente diferente. Essa turma foi
uma escola pra mim.
Portanto, sempre temos algo a
aprender com os outros. E é bom estar
atento a isso.
Carreira Educação
eTerno
Teoria eAprendizado prática
A dificuldade encontrada atualmente para determinar
qual o melhor caminho em educação musical decorre do
afastamento que foi criado entre a prática e a teoria. Embora
esta última seja absolutamente fundamental para o exercí-
cio da música como profissão, ela não é responsável pela
expressão que determinará a personalidade do artista. Da
mesma forma, a prática, isoladamente, sem a informação
teórica, é insuficiente para proporcionar o desenvolvimento
do instrumentista.
Não existe uma ordem pré-estabelecida para escolher por
onde se deve começar o estudo. Algumas vezes, inicia-se
pela teoria. Em outras, pela prática. Isso depende das circuns-
tâncias e do perfil interior de cada indivíduo. Um resultado
satisfatório, no entanto, apenas poderá ser atingido quando
existir domínio sobre a expressão, o que, por sua vez, acon-
tece unicamente por meio do desenvolvimento da percepção.
E, para isso, ambas (teoria e prática) são necessárias. Desse
modo, podem-se evitar os dois tipos de problemas mais
comuns relacionados à percepção: não conseguir nomear o
que se está escutando, e saber todos os nomes, mas não
distinguir o som.
Atualmente, há um número muito maior de escolas se
comparado há cinco décadas, mas a oferta de lugares para
praticar a música diminuiu sensivelmente. O instrumentista
de hoje é muito bem-informado sobre as técnicas, pois existe
um acesso bastante grande a esse assunto. No entanto, o
mercado para ele está cada vez mais dividido em setores:
quem toca samba ou jazz, pop ou seu próprio trabalho. Dessa
forma, o novo músico encontra dificuldade em aprender na
prática os diferentes temperamentos que essa arte possui.
A educação musical tem sido bastante discutida nos dias de hoje, mas é preciso cuidado e conhecimento para tomar decisões
O conhecimento das diferenças entre os estilos é altamente
enriquecedor para o instrumentista que quer desenvolver sua
criatividade. Não é aconselhável para aquele que está inician-
do uma carreira, porém, acreditar que haja distinções entre
a música erudita e a popular. Elas existem, mas não podem
ser comparadas em relação à maior ou menor dificuldade, ao
número de horas de estudo, à importância da composição etc.
Um músico de jazz, acostumado com o improviso, tem consci-
ência da técnica necessária para executar seus solos. Ele está
habituado a perceber a harmonia para realizar a construção de
seu improviso, mas sabe que apenas a percepção não será
suficiente se lhe faltar técnica. Do mesmo modo, o erudito
conhece seu potencial, mas compreende, também, que para
realizar improvisos o componente principal não é a técnica.
É bom lembrar que não existem limites físico ou mental
para que esses instrumentistas realizem os dois gêneros.
Quando isso não acontece, são apenas informações sublimi-
nares aceitas por cada um que acabam se transformando em
agentes impossibilitadores.
Os caminhos que conduzem à especialização em um estilo
são bem definidos, fáceis de reconhecer, mas a iniciação deve
ser a mesma. O estudante, em princípio, precisa estar seguro
de todos os códigos que existem (parte teórica) para que de-
pois sinta confiança para desenvolver a percepção. Por conta
disso, é fácil entender que os músicos enfrentam duas etapas
importantes em sua trajetória de aprendizado. A primeira é a
formação básica, ou seja, o domínio dos códigos musicais. E,
junto a esse conhecimento que vai sendo adquirido, o aluno
precisa, diariamente, tocar seu instrumento, pesquisar os sons,
para assimilar o que está aprendendo teoricamente.
silvia Goes Nasceu em São Paulo, de pai violonista (autodidata) e mãe pianista de
formação erudita, mas envolvida com o jazz. Tornou-se profissional aos 11 anos,
tocando violão. Aos 20, teve a oportunidade de trabalhar como arranjadora e
manteve essa atividade por duas décadas. Aos poucos, substituiu o arranjo pelo
piano e seguiu carreira com a música instrumental. Desde o início dos anos 70,
se envolveu com a questão da intuição para tocar. Começou a investigar em
várias áreas e, sem abandonar a carreira de pianista, abraçou essa pesquisa.
50 Música e Imagem 51Música e Imagem
Fronteiras
eMoCional
Equilíbrio
Luiz Flávio Gomes possui currículo invejável. Mestre e
doutor em Direito Penal, é fundador e presidente da Rede LFG
- que promove cursos telepresenciais com transmissão ao
vivo e para todo País -, além de ministrar aulas em faculdades
latino-americanas. Também atuou nas funções de promotor de
Justiça em São Paulo, juiz de direito e advogado, entre outras
atribuições. Com essa vasta experiência, pode-se prejulgar
que a sua vida profissional não dependa de outros fatores.
Engana-se, porém, quem acredita nesta hipótese. O jurista,
um apaixonado por exercícios físicos - principalmente corrida -,
leitura e, quem diria, bateria, explica por que essas atividades
são fundamentais para exercer bem o seu trabalho. “Além
de comporem momentos de pausas que ajudam a desviar
a atenção das tarefas do dia-a-dia, elas auxiliam nas ques-
tões que envolvem o equilíbrio emocional”, analisa. “Todos
precisam de práticas que combinem o lado material com o
espiritual”, explica. Gomes, inclusive, deixa transparecer uma
preferência por essa arte. “A música é considerada o ponto
de encontro das civilizações, unindo todas as épocas. Ela tem
sentido universal e, por isso, todos deveriam gostar.”
O interesse pela bateria começou cedo. Aos 13, formou
uma banda em Sud Mennucci, cidade localizada no interior de
São Paulo, onde fez apresentações freqüentes por cinco anos.
“Meu instrumento não contava com muitos recursos, mas
consegui me desenvolver”, conta. Embora a carreira artística
parecesse consolidada, o adolescente tinha outro objetivo: ser
juiz. Nessa época, decidiu focar suas atenções apenas nos
estudos. Fez faculdade, prestou concurso e cumpriu sua meta.
Entretanto, sentia falta da prática musical. Voltou a tocar com
mais de 30 anos. Confidenciou que, de uns tempos para cá,
tem conseguido tempo para praticar. “Estou curtindo”, resume
o jurista em relação à experiência com as baquetas.
Assim como todo bom instrumentista, Gomes é aprecia-
dor de diversos estilos. Isso fica evidente quando fala sobre
o que costuma tocar. “Adoro samba e forró. Também gosto
muito da disco music que marcou época na década de 1980”,
explica. “Se for para falar de bandas, prefiro os Beatles”, con-
clui. O jurista só perde a paciência com os gêneros eletrônicos
mais modernos. “Detesto esses sons binários sem sentido”,
indigna-se. “Já escutou uma música que não te emociona?
Isso é uma barbaridade”, sentencia.
Gomes dificilmente demonstra suas habilidades com as
baquetas em público. “Acredito que esse seja um momento
meu”, define. Para acompanhá-lo nessa atividade quase
solitária, o jurista resolveu escolher a V-Drums, modelo
TD-20K, desenvolvida pela Roland. “Estou muito satisfei-
to com o instrumento. Realmente, é uma das melhores
compras que já fiz”, afirma. Com o setup que compõem
essa bateria, o músico consegue se expressar com mais
naturalidade, além de desempenhar sua performance com
qualidade invejável. Gomes levantou outros pontos positivos,
como a possibilidade de ensaiar usando fones de ouvido.
“Assim não incomodo os vizinhos”, diverte-se. Questionado
sobre a utilização de kits complementares, ele explica: “Não
preciso. Ainda não esgotei 50% das possibilidades que o
equipamento oferece.” (Rafael Furugen)
Fundador e presidente da Rede LFG, Luiz Flávio Gomes fala sobre a importância da bateria em sua vida profissional
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