A Nossa Voz (ex-Comunicando)

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Boletim trimestral da ANAC

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Publicação Trimestral da ANACA o N a eiro arço

hega agora às mãos dos nossos Sócios uma edição visualmente renovada do nosso boletim trimestral. Es-peramos que seja do seu agrado.

umprindo o decidido na Assembleia Geral do dia 19 de março último, este boletim já apresenta o novo logótipo da ANAC bem como o título “A Nossa Voz”.

s alterações introduzidas correspondem à intenção de tornar mais modernos os elementos de comunica-ção da nossa Associação. Ela está viva e dinâmica e, portanto, os novos símbolos são apenas o corolário desse dinamismo.

espeitamos e homenageamos aqui, mais uma vez, todos os Sócios que contribuíram para que a ANAC atingisse o grau de respeito (interna e internacional-mente) e de reconhecimento que goza. Queremos dar continuidade a esse trabalho, adaptando-o aos tem-pos que correm e estas alterações correspondem, exatamente, a esse desejo e ao respeito pelos que construíram a “nossa casa”.

verdade que os tempos que correm são muito maus para os aposentados (logo, para a maioria dos nossos Sócios) mas não poderemos desistir. A nossa desistência seria o fim da nossa história como povo e como portadores de uma cultura de mais de oito séculos. Seria, também, uma traição ao futuro dos nossos filhos. Portanto, temos de nos manter unidos, ativos e participantes.

esta edição damos conta, como é hábito, das ativi-dades que desenvolvemos para que os nossos Sócios se pudessem enriquecer culturalmente e usufruir de momentos de sã camaradagem.

amos também conta do que se passou na Assem-bleia Geral Ordinária e continuamos a divulgar os nossos talentos.

pelamos aqui uma vez mais à participação dos nos-sos Sócios através do envio de textos para publicação neste nosso boletim que é de todos e para todos.

ambém queremos continuar o espírito que presidiu à iniciativa do “Banco de Conhecimentos e Apetências” da ANAC e renovamos o convite aos Sócios que têm conhecimentos para transmitir e repartir com os ou- tros no sentido de nos contactarem pois a Associação tem condições excelentes (na sede e na delegação norte) para que possamos enriquecer-nos mutuamente.

articipe! Dê vida aos seus anos de vida!

Cumprindo o que está previsto nos estatutos da Associação e conforme convocatória enviada a todos os Sócios efetivos pelo Presidente da MAG, decorreu no passado dia 19 de março a Assembleia Geral ordinária da ANAC.

Como um dos pontos a debater e decidir se prendia com a proposta de alteração do logótipo da ANAC, foram expostas nas paredes do audi-tório as variadíssimas propostas que os nossos Sócios, de forma muito criativa, apresentaram. As propostas recebidas ascenderam quase às oito dezenas.

Por impossibilidade de presença do Presidente da MAG a sessão foi diri-gida pelo Sócio Abílio Alves Silva, também membro da mesma Mesa. Com o acordo e o aplauso de todos os presentes, foi convidado o Sr. Artur Filipe para fazer parte da mesa.

Infelizmente, talvez porque o dia estava chuvoso ou porque se tratava do “Dia do Pai”, a presença de Sócios não foi muito significativa.

Após a abertura dos trabalhos a Vice Presidente Cremilda Cabrito fez a leitura da introdução do relatório de atividade elaborado pela Direção. O Presidente da Direção fez a apresentação do conteúdo com recurso a projeção de diapositivos auxiliares.

A Diretora Antónia Serrano leu a parte relativa aos agradecimentos e foram apresentados mais alguns diapositivos relativos aos “números” que constam no “Balanço” e na “Demonstração de Resultados”.

Foi dado ênfase ao esforço financeiro que foi feito para que o XIII Encon-tro nacional de Sócios Efetivos tivesse decorrido com a menor perda de qualidade a que os nossos Sócios se habituaram.

De seguida, os Sócios colocaram as questões que julgaram pertinentes e que a Direção esclareceu. Foram abordados, entre outros, aspetos como a aplicação dos fundos da ANAC, os resultados do bar-convívio e os custos de algumas das atividades promovidas pela Associação.

O Presidente do CF (Sr. José Maria Fernandes) fez a leitura do parecer do Conselho Fiscal e das propostas nele expressas.

Submetidos a votação, quer o relatório quer as contas quer o parecer do Conselho Fiscal foram aprovados por unanimidade.

De seguida foi discutida a proposta da Direção de exclusão de 18 Sócios com quotas em atraso há mais de um ano, dando cumprimento ao esti-

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pulado nos estatutos. Depois de es-clarecidas as eventuais razões e as diligências desenvolvidas pela Dire-ção para recuperação dos valores em atraso, a proposta foi aprovada pelos Sócios.

O Presidente da Direção esclareceu a fundamentação da proposta de alte-ração do logótipo da ANAC e agrade-ceu a excelente resposta (quer a nível de quantidade de propostas quer da qualidade das mesmas) dos Sócios ao convite que lhes foi endereçado. A primeira parte da proposta (alteração do logótipo) foi discutida e aprovada pela maioria dos Sócios presentes. Após uma interrupção para análise mais detalhada das várias pro-postas, foi escolhida a apresentada pela Direção e que já consta no cabeçalho deste nosso boletim.

Devemos esclarecer que a proposta, embora sendo apresentada pela Direção, é resultante do trabalho e criatividade da estagiária Catarina Pimentel (que esteve presente na assembleia como convidada e a quem agradecemos).

O quarto tema a debater foi a proposta da Direção para alteração do nome do nosso boletim trimes-tral (Comunicando). Este aspeto foi também muito debatido e foi patente a motivação geral para que o nosso boletim também ostentasse um título mais de acordo com os tempos que correm e onde é importante que façamos ouvir a nossa voz. De entre as 16 propostas recebidas e submetidas a decisão, a opção foi por “A Nossa Voz”. Este título passará, pois, a ser o do nosso boletim como consta no ca-beçalho desta edição.

Como a ANAC não tinha um hino, a Direção também convidou “os nossos talentos” para apresen-tarem propostas. Foi recebida quase uma dezena. A proposta de criação do hino foi bem aceite pela assembleia e, portanto, foi aprovada por unanimidade. A Direção foi mandatada para preparar as condições para que seja apresentado na próxima AG.

Para terminar foram apresentados outros assuntos de interesse para os Sócios e a vida da Associação, nomeadamente o plano de atividades para o ano de 2013.

A sessão terminou, como é da praxe com a leitura da respetiva ata, escrita pelo Sócio Alves Silva du--rante os trabalhos. Esta faculdade de escrever a ata enquanto dirige os trabalhos deixa sempre os Sócios espantados mas a verdade é que este Amigo tem uma capacidade inata de que muito poucos poderão orgulhar-se…

Reforçamos aqui a importância de os Sócios estarem presentes nas assembleias gerais pois elas são o momento privilegiado para se fazerem ouvir, de forma livre e com direito a explicações e debate, todas as vozes dos Sócios. Tudo o que de importante é dito em assembleias gerais fica registadopara memória futura e só assim poderão vir a ser tidas em conta pelos órgãos que dirigem os destinos de uma associação que pertence a todos.

Propriedade da ANAC – Associação

Nacional dos Aposentados da Caixa

Geral de Depósitos

Sede: Rua Marechal Saldanha,

nº. 5-1º. 1200-259 Lisboa

Tels. 21 324 50 90/3

Fax 21 324 50 94

E-mail: [email protected]

Blogue: http://anaccgd.blogspot.com

Coordenação: Carlos Garrido

Publicação: Trimestral

Impressão: Gráfica Expansão -

Artes Gráficas, Lda.

Rua de S. Tomé, 23-A

2685-373 PRIOR VELHO

Tiragem: 3.500 exemplares

Depósito Legal: nº. 55350/92

Distribuição: gratuita aos sócios

Colaboraram neste número:

Cândido Vintém; Cremilda Cabrito;

Carlos Garrido; Jorge Sebastião e

José Coimbra (Deleg. ANAC Norte).

Saber ViverEnvelhecer, como todos sentimos, é um processo natural que implica alterações ocorridas no organismo ao longo da vida. Estas alterações encontram-se associadas a um conjunto de transformações a nível biológico, físico e também psicossocial.

Este processo é individual e está condicionado por um conjunto de fatores e hábitos, que podem ser normais na vida em sociedade, mas também com alguma componente de risco, tais como o consumo excessivo de álcool, tabaco, obesidade e sedentarismo, que atuam em cada indivíduo de forma diversa, mas podem contribuir para avançar ou retardar o processo de envelhecimento.

Na fase da vida em que nos encontramos, já retirados da vida profissional ativa, ganham importância os fatores de natureza psicossocial, tais como a solidão, isolamento, o que leva muitas vezes à exclusão social e, no seu conjunto, podem tornar a pessoa mais vulnerável à doença, à incapacidade física e ao grande risco de depressão, com consequências trágicas em muitos casos, como é frequente ser noticiado.

Admite-se que entre os sócios da ANAC, as condições de vida de índole material, tais como habitação condigna e as condições económicas, melhores nuns piores noutros, sejam em regra suficientes para o bem estar físico e material dos associados. Já não direi o mesmo das relações pessoais, com a família, amigos e vizinhos, onde por vezes podem surgir situações de conflito, que poderão influenciar de forma negativa a maneira como é encarada a vida, o relacionamento com os outros e consigo próprio.

O bem estar, em toda a plenitude do conceito, é muito importante pois permite que o idoso se sinta satisfeito consigo próprio, se sinta pertença de um grupo onde seja aceite e considerado pelos seus pares.

É neste momento do nosso percurso que esta realidade é determinante, já que pode ajudar a manter as suas funções cognitivas, o interesse no relacionamento interpessoal, e a sua auto estima.

Não será de mais repetir o que já foi realçado nesta rubrica, em anteriores números do Comunicando, onde se incentivou a alteração do estilo de vida para os que não praticam exercício, adequado à sua condição física e idade, assim como a prática de atividades em grupo, jogos, a escrita, a pintura, de acordo com as suas aptidões e preferências, que poderão estimular as capacidades cognitivas, diminuir o aparecimento de certas doenças que podem surgir nesta fase da vida, melhorar a sua qualidade e a forma como se encara a existência, esperando ter como resultado o prolongamento da autonomia, e sentir que ainda pode dar o seu contributo à Sociedade, pela experiência acumulada ao longo de toda uma vida.

É por tudo isto que existe a nossa ANAC, pois as atividades que patrocina, os passeios e viagens que organiza, mais não visam do que proporcionar a todos nós as condições psicológicas que nos permitam, como é vulgar dizer-se, dar anos à vida e vida aos anos.

Cuidem-se. C. Garrido

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ENCERRAMENTO DO ANO EUROPEU PARA O ENVELHECIMENTO ATIVOE DA SOLIDARIEDADE ENTRE GERAÇÕES

Realizou-se em Nicósia no dia 12 de dezembro de 2012, a cerimónia de encerramento, liderada pela AGE – Plataforma Europeia de Pessoas Idosas, a que per-tence o Agrupamento Europeu de Aposentados das Caixas Económicas e Instituições Financeiras, do qual a nossa ANAC faz parte.

Foram apresentadas cerca de 90 iniciativas que tiveram lugar a nível nacional e local, para promover o Ano Europeu de 2012 cujo tema era, como é sabido, o envelhecimento ativo e a solidariedade entre gerações, e uma União Europeia mais favorável às pessoas idosas a alcançar até 2020.

Os temas em debate neste conjunto de iniciativas, surgiram como uma necessidade de serem encontradas soluções, para dar resposta à alteração demográfica, fenómeno que de ano para ano se tem agravado na maioria dos países europeus, como tem sido demonstrado pelas estatísticas do Eurostat, as quais prevêem que no ano 2060, 30% da população dos estados membros, tenha uma idade superior a 65 anos, ano em que a geração dos nossos netos se encontrará então a aproximar-se da idade da reforma.

O programa do Ano Europeu teve como objetivos centrais, salientar a contribuição que os idosos podem dar à Sociedade e chamar a atenção dos responsáveis políticos e, primordialmente dos próprios, da importância do envelhecimento saudável e de manter a solidariedade entre as gerações, em que as diferentes faixas etárias se possam entreajudar e respeitar de forma solidária. É desejável que todos os idosos possam contribuir segundo os seus conhecimentos e capacidades, permitindo o acesso igualitário aos progressos económicos e sociais.

Tendo em vista o estudo e debate de várias opiniões e experiências, foram estabelecidos para o Ano Europeu vários objetivos, entre os quais a aceitação comum de um conjunto de valores que contribuíssem para a mudança de mentalidades em relação ao envelhecimento e que fosse adquirida, por todos os europeus, a consciencialização de que os mais velhos podem continuar a contribuir para o desenvolvimentos dos respetivos países, permanecendo no mercado de trabalho mais tempo, compensando dessa forma a queda da população mais jovem em idade ativa de trabalho.

A solidariedade entre gerações tem sido um dos pilares do contrato social vigente até agora, desde que foram implementados os atuais sistemas de reformas, em que as gerações mais jovens contribuem para a sustentação das gerações que as antecederam e a quem devem, além da vida, a formação cultural e profissional.

Era suposto nos longínquos anos 70 do século passado, que o desenvolvimento científico e tecnológico, tivesse como resultado para as gerações seguintes, uma melhor distribuição da riqueza produzida, que para além de um melhor nível de vida, contribuísse para o aperfeiçoamento moral do homem tornando-o mais culto, mais fraterno e mais solidário. Havia também a esperança de que o avanço da tecnologia, pudesse libertar o homem dos trabalhos mais penosos e repetitivos, possibilitando-lhe a realização de tarefas mais criativas e proporcionando-lhe mais tempo livre para o desenvolvimento pessoal e convívio familiar.

Infelizmente, esse desenvolvimento parece ter sido aproveitado para desempregar metade da força de trabalho, pretendendo por a outra metade a trabalhar o dobro, em nome do sacrossanto aumento da produtividade. A enorme vaga de desemprego, que já há muito tempo se adivinhava, para o que muito provavelmente terão contribuído as novas teorias de gestão, muito em voga nas últimas duas décadas, foi agravada por uma crise financeira, para a qual se não tem parado de inventar pretensas soluções, procurando encapotar a defesa de privilégios de um grupo cada vez menor de cidadãos, detentores de uma cada vez maior fatia do rendimento nacional.

Neste contexto, em que alguns dirigentes parece quererem apropriar-se da indignação dos mais jovens, culpando os mais velhos, a peste grisalha, dos problemas originados pela atual organização social, e assim sobrecarregam financeiramente o Estado, impecilhando a mais rápida e completa felicidade da juventude. Esta frase, a peste grisalha, recorda um comentário de Eugénio Lisboa, num seu recente artigo, onde após descrever o enorme rol de grandes realizações, efetuadas por pessoas com mais de 65 anos de idade, concluiu: “O grisalho não é obstáculo. A estupidez e a boçalidade são”.

Com este pano de fundo, parece muito difícil o alcance de um dos objetivos mais importantes do Ano Europeu - a solidariedade intergeracional.

A dificuldade é real, mas não deve ser impeditiva de se lutar para conseguir a sensibilização dos responsáveis políticos e de toda a Sociedade em geral, para a não marginalização dos mais idosos e recordar o aproveitamento da experiência dos que ainda tenham capacidades e vontade e não esquecer a sua qualidade de consumidores, fatia importante de um mercado interno, que bem precisa de se expandir.

Chegou a hora de aceitar esta realidade.

Na cerimónia de encerramento do Ano Europeu, em que estiveram presentes vários representantes da E.U., foi sublinhado o importante trabalho desenvolvido pela AGE, tendo em vista o compromisso e coordenação de ideias inovadoras de centenas de organizações e de cidadãos individuais, por toda a Europa, que chamaram a atenção para as oportunidades das pessoas mais velhas poderem continuar a trabalhar e participar como membros ativos na economia e na sociedade.

Como sublinhou Durão Barroso, que também esteve presente no encerramento da conferência, o Ano Europeu foi bem sucedido no aumento do conhecimento relativo à necessidade da cooperação entre gerações, identificando e disseminando boas práticas, que encorajem o interesse pela criação de políticas, que olhem para os seniores como cidadãos de pleno direito e promovendo acordos nesse sentido.

A AGE e a Coordenação do Ano Europeu contribuíram de forma decisiva para o seu sucesso. A AGE participou em mais de 200 seminários, eventos e encontros, para promover os objetivos que se pretendiam obter ao longo do ano.

Foram também identificados os desafios que podem ameaçar o envelhecimento ativo nos diferentes países da U.E., e a junção de esforços entre os diferentes membros, para fazer campanha por um Acordo Formal, escrito, respeitante à Mudança Demográfica.

Para isso deverá ser criado o quadro político e técnico que una autoridades locais e regionais em toda a U.E., que procurem encontrar soluções, para criação de uma base de conhecimentos que proporcione o aparecimento de um ambiente favorável ao envelhecimento ativo. Esta iniciativa foi muito incentivadapelos diferentes oradores.

É estranha e contraditória a atitude entre o discurso dos políticos europeus, ao seu mais alto nível e a realidade do dia a dia. No nosso país o que se vislumbra é a tentativa de criar um conflito geracional, com a acusação de que as reformas dos seniores são pagas pelos impostos dos jovens. Não podemos esquecer porém os descontos, quer individuais quer patronais, ao longo de muitos anos para a Segurança Social, parecendo não ter em conta que os impostos dos agora reformados, contribuíram para a formação e educação dos que agora discriminam os cabelos grisalhos.

Haja bom senso, o futuro não pode ser construído sem o passado. C. Garrido

SINAIS DE ALARME

Há relativamente pouco tempo foi noticiado pela imprensa diária, que o ministro das finanças japonês, Taro Aso, fez recentemente

algumas declarações, no âmbito das reformas da segurança social, das quais se destaca “que os idosos doentes devem morrer rapidamente para aliviar o Estado do pagamento de cuidados médicos” e “Deus queira que os idosos não sejam forçados a viver até quando quiserem”. Outra declaração do senhor exibe esta pérola: “O problema não tem solução, a não ser que os deixemos morrer e depressa.”

Disse também que o ministro da saúde está consciente das despesas de saúde por paciente.

Então a solução será matá-los, talvez com a célebre injeção atrás da orelha, muito em voga há alguns anos.

Triste e imoral sistema social, que parece destinado a defender os interesses e privilégios de alguns, nem que seja preciso matar os cidadãos idosos doentes, para que, como já tinha o mesmo ministro declarado em 2001, “gostava que o Japão fosse o país em que os judeus ricos gostassem de viver.”

Este senhor vai ter um problema, pois um quarto da população de cerca de 130 milhões de habitantes, logo um quarto do Estado japonês, tem mais de sessenta anos, no entanto será sempre possível construir novas câmaras de gás, ou outro meio mais eficaz que a tecnologia moderna permita. Mas também se poderá obter o mesmo efeito, de modo mais lento é verdade, tornando as pensões de reforma uma simples quimera, eliminar as participações do Estado em medicamentos e desmantelar o Serviço Nacional de Saúde.

C. Garrido

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GRANDE NOITE DE FADOS NA ANACRealizou-se no passado dia 30 de Novembro de 2012 a 7ª. Grande Noite de Fados na ANAC.

Tal como nas realizações anteriores a nossa sala do bar encheu--se de sócios (cerca de 70) que, depois de saborearem uma gostosa refeição, em plena convivência, ouviram bons fados executados e cantados por jovens que nos deliciaram com as suas belas interpretações.

Mais uma vez ficou demonstrado e, não é por acaso, a boa aceitação que os nossos sócios dedicam ao bom Património Imaterial da Humani-dade nomeado pela Unesco, que é o fado.

Jorge SebastiãoOs nossos colegas agradeceram, e nós também, pelo agradável dia passado.

No mesmo dia e à mesma hora, cerca de 150 de Sócios da Re-gião Norte estiveram também reunidos com o mesmo objetivo.

CARNAVAL NA SEDE DA ANACMantendo a tradição, reuniu-se um grupo de Sócios da ANAC, familiares e amigos para celebrar o Carnaval na nossa Sede.

Esse convívio decorreu no dia 11 de fevereiro e teve animação musical ao vivo.

Como não podia deixar de ser, antes da folia foi servido um jantar que foi o primeiro pretexto de convívio.

Com as forças já em ordem, todos procuraram divertir-se aproveitando o ambiente familiar.

Alguns dos convivas vieram “vestidos a rigor” quer dizer, devidamente mascarados o que provocou alguns momentos hilariantes entre os presentes.

Houve confetis, muita música, muita alegria e sã camarada- gem e a festa acabou às tantas…

(Cândido Vintém)

(Continua na página seguinte)

ALMOÇO DE NATAL DE SÓCIOS DA ANAC DAREGIÃO DE LISBOA, NA QUINTA DOS GAFANHOTOSFoi no passado dia 15 de dezembro que decorreu na Quinta dos Gafanhotos (em Carcavelos), o almoço de Natal de Sócios da ANAC da região de Lisboa.

Pelas 13h00, hora marcada no Convite, já a casa se encontrava bastante animada: rostos familiares e amigos encheram nova-mente a quinta.

Grande parte dos membros da CGD, como o Dr. João Martins (dos Serviços Sociais), o Dr. Henrique de Melo (da Direção de Pessoal), e também representantes da CGD do SBSI, Comissão de Trabalhadores e Associação do Montepio Geral, aceitaram o nosso convite e participaram neste almoço.

No final do almoço, tivemos a oportunidade de ouvir alguns discursos dos representantes da CGD. Uma vez mais foi re-ferida e realçada, especialmente face ao momento difícil que atravessamos, toda a união, paixão e força que caracterizam a equipa CGD. A mensagem transmitida foi a do orgulho em ser-mos quem somos: um grupo unido e muito forte, o grupo CGD!

De seguida, foram apresentados os “estados de arte” do Grupo de Cantares da ANAC e das atividades de ensino de viola e de danças. Todas elas foram calorosamente acolhidas pelos pre-sentes e, no final, toda a gente aproveitou para dar o seu pé de dança. Todas estas atividades de animação estiveram ao cargo de André Gomes.

Foi o segundo ano consecutivo em que foi realizado o almoço neste local. O almoço, o ambiente, a decoração e toda a sua envolvente paisagística, assim como todo o serviço prestado pelos empregados, ultrapassou uma vez mais, as expectativas de todos.

VISITAS AO MUSEU DA RTPRealizaram-se, nos passados dias 1 e 8 de fevereiro e 8 de março, visitas ao Museu da RTP que algumas dezenas de só-cios tiveram o prazer de vivenciar.

Ao percorrer as salas onde se encontra a história da Rádio e Televisão em Portugal, somos levados ao passado, pois a cada passo se evocam as histórias, equipamentos, obras musicais e imagens da rádio e televisão em Portugal e no mundo, ao lon-go de todo o século XX e de novas tecnologias já utilizadas no presente.

Nele se encontram os espólios de grandes profissionais como Fernando Pessa, Maria Leonor e Pedro Moutinho.

No início da visita, encontra-se uma sala dedicada à rádio, com objetos utilizados por Fernando Pessa, entre os quais a sua antiga máquina de escrever, onde o célebre locutor e jornalista terá realizado muito do seu trabalho.

Entra-se na sala de rádio, onde uma fotografia de Artur Agos-tinho, tirada durante um dos seus inesquecíveis relatos de fu-

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tebol, nos faz voltar atrás no tempo, seguindo-se um conjunto de vitrinas com antigos equipamentos de receção e gravação, e a recriação de um estúdio de rádio, que funcionou na antiga Emissora Nacional e ainda em condições operacionais, com o diapasão e o gongue que produziam o genérico da emissão.

Muito interessante e de grande valor evocativo, é o misterioso “armário dos sons”, onde são guardados objetos que desven-dam o mistério dos sons emitidos nas antigas e célebres radio-novelas. Aqui é revelado como se pode emitir o som do trote de um cavalo, o trovão ao longe, o ranger de uma porta, o rugir do vento.

Na área da televisão, pretende evocar-se o percurso técnico que permitiu os estudos que levaram à implementação em 1956 das emissões regulares de televisão em Portugal e mostrar-sea evolução dos equipamentos profissionais, tais como as câmaras de televisão, gravadores de som e vídeo e as antigas câmaras de filmar.

(Continua na página seguinte)

manifesta nestes eventos. Com a paragem técnica do costume e após uma visita a Monsaraz, de cujas alturas se desfruta a paisagem deslumbrante da albufeira do Alqueva, chegámos ao Monte Caneiro, no coração do Alentejo, junto à vila de Mourão, onde iria decorrer o acontecimento central da viagem.

À nossa espera já estava a vítima do ritual tradicional que motivou a deslocação da maior parte dos participantes.

Após a degustação das iguarias tradicionais à base de carne de porco, regadas com vinho tinto e branco da região, alguns dos participantes não querendo assistir ao ato, foram levados a um pequeno passeio enquanto os mais tradicionalistas assistiam e alguns participaram na tradicional matança.

Seguiu-se o almoço, composto por pratos tradicionais à base de carne de porco, bem regado com vinho regional, tendo-se convivido, cantado e dado por bem vividos os bons momentos ali passados.

Porém, como tudo o que é bom acaba depressa, o fim da tarde chegou e com ele o regresso que decorreu sem incidentes, tendo o grupo chegado a Lisboa cerca das vinte e uma horas.

(C. Garrido)

VISITA AO MUSEU MILITAR

No cumprimento do plano de atividades de 2013, um grupo de cerca de sessenta sócios da ANAC, no passado dia 27 de Fevereiro, efetuou uma visita ao Museu Militar, em Lisboa.

A receção e guia da visita foi efetuada pelo Sr. Major António Mendonça, que com grande simpatia e capacidade de co-municação, conduziu os visitantes pelas diversas salas do museu, onde com muita clareza, descreveu as coleções que continham, inserindo-as no seu tempo histórico e artístico.

O Museu está situado em frente à estação de Santa Apolónia, onde funcionou no século XVI, uma fundição de canhões e depósito de armas É o maior museu do exército, junto do qual também está instalado o Arquivo Histórico Militar. Inicialmen-te organizado no “Arsenal Real do Exército” foi sancionado no reinado de D. Maria II, por decreto real, com o nome de Museu de Artilharia o qual, a partir de 1926 passou a chamar-seMuseu Militar. Esta designação poderá fazer pensar que se trata de um museu de armamento e história militar, mas o seu espólio é mais vasto, evocando a memória de acontecimentos relevantes da História de Portugal.

O Museu é detentor de uma das melhores coleções de peças de artilharia dos séculos XVI a XIX e armas ligeiras do século XVI e XVII, autênticas obras de arte e uma coleção valiosa de miniaturas de diverso armamento, elaboradas pelos artífices do Arsenal Real do Exército.

A importante coleção museológica desenvolve-se ao longo de várias salas e a temática histórica é evocado pelo patrimó-nio artístico de pintura, azulejaria e escultura de obras de artistas famosos dos séculos XVIII, XIX e XX, como Carlos Reis, Columbano, Malhoa, Sousa Lopes, consideradas como das mais valiosas da arte histórica portuguesa.

Seguiu-se um almoço num restaurante próximo, sendo patente a satisfação geral pela visita e o reconhecimento pela forma como o grupo foi acolhido.

(C. Garrido)

(Continuação na página anterior)

É mostrada também a evolução dos aparelhos de receção, que nos evocam as grandes transformações por eles sofridas, des-de a válvula ao transístor, que abrem em nossas casas a janela para o mundo, até às novas tecnologias digitais dos nossos dias, como computadores pessoais, telemóveis que nos permitem com toda a facilidade aceder às emissões televisivas.

Existe também uma zona interativa, constituída por vários quiosques, onde é possível observar por décadas, os equi-pamentos na sua evolução e visionar conteúdos que foram marcantes para os períodos em que foram produzidos.

Como ponto alto da visita, pode ver-se um moderno estúdio de televisão, com tecnologia digital, câmara portátil e a mesa de edição, que permite ao sistema designado por Chroma, obter imagens que se sobrepõem a um fundo verde, dando a ilusão de que a emissão pode estar a ser realizada em qualquer sítio ou lugar.

Foram gravados três DVD, com intervenções de alguns parti-cipantes, que assim tiveram o seu batismo de televisão.

Depois do almoço que decorreu no refeitório da RTP, o Engº Carlos Mouriscas, responsável pelo Museu que brilhantemente, com muita simpatia e grande capacidade de comunicação nos recebeu, teve a amabilidade de nos mostrar o interior das instalações da RTP, onde foi possível ver um estúdio em funcionamento e os locais de onde são emitidos alguns programas de grande popularidade.

A visita chegou ao fim, não sem antes nos ter sido possibilita-do o contacto direto com o primeiro carro de exteriores que funcionou na empresa

Aconselham-se aos associados da Anac, uma visita ao museu, pois é uma viagem imperdível às nossas memórias pessoais e coletivas.

(C. Garrido)

A MATANÇA DO PORCO

No passado dia 6 de fevereiro, realizou-se mais um passeio de sócios da ANAC, de acordo com o plano de atividades para o corrente ano.

A viagem com partida junto à Praça da Ribeira, cerca das oito horas, decorreu com a boa disposição que habitualmente se

Page 6: A Nossa Voz (ex-Comunicando)

6

VISITAS AO BUÇACO E À MEALHADA

A zona centro do país é sempre uma das preferidas pelos nos-sos Sócios seja pela beleza das paisagens, pelos monumentos ou pela gastronomia.

É assim que tivemos de organizar dois grupos para uma visita ao Buçaco e à Mealhada.

Cerca de 90 Sócios e familiares deslocaram-se nos dias 06 e 20 de março com o intuito de conhecerem melhor o Buçaco com o Convento de Santa Cruz, o Palace Hotel e os seus famosos jardins e deliciarem-se com o leitão à Bairrada e os “licores” inerentes.

Partidos bem cedinho de Lisboa, após paragem técnica pelo caminho, chegámos ao Buçaco e fomos recebidos por técnicas da Fundação da Mata do Bussaco (mas afinal como se escreve o nome da terra – é Buçaco ou Bussaco? – vimos o nome escrito das duas formas…) que nos deram uma explicação sobre o Convento de Santa Cruz, os seus monges carmelitas e o “deserto” do Convento.

Foi-nos dada uma explicação sobre as formas visíveis no Convento e a sua simbologia e também sobre a vida dos anti-gos residentes, dedicada ao silêncio, à meditação e à pobreza.

Envolvendo literalmente o Convento, foi construído um palácio, no século XIX e que hoje é utilizado como hotel.

Visitámos os jardins “afrancesados” e ficámos a conhecer algu-mas das espécies botânicas que crescem neles e também na mata do Buçaco. Infelizmente, devido aos temporais, não houve possibilidade de percorrer um pouco desta mata.

Como seria obrigatório, fomos degustar o leitão à Bairrada e respetivos licores. Só poderemos dizer que ambos continuam deliciosos e que o restaurante eleito para nos acolher honra a tradição.

Depois do almoço e antes do regresso a casa fomos visitar umas das mais antigas “caves” da Mealhada – as Caves Messias.

Tivemos oportunidade de conhecer como se produz o vinho espumante natural que é um dos ex-libris da região e do nos- so país. Percorremos as galerias cheias de história (e muitas teias de aranha…) e provámos alguns dos produtos da caves.

Foram mais duas jornadas para recordar.

(Cândido Vintém)

VISITA AO MUSEU NACIONAL DO AZULEJO

No passado dia 13 de março, um grupo de sócios da Anac, fez mais uma visita cultural, desta vez ao Museu Nacional do Azulejo.

Este, é um dos museus mais importantes de Portugal, dedica- do ao azulejo.

Encontra-se instalado no antigo Convento da Madre Deus e foi fundado pela Rainha D. Leonor, decorria o ano de 1509.

De tanta beleza, destacamos o painel de azulejos que represen-ta uma panorâmica de Lisboa, antes do terramoto de 1755, vista da outra margem do Tejo .

Na Igreja, a talha e os azulejos constituem um dos maiores exemplos do Barroco em Portugal.

Depois da visita, seguiu-se um delicioso almoço que foi servido nos lindíssimos claustros do Museu.

Esteja atento, pois outras visitas estão a ser preparadas.

C.C.

COLÓQUIO SOBRE ALIMENTOS LIGHT OU LINHA ZERO – LEITURA DE ROTULAGEM

No seguimento do ciclo de colóquios dedicados à nossa saúde, sempre com o apoio da Direção dos Serviços Sociais e da Direção Clínica do seu posto médico de Lisboa, tivemos mais uma sessão no passado dia 28 de fevereiro.

Nesta ocasião foi aproveitado para testar o novo sistema audiovisual com que o auditório foi enriquecido. Podemos dizer que o equipamento passou no teste e os presentes consegui-ram ouvir e fazer-se ouvir com muito mais qualidade.

O espaço do Auditório Artur Vieira Filipe foi totalmente pre-enchido por Sócios interessados em decifrar o que diz a rotulagem de alimentos light ou linha zero.

A Drª Rute Queiroz, com a sua habitual capacidade comunica-tiva, foi-nos guiando pelo mundo de informação (e, por vezes, de desmistificação…) que nos pode ser fornecido pela leitura cuidadosa dos produtos alimentares que nos prometem uma vida mais saudável.

Deu-nos a conhecer as diferenças entre os alimentos light e aqueles que se anunciam como linha zero, isto é, sem sal, açúcares ou outros elementos específicos.

O debate foi muito participado, ilustrado por exemplos concre-tos de embalagens que a palestrante ou os presentes trouxeram.

No final todos saíram muito mais esclarecidos e, para contrariar o que se falou durante esta esclarecedora sessão, fomos todos tomar um chazinho com bolos…

(Continuação na página anterior)

Page 7: A Nossa Voz (ex-Comunicando)

7

Há muita gente que vende, Há pouca gente que compra, Mas quem se vende e entende É quem mais lucra, na sombra. Há muita gente que ignora, Com sua máscara, a virtude, Mas há mais gente que explora O negócio da saúde. Há muita gente que vive De mãos dadas com os perigos, Mas há mais gente que sobrevive Com migalhas dos amigos. Se o socialista com aspa Tirasse a aspa do seu nome, Pouca gente havia à rasca E muita gente sem fome. Ao ver folgar muita gente, Há pouca gente a pensar Que há muita gente que mente Mas mais gente a acreditar. Há montes de gente esperta E muita gente inocente, Mas pouca gente desperta P’rà realidade presente. HÁ MUITA GENTE QUE VAI E POUCA GENTE QUE VEM; HÁ MUITA GENTE QUE SAI DA PÁTRIA QUE JÁ NÃO TEM.

Março 2013 - Anac Norte

N OTÍCIAS DO ORTE ELEGAÇÃO DO ORTO

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Resposta à Rubrica “Quem é o Autor ?”

Quem é o Autor ?

Tens noventa anos. És velha, dolorida. Dizes-me que foste a mais bela rapariga do teu tempo –e eu acredito. Não sabes ler. Tens as mãos grossas e deformadas, os pés encortiçados. Carre-gaste à cabeça toneladas de restolho e lenha, albufeiras de água. Viste nascer o Sol todos os dias. De todo o pão que amassaste se faria um banquete universal. Criaste pessoas e gado, meteste os bácoros na tua própria cama quando o frio ameaçava gelá-los. Contaste-me histórias de aparições e lobisomens, velhas ques-tões de família, um crime de morte. Trave da tua casa, lume da tua lareira –sete vezes engravidaste, sete vezes deste à luz. Não sabes nada do mundo. Não entendes de política, nem de economia, nem de literatura, nem de filosofia, nem de religião. Herdaste umas centenas de palavras práticas, um vocabulário elementar. Com isto viveste e vais vivendo. És sensível às catás-trofes e também aos casos de rua, aos casamentos de princesas e ao roubo dos coelhos da vizinha. Tens grandes ódios por moti-vos de que já perdeste lembrança, grandes dedicações que as-sentam em coisa nenhuma. Vives. Para ti, a palavra Vietnam é apenas um som bárbaro que não condiz com o teu círculo de légua e meia de raio. Da fome sabes alguma coisa: já visto uma bandeira negra içada na torre da Igreja. (Contaste-me tu, ou terei sonhado que o contavas?...) Transportas contigo o teu pe-queno casulo de interesses. E, no entanto, tens os teus olhos cla-ros e és alegre. O teu riso é como um foguete de cores. Como tu, não vi rir ninguém. Estou diante de ti, e não entendo. Sou da tua carne e do teu san-gue, mas não entendo. Vieste a este mundo e não curaste nunca de saber o que é o mundo. Chegas ao fim da vida, e o mundo ainda é, para ti, o que era quando nasceste: uma interrogação, um mistério inacessível, uma coisa que não fazia parte da tua herança: quinhentas palavras, um quintal a que em cinco minu-tos se dá a volta, uma casa de telha vã e chão de terra batida. Aperto a tua mão calosa, passo a minha mão pela tua face enru-gada e pelos teus cabelos brancos, partidos pelo peso dos carre-gos –e continuo a não entender. Foste bela, dizes, e bem vejo que és inteligente. Porque foi então que te roubaram o mundo? Quem to roubou? Mas disto entendo eu, e dir-te-ia o como, o porquê e o quando se soubesse escolher das minhas inumeráveis palavras as que tu pudesses compreender. Já não vale a pena,. O mundo continuará sem ti –e sem mim. Não teremos dito um ao outro o que mais importava. Não teremos, realmente? Eu não te terei dado, porque as minhas palavras não são as tuas, o mundo que te era devido. Fico com esta culpa de que me não acusas –e isso ainda é pior. Mas por-quê, avó, porque te sentas tu na soleira da tua porta, aberta para a noite estrelada e imensa, para o céu de que nada sabes e por onde nunca viajarás, para o silêncio dos campos e das árvores assombradas, e dizes, com a tranquila serenidade dos teus no-venta anos e o fogo da tua adolescência nunca perdida: “O mun-do é tão bonito, e eu tenho tanta pena de morrer!”

A resposta à rubrica “Quem é o Autor?” publicada no último boletim da Anac, é a seguinte: Alexandre O’Neil, Descendente de Irlandeses, foi um importante poeta do movimento surrealista. Autodidacta, a obra de O’Neil estende-se pela prosa, poesia, discos de poesia, traduções e antologias, tendo passado também pela publicidade (é da sua autoria o lema publicitário “Há mar e mar, há ir e voltar”. A resposta à rubrica deste número, deverá ser dirigida à Delegação da Anac-Norte e será divulgada no próximo número deste jornal.

Rua acima, Rua abaixo… Carta para Josefa, minha Avó

MUITA GENTE POUCA GENTE

Caldo de Letras

Page 8: A Nossa Voz (ex-Comunicando)

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Março 2013 - Anac Norte

N OTÍCIAS DO ORTE ELEGAÇÃO DO ORTO

Visita Museu dos Chapéus Visitamos no dia 17 de Janeiro,

Colegas e Familiares, o Museu da Chapelaria e a Fábrica de Lápis

visita terminou com um lanche nas

ria.

Passeio a Barcelos No dia 27 de Fevereiro, visitamos a bonita cidade de Barcelos, tendo o

-

seio constou a referida visita aos

ao centro histórico de Barcelos, a visita guiada ao Convento de Vilar

à Fábrica de Olaria Normand. O agrado

Colegas com este passeio foi geral. Passeio a Cabe-ceiras de Basto

ceiras de Basto e

-

tes foi recebido pelo presidente da

de.

Claustros, ao Mosteiro de S.

do Mundo” no interior da Serra da Cabreira.

Cinema às Quintas

ga Vítor Rocha tem orientado

Norte

-

(no terreno!). As aulas teóricas

-Norte,

te, 2.º Concurso

subordinado ao tema "INVERNO".

diversos Colegas e familiares com

--Norte.

Torneio de Jogos de Salão

Está a decorre a bom ritmo o

- Os jogos decorrem na sede da

-

res das várias modalidades em

Leonardo de Galafura…

vio disputam com entusiasmo os primeiros lugares

Passeios no Porto

23 de Março, que se irá

da cidade, com o seguinte

-

Fontaínhas, rua das Fonta-ínhas, Bairro Herculano, rua

da Batalha e Igreja Santo

nhecer um pouco melhor

Subdelegada Fernanda Vilarinho.

Page 9: A Nossa Voz (ex-Comunicando)

9

Picasso – O Homem e o génio

Foi vendido em Londres pela quantia de 28,5 milhões de Libras, o quadro “Mulher Sentada

à Janela” que se supõe representar uma das muitas musas inspiradoras que existiram na

vida de Pablo Picasso, Marie-Therese Walter. Pintado em 1932, a sua ligação amorosa com

o célebre pintor, muito provavelmente terá contribuído para a enorme quantia por que foi

realizada a venda.

Picasso conheceu Marie-Therese em 1927 em Paris, quando esta tinha apenas a idade de 17

anos. Inspirado pela beleza da jovem, que foi modelo de vários dos seus quadros, o caso

manteve-se em segredo pois Picasso ainda era casado com a bailarina russa Olga Khoklova,

de quem veio a separar-se, tendo pouco tempo depois nascido uma filha da relação amorosa

que mantinha com Marie – Therese.

Nascido a 25 de outubro de 1881, na cidade de Málaga, filho do pintor e desenhista José

Ruiz Blasco, professor na Escola de Santelmo, Picasso foi um dos artistas marcantes na

história das artes plásticas do século XX, destacando-se na pintura, escultura, artes gráficas

e cerâmica.

Cedo o seu talento se revelou, tendo estudado na cidade de Barcelona, mas foi em Paris que

o seu espírito criador se desenvolveu em toda a sua plenitude.

De acordo com a cor predominante nos seus trabalhos, a sua obra foi dividida em vários períodos

O Período Azul (1901 – 1904) em cujas obras predominaram os tons de azul, o Período Rosa (1905 – 1907) em que se destacaram as

cores rosa e vermelha, período em que por influência do pintor Cezane, começam a surgir obras num estilo inovador, que viria a ser

conhecido por Cubismo. Deste período destaca-se a obra “As Meninas de Avignon” (1907).

Durante a Guerra Civil Espanhola (1936 – 1939), pinta em estilo expressionista a sua obra mais conhecida, o mural Guernica, que

simboliza a destruição da cidade pela aviação alemã, e o sofrimento e violência sofridos pela população.

Na meia idade, retoma temas do início da sua carreira, dedicando-se também à cerâmica, escultura e gravação.

Na década de sessenta, pinta diversos quadros reproduzindo obras de outros artistas famosos, dos quais são exemplo “ O Almoço

Sobre a Relva “ de Manet e as “Meninas de Velazquez”.

No final da sua vida e já com uma idade avançada, Picasso regressa a momentos da sua juventude, realizando gravuras e temáticas

como o circo, teatro, touradas e obras marcadamente eróticas.

Morreu em 1973, em França.

(C. Garrido)

Como é de justiça, continuamos a divulgar “os nossos talentos” que se apresentaram a

concurso e foram premiados durante o XIII Encontro Nacional que decorreu em 13 de

outubro de 2012, na Culturgest.

Desta vez temos os trabalhos classificados em segundo lugar pelos respetivos júris.

A todos, os nossos parabéns e o incentivo para que continuem a extravasar a sua

criatividade para delícia de todos.

Fotografia – 2º prémio

Título – TRAQUINICE

Autor – Diamantino Almeida Santos – Sócio nº 1958-1

Page 10: A Nossa Voz (ex-Comunicando)

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Vivi numa casa velha,

de certa rua sombria,

com os telhados de esguelha

e moradores que mal via.

E apenas a janela da mansão onde morava

era o traço de união ao mundo

que me cercava.

Acontece que vivia

naquela rua sombria

gente vária:

Havia um casal sem filhos,

que era um espelho de harmonia

- quase não se dava por ele;

um outro, por contradição,

estava sempre desavindo

e gritava com a prole.

Havia também um menino que me sorria

e tocava uma flauta de feira.

Oh som divino

que, em vez de me incomodar,

quebrava a minha angústia

e me concedia a graça

de, momentaneamente, me acordar do irreal!

Toca, menino, desperta a minha lembrança

com essa música de notas esquisitas

e arrepiantes!

Porque eu também fui criança

e tive feliz a infância, embora hoje não pareça...

Mal anoitecia, um par namorava no portão da frente.

Com luz acesa, para que constasse a transparência do namoro!

Enternecia-me aquela moldura de apaixonados

com as silhuetas recortadas na contraluz da luz acesa...

Podia até fotografá-los e remeter depois o postal

Poesia – 2º prémio

Título – O GRITO

Autor – António José Espadinha do Monte – Sócio nº 2072-1

O GRITO

a todos os namorados do mundo

tão universal era a imagem!

Depois, lentamente, a noite descia

e os sons iam morrendo.

Quando o silêncio se instalava,

doía-me a solidão da rua!

Era então que, estranhamente, me apetecia gritar,

dizer-lhe que estava ali e construía,

sonho a sonho, o meu mundo imaginário

mas que era triste e sofria

por me sentir solitário

e que, afinal, os amava

porque, por eles, vivia!

Alta noite, o namorado voltava,

confiante, desta vez, de que a rua dormisse o sono alto.

Rangiam, devagar, os gonzos do portão

que ficara entreaberto,

para prevenir qualquer fuga precipitada.

Dela, que o esperava desde as dez para as onze,

hora combinada,

apenas se adivinhava a presença no interior.

E dos jovens amantes, na sombra escondidos,

antecipando o noivado,

só restou o doce arfar dos corpos que se enlaçaram

- apetite saciado de sexos que se encontraram!

Finalmente na janela só eu e o silêncio,

apenas entrecortado por algum insecto noctívago.

Mas, antes de retirar-me

para o quarto adormecido,

num impulso extravasado,

acrescentei ao silêncio

o meu grito reprimido!

Fonseca Gastão

Page 11: A Nossa Voz (ex-Comunicando)

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A Prima Balbina

Ainda recordo a sua figura avantajada e bona-cheirona, bem guardada na minha memória de criança. A prima Balbina era uma mulher humilde, parente afastada da minha família, com a qual, no entanto, mantinha laços afectivos e de boa vizinhança bem valiosos nesse tempo. Companheira de escola da minha tia solteira, frequentava assiduamente a casa dos meus avós, desde os seus tempos de menina.

O facto de ter perdido, ainda pequeno, o único filho que tivera, explicava o verdadeiro encanto que nutria por mim. Muitas vezes lhe descobri uma lágrima de saudade quando recordava o seu desditoso Mário.

Ela e o marido viviam apenas do trabalho de camponeses que não lhes permitia disporem de muitos recursos económicos. Mesmo assim a prima Balbina, com o pouco que tinha, encontrava sempre maneira de me brindar com qualquer guloseima ou pequeno objecto que me proporcionasse alegria e prazer. Quan-do me oferecia algo, fazia-o sempre com uma carícia e uma ternura maternal que nunca pude esquecer. O seu rosto, quase sempre triste, com os olhos pisados pelo trabalho, abria-se num invulgar devaneio quando me acariciava com as mãos calejadas e me observava os gestos irrequietos e, às vezes, hostis.

Com o avançar da idade começou a padecer de calos. Era notória a dificuldade com que caminhava, pondos os pés de lado, com extrema cautela, para prevenir as dores. Por essa razão tornou-se numa figu-ra típica, alvo de comentários jocosos.

Um dia ofereceu-me um pequeno canivete com o cabo vermelho plastificado, onde a luz se reflectia em tons claros e escuros fugidios. Era uma maravilha a que me apeguei de imediato. O pior foi quando o meu pai, por brincadeira, me disse que aquela navalha tinha servido à prima Balbina para cortar os calos. Foi um choque tremendo que me fez repudiar a pre-ciosidade. As várias tentativas que a minha mãe fez posteriormente para me convencer de que se tratara de um mero gracejo do meu pai, não surtiram efeito. A navalha ficaria irremediavelmente abandonada no fundo de uma gaveta.

O peso dos anos obrigou a prima Balbina a aban-donar os trabalhos campestres. Pasou então a fazermeias de linha, muito em uso nos meios rurais. Pela tardinha entrava pelo portão do quintal, subia vagarosamente a rampa que conduzia à casa dos meus avós e instalava-se depois numa das cadeiras deassento de bunho que já tinham servido a duas gera-ções da minha família. Aí desfazia o cesto do trabalho, executando sempre maquinalmente a mesma rotina: colocava ao peito a pregadeira, punha os velhos óculos na ponta do nariz, desdobrava a meia, desenrolava a linha e aprontava as agulhas.

Recordo-a nas tardes de canícula a fazer deslizar a linha entre os dedos, para adiantar a meia, tarefa que só interrompia para prestar atenção a algo de impor-tante que o evoluir da conversa propiciava. Ali perto, sentado no chão fresco da casa, eu exercitava as minhas habituais brincadeiras. Lá fora, escondidas no tronco carcomido da velha oliveira do quintal, as cigarras enchiam o ar quente do Estio com a sua monótona cantilena. Foi então que, um dia, decidi quebrar todo

Prosa – 2º prémio

Título – A PRIMA BALBINA

Autor – António José Espadinha do Monte – Sócio nº 2072-1

o ambiente aprazível e a pacatez da casa. No quarto do meu falecido avô existia uma antiga espingarda decaça, sempre encostada a um canto. Não havia muni-ções por perto, pois a minha tia tivera o cuidado de as esconder. A verdade é que aquela arma me seduzia.A minha habitual curiosidade levava-me a que, por vezes, às escondidas, a tomasse nas mãos e a abrisse para tentar entender todo o seu mecanismo bélico. Sabia que a espingarda era inofensiva sem munições. Mas como podia a prima Balbina adivinhar que as não tinha? Empunhando a arma, dirigi-me à divisãoda casa onde a minha avó, a minha tia e a prima Balbi-na fruíam o doce remanso doméstico e gritei em voz ameaçadora:

– “Prima Balbina, vou dar-lhe um tiro!”O que aconteceu a seguir é indescritível. Aterro-

rizada, a prima Balbina largou tudo e, esquecida dos calos, correu tumultuosamente quintal abaixo, perdendo as agulhas e deixando estendida na fuga a linha da meia. Em pouco mais de três saltos, atingiu o portão. No percurso ia gritando:

– “Ai, que o moço mata-me... ai, que o moço mata--me!”

Fui severamente repreendido pela minha tia e pela minha avó, mas isso não impediu que a prima Balbina, amuada com a travessura, se ausentasse por uns tempos. Só a garantia de que a espingarda se encontrava fechada à chave, no fundo de uma arca, a fez voltar ao convívio da cada.

O infortúnio bater-lhe-ia à porta quando menos es-perava. Um dia o marido adoeceu subitamente e, pouco tempo depois, deixava-a viúva. Já com avança-da idade, e muito só, seria caridosamente recebida numa instituição de acolhimento para idosos. Fechou a modesta casa e, entre lágrimas, partiu para a cidade.

Muitos anos depois fui visitá-la, proporcionando-lhe uma grande alegria. Propus-lhe levá-la de visita à al-deia, onde tinha as suas raízes. Era um velho sonho que ela, desde há muito, acalentava. No dia combina-do coloquei o carro à porta do Lar e apresentei- -me para a levar. Via-a sobre um patamar com três degraus, segurando a pequena trouxa de viagem. Foi tal o contentamento, quando me viu, que se lançou literalmente em voo, escadas abaixo. Só o meu rápido reflexo para a segurar na queda, secundado pelo amparo de uma freira, não permitiu que se estatelas-se no chão.

Hoje, tantos anos após o seu falecimento, ainda guardo uma velha fotografia do início do século XX, onde a prima Balbina e a minha tia figuram, em crian-ças, num grupo de alunas da escola régia. Quando a olho, penso na diversidade de acontecimentos que ocorrem ao longo de uma vida. E esta não é mais, afinal, que uma efémera centelha de luz que iluminou fugazmente um ínfimo grão de pó do universo. É isso que somos e é nisso que, um dia, nos tornamos. Onde estará agora a prima Balbina? Se me fosse possível reencontrá-la, gostaria de dizer-lhe que a irreverência das minhas brincadeiras de rapaz, com que tantas ve-zes a confrontei, não foi mais que a subtil expressão do afecto de um filho, que ela perdeu e sempre procurou encontrar em mim. Tenho a certeza de que isso a deixaria muito feliz.

Tsico

Page 12: A Nossa Voz (ex-Comunicando)

Abril – dia 12 NOITE DE FADOS - dias 19 a 26 XIX EUROENCONTRO

Maio – dias 6 a 14 PICOS DE EUROPA - dias 17 a 19 PORTUGAL ISLÂMICO

Junho - dias 1 a 15 1.º Turno ISDABE - dias 28 a 30 VISITA À HISTÓRIA DOS TRANSPORTES (AVÓS E NETOS)

Julho – dias 4 a 12 ALEMANHA ROMÂNTICA

Agosto – dias 24 a 29 PARTICIPAÇÃO NO II WORLD MUSIC FESTIVAL (PRAGA) (*)

Setembro – dias 8 a 19 2º Turno ISDABE - dias 24 a 26 DESFOLHADA NO MINHO (*)

Outubro – dia 5 ALMOÇO NACIONAL (*)

Novembro – dias 10 a 12 S. MARTINHO (*)

Dezembro – dia 14 ALMOÇO DE NATAL (*)

Abril – dia 17 VISITA AO MUSEU DO PÃO

Maio – dias 25 e 26 FUNDÃO - FESTA DA CEREJA

Junho – dias 6 a 9 VIAGEM A MADRID, TOLEDO E SEGÓVIA – dia 29 ENTREGA DE TROFÉUS DOS TORNEIOS DE JOGOS DE SALÃO

Julho – dias 9 a 15 VIAGEM À RÚSSIA

Agosto – dias 3 a 6 VIAGEM A LONDRES

Setembro – dias 7 a 19 ISDABE

Outubro – dias 10 a 13 VIAGEM À MADEIRA

Novembro – dia 13 FESTA DE S. MARTINHO (*)

Dezembro – dia 14 PASSEIO/CONVÍVIO DE NATAL

(*) Programas em preparação e a divulgar oportunamente.

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AINDA A PROPÓSITO DA PARTICIPAÇÃO NO III FESTIVAL INTERNACIONALDE COROS E GRUPOS FOLCLÓRICOS DE PINEDA DE MAR

Porque terão ficado algumas dúvidas sobre os custos da participação dos grupos coral e de cantares da ANAC no III Festival Internacional de Coros e Grupos Folclóricos de Pineda de Mar e tal como foi referido no decurso da Assembleia Geral da Associação, no passado dia 19 de Março, esclarece-se:

€135,00;

€(A Direção)