A noticia acessibilidade

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Ano V - Edição 32 Mais de cem caruaruenses prestaram solidariedade nas festas juninas e ajudaram na organização do Camarote da Acessibilidade . Pág. 4 Prática da acessibilidade O camarote foi adaptado conforme normas técnicas de acessibilidade estrutural e comunicacional, como os serviços de audiodescrição e libras Pág. 6 Inclusão social A jornalista Rose Maria, coordenadora do Camarote da Acessibilidade, fala sobre a experiência do projeto no São João de Caruaru. Pág. 5 Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Faculdade do Vale do Ipojuca - FAVIP Caruaru, setembro de 2011 Regional Educação Entrevista E-MAIL: [email protected] Distribuição Gratuita Voluntários no Camarote Vários estudantes de escolas públicas de Caruaru participaram de atividades inclusivas com os portadores de necessidades especiais. Pág. 6 Estudantes também contribuem no Camarote VINÍCIUS GOMES FOTO: PAULO ROBERTO FORRÓ COM ACESSIBILIDADE O jornal A Notícia traz uma edição especial com tudo o que aconteceu no Camarote da Acessibilidade instalado no Parque de Eventos Luiz Gonzaga durante os festejos juninos em Caruaru. O camarote foi um projeto dedicado aos portadores de necessidades especiais que festejaram à sua maneira o maior e melhor São João do mundo. O projeto contou com uma vasta equipe de profissionais e voluntários que se empenharam conquistando uma grande repercurssão e atraindo várias visitas ilustres que apreciaram o evento e provaram um pouco da solidariedade caruaruense.

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Jornal-laboratório produzido por estudantes de jornalismo da Favip/Devry sobre acessibilidade no São João de Caruaru

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Page 1: A noticia acessibilidade

Ano V - Edição 32

Mais de cem caruaruenses prestaram solidariedade nas festas juninas e ajudaram na organização do Camarote da Acessibilidade . Pág. 4

Prática da acessibilidadeO camarote foi adaptado conforme normas técnicas de acessibilidade estrutural e comunicacional, como os serviços de audiodescrição e libras Pág. 6

Inclusão social A jornalista Rose Maria, coordenadora do Camarote da Acessibilidade, fala sobre a experiência do projeto no São João de Caruaru. Pág. 5

Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Faculdade do Vale do Ipojuca - FAVIPCaruaru, setembro de 2011

Regional

Educação

Entrevista

E-MAIL: [email protected]ção Gratuita

Voluntários no Camarote

Vários estudantes de escolas públicas de Caruaru participaram de atividades inclusivas com os portadores de necessidades especiais. Pág. 6

Estudantes também contribuem no Camarote

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O jornal A Notícia traz uma edição especial com tudo o

que aconteceu no Camarote da Acessibilidade instalado no Parque de Eventos Luiz

Gonzaga durante os festejos juninos em Caruaru. O

camarote foi um projeto dedicado aos portadores de necessidades especiais que

festejaram à sua maneira o maior e melhor São João

do mundo. O projeto contou com uma vasta equipe de

profissionais e voluntários que se empenharam

conquistando uma grande repercurssão e atraindo

várias visitas ilustres que apreciaram o evento e

provaram um pouco da solidariedade caruaruense.

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[EDITORIAL] [ARTIGOS]

Acessibilidade: garantia de participação e

cidadania

As cartas e artigos enviados à Agência de Notícias não devem ultrapassar 10 linhas. O Editor poderá reescrevê-la, para adequá-la ao estilo do Jornal. Os originais não serão devolvidos, assim como o Jornal não tem obrigação de publicar todas as cartas recebidas. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do Jornal, sendo de inteira responsabilidade de quem os emite.

Jornal laboratório do curso de Jornalismo da Faculdade do Vale do Ipojuca - Favip

Sociedade de Educação do Vale do Ipojuca - SESVALI

DiretoresLuiz de França Leite

Vicente Jorge E. Rodrigues

Direção ExecutivaMauricélia Bezerra Vidal

Coord. do Curso de JornalismoProf. Rosangela Araújo

Professores OrientadoresIraê Mota

Tenaflae Lordêlo

Projeto Gráfico e DiagramaçãoAllison LucasLucas Fontes

ReportagensAdilson Júnior, Caio Vinícius,

Glebson Bezerra,Sabrina Correia,Vinícius Gomes,

. Willyberg Braga,

ATENDIMENTO AO LEITORCaruaru - 3722 8080 2ª a 6ª feira

e-mail: [email protected]

ImpressãoGráfica do Jornal do Commercio

Os direitos das pessoas portadoras de necessidades especiais vêm sendo violados dia após dia. Basta dar uma volta pela cidade para encontrar dezenas de exemplos da falta de acessibilidade: calçadas sem rampas para cadeiras de rodas, ônibus sem assentos especiais, ausência de sinais de trânsito sonoros suficientes, etc. Poucas são as iniciativas do poder público e da sociedade para mudar essa realidade, por isso, aquelas que são realizadas com sucesso são dignas de aplausos e destaque. E uma dessas ações aportou em Caruaru este ano, na principal festa popular da cidade: o São João. A Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SEDSDH) instalou, no Parque de Eventos durante o período junino, o Camarote da Acessibilidade.

O projeto, cujo ponto de partida foi o Galo da Madrugada 2011, teve como objetivo trazer inclusão social para os portadores de deficiência, que, como qualquer outro cidadão ou cidadã, têm o direito ao lazer. O Jornal A Notícia traz nesta edição um especial sobre o Camarote da Acessibilidade, destacando como a ação foi desenvolvida, o papel dos voluntários, os serviços de audiodescrição e Libras que foram oferecidos, bem como uma entrevista exclusiva com a jornalista Rose Maria, superintendente de Comunicação da SEDSDH e uma das organizadoras do camarote.

A iniciativa levou para a população a necessidade de discutir projetos e soluções para a acessibilidade. Só em Pernambuco, existem 1,4 milhão de pessoas com deficiência. Em Caruaru, mais de 42 mil pessoas estão nessa situação e precisam de atenção especial. O Camarote da Acessibilidade conseguiu levar dignidade para essas pessoas, que puderam acompanhar a festa junina e desfrutar um espaço construído totalmente pensado para atender as suas necessidades.

Para que o projeto desse certo, o papel dos voluntários foi fundamental. Em poucos dias, mais de cem pessoas se inscreveram para participar da ação e se dispuseram a apoiar o camarote na execução de várias tarefas. Isso mostra que os caruaruenses abraçam a causa e dão sua contribuição para garantir os direitos dos deficientes.

O que todos esperam é que o projeto continue como uma das principais bandeiras sociais da SEDSDH e que outras cidades também recebam trabalhos deste tipo. Acima de tudo, o Camarote da Acessibilidade foi capaz de comprovar que é possível, com boa vontade e iniciativa governamental, mudar a realidade de uma minoria, que ainda sofre preconceitos mas que não elimina a esperança de resgatar seus direitos, sua autoestima e sua cidadania.

2 OPINIÃOAno V Edição 32 Caruaru, setembro de 2011

[EXPEDIENTE]

CHARGE Lucas Ferreira

Experiências e aprendizados de um São João com inclusão Existem situações que a gente só sabe a realidade quando sente na pele. E existem causas que só sabemos a importância quando vivenciamos a necessidade de tal iniciativa. Sempre ouvi falar muito sobre acessibilidade, respeito e preconceito às pessoas com deficiência. Imaginava como deveria ser a vida dessas pessoas mediante tanta desigualdade existente em nosso país, quiçá, no mundo. Mas foi preciso estar diretamente ligado com uma dessas ações para, realmente, perceber como “pequenos” esforços podem fazer a diferença, desde que haja boa vontade e solidariedade. Fiz parte da equipe que implantou umas das novidades no São João de Caruaru em 2011, o Camarote da Acessibilidade. Como jornalista, dei suporte na comunicação do evento, auxiliando a coordenadora do projeto, superintendente de Comunicação da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Estado, Rose Maria. Como ser humano, cumpri meu dever de cidadão e fui um dos voluntários escalados nas atividades determinadas para lidar com as pessoas que ali estavam. Vi esse projeto nascer na primeira reunião entre a secretaria e a Prefeitura de Caruaru, e, nem ali, teria a percepção de tal importância que a ideia

ganharia dali em diante. A primeira surpresa positiva foi no recrutamento dos voluntários. Em um horário complicado para quem tem suas atividades diárias a cumprir, tanto na parte da manhã, como na tarde, as reuniões para explicar como seriam as atribuições determinadas tiveram um público acima

do esperado, que veio a se confirmar no momento das inscrições. Foram mais de sem cadastrados para trabalhar, voluntariamente, durante os 26 dias de festa, divididos de acordo com a demanda especulada para cada dia. Mas aquilo que realmente me tocou foi o fato de poder estar presente naquele ambiente que, por muitos, seria visto com repúdio, receio, medo de não saber como agir, e ver como cada uma das pessoas ali

presentes estavam satisfeitas em se sentir verdadeiramente inclusas num evento de tamanha magnitude como as festividades juninas da Capital do Forró. Cadeirantes, deficientes visuais, auditivos e intelectuais, que aproveitavam a festa com a mesma alegria e intensidade de quem estava disposto e sadio ali, no Pátio de Eventos. Pode parecer clichê, mas considero uma verdadeira lição de vida acompanhar aqueles exemplos de superação e ter a oportunidade de observar atentamente tudo aquilo, inclusive o sentimento de gratidão que emanava. Perceber que é possível, sim, ser um pouco mais solidário, oferecer o ombro para quem precisa ser guiado, empurrar uma cadeira de rodas, e, até mesmo, dialogar naturalmente com alguém que tenha Síndrome de Down, por exemplo. Como profissional, os ganhos foram imensos, uma experiência única por vários motivos. Mas, como ser humano, posso afirmar que foram momentos memoráveis, que me trouxeram muitos ensinamentos para os dias que virão pela frente. E certamente serão repassados em cada oportunidade que tiver. Governos, sociedade civil, cidadãos, saibam que é possível, sim, dar a atenção necessária para quem precisa – e tem o direito – apenas de liberdade para se locomover. Só isso.

Vinicius GomesJornalista

“cada uma das pessoas ali presentes

estavam satisfeitas”

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CIDADES

Camarote da Acessibilidade proporciona novos olhares sobre o maior São João do mundo

O espaço teve capacidade para 30 portadores de necessidades diariamente e recebeu, ao longo da festa, mais de mil visitantes

A iniciativa levou lazer aos portadores de necessidades especiais

VINÍCIUS GOMES

3Ano V Edição 32 Caruaru, setembro de 2011

Willyberg Braga

Ter o direito de vivenciar, de igual pra igual, uma das maiores festividades juninas; poder ter seu espaço respeitado, para que se pudesse aproveitar cada momento de uma das maiores festas do país. Parece algo simples e que deveria ser cumprido. Mas não é. E com o intuito de mudar esse destino de deficientes visuais, auditivos, motores – entre outras deficiências – a Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SEDSDH) do governo do Estado, com o apoio da Prefeitura de Caruaru, implantou no mês de junho o Camarote da Acessibilidade.

A secretária de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Laura Gomes, explica a escolha de Caruaru e como surgiu o projeto: “Fomos a Caruaru para atender ao convite feito pelo prefeito José Queiroz, que, logo após o Carnaval, quando implantamos o primeiro Camarote da Acessibilidade do Estado, nos contatou solicitando projeto similar para o São João”.

O desafio era grande, mas foi aceito pela secretaria. “O Galo da Madrugada foi desafiador, inovador, mas foi um dia. Os festejos juninos de Caruaru são estendidos por um mês inteiro, mas abraçamos a luta e nosso compromisso de alinhar a gestão na radical defesa dos direitos das pessoas com deficiência e a inclusão social nos deu a diretriz do trabalho”, conta Laura.

Assim, com o projeto aprovado e o engajamento dos órgãos públicos, Caruaru recebeu o primeiro Camarote da

Acessibilidade, na cidade, e no principal polo dos festejos juninos: o Parque de Eventos Luiz Gonzaga, que chegou a receber cerca de 100 mil pessoas em uma única noite de festa, e mais de um milhão de forrozeiros em 26 dias de festividades.

Funcionando das quintas ao domingos, o espaço teve capacidade para 30 portadores de necessidades diariamente e recebeu, durante os dias de festa, cerca de mil pessoas, entre portadores de deficiência, acompanhantes e visitantes.

A comodidade começava desde o acesso ao camarote, com uma rampa, possibilitando a entrada dos cadeirantes ao espaço. Depois, um mapa do local orientava os deficientes visuais sobre todos os ambientes do camarote. A rampa de acesso também foi sinalizada e deu mais comodidade aos deficientes físicos, que também contaram com a ajuda dos cerca de cem voluntários envolvidos no projeto.

“Foi muito especial o trabalho que desenvolvemos com voluntários. Cadastramos mais de cem pessoas, realizamos capacitação em convivência e locomoção de pessoas com deficiência e montamos escalas de trabalho, onde apenas buscávamos uma noite de trabalho por pessoa, mas muitos se dispuseram a vir duas, três ou mais noites, com muito boa vontade. A experiência foi muito rica”, afirma a secretária de Direitos Humanos de Pernambuco, Laura Gomes. [Confira matéria sobre os voluntários do projeto na página 04]

No camarote, ainda foram implantados sinalização em Braille, banheiros químicos

adaptados, inclusive com pias e porta-toalhas, e sabonetes rebaixados para altura tecnicamente acessível para cadeirante. Ainda foi disponibilizada uma sala de apoio para

cateterismos de cadeirantes, que necessitavam desse espaço, para uso com seus acompanhantes.

O estudante de psicologia Sivanildo Teodoro da Silva, 25 anos, esteve em quase todos os dias de funcionamento do camarote, projeto que viu nascer, pois faz parte da Banda Segnos – com dois anos no mercado musical, é composta apenas por deficientes visuais e foi uma das responsáveis por animar os foliões no Camarote da Acessibilidade no Galo da Madrugada deste ano, no Recife.

Com deficiência visual, Sivanildo sempre esperou essa oportunidade, que, para ele, “é como estar em casa”. “Foi muito bom e um momento ‘rico’ para mim e meus amigos que dividiram o camarote, o espaço foi algo novo e surpreendente”, afirmou o estudante. Ainda segundo ele, o preconceito resiste em permanecer, o que bloqueia a interação e até mesmo motiva a falta de respeito para com essas

pessoas que necessitam de uma estrutura especial ou de atenção especial. “A gente também tem esse direito de brincar, sobretudo no São João, a nossa maior festa”, conclui.

No bloco de camarotes, durante as tardes, estudantes da rede pública participaram de oficinas de direitos humanos. No período noturno, nos horários dos shows, foi trabalhado o receptivo a grupos de pessoas com deficiência, articuladas pelo Conselho Estadual da Pessoa com Deficiência (Coned) e associações locais de pessoas com deficiência – Associação Caruaruense de Cegos (Acace), Associação dos Cadeirantes de Caruaru (ADCC) e a Associação dos Portadores de Deficiência de Caruaru (Apodec).

Uma das danças mais populares do Nordeste, a quadrilha, não poderia estar de fora do projeto. Muitos grupos de dança se apresentaram no pavilhão de quadrilhas, no Polo da Estação Ferroviária, com grupos de cadeirantes, de cegos, surdos, danças regionais de jovens com Síndrome de Down e grupos de música (Bandas Segnos, Mistura Visual, Sensação, Muniz do Arrasta-pé)

formados por músicos com deficiência visual – e a banda da Apodec, que conta com pessoas com múltiplas deficiências. Esses grupos dividiam a pauta de apresentações com dezenas de outros grupos formados por não deficientes físicos.

Os resultados do Camarote da Acessibilidade, em Caruaru, superaram as expectativas da Secretaria de Direitos Humanos, como revela a secretária titular da pasta, Laura Gomes: “Superamos nossas expectativas de pessoas atendidas. Recebemos mais que o dobro do esperado. Montamos lista de espera de voluntários, pois as escalas feitas nos permitiram banco de reserva”. Ela ressalta ainda os benefícios que o camarote trouxe para os participantes. “Percebemos uma elevação da autoestima das pessoas com deficiência que viveram com muita intensidade cada instante no camarote, foram muitos momentos emocionantes, de confraternização e superação de diferentes dificuldades, numa só alegria”, explica Laura, que destaca também a abertura do bandeirão da Acessibilidade, com representantes do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência (Conade) – mostrando assim a importância e o sucesso do projeto na Capital do Agreste.

A iniciativa ampliou o círculo de contatos e de amigos sensíveis à defesa dos direitos das pessoas com deficiência; além de dar visibilidade pública à mensagem, sendo veiculadas notícias referente ao projeto em mídias regionais, no Estado e até nacionais. De acordo com

Laura Gomes, essa foi uma oportunidade de integração entre diferentes agentes do setor público e privado com o segmento. Para o próximo ano, a expectativa é de continuidade do projeto: “Estado, Prefeitura, sociedade, empresas e instituições devem assegurar a manutenção deste movimento, que, tenho certeza, veio para ficar”, revela Gomes.

Parcerias

Várias entidades da cidade foram parceiras nesse projeto, entre as quais estão a Apodec, Acace e ADCC. Parcerias com a Associação Comercial e Empresarial de Caruaru (Acic), Crea, UFPE e o Sebrae oportunizaram a realização de palestras e capacitações de voluntários.

Visitas ilustres ao camarote

Pelo camarote passaram diversas autoridades políticas, entre eles, a presidente da República, Dilma Rousseff, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, a secretária estadual Laura Gomes, entre outros secretários estaduais e municipais. Outra presença muito festejada foi a do filho do cantor Roberto Carlos, Dudu Braga, que fez questão da visita e esbanjou simpatia no camarote. Também visitaram o local o vice-presidente do Comitê Para-Olímpico Brasileiro, Luís Cláudio Pereira, e pára-atletas pernambucanos, de destaque nacional, como Wandemberg Nejaim (Berguinho), da Seleção Brasileira de Basquete em Cadeiras de Rodas.

A estrutura do camarote foi preparada para atender as

necessidades dos convidados

Page 4: A noticia acessibilidade

4 REGIONAL

Presença de voluntários foi marcante no Camarote da Acessibilidade Caruaruenses mostraram que o mês de junho não é apenas para forrozar, mas também para ajudar na inclusão social

Glebson Weslley Bezerra

Este ano, a Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos e o governo federal, juntamente com a Prefeitura de Caruaru, trouxeram uma inovação para o São João da cidade: o Camarote da Acessibilidade. A iniciativa teve como objetivo incluir pessoas com necessidades especiais ao melhor São João do mundo, como é conhecido internacionalmente, e mostrou que as festas juninas na cidade também se preocupam com a questão da inclusão social. Para dar certo, o projeto contou com a participação de vários voluntários.

A proposta do camarote foi divulgada por vários meios de comunicação, buscando contar com o apoio da população. Mais de cem pessoas se inscreveram como voluntários. Eles ajudaram essa parceria contribuindo na

locomoção dos deficientes, além de realizar interações com alunos da rede estadual e municipal de ensino, destacando a importância dos direitos humanos.

Antes do início dos trabalhos no São João, os voluntários passaram por capacitações para aprender a conviver e a se portar perante os portadores de necessidades especiais. Entre as atividades realizadas pelos voluntários, estava a tarefa de ajudar os portadores no trajeto até o camarote e de acomodá-los no local.

Orgulhosa com a repercussão e o sucesso do projeto, a voluntária Dionízia Maria revela que sempre trabalhou na área da educação, mas nunca teve contato com pessoas portadoras de deficiência. Quando viu uma reportagem sobre o projeto, procurou

se informar e efetuou sua inscrição. “A motivação e a força de vontade deles são muito grandes. Alguns dias atrás chorei com a história de vida de uma menina que veio por aqui, é muito emocionante”, relata.

O Camarote da Acessibilidade foi mais um ponto positivo para o São João de Caruaru, pois mostrou a preocupação da sociedade para com os deficientes.

O espaço tornou o evento ainda mais conhecido, fato que proporciona à cidade um desenvolvimento significativo em inúmeras esferas, tornando-a importante aos olhos do Estado, da região e do país, além de contribuir significativamente para o crescimento pessoal dos voluntários, que puderam ver de perto a importância do projeto.

Ano V Edição 32 Caruaru, setembro de 2011

Os voluntários foram essenciais para o sucesso do Camarote da Acessibilidade

Exemplos de vida e esperança marcaram o camaroteO estudante Marcos Gervásio é um exemplo de que, para realizar sonhos, é preciso ter força de vontade

Caio Vinícius Durante o período de instalação

do Camarote da Acessibilidade no São João de Caruaru, vários foram os exemplos de vida dos participantes que passaram pelo local. Um deles é do estudante de jornalismo Marcos Gervásio. Deficiente visual parcial desde os 16 anos de idade, Marcos fala sobre as dificuldades que teve e tem que enfrentar com relação à acessibilidade e adaptação. Tendo ainda uma baixa visão, Marcos conta como é a adaptação em relação a deficientes visuais que possuem cegueira total. “Dizer que o fato de ter uma visão parcial seja vantagem em relação àquele que nunca enxergou isso depende de caso a caso. Aquela pessoa que nunca enxergou não teve que se adaptar, ele teve o seu

conhecimento de acordo com o fato de não enxergar, como vivência natural pra ela, já eu tive que me adaptar. Então, se olharmos por esse lado, se torna um pouco mais difícil pra mim”, revela.

Marcos foi um dos fundadores da Associação Caruaruense de Cegos (Acace). Por conta disso, vem acompanhando os projetos de acessibilidade em Caruaru, que, na opinião dele, não está preparada para inclusão social. “Nossas calçadas são muito elevadas, o que dificulta não só o acesso de quem não enxerga, mas de qualquer pessoa, como deficientes físicos, idosos e até mesmo pra quem não possui nenhum tipo de deficiência”, explica.

Outro problema enfrentado pelos

deficientes visuais é o trânsito, apesar de que, há três anos, já existem sinais sonoros na cidade, mas em um número reduzido – hoje existem apenas quatro lugares com sinais sonoros em Caruaru. Marcos, que foi o primeiro deficiente visual a cursar jornalismo em Caruaru, fala sobre o processo de adaptação na sala de aula. “Imagino que, do mesmo modo que foi inédito pra mim estar ingressando numa faculdade, foi inédito também para muitos dos professores terem um aluno com deficiência visual. Tivemos que conversar muito sobre a melhor forma de eu absorver o conteúdo, a melhor forma de eles me ajudarem”, revela. Quanto ao Camarote de Acessibilidade instalado no São João de Caruaru, ele diz que foi uma oportunidade

para atuar na área. “Tive um contato maior com a televisão e com diversos segmentos de pessoas com deficiência, pessoas de fora que vieram conhecer nosso São João. Foi uma experiência bastante valorosa: poder divulgar esse projeto pra mostrar que realmente estamos com o intuito de implantar a inclusão social”, analisa.

Marcos diz não se sentir como um exemplo de superação. Pra ele, o esforço individual de cada pessoa, cada ganho que as pessoas têm em sua vida se torna um exemplo pra si. “Eu busco os meus sonhos, mas não é por isso que eu vou me tornar exemplo pra alguém. O simples fato de você estar vivo, de poder se desenvolver como pessoa, é um exemplo pra você mesmo”, finaliza o estudante.

Nas fotos, o estudante de jornalismo Marcos Gervásio entrevista o prefeito José Queiroz e o filho do cantor Roberto Carlos, Dudu Braga, que também é deficiente visual

VINÍCIUS GOMES

VINÍCIUS GOMES

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Sabrina Correia

5CULTURA & LAZER Ano V Edição 32 Caruaru, setembro de 2011

O Camarote da Acessibilidade, no São João de Caruaru, teve como um dos organizadores a jornalista Rose Maria, que atualmente

é superintendente de Comunicação da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos. Nesta entrevista ao Jornal

A Notícia, Rose fala os detalhes do projeto, destacando a importância da iniciativa para a inclusão social e o papel desenvolvido pelos voluntários

A Notícia – Desde quando você vem desempenhando esse papel de inclusão social? E o que levou a fazê-lo? Rose Maria – O trabalho pela inclusão social é missão de nossa Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SEDSDH). No que diz respeito à minha experiência pessoal, a inclusão vem sendo buscada desde a minha iniciação na profissão de jornalista, e vem sendo reforçada agora, desde janeiro deste ano, quando fui convidada por Laura Gomes para assumir a Superintendência de Comunicação da SEDSDH e assumi também a área de Projetos Especiais. Como preparamos projetos para fortalecer ações da secretaria, vimos que a área de atendimento à pessoa com deficiência se apresentava como um campo urgente de atuação, pela defesa da garantia de direitos e para completar, no âmbito federal, estamos vivendo o ano da acessibiidade. Daí, para a realização do Projeto do Camarote da Inclusão, no Galo da Madrugada, foi um “pulo” e avançamos com ações de acessibilidade na Paixão de Cristo de Nova Jerusalém - especialmente a audiodescrição para cegos e veio o convite da Prefeitura de Caruaru para realizarmos o projeto do Camarote da Acessibilidade no São João da cidade.

Qual a importância de se fazer um projeto como este? No Projeto do Camarote da Acessibilidade, no São João de Caruaru, pela grandeza da festa, estendida por um mês; pelo apoio integral da prefeitura da cidade, encontramos espaço para desenvolver uma ação de sensibilização ampla, envolvendo programação que foi de oficinas de direitos humanos com crianças da rede pública (educação especial e “dita normal”), articulação de grupos de dança (quadrilha de cegos, cadeirantes, surdos, jovens com Síndrome de Down), atrações musicais, mobilização e capacitação de voluntários e grupos de visitantes para o camarote. Um trabalho que colocou em evidência as necessidades e o direito ao lazer, dos cidadãos e das cidadãs que usam cadeiras de rodas, bengalas, precisam superar dificuldades para se deslocar, tendo jeitos diferentes de chegar à festa, mas uma só alegria, numa igualdade total de prazer. Penso que o que

buscamos, o objetivo de abrir um espaço educativo para sensibilizar a sociedade para os direitos das pessoas com deficiência, foi totalmente alcançado. Um trabalho que oportuniza o momento da festa, do lazer, para dar visibilidade a este segmento tão esquecido de nossa sociedade, numa inclusão que resgata direitos, eleva autoestima, promove com participação. Você conseguiu perceber mudanças nas pessoas que obtiveram essa oportunidade? Como você descreveria isso? A elevação da autoestima era algo percebido nos visitantes. A integração de personagens de diferentes cidades – trabalhamos 11 municípios do Agreste – e 4 do Grande Recife, somando conhecimentos, amizade mesmo, numa série de encontros bonitos, onde a alegria foi marca maior, afirmando que qualidade de vida, direito ao lazer, é para todos e todas, com deficiência ou não. Muita gente do segmento se mostrou mais confiante na luta pela acessibilidade. Temos em Pernambuco 1,4 milhão de pessoas com deficiência. Caruaru, segundo o Censo IBGE 2000, tem 42 mil pessoas nesta situação e sentimos que o projeto motivou muitas famílias a estimularem maior autonomia das pessoas com deficiência, mais liberdade mesmo, num maior respeito ao direito de viver a vida com a plenitude que cada um pode desfrutar.

Houve mais de cem inscritos para ser voluntário no projeto. Como você avalia essa participação de diversas pessoas, muitas das quais têm emprego, mas que disponibilizaram um tempo para ajudar? O abraço de Caruaru a este projeto foi algo emocionante. Em apenas uma semana, sem qualquer campanha de mídia, utilizando apenas o jornalismo local, tivemos inscrições de quase cem pessoas para atuar como voluntárias, num movimento de uma velocidade e de uma qualidade que nunca vi. Pedimos apenas uma noite de trabalho doado e muitas pessoas se disponibilizaram a estar com a gente, no apoio à locomoção de pessoas com deficiência, duas, três vezes, na maior alegria. Todos e todas muito pontuais e corretos, atenciosos e carinhosos

no trabalho. Uma vontade de colaborar, ser útil, agir, exemplar. Até lista de espera de voluntários nós montamos, algo surpreendente mesmo.

Com passagens no Galo da Madrugada no Recife, na Paixão de Cristo em Nova Jerusalém e no São João de Caruaru, quais os objetivos futuros para esse projeto? A secretária Laura Gomes tem nos orientado a buscar oportunidades de sensibilizar a sociedade para mensagens educativas, inclusivas, de maneira a avançarmos na missão de trabalho, na trilha do desenvolvimento social e dos direitos humanos, de forma agregadora, firme, propositiva, sem críticas estéreis. Os trabalhos realizados nos eventos maiores de nosso calendário cultural vêm afirmar a cultura como um meio fenomenal de inclusão e representam uma parte estratégica do conjunto de ações que nossa equipe realiza, especialmente através da Superintendência de Atendimento à Pessoa com Deficiência (Sead).

ENTREVISTA Rose Maria

“O OBJETIVO DE ABRIR UM ESPAÇO EDUCATIVO PARA SENSIBILIZAR A SOCIEDADE PARA OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FOI TOTALMENTE ALCANÇADO”

Este ano, o São João de Caruaru foi muito especial para nós, pessoas com deficiências. Pela primeira vez, tivemos um São João acessível através do “Camarote da Inclusão”, onde foi possível fazermos parte da grande população dos festejos juninos do considerado “O Melhor São João do Mundo”. O camarote incluiu, no tradicional São João de Caruaru, não só pessoas com deficiências do município como da capital e demais cidades do interior do Estado de Pernambuco. O camarote em si, bem estruturado, mesmo com suas deficiências, como tudo que é feito pela mão do “ser humano”, procurou receber e atender da melhor forma possível. Os “voluntários” foram perfeitos, mesmo com um pouco de “super proteção”, mas aprendemos com eles e eles conosco. O bifê esteve satisfatório e variado. Os coordenadores do camarote, dentro das possibilidades, perfeitos; a Rose, Lúcia, Elem, Tiago, todos muito bem receptivos.

O camarote nos possibilitou esta participação no São João de Caruaru, com a maior segurança e conforto possível, coisa que antes não tínhamos. Se desejássemos ir ao pátio, era muito complicado ficar no meio do público. Em anos passados, eu quase não ia ao pátio. Havia ano que não pisava lá. Este ano, virei barata do camarote, todos os dias estava curtindo os shows.

Nós, como anfitriões, recebemos grandes personagens, como: Dudu Braga, o filho do rei Roberto Carlos; cantores: Margarete Meneses e Israel Filho, um dos homenageados do São João 2011; prefeitos, vereadores, padres e bispos; até a nossa presidenta Dilma Rousseff esteve no Camarote da Inclusão. Isto é, de fato, inclusão! Posso dizer que o camarote foi um 10.

Parabenizo, primeiramente, a nossa amiga Laura Gomes que está na direção da Secretaria Estadual

de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SEDSDH), que, graças a sua atitude e o apoio do governo estadual, nos proporcionou esta alegria de participarmos ativamente deste tradicional e grande evento. Parabenizo também aos parceiros que juntos fizeram esta festa mais humana.

São João acessível, sonho que se tornou realidade. O meu desejo e da Acace é que não fique só o sonho de uma festa acessível, mas que esta acessibilidade se estenda à cidade de Caruaru, como o trânsito que está sem acessibilidade para nós cegos, sem os sinais sonoros, que há mais de ano estamos solicitando a ativação e nada feito. Falta a acessibilidade para os cadeirantes usarem o transporte público. Quando isto estiver funcionando, aí Caruaru será melhor para as pessoas com deficiências.

Acessibilidade: vamos seguir esta ideia!

Camarote da inclusão Sandro Severino da Silva

Atual tesoureiro da Associação Caruaruense de Cegos (Acace)Fundador e primeiro presidente da Acace (11/12/2004 a dezembro 2008

Pauta Livre

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6 EDUCAÇÃO & COMPORTAMENTO

Serviços de audiodescrição e Libras foram oferecidos durante o projeto

Ano V Edição 32 Caruaru, setembro de 2011

A novidade marcante no São João de Caruaru este ano foi o Camarote da Acessibilidade, projeto idealizado pelo governo do Estado, através da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, em parceria com a Prefeitura da cidade. Essa ideia de inclusão social possibilitou que portadores de necessidades especiais pudessem participar dignamente do evento tão importante para a Capital do Forró. Os serviços de audiodescrição e da Língua Brasileira de Sinais (Libras) foram fundamentais para que isso foi possível.

O camarote foi todo sinalizado e adaptado conforme normas técnicas de acessibilidade estrutural e comunicacional, para

garantir acesso com segurança e autonomia. Além de toda a estrutura física, o espaço contou com profissionais na área de audiodescrição e Libras, que ajudaram os portadores de deficiência no acompanhamento dos shows.

Os deficientes visuais e as pessoas com baixa visão contaram com os serviços de audiodescrição, ou seja, os narradores descreviam os espetáculos para os participantes. Foram cedidos fones de ouvido pelos voluntários e, através deles, os deficiente visuais tiveram os shows narrados nos mínimos detalhes, como iluminação do palco, que mudava constantemente, movimentos dos artistas e do público, características do ambiente e outros aspectos importantes para

enquadrá-los na festa. Para os deficientes

auditivos, também houve tratamento especializado. Os serviços ficaram a cargo dos intérpretes da Libras, que se resume em reproduzir todo o acontecido e principalmente os detalhes em gestos, no seu alfabeto Libras. A tradução simultânea dos shows propiciou a compreensão e curtição melhor da festa para os auditivos. Voluntários capacitados também estavam à disposição para ajudar.

Pela primeira vez no São João de Caruaru, o projeto Camarote da Acessibilidade teve bons resultados e, se depender da aprovação dos envolvidos, será o primeiro de muitos outros, sendo melhorado a cada ano.

Adilson Júnior

Entre os dias 13 e 17 de junho, foram realizadas atividades educativas com estudantes de escolas públicas no Camarote da Acessibilidade, instalado no Parque de Eventos Luiz Gonzaga, em Caruaru.

O objetivo das atividades foi conscientizar os estudantes para a inclusão de portadores de necessidades especiais na sociedade, reforçando a ideia de que todos são iguais, independente de limitações de qualquer natureza.

Durante o período, houve apresentação de alguns artigos da

Declaração Universal dos Direitos Humanos. O evento contou também com a colaboração da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SEDSDH) do governo do Estado, com o apoio da Prefeitura de Caruaru.

A didática utilizada teve muito forró pé de serra e contação de histórias interpretadas por uma atriz de teatro. Destaca-se a participação de estudantes portadores de necessidades especiais, que interagiram com as atividades, pintando, brincando e, inclusive, dançando forró.

Conscientização no São João: estudantes festejam e participam de atividades inclusivas

Renê Gomes

VINÍCIUS GOMES

Audiodescritores fazem a narração dos fatos para os deficientes

VINÍCIUS GOMES

Todas as tardes eram dedicadas para atividades com as escolas públicas de Caruaru

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ESPAÇO ABERTO 7Ano V Edição 32 Caruaru, setembro de 2011

Fotojornalismo

A festas junina é um dos momentos mais aguardados pelo povo pernambucano, que não mede esforços para celebrar essas festividades com alegria, bonança e solidariedade. Isso pode ser provado com o sucesso do

Camarote da Acessibilidade, um espaço dedicado às pessoas mais que especiais. A foto registra a apresentação da quadrilha junina dos cadeirantes. Um exemplo de superação e de que não existem dificuldades para ser feliz.

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A Favip e a acessibilidadeA Faculdade do Vale do Ipojuca, Favip, considerada

uma das maiores instituições de ensino superior do interior do Nordeste, sempre esteve antenada com o quesito acessibilidade. Buscou, desde a sua fundação, promover um ambiente educacional inclusivo, onde todos os alunos, funcionários e visitantes se

sentissem confortáveis e acolhidos. Por esse motivo, investiu na sinalização em braille de todo o campus, com indicativos de laboratórios, departamentos, banheiros e demais espaços da instituição.

Outro item de acessibilidade são as rampas para cadeirantes e pessoas com dificuldade de locomoção, além dos elevadores que foram instalados nos conjuntos de prédios da Favip. E a acessibilidade também já faz parte da grade curricular. No curso de psicologia, a disciplina Libras (linguagem de sinais para a interlocução com os deficientes auditivos) já está sendo ministrada, proporcionando uma formação mais completa dos futuros psicólogos.

A faculdade foi uma das empresas pioneiras no interior do Estado em implantar a sinalização em braille, o que facilitou o dia a dia dos nossos alunos portadores de deficiência visual. Também foram colocados pisos táteis em frente aos elevadores para ajudar na localização dos mesmo. “É importante destacar o pioneirismo da Favip na questão da acessibilidade, o que acabou servindo de exemplo para outras empresas. As placas facilitam muito a nossa vida aqui na instituição, como também na época de vestibular, onde os estudantes conseguem sozinhos identificar as suas salas. São poucas as dificuldades que nós encontramos”, explica o estudante do 6º período do curso de jornalismo e portador de deficiência visual, Marcos Gervásio, de 24 anos.

De acordo com a diretora Executiva e Acadêmica da Favip, Mauricélia Vidal, a acessibilidade é uma realidade antiga da instituição, objeto de investimentos da faculdade desde o início de sua operação. “A Favip sempre se preocupou com a acessibilidade de seus alunos, funcionários e visitantes, tanto que hoje temos todos os itens que compõem esta questão.

O mais recente foi a incorporação da disciplina de Libras no curso de psicologia”, afirmou a diretora.

O testemunho dos funcionários legitima essa preocupação. “Esta é a minha segunda experiência profissional e na primeira empresa que eu trabalhei só havia eu e outra pessoa com deficiência e lá não havia essa preocupação. Eu penso que algumas empresas não têm esse compromisso de investir na acessibilidade, de se preocupar com isso. E a Favip está de parabéns pela estrutura que ela tem. Eu me sinto acolhido aqui pelos meus colegas de trabalho”, disse o assistente do Departamento Pessoal da Favip Fellype Silva, de 20 anos.

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8 Ano V Edição 32 Caruaru, setembro de 2011 SOCIAL

Secretária de Direitos Humanos do Recife, Amparo Araújo, em diálogo com Rose Maria, superintendente de Comunicação e coordenadora do projeto

Dudu Braga, filho do Rei Roberto Carlos, foi um dos visitantes ilustres do camarote

Luís Cláudio Pereira (centro), vice-presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro

Secretária Laura Gomes conversou com os voluntários durante sua passagem pelo camarote

Voluntários do Camarote da Acessibilidade foram essenciais para o sucesso do projeto

A presidente da República, Dilma Rousseff, e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, visitaram o Camarote da Acessibilidade

Sociedade