A nova linguagem virtual
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A nova linguagem virtual
Quem é acostumado a usar a Internet já observa a circulação de uma nova linguagem.
No português ela é chamada de Internetês, no inglês é o “netspeak”
Por Antéia Orteiro e Debora Nogaroli
“OMG, qnd vi akelas palvrs
naum entendi nd d q tv escrito, +
frmz, fiquei sussa msm assim”.
Espere um momento, vou
reformular caso você não tenha
entendido muito bem: “gEnTih,
KuaNduH vi akhellAss PalavrinhAS
eu nUm iNteNDih nADinhA Du ki
qi TavAH IXcritHu, mAIs Tudhu
bein, eu num LiGUei muITaum”.
Certo, acho que não ajudou
muito, o que na verdade quis
dizer era: “Nossa, quando olhei
para as palavras que estavam
escritas não consegui entender
nada, mas tudo bem, não me
importei muito”.
Essas são apenas duas das
inúmeras maneiras de se
conversar nos meios de
comunicação informal, tais como
Orkut, MSN e até nas mensagens
de texto de celular. O que ocorre
é que na Internet, para uma
comunicação mais dinâmica e
prática, as pessoas acabam
desenvolvendo formas de
abreviação das palavras, o
chamado “internetês” ou
“netspeak”, no inglês, que, muitas
vezes, acaba entrando na rotina
acadêmica dos jovens. A
influência da oralidade, a rapidez
na hora de digitar a mensagem, a
instantaneidade e a interação
entre quem escreve e quem lê,
gerou uma nova forma de grafia,
uma variedade da língua que hoje
é criticada por vários gramáticos e
professores. A criação dessa nova
linguagem não se limita a
abreviações simples e lógicas;
novas formas de escritas são
geradas e se diferem de acordo
com o grupo as quais pertencem.
Assim como a sociedade se divide
em grupos de acordo com os seus
interesses, gostos e entre outros,
o mesmo acontece na Internet:
cada grupo tem sua respectiva
gíria e abreviação. Nesse sentido,
o problema é se essas novas
formas de comunicação estão
deteriorando ou não a linguagem
formal.
O livro HInternet: o que é, o
que oferece, como conectar-se H,
de Érico Guizzo, apresenta um
glossário com termos
da Internet e dicas
para o internauta não
‘fazer feio’ na hora de
teclar. Um exemplo
de termos do glossário
seriam as palavras “newbie” e
“netizen”, que seriam os novatos
e os veteranos na Internet,
respectivamente, dois grupos
diferentes da web. “O newbie, na
ansiedade de explorar cada
pedaço desse novo espaço em que
ingressou (a Internet), acaba
cometendo alguns 'deslizes
virtuais', 'gafes cibernéticas'”. O
livro tem muitas recomendações,
entre elas, alerta para os novatos
tomarem cuidado com o uso da
linguagem nos grupos de bate-
papo, para não ser alvo de
brincadeiras dos veteranos.
Há vários tipos de
modificações de todas as escalas
dentro da rede e, assim como as
críticas na sociedade existem, elas
também se mostram presentes
no ‘mundo virtual’. A crítica
mais atual em torno do
assunto é sobre uma
possível deterioração
da língua portuguesa.
Alguns gramáticos
discutem que há a nítida
despreocupação com ortografia
das palavras, causada pela
economia de caracteres, o que
provoca a infração da gramática
“A falta de capacidade
de se transitar entre os
diferentes tipos de
linguagem é a falha no
aprendizado, não uma
distorção causada pela
Internet”,
tradicional ensinada na escola. O
argumento mais comum entre as
críticas se baseia no uso da
linguagem virtual fora da
Internet. Há afirmações de que,
em alguns casos, as pessoas
acabam se acostumando com
essa forma de escrita devido ao
longo período que dedicam à
Internet e acabam aplicando
essas gírias em situações formais.
A professora do ensino
fundamental de
língua portuguesa,
Cacilia Batista,
afirma que os
alunos,
principalmente
entre 13 e 16 anos,
acabam absorvendo a
linguagem utilizada nos sites de
relacionamento e aplicando no
cotidiano da escola. Os erros
gramaticais já existiam antes
mesmo do acesso da grande
população à Internet, pois são
erros que acontecem e sempre
vão ocorrer. Porém, afirma
Batista, devido ao uso cada vez
mais freqüente da Internet “a
abreviação vocabular e o uso da
norma coloquial da língua estão
tornando-se constantes em
situações de uso da norma culta”.
Daniela Bertocchi,
jornalista, professora de
jornalismo multimídia da Facamp
e mestre em Ciberjornalismo pela
Universidade do Minho,
Portugal, também
acredita que o que
acontece com a
linguagem da
Internet não é
uma distorção da
língua, mas uma nova
forma de comunicação.
Bertocchi afirma que cada um
deve saber transitar pelos
diferentes campos e saber que
para cada um existe uma maneira
mais adequada de se comunicar.
“A cada minuto a gente fica
vestindo um figurino diferente.
ressalta.
O professor do
Departamento de Lingüística da
Unicamp, Sirio Possenti também
não concorda que a Internet
possa prejudicar a gramática dos
jovens. Ele afirma que as escritas
“especiais” sempre foram
diversas e não afetam a língua,
apenas dependem dos suportes.
Ele não acredita que possa haver
uma mudança da língua escrita
por causa desse “vício” de se
escrever tudo abreviado; “não
acho que os jovens imitem ou se
acostumem com essa prática, é
como se estivessem escolhendo
roupas diferentes para ocasiões
diferentes”, completa.
Zelma Regina Bosco,
doutora em Lingüística pela
Unicamp e pesquisadora do
Grupo de Pesquisa em Aquisição
da Linguagem do IEL, atenta que
há uma grande preocupação com
um padrão de correção a ser
respeitado por todos: “esse
padrão resulta de uma
concepção de língua como um
código a ser ensinado e
apropriado por todos
igualmente”, afirma Bosco; uma
concepção de língua ensinada nas
escolas e nos livros didáticos que,
de certo modo, impede o
reconhecimento das variações
lingüísticas presentes no
cotidiano das pessoas. A doutora
conta que essa nova linguagem
até pode ser considerada pelos
professores como um novo meio
de escrever, mas no sentido de
apontar sua a distância ou
diferença em relação à norma
culta e corrigindo-os.
Portanto, é aconselhável
que os professores conheçam os
códigos da linguagem aplicada na
Internet. Isso implica até em
utilizar essa linguagem ao seu
favor, ao invés de reprimi-los,
como faz a maioria dos
educadores, segundo afirma a
professora Fernanda Correa
Silveira Galli, doutora em
Lingüística Aplicada pela
UNICAMP. Uma sugestão seria “a
tradução de um texto ou poema
para essa linguagem, com o
intuito de tentar mostrar que o
seu uso não é proibido e ‘errado’,
mas tem que se restringir a um
ambiente adequado – a Internet –
, e que, conseqüentemente, para
cada ambiente e situação
podemos utilizar uma
determinada linguagem.
No entanto, a professora
de Metodologia do Ensino da
UFSCar, Claudia Reyes, afirma que
as escolas têm a obrigação de
ensinar o português padrão para
que os indivíduos possam fazer o
uso dele em situações formais.
Quanto ao fato de os jovens
desenvolverem alguma
dificuldade na hora de escrever
nas aulas de português, a Reyes
argumenta que as aulas existem
exatamente para isso: ensinar o
português padrão. “Se o
aluno escreve como se
estivesse na Internet para uma
atividade proposta para fazer um
texto de opinião, penso que está
inadequado, mas é papel da
escola trabalhar com
isso.” Entretanto, acredita que
seria preconceito pensar que as
pessoas só podem aprender uma
língua e que ela está pronta
acabada: “o próprio português
padrão dos dias atuais, não é o
mesmo da época dos meus avôs.
São os falantes que vão
transformando a língua no
decorrer dos tempos”
Reyes não acredita no
termo “descaracterização da
língua”, já que o “internetês”,
segundo a professora, não é o
português padrão, é apenas outra
linguagem que se usa nos meios
virtuais: são formas mais íntimas
de se comunicar que necessitam
de maior rapidez na interlocução.
“Você nunca irá teclar iniciando
uma conversa em um chat com a
expressão ‘Prezado Senhor’. Isso
seria utilizar a língua de maneira
inapropriada. Temos que saber o
que vamos falar. É isso que é
saber língua, saber utilizá-la em
seu contexto, considerando os
interlocutores”, argumenta.
O professor Luiz Antonio
Marcuschi, da Universidade
Federal de Pernambuco, defende
a idéia de que os novos gêneros
textuais são, na verdade, uma
adaptação dos textos à
tecnologia. Dessa forma, o Scrap
“se configura como um gênero
textual que deixou de ser bilhete
para se transformar no que é
hoje”, por exemplo. Quanto a
isso, a professora Fernanda Galli
acredita que a novidade está no
suporte, ou seja, na Internet, e
não no tipo de texto, devido a
semelhança entre o bilhete e o
Scrap, por exemplo, num
deslocamento de gêneros
textuais para redes eletrônicas.
“Parece-me mais coerente tomar
o suporte como novidade e não a
materialidade textual”, completa.
Para a professora da
faculdade de letras da
Universidade Federal de Goiás,
Vera Lúcia Menezes, que
desenvolve análise do discurso
com foco em gêneros e
interações por computador, o
correio eletrônico agrega
características diferentes e já
conhecidas como as do
memorando, do bilhete, da carta,
da conversa face a face e da
interação telefônica, portanto, ele
origina novo gênero. Na conversa
informal, para que a comunicação
seja feita de maneira mais ágil, é
comum usar abreviações de
maneira, as vezes, exagerada. Por
exemplo, “você”, tornaria-se
apenas “vc”, visto que o uso das
consoantes ajuda no
compreendimento visual da
palavra. Outros exemplos
poderiam ser “blz”, “gnt”, “tds”,
“msm” e “tbm”; beleza, mesmo e
também, repectivamente.
No entanto, além das
abreviações, o que pouco se nota
é que o “internetês” se aproxima
muito da fala. Pode-se perceber
que essa forma apresenta uma
característica de uma etapa do
desenvolvimento da linguagem: a
fase pré-silábica descrita por
Emília Ferreito e Ana Teberosky
no livro Psicogênese da língua
escrita (1985). Dois exemplos são
“mundu” e “tudu” que se
equivalem ao som inicial e final
das letras. Há, portanto, a
presença de um valor sonoro.
Existem ainda casos mais
extremos como “naum” e
“entaum”, quando não há
acentos que, por sua vez,
alteram-se para o sufixo “aum”;
ou, para a letra h, como o caso do
acento agudo: “eh,” “jah”, “ateh”,
“soh” etc.
Essa proximidade da
linguagem da Internet com a fala
informal faz com que os
indivíduos que utilizam o MSN,
Orkut e SMS’s, incorporem meios
que expressem sentimentos e a
entonação das palavras: uma
forma de tornar a comunicação
online mais parecida possível com
uma conversa frente a frente.
Assim surgiram os emoticons ou
smile, eles têm a finalidade de
exprimir emoções; por exemplo,
símbolos como esse: :-) que se
assemelham a um sorriso. Ou até
mesmo o uso de letras maiúsculas
para das indicar a entonação do
que se quer dizer. Apesar da
descontração da linguagem, os
textos da Internet também
devem ‘seguir’ algumas normas
de adequação, segundo o livro de
Érico Guizzo. Nele, existem alguns
conselhos de boa conduta que
ajudam a causar uma boa
impressão, um exemplo é não
escrever e-mail todo em caixa
alta, pois pode parecer que está
gritando com quem está lendo.
Além das críticas ao
“internetês” como um possível
deterioramento da língua, há
aqueles que acreditam que a
Internet traz outros malefícios à
sociedade. O autor de The
Dumbest Generation, o
americano Mark Bauerlein,
professor de inglês da
Universidade Emory, nos Estados
Unidos, afirma que os jovens
estão mais preocupados em
trocar mensagens digitalmente
que acabam se esquecendo de
assuntos mais importantes,
portanto, tornaram-se alienados.
O autor ainda critica a falta de
comunicação que existe
atualmente entre essa faixa etária
e os adultos. A conversa entre as
duas idades praticamente se
perdeu no tempo: jovens
preferem conversar com pessoas
da mesma idade ao invés dos
adultos; portanto estão criando o
seu próprio universo.
Nos Estados Unidos, os
jovens de 15 a 24 anos, lêem só 8
minutos por dia, mas passam
quase 4 horas vendo TV. No
Brasil, a pesquisa feita pelo IBOPE
no terceiro trimestre de 2008,
revelou que o número de
brasileiros com 16 anos ou mais
que possuêm acesso à web foi de
mais de 43 milhões, sendo que os
jovens consomem mais de 2 mil
páginas de Internet por mês, isso
representa 56% mais que um
adulto. A crítica é a de que os
jovens passam mais tempo em
sites de relacionamento do que
lendo um livro e que a
comunicação digital restringe
expressões, gestos e a conversa
olho a olho. Há ainda aqueles que
defendem a idéia de que uma
parte da sociedade pulou a etapa
dos livros e foi direto para o
computador.
O filósofo americano e
professor do Centro Berkman
para Internet e Sociedade, da
Universidade Harvard, David
Weinberger, entretanto, defende
que os jovens nunca foram tão
inteligentes. Segundo ele, agora
se consegue saber de tudo um
pouco, a informação não está
presa somente a especialistas, já
que a Internet existe dentro de
comunidades que possuem uma
discussão sobre diversos assuntos
e várias opiniões diferentes.
Claudia Reyes também segue a
mesma linha de Weinberger. A
professora não acredita que as
crianças se esqueceram dos pais,
apenas as rotinas familiares
mudaram. “Trabalhamos mais e
se como família não nos
organizarmos para ficarmos com
os nossos filhos, seguramente
eles ficarão
mais tempo na
Internet do que
fazendo outras
coisas”, afirma. Portanto, a
“culpa” de os jovens estarem se
tornando seres alienados não
seria da Internet.
O professor da Unicamp,
Sírio Possenti, afirma que é
possível que o acesso à Internet
resulte em um maior letramento,
uma vez que existe maior contato
com a escrita e leitura. Assim
como o filósofo americano,
Possenti acredita que hoje as
pessoas lêem muito mais do que
antes. Para ele, o aluno tinha a
leitura como uma obrigação, hoje
ele lê sem perceber esse
processo; “o que temos nas telas
de computador? Textos. Ainda
que alguns muito mal escritos,
mas de qualquer maneira o
educando entra em contato com
a palavra escrita”, argumenta.
Claudia Reyes, professora
da UFSCar, também acredita que
a carga de leitura seja maior, mas
isso não significa que tenha maior
qualidade. O fato é que usar a
Internet é importante, mas é
necessário aprender a buscar as
informações e saber selecionar
aquilo que é válido, implicando
em certa capacidade de leitura.
“Podemos passar horas na
Internet e chegarmos ao final de
nossas navegações, com pouca
informação. Por outro lado, se
aprendemos a buscar as
informações que necessitamos,
teremos rapidamente muito mais
conhecimento.”
Nesse sentido, o problema
não seria o uso da Internet, mas a
deficiência do ensino escolar dos
jovens internautas. Segundo a
professora Cacilia, a absorção da
linguagem virtual vai depender da
orientação que o indivíduo tem
quanto ao uso da web. Se utilizá-
la apenas para bate-papo,
provavelmente sua ortografia
ficará comprometida, porém se
fizer uso dela para aspectos
envolvendo a busca de
conhecimento, sua alfabetização
será muito mais contextualizada
que antes.
Bertocchi vê a educação
como forte influente na absorção
ou não dessa linguagem. Para a
jornalista, se o indivíduo já passou
do processo de formação, ele vai,
conseqüentemente, saber como
modificar o discurso de acordo
com a situação. A professora
acredita que isso não empobrece
o vocabulário, nem está ligado a
uma fala pobre e inexpressiva
onde as pessoas não conseguem
se entender. Se isso ocorre a
culpa está ligada à escola onde a
pessoas deveria obter
informações para formar um
discurso amplo para se
comunicar.
Todos vivem numa cultura
letrada e não há como escapar
dos efeitos da linguagem escrita
desde o nosso nascimento. A
escrita da Internet faz parte
do cotidiano, em especial nas
classes mais privilegiadas, e,
assim como os outros textos
escritos, ela também promove
efeitos sobre a linguagem escrita,
como acredita a doutora e
pesquisadora Zelma Bosco. “os
textos na/da Internet promovem
uma maneira de ler e,
conseqüentemente, de escrever,
que a escola desconhece e
que não integra em seu cotidiano.
Veja bem: não se trata apenas de
mais um ‘tipo’ de texto a
ser considerado pela escola, mas
uma nova maneira de ler e de
escrever que afeta a geração de
crianças e jovens que estão em
nossas escolas.”, finaliza. •
Agora teste o seu
conhecimento no vocabulário da
Internet clicando HaquiH.
Estamos Emburrencendo?
Segundo o professor de inglês da Universidade Emory, nos Estados Unidos, Mark
Bauerlein, a reposta para essa pergunta é a pior possível. Sim, os jovens estão se
tornando a geração mais estúpida da história. E é exatamente esse o título de seu livro:
The Dumbest Generation. A idéia central de Bauerlein é que os adolescentes vivem
fechados no seu próprio mundo e seu universo cultural é restrito nos sites de
relacionamento como o Orkut e MySpace, não se interessam por assuntos importantes
e conhecimentos que, muitas vezes, são caracterizados como chatos: história,
economia, política, etc. O professor afirma que os jovens têm lido cada vez menos
jornais, livros e revistas conforme as gerações passam, meios que são as principais
fontes de acesso ao conhecimento. Ao invés disso, dedicam o seu tempo a vasculhar
nos perfis alheios das comunidades de relacionamento da web.
A Internet até poderia funcionar como um meio de auxiliar as pessoas a
adquirirem conhecimento sobre determinados assuntos de relevância, mas, segundo o
professor, são é isso que acontece. Os jovens, ao invés de entrarem em sites de museus
ou fazer uma pesquisa acadêmica, entram nos sites de relacionamento para visitar o
seu perfil ou dos amigos e ainda, procurando melhor, é possível encontrar aqueles que
escrevem que odeiam a escola. Há ainda sites como o Wikipédia que auxiliam a um tipo
de conhecimento: o superficial. Ao se procurar uma figura histórica como Napoleão,
aparecem dados como onde ele nasceu, quando, como e o que fez. Porém, na página,
não aparece sua idéia de caráter, inteligência, honra e moral. O que acontece é um
conhecimento superficial sobre o assunto.
Entretanto, Bauerlein não coloca a culpa na Internet e na tecnologia: os pais
possuem uma parcela de culpa também. O professor acredita que, conforme os anos
passam, os jovens perdem a relação que tinham com os parentes mais velhos, relação
que, para ele, é de extrema importância. Antes, os adolescentes conversavam sobre
assuntos sérios como crises, política, etc. Atualmente, a maioria deles perdeu esse
contato e os laços são estreitos. Isso acontece porque alguns pais acreditam que a
Internet, a TV e o videogame funcionam como babás e não impõem limites. Assim, na
verdade, o problema está em como as pessoas usam a Internet. A idéia do professor é
que em pelo menos em um momento do dia, o jovem desligue o computador e leia
alguma coisa. O importante é que eles se foquem em algo e mantenham a concentração
no texto – algo difícil de ver atualmente.