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C Sistema destinado à preparação para Concursos Públicos e Aprimoramento Profissional via INTERNET www.concursosecursos.com.br A Nova Ordem Mundial O capitalismo Processo de desenvolvimento do capitalismo AULA Gratuita O capitalismo, como sistema econômico e social, passou a ser dominante no 1 mundo ocidental a partir do século XVI. A transição do feudalismo para o capitalismo, porém, ocorreu de forma bastante desigual no tempo e no espaço: foi mais rápida na porção ocidental da Europa e muito mais lenta na porção central e na oriental. O Reino Unido foi, por várias razões, o país no qual a transição foi mais acelerada. O capitalismo evoluiu gradativamente e foi se transformando à medida que novas dificuldades surgiam. O sistema capitalista sempre apresentou, ao longo de sua história, grande dinamismo. Isso se explica devido ao seu profundo enraizamento histórico e cultural, pois sua origem é muito antiga (final da Idade Média) e sua evolução histórica foi muito lenta, particularmente na Europa Ocidental e na América Anglo-Saxônica. Gradativamente, ele foi se sobrepondo a outras formas de produção, até se tornar hegemônico, o que, em âmbito mundial, ocorreu em sua fase industrial. Didaticamente, considerando seu processo de desenvolvimento, costuma-se dividir o capitalismo em quatro fases: o pré-capitalismo, o capitalismo comercial, o capitalismo industrial e o capitalismo financeiro. O capitalismo comercial Essa etapa do capitalismo estendeu-se desde fins do século XV até o século XVIII. Foi marcada pela expansão marítima das potências da Europa Ocidental na época (Portugal e Espanha), em busca de uma nova rota para as Índias, objetivando romper a hegemonia italiana no comércio com o Oriente via Mediterrâneo. Foi o período das Grandes Navegações e descobrimentos, das conquistas territoriais, e também da escravização e genocídio de milhões de nativos da América e da África. Veja, no mapa, as principais expedições marítimas realizadas nessa época. O grande acúmulo de capitais se dava na esfera da circulação, ou seja, por meio do comércio, daí o termo capitalismo comercial para designar o período. A economia funcionava segundo a doutrina mercantilista, que, em sentido amplo, pregava a intervenção governamental na economia, a fim de promover a prosperidade nacional e aumentar o poder do Estado. Nesse sentido, defendia a necessidade de acumulação de riquezas no interior dos Estados, e a riqueza e o poder de um país eram medidos pela quantidade de metais preciosos (ouro e prata) que possuíam. Esse princípio ficou conhecido como metalismo. Após a descoberta de ouro e prata na América, houve um enorme afluxo de metais preciosos para a Europa, sobretudo para a Espanha, o Reino Unido e Portugal. Outro meio de acumular riquezas era manter uma balança comercial sempre favorável, daí o esforço para exportar mais do que importar, garantindo saldos comerciais positivos. Assim, o Estado deveria ser forte para apoiar a expansão marítima e o colonialismo, que garantiriam alta lucratividade, já que as colônias eram obrigadas a vender seus produtos às metrópoles a preços baixos e a comprar delas o que necessitavam a preços altos. O mercantilismo foi fundamental para o desenvolvimento do capitalismo, pois permitiu, como resultado de um comércio altamente lucrativo, da exploração das colônias e da pirataria, IETAV System- CGC: 03.755.533/0001-71 - Fone/Fax: (24) 3360-0011 [email protected] 1 AULA ELABORADA PELO PFSR JÂNIO

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A Nova Ordem MundialO capitalismo

Processo de desenvolvimento do capitalismo

AULA Gratuita

O capitalismo, como sistema econômico e social, passou a ser dominante no 1 mundo ocidental a partir do século XVI. A transição do feudalismo para o capitalismo, porém, ocorreu de forma bastante desigual no tempo e no espaço: foi mais rápida na porção ocidental da Europa e muito mais lenta na porção central e na oriental. O Reino Unido foi, por várias razões, o país no qual a transição foi mais acelerada.

O capitalismo evoluiu gradativamente e foi se transformando à medida que novas dificuldades surgiam. O sistema capitalista sempre apresentou, ao longo de sua história, grande dinamismo. Isso se explica devido ao seu profundo enraizamento histórico e cultural, pois sua origem é muito antiga (final da Idade Média) e sua evolução histórica foi muito lenta, particularmente na Europa Ocidental e na América Anglo-Saxônica. Gradativamente, ele foi se sobrepondo a outras formas de produção, até se tornar hegemônico, o que, em âmbito mundial, ocorreu em sua fase industrial.

Didaticamente, considerando seu processo de desenvolvimento, costuma-se dividir o capitalismo em quatro fases: o pré-capitalismo, o capitalismo comercial, o capitalismo industrial e o capitalismo financeiro.

O capitalismo comercial Essa etapa do capitalismo estendeu-se desde fins do século XV até o século XVIII. Foi marcada

pela expansão marítima das potências da Europa Ocidental na época (Portugal e Espanha), em busca de uma nova rota para as Índias, objetivando romper a hegemonia italiana no comércio com o Oriente via Mediterrâneo. Foi o período das Grandes Navegações e descobrimentos, das conquistas territoriais, e também da escravização e genocídio de milhões de nativos da América e da África. Veja, no mapa, as principais expedições marítimas realizadas nessa época.

O grande acúmulo de capitais se dava na esfera da circulação, ou seja, por meio do comércio, daí o termo capitalismo comercial para designar o período. A economia funcionava segundo a doutrina mercantilista, que, em sentido amplo, pregava a intervenção governamental na economia, a fim de promover a prosperidade nacional e aumentar o poder do Estado. Nesse sentido, defendia a necessidade de acumulação de riquezas no interior dos Estados, e a riqueza e o poder de um país eram medidos pela quantidade de metais preciosos (ouro e prata) que possuíam. Esse princípio ficou conhecido como metalismo. Após a descoberta de ouro e prata na América, houve um enorme afluxo de metais preciosos para a Europa, sobretudo para a Espanha, o Reino Unido e Portugal.

Outro meio de acumular riquezas era manter uma balança comercial sempre favorável, daí o esforço para exportar mais do que importar, garantindo saldos comerciais positivos. Assim, o Estado deveria ser forte para apoiar a expansão marítima e o colonialismo, que garantiriam alta lucratividade, já que as colônias eram obrigadas a vender seus produtos às metrópoles a preços baixos e a comprar delas o que necessitavam a preços altos.

O mercantilismo foi fundamental para o desenvolvimento do capitalismo, pois permitiu, como resultado de um comércio altamente lucrativo, da exploração das colônias e da pirataria,

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grande acúmulo de capitais nas mãos da burguesia européia. Karl Marx designou essa fase como a da acumulação primitiva do capital. A acumulação primitiva, primária ou inicial de capitais, somada a outros fatores, que veremos a seguir, criou as condições, primeiro no Reino Unido e depois na Europa continental, para que ocorresse a Revolução Industrial, projetando o capitalismo para sua fase seguinte.

O capitalismo industrial O capitalismo industrial foi marcado por grandes transformações econômicas, sociais,

políticas e culturais. As maiores mudanças resultaram do que se convencionou chamar Revolução Industrial (estamos nos referindo aqui à Primeira Revolução Industrial, ocorrida no Reino Unido na segunda metade do século XVIII). Um de seus aspectos mais importantes foi a enorme potencialização da capacidade de transformação da natureza, por meio da utilização cada vez mais disseminada de máquinas movidas a vapor, produzido pela queima de carvão, tornando acessível aos consumidores uma quantidade cada vez maior de produtos, o que multiplicava os lucros dos produtores.

O comércio não era mais a essência do sistema. O lucro — objetivo dessa nova fase do capitalismo — advinha fundamentalmente da produção de mercadorias. Mas de que modo se lucrava com a produção em série de tecidos, máquinas, ferramentas, armas? Ou com os rápidos avanços nos transportes, graças ao surgimento dos trens e barcos a vapor?

Foi Karl Marx, um dos mais influentes pensadores alemães do século passado, quem desvendou o mecanismo da exploração capitalista, que é a essência do lucro, chamando-o de mais-valia. Vejamos no que consiste:

A toda jornada de trabalho corresponde uma remuneração, que permitirá a subsistência do trabalhador. No entanto, o trabalhador produz um valor maior do que aquele que recebe na forma de salário, e essa fatia de trabalho não-pago é apropriada pelos donos das fábricas, das fazendas, das minas, etc. Dessa forma, todo produto ou serviço vendido traz embutido esse valor não transferido ao trabalhador, permitindo o acúmulo de lucro pelos capitalistas.

Assim, Fica fácil entender por que o regime assalariado é a relação de trabalho mais adequada ao capitalismo? O trabalho assalariado é uma relação tipicamente capitalista, pois se dissemina à medida que o capital começa a ser reproduzido, provocando uma crescente necessidade de expansão dos mercados consumidores. O trabalhador assalariado, além de apresentar maior produtividade que o escravo, tem renda disponível para o consumo, ao contrário daquele. Desta forma, a escravidão, uma relação de trabalho típica da fase comercial do capitalismo, foi extinta quando o trabalho assalariado passou a predominar.

Com o aumento da produção industrial, a partir de meados do século passado, mais e mais fábricas necessitavam de matérias-primas, de energia, de mão-de-obra e de mercados para seus produtos. A industrialização não se restringia somente ao Reino Unido; já se expandira para a Bélgica, a França, a Alemanha, a Itália, a Rússia e até para além da Europa: os Estados Unidos e, de forma incipiente, o Japão.

Se, no mercantilismo (fase comercial), o Estado absolutista era favorável aos interesses da burguesia comercial, no tocante à atuação da nova burguesia industrial, ou capitalista, era um empecilho. Ele não deveria intervir na economia, que funcionaria segundo a lógica do mercado, guiada pela livre concorrência. Consolidava-se, assim, uma nova doutrina econômica: o liberalismo. Disseminava-se entre os capitalistas essa nova ideologia, difundida por economistas britânicos, como Adam Smith e David Ricardo. Adam Smith lançou as bases do liberalismo no livro A riqueza das nações, publicado na Inglaterra em 1776.

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Essas novas idéias interessavam principalmente à Inglaterra, "oficina do mundo" — devido ao seu avanço industrial — e "rainha dos mares" — devido ao seu poderio naval. O país vendia seus produtos aos quatro cantos do planeta.Potências industriais

Dentro das fábricas, mudanças importantes estavam acontecendo: a produtividade e a capacidade de produção aumentavam velozmente; aprofundava-se a divisão de trabalho e crescia a produção em série. Nessa época, segunda metade do século XIX, estava ocorrendo o que se convencionou chamar de Segunda Revolução Industrial. Uma das características mais importantes desse período foi a introdução de novas tecnologias e novas fontes de energia no processo produtivo. Pela primeira vez, tendo como pioneiros os Estados Unidos e a Alemanha, a ciência era apropriada pelo capital, ou seja, era posta a serviço da técnica, não mais como na Primeira 1 Revolução Industrial, ocorrida no século XVIII, quando os avanços tecnológicos eram resultado de pesquisas espontâneas e autônomas. Havia uma verdadeira canalização de esforços por parte das empresas e do Estado para a pesquisa científica com o objetivo de desenvolver novas técnicas de produção.

A siderurgia avançou significativamente, assim como a indústria mecânica, graças ao aperfeiçoamento da fabricação do aço. Na indústria química, com a descoberta de novos elementos e materiais, ampliaram-se as possibilidades para vários novos setores, como o petroquímico. A descoberta da eletricidade beneficiou as indústrias e a sociedade em geral, pois promoveu grande melhoria na qualidade de vida. O desenvolvimento do motor a combustão interna, e a conseqüente utilização de combustíveis derivados do petróleo, abriu novos horizontes para os transportes, que se dinamizaram imensamente, em virtude da expansão das indústrias automobilística e aeronáutica. Os fragmentos a seguir, do livro de Michel Beaud, nos dão uma idéia clara de como foi esse período.

Com o brutal aumento da produção, pois a industrialização expandia-se para ~s países, acirrou-se cada vez mais a concorrência. Era cada vez maior a necessidade se garantirem novos mercados consumidores, novas fontes de matérias-primas e novas áreas para investimentos lucrativos.

Foi dentro desse quadro que ocorreu a expansão imperialista na Ásia e na África. Em 1885, na Conferência de Berlim, retalhou-se o continente africano, partilhado entre as potências européias.

Às duas potências hegemônicas da época, Reino Unido e França, couberam as maiores extensões de territórios coloniais. Portugal e Espanha, há muito decadentes, tentavam conservar seus domínios, conquistados no século XVI. Bélgica e Países Baixos, apesar de terem perdido muito do poderio alcançado no século XVIII, ocuparam importantes possessões. Finalmente, Alemanha e Itália, recentemente unificadas, apoderaram-se de pequenas porções territoriais.

Essa partilha imperialista das potências industriais consolidou a divisão internacional do trabalho, pela qual as colônias se especializavam em fornecer matérias-primas baratas para os países que então se industrializavam. Tal divisão, delineada no capitalismo comercial, consolidou-se na fase do capitalismo industrial. Assim, estruturou-se nas colônias uma economia complementar e subordinada à das potências imperialistas.

Nessa época, também surgia uma potência industrial fora da Europa: os Estados Unidos da América. Em 1823, o então presidente norte-americano James Monroe decretou a Doutrina Monroe, que tinha como lema "A América para os americanos". Assim, os Estados Unidos delimitavam a América Latina como sua área de influência econômica e geopolítica.

Na Ásia, também em fins do século XIX, o Japão emergiu como potência, sobretudo após a ascensão do imperador Mitsuhito, que deu início à chamada Era Meiji. O império do Sol passou a competir com as potências européias na conquista de territórios no leste da Ásia, como a rica China, disputada com os britânicos e os russos.

A Alemanha, por ter se unificado tardiamente (1871), perdeu a fase mais importante da corrida imperialista e sentiu-se lesada, especialmente frente ao Reino Unido e à França. Além disso, como a sua

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indústria crescia em ritmo mais rápido que a dos demais países, também se ressentia mais da falta de mercados consumidores. O choque de interesses internos e externos entre as potências imperialistas européias acabou levando o mundo à Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

Assim, a primeira metade do século XX, marcada por significativos avanços tecnológicos, foi também um período de grande instabilidade econômica e geopolítica. Além da Primeira Guerra Mundial, ocorreu a Revolução Russa de 1917, a crise de 1929 e a Grande Depressão, a ascensão do nazi-fascismo na Europa e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Nessas poucas décadas, o capitalismo passou por crises e transformações, adquirindo novos contornos.

O capitalismo financeiroUma das conseqüências mais importantes do crescimento acelerado da economia capitalista foi o

brutal processo de concentração e centralização de capitais. Várias empresas surgiram e cresceram rapidamente: indústrias, bancos, corretoras de valores, casas comerciais, etc. A acirrada concorrência favoreceu as grandes empresas, levando a fusões e incorporações que resultaram, a partir de fins do século XIX, na monopolização ou oligopolização de muitos setores da economia.

O capitalismo entrava, desse modo, em sua fase financeira e monopolista. É consenso marcar como o início dessa nova etapa da evolução capitalista a virada do século XIX para o século XX, coincidindo com o período da expansão imperialista (1875-1914). No entanto, a consolidação só ocorreu efetivamente após a Primeira Guerra Mundial, quando as empresas tornaram-se muito mais poderosas e influentes, acentuando a internacionalização dos capitais.

Boa parte dos grandes grupos econômicos da atualidade surgiram nesse período. Veja a tabela ao lado.

Consolidou-se, particularmente nos Estados Unidos, um vigoroso mercado de capitais: as empresas foram abrindo cada vez mais seus capitais através da venda de ações em bolsas de valores. Isso permitiu a formação das gigantescas corporações da atualidade, cujas ações estão pulverizadas entre milhares de acionistas. Em geral, essas grandes empresas têm um acionista majoritário, que pode ser uma pessoa, uma família, uma empresa, um banco ou uma holding, e o restante, muitas vezes milhões de ações, está nas mãos de pequenos investidores. No Brasil, uma empresa de capital aberto leva em sua razão social o termo S.A. (sociedade anônima).

Não é mais possível distinguir o capital industrial do capital bancário. Fala-se em capital financeiro. Os bancos passam a ter um papel cada vez mais importante como financiadores da produção. Bancos incorporam indústrias e, por outro lado, indústrias incorporam ou constituem bancos para lhes dar retaguarda.

O liberalismo restringe-se cada vez mais ao plano da ideologia, pois o mercado passa a ser dominado por grandes corporações, substituindo a livre concorrência e o livre mercado. O Estado, por sua vez, passa a intervir na economia, seja como agente planejador ou coordenador, seja como agente produtor ou empresário. Essa atuação do Estado na economia intensificou-se após a crise de 1929, que viria a sepultar definitivamente o liberalismo clássico.

A crise de 1929 deveu-se ao excesso de produção industrial e agrícola, pois os baixos salários pagos na época impediam a expansão do mercado de consumo interno; à recuperação da indústria européia, que passou a importar menos dos Estados Unidos; e à exagerada especulação com ações na bolsa de valores. A ideologia capitalista vigente na época, porém, foi decisiva: acreditava-se, segundo os preceitos liberais, que o Estado não deveria intervir na atividade econômica. Mesmo depois da fase mais aguda da crise, que foi a quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, o Estado ainda relutou durante meses antes de intervir na economia para evitar o aprofundamento da crise. Resultado: milhares de indústrias e bancos foram à falência, gerando cerca de quatorze milhões de desempregados em 1933. Assim, sucumbindo às evidências, foi elaborado um plano de combate à crise.

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Colocado em prática em 1933, pelo então presidente Franklin Roosevelt, o New Deal ("novo acordo") foi um clássico exemplo de intervenção do Estado na economia. Baseado em um audacioso plano de obras públicas, com o objetivo principal de acabar o desemprego, o New Deal foi fundamental para a recuperação da economia norte-americana.

Essa política de intervenção estatal numa economia oligopolizada, que acaba favorecendo o grande capital, ficou conhecida como keynesianismo, por ter sido o economista inglês John Maynard Keynes (1883-1946) seu principal teórico e defensor. ‘Em cada setor da economia — petrolífero, elétrico, siderúrgico, têxtil, naval, viário, etc.—, passam a predominar alguns grandes grupos. São os trustes, que rolam todas as etapas da produção, desde a retirada da matéria-prima da natureza, passando pela transformação em produtos até a distribuição das mercadorias. Quando esses trustes fazem acordos entre si, estabelecendo um preço comum, dividindo os mercados potenciais e, portanto, inviabilizando a livre concorrência, criam um cartel.

No cartel não há, como no truste, a perda de autonomia das empresas envolvidas. O truste é resultado de processos tipicamente capitalistas (concentração e centralização de capitais), que levam a fusões e incorporações de empresas de um mesmo ,setor de atividade. Já o cartel surge quando as empresas fazem acordos visando partilhar entre si determinados mercados ou setores da economia.

Em 1928, constituiu-se um dos mais famosos e poderosos cartéis de todos os tempos, reunindo as companhias petrolíferas Exxon, Chevron, Gulf Oil, Mobil Oil, Texaco, British Petroleum e Royal Dutch/Shell, mundialmente conhecido como as "sete irmãs" do petróleo. Essas empresas (as cinco primeiras, norte-americanas; a outra, britânica e a última, anglo-holandesa) tinham, e ainda têm, mais poder do que muitos Estados; controlam, em muitas regiões, todas as etapas da atividade petrolífera (extração, transporte, refino e distribuição do petróleo).

Muitos trustes, surgidos no final do século XIX e início do século XX, transformaram-se em conglomerados. Resultantes de um processo mais amplo de concentração e centralização de capitais, de uma brutal ampliação e diversificação dos negócios, visando dominar a oferta de determinados produtos ou serviços no mercado, os conglomerados, também chamados grupos ou corporações, são o exemplo mais perfeito de empresas que atuam no capitalismo monopolista. Controlados por uma holding, eles estendem seus "tentáculos" (fazendo analogia com um polvo, a holding seria a cabeça) por diferentes setores da economia. O objetivo fundamental é a manutenção da estabilidade do conglomerado, garantindo uma lucratividade média, já que há rentabilidades diferentes em cada setor.

Os maiores conglomerados surgem hoje no Japão. O Mitsubishi Group, o maior do mundo, fabrica desde alimentos e lapiseiras até navios e aviões, passando por automóveis, aço, aparelhos de som, videocassetes, televisores, etc., sem contar que as indústrias Mitsubishi têm tradicionalmente, como agente financiador, o Banco Mitsubishi. Este, que já constava na lista dos maiores bancos do mundo, após a fusão com o Banco de Tóquio, transformou-se no maior do planeta, o Tokyo-Mitsubishi. Outros exemplos de grandes conglomerados que atuam em vários setores e têm interesses globais são AT&T (Estados Unidos), General Motors (Estados Unidos), Daimler-Benz (Alemanha), Siemens (Alemanha), Fiat (Itália), Nestlé (Suíça), Matsushita (Japão), Hitachi (Japão), Unilever (Países Baixos-Reino Unido).

As necessidades do capitalismo industrial-liberal — matérias-primas, fontes de energia e mercados — continuaram existindo no capitalismo financeiro-monopolista? Na verdade, tais necessidades se ampliaram, pois a produção industrial, movida pela Segunda Revolução Industrial, aumentou cada vez mais. Até meados deste século, a maior parte do mundo ainda era formada por colônias que apresentavam uma economia complementar à das potências, definindo a tradicional divisão internacional do trabalho. O imperialismo continuou, portanto, garantindo a expansão dos negócios es que estavam se industrializando.

O desfecho da Segunda Guerra Mundial agravou o processo de decadência das antigas potências européias, que se verificava desde o final da Primeira Guerra Mundial. Aos poucos, elas foram perdendo os seus domínios coloniais na Ásia e na África e, com a destruição provocada pela guerra, houve o

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deslocamento do centro de mundial com a emergência de duas superpotências: os Estados Unidos e a União Soviética.

Do ponto de vista econômico, o período do pós-guerra foi marcado por acentuada mundialização da economia capitalista, sob o comando dos grandes conglomerados, chamados de multinacionais ou transnacionais. Foi o período de gestação das profundas transformações econômicas pelas quais o mundo iria passar, principalmente a partir dos anos 80, ou seja, o atual processo de globalização da economia.

O capitalismo monopolistaNo século XIX, a economia capitalista vivia a fase chamada de capitalismo de concorrência: cada

ramo da atividade econômica era ocupado por um grande número de empresas, normalmente pequenas ou médias, que concorriam intensamente entre si para ganhar a preferência do consumidor. O Estados quase não interferia na economia, ficando sua ação limitada à política.

Por outro lado, as mudanças na estrutura industrial foram tão aceleradas a partir de 1870, que se pode falar de uma Segunda Revolução Industrial. Novas formas de energia: eletricidade, petróleo; grandes inventos: motor a explosão, telégrafo, telefone, corantes sintéticos, etc.; e grande concentração industrial, estreitam o relacionamento entre ciência e técnica, entre laboratório e fábrica. O capitalismo de concorrência foi o grande propulsor dos avanços técnicos.

Entretanto, é no final do século XIX que ocorre a primeira grande crise do capitalismo, a Grande Depressão, que começou por volta de 1873 e só terminou em 1896. Esta crise tem explicação estrutural. A o aparecimento dos sindicatos nacionais, resultou em um aumento real de salários entre 1860 e 1874. Por isso, os empresários preferiram investir em tecnologia, para aumentar a produção com menos mão-de-obra. Se de um lado a produção e o lucro se mantiveram, por outro lado o declínio da massa global de salários pagos determinou a recessão do mercado consumidor. Os capitais não poderiam ser investidos na Europa, pois a produção aumentaria e os preços cairiam. Teriam de ser aplicados fora, através de empréstimos com juros elevados ou na construção de ferrovias.

A crise eliminou as empresas mais fracas. As fortes tiveram de racionalizar a produção: o capitalismo entrou em nova fase, a fase monopolista.

Sua característica é o imperialismo, cujo desdobramento mais visível foi a expansão colonialista do século XIX, caracterizando-se por forte concentração de capitais, criando os monopólios; fusão do capital bancário com o capital industrial; exportação de capitais, que supera a exportação de mercadorias; surgimento de monopólios internacionais que partilham o mundo entre si.

No século XX, o capitalismo passou por várias mudanças. No início dominou a fase denominada monopolista. A transformação do capitalismo competitivo em capitalismo monopolista deu-se através de dois processos principais:

• Ocorreram inúmeras fusões de empresas, falências e compras de uma empresa menor por outra de maior porte. Como resultado, existem hoje os monopólios (uma grande empresa que controla sozinha um ramo de atividade) e os oligopólios (um pequeno número de empresas grandes que exercem esse controle). Nesta fase do capitalismo, portanto, a concorrência se dá num nível diferente do que ocorria no capitalismo competitivo. Agora, pode-se dizer que há mais acordos que competição. Um exemplo disso é a formação dos cartéis *, por exemplo: as empresas internacionais de petróleo e derivados e inúmeros países produtores dessa fonte de energia em geral procuram controlar a produção e o preço dessa mercadoria, fato que caracteriza um cartel. Os governos dos países capitalistas desenvolvidos, contudo, vão tentar impedir a formação de cartéis nas suas economias nacionais, criando para tal severas leis que punem as empresas que tentam controlar os preços de forma artificial (através de acordos ou monopólios e não pela lei da oferta e da procura).

No período entre a Primeira Guerra Mundial e a Segunda Guerra Mundial, grandes alterações no quadro econômico mundial, decorrentes da guerra desaguariam numa das maiores crises passadas pelo

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capitalismo e determinariam uma nova experiência capitalista, desta vez intervencionista.A crise de 1929 foi provocada, sobretudo, pela insistência americana em manter o

mesmo ritmo de produção do período da guerra, quando abastecia os contendores de gêneros, manufaturas e combustível. Findo o conflito, os europeus recomeçaram a produção. As exportações caíram e o mercado americano ficou abarrotado. A solução seria reduzir a produção em certos setores, o que provocaria crise econômica e social; a curto prazo, indústria, agricultura e mineração teriam de diminuir o movimento de seus negócios, com baixas nos lucros e aumento de desemprego.

O governo, essencialmente liberal, não poderia pensar em intervir na produção, o que não seria aceito por empresários mais que interesseiros.

As soluções encontradas pelo governo norte-americano mascararam a crise que sobreviria, atraindo o povo americano, que se habituou a comprar ações mediante a tomada de empréstimos bancários para revendê-las com lucros, o que se constituía numa armadilha, pois o valor das ações das empresas subiu artificialmente. Quando a crise estourou em 1929 todos, bancos, empresas e pessoas estavam amarrados economicamente e foram arrastados, grandes quantias de capitais americanos lançados no mercado mundial foram repatriados, contagiando também a economia mundial.

Com o objetivo de evitar as crises (como a de 1929), o Estado passou a intervir na economia. Essa intervenção se deu tanto através do controle de alguns ramos nos quais outrora havia apenas empresas particulares, como também através do planejamento econômico. Este não era tão intenso como a planificação centralizada dos países socialistas, mas exercia influência decisiva em todas as atividades econômicas. O Estado controlava os créditos (juros bancários, condições gerais de empréstimo), os preços (em parte, já que eles dependem basicamente da oferta e da procura), as exportações e importações (seja através de tarifas alfandegárias, seja proibindo a importação de certos produtos ou incentivando a de outros). Além disso, através de impostos, multas ou aplicação de recursos, o Estado podia frear ou impul-sionar certas atividades que lhe interessassem. Tudo isso, é claro, levando muitas vezes em conta os interesses das grandes empresas capitalistas, pois o capitalismo monopolista ainda era uma economia de mercado, com predomínio das empresas privadas. Todavia, o Estado vê-se obrigado a levar em conta os interesses da população, no caso de haver democracia.

* - Cartéis consistem em acordos (de cotas de produção, preços, etc.) entre empresas que produzem artigos semelhantes, as quais, conservando sua autonomia, combinam repartir o mercado e ditam os preços dos produtos que fabricam;

Truste – um grupo econômico domina várias unidades produtivas; nos trustes horizontais, reúnem-se vários tipos de empresas que fabricam o mesmo produto; nos verticais, uma empresa domina unidades produtivas estratégicas – por exemplo, da mineração do ferro e carvão à fabricação de locomotivas, passando pela siderurgia;

Holding – uma empresa central, geralmente uma financeira, detém o controle das ações de várias outras empresas.

Globalização, neoliberalismo e a ciranda financeira internacionalA economia atual encerra o retorno a aspectos anteriores do capitalismo, ou seja do liberalismo

econômico, travestido com características mais modernas, porém , provavelmente mais selvagem que o presenciado no final do século XIX e início do século XX.

Assim, a fusão de poderosas empresas transnacionais ou multinacionais, coloca o poder econômico mundial nas mãos de poucas pessoas, que efetivamente controlam os mercados mundiais. As transnacionais cresceram tanto que hoje várias delas são mais ricas e poderosas que muitos países. Por exemplo: apenas as dez maiores corporações que atuam nos Estados Unidos têm mais dinheiro que Brasil, Argentina e México juntos.

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O conceito de neoliberalismo e seus preceitos intrínsecos, abertura de mercado principalmente, só tem significado se aplicado de cima para baixo, porque se tornou um discurso dos países ricos, quando se trata de abrir os países pobres a seus produtos, quando eles fecham seus mercados aos produtos agrícolas, minerais e mesmo industrias dos países pobres e emergentes, quer através de subsídios à agricultura, quer através de sobretaxas alfandegárias, quer sob a imposição de barreiras fitosanitárias.

A constituição de blocos econômicos procura reunir países de níveis econômicos e interesses semelhantes e servem para quebrar barreiras econômicas e culturais, o que é um fator positivo, mas aumenta o abismo existentes entre nações pobres e ricas.

A revolução nos meios de comunicação favorecem o fenômeno da globalização e deixam o mercado financeiro internacional a mercê de especuladores que interferem como querem nas bolsas de valores, derrubando as economias nacionais mais frágeis e instáveis, como vimos acontecer com os Tigres Asiáticos, com o México, com a Rússia, com o Brasil, com a Argentina, prevendo-se que sempre haverá um país como a “bola da vez”. O próprio mercado financeiro se torna vítima da especulação, como vimos acontecer com a Bolsa NASDAQ, de negócios ligados à Internet.

Assim, observa-se que o mundo passa por um momento de grande instabilidade econômica e que essa fase do capitalismo que vivemos, no caso de não serem adotadas medidas de proteção efetivas às economias nacionais, com regras mais éticas e claras para os mercados de capitais, está fadada a um grande desastre, do qual nem os poderosos escaparão ilesos.

O estado de bem-estar social e seus impasses atuais A partir do início do século XX, e com maior intensidade após a década de 50, o sistema capitalista

sofreu grandes mudanças nos países desenvolvidos. A principal dessas mudanças foi a diminuição da taxa de exploração dos trabalhadores; outra mudança foi a melhoria das condições de vida da população em geral. A ação do Estado foi decisiva nesse sentido, pois ele passou a utilizar os recursos públicos (impostos) para criar um amplo sistema de bem-estar social.

O nome empregado para designar essa situação nos países do Primeiro Mundo é Estado de bem-estar social ou Estado assistencialista.

O mecanismo de funcionamento do Estado de bem-estar social é o seguinte: com os recursos obtidos através de impostos (geralmente mais elevados para os ricos), taxas, tarifas, etc., o poder público desses países sustenta uma complexa rede de escolas gratuitas de bom nível, seguro-desemprego, aposentadoria, sistema de saúde gratuito de boa qualidade, transportes coletivos, ajuda financeira para as famílias de baixa renda adquirirem casa própria ou comprarem alimentos, etc.

Em todos os países do chamado Primeiro Mundo existe um Estado assistencialista. Todavia, a sua origem encontra-se na chamada social-democracia, que prevalece ou prevaleceu durante várias décadas em alguns países — como Alemanha, Suécia, Dinamarca, Inglaterra e outros —, e acabou influenciando os demais Estados das nações capitalistas desenvolvidas. A social-democracia consiste numa política trabalhista ou numa forma de governo que se caracteriza pela união entre o partido político no poder e os sindicatos de trabalhadores.

Este sistema político (a social-democracia) conseguiu de fato humanizar o capitalismo: no final do século XIX, a média da carga de trabalho, mesmo para mulheres e crianças, era de 14 horas por dia, incluindo o sábado; os salários eram baixíssimos e as condições de moradia, extremamente precárias. No final do século XX, a realidade nesses países já era muito diferente: a média da carga de trabalho de seis a sete horas por dia, com folga no sábado; geralmente vigorando a proibição de trabalho para menores de 18 anos (que só devem estudar); os salários normalmente permitindo que os trabalhadores comprem automóvel e até casa própria; benefícios possíveis até mesmo para trabalhadores não qualificados (faxineiros, lixeiros, ajudantes, etc.).

Trata-se de uma mudança no capitalismo efetuada de dentro, diferente da tentativa de quebrar o

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sistema capitalista feita pelos países que se auto-intitulavam socialistas.Todavia, nem tudo é positivo com o Estado de bem-estar social. As enormes despesas dos Estados

para garantir esse tipo de seguridade social sobrecarregava os orçamentos nacionais, enquanto, por outro lado, a carga de impostos sobre a atividade privada onerava demais os custos de produção, com impacto indireto sobre o consumidor, atingindo também os níveis de emprego, ou seja, indiretamente a população economicamente ativa estava sendo prejudicada para manter a população inativa.

Além disso, com o alargamento da pirâmide etária no seu topo nos países desenvolvidos, especialmente na Europa Ocidental, o crescimento do número de aposentados tendia a aumentar a pressão dos custos com encargos sociais, tanto das empresas como do Estado.

Por isso, a tendência corrente da iniciativa privada, especificamente as grandes multinacionais, foi deslocar-se dos países desenvolvidos para os países emergentes, onde os encargos salariais e sociais são mais baixos. Desta forma, temos que nos países desenvolvidos a tendência é a permanência de centros de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia de ponta e de indústrias de alta tecnologia, vivendo um estágio evolutivo que Alvin Toffler classificaria como da Terceira Onda; nos países emergentes a instalação de indústrias de bens de consumo, duráveis ou não, que empregam as tecnologias desenvolvidas naqueles países, gerando uma dependência tecnológica cíclica; estes estariam ainda no estágio da Segunda Revolução Industrial ou na Segunda Onda; enquanto países os países subdesenvolvidos continuam vivendo da atividade primária, quer do extrativismo como da produção agrária, estando portanto no estágio da Primeira Onda.

Por assumir características relativas à industrialização, com o desenvolvimento de alguns centros de excelência em tecnologia de ponta, mas ainda depender muito da atividade primária, o Brasil é considerado um país emergente.

Esses são alguns problemas que continuam gerando dúvidas sobre o futuro do Estado de bem-estar social nos países desenvolvidos.

A partir dos anos 80 esses problemas originaram uma reação contra o Estado assistencialista, baseada nas privatizações de empresas ou setores controlados pelo Estado. Houve, em especial na Inglaterra e nos Estados Unidos, uma tentativa de diminuir os encargos sociais do Estado transferindo para a iniciativa privada determinados setores onde os gastos públicos eram intensos (empresas de transportes, correios, investimentos em habitações populares, etc.). Esse exemplo foi seguido, pelo menos em parte, por outros países, como a França, a Holanda, a Alemanha, a Suécia, etc., que tentam assim arrecadar mais recursos para o Estado (através da venda de algumas empresas públicas) e ao mesmo tempo diminuir a sua área de atuação e o número de funcionários públicos, tido como excessivo e custoso. Mas isso é um processo contraditório, com reviravoltas, pois ele se modifica em função das reações populares e das freqüentes trocas de governo nesses países democráticos, ora tendendo à esquerda ora à direita, como é o caso dos países europeus na atualidade, onde os partidos de direita, correntes xenófobas e até facções mais radicais como néo-nazistas se aproximam do poder.

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Blocos econômicos

Blocos Econômicos são reuniões de países que têm como objetivo a integração econômica e/ou social. Podem ser classificados em quatro categorias distintas:

• Áreas ou Zonas de Livre Comércio

• Uniões Aduaneiras

• Mercados Comuns

• União Monetária

Na zona de livre comércio, há a redução ou a eliminação das taxas alfandegárias que incidem sobre a troca de mercadorias dentro do bloco. A união aduaneira, além de abrir mercados internos, regulamenta o comércio dos países-membros com nações externas ao bloco. Já o mercado comum garante a livre circulação de pessoas, serviços e capitais.

Essa classificação remete às diversas etapas do desenvolvimento dos blocos económicos que, em sua origem, pode ser associada ao estabelecimento da Comunidade Econômica do Carvão e do Aço (CECA) pela Alemanha Ocidental, Bélgica, França, Holanda, Itália e Luxemburgo em 1956. Essa organização seria a base do que futuramente constituiu a União Europeia.

Adam Smith já havia percebido que a divisão do trabalho é a razão do aperfeiçoamente econômico por permitir uma maior produtividade do trabalho. Um fenômeno semelhante ocorre com os países, caracterizando a moderna Divisão Internacional do Trabalho (DIT). Por essa ótica, a melhor forma de garantir a prosperidade das nações é o livre comércio de bens e serviços, de modo a cada área produzir aquilo em que obtem a melhor produtividade marginal.

Os blocos econômicos surgiram nesse contexto com o propósito de permitir uma maior integração econômica dos países membros visando um aumento da prosperidade geral.

A fase inicial caracteriza-se, normalmente, pela constituição de uma Área de Livre Comércio, que tem como objetivo a isenção das tarifas de importação de produtos entre os

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países membros. Deste modo, um artigo produzido num país poderá ser vendido noutro sem quaisquer impedimentos fiscais, respeitando-se apenas as normas sanitárias ou outras legislações restritivas que eventualmente apareçam.

Numa União Aduaneira, os objetivos são mais amplos, abrangendo a criação de regras comuns de comércio com países exteriores ao bloco.

O Mercado Comum implica numa integração econômica mais profunda, com a adoção das mesmas normas de comércio interno e externo, unificando as economias e, num estágio mais avançado, as moedas e instituições.

A falha principal deste modo de encarar o surgimento e desenvolvimento dos blocos econômicos é o fato de que ela induz, a partir de um caso específico (a União Europeia), as etapas de desenvolvimento pelas quais outros blocos econômicos haveriam de passar. A própria história de alguns blocos económicos aponta, entretanto, num sentido oposto, mostrando que ao invés de uma regra, o caso da União Europeia consiste numa exceção. Exemplos são abundantes, como o caso da União Africana bem ilustra, ou ainda o Mercosul.

Alguns Blocos Econômicos1. ALBA - Alternativa Bolivariana para as Américas 2. ALCA - Área de Livre Comércio das Américas 3. APEC - Asia-Pacific Economic Cooperation 4. ASEAN - Associação das Nações do Sudeste Asiático 5. Comunidade Andina de Nações 6. SADC - Comunidade da África Ocidental ou Comunidade de Desenvolvimento da

África Aústral 7. ALCOM - Acordo de Livre Comércio do Oriente Médio. 8. Mercosul - Mercado Comum do Sul 9. NAFTA - North America Free Trade Agreement 10. União Européia 11. Tigres asiáticos

O Mercosul

O Mercosul (em português: Mercado Comum do Sul, castelhano: Mercado Común del Sur, Mercosur) é a União Aduaneira (livre comércio intrazona e política comercial comum) de cinco países da América do Sul. Em sua formação original o bloco era composto por quatro países: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, aderindo a Venezuela, em julho de 2006.

As discussões para a constituição de um mercado econômico regional para a América Latina remontam ao tratado que estabeleceu a Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC) desde a década de 1960. Esse organismo foi sucedido pela Associação Latino-Americana de Integração na década de 1980. À época, a Argentina e o Brasil fizeram progressos na matéria, assinando a Declaração de Iguaçu (1985), que estabelecia uma comissão bilateral, à qual se seguiram uma série de acordos

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comerciais no ano seguinte. O Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento, assinado entre ambos os países em 1988, fixou como meta o estabelecimento de um mercado comum, ao qual outros países latino-americanos poderiam se unir.

Com a adesão do Paraguai e do Uruguai, os quatro países se tornaram signatários do Tratado de Assunção (1991) que estabelecia o Mercado Comum do Sul, uma aliança comercial visando a dinamizar a economia regional, movimentando entre si mercadorias, pessoas, força de trabalho e capitais.

Inicialmente foi estabelecida uma zona de livre-comércio, em que os países signatários não tributariam ou restringiriam as importações um do outro. A partir de 1 de janeiro de 1995, esta zona de livre-comércio converteu-se em uma união aduaneira, na qual todos os signatários poderiam cobrar as mesmas alíquotas nas importações dos demais países (Tarifa Externa Comum).

PIB do MERCOSUL

PaísPIB

(PPC) em milhões

PIB (PPC) per capita

População(2007) IDH

Brasil 1.507.106 8.049 190.011.861 0,792

Argentina 510.266 12.468 40.403.943 0,863

Venezuela 157.877 5.571 26.085.281 0,784

Uruguai 32.402 9.107 3.447.920 0,851

Paraguai 28.960 4.553 6.667.884 0,757

Total Mercosul1 2.236.611 8.389* 266.616.849 0,809*

Colômbia 325.915 6.962 44.858.434 0,790

Chile 175.324 10.904 16.285.071 0,859

Peru 156.511 5.556 28.675.628 0,767

Equador 51.681 4.083 13.752.593 0,765

Bolívia 24.501 2.710 9.119.372 0,692

Total Mercosul2 2.970.543 8.126* 365.555.352 0,792*

1 Somente Estados Membros2 Estados Membros e Associados

* Nos calculos de médias leva-se em conta o número de habitantes de cada país

No ano seguinte, a Bolívia e o Chile adquiriram o status de membros associados. O Chile encontra-se em processo de aquisição do status de membro pleno depois de resolver alguns problemas territoriais

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com a Argentina. Outras nações latino-americanas, como a Venezuela, manifestaram interesse em entrar para o grupo, o que se concretizou em Julho de 2006.

As instituições integrantes do Mercosul, definidas pelo Tratado de Assunção, foram revistas pelo Protocolo de Ouro Preto, em 1994. Por ele, cada país-membro tem um voto e as decisões necessitam ser unânimes. Três são as instâncias decisórias: um Conselho (com funções políticas), um Grupo (com funções executivas) e uma Comissão Técnica.

O Mercosul foi significativamente enfraquecido pelo colapso da economia argentina em 2002. Alguns críticos acreditam que a negativa de ajuda do governo Bush aquele país na época, foi baseada em um desejo de enfraquecer o Mercosul, já que, teoricamente, os EUA percebem a iniciativa deste mercado como um problema para a sua estratégia politico-econômica para a América Latina[Carece de fontes ?]. No entanto, é mais provável que os Estados Unidos tenham deixado de ajudar a Argentina uma vez que esse país latino-americano não transmitia confiabilidade aos mercados internacionais, deixando de honrar seus compromissos financeiros em diversas ocasiões.

Em 2004, entrou em vigor o Protocolo de Olivos (2002), que criou o Tribunal Arbitral Permanente de Revisão do Mercosul, com sede na cidade de Assunção (Paraguai). Uma das fontes de insegurança jurídica nesse bloco de integração era a falta de um tribunal permanente.

Nova rodada de negociações ocorreu a partir de Julho de 2004, entre outros tópicos, discutindo-se a entrada do México no grupo. Como resultado, em 8 de dezembro de 2004 os países membros assinaram a Declaração de Cuzco, que lançou as bases da Comunidade Sul-Americana de Nações, entidade que unirá o Mercosul e o Pacto Andino em uma zona de livre comércio continental.

Em dezembro de 2005, a Venezuela protocolou seu pedido de adesão ao Mercosul, e em 4 de julho de 2006 seu ingresso ao bloco econômico foi formalizado, em Caracas.

Muitos sul-americanos vêem o Mercosul como uma arma contra a influência dos Estados Unidos na região, tanto na forma da Área de Livre Comércio das Américas quando na de tratados bilaterais. Uma prova disso é a criação da Universidade do Mercosul, que vai priorizar a integração regional no modelo de educação.

Estados associados ao MercosulEstados Membros

Argentina (1991) Brasil (1991) Paraguai (1991) Uruguai (1991) Venezuela (2006)

Estados Associados Bolívia (1996) Chile (1996) Peru (2003) Colômbia

(2004) Equador (2004)Estado Observador

México

O Pacto Andino

Bloco econômico instituído em 1969 pelo Acordo de Cartagena - seu nome oficial - com o objetivo de aumentar a integração comercial, política e econômica entre os países-membros. Também é conhecido como Grupo ou Comunidade Andina. Em 1991, a Declaração de Caracas estabelece uma zona andina de livre comércio, que começa a vigorar em janeiro de 1992. As tentativas de determinar uma tarifa externa comum, no entanto, vêm fracassando. Apesar de o comércio na região ter aumentado desde o acordo, os EUA continuam a ser o principal parceiro da maioria dos signatários. Como reação ao movimento para a criação da Alca, o Mercosul inicia uma aproximação estratégica com o bloco andino. As negociações, porém, não evoluem, em virtude das barreiras tarifárias do grupo andino, principalmente no setor agrícola.

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Como alternativa, os países-membros continuam assinando acordos em separado com os parceiros sul-americanos. Em 1997, segundo a secretaria geral do Pacto Andino, o valor das transações comerciais entre os países-membros atinge US$ 5,5 bilhões, registrando um crescimento de 19,2% em relação a 1996. A organização estima que em 1998 esse valor chegue a US$ 6,3 bilhões. Em 1999, o bloco firma um acordo de tarifas preferenciais com o Brasil, com prazo inicial de dois anos, que estabelece tratamento especial para uma ampla variedade de produtos e em julho de 2000 assina um trato similar com a Argentina. O Pacto Andino mantém conversações com o Mercosul com a finalidade de estabelecer uma zona de livre comércio entre seus membros em 2002. Membros - Bolívia, Colômbia, Equador e Peru (1969); Venezuela (1973). O Chile sai em 1976. O Panamá participa como observador.

NAFTA

O Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (North American Free Trade Agreement) ou NAFTA é um tratado envolvendo Canadá, México e Estados Unidos da América numa atmosfera de livre comércio, com custo reduzido para troca de mercadorias entre os três países. O NAFTA entrou em vigor em 1º de janeiro de 1994.

Em 1988, os EUA e o Canadá assinaram um Acordo de Liberalização Econômica, formalizando o relacionamento comercial entre aqueles dois países. Em 13 de agosto de 1992, o bloco recebeu a adesão dos mexicanos. O atual NAFTA entrou em vigor em 1994, com um prazo de 15 anos para a total eliminação das barreiras alfandegárias entre os três países, estando aberto a todos os Estados da América Central e do Sul.

As opiniões sobre este acordo dividem-se: enquanto que alguns consideram que consolidou o comércio regional na América do Norte, beneficiou a economia mexicana e ajudou-a a enfrentar a concorrência representada pelo Japão e pela União Europeia, outros defendem que apenas transformaram o Canadá e o México em "colônias" dos EUA, piorou a pobreza no México e aumentou o desemprego nos EUA.

Restrições também deviam ser removidas de várias categorias, incluindo veículos automotores e peças automotivas, computadores, tecidos e agricultura. O tratado também protegeu os direitos de propriedade intelectual (patentes, copyrights, e marcas registradas) e esboçou a remoção de restrições de investimento entre os três países. Medidas relativas à proteção do trabalhador e do meio ambiente foram adicionadas mais tarde em conseqüência de acordos suplementares assinados em 1993.

Este acordo foi uma expansão do antigo “Tratado de livre comércio Canadá-EUA”, de 1989. Diferentemente da União Européia, a NAFTA não cria um conjunto de corpos governamentais supranacionais, nem cria um corpo de leis que seja superior à lei nacional. A NAFTA é um tratado sob a as leis internacionais. Sob as leis dos Estados Unidos ela é classificada melhor como um acordo congressional-executivo do que um tratado, refletindo um sentido peculiar do termo “tratado” na lei constitucional dos Estados Unidos que não é seguida pela lei internacional ou pelas leis de outros estados.

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Finalidade

Ampliar os horizontes de mercado dos países membros e maximizar a produtividade interna. Tal maximização é obtida por meio da liberdade organizacional das empresas, o que as permite que se instalem, de acordo com suas especializações, nos países que apresentarem menores custos dos fatores de produção Tornar o dólar a moeda única nas transações comerciais entre os parceiros do NAFTA, encontra sérias resistências da sociedade mexicana e até de certos setores do governo onde há o temor da perda da identidade nacional. Até 2010 o processo de integração deverá estar completo em que pese o México estar mais atrelado aos Estados Unidos que o Canadá. Os déficits que caracterizam este processo têm dificultado o alcance do bem-estar da maioria da população, ou seja, é mister que se repense estes dados sob pena de estar sendo criado um processo de exclusão da sociedade e dos atores sociais, sem que os ganhos comerciais compensem tais perdas.

Efeitos na Economia

Desde que o NAFTA foi assinado, tem sido difícil analisar seus efeitos macroeconômicos devido ao grande número de outros fatores na economia global. Inúmeros estudos de economia têm geralmente indicado que ao invés de criar um aumento no comércio, o NAFTA causou uma divergência comercial, na qual os membros da NAFTA passam a importar mais uns dos outros em detrimento de outras nações do mundo. Alguns economistas argumentam que a NAFTA aumentou a concentração de renda tanto no México como nos EUA.

De acordo com dados da OECD, indicadores macroeconômicos como o PIB² canadense, taxas de desemprego e de poupança têm se modificado significativamente desde que a NAFTA foi implementada. Embora, como mencionado acima, essas mudanças não sejam necessariamente atribuíveis à NAFTA, pode haver ligações.

Há controvérsias sobre a NAFTA desde que foi primeiramente proposta. Corporações transnacionais tendiam a incentivar a NAFTA na crença de que baixas taxas tarifarias aumentariam seus lucros. Uniões trabalhistas no Canadá e nos Estados Unidos se opuseram a NAFTA por medo de que os empregos saíssem do país devido a menores custos de mão-de-obra no México. Alguns políticos se opuseram ao livre comércio por acreditarem que tornaria países, como o Canadá, em economias "branch plant"¹ permanentemente.

Fazendeiros no México se opuseram, e ainda se opõem, à NAFTA devido aos fortes subsídios de agricultura para os fazendeiros nos Estados Unidos que têm pressionado os preços da agricultura Mexicana. Os salários por lá tiveram uma redução de até 20% em alguns setores. A aprovação da NAFTA foi rapidamente seguida de revoltas entre os revolucionários Zapatistas, e a tensão entre eles e o governo Mexicano permanece um grande problema. Além disso, a NAFTA foi acompanhada de uma redução dramática da influência das Uniões trabalhistas nas áreas urbanas do México.

A NAFTA também foi acompanhada por um aumento dramático de imigração ilegal do México para os Estados Unidos; sendo muitas dessas pessoas são, presumivelmente, fazendeiros expulsos de suas terras por falência.

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Oposições à NAFTA também advêm de questões ambientais, justiça social, e outras organizações que acreditam que a NAFTA causa impactos não-econômicos negativos na saúde pública, meio-ambiente e etc.

A União Europeia

A União Europeia, anteriormente designada por Comunidade Económica Europeia (CEE) e Comunidade Europeia (CE), é uma organização internacional constituída actualmente por 27 estados membros. Foi estabelecida com este nome pelo Tratado da União Europeia (normalmente conhecido como Tratado de Maastricht) em 1992, mas muitos aspectos desta união já existiam desde a década de 50. A União tem sedes em Bruxelas, Luxemburgo e Estrasburgo.

A União Europeia tem muitas facetas, sendo as mais importantes o mercado único europeu (ou seja uma união aduaneira), uma moeda única (o euro, adoptado por 13 dos 27 estados membros) e políticas agrícola, de pescas, comercial e de transportes comuns. A União Europeia desenvolve também várias iniciativas para a coordenação das actividades judiciais e de defesa dos Estados Membros.

O Tratado de Paris, assinado em 1951, estabelecendo a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, e os Tratados de Roma, assinados em 1957, instituindo a Comunidade Económica Europeia e a Comunidade Europeia da Energia Atómica ou Euratom, foram assinados por seis membros fundadores: Alemanha, Bélgica, França, Itália, Luxemburgo e Países Baixos. Depois disto, a UE levou a cabo seis alargamentos sucessivos: em 1973, Dinamarca, Irlanda e Reino Unido; em 1981, Grécia; em 1986, Portugal e Espanha; em 1995, Áustria, Finlândia e Suécia; a 1 de Maio de 2004, República Checa, Chipre, Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Hungria, Letónia, Lituânia, Malta e Polónia; a 1 de Janeiro de 2007, Bulgária e Roménia.

Em 1972 e 1994, a Noruega assinou também tratados de adesão à União Europeia. No entanto, nas duas ocasiões, através de referendos, a população norueguesa rejeitou a adesão do seu país.

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A Croácia, Turquia e Macedónia são candidatos à adesão à UE. As negociações com estes países iniciaram-se oficialmente em Outubro de 2005 mas ainda não há uma data de

adesão definida - o processo pode estender-se por vários anos.

História

O século XX foi tragicamente marcado pela ascensão e posteriormente pela queda das

ideologias totalitárias. Já no terceiro milénio, a união voluntária dos povos europeus continua a ser o único grande esforço colectivo inspirado por um ideal que consiste em superar os conflitos do passado e em preparar o futuro conjuntamente. Afirma-se actualmente como a única resposta credível face aos riscos e às oportunidades criados pela globalização crescente da economia mundial.

Como qualquer história, a da União Europeia teve os seus momentos fortes e as suas datas simbólicas. Sete delas merecem ser recordadas, já que contribuíram para a construção da Europa atual e são igualmente essenciais para o futuro do continente europeu.

9 de Maio de 1950: renasce a Europa

O Tratado que institui a primeira Comunidade Européia, a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), foi assinado em Abril de 1951, abrindo as portas à Europa das realizações concretas. Seguir-se-iam outras realizações, até se chegar à União Europeia atual, que já abrange o Leste do continente - região da qual esteve demasiado tempo separada, com o colapso do socialismo e da COMECON.

25 de Março de 1957: a Comunidade Económica Europeia

O Tratado de Roma de 25 de Março de 1957, que institui a CEE, cria instruções e mecanismos de tomada de decisão que permitem dar expressão tanto aos interesses nacionais como a uma visão comunitária. A Comunidade Europeia, agora um mercado único, constitui doravante o eixo principal em torno do qual se vai organizar a construção européia.

De 1958 a 1970, a abolição dos direitos aduaneiros tem repercussões espectaculares: o comércio intracomunitário é multiplicado por seis, ao passo que as trocas comerciais da CEE com o resto do mundo são multiplicadas por três. No mesmo período, o produto nacional bruto

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Área Total 3.976.372 km²População

- Total (2004) - Densidade demográfica

454.900.000 (EU-25)116.4 pessoas/km²

PIB (2004) - Total [1] - Per capita [2]

€10.202.336.800.000€22.300

FormaçãoComo CEE - Assinado - Reconhecido

Como UE - Assinado - Reconhecido

Tratado de Roma - 25 de Março de 1957 - 1 de Janeiro de 1958

Tratado de Maastricht - 7 de Fevereiro de 1992 - 1 de Novembro de 1993

Moeda Euro (EUR ou €)

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médio da CEE aumenta 70%. Seguindo o padrão dos grandes mercados continentais, como o dos Estados Unidos da América, os agentes económicos europeus sabem tirar proveito da dinamização resultante da abertura das fronteiras. Os consumidores habituam-se a que lhes seja proposta uma gama cada vez mais variada de produtos importados. A dimensão europeia torna-se uma realidade. Em 1986, a assinatura do Ato Único Europeu permitirá abolir as outras restrições, de ordem regulamentar e fiscal, que atrasavam ainda a criação de um mercado interno genuíno, totalmente unificado.

Assim, a Dinamarca, a Irlanda e o Reino Unido aderem à Comunidade em 1 de Janeiro de 1973. A estas adesões seguiu-se um alargamento ao Sul do continente, durante os anos oitenta, com a Grécia, a Espanha e Portugal a afirmarem-se como nações democráticas. A terceira vaga de adesões, que teve lugar em 1995, traduz a vontade dos países da Europa escandinava e central de se juntarem a uma União que tem vindo a consolidar o seu mercado interno e se afirma como o único pólo de estabilidade no continente, após o desagregamento do bloco soviético.

De seis para nove, de doze para quinze membros, a Europa comunitária foi ganhando influência e prestígio.

Última etapa lógica da realização do mercado interno, a introdução da moeda única, pelas repercussões pessoais que traz para cada cidadão e pelas consequências econômicas e sociais de que se reveste, tem um alcance eminentemente político. Pode-se mesmo considerar que o euro é futuramente o símbolo mais concreto da União Européia.

O maior desafio que se deparam atualmente os europeus consiste no acolhimento dos países da Europa central, balcânica, mediterrânica e báltica, que apresentaram a sua candidatura. Como adaptar as instituições para que estas possam continuar a cumprir as suas missões em benefício de uma União de mais de 25 Estados-membros.

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Países membros

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Os Tigres Asiáticos

A expressão Tigres Asiáticos refere-se às economias de Hong Kong, Singapura, Coreia do Sul e Taiwan (Formosa); esses territórios e países apresentaram grandes taxas de crescimento e rápida industrialização entre as décadas de 1960 e 1990.

Histórico

A partir da década de 80, alguns países do Pacífico começaram a apresentar altos índices de crescimento mundial e interferência no mercado mundial, sendo por isso designados tigres asiáticos. Os termos lembram agressividade e é exatamente essa a característica fundamental dos quatro países que formam esse grupo. Eles utilizaram estratégia arrojada de atração de capital estrangeiro - apoiada na mão-de-obra barata e disciplinada, na isenção de impostos e nos baixos custos de instalação de empresas.

A imensa e ininterrupta expansão da economia japonesa foi decisiva para criar um dinâmico mercado em toda a área circundante do Pacifico. O Japão atuou não só como estímulo, mas também como exemplo. O crescimento mais marcante foi o apresentado pela Coréia do Sul, um dos mais pobres países em desenvolvimento na década de 1960, que se transformou numa semi-industrializada nação de renda média. O progresso de Taiwan seguiu o mesmo rumo. O país asiático que iniciou esse ciclo rápido de crescimento foi o Japão, com uma

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Estados Na língua local * Alemanha Deutschland DE Áustria Österreich AT Bélgica België / Belgique / Belgien BE Bulgária България BG Chipre Κύπρος CY Dinamarca Danmark DK Eslováquia Slovensko SKEslovénia Slovenija SI Espanha España ES Estônia Eesti EE Finlândia Suomi FI França France FR Grécia Ελλάδα GR Hungria Magyarország HU Irlanda Éire IE Itália Italia IT Letônia Latvija LV Lituânia Lietuva LT Luxemburgo Luxembourg LU Malta Malta MT Países Baixos Nederland NL Polônia Polska PL Portugal Portugal PT Reino Unido United Kingdom UK República Checa Česká republika CZRoménia România RO Suécia Sverige SE

Em negociaçãoMacedónia Република Македонија MK Croácia Hrvatska HR Turquia Türkiye TR

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bem sucedida reforma agrária, seguida de um aumento rápido da renda dos fazendeiros, que criou um mercado local para novas fábricas.

No final da década de 1990, as exportações chegavam a 202% do PNB (produto nacional bruto) em Singapura e a 132% em Hong Kong. O índice de crescimento era alto nos tigres, e, a despeito da crise asiática, a população tinha um alto nível de alfabetização e a economia girava em torno da construção naval, produtos têxteis, petroquímicos e equipamentos elétricos. O crescimento mais notável ocorreu principalmente na economia de entrepostos. Hong Kong, graças à economia de mercado puro e, apesar de sobrecarregada pelas desvantagens do colonialismo (anteriormente existente enquanto colônia britânica), elevou sua renda per capita para cerca de seis vezes mais que a da China continental.

Os Tigres compartilham muitas características com outras economias asiáticas, como Japão e China. Iniciaram o que passou a ser visto como uma particular aproximação asiática do desenvolvimento econômico. Alguns desses países estavam na década de 1960 com indicadores sociais semelhantes a de países africanos altamente estagnados; as principais transformações basearam-se em acesso à educação e criação de infra-estrutura de transportes (fundamental para a exportação competitiva).

Com o tempo, o termo Tigre tornou-se sinônimo de nação que alcançou o crescimento com um modelo econômico voltado para exportação. Recentemente, nações do Sudeste asiático, como Indonésia, Malásia, Filipinas e Tailândia também passaram a ser consideradas Tigres.

[editar] Economia dos Tigres

Os Tigres asiáticos alcançaram o desenvolvimento com um modelo econômico exportador; esses territórios e nações produzem todo tipo de produto para exportá-los a países industrializados. O consumo doméstico é desestimulado por altas tarifas governamentais.

Eles encaram a educação como um meio de aumentar a produtividade [Carece de fontes?]. Os países melhoraram o sistema educacional em todos os níveis, assegurando que toda criança freqüente o ensino fundamental e o ensino médio. Também investiu-se na melhoria do sistema universitário.

Como os Tigres eram relativamente pobres durante a década de 1960, tinham abundância de mão-de-obra barata. Juntamente com a reforma educacional eles conseguiram aproveitar essa vantagem, criando uma força de trabalho de baixo custo, mas muito produtivo.

Eles promoveram a igualdade na forma de reforma agrária, para promover o direito de propriedade e para assegurar que os trabalhadores rurais não se prejudicassem. Também foram implantadas políticas de subsídios à agricultura.

Fatores do Desenvolvimento

Além de um sério planejamento econômico, outros fatores favoreceram o desenvolvimento destes países. Alguns fatores muito importantes:

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- Investimento de capital estrangeiro, principalmente norte-americano e japonês, que via nesses países uma localização estratégica para fortalecer o capitalismo contra o socialismo, na época da Guerra Fria;

- Exploração da força de trabalho, relativamente barata, que compensava a falta de matérias-primas - as férias são muito reduzidas, a jornada de trabalho elevada e a previdência social restrita;

- Distribuição mais equilibrada de renda em relação a outros países capitalistas;

- Estados altamente centralizados e ditatoriais;

- Economias voltadas fundamentalmente para o mercado externo;

- Ética confucionista - estabelece um modelo socioeconômico que enfatiza o equilíbrio social, a consciência de grupo, a hierarquia, a disciplina e o nacionalismo. As grandes empresas são vistas como grandes famílias, viabilizando, muitas vezes, a ordem e a maior produtividade.

Crítica ao modelo exportador

Uma das principais críticas ao sistema econômico dos Tigres é o foco exclusivo na exportação, deixando de lado a importação. Com isso, essas economias tornam-se extremamente dependentes da saúde econômica de suas nações compradoras.

Além disso, esses países passam por dificuldades por não terem mais a competitividade inicial. Índia e China são economias emergentes atualmente, usando o modelo baseado na mão-de-obra barata, substituindo os Tigres.

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