A operação historiográfica

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    A operao historiogrfica

    A escrita da Histria

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    Michel de CerteauMichel de Certeau nasceu em Chambry, em maio de 1925.Formou-se em Filosofia, Histria, Teologia e Letras Clssicas.Em 1950, ele ingressa na companhia de jesus; em 1956 ordenado sacerdote e vive como jesuta at a morte. Foihistoriador dos textos msticos da renascena at a eraclssica. Se interessou pelos mtodos da antropologia e dalingista; ministrou cursos de formao de pesquisador aestudantes de Paris, da Europa e das duas Amricas. Em julho de 1984, aps regressar de uma temporada de seisanos na Universidade da Califrnia, ele ocupa uma ctedrade "Antropologia Histrica das Crenas, na E'cole desHaustes E'tude em Cincias Sociais. Multicompetente emsua prtica ele se interessa por vrios campos de estudo; ese utiliza do entrecruzamento de mtodos para chegar aseus objetivos. O que lhe define como um historiador epensador intrigante e desconcertante. Preocupa-se com apsicanlise, pertenceu a Escola Freudiana de Jaques Lacon,desde a sua fundao em 1964 at a sua dissoluo em1880.

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    Michel de CerteauDessa relao com Freud e Lacon podemos encontrar algunsartigos seus no livro:" Anticonformista e perspicaz, Certeau um personagem especial no cenrio intelectual. Elequestiona a lgica das instituies, sejam elas aUniversidade, a Igreja ou o Estado. Foi um historiadorrespeitado por sua produo cientfica sobre a mstica e ascorrentes religiosas nos sculos XVI e XVII. temido por suacrtica exigente e lcida da epistemologia que governa emsilncio a profisso do historiador. censurado porrelativizar a noo de verdade e por suspeitar daobjetividade das instituies do saber. Se aproxima da Escolados Annales quando diz que a pesquisa histrica, ou aoperao historiogrfica, parte de perguntas preexistentes.Ele se contrape a mesma Escola na nfase que ela d aoperodo de longa durao e ao discurso da narrativa.Certeau morre em Paris no dia 09 de janeiro de 1986. Masdeixa uma importante contribuio para a produo doconhecimento histrico, que foi a sua principal preocupao.

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    Um lugar social Toda pesquisa historiogrfica se articula com

    um lugar de produo scio-econmico,poltico e cultural.

    - em funo deste lugar que se instauram osmtodos, que se delineia uma topografia deinteresses, que os documentos e as questes,que lhe sero propostas, se organizam.

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    Um lugar social1. O no-dito

    - A histria cientfica, objetiva, x a dimenso

    subjetiva, a relao com um lugar, o do sujeito;- Toda interpretao histrica depende de umsistema de referncia; a subjetividade do autor;

    - A relatividade histrica compe, assim, um

    quadro onde, sobre o fundo de uma totalidadeda histria, se destaca uma multiplicidade defilosofias individuais, as dos pensadores que sevestem de historiadores. (p.67)

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    Um lugar social2. A instituio histrica

    - A Histria enquanto uma instituio de saber ;- O discurso cientfico que no fala de sua relao com o

    corpo social , precisamente, o objeto da histria.- A histria entre o estatuto de uma cincia a uma

    situao social que o seu no-dito.- , pois, impossvel analisar o discurso histrico

    independentemente da instituio em funo do qual elese organiza silenciosamente;

    - O sujeito plural que sustenta o discurso histrico: o ns

    ( 1 pargrafo, p.72)

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    3. Os historiadores na sociedade

    - Os mtodos esboam umcomportamento institucional e as leis deum meio;

    - Da reunio dos documentos redaodo livro, a prtica histrica inteiramenterelativa estrutura da sociedade.

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    4. O que permite e o que probe: o lugar

    - Antes de saber o que a histria diz de uma sociedade, necessrio saber como funciona dentro dela. Estasituao se inscreve num complexo que lhe permiteapenas um tipo de produo e lhe probe outros.

    - Esta combinao entre permisso e interdio oponto cego da pesquisa histria e a razo pela qual elano compatvel com qualquer coisa. ( 1 pargrafo,p.77)

    - A importncia do lugar social (3 pargrafo, p.77)

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    Uma prtica1. A articulao natureza-cultura

    - O tempo como material de anlise ou como

    objeto especfico do historiador;- O historiador trabalha sobre um material paratransform-lo em histria. Empreende umamanipulao que, como as outras, obedece asregras; ( 2pargrafo, linha 12 em diante, p.79-80)

    - O passado um produto e no um dado;

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    Uma prtica2. O estabelecimento das fontes ou a redistribuio doespao

    - Em histria, tudo comea com o gesto de separar, dereunir, de transformar em documentos certosobjetos distribudos de outra maneira;

    - O historiador produz os documentos, pelo simples fatode recopiar, transcrever ou fotografar estes objetosmudando ao mesmo o seu lugar e seu estatuto;

    - A prtica histrica a questo da redistribuio doespao ( Linha 1-11, p.83);

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    Uma prtica4. O trabalho sobre o limite

    - De seus prprios modelos ele obtm a capacidade defazer aparecer os desvios. Se, durante algum tempo eleesperou uma totalizao, e acreditou poderreconciliar diversos sistemas de interpretao, agoraele se interessa prioritariamente pelas manifestaescomplexas destas diferenas;

    - O entendimento da histria est ligado capacidadede organizar as diferenas ou as ausncias pertinentese hierarquizveis porque relativas s formalizaescientficas atuais;

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    Uma escrita A representao no histrica seno quando articulada

    com um lugar social da operao cientfica e quandoinstitucional e tecnicamente ligada a uma prtica;

    1. A inverso escriturria- A escrita histrica ou historiadora permanece controladapelas prticas das quais resulta; a escrita uma prtica socialque confere ao seu leitor um lugar bem determinado, aomesmo tempo, funciona como imagem invertida; d lugar falta e a esconde; cria estes relatos do passado que so oequivalente dos cemitrios nas cidades; exorcisa e reconheceuma presena da morte no meio dos vivos;

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    Uma escrita2. A cronologia, ou lei mascarada

    - Os resultados da pesquisa se expem de acordo com

    uma ordem cronolgica;- Toda historiografia coloca um tempo das coisas comoum contraponto e a condio de um tempo discursivo;

    - O recurso cronologia reconhece que o lugar da

    produo que autoriza o texto, antes de qualquer outrosigno;- A cronologia indica a condio de possibilidade;

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    Uma escrita3. A construo desdobrada

    - O discurso histrico misto: narrativizao e

    semantizao;- A citao como referncia ( 2 pargrafo, p.17-22,p.101; Linha 8-11, p.102);

    - Assim se encontra simbolizada a relao do discurso

    com aquilo que ele designa perdendo, quer dizer, como passado que ele no , mas que no seria pensvelsem a escrita que articula composies de lugar comuma eroso destes lugares;

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