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A organização do espaço
na América Latina
Vista da cidade de Santiago, capital e maior cidade do Chile. Monocultura de milho na Argentina.
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A dependência do sistema
agroexportador
Produtos primários - plantação de
banana na Colômbia.
Tradicional divisão
internacional do trabalho
Os países latino-americanos exercem a
função de exportadores de produtos
primários e importadores de produtos
industrializados.
• Países exportadores de matéria-prima:
produtos dos setores extrativos e
agropecuários – países da
América Latina (geralmente pobres ou em
desenvolvimento) .
• Países exportadores de produtos
industrializados – Estados Unidos e
outras potências europeias (países ricos e
desenvolvidos).
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A organização do espaço
latino-americano no período colonial
O espaço produtivo no período colonial:
• Produção de gêneros agrícolas tropicais para exportação;
• Plantation → Sistema agrícola baseado no cultivo de um
único produto (monocultura) em grandes extensões de
terras cultiváveis com utilização de mão de obra
escravizada (africanos e indígenas).
Consequências e heranças:
• Formação de uma estrutura agrária com desigual
distribuição de terras → grandes propriedades agrícolas de
exportação (latifúndios), ao lado, pequenas propriedades
de subsistência;
• Multiplicidade étnico-cultural na formação dos povos
latino-americanos como consequência do emprego de
numerosa mão de obra, base da miscigenação ocorrida
entre indígenas, africanos e europeus.
Café cultivado
para exportação,
Montenegro,
Colômbia.
Latifúndio, criação
de gado
Carmelo, Rio
Negro, Uruguai.
Pequena fazenda
na estrada de
Saraguro, no
Equador.
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A divisão internacional do
trabalho pós-colonial
Exportadores de produtos do setor primário:
• Em muitos países latino americanos , a agropecuária
e o extrativismo mineral continuaram sendo as
principais atividades econômicas mesmo depois de se
tornarem independentes;
• Em quase todos, até mesmo entre os mais
industrializados como Brasil, Argentina e México, os
produtos do setor primário figuram entre os mais
importantes nas suas pautas de exportações.
Papel da produção agropecuária e da mineração:
• Atender às necessidades do mercado interno;
• Ajustar a balança comercial com a exportação
de produtos.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento.
Secretária de Comércio Exterior. Disponível
em: <www.desenvolvimento.gov.br/sitio/
interna/inmterna.php?area-5&menu-3129&refr-
1161>. Acesso em: 19 out. 2011.
Brasil: principais produtos
exportados (Janeiro-Agosto 2011)
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A América Latina e a dependência econômica
– Dívidas contraídas no processo da descolonização:
• Submissão às ordens econômicas ditadas pelos países ricos;
• Necessidade de criar divisas → incentivo à exportação
de produtos do setor primário.
– Entraves ao desenvolvimento econômico:
• Estagnação de seu papel no cenário mundial.
• Estrutura fundiária baseada na grande propriedade →
conservadorismo das elites proprietárias de grandes
extensões de terra;
• Incentivo à produção agroexportadora e às grandes
propriedades monocultoras pelos governos de alguns países,
com altos investimentos em tecnologia;
• Investimentos de grupos internacionais na produção agrícola
voltada para a exportação;
• Baixo investimento e apoio financeiro e tecnológico ao
pequeno e médio produtor rural;
• Consequente e descontrolado êxodo rural inchando as
grandes cidades.
Modernização
das lavouras –
estímulo à
produção para
exportação.
Pequena propriedade
na Costa Rica que
não recebeu
investimentos para
sua modernização.
Café de alta
qualidade
produzido na
Costa Rica,
jan. 2009.
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Modernização e crescimento urbano
• Após a Segunda Guerra Mundial os países subdesenvolvidos foram incorporados ao novo momento de
produção capitalista por meio da expansão das multinacionais.
• A revolução industrial tardia ocorrida nos países latino-americanos imprimiu um ritmo muito acelerado ao
processo de urbanização, agravando os problemas relacionados à infraestrutura, saneamento básico e
moradia nas principais cidades e metrópoles.
• A industrialização nas grandes cidades não foi capaz de absorver toda mão de obra migrante do campo,
com isso gerou desemprego, pobreza e trabalho informal – que favoreceu o crescimento do setor de serviços.
Cidade do México, uma das maiores
metrópoles do mundo.
A cidade avança sobre os Andes.
La Paz, Bolívia, 2009. Mercado informal na cidade de Saquisilí,
Equador, 2009.
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Os índices de desenvolvimento
humano na América Latina
Considerando a classificação do Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) em 3 níveis –
“muito elevado” , “elevado” e “baixo” –,
podemos fazer algumas considerações sobre a
realidade socioeconômica dos países latino
americanos:
• Nenhum país apresenta parâmetros
“muito elevados”;
• O IDH de muitos países pode ser
considerado “elevado”;
• O Chile é o país com maior índice na América
Latina – 0,783 – possui altas taxas de alfabetização
da população;
• O Haiti é um dos países latino-americanos que
apresenta “baixo” IDH – 0,404 – e, desde 2004,
está sob intervenção da ONU por questões
políticas.
DPNU. Relatório de Desenvolvimento Humano 2010 –
A verdadeira riqueza das nações: vias para o
Desenvolvimento Humano. Disponível em:
<http://hdr.undp.org/en/media/HDR_2010_PT_Complete_repri
nt.pdf>. Acesso em: 20 out. 2011.
América Latina: países com IDH elevado (2010)
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Alguns efeitos da ciência e da tecnologia
nos países subdesenvolvidos
Após a Segunda Guerra
Mundial, o avanço tecnológico e
das ciências nos países
desenvolvidos chegam aos
países latino-americanos e
influenciam o crescimento de
suas cidades:
• Descobertas científicas na
área sanitária e da saúde
geraram diminuição nas taxas
de mortalidade e o aumento
da natalidade;
• Aumento do fluxo migratório
pelos avanços na utilização de
técnicas agrícolas e uso de
máquinas que substituem a
mão de obra. Avanços tecnológicos e científicos contribuem para o crescimento
populacional e urbano nos países latino-americanos. Processo de embalagem
de remédios em laboratório de genéricos, em Anápolis (GO).
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O fluxo de migrantes e o crescimento de cidades: México,
Brasil e Argentina (segunda metade do século XX).
• Dificuldades e transformações no campo →
modernização.
• Crise e reação nas grandes propriedades
agrícolas: as perdas financeiras com a queda dos
preços dos produtos agrícolas no mercado
internacional estimularam a modernização do campo
com o uso de máquinas e técnicas avançadas e ainda
com a criação de grandes complexos agroindustriais.
• Situação das pequenas e médias propriedades:
dificuldades em se manter pelas suas precárias
condições de produtividade e / ou competitividade
no mercado.
• Migração para as cidades: as transformações na estrutura espacial fundiária e a mecanização do
campo foram responsáveis pela eliminação de milhares de postos de trabalho na produção agrícola
e levou muitas pessoas para as cidades.
Colheita de soja em
fazenda do município de
Rondonópolis (MT).
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Metropolização e polarização urbana
• Processo de crescimento de algumas cidades que leva à
incorporação de povoados e/ou cidades vizinhas e que, na
hierarquia de uma rede urbana, a transforma em polo de atração
pelo acúmulo de funções assumidas (polarização urbana).
• A Cidade do México é uma das mais populosas do mundo, seu
crescimento incorporou vários povoados vizinhos.
• São Paulo, no Brasil, é a maior área metropolitana da América
do Sul com cerca de 20 milhões de habitantes.
• Fatores que contribuíram para o processo de crescimento da
capital paulista:
- Café → imigrantes europeus (italianos);
- Industrialização → espanhóis, italianos,
portugueses e nordestinos.
• Buenos Aires, capital da Argentina, é a segunda maior área
metropolitana da América do Sul.
Vista panorâmica do comércio na Rua 25 de
Março, em São Paulo (SP). Nessa região da
cidade, milhares de pessoas vindas de vários
locais do país se aglomeram para adquirir produtos
no varejo e no atacado.
Guindastes sendo operados em construções.
Buenos Aires, Argentina, 2009.
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Trajetória do processo de industrialização
Primeira metade do século XX:
• Guerras mundiais → substituição dos
manufaturados importados → transferência de
capitais e tecnologia dos países industrializados.
Operários trabalham em linha de montagem de motos na fábrica da
Honda. Manaus (AM), 2012.
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Segunda metade do século XX:
• Atuação e instalação de empresas
transnacionais atraídas pela mão de obra
barata, incentivos fiscais e crescimento do
mercado consumidor;
• Crescimento do setor terciário e dinamização
do mercado interno;
• Investimentos estatais e/ou governamentais
nas indústrias de base: siderúrgicas e
petroquímicas;
• Obras de engenharia civil;
• Sistemas de comunicação;
• Infraestrutura;
• Dinamização do mercado interno.
O papel do Estado e o desenvolvimento humano
Mão de obra e empregos
• Com a industrialização, surge a
necessidade de investimentos na
qualificação profissional e na
escolarização da população que
não se encontrava preparada
para assumir as funções exigidas
nesse setor de atividades.
• A população de migrantes
menos qualificada passa a atuar
no mercado informal de serviços
e na área de construção civil.
• Imigrantes europeus suprem
parte da mão de obra qualificada
necessária para a produção
industrial.
Moradia e infraestrutura
• O longo do processo de crescimento das cidades ocorre com a
crescente ocupação de espaços ociosos e com o povoamento
das periferias e das áreas próximas a mananciais, rios e
encostas, gerando moradias precárias e carência de
atendimentos e serviços públicos básicos.
Morro do
Chapéu,
Mangueira,
Rio de
Janeiro
(RJ).
Política e governos
• As gestões públicas que
se sucedem nos países
subdesenvolvidos mostram
desempenhos insatisfatórios
na busca de soluções para
os problemas
socioeconômicos das
grandes cidades e para o
atendimento das
necessidades básicas da
crescente população.
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