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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL FACULDADE INTEGRADA AVM A ORIENTAÇÃO VOCACIONAL NO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: o autoconhecimento como caminho para a escolha de curso técnico de nível médio. Por: Bárbara Isabel da Silva Rangel Rocha Orientador: Prof. Dr. Vilson Sérgio Carvalho. Rio de Janeiro 2015

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM

ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL

FACULDADE INTEGRADA AVM

A ORIENTAÇÃO VOCACIONAL NO 9º ANO DO ENSINO

FUNDAMENTAL:

o autoconhecimento como caminho para a escolha de curso

técnico de nível médio.

Por: Bárbara Isabel da Silva Rangel Rocha

Orientador: Prof. Dr. Vilson Sérgio Carvalho.

Rio de Janeiro

2015

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM

ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL

FACULDADE INTEGRADA AVM

A ORIENTAÇÃO VOCACIONAL NO 9º ANO DO ENSINO

FUNDAMENTAL:

o autoconhecimento como caminho para a escolha de curso

técnico de nível médio.

Por: Bárbara Isabel da Silva Rangel Rocha

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Orientação

Educacional e Profissional à Distância.

Orientador: Prof. Dr. Vilson Sérgio Carvalho.

Rio de Janeiro

2015

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho à minha filha, Laura,

minha inspiração.

Ao meu marido, Leonardo, por sempre

acreditar em mim.

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AGRADECIMENTOS

Á Deus, que me deu forças para superar vários obstáculos durante o

curso e conseguir concluí-lo.

Ao meu marido Leonardo, pelo apoio.

À minha filha Laura, pelo companheirismo.

Aos meus pais, Mariluce e José Noel, por lutarem pela minha formação

acadêmica.

À minha amiga Meri Aleixo, por compartilhar comigo o seu

conhecimento, apoio e amizade.

Aos meus alunos por me ensinarem algo todos os dias.

Á Suzencarla Barcellos e ao Colégio e Curso A4 pelo apoio e

acolhimento.

In memorian, à minha “Sogrete”, D. Mara, por todo incentivo e carinho.

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RESUMO

O presente trabalho surgiu da observação da carência de materiais específicos à Orientação Vocacional para alunos do 9º ano de escolaridade, que prestarão concurso para ingressar em escolas de nível médio técnico. A proposta desta monografia é mostrar que através do autoconhecimento o aluno poderá se descobrir como pessoa, tomar consciência de seus gostos, tendências, pontos fracos e fortes e a partir daí tomar suas próprias decisões com mais autonomia e segurança. O trabalho foi baseado em parte, em pesquisas de campo, com alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, do Colégio e Curso A4, em São João de Meriti, e também em pesquisas bibliográficas, tendo como base os autores como: ROGERS, SOARES E GIACAGLIA. O objetivo do presente trabalho é contribuir de alguma maneira com os educadores, sejam eles formados academicamente ou não, nessa difícil tarefa de orientar e direcionar o melhor caminho ao aluno na sua escolha profissional.

Palavras-chave: Orientação vocacional, autoconhecimento.

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METODOLOGIA

O método utilizado nesta pesquisa é o descritivo, a técnica de coleta de

dados é de documentação direta e indireta.

Com a documentação direta foi aplicado um questionário, composto de

dez questões objetivas e discursivas simples, respondido por alunos de idade

entre 13 e 16 anos, do 9º ano do Ensino Fundamental. E com a documentação

indireta, foi feita a coleta de dados através de pesquisa bibliográfica e

webgráfica. Tendo como base alguns autores como ROGERS, GIACAGLIA e

SOARES.

O objetivo é a análise da possibilidade de Orientação Vocacional, com

ênfase no autoconhecimento dos orientandos com a mediação do orientador,

numa turma de 9º ano de uma escola preparatória para concursos de ingresso

em escolas técnicas de nível médio

A natureza tende a ser compreensiva, pois envolve caráter contextual e

de conteúdo.

Faz-se relevante o estudo sobre o tema, considerando a pouca

quantidade de material, para se produzir mais conhecimento e com isso

contribuir de alguma maneira com os orientadores, professores, pais,

responsáveis e os próprios alunos no desenvolvimento do processo de

orientação.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...............................................................................................................08

CAPÍTULO I - O que é Orientação Vocacional? ..........................................................09

1.1 - Breve histórico da Orientação Vocacional..............................................................11

1.2 – As teorias e a Orientação Vocacional ....................................................................14

CAPÍTULO II - A Orientação Vocacional e seus personagens......................................18

2.1 - Orientador...............................................................................................................19

2.2 - Orientando...............................................................................................................20

2.3 - Família.....................................................................................................................21

2.4 – Escola......................................................................................................................21

2.5 – Colegas...................................................................................................................22

CAPÍTULO III – O autoconhecimento como proposta...................................................24

3.1 – O autoconhecimento e a Orientação Vocacional....................................................24

3.2 – Técnicas e atividades de Orientação Vocacional...................................................27

CONCLUSÃO................................................................................................................34

ANEXO 1 – QUESTIONÁRIO......................................................................................35

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA.................................................................................36

WEBGRAFIA ................................................................................................................39

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INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho é demonstrar a Orientação Vocacional pelo

caminho do autoconhecimento. Para isso foi selecionada uma turma de 9º ano

do Ensino Fundamental com o curso preparatório integrado ou cursado no

contraturno, do Colégio e Curso A4, particular, em Vilar dos Teles, São João de

Meriti/RJ. O foco desses alunos é a aprovação em concursos públicos para

ingresso em escolas técnicas de nível médio. A maior dificuldade deles é a

escolha de qual curso técnico fazer.

Conhecer a si mesmo, seus pontos positivos, negativos, seus gostos,

tendências e opiniões é de suma importância para a escolha de forma mais

segura seja por um curso técnico, seja por uma profissão.

No primeiro capítulo, será apresentado um breve histórico da Orientação

Vocacional e as teorias que influenciaram o seu desenvolvimento.

No segundo capítulo, trataremos do papel dos personagens que fazem

parte do processo de orientação vocacional: o orientando, o orientador, a

família, a escola e os colegas.

No terceiro capítulo, analisaremos os dados coletados na turma referida

acima, através de um questionário composto por dez questões objetivas e

subjetivas simples, e a partir dessa breve análise será apresentada uma

pequena proposta de atendimento com algumas atividades voltadas para

orientação vocacional.

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CAPÍTULO I

O QUE É ORIENTAÇÃO VOCACIONAL?

“Que Deus me dê serenidade para aceitar o que não posso mudar coragem para mudar o que pode ser mudado e sabedoria para distinguir a diferença.” (Oração da Serenidade – São Francisco.)

Como podemos definir a palavra orientação? Orientar ou ser orientado

sugere a indicação de um caminho, ou maneira de realizar algo, como uma

bússola ou um guia.

Segundo FERREIRA, 2008, orientação é “ato ou efeito de orientar (-se);

direção; guia”. Ele define também: “Orientação educacional ou orientação

escolar. Método psicológico e pedagógico e acompanhamento de atividades

dos estudantes (esp. os adolescentes), visando a contribuir para seu

desenvolvimento intelectual e a formação da personalidade”. No que se refere

à orientação vocacional, Ferreira não apresenta definições, no entanto, expõe a

orientação profissional como, “atividade, baseada em métodos de psicologia e

pedagogia, que visa a ajudar esp. adolescentes na escolha da sua profissão.”

Nessa mesma seção não é definido o termo orientação vocacional.

O vocábulo vocação é “ato de chamar. Escolha, predestinação.

Tendência, pendor. Talento, aptidão. Vocacional.” (FERREIRA, 2008, p.499)

A partir dessas definições podemos deduzir que: orientação vocacional é

a atividade baseada em métodos psicológicos e pedagógicos, que visa a ajudar

(especialmente adolescentes) na descoberta de suas tendências, aptidões e

talentos relacionados à escolha profissional.

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A orientação vocacional – também chamada de orientação profissional –

tem papel social importante tanto para o indivíduo, na sua busca pessoal por

uma atividade que o satisfaça financeira, social e emocionalmente – como

também para a sociedade como um todo.

A insatisfação pessoal gera conflitos internos, desinteresse crescente,

podendo dar início a um processo de desarmonia bastante sério. E é na

sociedade que esse indivíduo se expressa, interagindo positiva ou

negativamente, a sociedade ganhará ou sofrerá com o resultado de seu

trabalho direta e indiretamente. Por isso é tão importante a contribuição dessa

área do conhecimento.

Uma inadequada – e, portanto empobrecedora – escolha vocacional vai gerar ao longo da carreira profissional uma constante e crescente sensação de desprazer, um sentimento de frustração intermitente ou permanente. Essa frustração psico-afetiva abre caminho para o estresse, para repercussões psicossomáticas que podem comprometer a saúde mental. (MELLO, 2002, p.12.)

1.1 – Breve história da Orientação Vocacional

A orientação veio sendo moldada através dos tempos, de acordo com a

necessidade exigida em cada período da história.

Antes do nascimento da Sociedade Industrial, a qual como se sabe foi consequência direta das Revoluções Industrial e Francesa, o tipo de estrutura social vigente era a que caracterizava uma sociedade estamental. Nessa sociedade, aqueles que nascessem nos estamentos mais baixos estariam condenados à neles permanecerem, uma vez que não havia a possibilidade de ascensão social. (RIBEIRO, Revista eletrônica Brasil Escola.)

Nesse contexto quem nascesse numa família de ferreiro, continuava na

ocupação de ferreiro; da mesma maneira quando a família era de nobres, os

filhos continuavam nobres. O tempo foi passando, muita coisa foi mudando,

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profissões novas surgindo, outras desaparecendo, mas apesar das mudanças

escolher uma profissão diferente da classe proveniente continuou difícil.

Mesmo com tantas oportunidades, escolher ainda é uma tarefa difícil para

esse indivíduo que precisa analisar tantas informações sobrecarregadas por

fatores psicológicos e emocionais normais da fase adolescente.

Para um adolescente, definir o futuro não é somente definir o que fazer, mas, fundamentalmente, definir quem ser e, ao mesmo tempo, definir quem não ser. (Rodolfo Bohoslavsky ,1977, p. 53; 2003, p. 28)

A Revolução Francesa iniciou por volta de 1789 quando o povo francês –

chamado de 3º estado – influenciado por ideais iluministas - levantou-se contra

os abusos do regime absolutista impostos por Luís XIV, o Rei Sol.

Os iluministas era um grupo formado por filósofos e intelectuais que eram

contra a chamada ordem divina de poder, na qual a igreja se dizia

representante de Deus na Terra. Para eles os homens é que deveriam ser

responsáveis pela ordem social e suas modificações quando necessário.

O povo era obrigado a pagar altíssimos impostos, enquanto a nobreza (2º

estado) e o clero (1º estado) viviam no luxo às suas custas. E com os

privilégios de nascimento da nobreza, que impediam a mobilidade social. O

lema dos revolucionários era “Liberté, Egalité, Fraternité” (“Liberdade,

Igualdade, Fraternidade”). Tomaram a Bastilha (prisão onde estavam todos os

presos políticos e que eram contra ao Rei) e assim o povo conseguiu com que

a Assembléia Nacional Constituinte proclamasse a Declaração dos Direitos do

Homem e do Cidadão.

Esta conquista é fundamental para o surgimento da orientação vocacional, (...), pois com o fim dos direitos de nascimento e a maior liberdade de escolha dos cidadãos, surge com a Revolução Francesa

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a possibilidade de que o indivíduo decida sua própria profissão. (APOSTILA, p. 15)

A partir da Revolução Industrial, a economia agrária passou a ser economia

industrial, o processo de produção que antes era manufaturado e artesanal,

passou a ser industrial, ou seja, produção em grande escala. Antes o artesão

era responsável por todo o processo de produção. Na economia industrial o

artesão passa ser um dos operários da fábrica e sua ocupação é com uma das

partes do todo. A produção foi dividida para aumentar a produção. Para

contribuir com isso foram inventadas máquinas que ajudassem a manter toda a

escala de produção sempre funcionando; como o tear mecânico, barcos à

vapor, trem à vapor, para as pessoas chegarem a outros lugares de maneira

mais rápida e não se perder tempo. Afinal, como dizia Benjamin Franklin: Time

is Money.

Até os dias de hoje, o desemprego é um dos grandes problemas nos países em desenvolvimento. Gerar empregos tem se tornado um dos maiores desafios de governos no mundo todo. Os empregos repetitivos e pouco qualificados foram substituídos por máquinas e robôs. As empresas procuram profissionais bem qualificados para ocuparem empregos que exigem cada vez mais criatividade e múltiplas capacidades. Mesmo nos países desenvolvidos tem faltado empregos para a população. (Sua Pesquisa.com)

No primeiro momento, que vai do início do século, 1907, à

aproximadamente 1950, a preocupação da orientação vocacional estava

voltada para as características da profissão. E através do método conhecido

como estatístico-psicométrico, tentavam identificar o melhor candidato para

preencher um cargo.

A preocupação não era com as aptidões individuais (com o indivíduo), mas com a identificação destas, para que o indivíduo pudesse ser colocado (selecionado) nos lugares onde seria mais produtivo. (PIMENTA, 1981, P.24)

Esse método consistia em desenvolver testes de aptidões profissionais para

a ocupação de vagas específicas e encontrar o melhor candidato para a vaga

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oferecida. O mundo estava em crise, em recessão por causa das guerras

mundiais e por isso o nível de desemprego era muito alto.

Frank Parsons é considerado o pai da orientação vocacional porque foi o

primeiro a se debruçar sobre o assunto e criar uma metodologia que

combinava as aptidões e características do indivíduo com as exigências

específicas da ocupação. Mesmo assim, esse processo estava mais para um

determinismo vocacional.

An occupation out of harmony with the worker's aptitudes and capacities means inefficiency, unenthusiastic and perhaps distasteful labor, and low pay; while an occupation in harmony with the nature of the man means enthusiasm, love of work, and high economic values, — superior product, efficient service, and good pay. (Parsons, 1909, Part I)

Uma ocupação fora de harmonia com as aptidões e capacidades do trabalhador significa ineficiência, apatia e, talvez, o trabalho de mau gosto, e os baixos salários; enquanto uma ocupação em harmonia com a natureza do homem significa entusiasmo, amor ao trabalho, e altos valores econômicos, - produto de qualidade superior, serviço eficiente e um bom salário. (Tradução Google Tradutor).

No final da II Guerra Mundial surgiu a Teoria Desenvolvimentista, de Carl

Rogers, que tem como objetivos promover o autoconhecimento e o

conhecimento das oportunidades ocupacionais; preparar o sujeito para a

tomada de decisão em relação à escolha profissional e evitar o gasto

desnecessário de tempo, energia e dinheiro oriundos de uma escolha

profissional malfeita.

O foco volta-se para o indivíduo, para as suas necessidades e o método

clínico-operativo se propunha a isso, instrumentalizar o indivíduo para

escolher da melhor maneira possível a profissão em que se realizará social e

subjetivamente (características subjetivas do indivíduo durante o processo de

escolha).

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Segundo Lima (2007), promover o autoconhecimento; o conhecimento das

oportunidades ocupacionais; preparar o orientando para a tomada de decisão

em relação à escolha profissional e evitar o gasto desnecessário de tempo,

energia e dinheiro oriundos de uma escolha profissional malfeita, são os quatro

objetivos principais do método clínico-operativo e que devem ser o foco de

preocupação de qualquer pessoa que realize a tarefa de orientar.

No Brasil, Roberto Mangi, engenheiro suiço, introduziu em 1924 a orientação vocacional para os alunos do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, visando obter informações sobre para qual curso orientar os alunos. Esse trabalho o motivou a começar a desenvolver atividades voltadas para orientação vocacional. Em 1931, Lourenço Filho cria o primeiro serviço público de orientação vocacional no Serviço de Educação do Estado de São Paulo. O Instituto de Seleção e Orientação Profissional do Rio de Janeiro (ISOP) é inaugurado em 1947 sob a coordenação de Mira y Lopez, data que, para muitos autores, significa o estabelecimento de fato da orientação vocacional no Brasil. Em 1962, é regulamentada a profissão de psicólogo no Brasil. Os cursos que deverão formar esses profissionais incluem em seu currículo a disciplina de Orientação Vocacional. A lei federal 4.119 legitima a Orientação Profissional como área de atuação do Psicólogo. A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) estabelece como obrigatória a prática do serviço de orientação vocacional em todas as escolas no ano de 1971. A partir de 1980, começara a surgir publicações e teses escritas em âmbito nacional nessa área: Passa-se a conhecer a O.V. realizada nas escolas, através dos serviços de orientação educacional, coordenados, na grande maioria, por orientadores educacionais. E também os trabalhos realizados nas universidades, em muitos centros de atendimento psicológico, ligados, em sua maioria, aos cursos de Psicologia (Soares, 1999, p.10). (PEDAGO BRASIL)

1.2. As teorias e a orientação vocacional

A Orientação Vocacional divide-se em duas grandes vertentes: as teorias

não-psicológicas e as teorias psicológicas, todas com o objetivo auxiliar o

adolescente/orientando a se conhecer e escolher melhor uma profissão.

As Teorias Não-psicológicas levam em conta fatores externos ao

indivíduo no momento da escolha da profissão. De acordo com Lourenço

(2007) descrevem o processo de inserção das pessoas no trabalho, mas não

lhes mostram qualquer papel ativo. A ocupação do indivíduo na sociedade é

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definida pelas contingências das leis do mercado (oferta e procura) ou pelo

padrão cultural das famílias. São elas:

A Teoria do Acidente é quando a escolha é aleatória, quando não há

critérios específicos para a decisão. É uma escolha casual.

A Teoria Econômica é aquela baseada no aspecto puramente econômico,

ou seja, o retorno financeiro mais interessante, sem que o indivíduo tenha que

despender grande esforço físico, ou intelectual.

A Teoria Cultural e Sociológica quando o indivíduo faz sua escolha

baseado na sua classe cultural e social e/ou na sua família.

As Teorias Psicológicas são as que levam em conta fatores internos do

indivíduo. Teoria Traço e Fator; Teoria Psicodinâmica, que compreende a

Teoria Psicanalítica e a Teoria da Satisfação de Necessidades.

O indivíduo é portador de características determinadas (interesses, aptidões, limitações, traços de personalidade) que diferem de indivíduo para indivíduo. (LEVENFUS, 1997, p. 32).

A Teoria Traço e Fator visa o grupo social e é baseada em estereótipos

Essa teoria é um exemplo de determinismo vocacional. É usado teste como

principal instrumento de trabalho e avaliação com a intenção de verificar traços

do orientando que mais se aproximam de determinada profissão em relação ao

seu perfil.

... a escolha ocupacional implica a relação entre as características individuais e as exigências ocupacionais. O ajuste entre esses fatores propõe a teoria, garante o bem-estar pessoal, como consequência do bem-estar social. (LEVENFUS, 1997, p.33)

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A Teoria Psicodinâmica. Os teóricos dessa vertente valorizam as

brincadeiras infantis como sendo experiências que influenciaram esses

indivíduos no momento da escolha da profissão. Como disse Nietzsche: “O

homem amadurece quando reencontra a seriedade que demonstrava em suas

brincadeiras de criança.” (PERCY, 2011, p.64)

Para Levenfus (1997), a teoria psicodinâmica

... procede das idéias analíticas da personalidade..., da incidência do

desenvolvimento qualitativo a partir das primeiras experiências

infantis... (LEVENFUS, 1997, p. 33)

Dentro dessa vertente psicodinâmica, alguns autores se baseiam na Teoria

Psicanalítica e outros na Teoria da Satisfação de Necessidades.

Para os autores da Teoria Desenvolvimentista o processo de orientação é

baseado na constante evolução do indivíduo. Seja através das suas influências

internas, das influências externas, ou da percepção de si mesmo.

Segundo Levenfus, 1997, para Ginzberg o processo de escolha profissional

está diretamente relacionado com o desenvolvimento da criança e de seu

amadurecimento, que corresponde à chegada da adolescência:

... a criança faz escolhas fantasiosas que não levam em conta suas potencialidades e as contingências de tempos. Na adolescência, passa a considerar a futura escolha profissional a partir de seus interesses e também de suas capacidades (o que gosta e o que pensa que pode realizar) (GINZBERG apud LEVENFUS, 1997, p.38).

Para Tiedman e O’ttara (apud LEVENFUS, 1977), são os conceitos que

visam a estabelecer um nexo entre a personalidade de um indivíduo e sua

carreira.

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É a percepção de si mesmo. E dentro desse processo de desenvolvimento

ele mudará sua vida pessoal a partir de suas escolhas, e levando em conta

também que as influências internas e externas podem alterar essas escolhas a

qualquer momento.

Na Teoria Baseada nas Decisões o processo de escolha é baseado na

maneira como o orientando vivencia o seu momento presente e esse olhar é

que vai influenciá-lo no momento da escolha profissional.

O orientador que trabalha com essa teoria, na concepção de Levenfus

(1997), busca perceber o sujeito como indivíduo psicológico que organiza seu

problema, age conforme seus interesses e os condicionamentos sociais.

Tanto as teorias psicológicas quanto as não-psicológicas têm como

objetivo fazer com que o orientando se conheça melhor a fim de escolher uma

profissão ou refazer a sua escolha anterior de forma mais consciente e segura.

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CAPÍTULO II

A ORIENTAÇÃO VOCACIONAL E SEUS PERSONAGENS

A Orientação Vocacional está voltada para os adolescentes que

prestarão concursos públicos para ingressarem em escolas técnicas públicas

de âmbito estadual, federal, civil ou militar, cujo padrão de ensino é

comprovadamente melhor do que o ensino oferecido pela maioria das escolas

disponíveis no setor público e privado do Brasil. Além desse perfil de

adolescente, a Orientação Vocacional também lida com àqueles que farão o

vestibular, ENEM e SISU.

Hoje, alunos provenientes das camadas mais carentes da sociedade

podem contar com o apoio de instituições – governamentais, ou não – para ter

acesso a oportunidades que antes não tinham. Seja através de bolsas de

estudo; de programas de formação técnica; ou com ajuda de custo em cursos

profissionalizantes; financiamento estudantil em nível universitário, entre

outros.

Nota no Exame é utilizada como critério de seleção por instituições de ensino superior e programas como Sisu, ProUni, Fies, Pronatec e Ciência sem Fronteiras. (Portal Brasil)

Ter acesso a tais programas não significa que esses adolescentes farão

uma escolha mais acertada.

O serviço de orientação não é exclusividade dos adolescentes, jovens e

adultos que já estão no mercado de trabalho, mas que sentem a necessidade

de mudar de carreira, por qualquer motivo, podem e devem, se assim o

quiserem, fazer uso da orientação vocacional:

Todos necessitam do auxílio de um orientador vocacional, pois uma escolha equivocada ou sem planejamento e reflexão pode gerar ineficiência, insatisfação e prejuízos para a economia, de uma forma mais global. (RIBEIRO E UVALDO, p. 24)

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Os adolescentes, que nessa fase estão mais suscetíveis a diversos

fatores que influenciam diretamente as suas vidas durante o processo de

escolha, como: angústias e dúvidas, a falta de conhecimento de si mesmos e

influências externas. Alguns personagens presentes na vida deles podem

contribuir de forma positiva ou negativa nesse momento, são eles: o orientador,

a família, escola, e os amigos.

A Orientação Vocacional possui determinados conceitos que são universais em quaisquer abordagens. Nos dias de hoje podemos entender a Orientação Vocacional como um processo que promove autoconhecimento e trabalha a questão das escolhas em si. É um momento de reflexão do orientando para que o mesmo possa fazer suas escolhas de maneira consciente. Pode ser percebido também como um momento de construção de identidade profissional, pessoal e de projeto de vida. (RAMOS e MELO, 2010, p. 47, grifo nosso)

2.1. Orientador

O papel do orientador é auxiliar o adolescente a descobrir suas

competências; ajudá-lo a compreender o porquê de cada escolha visando os

pontos mais importantes da sua vida; acolher suas dúvidas e ansiedades,

buscando amenizar as questões conflitantes; fazendo com que ele se sinta

compreendido para participar integralmente do processo de orientação a fim de

obter o melhor resultado possível.

Fatores internos e externos interferem na escolha profissional do aluno,

por isso, o orientador deve auxiliá-lo a organizar as informações, dando sentido

a elas. Além disso, garantir que os pais, os professores e os amigos possam

colaborar da melhor forma possível na escolha consciente e responsável do

aluno.

Ramos e Melo (2010) salientam que é fundamental que o orientador

vocacional esteja sempre consciente do compromisso ético que ele estabelece

com seu orientando ao longo do processo de orientação, e mesmo depois que

ele termina.

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É importante que orientador seja imparcial durante o processo ajudando

ao orientando pensar e avaliar possíveis caminhos e não caminhar por ele.

Para Mariza Lima (2007), o cliente não tem necessariamente os mesmos

valores do profissional que o está atendendo: morais, pessoais, políticos e

sociais. É ético que se respeitem os dele.

Outra característica que o orientador deve ter é a flexibilidade. Lidar com

cada pessoa de acordo com sua individualidade. Cada indivíduo é único, sua

história de vida, experiências e modo de ver o mundo, por isso, o tipo de

abordagem e as técnicas utilizadas devem estar alinhadas com o perfil de cada

caso.

Manter-se informado, atualizado, é outro fator que o orientador deve

estar atento. Na era da informação tudo muda muito rápido. Uma profissão que

era considerada indispensável pode dar lugar a outra em pouco tempo.

Ser gentil e educado é uma forma de acolher esse adolescente e fazer

com que ele sinta confiança em se expor e se dedicar mais ao processo.

2.2. Orientando

O orientando é aquele jovem que está passando por momentos de dúvida,

indecisão, angústia. Está com medo de não atingir as expectativas de sua

família, de seus amigos, da sociedade. Ele carrega uma carga psicológica

grande e não sabe lidar com isso sozinho.

De acordo com Soares (2002), a adolescência é uma etapa de transição do

adolescente com o mundo, que é marcada por muitas inseguranças e medos;

levando a uma tentativa de auto-afirmação.

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No entanto, o adolescente deve estar disposto a se autoconhecer –

“perceber seus gostos, interesses, aspirações e identificar o mundo exterior, as

profissões, as ocupações” (BOHOSLAVSKY – 2003) – e compreender seu

lugar para si mesmo, para a família e amigos e para a sociedade.

2.3. Família

A influência da família é sem dúvida nenhuma muito forte. É na família

que se inicia o processo de socialização, é o primeiro contato com as regras de

convivência em sociedade, é quando são formadas as crenças e os valores

que essa criança levará pela vida. Sendo assim a influência da família na

escolha profissional é inegável, seja ela negativa ou positivamente:

... mesmo de forma inconsciente, as primeiras orientações recebidas dos pais e parentes, os conflitos vividos no interior da família e mesmo as diversas identificações estabelecidas com as atividades profissionais de seus familiares emergem no momento de escolha influenciando de forma significativa a tomada de decisão do indivíduo. (Silva, 2006) (APOSTILA, p. 68)

A família e a escola deveriam ser parceiras, mas sabemos o quanto

essa relação é difícil, muitas das vezes, estabelecendo um “campo de lutas

onde significados são impostos, negociados e renegociados constantemente.”

(Klaus, 2004, p.170). Dificultando o trabalho do orientador e em consequência

a orientação dos alunos.

2.4. Escola

De forma micro, a escola reproduz a convivência em sociedade, aspecto

muito importante para os indivíduos em formação:

A escola é o local onde são feitos os primeiros contatos fora da família (...) a introdução do indivíduo à uma série de regras e normas sociais que orientarão sua conduta ao longo de toda a vida. (APOSTILA, p.56.)

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A escola é um ambiente propício ao debate sobre a escolha profissional

porque é onde estão reunidos os “personagens” capazes de mostrar os

caminhos por onde os orientandos podem trilhar para fazerem suas escolhas, é

o local onde, teoricamente, se tem contato com as novidades do mercado de

trabalho, através dos docentes, da equipe pedagógica em geral.

De acordo com a relação que mantém com suas disciplinas, os

professores podem ser uma ponte para que seus alunos atravessem e

conheçam mais a fundo aquela que pode vir a se tornar sua futura profissão.

Ou, por outro lado, dar a certeza de que não é aquilo que ele

(adolescente/orientando) quer como profissão.

O diálogo sobre as possibilidades de carreira e sobre os interesses que

os alunos apresentam deve fluir bem e o professor deve ficar atento para não

se deixar levar pela vaidade ou pelas frustrações que possa ter em relação às

suas próprias escolhas.

... mesmo não querendo, o professor representa o curso ou a profissão de sua própria escolha. O professor de História “é” a História, o professor de Biologia “é” a Biologia, etc. Como representante, o professor deve ter cuidado para assumir o lugar que lhe é atribuído. Assim, mais do que um transmissor de conteúdos teóricos, o professor dissemina aos seus alunos uma visão do que são e como são os cursos e as profissões, e é provável o aluno apreciar ou depreciar um curso ou uma profissão na decorrência do que lhe apresenta o professor. (Lima, 2007, p.66)” (APOSTILA, p. 66)

2.5. Colegas

A adolescência é uma fase ambígua e paradoxal, porque o adolescente

se acha desconectado do que ele era antes, criança, do que ainda não é,

adulto. Segundo Arnold Van Gennep (1977), sobre os ritos de passagem, é o

período denominado por ele como liminaridade:

... momento de ruptura existente entre a infância e a vida adulta,..., que não se é jovem o suficiente para manter algumas regalias

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reservadas às crianças, mas ainda é muito jovem para usufruir determinados benefícios próprios da idade adulta. (APOSTILA, p. 63).

Os colegas têm papel importante na vida um do outro, nesse período da

adolescência a opinião dos “iguais” tem mais valor do que a opinião da família

e da escola. Não só porque os adolescentes passam bastante tempo juntos,

mas por compartilharem angústias e incertezas semelhantes. Essa interação

ocorre dentro das escolas, são as interações entre colegas, que Turner (1974),

denominou de communitas. É o momento no qual o indivíduo começa a

questionar seus pais, considerados anteriormente como detentores da verdade,

pessoas inquestionáveis, e passam a dar valor às opiniões de seus pares.

Para essa relação entre iguais, Piaget (1994) chamou de socionomia,

um momento fundamental do desenvolvimento moral do indivíduo. É uma fase

intermediária muito importante, entre a fase infantil e a adulta, onde o indivíduo

aos poucos desenvolve o controle lógico e moral de seus sentimentos e

pensamentos.

Esta valorização da opinião dos pares é uma etapa intermediária importante entre o estado inicial de anomia, em que a criança não possui juízo próprio sobre o mundo e é incapaz de compreender normas e regras coletivas, até o estado final de autonomia, no qual o sujeito é capaz de utilizar o raciocínio hipotético-dedutivo para construir seu próprio juízo moral sobre a realidade em que está inserido. ( APOSTILA, p. 65).

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CAPÍTULO III

O AUTOCONHECIMENTO COMO PROPOSTA

“Aquele que olha para fora sonha. Mas o que olha para dentro acorda.” (Carl Gustav Jung.)

Segundo o Dicionário Online de português, autoconhecimento é o

“conhecimento de si próprio, das suas características, qualidades,

imperfeições, sentimentos etc; que caracterizam o indivíduo por si próprio.”

Quando conhecemos a nós mesmos, podemos identificar os pontos

fortes e fracos que fazem parte de nossa personalidade e que podem nos

ajudar a potencializar as nossas habilidades e competências e isso é cada vez

mais valorizado no mercado de trabalho. Parafraseando Parsons (1909),

Ribeiro e Uvaldo (2007) esclarecem que um completo estudo de si mesmo é a

base para um verdadeiro planejamento da vida.

3.1. Autoconhecimento e Orientação Vocacional.

E o que faz a orientação vocacional senão direcionar o indivíduo a um

caminho para a busca de si mesmo com o intuito de planejar melhor a sua vida.

Em consequência o orientando pode se perceber com a autoestima mais

saudável, mais alta.

Quando nos sentimos bem conosco nos sentimos bem nas relações com

io meio social em que estamos inseridos, com as nossas questões internas e

com os outros indivíduos também.

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Não estamos sugerindo aqui que o orientador educacional, quando

exercendo a função de orientador vocacional, passe a lidar ou tratar o

aluno/adolescente como se estivesse num consultório psicológico. Não é isso.

Mas o que ressaltamos é a importância que se deve dar à observação desse

aluno num momento tão peculiar que é o de escolha de um curso técnico que

pode vir a ser a ocupação profissional de toda a sua vida. É um momento

crítico e especial. Uma escolha pautada em dúvidas, receios, medos,

inseguranças, opiniões alheias, pouca ou informações distorcidas com certeza

lançará ao fracasso e ao desgosto consequentemente à doença esse sujeito no

decorrer da sua vida profissional.

Muitas vezes a escola e seus agentes conseguem perceber mais rápido

e claro um processo depressivo, ou de ansiedade nesses alunos antes mesmo

de seus responsáveis. Então, trabalhar com o autoconhecimento desses

alunos é como um método preventivo que vai além desse período de escolha

profissional.

Parafraseando Soares (2002), a adolescência é uma etapa de transição

do adolescente com o mundo, que é marcada por muitas inseguranças e

medos; levando a uma tentativa de auto-afirmação.

Na presente pesquisa foi utilizado um questionário respondido pelos

alunos da turma de 9º ano do ensino fundamental, composta de 38 alunos,

dentre eles 21 meninas e 17 meninos. O intuito foi de levantarmos

questionamentos, mesmo que básicos, que pudessem indicar algum nível de

autoconhecimento da parte deles.

A partir da análise das respostas apresentadas pudemos perceber que

mesmo a escola tendo como um dos seus objetivos a preparação desses

jovens para concursos públicos de ingresso à escolas técnicas de nível médio,

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alguns dos alunos não sabiam a diferença entre ensino médio e ensino

superior, em consequência não sabiam a diferença, por exemplo, entre um

curso superior de Engenharia Civil de Edificações, que é o curso técnico da

área da Construção Civil geralmente cursado quem pretende cursar

Engenharia Civil no ensino superior. Isso significa, muito provavelmente, que

esses alunos não têm informações claras sobre as áreas que gostariam de

atuar.

Em relação à autoimagem, no geral, as meninas tenderam a ser mais

rígidas com elas mesmas do que os meninos. Quando foi perguntado o que

mais gostavam em si mesmos, dentre as respostas delas estavam, estavam:

“me apego muito rápido às pessoas”; “minha teimosia e orgulho”. Como se

fosse algo positivo. E outras duas não souberam responder. Eles foram mais

contidos e não deram respostas emotivas, foram mais objetivos: “sou

simpático”, outro se diz “honesto”, outro era “bom caráter”, somente um não

soube responder. Assim eles mostraram mais clareza nos pontos positivos de

suas personalidades.

Na questão oposta, ou seja, o que eles detestavam em suas

personalidades elas usaram disseram: “sou grosseira”; “preguiçosa”;

“impaciente”; “lerda”; “ciúme”; “arrogante”; etc.. Elas responderam também que

“duvidam da própria capacidade”; que percebem sua “falta de foco” e que “não

vê maldade nos outros”. Enquanto que os meninos foram menos rígidos e

usaram palavras como: “tímido”; “ingênuo”. “preguiçoso”; “teimoso”. Dois “não

sabiam” responder e outros não detestavam “nada”. Ou eles têm um bom nível

de autoconhecimento e autovalorização, ou não se conhecem mesmo, que

parece mais provável. No entanto, um deles demonstrou uma autocrítica

bastante rígida ao dizer que detestava a sua “a natureza corrupta”.

Para Carl Rogers, em seu livro “Psicoterapia Centrada no Cliente”, cujo

título é deveras sugestivo, a “aprendizagem significante combina o lógico e o

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intuitivo, o intelecto e os sentimentos, o conceito e a experiência, a ideia e o

significado. Quando aprendemos dessa maneira, somos integrais, utilizando

todas as nossas capacidades masculinas e femininas” (ROGERS, p.38, grifo

nosso.)

Sim, “somo integrais”, seres inteiros, completos, holísticos e não

subdivididos como um móvel cheio de gavetas. Somos um e dois ao mesmo

tempo. Precisamos ter essa visão integradora para que nossos alunos também

consigam se perceber assim, completos, perfeitos, mesmo que por ventura

tenham alguma limitação ou deficiência de qualquer ordem – física, motora,

mental, enfim. Somos perfeitos.

Dos 38 alunos, 27 alegaram não terem recebido ou pedido a ajuda de

ninguém na escolha do curso que farão no ensino médio. Isso não significa, no

entanto, que fizeram a escolha mais acertada, nem que já se decidiram por

algum curso; mas mostra certa autonomia/liberdade de escolha, que pode

demonstrar confiança e apoio por parte da família em relação a eles. E essa

autonomia significa que estão aprendendo sobre si mesmos e sobre o mundo

que querem construir.

Rogers (2010) resumiu alguns princípios da aprendizagem:

independência, criatividade e autonomia são facilitadas quando a autocrítica e

autoavaliação são privilegiadas em relação à avaliação feita por terceiros.

3.2. Técnicas e atividades de orientação vocacional

No processo de orientação vocacional o orientador segue uma estrutura

com itens determinados e que servirá de guia no decorrer do trabalho, como o

enquadre; a modalidade de trabalho; a entrevista Inicial; o delineamento e o

contrato. Em seguida, após a delimitação do perfil do orientando, o orientador

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estabelecerá uma estratégia de ação com as técnicas e atividades que mais se

encaixam ao orientando.

De acordo com Levenfus e Soares:

O papel das técnicas consiste, dentre outros, levantar dados, permitir elaborações, conduzir a uma tomada de consciência do orientando, tudo isso no intuito de facilitar o processo da escolha profissional do jovem. (2002, p. 295)

Todo e qualquer material que possibilite levantar informações a respeito

do orientando - sobre suas referências, características, aptidões, gostos,

preferências e inclinações - é importante para o processo de orientação:

questionários, entrevistas, complete as frases, debates sobre filmes e músicas,

a teatralização de situações e também os testes, como complementação do

levantamento de dados.

O livro de Lia Giacaglia, Atividades para Orientação Vocacional (2000)

tem diversas atividades que contribuem ricamente com o processo de

orientação:

Foi concebido de acordo com uma visão holística do processo, que leva em consideração a atuação de ajuda do orientador, a responsabilidade do orientando pela escolha, a visão dos pais ou responsáveis, bem como a realidade nacional. (Contra capa).

O livro conta com 53 atividades as quais abrangem diversas áreas da

vida do orientando, para que ele possa ter uma visão maior, melhor e mais

completa de si mesmo.

Abaixo segue uma proposta de orientação com alguns exemplos de

atividades:

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DADOS PESSOAIS

O objetivo dessa atividade é possibilitar ao orientando levantar dados

que fazem parte de sua vida para que ele tome consciência de seu lugar no

espaço, no tempo, dentro da organização social chamada família e da

sociedade; além de que, ele também inicie o seu processo de

autoconhecimento. Ao mesmo tempo em que o orientador começa a ter contato

com informações - sobre o ele (o orientando) - que possibilitem o

desenvolvimento de seu perfil social, psicológico, antropológico, para melhor

entendê-lo e orientá-lo.

1. Nome

2. Sexo

3. Data de nascimento

4. Nome dos pais

5. Endereço residencial

6. Telefones para contato

7. Há quanto tempo reside no local?

8. Se mudou, quando e por quê?

9. Vive com os pais? Se não, explique?

10. Qual endereço comercial dos seus pais?

11. Números de telefones comerciais dos pais

12. Qual o cargo que seu pai ocupa? E sua mãe?

13. Além de seus pais ou responsáveis, e eventuais irmãos, quem mais

mora em sua casa? Explique se temporária ou definitivamente

14. Você tem irmãos? Quantos?

15. Havendo irmãos, indique, na figura a seguir, a posição e o sexo de cada

um deles, em ordem decrescente de idade. Comece na primeira linha da figura,

da esquerda para direita, colocando no primeiro quadradinho M ou F conforme

o sexo do seu irmão mais velho, continuando com os demais quadradinhos

seguintes. Não se esqueça de colocar você escrevendo ‘’eu’’ no lugar

apropriado. (GIACAGLIA, 2000, pg.11)

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DIFERENCIAL SEMÂNTICO

A seguir, você verá uma lista contendo pares de adjetivos opostos. Entre

cada elemento do par há uma escala com números de 0 a 3. Examinando

cuidadosamente os elementos de cada par, sua tarefa consiste em tentar

localizar, na escala, o local mais próximo ao adjetivo que indique sua maneira

de ser.

1. Avalie-se, assinalando o valor da escala mais próximo ao adjetivo

correspondente à sua maneira de ser.

Exemplo: Se, no exemplo abaixo, você assinalou o 2, que está mais perto de

“moreno”, mas não totalmente perto, isso significa que você é moreno claro ou

mais moreno que loiro. LOIRO 0 1 2 3 MORENO

AGRESSIVO 0 1 2 3 NÃO-AGRESSIVO

SEGURO 0 1 2 3 INSEGURO

TRISTE 0 1 2 3 ALEGRE

CURIOSO 0 1 2 3 NÃO-CURIOSO

FELIZ 0 1 2 3 INFELIZ

INTROVERTIDO 0 1 2 3 EXTROVERTIDO

DEPENDENTE 0 1 2 3 INDEPENDENTE

PRÁTICO 0 1 2 3 TEÓRICO

FISICAMENTE RÁPIDO 0 1 2 3 FISICAMENTE LENTO

MENTALMENTE RÁPIDO 0 1 2 3 MENTALMENTE LENTO

TÍMIDO 0 1 2 3 NÃO-TÍMIDO

AVENTUREIRO 0 1 2 3 NÃO-AVENTUREIRO

MATURO 0 1 2 3 IMATURO

(GIACAGLIA, 2000, pg.33)

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INTERESSE PELAS DISCIPLINAS ESCOLARES

Delimitar as disciplinas das quais se tem interesse – simpatia, atenção.

É uma boa estratégia para identificar áreas com maior probabilidade de

sucesso na trilha da escolha da profissão a seguir.

A lista abaixo contém o nome de algumas disciplinas que você

pode estar estudando, ter estudado ou lido a respeito. Ao lado de cada

disciplina há um quadradinho onde você deve colocar um nota, de 0 a 5,

conforme o menor ou maior grau de interesse que você tenha em relação a

cada uma delas.

Se você nunca teve contato com nenhuma delas faça um ‘’X’’ no

local correspondente. Ao dar as notas, não considere se você tem facilidade ou

não para essas disciplinas nem se gosta ou não dos respectivos professores.

Considere apenas o seu grau de interesse ou gosto em relação ao conteúdo

delas.

Gramática Língua Portuguesa

Literatura Brasileira Literatura Portuguesa

Redação Inglês

Francês Espanhol

Alemão Italiano

Álgebra Aritmética

Trigonometria Geometria

Desenho Geométrico Física

Química Orgânica Química Inorgânica

Botânica Anatomia

Ciências Físicas e Naturais Ecologia

Fisiologia Zoologia

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História Geral História do Brasil

História da América Geografia Geral

Geografia do Brasil Sociologia

Filosofia Religião

Psicologia Música

Pintura Trabalhos Manuais

Educação Física Computação

Natação Balé

Judô Artes

Outros Esportes Teatro

__________________ Outras Aulas

__________________ _________________

__________________ _________________

Transcreva abaixo as disciplinas em que você se atribuiu menos que 7,

começando por aquela em que você se atribuiu a menor nota. Explique, para

cada disciplina, a que você atribui o fato de não gostar delas (exemplo: não

gosta do assunto, não teve professores bons, não gosta das atividades

envolvidas, não tem paciência etc.).

DISCIPLINAS MOTIVOS

_____________________________

_____________________________

_____________________________

_____________________________

_____________________________

_____________________________

_____________________________

_____________________________

_____________________________

_____________________________

_____________________________

_____________________________

_____________________________

_____________________________

_____________________________

_____________________________

(GIACAGLIA, 2000, pg.73)

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Ao final do processo de orientação, o orientador terá em mãos

informações a respeito do orientando, ou do grupo de orientandos que nada

mais é do que a conclusão do trabalho. É o momento da devolução, que pode

ser feito através de laudo ou de entrevista, é o modo como a análise desses

dados será repassada ao cliente.

O orientador deve ter o cuidado de não rotular o cliente, de não definir

uma única opção, ou restringir muito as opções de escolha das profissões.

Além de não expor a intimidade do(s) cliente(s) na presença de pessoas

alheias ao processo ou no caso de a devolução seja feita em grupo.

No laudo, o orientador deve mostrar ao cliente as áreas de interesse que

seu cliente possui e que possibilita o seu direcionamento a diferentes carreiras.

Dentro desse grupo de carreiras delimitado ele poderá escolher a sua

preferência de forma mais segura, consciente e madura. O laudo deve conter

dados, como: identificação do orientando, identificação do orientador, a

demanda, o procedimento adotado, análise e conclusão.

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CONCLUSÃO

O autoconhecimento é o caminho mais seguro para qualquer tipo decisão

que alguém precise tomar na vida, seja ela a escolha do curso técnico em nível

médio, outra carreira, ou mesmo na vida particular.

Nesse trabalho, analisamos uma turma de 9º ano do ensino fundamental e

pudemos observar que os alunos, na sua maioria, não se conhecem e também

não possuem informações sólidas referentes aos cursos que pretendem

escolher.

A orientação vocacional seria de grande valia para esses alunos. Entrar em

contato com os pontos fracos, entender o porquê deles e desenvolvê-los, além

de aprimorar ainda mais os pontos fortes dá um ânimo a mais a qualquer

pessoa, ainda mais em adolescentes, que precisam se auto-afirmar e se

sentirem seguros nesse momento da vida de grandes mudanças.

Há muito trabalho a ser feito, muita pesquisa e experimentos a serem

realizados para que possamos desenvolver uma proposta teórica voltada para

a realidade das escolas brasileiras.

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ANEXO: QUESTIONÁRIO

1. VOCÊ É: ( ) Menino ( ) Menina 2. QUAL SUA IDADE? ( ) 11 ( ) 12 ( ) 13 ( ) 14 ( ) 15 ( ) 16 3. QUAL É O GRAU DE ESCOLARIDADE DE SUA MÃE? ( ) Nunca Estudou ( ) Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio ( ) Ensino Superior 4. QUAL É O GRAU DE ESCOLARIDADE DO SEU PAI? ( ) Nunca Estudou ( ) Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio ( ) Ensino Superior 5. O QUE VOCÊ MAIS GOSTA DE FAZER PARA SE DIVERTIR? 6. O QUE MAIS GOSTA EM VOCÊ (PERSONALIDADE)? 7. O QUE DETESTA EM VOCÊ (PERSONALIDADE)? ______________________________________________________________ 8. EM QUAL DAS ÁREAS ABAIXO VOCÊ QUER TRABALHAR? ( ) Humana ( ) Exata ( ) Social ( ) Médica/Saúde ( ) Biológica ( ) Tecnológica ( ) Industrial ( ) Militar ( ) Gastronômica 9. QUAL CURSO VOCÊ PRETENDE ESTUDAR NO ENSINO MÉDIO? ______________________________________________________________ 10. VOCÊ PRECISOU DE AJUDA PARA ESCOLHER O CURSO? ( ) Sim ( )Não QUEM TE AJUDOU A ESCOLHER? _____________________

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

AGUIAR, Mara Araújo e TUPINAMBÁ, Antonio C. R. Orientação vocacional na Clínica Escola de Psicologia: Um estudo exploratório. Disponível em: http://www.pedagobrasil.com.br/psicologia/orientacaovocacional.htm

BRASIL. Ministério da Educação; Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. (1996). Brasília: MEC/LDB, 1996.

CURY, Augusto. O código da inteligência: a formação de mentes brilhantes e a busca pela excelência emocional e profissional. Rio de Janeiro: Thomas Nelson/Ediouro, 2008.

FERREIRA, Aurélio B. de H. Aurélio: o dicionário da Língua Portuguesa – Revisado conforme acordo ortográfico. Curitiba: Ed. Positivo, 2008.

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GARCIA, Maria L. D. O papel da família no processo de escolha profissional. Disponível em: http://www.colmeia.org.br/v2/downloads_ciclos/CIEE%20-%20Maria%20Luiza.pdf

GIACAGLIA, Lia R. Angelini. Atividades para orientação vocacional. São Paulo: Pioneira, 2000.

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MELLO, Fernando Achilles F. O desafio da escolha profissional. Campinas: Papirus, 2002. In.: RAMOS, Fernanda & MELO, Narcisa. Apud: Apostila Orientação Vocacional, do Curso Orientação Educacional. AVM, Rio de Janeiro: 2010.

PARSONS, Frank. Choosing a Vocation. Boston, 1909. Disponível em: https://archive.org/stream/choosingavocati00parsgoog/choosingavocati00parsgoog_djvu.txt

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Portal Brasil. Enem é porta de entrada para universidades e programas do governo. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/educacao/2014/05/enem-e-porta-de-entrada-para-universidades-e-programas-do-governo

RAMOS, Fernanda & MELO, Narcisa. Orientação Vocacional. Apud: Apostila do Curso de Pós-Graduação em Orientação Educacional à Distância. Rio de Janeiro: AVM, 2009.

RIBEIRO, Paulo Silvino. A sociedade estamental: as funções de cada estamento. Disponível em: http://www.brasilescola.com/sociologia/a-sociedade-estamental-as-funcoes-cada-estamento.htm.

ROGERS, Carl R. Psicoterapia centrada no cliente. Fred Zimring. Tradução e organização: Marco Antônio Lorieri. Recife: Fundação Joaquim Nabuco/Editora Massangana, 2010.

_______________. Tornar-se pessoa. Fundamental para quem quer aprofundar o seu caminho de vida!São Paulo: Livraria Martins Fonte, 1990.

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WEBGRAFIA

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