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A PALESTRA PÚBLICA ESPÍRITA

E

O EXPOSITOR ESPÍRITA

Florianópolis, 4ª edição.

Junho, 2016.

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Ide e pregai a palavra divina.

(O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XX, item 4, Missão dos Espíritas)

Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para

promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem.

(Paulo, Efésios, 4:29)

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APRESENTAÇÃO

Objetiva o presente material subsidiar a capacitação de novos expositores da

Doutrina Espírita.

Ele traz os assuntos em linguagem simples e acessível, visando facilitar o

entendimento daqueles que ainda não iniciaram a atividade de falar em público ou que nela

são novatos.

Preliminarmente, são propostas algumas reflexões em torno da função do expositor

espírita, dos objetivos e benefícios da palestra pública espírita e das características

desejáveis do expositor, para em seguida se tratar da estrutura e elaboração da palestra

espírita, de recomendações sobre a apresentação em público e da avaliação de

desempenho.

Embora de nível básico, este material é também um roteiro para elaborar e

apresentar com êxito uma palestra espírita, especialmente pelos iniciantes na arte de falar

em público e ao público.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 5

OBJETIVOS DA PALESTRA ESPÍRITA E FUNÇÃO DO EXPOSITOR 6

BENEFÍCIOS DA PALESTRA ESPÍRITA 6

CARACTERÍSTICAS DESEJÁVEIS DO EXPOSITOR ESPÍRITA 7

ESTRUTURA DA PALESTRA 9

ELABORAÇÃO DA PALESTRA 10

RECOMENDAÇÕES 12

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO 16

MENSAGENS FINAIS 17

CONCLUSÃO 21

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 22

REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS 22

ANEXO 23

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INTRODUÇÃO

Falar na Tribuna Espírita é algo de responsabilidade. Aquele que ocupa a Tribuna Espírita fala em nome do Espiritismo, e tudo o que for dito gerará crédito ou descrédito para com a Doutrina.

Diversas pessoas que adentram o centro espírita chegam movidas pela curiosidade, porque viram um filme de temática espiritualista ou espírita, leram um livro, revista ou mensagem avulsa, ou alguém lhes falou da fenomenologia mediúnica. Outras, estão sofridas, necessitando ouvir alguma coisa que as oriente e ajude a amenizar seus dissabores. Há também aquelas em desequilíbrio, procurando auxílio urgente para uma possível recuperação. Por diversos motivos, outras procuram o Espiritismo.

Em razão disso, é comum encontrarmos na palestra pública na Casa Espírita um público bastante heterogêneo, formado por aqueles tipos de pessoas, somados aos frequentadores habituais.

Por meio da palavra falada, tem o expositor espírita a oportunidade de ofertar esclarecimento e consolação ao público diversificado que o ouvirá, de promover a verdade que ilumina e liberta, participando, dessa forma, da grande obra de difusão do Espiritismo.

Preparar-se adequadamente para tal mister é condição indispensável para uma atuação exitosa.

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OBJETIVOS DA PALESTRA ESPÍRITA E FUNÇÃO DO EXPOSITOR

O objetivo geral da palestra pública, alinhado à finalidade essencial da instituição

espírita, é o de divulgar a Doutrina Espírita. A Casa espírita engloba diversas áreas de atuação.

Todas elas direcionadas para o cumprimento daquela finalidade fundamental, utilizando para

isso diversos meios.

O expositor espírita, por conseguinte, tem a função de realizar a pregação e está

investido da responsabilidade de ser fiel aos princípios doutrinários espíritas, de passar os

ensinos que os Espíritos ministraram a partir das obras da Codificação Kardequiana.

Como objetivos específicos, inclusive elucidados pela Federação Espírita Brasileira – FEB

no Opúsculo Orientação ao Centro Espírita, temos o esclarecimento e o consolo, requisitos que

toda palestra espírita deve contemplar. Além desses, cabe também considerar o estímulo,

relacionando o conteúdo com o cotidiano das pessoas, trazendo exemplos e fazendo conexões

do tema com ações do dia a dia.

Desse modo, quando da elaboração de uma palestra espírita, o expositor terá em mente

os objetivos de esclarecer, consolar e estimular a mudança comportamental das pessoas.

BENEFÍCIOS DA PALESTRA ESPÍRITA 1. Para o expositor

Tem o expositor espírita, por meio da palestra, a oportunidade de participar ativamente

da Seara do Cristo como instrumento de difusão da Boa-Nova, cultivando a esperança e o amor

nos corações que o escutam e compartilhando a mensagem que esclarece e orienta, edifica e

liberta.

Como estudioso, terá também a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos

acerca da Doutrina dos Espíritos e de outras áreas do saber, o que lhe propiciará maiores

subsídios para efetuar seu processo evolutivo.

Realizando a exposição oral, também se exercita na técnica de verbalização do

conhecimento, desenvolvendo suas habilidades.

2. Para o público assistente

Se o expositor preparou adequadamente sua palestra, atento aos objetivos vistos no

capítulo anterior, seu trabalho tem todas as chances de atender às necessidades gerais do

público que o assistirá.

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3. Para a Casa Espírita

Ao lado das outras atividades existentes na instituição, a palestra pública contribui para

que o centro espírita cumpra sua função básica de difusão do Espiritismo.

Também devemos lembrar da atuação da Espiritualidade Superior no momento da

palestra, realizando muitos procedimentos para nós ainda desconhecidos, mas que auxiliam os

assistentes em suas necessidades, muitas das quais não conhecidas pelos trabalhadores

encarnados.

4. Para o Espiritismo

A palestra pública é um meio de a mensagem espírita chegar simultaneamente a um

número maior de pessoas.

Não é só na instituição espírita que o expositor poderá atuar. Poderá também ser

convidado a palestrar em locais diversos, prestar entrevistas etc. Tudo isso contribuirá para a

difusão do Espiritismo.

CARACTERÍSTICAS DESEJÁVEIS DO EXPOSITOR ESPÍRITA 1. Conhecimento e vivência do Espiritismo

O conhecimento doutrinário é base de sustentação do expositor espírita para elaborar

suas palestras e ter segurança e tranquilidade na hora da exposição.

O convite permanente a todo espírita é de transformar sua vida para melhor,

minimizando suas imperfeições. Se o expositor tem conhecimento aliado ao trabalho de

autoiluminação, sua mensagem terá mais autenticidade e, por conseguinte, o poder de tocar

não só as mentes, mas também os corações das pessoas.

Daí podemos entender um pouco sobre as características da palavra perfeitamente

esclarecedora e libertadora de Jesus, que conduzia o raciocínio e falava também ao coração:

“Vim para que tenham vida, e vida em abundância”.

2. Estudo contínuo

Ter acumulado uma gama de conhecimentos não dispensa o expositor de continuar

estudando, não só pelo caráter progressiva da Doutrina Espírita, mas porque aos poucos é que

vamos internalizando as verdades que ela ensina e tornando-as uma realidade em nosso Ser,

não apenas um saber.

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3. Comprometimento

O comprometimento engloba a responsabilidade do expositor em:

a) Planejar e preparar a sua palestra: nada mais frustrante para um público ávido

de esclarecimento, consolo e estímulo do que uma palestra morna, sem encadeamento lógico

das idéias, sem tema definido, em que se fala de uma série de assuntos sem se desenvolver

nenhum, em que se contam várias estórias para preencher o tempo e cumprir o horário.

b) Conhecer o lugar onde realizará a exposição: tamanho do auditório, endereço da

instituição e como chegar lá se não a conhece.

c) Conhecer características gerais do público que o assistirá: sua faixa etária, nível

cultural etc.

d) Ser pontual: chegar ao local da palestra com antecedência mínima de 10

minutos. Se for usar equipamentos, esse tempo será maior, pelo menos de 30 minutos, para

que possa verificar a instalação e testá-los com tranquilidade.

e) Respeitar o tema estabelecido pela instituição: elaborar a palestra com base no tema solicitado por quem o convidou, pois ele integra um tema central, promove a divulgação de campanhas ou ressalta datas significativas para o Movimento Espírita ou para a sociedade. Além disso, é comum as Searas Espíritas divulgarem antecipadamente suas escalas de palestras, contendo os nomes dos expositores, os temas e datas em que acontecerão.

f) Respeitar o tempo destinado à palestra.

4. Humildade

Cuidar para que o orgulho e a empáfia não tomem conta do seu Ser.

Independentemente do nível de conhecimento que possua do Espiritismo, sabe que não

atua sozinho, pois a assistência espiritual é algo natural e consciente no trabalho espírita.

Cultivando a humildade, o expositor espírita falará somente do que sabe e não

discorrerá sobre assuntos que não conhece. Também não se enganará imaginando que o

mérito do trabalho é só seu, instrumento material de manifestação da palavra divina.

5. Ser dotado de técnicas básicas de apresentação em público

Que o interessado em falar em público e ao público conheça técnicas básicas para

realizar bem essa tarefa: inflexão e volume da voz, boa pronúncia, postura diante do público,

uso do microfone e interação com a platéia. Trataremos delas no capítulo Recomendações,

após estudarmos a estrutura e elaboração da palestra.

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ESTRUTURA DA PALESTRA

1. INTRODUÇÃO OU EXÓRDIO (INÍCIO)

Esta primeira etapa serve para quebrar o gelo entre o expositor e a platéia, informá-la

sobre o assunto que será tratado e captar-lhe a simpatia e o interesse para acompanhar a

exposição.

Duração: aproximadamente 10% do tempo total da palestra, não ultrapassando 10

minutos.

Informações a serem abordadas nesta etapa:

a) Saudação.

b) Apresentação: caso alguém da instituição espírita não o tenha feito, realize a

apresentação de si mesmo: seu nome, a Casa Espírita de procedência, bairro e cidade onde ela

se localiza.

As informações atinentes à instituição espírita de procedência servem também para que

o público tenha notícia de outras Casas Espíritas da região, sobretudo para indicar a outras

pessoas. Essa medida também corrobora para a divulgação do Movimento Espírita regional.

c) Informar sobre o que vai tratar na palestra e trazer ideias iniciais sobre o

assunto.

2. DESENVOLVIMENTO OU EXPLANAÇÃO DO CONTEÚDO (MEIO)

A etapa do desenvolvimento é a principal da palestra, visto que nela o expositor

discorrerá sobre o assunto que preparou, apresentando argumentos lógicos, na linguagem mais

clara e objetiva possível.

Poderá conter também ilustração ou narrativa (conto, estória, história) relacionada ao

assunto abordado. As narrativas auxiliam no entendimento do conteúdo ministrado. Jesus fez

uso de muitas narrativas para facilitar o entendimento dos expectadores, sobretudo as

parábolas.

Duração: de 80 a 85% do tempo total da palestra.

3. CONCLUSÃO OU PERORAÇÃO (FIM)

É a etapa de fechamento da palestra, na qual se faz uma recapitulação da essência do

conteúdo trabalhado antes, enfatizando-se pontos que o expositor julgar relevantes, de modo

a estimular o público a fixar as principais ideias apresentadas.

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Lembrar de mencionar as bibliografias usadas na pesquisa. Essa prática auxilia na

divulgação da literatura espírita, dá fundamentação ao que foi dito e serve também como

estímulo aos interlocutores para lerem e instruírem-se mais. Pode também ser feita na

introdução, mas se adequa melhor à conclusão pelo fato de o público já ter ouvido

determinado assunto e estar mais interessado e receptivo a indicações literárias.

Duração: aproximadamente 5% do tempo total da palestra, ou em torno de 5 minutos.

ELABORAÇÃO DA PALESTRA

ETAPAS:

1. Conhecer as características gerais do público que lhe assistirá: para preparar o assunto

segundo as necessidades gerais dele.

2. Sintonizar com a Espiritualidade Superior: por meio da prece, solicitamos auxílio e

inspiração para a tarefa a realizar, de modo que possamos cumprir dignamente o papel

de divulgadores do Espiritismo.

3. Delimitar o tema, se necessário: selecionar, no universo do tema, a parte ou as partes

que tratará na doutrinária.

4. Estabelecer o objetivo relacionado ao subtema escolhido. Exemplo: dentro do assunto

reencarnação, escolheu-se trabalhar “união da alma ao corpo”; objetivo: esclarecer

como se dá a união da alma ao corpo; outro subtema: justiça da reencarnação; objetivo:

persuadir acerca da justiça divina mediante o processo da reencarnação.

5. Pesquisar sobre o tema: para conhecê-lo ou relembrá-lo.

Pesquisar em livros e periódicos reconhecidamente espíritas e também renomados.

A primeira e essencial fonte de pesquisa bibliográfica para o expositor espírita consiste

nas obras da Codificação Kardequiana. O denominado Pentateuco Espírita, constituído pelas

obras: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o

Inferno e A Gênese, é a base fundamental da Doutrina elaborada pelos Espíritos Superiores

responsáveis pelo advento da Terceira Revelação.

Alem dessas, integram a obra de Allan Kardec os livros O que é o Espiritismo e Obras

Póstumas, a Revista Espírita (em 12 volumes) e outras publicações como: O Principiante

Espírita, O Espiritismo na sua mais Simples Expressão, Obsessão, e Viagem Espírita de 1862.

Depois das fontes kardequianas, citamos autores clássicos como: Léon Denis, Gabriel

Delanne, Camille Flammarion e Ernesto Bozzano. E as obras de Chico Xavier, Ivone do Amaral

Pereira, Divaldo Pereira Franco e José Raul Teixeira.

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Bibliografias não espíritas também devem ser lidas pelo expositor. Na palestra espírita,

no entanto, devem ser abordadas com cuidado, como exemplos de dissonância ou

concordância com da Doutrina Espírita. Servem também para ilustrar e enriquecer o conteúdo

apresentado. Exemplo: se a palestra versar sobre a Pedagogia Espírita, pode-se fazer

comparações com outros ramos da Pedagogia, apresentando semelhanças e diferenças.

Atualmente há muito material disponível em mídia eletrônica, como CDs e DVDs, além

do que é veiculado pela internet.

O expositor também pode fazer uso de índices temáticos, como a obra O Espiritismo de

A a Z, da Federação Espírita Brasileira, e o Vade Mecum Espírita, também disponíveis na

internet, que lhe auxiliarão na pesquisa bibliográfica do assunto desejado.

Exercício

Pesquisar em O Evangelho Segundo o Espiritismo um dos temas abaixo, delimitá-lo e

redigir o objetivo da palestra.

Perdão;

Aflições;

Prece.

6. Esboçar a palestra: definir os tópicos que serão desenvolvidos - dois ou três já são

suficientes.

7. Desenvolver os tópicos escolhidos: discorrer sobre cada tópico, elaborando os

argumentos a favor das idéias que apresentará.

Para auxiliar, faça perguntas a si mesmo sobre o assunto; coloque-se no lugar das

pessoas que lhe ouvirão e imagine o que elas gostariam de saber. Anote todas as idéias que

surgirem. Pesquise mais profundamente sobre os tópicos escolhidos.

Encadeie as idéias de forma lógica, numa sequência que seja fácil de o ouvinte

entender.

Procure não redigir a palestra, como a falaria. Entretanto, se redigi-la a título de

exercício para se sentir mais seguro, não a leia para o público, pois isso torna a apresentação

monótona e desinteressante.

8. Elaborar a Introdução: embora seja a primeira parte da palestra, recomenda-se seja

elaborada somente após a etapa do Desenvolvimento, visto que o expositor já terá

clareza do que irá falar.

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9. Elaborar a Conclusão: criada também após o desenvolvimento do conteúdo,

recapitulará a a essência do que foi dito antes, destacando-se os pontos principais que

deseja que o público grave. Pode ser usada uma frase de efeito para atender a esse

propósito, com vista a marcar as idéias essenciais da doutrinária.

10. Definir os recursos audiovisuais que utilizará: quadro de giz, quadro branco, cartaz,

flipchart, retroprojetor, projetor multimídia etc.

11. Elaborar o sumário (modelo no Anexo), o qual conterá o roteiro do que irá falar.

Poderá levar consigo como material de apoio para o momento da palestra tanto o

sumário como o esboço ou citações e anotações que queira comentar ou ler. Importante levar

esse material de apoio, mesmo que programe o uso de recursos audiovisuais, pois esses

recursos podem não funcionar.

RECOMENDAÇÕES

Enfrente o medo de falar em público.

Este é um desafio que perdura para diversos veteranos em falar em público.

Até Reinaldo Polito, especialista em ministrar cursos de exposição verbal há vários anos,

informa que até hoje sente aquele frio na barriga quando vai iniciar uma apresentação.

Comece por temas evangélicos.

Para o expositor iniciante, é mais fácil abordar temas evangélicos, que falam

diretamente ao coração das pessoas e tratam do dia a dia no que concerne à reforma íntima.

Participe de grupos de estudo da Doutrina Espírita.

Estar integrado num grupo de estudo regular do Espiritismo, especialmente na condição

de monitor, possibilita ao expositor desenvolver suas habilidades de falar em público, uma vez

que estará num círculo reduzido de pessoas, companheiras das lides de aprendizado da

Doutrina Espírita, o que lhe favorecerá a desinibição.

Planeje bem suas apresentações.

A dedicação do expositor para apresentar ao público um assunto devidamente

preparado, denota consideração para com ele. Não é razoável que uma palestra agendada

antecipadamente seja feita de improviso.

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Seja você mesmo.

Não tente imitar ninguém. Somos únicos e com potencial enorme a ser desenvolvido.

Cada um tem seu brilho. Uns tem mais carisma do que outros, mas isso não é o mais

importante. Faça o melhor que puder, do seu jeito, com o seu modo de ser e de se expressar.

Podemos ter alguns oradores de renome que nos inspirem a realizar um trabalho de qualidade,

mas devemos firmar e manter nossa personalidade.

Cuide da sua aparência.

A nossa aparência é nosso cartão de visita. Adequar o traje conforme o ambiente a que

comparecerá (formal ou informal), evitando chamar a atenção com roupas e adereços. Cuidar

da higiene pessoal.

Não peça desculpas desnecessárias.

Não peça desculpas por não estar se sentindo bem fisicamente, mas ainda assim ter

vindo cumprir seu compromisso de palestra, pela sua voz estar meio rouca etc. Você chamará a

atenção desnecessariamente para esses aspectos, que passarão a ser observados pelos

ouvintes, desviando a atenção do conteúdo explanado.

Também não peça desculpas por não conhecer ou não dominar um assunto. Se não

conhece, não fale dele, e, principalmente, não responda perguntas a respeito. Lembre-se que

está falando em nome da Causa Espírita.

Se acontecer de chegar atrasado à palestra, é natural pedir desculpas por isso ao

público, se ainda for convidado a falar, e também aos dirigentes da instituição/atividade.

Olhe para os ouvintes.

A comunicação visual tem a finalidade de valorizar a platéia e verificar como está a

atenção e o interesse dos assistentes. Percebendo algum desinteresse, discordância ou

dificuldade de entendimento, modifique sua atitude e procure adequar a mensagem visando

reconquistar o público.

Fale corretamente, pronuncie bem as palavras e seja natural.

Procure falar da maneira mais correta que puder. Expressar-se corretamente no idioma

que estiver utilizando, favorecerá a compreensão dos ouvintes e também despertará maior

confiança diante do que está sendo apresentado. Entretanto, seja natural. Procure conhecer

regras gramaticais, de concordância e regência, e outros aspectos da Língua Portuguesa

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principalmente. Mas lembre que isso é forma. Se o conteúdo for fraco, uma bela forma não

será suficiente para preencher a lacuna. Portanto, respire e seja natural. Um escorregão ou

outro na Língua, não tira o mérito da mensagem que foi bem preparada e cujo teor o expositor

procura vivenciar.

Alguns exercícios para melhorar a pronúncia são: ler em voz alta e falar com um

obstáculo na boca, como o dedo indicador por exemplo, dobrado de modo que a mão fique

voltada para fora.

Esteja atento ao volume ideal da voz.

Faça uma avaliação do ambiente, quando chegar no local da sua palestra. O tamanho do

auditório, a acústica, a disponibilidade de microfone, a distância em que se encontram os

últimos ouvintes, e outros fatores que possam influenciar na sua fala.

Adapte o volume da sua voz, de maneira que seja ouvida claramente. Para isso, procure

falar um pouco mais alto do que seria suficiente para todos escutarem você.

Observe o uso correto do microfone.

Distanciar o microfone aproximadamente 10cm (um palmo) da boca. Ao virar para os

lados, manter a boca sempre na direção do microfone. Evitar a microfonia. Cuidado também

para não bater ou esbarrar no microfone, causando barulho; evitar a respiração ofegante, tosse

ou qualquer outro som estranho próximo do aparelho.

Cuidado com o vocabulário rebuscado.

Considerando que o público da palestra pública espírita é geralmente heterogêneo,

cuide para que sua expressão envolva a todos.

Se usar palavras “difíceis”, use também sinônimos, para se fazer entender por aqueles

que não conheçam tais vocábulos.

Use “nós” em vez de “vocês”.

Fazendo uso do “nós”, o expositor estará se incluindo nas orientações e sugestões que

esteja trazendo na palestra. Ao contrário, se usar “vocês”, estará se excluindo, dando a

impressão de que ele é sabedor e cumpridor de tudo o que falou e os demais não.

Quando utilizamos o “nós” angariamos a simpatia dos ouvintes, colocando-nos também

na condição de aprendizes.

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Elimine expressões e gestos impróprios.

Pois isso pode causar desatenção e desinteresse do público, tornando a palestra

maçante e desagradável.

Quando expressamos nosso pensamento com o uso inadequado do idioma às vezes ele

sai truncado, contaminado de expressões que dificultam a compreensão.

O uso de palavras vulgares prejudica nossa imagem e compromete nossa credibilidade,

bem como da Doutrina que abraçamos. Desse rol fazem parte também as gírias.

Outros exemplos de expressões que contaminam a comunicação oral são: né, ãããããã,

éééééé, tá, ok, entende, percebe, tá entendendo?, não é verdade?

Trejeitos dizem respeito à nossa expressão corporal. São exemplos: ficar com as mãos

nos bolsos, arrumar o cabelo reiteradas vezes, ficar puxando as calças cima, fungar

excessivamente.

O primeiro passo para erradicá-los ou pelo menos reduzi-los, é tomar consciência do

uso deles. Para nos ajudar nesse sentido, podemos gravar algumas conversas informais e

também as palestras, para verificar como anda nossa expressão nesse quesito.

Os gestos são grandes meios de comunicação. Aprender a gesticular adequadamente,

dando emoção às palavras, e evitar gestos inconvenientes, são desafios para o expositor.

Não decore nem leia a palestra.

Confie em si mesmo e na assistência espiritual benévola. Se estudou o assunto e

preparou devidamente a exposição, isso lhe propiciará segurança, não necessitando que você

escreva a palestra, imaginando tudo e como falaria, nem que a decore. Utilize o material de

apoio para consulta e leitura de citações ou trechos que você redigiu, se for necessário.

Se der branco na hora da palestra?

Você está falando e de repente esquece completamente do que pretendia transmitir,

perde a linha de raciocínio. Não se desespere! O desespero é um veneno que irá lhe bloquear e

pressionar e será mais difícil encontrar uma saída.

Se não conseguir se lembrar da informação, repita a última frase dita, como se estivesse

enfatizando aquela parte da mensagem. É provável que ao chegar no ponto em que houve o

branco, consiga seguir naturalmente na abordagem do conteúdo.

Se essa estratégia não der certo, use a expressão de socorro: “na verdade o que eu

queria dizer é...”. Usando essa expressão, você estará obrigado a expor o assunto sob outro

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ângulo, e o pensamento se reorganiza.

Caso nem esta opção funcione, diga ao público que mais adiante retomará aquele

ponto, e passe imediatamente a outro tópico.

Quando tiver que improvisar...

Isso é exceção mesmo! Improviso é a última alternativa para o expositor responsável.

Um exemplo: o expositor escalado não veio, o substituto também não está, nem

tampouco algum dirigente da Casa em condições de fazer a palestra. Você é a única ou última

opção disponível. O que fará?

Faça inicialmente a sintonia silenciosa com os amigos espirituais, pedindo auxílio.

Abra aleatoriamente O Livro dos Espíritos, ou escolha nele um assunto que você tenha

mais conhecimento. Leia antecipadamente as questões e reflita a respeito. Se não der tempo,

iniciada a palestra, leia para o público cada questão e sua respectiva resposta, comentando-as

em seguida, se puder, se não, passe à questão seguinte.

A obra O Evangelho Segundo o Espiritismo também pode ser usada, lendo-se um ou

alguns parágrafos, seguidos de explanação.

Além desses, livros com mensagens edificantes também podem ser utilizados, a

exemplo de obras de Emmanuel, psicografadas por Chico Xavier, como Pão Nosso, Vinha de Luz

e Fonte Viva, dentre outros.

Teste antes e no local os equipamentos que utilizará na palestra.

Isso evita contratempos na hora da palestra e demonstra organização e consideração

para com a instituição e o público.

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

A autoavaliação é uma prática que auxilia o expositor no aperfeiçoamento do seu

trabalho. Reflexionar após cada palestra acerca de como foi sua atuação.

Perguntas como as abaixo podem ser respondidas:

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Falei com entusiasmo e convicção?

Utilizei quais recursos para que os ouvintes apreendessem o conteúdo?

Consegui provocar reflexões nos ouvintes?

Minha palestra esclareceu, consolou e estimulou?

Os ouvintes estavam atentos e interessados durante a exposição ou sonolentos e dispersos?

Citei que autores?

Incentivei os assistentes ao estudo e à pesquisa?

Indiquei livros? Revistas? Filmes?

Outro auxílio nesse sentido é solicitar a avaliação de outras pessoas sobre nosso

desempenho, pedindo que indiquem pontos que constataram possam ser melhorados.

MENSAGENS FINAIS

DO LIVRO CONDUTA ESPÍRITA, pelo E. André Luiz, Cap. 14 - Na Tribuna.

Palestrar com naturalidade, governando as próprias emoções, sem azedume, sem nervosismo e sem momices, fugindo de prelecionar mais que o tempo indicado no horário previsto. A palavra revela o equilíbrio.

* Calar qualquer propósito de destaque, silenciando exibições de conhecimentos, e ajustar-se à Inspiração Superior, comentando as lições sem fugir ao assunto em pauta, usando simplicidade e precatando-se contra a formação da dúvida nos ouvintes. Cada pregação deve harmonizar-se com o entendimento do auditório.

*

Respeitando pessoas e instituições nos comentários e nas referências, nunca estabelecer paralelos ou confrontos suscetíveis de humilhar ou ferir. Verbo sem disciplina gera males sem conta.

* Sustentar a dignidade espírita diante das assembléias, abstendo-se de historietas impróprias ou anedotas reprováveis.

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O orador é responsável pelas imagens mentais que plasme nas mentes que o ouvem.

* Nas conversações, não se reportar abusiva e intempestivamente a fatos e estudos doutrinários de entendimento difícil, devendo selecionar oportunidades, quanto a pessoas e ambientes, para tratar de temas delicados. A irreflexão é também falta de caridade.

* Manter-se inalterável durante a alocução, à face de qualquer situação imprevista. Os momentos delicados desenvolvem a nossa capacidade de auxiliar.

* Procurar abolir, em suas palestras, os vocábulos impróprios, as expressões pejorativas e os termos da gíria das ruas. O culto da caridade inclui a palavra em todas as suas aplicações.

* Sempre que possível, preferir o uso de verbos e pronomes na primeira pessoa do plural, ao invés da primeira pessoa do singular, a fim de que não se isole da condição dos companheiros naturais do aprendizado, com quem distribui avisos e exortações. Somos todos necessitados de regeneração e de luz.

DO LIVRO ESTUDE E VIVA, pelo E. André Luiz, Cap. 37, Algumas Atitudes que o Orador Espírita

Deve Evitar.

Falar sem antes buscar a inspiração dos Bons Espíritos pelos recursos da prece.

Desprezar as necessidades dos circunstantes.

Empregar conceitos pejorativos, denotando desrespeito ante a condição dos ouvintes.

Introduzir azedume e reclamações pessoais nas exposições doutrinárias.

Atacar as crenças alheias, conquanto se veja na obrigação de cultivar a fé raciocinada, sem endosso a ritos e preconceitos.

Esquecer as carências e as condições da comunidade a que se dirige.

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Censurar levianamente as faltas do povo e desconhecer o impositivo de a elas se referir, quando necessário, a fim de corrigi-las com bondade e entendimento.

Situar-se em plano superior como quem se dirige do alto para baixo.

Adotar teatralidade ou sensacionalismo.

Veicular consolo em bases de mentira ou injúria, em nome da verdade.

Ignorar que os incrédulos ou os adventícios do auditório são irmãos igualmente necessitados de compreensão quais nós mesmos.

Fugir da simplicidade.

Colocar frases brilhantes e inúteis acima da sinceridade e da lógica.

Nunca encontrar tempo para estudar de modo a renovar-se com o objetivo de melhor ajudar aos que ouvem.

Ensinar querendo aplausos e vantagens para si, esquecendo-se do esclarecimento e da caridade que deve aos companheiros.

<<Ide e pregai o Reino de Deus>>, conclamou-nos o Cristo. E o Espiritismo, que revive o Evangelho do Senhor, nos ensina como pregar a fim de que a palavra não se faça vazia e a fé não seja vã.

DECÁLOGO DO PALESTRANTE ESPÍRITA, por Alkíndar de Oliveira.

I) O expositor espírita não pode transferir aos mentores espirituais o esforço e o preparo que lhe

cabem;

II) O expositor espírita deve, de preferência, dedicar diariamente parte do seu tempo para:

– ler bons livros; – meditar; – fazer elaborações mentais; – tirar conclusões; – coletar frases e textos que sirvam como futuras fontes de referência ou de inspirações às suas palestras;

III) O expositor espírita deve se preocupar em ter exemplar conduta e esmerar-se por colocar em

prática o que prega;

IV) O expositor espírita deve:

– conscientizar-se que mesmo sendo imperfeito e vacilante, em relação à sua evolução moral e espiritual, a Doutrina Espírita necessita de sua pregação; – entender que o pouco que está fazendo em prol da Doutrina e da evolução é muito, considerando-se que foi dado o primeiro passo, pois, como disse Emmanuel: "Quando uma centésima parte do Cristianismo de nossos lábios conseguir expressar-se em nossos atos de cada dia, a Terra será plenamente libertada do mal";

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V) O expositor espírita deve:

– evitar emitir opiniões pessoais contraditórias, sem sustentação doutrinária; – lembrar-se sempre que a Doutrina tem sua base filosófica e religiosa codificada nos livros de Allan Kardec, que devem servir como sustentação maior em suas palestras; – preocupar-se menos com a letra dos conceitos evangélicos e mais com os conceitos evangélicos da letra. VI) O expositor espírita deve ter a certeza de que, no momento de sua fala, a ajuda espiritual não lhe faltará, estando intensamente presente e atuante se o orador fizer a parte que lhe cabe: – desenvolvendo sua expressividade e técnicas retóricas; – estudando e preparando previamente o tema; – compreendendo a importância do momento, dedicando-se mentalmente às vibrações de amor, paz, humildade e caridade; VII) Mesmo em conversas pessoais e informais, o expositor espírita deve autoeducar, pois, como disse André Luiz: "No estado atual da educação humana, é muito difícil alimentar, por mais de cinco minutos, conversação digna e cristalina, numa assembléia superior a três criaturas encarnadas";

VIII) O expositor espírita deve, quando for ditar normas de conduta, incluir-se como pessoa

também necessitada, isto é:

– em vez de dizer: "Vocês precisam se preocupar com a evolução moral"; dizer: "Nós precisamos nos preocupar com nossa evolução moral"; IX) O expositor espírita deve: – ser um homem do seu tempo; – falar com constância em suas palestras sobre Deus, Jesus e a Doutrina Espírita; – viver intensamente o sublime momento da palestra, agradecendo ao Mestre e aos mentores espirituais pela felicidade de ser humilde instrumento das palavras de Deus; X) O expositor espírita deve ser simples e humilde, pois, como disse Padre Vieira: "Nada há tão grande como a humildade". E, com humildade e simplicidade, o orador deve se sentir motivado para proferir contínuas palestras, tendo a certeza da ajuda do Mestre e a convicção de que a rosa perfuma primeiro o vaso que a transporta.

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CONCLUSÃO

Prezado confrade, interessado em ser expositor espírita ou que já atua nessa tarefa:

A partir do que vimos neste seminário, podemos afirmar que o processo de formação

do expositor espírita é realizado por ele mesmo, ao longo de sua caminhada, por meio de

muitas leituras, estudos individuais ou em grupos, reflexão, comprometimento e vivência dos

postulados espíritas. Ele pode contar com o auxílio de outras pessoas, buscar recursos para

aperfeiçoar sua forma de se expressar, suas técnicas de apresentação etc. Entretanto, o

aspecto moral, preponderante ao bom desempenho no trabalho de divulgação do Espiritismo,

é conquista inalienável do Espírito imortal, assim como o conhecimento adquirido.

A seara é grande e os trabalhadores são poucos.

Se tem vontade de ser um divulgador da Doutrina dos Espíritos, inicie com confiança e

faça o melhor que puder. Também com a prática é que a fluência e o domínio dos conteúdos

nas exposições doutrinárias serão desenvolvidos. Então, não espere uma qualidade excelente

nas palestras iniciais. Acostumando-se à tribuna, irá se sentindo cada vez mais tranqüilo, seguro

e desenvolto.

A Doutrina Espírita é vasta, porque trata de diversas áreas do conhecimento humano,

como nos lembra o Codificador, Allan Kardec, e não conseguiremos em uma existência física

amealhar tudo o que ela tem a nos oferecer. Por isso, não desanime, ao deparar-se com tanta

coisa para aprender.

Desejamos-lhe uma feliz vivência na seara espírita como expositor, lembrando a palavra

orientadora e oportuna de Emmanuel:

O Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade - a caridade da sua

própria divulgação. Psicografia de Chico Xavier, do livro Estude e Viva, cap. 40, Socorro Oportuno.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA. Conselho Federativo Nacional. Orientação ao Centro

Espírita. Rio de Janeiro: FEB, 2007.

FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA. Apostila: subsídios para a organização de um curso de

expositores da Doutrina Espírita. Rio de Janeiro: FEB.

FEDERAÇÃO ESPÍRITA CATARINENSE. 14ª União Regional Espírita. Apostila: orientações ao

expositor. Florianópolis: FEC/14ª URE, 2016.

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Rio de Janeiro: FEB.

____________. O Livro dos Médiuns. Rio de Janeiro: FEB.

____________. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Rio de Janeiro: FEB.

MORAES, Anízio Fernandes de. Apostila do curso de expositor. São Paulo: Centro Espírita

Ismael, 2003.

POLITO, Reinaldo. Superdicas para falar bem: em conversas e apresentações. São Paulo:

Saraiva, 2005.

SOBRINHO, Geraldo Campetti. Como falar em público sem desencarnar de medo. Brasília: CEI,

2009. DVD.

SCHUBERT, Suely Caldas. Dimensões Espirituais do Centro Espírita. Rio de Janeiro: FEB, 2008.

VEIGA, Altaídes. Apostila: a exposição espírita. Balneário Camboriú: 2009.

VIEIRA, Waldo (pelo Espírito André Luiz). Conduta Espírita. 16ª edição. Rio de Janeiro: FEB.

VIEIRA, Waldo e XAVIER, Francisco Cândido (pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz). Estude e

Viva. Rio de Janeiro: FEB.

REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS www.febnet.org.br

www.polito.com.br

www.vademecumespirita.com.br

www.oconsolador.com.br

www.use-osasco.com.br/?file=kop123.php

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ANEXO SUMÁRIO – PALESTRA

Tema:

Título:

Objetivo(s):

Introdução:

Desenvolvimento:

Conclusão:

Referências:

Recursos Audiovisuais: