A Parabola Do Semeador

9

Click here to load reader

description

A Parabola Do Semeador

Transcript of A Parabola Do Semeador

Estudo Especial : A parbola do semeadorNota do redator: Esta edio traz sete artigos sobre a parbola do semeador. Alm de ser uma das mais conhecidas dasparbolas de Jesus, esta parbola serve como a chave para entender muitos dos outros ensinamentos de Cristo. Abra a suaBblia e leia com ateno os sete (7) artigos que seguem.1 - O reino do cu: como ele cresceAs sete parbolas que Jesus ensinou na margem do Mar da Galilia, perto do fim do seu segundo ano de pregao (Mateus13; Marcos 4; Lucas 8) constituem a mais rica coleo de parbolas nos Evangelhos. Esta srie de parbolas sobre umtema comum fala da incomparvel natureza do reino do cu e dos modos especiais como cresce.O cenrio para o ensinamento destas irresistveis lies foi magnfico. No dia em que ele tinha sado de sua casa emCafarnaum, para sentar-se margem do Mar da Galilia, as inevitveis multides se comprimiram em volta dele. Tendo umbarco de pesca como seu plpito e as guas azuis da Galilia como um amplificador natural, ele falou s multidesaglomeradas na praia. No esprito do Sermo do Monte, Jesus busca ajudar o povo a entender a magnificncia do reino deDeus; mas agora, pela primeira vez, ele o faz com parbolas.Voc jamais se admirou do que acontece com toda a pregao do evangelho que avana no mundo? A cada dia os cristosfalam a milhares de pessoas. Por que isso tem to pouco efeito? Teria a palavra de Deus perdido seu poder nesta "idademoderna"? H algo de errado com o modo como estamos ensinando-o? No estamos usando os mtodos certos paraengrandecer o reino?Foram questes notavelmente similares a estas que perturbaram o prisioneiro Joo Batista, quando ele enviou seusdiscpulos ao Senhor, para lhe perguntarem se ele era o Messias ou apenas outro precursor (Mateus 11:1-6). Toda a suainsistente pregao no deserto, as enormes multides expectantes, o anncio do iminente reino do cu, para que tinhamvindo? Ele estava na casa da priso de Herodes por causa de seu distrbio, e aquele no qual ele tinha repousado toda a suaesperana estava ensinando, ensinando, ensinando. Onde estava o reino? Onde estava o poder? Onde estava a glria?A resposta de Jesus foi precisa. Ele no procura fortalecer a f incerta de Joo com promessas de maravilhosas coisas queviriam. Ele estava fazendo, ele disse, exatamente o que precisava ser feito. Justo como anos atrs Isaas tinha profetizado aera vindoura: os doentes seriam curados (35:5-6) e os pobres teriam o evangelho pregado a eles (61:1-2). Ele entoacrescenta, gentilmente, mas com firmeza, "Bem-aventurado aquele que no achar em mim motivo de tropeo"(Mateus 11:6).O que o Senhor estava dizendo aos discpulos de Joo, e a todos os outros que o estavam ouvindo, que o reino do cu completamente diferente dos reinos deste mundo e os instrumentos de seu crescimento e aumento no so mundanos.Riqueza, intriga, glria e poder poltico no tm lugar dentro dele. Alguns judeus, no conseguindo entender isto, tinhamficado desencantados com os passos aparentemente pausados do cu e resolveram estabelecer o domnio de Deus pelafora (Mateus 11:12). Esta mentalidade ainda vive, especialmente naqueles que, descontentes com o que os modos doSenhor esto conseguindo, tomam o reino em suas prprias mos presunosas e buscam cumprir por astcia humana o quea graa e a sabedoria do Todo-Poderoso deixou, em suas mentes, de realizar. Isso pode ser visto no circo carnal em quemuitas igrejas modernas se tornaram. Estas igrejas tm sua prpria agenda de "sucesso" e pegam nos instrumentos carnaispara o conseguirem.No so todos que Jesus pretende levar ao seu reino. Isto um fato duro de se encarar. Jesus agradeceu ao Pai porque eletinha ocultado "estas coisas dos sbios e entendidos, e as revelara aos pequeninos" (Mateus 11:25), e ento chamouos "pequeninos" a ele: "Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei" (Mateus11:28).Esses foram os eventos, junto com os subseqentes conflitos do Senhor com seus crticos entre os escribas e fariseus, queformavam o pano de fundo para a pregao das parbolas junto ao Mar, e a primeira delas, a parbola do semeador, abordaespecialmente a questo porque o reino do cu s vezes cresce to lentamente, porque seus meios no soespetacularmente carnais, e porque nem todos os que ouvem o chamado do evangelho respondem. Esta ilustrao dasemente e os solos no somente uma reprovao daqueles que, perdendo a confiana na sabedoria do cu, tentaroconstruir o reino eterno em alguma outra coisa que no a pregao da palavra de Deus, mas tambm um grandeencorajamento para aquelas almas sinceras cujo esprito evangelista tem sido duramente testado pelo que parece ser umaconstante rejeio do evangelho. Para eles a tentao crer que h alguma coisa inadequada com eles, alguma falhatcnica, algum manuseio inbil da palavra. Esta parbola muito especial diz que no necessariamente assim, e insta comcada discpulo a continuar pregando Cristo com segurana e expectativa!2 - O reino do cu: o semeador lanando a semente[H relatos da primeira srie de parbolas de Jesus em Mateus 13, Marcos 4 e Lucas 8. Quatro delas, provavelmente cinco, o Senhordirige multido (Mateus 13:34): O Semeador, O Joio, A Semente de Mostarda, o Fermento, e uma que s Marcos registra, A SementeCrescendo Sem Ser Observada (Marcos 4:36-39). As restantes so contadas s aos discpulos (Mateus 13:36-53).]"Eis que o semeador saiu a semear..." (Mateus 13:3). Era um modo incomum do Senhor abrir um discurso sobre asmaravilhas do reino do cu. Poderia qualquer coisa ser mais laboriosa e ordinria do que um semeador e sua semente?Como poderia algo to sem imaginao sugerir as glrias do domnio do cu? Sua metfora era tranqila. A vinda do reinodo Messias seria certamente explosiva, arrasadora, cataclsmica. No, disse Jesus, seria mais como um semeadorsemeando seu campo, e muita da sua semente dando em nada. Tudo dependeria do solo. bem possvel que fosse no incio da primavera quando Jesus tomou assento na proa de um barco de pesca na praiaocidental do Mar da Galilia, e ensinou sua notvel parbola. Ele logo estaria na praia oriental, alimentando uma multido depessoas com uns poucos pes e peixes (Mateus 14:13-21), e a festa da Pscoa "estava prxima" (Joo 6:4). Os campos querodeavam Genesar teriam sido semeados apenas uns poucos meses antes (janeiro, fevereiro). O cheiro deles deveria estarno ar e no haveria um homem nas multides de ouvintes que no soubesse o peso de um saco de semente e a sensaodo solo recm-arado. Era uma terra para plantadores e proprietrios, um lugar para cultivar coisas, e a parbola da sementee dos solos no poderia ter encontrado uma audincia mais entendida.A luz do incio da primavera teria refletido como era jovem o mestre, e talvez como era comum a sua aparncia. Nos seusolhos, a despeito das entusisticas multides que se comprimiam sobre ele, pode bem ter havido uma ponta de tristeza. Elesentendiam to pouco agora, e a maioria jamais entenderia o evangelho do seu reino. E, contudo, alguns veriam. Algunssempre veriam. E esta era a mensagem de sua histria.O povo que se tinha comprimido em volta para ouvir, naquele dia teria parecido de comum acordo s pessoas de menosdiscernimento. Tivssemos ns podido juntar-nos a eles e dar uma olhada de perto, teramos descoberto as diferenas.Alguns estavam sem dvida escutando embevecidos, esforando-se sinceramente para pegar cada palavra. Outros teriamsido vistos cabeceando em entusiasmo distrado, envolvidos pelo momento e a multido. Ainda outros teriam estado ouvindodistraidamente, escutando e concordando, mas no dando ateno total mensagem. E os escribas e fariseus elestambm estariam ouvindo no para escutar, naturalmente, mas para achar os defeitos e salient-los.Saberia Jesus os pensamentos que estavam por trs dessas faces? Saberia ele os preconceitos, as escusas justificativas, asidias que estavam forando e infiltrando em cada palavra que ele falava? Veria ele as grades de proteo com quedefendemos nossos coraes de sua verdade? Certamente que sim. E nos adverte como os advertia, "Quem tem ouvidos,oua" (Mateus 13:9).o semear, uma parte caiu beira do caminho, e, vindo as aves, a comeram" (13:4). Quanto disposio desta sementeque caiu na beira do caminho, Lucas acrescenta, "foi pisada" (Lucas 8:5).Os campos da Palestina eram pequenos e irregulares, marginados por caminhos estreitos endurecidos pelo perptuopisoteio. E freqentemente, quando o plantador espalhava sua semente sobre o solo recm-arado com largos lances de suamo, alguma cairia e danaria sobre a superfcie dura, resistente, da "beira do caminho" onde todo o seu rico potencial porfim se tornava alimento para as aves.O solo impenetrvel, na histria de Jesus, representa os ouvintes cujos coraes esto endurecidos pela obstinao e oorgulho, coraes que se tornaram a estrada de mil tempestuosas paixes, coraes que em seu consciente compromissocom o mal no podem suportar a dor da honestidade. Pensamos imediatamente nos fariseus, e eles certamente estavam noquadro. Seus preconceitos arrogantes, egostas sobre o reino de Deus, seus sonhos de esplendor e poder carnal, tornavamimpossvel para eles ver Jesus como o Messias ou escutar suas palavras como as de Deus. Hoje em dia, muitos seguem natrilha deles, to cheios de uma caricatura moderna de Jesus que no podem ver o verdadeiro Cristo nem escutar suaspalavras reais.Mas de onde veio esta resistncia de ao ao evangelho do reino de Deus? O que que faz com que as pessoas, mesmopessoas religiosas, se tornem to duras contra este gracioso convite? Esta rigidez ptrea comea a se formar na primeiravez que aprendemos a viver facilmente com o que sabemos ser errado. Escutar cada nova verdade depende da prtica daverdade que j conhecemos. Como John Ruskin observou certa vez, cada dever que omitimos obscurecer alguma outraverdade que poderamos ter conhecido. Portanto, em nossa averso a escutar novamente a verdade familiar que no temosaplicado, fechamos nossos olhos e ouvidos verdade que ainda precisamos desesperadamente conhecer.3 - "A semente a palavra de Deus"A multido curiosa que tinha ouvido a parbola do semeador no a entendeu. Mas, ento, o que espervamos? Nem osdiscpulos do Senhor entenderam. "Ento, lhes perguntou: No entendeis esta parbola e como compreendereistodas as parbolas?" (Marcos 4:13).Jesus parece ter comeado com a histria do semeador porque ela abordava um conceito to fundamental do reino do cuque a incapacidade de entend-la prediria incapacidade de entender qualquer uma. A salvao dos discpulos era que, aindaque verdadeiramente no percebessem seu ponto, eles queriam saber, e ficaram para perguntar mais sobre o que ele queriadizer e para ouvir a paciente explanao de Jesus.A parbola do semeador contm trs elementos: o semeador, a semente, e os solos. O semeador e a semente soconstantes. O semeador habilidoso e espalha a semente por igual. A semente , indiscutivelmente, boa. Mas o trabalhohbil do semeador e a capacidade de germinao da semente dependem para seu sucesso da natureza do solo, e aqui focalizada a parbola.Quem o semeador? Jesus no diz. Na parbola do trigo e do joio, Jesus diz que o semeador da boa semente o "Filho doHomem" (Mateus 13:37), mas a preocupao naquela parbola so as origens contrastantes dos dois tipos de sementes.Aqui a identidade do semeador no to crtica. Quem quer que ele possa representar essencialmente uma funo dopropsito da parbola. Se o seu intento foi ilustrar a resposta varivel dos ouvintes pregao pessoal de Jesus e for-los aum exame srio de si mesmos, ento muito certamente o Senhor o semeador. A aplicao, por Jesus, das palavras deIsaas a sua audincia, "Porque o corao deste povo est endurecido, de mau grado ouviram com os ouvidos, efecharam os olhos" (Mateus 13:14-15) parece sugerir essa interpretao.Mas se, por outro lado, o propsito desta parbola foi tambm fortalecer os coraes incertos de seus discpulos, esperando,como estavam, o reino para levar cada alma diante dele, ento certamente eles e aqueles que semeariam o mundo com oevangelho depois deles teriam que ser parte deste complexo plantador.O significado da semente claramente demarcado para ns. "Este o sentido da parbola: A semente a palavra deDeus" (Lucas 8:11). Ainda que no seja a mensagem primria desta parbola, o fato que a palavra de Deus o poder queconstri o reino de Deus precisa de nfase.No h nenhuma mgica aqui, nenhuma energia esotrica mistificadora. At as palavras dos homens tm poder. Elascomunicam sentimentos e idias, criam culturas inteiras, levam homens paz ou guerra, mudam o curso da histria,produzem grande mal ou grande bem. Por que nos surpreenderamos, ento, que a palavra de Deus tenha poderinimaginvel?Os mundos foram criados e so mantidos pela palavra de Deus (Hebreus 11:3; 1:3), e o sopro divino que est em suaspalavras (Salmo 33:6) o sopro que nos deu a vida (Gnesis 2:7). A palavra do Todo Poderoso responde aos nossosespritos como a luz responde aos nossos olhos. Sua poderosa verdade viva penetra em nossos coraes e pe a nu nossosmais ntimos pensamentos (Hebreus 4:12). a palavra do evangelho que nos salva (Romanos 1:18; 1 Corntios 1:21), e a"palavra da sua graa" que nos edifica e garante nossa herana entre o povo de Deus (Atos 20:23).Esta parbola est nos dizendo, em linguagem simples, que a prpria palavra de Deus a semente germinante da vida(Filipenses 2:16), e no a palavra mais algumas misteriosas obras do Esprito Santo. por esta prpria palavra viva, quetransmite energia, que o Esprito Santo no somente nos leva ao renascimento espiritual (Efsios 1:13; 1 Pedro 1:23-25),mas nos transforma na imagem do Filho de Deus. E tudo isto possvel porque em suas palavras Deus nos abriu seucorao e derramou as profundezas de sua verdade e graa (1 Corntios 2:10-13). No evangelho, ele nos fez olhar na facede nosso crucificado Salvador (2 Corntios 3:18). E isso tem poder!, portanto, sacrilgio homens e mulheres falarem do evangelho como "mera palavra" e rirem da idia que o evangelho por sis capaz de produzir uma nova e inconquistvel vida espiritual. No prudente falar to levianamente de palavras quesaem da boca de Deus ou insultar o cu tentando fortificar esta palavra "inadequada" com nossas vs filosofias (Colossenses2:8-10; Provrbios 30:5-6). At Satans sabe onde est o poder. "A que caiu beira do caminho so os que a ouviram;vem, a seguir, o diabo e arrebata-lhes do corao a palavra, para no suceder que, crendo sejam salvos" (Lucas8:12).Mas no faz Deus mais do que apenas falar conosco? Sim, ele est certamente ativo em responder nossas oraes (1 Joo5:14:15), e providencialmente nos guiando atravs das provaes e tribulaes que limpam, fortalecem e purificam nossa f(Romanos 8:28). Mas, em fim, sua palavra que tem poder, e para sua palavra que todo seu providente trabalho precisanos trazer, em obedincia compreensiva. atravs dessa palavra que chegamos a conhecer Deus e seu Filho. E essa vidaeterna (Joo 17:3). A semente do reino a palavra de Deus.4- Calculando o custoA parbola do semeador uma declarao da natureza interna do reino do cu. Ele , uma vez Jesus disse, um reino"dentro de ns" (Lucas 17:20-21). A revoluo real, mas no vem "por observao". O reino de Deus s entra atravs docorao. Ele nasce pela semente e no pela espada e vem somente queles que aceitam-no humilde e alegremente.Portanto, decisivos para sua vinda sobre qualquer corao humano, so novos entendimentos e novas resolues dentrodele.Nisto est o mistrio dos modos de Deus com os homens. No estamos a par do porqu ele pensou que a alegria de ter seuprprio povo, que o amasse e ansiasse por ser igual a ele, valesse o risco de terrveis possibilidades de pecado e impiedadeque isso abria. Nisto, como em todas as outras coisas, no somos capazes de sentar-nos em julgamento de Deus. Mas ele,certamente, limitou-se em nos criar, pois ele no pode compelir uma nica alma a fazer sua vontade. Como qualquerplantador, ele planta sua semente e espera pacientemente pelo fruto de seu labor e, conquanto grande e incrivelmente longoseja seu investimento, ele ainda mantido refm dos caprichos do corao humano, o solo no qual ele lanouamorosamente sua palavra eterna. E, deste solo dependem o mximo sucesso ou fracasso de todos os seus esforos.O corao duroOs coraes duros do solo da margem da estrada absolutamente nada produzem. Estes ouvintes vivem num mundototalmente diferente, no falam a mesma linguagem do Filho de Deus. Por quais motivos tais pessoas viriam ouvir Jesus?Curiosidade? Novidade? Moda? Talvez por qualquer deles, ou por todos. No estavam, porm, querendo verdadeiramenteouvi-lo. Seja por presunosa satisfao prpria, ou por uma orgulhosa necessidade de saber tudo j, ou temor de exposioa alguma desconfortvel nova verdade sobre si mesmos, suas mentes estavam trancadas contra o Senhor e seu evangelho.O que deve ser feito com eles? Nada. Eles so sem esperana em sua teimosa dureza. Somente se Deus arasse umprofundo sulco de ardente tragdia atravs de suas vidas poderia alguma abertura ser dada semente viva. E se assimfosse, a dor seria abenoada.O corao raso"Outra parte caiu em solo rochoso, onde a terra era pouca, e logo nasceu, visto no ser profunda a terra. Saindo,porm, o sol, a queimou; e, porque no tinha raiz, secou- se" (Mateus 13:5-6). Esta no era terra misturada comincontveis pedrinhas, mas solo com menos de meio palmo de profundidade, sobre uma laje enterrada. No havia lugar paraa planta enraizar-se, por isso ela cresceu profusa e luxuriantemente. Mas o calor do sol revelou sua fraqueza. Ela floresceunos dias frescos, mas morreu nos quentes, incapaz de suportar o prprio sol que, fossem as razes mais profundas, t-la-iatornado ainda mais forte. Este solo, Jesus explicou, era como o homem "que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria;mas no tem raiz em si mesmo, sendo, antes, de pouca durao; em lhe chegando a angstia ou a perseguio porcausa da palavra, logo se escandaliza" (Mateus 13:20-21).O corao raso do solo pedregoso no como o corao duro do solo da beira da estrada, como ao, rejeitando o evangelhocom desprezo indiferente, mas estes entusisticos ouvintes so deploravelmente faltos de cuidadosa previso.Emocionalmente excitveis e impulsivos, eles agem por circunstncias imediatas (multides excitveis, etc.) mais do que porum entendimento do que ensinado. Eles so negligentes de futuras exigncias e desafios. Eles no tm cogitado de longospensamentos. O evangelho no desceu profundamente dentro de seu entendimento e vontade. Assim, quando ascircunstncias mudam, quando os dias difceis de perseguio e adversidade chegam, no h raiz profunda de f parasustent-los. Eles no tinham pensado profundamente no reino e em seu eterno valor. Tornar-se um discpulo pareciaapenas a coisa a fazer no momento."Imediatamente com alegria ..." O corao raso apaixonado, mas apressado. O evangelho deveria sempre trazer alegria,mas precisa ser uma alegria profunda o bastante para suportar os choques. Ela precisa ser o tipo de alegria que o tempo e acircunstncia no podem tirar de ns (Joo 16:22-24). Precisa ser a alegria pela coisa justa (Lucas 10:17), e precisa ser umaalegria que v a perseguio e o sofrimento por amor de Cristo como um privilgio e uma bno (Lucas 6:22-23).Precisamos seguir os passos de nosso Senhor, "o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz,no fazendo caso da ignomnia" (Hebreus 12:2). Tornar-se um cristo certamente uma experincia emocional, mas tambm uma experincia da mente e da vontade.Esta a prpria razo pela qual aquele que vem muito rapidamente seguir Jesus precisa parar e pensar sobre o que issosignifica. por amor de ns que o Senhor freqentemente esfria nosso entusiasmo descuidado, advertindo-nos a parar ummomento e calcular o custo (Lucas 9:57-58). Ele quer que o acompanhemos todo o tempo e no que sejamos descarriladospor alguma dificuldade imprevista para um reino ao qual no chegamos a dar um valor suficientemente alto. minha opinioque nada precisa mais ser ensinado hoje s pessoas interessadas no evangelho, religiosas ou no religiosas, do que o custodo discipulado. Aqueles que vem ao reino e sobrevivem precisam estar profundamente comprometidos com Jesus.5 - O corao apinhado"Outra caiu entre os espinhos, e os espinhos cresceram e a sufocaram" (Mateus 13:7). Esta parte da histria de Jesussobre o semeador no se refere semente lanada sobre uma j visvel infestao de ervas, mas ao solo adulterado comsementes de plantas inteis e daninhas. O solo rico, profundo e receptivo, mas est corrompido. Os espinhos, que noproduziro nada de bom, simplesmente crescero para sobrecarregar o solo e enfraquecer a boa semente at que ela,tambm, fique infrutfera. Deste solo possudo pelos espinhos Jesus diz, "O que foi semeado entre os espinhos o queouve a palavra, porm os cuidados do mundo e a fascinao das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutfera"(Mateus 13:22). lista dos empecilhos da frutificao, Marcos acrescenta "as demais ambies" (4:19), e Lucas, "deleitesda vida" (8:14).Alguns comentadores, especialmente os de tendncia calvinista, descartam este caso como o de um corao no convertido,um que nunca recebeu a palavra do reino com plenitude de esprito. Isso parece improvvel. No no convertido, nenhumavida produzida; a semente apodrece no cho. Aqui no h somente vida, mas crescimento. O fracasso deriva do queacontece depois, o crescimento de distraes surgidas da terra, que dividem o corao e dissipam a energia da alma.O ponto todo da semente plantada no o crescimento de uma planta, ainda que luxuriante, mas a produo de fruto. O filhodo reino do cu no tem somente que parecer bom, mas ser bom e fazer o bem. O problema com o corao do soloespinhoso que ele se tornou apinhado demais com preocupaes concorrentes, e a semente de Deus no pode prosperarnum corao dividido.Quais so os espinhos que podem sangrar totalmente a vitalidade espiritual de um filho de Deus? Jesus explcito. Oscuidados deste mundo podem faz-lo. Preocupao constante com alimento e abrigo e o medo de no ter o suficiente nosomente difamam a fidelidade de Deus, mas permitem que ansiedade descuidada roube de Deus as energias que lhedevemos (Mateus 6:25-34). Os cristos que exaurem suas foras no temor e preocupao nunca florescero, nem darofruto. Por que nos enganamos? A preocupao no somente desgastante, pecaminosa. Ela diz, implicitamente, que Deusno nos ajudar e que precisamos nos arranjar sem ele.O amor pelas coisas pode tambm sufocar efetivamente o esprito. Dinheiro e propriedade podem parecer to tangveis, toreais e to asseguradores, mas as riquezas so enganadoras. Elas prometem realizao, porm nunca a do (Eclesiastes5:9-10). Elas prometem segurana, mas batem asas como uma ave selvagem (Provrbios 23:5). Precisamos lidarpraticamente, antes que emocionalmente, com as coisas materiais. Todos sabemos intelectualmente que elas no duram.Elas so to efmeras como uma bola de neve no vero. Por que um homem seria to tolo at o ponto de edificar sua vidana areia? Ainda, muitos cristos buscam coisas materiais enquanto se enganam com sua rotina religiosa. Eles apenasacabam como mortos-vivos espirituais, freqentando s assemblias da igreja e fingindo sua espiritualidade, enquanto seusfilhos crescem para a mundanalidade aberta, sem a fraude religiosa de seus pais. Tais discpulos so plantas decorativas.No espere que nada duradouro venha deles.Finalmente, os "deleites da vida" podem agir para nos sugar. "O que h de errado com os prazeres?" algum pergunta. "Avida do reino tem que ser uma longa dor de cabea de misria e negao de si mesmo?" A resposta primeira pergunta :"nada", segunda "no". Nada h de errado com o trabalhar diligentemente por nosso alimento, ou ter riqueza, ou gozardas coisas agradveis que Deus nos deu ricamente (1 Timteo 6:17). Mas qualquer delas, ou todas so erradas paraaqueles que tem estado "sufocados" por elas, quando elas se tornaram a paixo de suas vidas. A palavra grega para"sufocado" em Lucas 8:14 , mais tarde, no mesmo captulo, dada como apertar (8:42). Algumas pessoas deixam que estascoisas intrinsecamente legtimas as dominem tanto que elas so possudas e governadas por elas. Preocupaes oubnos legtimas tornam-se em temor, ganncia ou ansiedade. Deus e seu reino esto apinhados at os limites. A voz deDeus se torna velada pelo clamor. As bnos de nosso Pai deveriam ser uma ocasio para seus filhos agradecerem a ele eservirem-no, mas elas podem facilmente se tornar a causa de nosso descontentamento e inutilidade.Aqueles que escolhem o corao dividido, o corao apinhado, diz Jesus, no daro frutos que amaduream (Lucas 8:14),literalmente, nunca levaro at o fim, nunca terminaro a tarefa.No podemos ter nenhuma iluso sobre a atitude de Jesus para com aqueles que comeam, porm nunca terminam."Ningum que, tendo posto a mo no arado, olha para trs, apto para o reino de Deus" (Lucas 9:62). Nuncaprecisamos nos admirar como ele se sente sobre os indecisos. "Ningum pode servir a dois senhores... No podeisservir a Deus e s riquezas" (Mateus 6:24). E certamente no temos motivo para duvidar de seu sentimento pelosinfrutferos. "Todo ramo que, estando em mim, no der fruto, ele o corta..." (Joo 15:2). H um futuro no reino de Deuspara os simples, ainda que tateantes, mas para o corao dividido, o corao apinhado, no h esperana. "... e vs quesois de nimo dobre, limpai o corao" (Tiago 4:8).6 - O corao verdadeiro"Outra, enfim, caiu em boa terra e deu fruto: a cem, a sessenta e a trinta por um. Quem tem ouvidos [para ouvir],oua" (Mateus 13:8-9). "Mas o que foi semeado em boa terra o que ouve a palavra e a compreende; este frutifica eproduz a cem, a sessenta e a trinta por um" (Mateus 13:23). no corao exemplificado pela terra boa na parbola do semeador que o esprito e o carter do reino do cu soapanhados e contidos. aqui que a parbola tem o seu foco. As outras terras resistentes, inadequadas e improdutivas nos dizem como fracassar; a terra boa nos diz como ter bom sucesso.No relato de Lucas, Jesus identifica a semente lanada na boa terra como aquele que recebe a palavra com "reto corao"(8:15). Esta descrio nada tem a ver com a justia essencial, ou mesmo com a "boa pessoa", mas com aquela atitude queat o maior pecador pode ter quando confrontado com o evangelho. Isto o corao, ainda que possa ter sido mpio, queagora sincero, aberto, despido de toda hipocrisia. Como disse o Senhor, o chamado do seu reino no para os justos, maspara pecadores (Lucas 5:32). E pecadores podem, se quiserem, responder honestamente.Esta explicao no contentar os calvinistas, cuja convico enganada de que os homens so totalmente depravados eincapazes do bem torna sua aceitao desta simples afirmao de Jesus impossvel. Premissas falsas levam a conclusesfalsas. At homens e mulheres mpios podem decidir ter coraes verdadeiros. A diferena que no continuaro sendompios. Como Jesus observou elite religiosa em Jerusalm, "... publicanos e as meretrizes vos precedem no reino deDeus" (Mateus 21:31). As vidas dos publicanos e das prostitutas eram inegvel e abertamente mpias, entretanto muitosdeles tratavam de si mesmos e do evangelho honestamente. Os escribas e fariseus, em sua hipocrisia, no eram honestosnem consigo mesmos nem com a palavra de Deus. O evangelho do reino um espelho (Tiago 1:25) e uma sonda (Hebreus4:12) que expe as atitudes e os motivos de nossos coraes. "Quem de Deus ouve as palavras de Deus", disse Jesus(Joo 8:47), e, "Todo aquele que da verdade ouve a minha voz" (Joo 18:37).De que modo o "bom e reto corao" bom? Em Mateus, o Senhor diz que eles "ouvem a palavra e a compreendem"(Mateus 13:23). Marcos registra que eles "ouvem a palavra e a recebem" (Marcos 4:20). O corao verdadeiro, ento, nosomente ouve a palavra do reino, mas, diferente do corao duro (solo da beira da estrada), compreende-a e recebe-a. Tudoisto torna claro que compreender Deus no tanto um exerccio intelectual como moral. No um grande intelecto queafasta os homens do reino, mas um corao pequeno e relutante.Mas h mais. Lucas acrescenta que os coraes verdadeiros "... tendo ouvido de bom e reto corao, retm a palavra;estes frutificam com perseverana" (Lucas 8:15). H, no corao bom, em contraste com o corao raso (solo pedregoso),uma dimenso de profundidade e tenacidade. Com este modo de pensar, h uma compreenso genuna do valor do reino euma disposio a sofrer e investir pacientemente, de modo a possu-lo. Tal corao chega a compreender "... qual alargura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade" do amor, e a ser cheio de "...toda a plenitude de Deus" (Efsios3:18-19).Finalmente, os coraes "honestos e bons", diferentes dos coraes apinhados (terreno espinhoso), produzem frutos quedo colheita, isto , eles cumprem o propsito de Deus em suas vidas. O que esse "fruto" abrange tem sido assunto de muitadiscusso. Lucas diz que tais coraes produziro "cem vezes" (8:8), ou simplesmente "produziro fruto" (8:15).Desde que o propsito de Deus que seus filhos sejam "conformes imagem de seu Filho" (Romanos 8:29), o fruto a serproduzido precisa, pelo menos, se referir ao fruto da vida transformada, o fruto do arrependimento (Mateus 3:8), "o fruto doEsprito" (Glatas 5:22-23), "... o fruto pacfico, ...fruto de justia" (Hebreus 12:11), "... o fruto de lbios que confessamo seu nome" (Hebreus 13:15). Comentando outro versculo em que Jesus fala da fecundidade de seus discpulos (Joo15:2), Hendriksen diz "Estes frutos so bons motivos, desejos, atitudes, disposies, palavras, atos, partindo da f, emharmonia com a lei de Deus, e feitos para a sua glria" (The Gospel of John, p. 298). Assim, no nos surpreendemos ao ouvirPaulo se referir ao modo como este corao repleto de frutos abunda para com outros "frutificando em toda boa obra"(Colossenses 1:10), em misericrdia e compaixo para com os necessitados (Romanos 15:28) e em comunho com aquelesque pregam o evangelho (Filipenses 4:17).7 - Coraes podem mudarConforme Buttrick observou: "Nenhuma parbola pode ser comprimida numa concluso rigorosa. H um ponto onde terminaa analogia". O solo da natureza no completamente paralelo ao "solo" do corao. O solo natural no tem poder paraalterar sua condio, mas o corao pode mudar. Felizmente, coraes duros, rasos e apinhados podem se tornar honestose bons (Atos 8:22-23; Tiago 4:8). E, infelizmente, coraes honestos e bons podem tornar-se duros, rasos e divididos(Hebreus 3:12-13). Precisamos ser muito ponderados com os ltimos. Pelos primeiros podemos ser grandementeconfortados, tanto como ouvintes como mestres do evangelho. O evangelho do reino um apelo aos coraes para mudar(Atos 3:19). O que temos sido no determina o que podemos ser. Pecadores precisam receber a graa de Deus comsegurana, e cristos precisam preg-la com esperana. Coraes que rejeitam hoje o evangelho no so, necessariamentecausas perdidas. A palavra de Deus no germina em alguns coraes to rpido como em outros. Precisamos, portanto,aprender como regar paciente e amorosamente o que plantamos, e no ser como a garotinha que continuou cavando asementeira do jardim para ver se alguma coisa estava acontecendo.O corao da mulher que Jesus encontrou em Sicar da Samaria quase um padro completo de todos os coraes daparbola do Semeador. Primeiro, ela era dura e suspicaz, "porque os judeus no se do com os samaritanos" (Joo 4:9).Ela tinha pouco senso crtico de sua prpria vacuidade espiritual. Mas, como tinha vindo buscar gua, seu corao seentreabriu quando Jesus falou da gua viva que mataria a sede dela para sempre. "Senhor, d-me dessa gua para queeu no mais tenha sede, nem precise vir aqui busc-la" (Joo 4:15). O Senhor ento lavrou um profundo sulco nocorao dela pedindo-lhe para chamar seu esposo, assim recordando-lhe a impiedade de sua vida: cinco esposos, e agoraamasiada com um homem. Ela tocada, mas seu corao est apinhado. Em vez de enfrentar sua necessidade espiritualimediatamente, ela queria ter uma discusso teolgica sobre onde os homens deveriam adorar, se em Jerusalm ou noMonte Gerazim. Ao tempo em que Jesus terminou de ensinar-lhe o que significava adorar verdadeiramente a Deus, elaestava profundamente presa. "Eu sei, respondeu a mulher, que h de vir o Messias.... quando ele vier, nos anunciartodas as coisas"(Joo 4:25). "Disse-lhe J esus: Eu o sou, eu que falo contigo". E a semente foi para casa profunda eseguramente no corao que tinha agora se tornado absolutamente honesto. "Muitos samaritanos daquela cidade creramnele, em virtude do testemunho da mulher, que anunciara: Ele me disse tudo quanto tenho feito" (Joo 4:39). Elatinha estado ouvindo as coisas dolorosas que ele lhe tinha dito a respeito dela, e ouvindo bem. Ela tinha entendido o que umverdadeiro adorador de Deus era, e que at ela poderia ser. Isso mudou-a completamente e, como tinha de ser, enviou-a adizer a todos que a pudessem ouvir como tinha acontecido e porque. De cada corao verdadeiro sai muito fruto, e que frutoeste corao desta antes dura e pecaminosa mulher, agora sincera, produziu!Mas qual o significado dos diferentes rendimentos da terra boa mencionados em Mateus e Marcos, " ... e produz a cem, asessenta e a trinta por um" ? (Mateus 13:23). Isto sugere diferentes graus de fidelidade ou consagrao? Parece altamenteimprovvel. O corao da boa terra absolutamente singelo, em contraste com o corao raso do solo pedregoso e docorao apinhado do solo espinhoso. O que mais provvel que esta seja um paralelo parbola dos talentos (Lucas19:16-19). A responsabilidade vem a ns no reino de acordo com nossa capacidade. O fruto produzido pode variar, pormno a consagrao do corao. Certamente o Senhor nos julgar por nossas oportunidades e capacidades, mas um coraopuro e singelo a nica coisa que no negocivel.E ento, finalmente, a pergunta mais bvia para aqueles que encaram seriamente as parbolas. O que aprendi sobre mimmesmo? Qual dos solos descreve minha atitude para com o Senhor e sua palavra? Meu compromisso com Cristo instvel,cheio de capricho e emoo? Ele luta pela vida com a competio de incontveis interesses de uma vida apinhada? E se aresposta for inquietante, qual deciso tomei para mudar?Por que parbolas?Quando Jesus, chegando ao fim do Seu segundo ano de pregao pblica, derramou beira do Mar da Galilia aquela maravilhosa sriede parbolas ilustrando a natureza do reino do cu, seus discpulos ficaram to confusos com elas que lhe perguntaram em particular,"Por que lhes falas por parbolas?" (Mateus 13:10; Marcos 4:10).As parbolas tinham certamente um lugar especial na ltima fase do ensinamento de Jesus, mas no eram unicamente dele. Elasaparecem freqentemente no Velho Testamento (veja 2 Samuel 12:1-4), especialmente nos profetas (Isaas 5:1-2; Ezequiel 17:1-10), eforam um mtodo familiar de ensinamento entre os rabis do prprio tempo de Jesus. O que, ento, deve ter surpreendido os discpulos nofoi seu desconhecimento de parbolas, mas a sbita mudana para uma abordagem de Seu Mestre at ali desconhecida. Jesus atribui amudana no ensinamento a uma mudana na atitude de Seus ouvintes.Mateus diz que Jesus falava por parbolas em cumprimento da profecia: "Abrirei os lbios em parbolas e publicarei enigmas dostempos antigos" (Mateus 13:34-35; Salmo 78:2). O propsito das parbolas era revelar as verdades ocultas do reino de Deus, porm noa todos. Ao corao honesto, estas histrias ilustrativas trariam mais luz mas, aos orgulhosos e rebeldes, elas criariam mais conf uso(Mateus 13:11-17). Esse o significado da declarao de Jesus que "Porque a vs outros dado conhecer os mistrios do reino doscus, mas queles no lhes isso concedido" (Mateus 13:11). Isto no tem referncia a alguns tipos de predestinao calvinistaarbitrria, mas a um princpio que enche as pginas do Velho Testamento. Isaas fala fortemente disso. "Porque assim diz o Alto, oSublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito tambm com o contrito eabatido de esprito, para vivificar o esprito dos abatidos e vivificar o corao dos contritos" (Isaas 57:15). "... mas o homem paraquem olharei este: o aflito e abatido de esprito e que treme da minha palavra" (Isaas 66:2). E quanto ao orgulhoso, Isaas diz quena vinda do reino messinico "Os olhos altivos dos homens sero abatidos, e a sua altivez ser humilhada..." (Isaas 2:11).A passagem que Jesus cita para explicar sua sbita reverso a parbolas (Isaas 6:9-10) fala da degradao espiritual dos israelitas, doorgulho e da teimosia de corao que tornaram impossvel para eles continuar a ouvir e entender as pal avras de Deus. Jesus dizsimplesmente que era uma profecia que tinha sido liberalmente cumprida em seus prprios ouvintes. Toda a sabedoria que eles ouviramde sua boca e todas as maravilhas que viram de sua mo nada tinha significado porque "o corao deste povo est endurecido, demau grado ouviram com os ouvidos, e fecharam os olhos;" (Mateus 13:15).As parbolas eram um abanador nas mos do Filho de Deus, que limparia sua eira da palha enquanto purificava o trigo. Elas eram umapenetrante espada de dois gumes para determinar se o corao de Seus ouvintes era orgulhoso ou humilde, teimoso ou contrito (Hebreus4:12). Esse o significado de seu "Pois ao que tem se lhe dar, e ter em abundncia; mas ao que no tem, at o que tem lhe sertirado" (Mateus 13:12). Aqueles que possuam humildade mental estavam destinados a ter um entendimento rico e verdadeiro do reino docu, mas aqueles que no tinham nada, ou pouco desse esprito, estavam destinados a perder at o pouco entendimento que tinham.O evangelho do reino est assim moldado para atrair e informar os humildes, enquanto afasta e confunde os orgulhosos. Ouvir a palavrade Deus uma experincia dinmica. Seremos ou melhores ou piores por ela. O mesmo sol que derrete a cera endurece a argila. Mas isso a escolha que o estudante, no o mestre, faz. As parbolas no tornaro orgulhoso um corao humilde, mas podem tornar humi lde umcorao orgulhoso, se estivermos dispostos a permiti-lo. Isso, certamente, o desejo maior do Salvador dos homens.O significado das parbolas nem sempre foi patentemente evidente, mesmo para o corao humilde, mas a mesma histria que afastou oaltivo rindo presunosamente, trouxe de volta o humilde fazendo perguntas. Os discpulos de Jesus no entenderam porque Ele comeousubitamente a ensinar exclusivamente por parbolas (Mateus 13:10, 34-35), ou o que Suas histrias incomuns significavam, mas tinhamaquela simplicidade de corao que os trouxe de volta pedindo mais informao (Mateus 13:36; Marcos 4:10; Lucas 8:9). Tambm temosessa escolha. Quando somos confrontados com alguma declarao desafiadora da Escritura, podemos tanto sair em desespero econfuso, ou ficar ali pacientemente para aprender mais. Nossa resposta revelar se nos dado saber os mistrios do reino de Deus e quetipo de corao temos.//////////////////////////////////////////////////////////////