A PERSPECTIVA DE CRESCIMENTO E … · que o conceito de hospedagem e locomoção faz parte da...
Transcript of A PERSPECTIVA DE CRESCIMENTO E … · que o conceito de hospedagem e locomoção faz parte da...
1
A PERSPECTIVA DE CRESCIMENTO E PROFISSONALIZAÇÃO
DA INDÚSTRIA TURÍSTICA BRASILEIRA FACE AO EFEITO DA
PROMOÇÃO DE MEGA EVENTOS ESPORTIVOS
Por: Tânia Regina Ayres Mendes Khair
Orientador
Prof. Jorge Vieira
Rio de Janeiro
2011
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
A PERSPECTIVA DE CRESCIMENTO E PROFISSONALIZAÇÃO
DA INDÚSTRIA TURÍSTICA BRASILEIRA FACE AO EFEITO DA
PROMOÇÃO DE MEGA EVENTOS ESPORTIVOS
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em .Marketing
Por: Tânia Regina Ayres Mendes Khair
3
AGRADECIMENTOS
A Deus e aos meus pais por me apoiar
e acompanhar de perto minhas provas
mais difíceis...
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais, José
Mendes (in memorium) e Helena Ayres
Mendes- técnicos dedicados e presentes
aos meus filhos Lívia e Victor - medalhas
de ouro no pódio da minha vida, ao meu
marido Carlos por me inspirar a não
desistir dos meus objetivos
5
RESUMO
Analisando a história do desenvolvimento da Atividade Turística na
história da humanidade , percebemos que esta atividade já é muito antiga e
que o conceito de hospedagem e locomoção faz parte da cultura do ser
humano desde a Antiguidade.
Da mesma forma, o Esporte vem, desde a Grécia Antiga, se
aperfeiçoando como atividade primordial na vida da população. Os Eventos
esportivos seguem pela história, deixando legados e , ora receitas, ora déficits
na balança comercial dos países-sede. O Marketing Olímpico se instalou como
uma excelente ferramenta de divulgação de destinos e promoção de eventos
esportivos.
O desafio do Brasil como país-sede de dois mega eventos
esportivos coloca o país em exposição para todo o mundo. Espera-se que o
país cumpra sua parte do acordo com o fornecimento de perfeita infra-
estrutura para as competições,hospedagem de qualidade para os visitantes
nacionais e internacionais esperados, excelência no atendimento aos
visitantes, segurança, rede de transporte eficiente. Por outro lado, o povo
espera que a imagem do país seja consolidada como destino e economia líder
da América Latina e que o legado deixado pelos eventos traga mais qualidade
de vida e menos desigualdade para a população.
,
6
METODOLOGIA
O método utilizado para a elaboração deste trabalho de pesquisa
científica foi a leitura de livros escritos por profissionais dos ramos de Turismo,
Esportes e Marketing como Princípios de Marketing de Philip Kotler e Gary
Armstrong e O Ouro Olímpico de Marcus Vinícius Freire e Deborah Ribeiro. A
fim de complementar os fundamentos analisados, foi realizada também uma
coleta de dados pertinentes em jornais, revistas e sites de Órgãos Oficiais
como EMBRATUR, Organização Mundial de Turismo, Comitê Olímpico
Internacional, FIFA, Comitê Olímpico Brasileiro, ICCA, Rio Convention Bureau,
Fundação do Comércio, IBGE.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I – A EVOLUÇÃO DO TURISMO 10
CAPÍTULO II – OS EVENTOS E O MARKETING ESPORTIVO 17
CAPÍTULO III – PERSPECTIVAS DE INCREMENTO DA
INDUSTRIA BRASILEIRA
30
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA 39
ANEXOS 40
INDICE 44
8
INTRODUÇÃO
Atividade Turística e os Eventos, de um modo geral, caminham
paralelamente gerando cifras cada dia mais significativas na Economia dos
países sede. A história do Marketing Olímpico não é recente e ainda que não
se possa determinar o seu exato princípio, desde o início na história dos Jogos
Olímpicos as pessoas já se locomoviam entre cidades e até mesmo guerras
eram temporariamente suspensas a fim de que os Jogos Olímpicos fossem
realizados com plenitude.
A mercantilização do esporte acompanha diretamente o
desenvolvimento do sistema capitalista e das formas de organização política na
história da humanidade. Os eventos esportivos já receberam patrocínios de
reis, príncipes e magnatas. Sendo uma das mais importantes formas de
projeção de poder e ideologia, como ficou claro em 1936 em Berlim, com a
disseminação do marketing político de Adolph Hitler – os Jogos Olímpicos têm
um papel inquestionável no sistema internacional. Assim como na Indústria
Turística, a observação, o interesse, contextos sócio-econômicos e políticos
influenciaram e continuam influenciando a sua História.
A Indústria Turística no Brasil vem expandindo sua atuação dentro
da Economia Brasileira e a expectativa é de incremento significativo. Citando o
exemplo de Sidney 2000, graças aos Jogos, cerca de 1,6 milhões de turistas
visitaram a Austrália entre 1997 e 2004.
Torna-se importante analisar a perspectiva de incremento da
Indústria Turística Brasileira com a repercussão mundial do destino Brasil como
palco de dois mega Eventos Esportivos.
9
Acompanhando-se a evolução do Turismo no Brasil e no Mundo,
analisando casos de sucesso como Barcelona e Sidney, poder-se-á
compreender como a Indústria Turística se beneficiará da divulgação do país
como potencial destino para eventos .
10
CAPÍTULO I
A EVOLUÇÃO DO TURISMO
1.1 - NO MUNDO
A palavra turismo tem sua origem no substantivo latino tornus
(“volta”) ou no verbo tornare (“voltar”). A raiz vem do francês tour que gerou o
conceito turismo. Por significar “movimento circular” passou a designar
também “viagem de recreio, excursão”. Portanto, na própria etimologia da
palavra Turismo está refletida a evolução da atividade. Na Língua Portuguesa,
seu primeiro registro data o século XX, designando bem mais do que “uma
viagem de ida e volta” , de acordo com Antonio Geraldo da Cunha.
Acredita-se que três milênios antes da era cristã, já havia uma olhar
turístico nas longas viagens marítimas dos fenícios considerados inventores do
comércio ou mesmo nas caravanas dos povos mesopotâmios que
atravessavam as regiões árias do Oriente Médio. Sempre havia uma tenda
pronta para receber estranhos, mesmo com o perfil caracteristicamente
nômade destes povos.
Entretanto, foi na Grécia antiga que o Turismo se lança como
atividade econômica. Na cidade-estado de Olímpia , por volta do século VII
a.C,, sediou os eventos desportivos realizados a cada quatro anos atraindo
não apenas atletas como também espectadores. Os Jogos Olímpicos, portanto,
motivaram as primeiras viagens de lazer que se tornaram importantes a ponto
de se fazer trégua nas guerras para não prejudicar o fluxo de viajantes. Além
disto, todas as cidades envolvidas no trajeto até a chegada a Olímpia,
precisaram adaptar-se às necessidades dos viajantes, criando estruturas de
alojamento, alimentação e transporte para esses primeiros turistas.
As viagens foram intensificadas com a expansão do Império
Romano já que as conquistas territoriais promoveram intenso intercâmbio
comercial que deram origem às viagens de lazer. Como afirma Rui Aurélio
11
de Lacerda Badaró, no artigo “O direito do Turismo através da história e usa
evolução :
“Os romanos podem ser considerados os primeiros a viajar por
prazer. Diversas pesquisas científicas (análise de azulejos,placas, vasos e
mapas) revelaram que o povo romano ia à praia e a centros de
rejuvenescimento e tratamento do corpo, buscando sempre divertimento e
relaxamento”
Também o termo “hospitalidade” teve origem no Império Romano e
designava o local em que era possível conseguir, durante viagens, instalações
em caráter temporário para alimentação e repouso.
O fim do período inicial do Turismo data por volta do ano de 400 a.C
com a queda do Império Romano . O comércio tornou-se quase impossível
com as sucessivas guerras e com as estradas intransitáveis . As viagens de
lazer foram suspensas dando lugar ao Turismo de manifestação da fé, geradas
pela expansão do Cristianismo no mundo.. Multiplicam-se assim, as
peregrinações religiosas que a partir do século VI . Os viajantes passam a ser
chamados de “romeiros” e as viagens de caráter religioso se intensificaram
entre os séculos VII e IX . Com as Cruzadas, as pousadas que funcionavam
apenas para viajantes religiosos, assumiram característica de negócio lucrativo
por causa do intenso movimento de soldados , peregrinos e mercadores
europeus. Um grande número de novos estabelecimentos foi aberto nesse
período. Por volta de 1140, com a descoberta da tumba do apóstolo São Tiago,
no norte da Espanha, foi editado o primeiro guia turístico da Europa e até hoje
o “Caminho de Santiago de Compostela” é um dos roteiros mais visitados no
mundo. A peregrinação a Santiago de Compostela traria também as primeiras
excursões pagas registradas na História.
As pousadas passam a assumir características de negócio lucrativo
com o intenso fluxo de soldados, peregrinos e mercadores e vários
estabelecimentos são abertos nesse período. A hotelaria passa então a ser
12
considerada uma atividade profissional e em 1282 é criado o primeiro grêmio
dos proprietários de pousadas, na Itália, na cidade de Florença.
As relações entre Comércio e Turismo se solidificaram a partir do
século XIII, quando surge a Liga Hanseática que controlava o comércio e as
feiras em mais de 90 cidades com o objetivo de comercializar mercadorias com
preço tabelado. Esta liga organizava também grupos de viagens para percorrer
diversas cidades apresentando as atividades mercantis de cada destino. O
grupos eram alojados em pousadas pré-selecionadas pela Liga e os viajantes
eram tratados de forma diferenciada com a exploração dos atrativos da região:
massagens, vinhos, etc. Este foi o marco inicial do Turismo de Negócios.
Já nos séculos XIV a XVI, registram-se as raízes do Turismo Cultural
com o florescimento do Renascentismo onde havia intensa produção artística
e científica na Europa. As viagens de cunho cultural eram realizadas
principalmente pela nobreza masculina e pelo clero que além de acumular
conhecimentos, aprendiam línguas e desfrutavam de aventuras. Florença e
Roma lideraram este período como destino.
No século XVIII os jogos de azar ganharam espaço na sociedade e
nasceram na Europa os primeiros cassinos.
Em 1804 , o Código de Napoleão, trouxe forma jurídica às principais
conquistas da Revolução Francesa e e foi inspiração a mais de 70 países para
regulamentar a responsabilidade civil do hoteleiro.
O inglês Thomas Cook foi responsável pela organização da primeira
viagem coletiva da história do Turismo Internacional, em 1841 por ocasião da
realização de um congresso na Inglaterra. Com a prospecção dos negócios,
Thomas Cook lança, quatorze anos depois, viagens envolvendo transporte,
alimentação e serviços de guia.
13
1.2 - NO BRASIL
Podemos considerar a famosa carta do escrivão Pero Vaz de
Caminha ao Rei de Portugal, Dom Manuel, como o primeiro registro de uma
situação de “hospedagem” no Brasil:“ O Capitão mandou por por baixo da
cabeça de cada um seu coxim (...)E deitaram um manto por cima deles; e
consentindo, aconchegaram-se e adormeceram” - Caminha, Pero Vaz – Carta
a El Rei D. Manuel .
O trecho acima citado apresenta o primeiro contato entre duas
tradições de hospitalidade distintas : a portuguesa e a indígena. De certa
forma, esse curioso encontro de tradições de hospitalidade retrata as origens
do estilo brasileiro de “receber”. Os índios acolheram os europeus como
“mensageiros de tupã”, mesmo tendo recebido inúmeras vezes em troca a
escravidão e a guerra. A hospitalidade portuguesa era caracteristicamente
mesclada de influências étnicas distintas , contando com a conhecida
hospitalidade árabe aos principais referenciais do Cristianismo.
A necessidade de colonizar o novo território conquistado e também a
defendê-lo das invasões francesas fez surgir as expedições bandeirantes. Os
caminhos abertos pelos bandeirantes foram mais tarde utilizados no trânsito de
pessoas e produtos entre litoral e regiões mineradoras e logo a seguir focos de
hospedagem. Tratavam-se de ranchos à beira de estradas que se
assemelhavam às antigas estalagens européias que deram origem à atividade
hoteleira e comercial nessas regiões.
A hotelaria demorou a se desenvolver como atividade comercial no
Brasil-Colônia por causa da hospitalidade típica dos portugueses. Todas as
boas residências do país contavam com quartos de hóspedes e a gentileza e
hospitalidade do anfitrião eram fatores de prestígio na sociedade.
Quando a Família Real Portuguesa desembarcou entre janeiro e
março de 1808 acompanhados de cerca de 10 mil pessoas entre nobres,
oficiais superiores, altos funcionários e suas famílias (em 14 navios
abarrotados de bagagem) a cidade do Rio de Janeiro não contava com
14
hospedagem que pudesse acomodar tantos acompanhantes. A sigla P.R.
acoplada nas portas das melhores residências, resolveram o problema. Esta
sigla significava que a residência havia sido escolhida e requisitada pelo
príncipe e os proprietários deveriam desocupá-la imediatamente para
acomodar os membros da comitiva.
Foi a primeira situação de “choque de demanda” e a atividade
hoteleira precisou surgir e desenvolver.
A chegada da Família Real e a fixação da corte portuguesa no Rio
de Janeiro trouxe rápido incremento nas relações comerciais locais. A Colônia
transformou-se em nação soberana e a chegada dos estrangeiros em missões
diplomáticas, expedições científicas ou viagens de negócios concorreu para o
incremento da Indústria Hoteleira . Rio de Janeiro e posteriormente São Paulo
e outras cidades viram o aumento do fluxo de estrangeiros.
Nos séculos XIX e XX a busca pela cultura e recreação concorreu
para o contínuo processo de massificação do turismo. Com a evolução dos
transportes as viagens tornaram-se mais accessíveis para outros segmentos
da população além da nobreza.
No Rio de Janeiro os hotéis foram responsáveis pelo
desenvolvimento de bairros como Copacabana e Ipanema. O atendimento ao
turista passou a ser considerada como uma novidade competitiva e os hotéis
precisaram dar passos largos visando “qualidade”. Banhos privativos,
duchas, banheiras em mármore foram diferenciais. Posteriormente seguiram-
se a telefonia nos quartos e a eletricidade, inovação que foi muito alardeada.
Os costumes da antiga sociedade colonial transformaram-se e os
hotéis passaram a fazer parte dos divertimentos da cidade com saraus
artísticos e companhias portuguesas se apresentando nos palcos cariocas.
Começaram, mesmo que discretamente, os primeiros bailes carnavalescos.
No Rio, a folia começou no hotel Itália em 1835 e repetiu-se várias
vezes no mesmo ano em vários outros hotéis , consagrando-se para sempre,.
15
Outras regiões do país tiveram a estrutura hoteleira majorada, mas
nada foi mais impactante para o turismo no Brasil do que a imigração que
agregava experiências de serviços hoteleiros europeus.
A população de São Paulo, por exemplo, saltou de 130 mil
habitantes para 240 mil em 5 anos apenas. Os sírios e libaneses chegaram em
1905 e mais de 50 mil chegariam nas décadas seguintes. Em 1908 chegaram
as primeiras 165 famílias japonesas. Anos depois, logo após a Segunda
Guerra, chegariam mais 500 mil.
Toda a infra-estrutura da cidade foi ampliada para atender ao novo
perfil urbano e econômico da cidade, o que provocou o surgimento de hotéis
luxuosos para abrigar os grandes barões do café e os emergentes industriais.
Em 1904 é aprovada a primeira lei de incentivos fiscais para a
construção de hotéis no Rio de Janeiro, então Distrito Federal. O Turismo
começou então a se firmar no país como atividade de grande importância
sócio-econômica.
Com o fim da Segunda Guerra o avião passou a ser, em todo o
mundo, por excelência, um veículo essencial para o desenvolvimento do
Turismo e intercâmbio entre os povos.
São criadas então a Confederação Nacional do Comércio, Senac,
visando formar profissionais em Turismo e Hotelaria. Em 1936 criou-se a ABIH
– Associação Brasileira da Indústria de Hotéis e em 1953, quinze
representantes de agências de viagens criam a ABAV – Associação Brasileira
das Agências de Viagens. Em 1966 é aberta a EMBRATUR com a missão de
formular, coordenar e fazer executar a Política Nacional do Turismo.
A diversificação de serviços com perfil de luxo e o aumento da
profissionalização no setor foram fatores determinantes , a partir desse
período, não apenas para a promoção da hotelaria nacional, mas
16
especialmente para o incremento da imagem do Brasil como destino
importante do Turismo Internacional.
Cinco séculos passados, desde o desembarque dos primeiros
estrangeiros , o Brasil já é a 13ª. maior economia turística do mundo e ,entre
os emergentes, com o maior volume de empregos do setor.
17
CAPITULO II
OS EVENTOS E O MARKETING ESPORTIVO
Superar a si mesmo e aos limites do próprio corpo... esta
característica psicológica do ser humano torna as competições olímpicas e
esportivas um evento fundamentalmente diferente dos demais quando o
assunto é Marketing, Venda e Consumo. E é esta característica que
impulsiona o consumo da imagem e da marca olímpica.
Nas próximas páginas, procuramos efetuar uma síntese do Esporte
através dos tempos além de analisar o Marketing Olímpico presente desde a
Antiguidade e cuja geração de lucros considera-se recente.
2.1 – O ESPORTE E O MARKETING OLÍMPICO ATRAVÉS DOS
TEMPOS
2.1.1 – Na Antiguidade
Marcos Vinícius Freire e Deborah Ribeiro relatam que os primórdios
do marketing olímpico datam os festivais da Antiguidade quando já existia
atividade comercial e o pensamento grego e seus mitos foram de determinante
influência..
Na Grécia antiga a relação atleta, esporte e dinheiro não
caminhavam de forma harmoniosa apesar de estar sempre interligados. A
educação grega incluía o treinamento atlético para alguns cidadãos livres e os
Jogos Olímpicos eram e continuam sendo a maior oportunidade de projeção de
habilidade atlética e do espírito competitivo no mundo. Havia atletas e
treinadores, mas não havia divulgação jornalística sendo a propaganda de
boca a boca a melhor opção de cobertura do evento. Enquanto escultores
retratavam em seus trabalhos a perfeição mitológica dos atletas –
18
representantes dos deuses do Olimpo na Terra, poetas e artistas faziam a
divulgação em forma de verso e odes nas praças públicas.
A Grécia ainda não era considerada uma nação e era formada de
cidades-Estado com suas próprias regras e governantes distintos. A fim de
realizar as competições olímpicas em clima de paz, era divulgado um acordo
de paz temporário (3 meses anteriores ao evento) que assegurava a
segurança na rota daquelas pessoas que pretendiam se dirigir para Olímpia.
O tratado entre Lycurgos (representante de Esparta), Iphitus (rei da
Ilía) e Cleóstenes (rei de Pisa) considerava o território de Olímpia e os atletas
que participassem das competições como “invioláveis”. O tratado foi registrado
em um disco de pedra com as assinaturas dos governantes e está hoje no
Museu Arqueológico de Creta.
Os jogos foram oficializados e os resultados finais registrados
somente em 776 a.C. e eram dedicados aos deuses do Olimpo. Os
preparativos para os festivais olímpicos começavam dez meses de
antecedência da data de abertura . Uma comissão organizadora era nomeada
e seus membros eram responsáveis também por julgar os eventos. Portanto,
já na Antiguidade os gregos traçavam metas, datas e objetivos.
Até os 13º. Jogos da Era Antiga (728 a.C) a corrida era o esporte
mais nobre dos Jogos da Antiguidade grega e posteriormente foram agregadas
outras modalidades como luta, corrida de bigas,hipismo.
Os Jogos entraram em decadência por conta da rivalidade entre as
cidades-Estado da Grécia . Com o enfraquecimento causado pelas guerras
internas, acabou sendo invadida e os vizinhos do norte tornaram-se os
primeiros estrangeiros a terem o direito de participar dos Jogos Olímpicos. No
século II a.C. quando os romanos invadiram a Grécia, os festivais ficaram sob
a responsabilidade do governo romano que procurou manter viva a tradição
dos Jogos e estimulava seus jovens a desafiar os gregos. Visando superá-los,
os romanos passaram a profissionalizar seus atletas e subornar os adversário
19
e os jogos começaram a perder sua identidade. Atletas se tornavam lendas
pelos seus feitos e eram mantidos por cidadãos milionários e assim iniciaram-
se as premiações em dinheiro. Os patrocínios tinham origem pública ou
privada. Os atletas vencedores tornavam-se olimpiônicos e tinham seus
nomes inseridos no catálogo oficial conservado no ginásio em Olímpia. Atenas
recompensava-os patrocinando-lhes a alimentação pelo resto de suas vidas.
Governadores e reis cunhavam moedas a fim de homenagear os
atletas vitoriosos e este costume sobreviveu ao tempo. Surgia desta forma a
idéia das medalhas e da numismática comemorativa, forte ferramenta no Jogos
da Era Moderna que sempre movimentou milhões de dólares e colecionadores
espalhados pelo planeta.
Em 146 a.C., os festivais se transformam em verdadeiras
demonstrações de carnificina com a participação de escravos que competiam
por suas vidas contra animais selvagens. Assim, os Jogos Olímpicos
tornaram-se um festival voltado para o público e desprovido do caráter religioso
ou ideológico. Com a conversão do imperador Teodósio, o Grande ao
cristianismo foi decretado o fim das manifestações pagãs como Jogos
Olímpicos. Este foi o fim dos 1.200 anos de história dos Jogos Olímpicos da
Antiguidade. Entretanto, podemos dizer que mesmo com os incêndios,
inundações e terremotos que atingiram a Grécia durante 1503 verões, o
espírito olímpico permaneceu.
2.1.2 – Na Era Moderna
De acordo com Marcus Vinícius Freire e Deborah Ribeiro - devemos
ao famoso barão francês Pierre de Coubertin o renascimento dos Jogos
Olímpicos, inspirado nos festivais da Antigüidade cujos sentimentos olímpicos
baseavam-se na honra, orgulho e cultura. O barão se dedicava à pedagogia e
estudo da sociedade e suas transformações sociais e concentrou-se na
reforma do sistema educacional francês . Observando na Inglaterra exemplos
de não-violência entre jovens que praticavam atividades físicas, Coubertin
20
considerou que esta seria uma solução aos problemas então existentes na
França. Em 1892 apresentou na Universidade de Sorbonne, em Paris um
estudo sobre os exercícios físicos no mundo moderno. O objetivo do estudo
era também a reativação dos Jogos Olímpicos para a Era Moderna. Através
de uma conferência internacional de esportistas do mundo inteiro, Coubertin
contou com a presença de 13 países e mensagens de apoio de 21. Ficou
decido na conferência que as competições se realizariam de 4 em 4 anos
baseados nos molde dos festivais olímpicos gregos e o convite foi estendido a
todas as nações do mundo. A fim de reviver a antiga tradição, o local-sede
eleito para a realização da primeira edição dos Jogos foi a cidade de Atenas,
considerada como berço olímpico.
Em junho de 1894 foi então criado o Comitê Olímpico Internacional
(COI) que ficou responsável pelo Jogos Olímpicos. Dois anos depois, em abril
de 1896, Atenas sediou então atletas de vários países para os primeiros Jogos
Olímpicos da Era Moderna.
O COI estabelece então, como missão da organização, o Olimpismo
que de acordo com a Carta Olímpica, é uma filosofia de vida que combina as
qualidades do corpo e da mente baseado em valores de paz, igualdade,
respeito pelos princípios éticos universais. Portanto, o Movimento Olímpico
visa também contribuir para a formação de um planeta pacífico colocando o
esporte ao serviço da harmonização da humanidade. Não podemos deixar
de mencionar outros papéis relevantes do COI, através do Movimento Olímpico
nas organizações públicas e privadas colocando o esporte a serviço da
humanidade, gerando suporte financeiro e educacional onde exista a
Campanha “Celebrar a Humanidade” e ajudando na sociedade a
conscientização de preservação do meio ambiente. O Ouro, Olimpico– a
História do Marketing dos Aros – pág 33)
21
2.1.3 – Ferramentas de Marketing nos Jogos Olímpicos
De acordo com Phillip Kotler e Gary Armstrong:
As marcas são ativos poderosos que devem ser cuidadosamente desenvolvidos e gerenciados....as marcas são mais que meros nomes e símbolos. Elas representam percepções e os sentimentos dos consumidores em relação a um produto e seu desempenho – tudo o que o produto ou serviço significa para os consumidores... As marcas existem na mente dos consumidores. (KOTTLER, Philip e ARMSTRONG, Gary – Princípios de Marketing – Editora Pearson – 12ª. Edição, Pág, 210)
Seguindo o caminho de marcas comerciais, o COI decidiu
estabelecer uma marca que transmitisse os conceitos sublimes de celebração
da humanidade, cultura, arte e educação além do conhecido fair play que
designa um jogo limpo e espírito esportivo. A Imagem Olímpica deveria
portanto, refletir o pensamento positivo da humanidade.
De acordo com Marcos Vinícius Freire e Déborah Ribeiro, os Jogos
Olímpicos sempre se basearam no simbolismo, imagens fortes, templos,
rituais religiosos , estátuas e deuses da mitologia, podemos dizer que o
branding sempre fez parte da história dos Jogos.
O símbolo olímpico dos cinco aros interligados foi apresentado pelo
Barão de Coubertin em 1914 durante o Congresso Mundial, mas vale citar
outros símbolos olímpicos que hoje representam propriedades intelectuais
valiosas para os ideais de marketing nos dias de hoje:
• O lema visionário “Citius,altius,fortius” (mais rápido, mais alto,
mais forte) adotado pelo Barão de Coubertin
• O juramento dos atletas na cerimônia de abertura
• O Revezamento da Tocha
• O Desfile das Bandeiras das delegações
(O Ouro Olimpico– a História do Marketing dos Aros – pág 35)
22
Como especificado na página 14 da Carta Olímpica, a meta atual do
Movimento Olímpico é , entre outros, auxiliar na formação de um planeta
pacífico, sem discriminação, com espírito de amizade, educação, solidariedade
e ética. Paralelamente, visa também a promoção do esporte e de competições
com o apoio de instituições nacionais e internacionais pelo mundo todo.
Marcos Vinícius Freire complementa que, a fim de compreender
melhor a reação dos consumidores à Imagem Olímpica bem como ouvir a
opinião pública em relação à ela, o COI implementou, em 1999, a maior
pesquisa já realizada por um órgão ligado ao esporte. Através do Olympic
Image Research & Communications Project, foram identificados os atributos
inspirados pela Imagem Olímpica. A pesquisa foi qualitativa em dez países e
quantitativa em onze países.
Foi constatado que a promoção da Imagem Olímpica precisa de
uma ação conjunta e que é formada por quatro mensagens complementares :
1 – Esperança de um mundo melhor com a utilização do esporte
sem discriminação. É indiscutível que as pessoas creditam força positiva à
Imagem Olímpica e a consideram como possibilidade de paz mundial.
Podemos citar a participação das duas Coréias participando e desfilando juntas
sob uma bandeira única nos jogos de Sidney em 2000, durante a cerimônia de
abertura. Da mesma forma, em Atenas 2004 o Iraque participou dos Jogos
mesmo após ter sido invadido pelas tropas americanas.
A Coca-Cola, patrocinadora olímpica ”TOP”,considera que os Jogos
são um espelho de desejos e esperanças coletivas.
23
2 – Sonhos e Inspirações através de lições de dedicação e
empenho na superação pessoal. Este é considerado o segundo maior valor dos
Jogos Olímpicos e está ligado aos atletas. Enfatiza o que o ser humano tem de
melhor e em que pode se tornar .
Com base nos sentimentos de ideais a VISA tem como uma de suas
ações o desenvolvimento de programas de promoção do ideal olímpico de
sonho e inspiração . O Visa´s Olympics of the Imagination é uma competição
de arte onde as crianças criam a partir de sua interpretação dos temas
olímpicos. Outro exemplo é a empresa de seguros John Hancock que
patrocina viagens como estratégia de aproximação com os jovens.
3 – Amizade e Lisura ou fair play - através de valores contidos no
esporte os Jogos provam como a humanidade consegue superar as diferenças
políticas, econômicas, religiosas assim como preconceitos raciais. A Samsung,
que tem como meta manter as pessoas conectadas patrocinou, através do
Samsung Athlete Family Homestay em Sidney 2000, a estadia de 1.500
familiares de atletas de 123 países que tiveram a oportunidade de estar no
local do Jogos.
4 – Prazer no esforço - o simbolismo mais latente é a medalha de
ouro que sugere o princípio da superioridade, a idéia de ser o melhor. Mas,
somente a medalha não é o suficiente... há também o ideal da participação
independente do sentimento da vitória. Portanto, o valor olímpico da
participação passou a ser explorado através do prazer no esforço. O exemplo
da união de 15 empresas responsáveis pelo complexo processo de tecnologia
da informação, patrocinando, em esforço conjunto reflete este ideal. O
McDonald´s é um bom exemplo, com base em sua metodologia de trabalho,
deste esforço. Como restaurante oficial para seis Jogos consecutivos, a
empresa já alimentou mais de 15 mil atletas, treinadores, oficiais e profissionais
da mídia.
24
Através do resultado destas pesquisas, pode-se constatar que as
pessoas têm imagem muito positiva da imagem que é forte e durável o que
demonstra que a credibilidade do Evento Esportivo Jogos Olímpicos está
assegurada para as próximas décadas, no que tange à Imagem.
(O Ouro, Olimpico– a História do Marketing dos Aros – pág 36-39)
2.2. - Legado dos Jogos Olímpicos no Mundo
Visando oferecer um panorama geral de ferramentas de marketing e
diferenciais que concorreram para o desenvolvimento dos jogos nos últimos
anos, selecionamos alguns casos que nos servirão para futuras análises.
2.2.1 - Montreal 1976
Os patrocinadores e fornecedores oficiais dos Jogos de Montreal foram
de perfil corporativo. Os bens e serviços fornecidos eram isentos de taxas para
o Comitê Organizador e os programas de licenciamento oficial bem como
programas de marketing foram direcionados para consumidores licenciados ou
concessionários e portanto, sujeitos a condições de mercado totalmente
imprevisíveis.
A intenção era reduzir despesas através da obtenção de bens e serviços
sem custos e a adesão de empresas e cidadãos que pudessem participar da
organização do evento.
O produtos e serviços responderam por 12,9 milhões de dólares dos
15,5 milhões atribuídos ao total do programa de fornecedores oficiais. A
contrapartida foi a utilização do logo oficial e outras marcas bem como frases e
slogans sob a proteção legal e oficial. Considerando que diversos produtos
não poderiam ser utilizados durante os jogos, o Comitê Organizador estendeu
a participação secundária de alguns segmentos corporativos através da divisão
entre patrocinador oficial, parceiro oficial e promotor oficial com base no valor
25
da participação. Dentro de cada categoria havia ainda a subdivisão de “ouro,
prata e bronze”.
A iniciativa foi bem vista e mais de duzentos produtos foram vistos
no mercado com a logomarca dos Jogos Olímpicos de 1976 o que garantiu
mais de 2,8 milhões de dólares em royalties.
O resultado foi um desastre. Os 628 patrocinadores geraram um
lucro líquido de 7 milhões de dólares em dinheiro . As 42 empresas
consideradas patrocinadoras oficiais pagaram em média 50 mil dólares
canadenses cada o que gerou 3,5 milhões de dólares para o Comitê
Organizador. As 586 parceiras oficiais geraram 536 mil dólares e as
promotoras oficiais 144 mil dólares. Comparando com os Jogos Olímpicos de
Atenas cujo resultado foi de 1,3 bilhões de dólares com apenas seis marcas
oficiais, percebemos que o resultado foi desfavorável.
É importante notar que o déficit refere-se apenas aos efeitos
financeiros dos jogos. Não houve um impacto na economia global do país .. Os
Jogos Olímpicos foram quase que inteiramente financiados pelos fundos
públicos e uma quantia razoável foi dedicada a melhorias em infra-estrutura e
facilidades esportivas, mesmo que numa área relativamente pequena da
cidade.
O saldo negativo chegou a 1,2 bilhões de dólares e o governo
cobrou impostos extras dos canadenses. Somente em 2006, quando o custo
final alcançou o valor de 2 bilhões, as dívidas foram saldadas.
O efeito desastroso levou várias cidades a não se candidatar como
sedes por um bom tempo.
26
2.2.2 – Los Angeles 1984
De acordo com Marcos Vinícius Freire , os Jogos de 1984 se
tornaram modelos para os Jogos futuros. A partir de 1984 pode-se considerar
que iniciou-se uma nova era de marketing olímpico. Com o déficit de Montreal
e a expertise americana na área de marketing, diversas iniciativas foram
tomadas a fim de evitar um segundo desastre econômico na história dos Jogos.
A inovação partiu da criação de um programa de patrocínios
envolvendo empresas privadas a fim de buscar recursos financeiros para a
festa. O COI , por sua vez , somente autorizou Los Angeles a organizar os
Jogos quando todas as negociações estivessem totalmente garantidas.
Portanto, a Organização passou a ser co-responsável pelo financiamento do
Evento, junto com o Governo. Foi criado assim o primeiro programa estruturado
de marketing. Em Los Angeles, tudo o que se referia aos Jogos Olímpicos
valia dinheiro : venda de selos comemorativos, ingressos , credenciais VIP´s ,
etc. O Comitê se encarregou de fechar acordos mediante um grande montante
em forma de patrocínio antecipadamente. Pediu também depósitos das
emissoras antes mesmo da licitação (restituíveis). Pelo direito de utilizar os
símbolos dos Jogos, importantes empresas concordaram em sustentar os
Jogos. A meta de patrocínio aumentou em seis vezes. Os patrocinadores
desembolsaram no mínimo 4 milhões de dólares na forma de bens, serviços ou
em dinheiro. Em troca, teriam o direito de uso do símbolo em publicidade além
de facilidades em ingressos e hospedagem. Foram patrocinadores empresas
como : Coca-Cola, Levi´s-Strauss, Converse, M&M Mars, AT&T, McDonald´s,
IBM, Transamérica, Xerox, American Express, United Airlines, entre outras.
Os Jogos de Los Angeles derem início à comercialização mais
intensificada da Propriedade Intelectual Olímpica e somente a venda de
produtos oficiais olímpicos gerou 215 milhões de dólares em lucro para o
Comitê Organizador. O sucesso financeiro deu-se graças a vendas comerciais,
vendas de ingressos e da venda do direito de transmissão das 156 nações que
compraram o direito de transmissão.
27
Do ponto de vista financeiro, os americanos conseguiram fazer dos
Jogos um negócio rentável e o esporte encarado com total profissionalismo.
(O Ouro Olimpico– a História do Marketing dos Aros – pág
104,105,109)
2.2.3 – Barcelona 1992
Em Barcelona o programa de patrocínio do Comitê visava maximizar a
renda das empresas interessadas em associar-se aos Jogos Olímpicos. Desta
forma, a segunda geração do programa TOP, cuja primeira geração foi em Seul
, foi mantido e o programa de marketing foi dividido em quatro níveis de
patrocínio. Foi também implantado um programa de concessões e o Comitê
arrendou espaços e quiosques, cujo custo da instalação foi pago por empresas.
Foi a primeira vez em que os patrocinadores e colaboradores dos Jogos
tiveram como entreter convidados e expor seus produtos além de explorar o
marketing de relacionamento oferecendo serviços VIPs. Outro diferencial foi a
proibição do tabagismo, inclusive nas instalações das competições,
especialmente charutos cubanos.
Em Barcelona , a África do Sul voltou ao cenário olímpico depois de 36
anos por conta do apartheid. Foi proclamada, portanto, o fim da trégua
olímpica.
O perfil mercantilista da economia espanhola foi aqui reforçado com a
campanha do banco espanhol de pagar 1 milhão de dólares a cada atleta que
ganhasse ouro olímpico a partir dos seus 50 anos, em prestações mensais.
De acordo com o Periódico O Impacto Econômico nos Jogos Olímpicos,
da Pricewaterhouse:
Os Jogos de Seul em 1988 e especialmente Barcelona mostraram que uma cidade poderia desenvolver significativamente a sua infra-estrutura, atualizar sua instalação de transportes, ampliarem sua rede de telecomunicações, construírem novos módulos urbanos de habitação e integrá-las à área metropolitana, melhorando a qualidade de vida da população. Esta percepção fez com que
28
mais cidades se candidatassem como cidade-sede dos jogos e de outros eventos esportivos como a Copa do Mundo. “ (tradução livre) (Pricewaterhouse Coopers-European Economic Outlook, Junho
de 2004, pag 20)
Carlos Alberto Ferreira, Presidente da Associação Brasileira de Agências
de Viagens, cita em entrevista no Olympic Chanel – Especial Rio 2016 que a
cidade de Barcelona teve , dois anos após os Jogos Olímpicos um incremento
de 22% na Indústria Turística.
2.2.4. – Atlanta 1996
Segundo Marcos Vinícius Freire e Deborah Ribeiro, os Jogos
Olímpicos Centenários em Atlanta, contaram com o investimento privado e se
realizaram totalmente independentes do governo dos Estados Unidos. Os
recursos não foram escassos na cidade-sede da Coca-Cola, um dos mais
antigos patrocinadores do evento. O Olympic Stadium custou 209 milhões de
dólares e cerca de 10 milhões foram direcionados para a melhoria da infra-
estrutura de bairros vizinhos ao anel olímpico, bairros onde a população negra
era predominante.
A Coca-Cola gastou 250 milhões de dólares em patrocínios,
publicidades, promoções e hospitalidade. Haviam vários espaços para outras
empresas mostrarem seus produtos . A Cervejaria Budweiser (na época
Anheuser-Busch) construiu um jardim suspenso , a Swatch tinha um galpão
inflável de exposição.
Uma parte do sistema de sistema de segurança olímpica funcionava
no Centenial Olympic Park que parecia fazer parte dos Jogos. Neste local, um
bomba de fabricação caseira foi explodida matando 1 pessoa e ferindo 110,
fato que abalou a memória da comemoração dos 100 anos dos jogos e pela
segunda vez na história, desde a ação terroristas dos Jogos de Munique, a
bandeira dos Jogos ficou a meio mastro em respeito às vítimas.
29
Os Jogos Olímpicos de Atlanta foram os primeiros a desenvolver um
web site oficial na internet.
2.2.5 – Sidney 2000
Mesmo sendo um destino onde muitos precisariam “cruzar o
oceano” o perfil hospitaleiro da Austrália e suas belezas naturais além da
simpatia do seu povo concorreram para a vitória contra Berlim, Istambul,
Manchester e Pequim.
Coincidindo com a entrada do Novo Milênio, sem sombras de
dúvidas a Austrália foi o único local que poderia proporcionar o primeiro
amanhecer do milênio.
Como citam Marcos Vinícius Freire e Déborah Ribeiro:
Sidney 2000 foi considerado um sucesso de
gerenciamento de marca. Combinou os valores da Imagem
Olímpica com o espírito dinâmico e otimista da Austrália,
transformando o evento em uma plataforma
poderosa...Primeiramente, a cidade buscou hospedar os
atletas e fazer dos Jogos uma edição especialmente dedicada
à celebração dos sonhos e realizações dos atletas olímpicos,
provendo um ambiente positivo..... Sidney 2000 deixou um
legado para o esporte – um legado de suporte financeiro para
atletas olímpicos, um legado para Austrália como o turismo por
todo o mundo.
(O Ouro Olímpico - a história do, Marketing dos Aros,
pág.120)
Richard Bate, presidente da Comissão de Marketing do COI afirma
que “os sucessos de marketing de Atlanta 1996 e Sidney 2000 abriram uma
nova página na história do marketing olímpico”.
30
CAPITULO III
PERSPECTIVAS DE INCREMENTO DA INDÚSTRIA
TURÍSTICA BRASILEIRA
A melhor maneira de prever o futuro é inventá-
lo - Dennis Gabor
Segundo a OMT, Organização Mundial de Turismo, há três décadas
apenas 277 milhões de pessoas circulavam pelo mundo a turismo. No ano de
2008, este número passou para 922 milhões de turistas. A evolução dos
transportes, das telecomunicações e a globalização da economia foram
grandes responsáveis pelo incremento das viagens e o turismo se transformou
em uma das atividades econômicas que mais crescem no mundo, sendo hoje
um dos pilares do comércio internacional.
A renda gerada pelo turismo internacional em 2008 alcançou USD
1.1 trilhão e respondeu por 30% de todas as exportações de serviços do
mundo.
O crescimento tem sido constante e a previsão para 2020 é de que
quase 1,6 bilhões de pessoas se movimentem pelo mundo.
A América do Sul é uma das regiões que vêm despontando como
destino número um no cenário do Turismo Mundial e o Brasil é o destino líder
no Turismo desta região.
3.1– A Força da Indústria Turística Brasileira
POPULAÇÃO 192 milhões de habitantes
CRESCIMENTO ANUAL 1,3 %
CRESCIMENTO URBANO 81 %
EXTENSÃO TERRITORIAL 8,5 milhões km2 (47% da América Latina
EXTENSÃO LITORÂNEA 8.000 km de praias
31
De acordo com o Plano Aquarela 2020 – Marketing Turístico
Internacional do Brasil, o país apresenta uma evolução positiva tanto no
número absoluto de turistas bem como nas divisas que chegaram a apresentar
uma evolução de 132% entre os anos de 2003 e 2008;
Podemos notar uma diversificação e o avanço da área de negócios e
eventos que hoje responde por um terço da demanda internacional do país.
De acordo com pesquisa encomendada pelo Ministério do Turismo, o avanço
do Brasil como um dos principais destinos de eventos associativos do mundo,
demonstra a crescente qualificação e melhoria da infra-estrutura das cidades
brasileiras para receber o turista de eventos. Este turista é geralmente
formador de opinião, com renda média elevada e tem um gasto diário bem
superior ao turista de lazer. Em uma pesquisa encomendada pela
EMBRATUR à Fundação Getúlio Vargas, chegou-se à seguinte conclusão :
• Gasto médio / dia do visitante CORPORATIVO no Brasil: USD 285,00
• Gasto médio / dia do visitante de LAZER no Brasil: USD 68,00
De acordo com a ICCA – International Congress and Convention
Association, a evolução da posição competitiva espelha o crescimento do país
como destino de eventos internacionais. Desde 2006 o país está entre os dez
países que mais recebem eventos internacionais no mundo, O último ranking,
divulgado com dados de 2008, coloca o Brasil na 7ª. Posição com 254 eventos.
Em 2003 estava em 19º lugar. Tais dados comprovam que as ações de
Marketing desenvolvidas pelo Ministério de Turismo através da EMBRATUR,
vem demonstrando eficiência e a marca “Brasil” tem gerado bons resultados.
Phillip Kotler e Gary Armstrong, citam sobre a Estratégia de Conteúdo da
Mensagem:
O primeiro passo para criar mensagens de propaganda eficientes é planejar a estratégia da mensagem – decidir qual é a mensagem geral que se quer comunicar aos consumidores. A finalidade da propaganda é fazer com que os consumidores pensem sobre o produto ou a empresa ou reajam a eles de determinada maneira.....
32
O ideal seria que a estratégia de conteúdo da mensagem resultasse diretamente das estratégias mais gerais de valor para o cliente e posicionamento da empresa. KOTLER, P. e ARMSTRONG,G. – Princípios de Marketing, p.388
Para Philip Kotler “marcas representam mais que o produto –
representam um conjunto de serviços, valores e promessas oferecidos pelo
vendedor” (KOTLER, P – Marketing para o século XXI, p.178)
Na pesquisa que serviu de base ao Plano Aquarela, foi também
constatado que cerca de 96,4% dos turistas afirma que pretende voltar ao país
outras vezes e o melhor do Brasil é o povo brasileiro, presente em 45% das
citações dos entrevistados. Houve destaque também para as belezas naturais,
praias, sol e clima tropical além da diversidade.
Dos turistas entrevistados, 37 % dos que viram alguma propaganda
sobre o Brasil, associaram-na a alguma imagem positiva e 38% a sentimentos
como vontade de conhecer, alegria. Na opinião do turista, a propaganda do
Brasil é emocional e geradora de imagens positivas
Outro elemento a favor do Brasil é site oficial que foi avaliado como
ótimo e bom por 74% dos turistas que acessaram.
O Ministro do Turismo, no Plano Aquarela esclarece as metas e
objetivos do planejamento :
...que o Brasil consiga antes, durante e depois dos grandes eventos esportivos se projetar como destino turístico no exterior e, além de aumentar o fluxo de turistas estrangeiros, incentivar que suas viagens ao país durem mais tempo, visitem novos destinos que vão despontar com a grande exposição que teremos na mídia internacional. O objetivo principal é garantir mais desenvolvimento para todas as regiões do país, gerando emprego e renda e dando a contribuição do turismo para a diminuição das desigualdades regionais.
BARRETO, Luiz – Plano Aquarela, p. 4 , 2009
33
3.2 – Os desafios do Governo e da Sociedade Brasileira
A previsão da ex-presidente da EMBRATUR , Jeanine Pires é de
que “ o Brasil entrará para a história como mais um caso de sucesso na
realização tanto da Copa quanto das Olimpíadas e o turismo colherá, desse
processo, mais frutos do que qualquer outro.”
Recentemente, durante a cerimônia de sorteio das eliminatórias da
Copa no Rio de Janeiro, o presidente da FIFA – Federação Internacional de
Futebol, Joseph Blatter, afirmou que acredita no Brasil e na solução dos
problemas de infra-estrutura e logísticos.
Percebemos no momento um forte sentimento de nacionalismo e
orgulho no povo brasileiro, porém de acordo com o Jornalista Carlos Eduardo
Freitas, a Copa 2014 é primeira oportunidade para o fazer o país mais
querido aos olhos da população. Com base na pesquisa encomendada ao
IBOPE Inteligência em maio de 2011, por ora há um desprezo. A pesquisa
indica que 48% dos brasileiros têm pouco ou nenhum interesse em relação à
Copa, 27% têm interesse ,mas não muito e 25% têm muito interesse. Este
quadro se deve à distância até a data do evento e também devido aos atrasos
nas obras, descontrole orçamentário e aeroportos saturados.
Conforme o Plano Aquarela, a estimativa para a Copa 2014 é de 500
mil visitantes durante o evento.
Já Carlos Nuzman, Presidente do Comitê Olímpico Brasileiro,
reafirma sua confiança no Governo e na Sociedade Brasileira para a realização
dos Jogos Olímpicos dois anos depois da Copa, em 2016:
Hoje já estamos vivendo a força transformadora dos Jogos. É inegável que a vitória do Rio para sediar as competições de 2016 vem garantindo à cidade e ao país uma projeção crescente. Reafirmo minha certeza de que cumpriremos com êxito nossa missão e que, em cinco anos, entregaremos Jogos
34
excelentes, que serão a expressão de transformações sustentáveis por meio do esporte.
Portal Bangaraí, 9 de agosto, 2011
Empresas de iniciativa pública e privada se dedicam na preparação
do país para os megaeventos esportivos vindouros e inúmeras ações já estão
em andamento, a citar :
• Os operadores de turismo brasileiros já aumentaram em
120% a oferta de produtos brasileiros para o mercado
internacional.
• Diversificação dos produtos disponíveis no mercado
• A EMBRATUR já se posicionou a marca Brasil para competir
com destinos líderes no turismo mundial.
• Fortalecimento do mercado latino-americano paralelamente
aos mercados europeus e norte-americanos já explorados
como “mercados muito distantes”
• Aumento dos gastos dos visitantes através do aumento de
permanência nos roteiros integrados proporcionando a
apresentação da diversidade do país.
• Criação de parcerias entre equipes do Governo envolvendo
entidades líderes do trabalho local como a FIFA e CBF
através do LOC – Comitê Organizador Local; COB – Comitê
Olímpico Brasileiro.
• Reuniões entre a EMBRATUR , Visit Britain (Olimpíadas de
2012) e South African Tourism (Copa 2010) para trocas de
experiências e observação de práticas quanto ao turismo.
• Visita à Austrália para conhecimento da experiência do
Tourism Austrália e troca de informações sobre os Jogos
Olímpicos de Sidney em 2000.
• Incorporação dos Eventos Esportivos de 2014 e 2016 no
Plano Aquarela 2020 de Marketing Turístico Internacional
• Ampliação do número de leitos em hotéis em todo o país
35
• Construção de novos estádios e vilas olímpicas
• Construção e reformas de aeroportos
O País precisará nos próximos anos tomar atitudes sólidas no que
Se refere a itens elementares que concorrerão para o sucesso da Copa 2014 e
Jogos Olímpicos de 2016:
• Segurança Pública
• Desigualdade Social
• Melhoria no sistema de Telecomunicações
• Desenvolvimento de Sinalização Turística eficiente
• Treinamento de profissionais envolvidos em todos os
segmentos afins
3.3 – O Legado dos Eventos Esportivos para o país
Se considerarmos como legado todas as mudanças realizadas
antes, durante e depois da realização de mega eventos Esportivos, podemos
observar ganhos tangíveis e intangíveis.
Segundo Philip Kotler e Gary Armstrong :
A intangibilidade dos serviços significa que eles não podem ser vistos, provados, sentidos, ouvidos ....Os passageiros das companhias aéreas não têm à mão nada além de uma passagem e a promessa de que eles e suas bagagens chegarão a salvo ao destino pretendido. KOTLER, Princípios de Marketing, p. 217
Tais eventos devem portanto, promover o desenvolvimento do
Turismo de forma sustentável, transformar a cidade-sede assegurando a
maximização de sua Economia e gerando benefícios positivos para a
população. O Esporte terá neste caso um papel determinante no crescimento
do país.
A oportunidade de projetar o país no mundo, de construir uma imagem de modernidade, competência para receber grandes eventos, aliada às já conhecidas belezas
36
naturais e culturais do país farão do Brasil um dos principais destinos turísticos do mundo até 2020.
BARRETO, Luiz – Plano Aquarela 2020 – pag.4 O Brasil não será o mesmo depois de sediar com
intervalo de apenas dois anos, a Copa do Mundo de Futebol e os Jogos Olímpicos. Até 2016 serão sete anos de grandes investimentos em infra-estrutura, mobilidade, projetos ambientais, qualificação de pessoal, renovação de várias áreas urbanas – muitos deles já iniciados..
PIRES, Jeanine – Plano Aquarela 2020 – pag.5
Para o economista Stefan Szymanski e o Jornalista Simon Kuper,,”
a Copa do Mundo não fará ninguém mais rico no Brasil. Os políticos poderiam
era honestidade de confessar essa verdade “. Na opinião do economista, o
pagamento de impostos dos contribuintes destinados a outros projetos é
desviado para um único mês do futebol. Stefan diz ainda que :
As coisas construídas para um torneio esportivo-
um novíssimo e impressionante estádio, as ruas de acesso a ele... são quase sempre desnecessárias no cotidiano.... o pais não fará uso suficiente das instalações que estão sendo erguidas... muitos estrangeiros desembarcarão para a Copa, mas outros tantos, em igual ou maior quantidade, evitarão fazê-lo durante o torneio. O ganho líquido para a economia do Brasil será insignificante.
(Revista Veja/Placar, 27 de julho, p. 18)
Conforme publicação do COI , as olimpíadas de Sidney, há história
dos Jogos, uma das melhores experiências para o Mercado Turística. O
Turismo contou com um número adicional de 1,7 milhões de visitante e USD
3,4 bilhões em divisas no período entre 1997 e 2004. A Marca Austrália
avançou o equivalente a dez anos antes e durante a realização dos Jogos em
termos de Turismo. O país alavancou também como destino de eventos.
No que se refere aos Jogos Olímpicos de Londres em 2012, a
estimativa dos órgãos oficiais de Turismo Britânico é que gerem ganhos de
cerca de 2,1 bilhões de libras entre 2007 e 2017.
A estimativa de turistas que visitarão o Brasil durante as Olimpíadas
é de 380 mil, com expectativa de 120 mil empregos anuais. Quanto a valores, o
Estudo de Impactos Socioeconômicos Potenciais da Realização dos Jogos
37
Olímpicos na cidade do Rio de Janeiro, prevê um impacto de USD 11 bilhões
no PIB entre 2009 e 2016 e de 13,5 bilhões no PIB entre 2017 e 2027,
conforme estudo desenvolvido pela FIA – Fundação do Instituto de
Administração, a pedido do Ministério do Esporte.
38
CONCLUSÃO
O Brasil está neste momento na “vitrine” mundial para a realização
dos dois eventos mais importantes do mundo e em curto espaço de tempo. A
Economia Brasileira apresenta índices otimistas e convidativos para
investidores internacionais.
Definitivamente, os eventos esportivos comandam o enfoque da
mídia e atraem a atenção do mundo inteiro, principalmente antes e durante a
realização dos mesmos. Valores importantes, tangíveis e intangíveis se tornam
uma ferramenta de marketing global que atrai investimentos do mundo
corporativo face aos indiscutíveis resultados financeiros gerados pelos
patrocínios.
Sediar um evento do porte da Copa ou dos Jogos Olímpicos é uma
oportunidade única para uma cidade ou para um país, desde que seja
elaborado um plano de atuação inteligente e focado não apenas no “momento
da verdade” mas também no legado para a população local.
O Turismo é um fenômeno sócio-cultural-econômico que envolve o
movimento das pessoas de diferentes culturas e origens, seja para fins
pessoais ou profissionais. Esta interação é uma excelente oportunidade de
desenvolvimento como Indústria e provoca impactos em diversos setores da
economia de um país.
A Indústria Turística brasileira deve tirar proveito da oportunidade de
sediar tais eventos focando-se na oportunidade de promoção do destino, em
legados para a população,no incremento do índice de empregabilidade e,
acima de tudo na sustentabilidade e resgate cultural do país. O respeito e a
preservação da cultura de um país é o legado para as futuras gerações.
39
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
• CÉZAR, Therbio Felipe M. Antecedentes históricos do turismo e hotelaria; uma revisão. Disponível em : HTTP://www.infotecne.com.br/infotecne.cgi?flagweb=tur10>
• CUNHA, Antônio Geraldo da. Dicionário Etimológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro , Editora Nova Fronteira, 1982
• BADARÓ, Rui Aurélio de Lacerda. O Direito do Turismo através da história e sua evolução. São Paulo, 2005. Disponível em: WWW.ibctur.org.br/arquivos/DireitoDoTurismoHist.pdf
• FREIRE, Marcos Vinícius e RIBEIRO, Deborah – Ouro Olímpico – A História do Marketing dos Aros – Editora Casa da Palavra, 2006
• KOTLER, Philip e ARMSTRONG, Gary – Princípios de Marketing – 12ª. Edição – Editora Pearson – Jan 2010
• KOTLER, Philip – Marketing para o Século XXI – Como Criar, Conquistar e Dominar Mercados – Editora Futura - 1999
WEB:
• http://www.olympic.org/Documents/olympic_charter_en.pdf
• http://www.olympic.org/media
• http://www.canada2010.gc.ca/docs/2008_2012_Olympic_Games_Tourism_Strategy-eng.pdf
• http://www.olympic.org/content/the-olympic-studies-centre/categories-container/practical-information/
• http://www.olympic.org/Documents/Reports/EN/en_report_456.pdf
• http://www.turismo.gov.br/turismo/noticias/todas_noticias/20100506-1.html
• http://oglobo.globo.com/rio/rio2016/mat/2009/10/02/olimpiadas-aumentarao-turismo-no-brasil-em-15-em-2016-767895801.asp
• http://veja.abril.com.br/acervodigital
40
ANEXO 1
REVISTA MERCADOS E EVENTOS Maria Silvia assume a presidência da Empresa Olímpica Municipal - 05/08 - 13:27 - Por: Bianca Souza
Nuzman: COB economizou 11% do orçamento previsto para o primeiro semestre
A Empresa Olímpica Municipal, entidade responsável pela coordenação e execução dos projetos municipais referentes à realização dos Jogos Olímpicos de 2016, passa a ser presidida por Maria Silvia Bastos Marques, presidente da Icatu Seguros. A cerimônia de posse aconteceu nesta sexta-feira (05/08), no Rio de Janeiro, com a presença do prefeito Eduardo Paes e do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Nuzman. “Estamos vivendo um divisor de águas que vai culminar com a realização dos Jogos Olímpicos de 2016. Este é um grande desafio que vai alavancar a economia e o turismo no Rio e no Brasil e não medirei esforços para que este evento seja inesquecível”, declarou Maria Silvia ao ser anunciada como presidente da entidade. Durante a cerimônia o presidente do COB fez um balanço das despesas do Comitê com a preparação dos jogos. “No primeiro semestre de 2011 conseguimos cumprir nossas metas e ainda economizar 11% do orçamento previsto. Dos R$ 42 milhões reservados para os projetos gastamos R$ 37 milhões”, afirmou Nuzman. Eduardo Paes também comemorou o panorama positivo com relação ao andamento das obras. “Amanhã vamos inaugurar a primeira obra olímpica, o Parque dos Atletas, com uma ano de antecedência”, anunciou. O Parque será um espaço de lazer e eventos para os atletas, com quadras esportivas e arena de shows para 150 mil pessoas. Segundo o prefeito o objetivo é antecipar todos os prazos do calendário municipal de obras.
41
ANEXO 2
CARTA OLÍMPICA - CONFEDERAÇÃO OLIMPICA INTERNACIONAL
The mission of the IOC is to promote Olympism throughout the world and to lead the Olympic Movement. The IOC’s role is:
1. to encourage and support the promotion of ethics and good governance in sport as well as education of youth through sport and to dedicate its efforts to ensuring that, in sport, the spirit of fair play prevails and violence is banned;
2. to encourage and support the organisation, development and coordination of sport and sports competitions;
3. to ensure the regular celebration of the Olympic Games;
4. to cooperate with the competent public or private organisations and authorities in the endeavour to place sport at the service of humanity and thereby to promote peace;
5. to take action to strengthen the unity of the Olympic Movement, to protect its inde-pendence and to preserve the autonomy of sport;
6. to act against any form of discrimination affecting the Olympic Movement;
7. to encourage and support the promotion of women in sport at all levels and in all structures with a view to implementing the principle of equality of men and women;
8. to lead the fight against doping in sport;
9 to oppose any political or commercial abuse of sport and athletes;
11. to encourage and support the efforts of sports organisations and public authorities to provide for the social and professional future of athletes;
12. to encourage and support the development of sport for all;
13. to encourage and support a responsible concern for environmental issues, to promote sustainable development in sport and to require that the Olympic Games are held accordingly;
14. to promote a positive legacy from the Olympic Games to the host cities and host countries;
15. to encourage and support initiatives blending sport with culture and education;
16. to encourage and support the activities of the International Olympic Academy (“IOA”) and other institutions which dedicate themselves to Olympic education.
42
ANEXO 3
Evolução do número de eventos internacionais realizados no Brasil
Fonte: ICCA - eventos itinerantes, com periodicidade fixa e mínima de 50 participantes
44
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
A Evolução do Turismo 10
1.1 – No Mundo 10
1.2 – No Brasil 13
CAPITULO II 17
Os Eventos e O Marketing Esportivo
2.1- O Esporte e o Marketing Olímpico através dos tempos 17
2.1.1 – Na Antiguidade 17
2.1.2 – Na Era Moderna 19
2.1.3 – Ferramenta do Marketing nos Jogos Olímpicos 21
2.2 – Legado das Olimpíadas no mundo 24
2.2.1 – Montreal 1976 24
2.2.2 - Los Angeles 1984 26
2.2.3 – Barcelona 1992 27
2.2.4 – Atlanta 1996 28
2.2.5 – Sidney 2000 29
CAPITULO III
Perspectivas de Incremento da Indústria Turística Brasileira 30
3.1 – A Força da Indústria Turística Brasileira 30
3.2 – Os desafios do Governo e da Sociedade Brasileira 33
3.3 – O Legado dos Eventos Esportivos para o país 35
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39