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A PLANTA COMO SER VIVO Para ser um bom jardineiro é fundamental familiarizar-se com as principais funções do metabolismo das plantas. Assim, vamos pensar como funciona um ser vivo. A maior experiência que temos no assunto é sem dúvida, pensar em como nós, os animais, sobrevivemos e por analogia, tentar entender como são as plantas a partir das semelhanças e diferenças. O homem para sobreviver necessita de ar, alimentos e água, e as plantas de ar, luz e água. . Semelhanças Assim como os animais, as plantas também necessitam de água. A água constitui aproximadamente 95% das células dos seres vivos. Para manter nosso organismo em funcionamento 24 horas por dia precisamos de energia, que é posta à disposição de nossas células através da respiração. A respiração em todos os seres vivos, em nível celular, é realizada pelas mitocôndrias, que com o auxílio do oxigênio queima a glicose, transformando-a em energia, fundamental para a realização de todo o processo vital dos seres vivos, como o crescimento, transporte e síntese de substâncias, etc. Como resíduo desta reação temos a formação de gás carbônico e água, que como veremos adiante, é a reação inversa da fotossíntese realizada pelas plantas. Diferenças Enquanto os animais precisam ingerir periodicamente quantidades de glicose (alimentos) para repor a que foi “queimada” na realização dos processos vitais, as plantas são capazes de sintetizar a glicose que irão usar na respiração a partir da combinação do gás carbônico e da energia luminosa do sol (luz). 1

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A PLANTA COMO SER VIVO

Para ser um bom jardineiro é fundamental familiarizar-se com as principais funções do metabolismo das plantas. Assim, vamos pensar como funciona um ser vivo. A maior experiência que temos no assunto é sem dúvida, pensar em como nós, os animais, sobrevivemos e por analogia, tentar entender como são as plantas a partir das semelhanças e diferenças. O homem para sobreviver necessita de ar, alimentos e água, e as plantas de ar, luz e água.

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Semelhanças Assim como os animais, as plantas também necessitam de água. A água constitui aproximadamente 95% das células dos seres vivos. Para manter nosso organismo em funcionamento 24 horas por dia precisamos de energia, que é posta à disposição de nossas células através da respiração. A respiração em todos os seres vivos, em nível celular, é realizada pelas mitocôndrias, que com o auxílio do oxigênio queima a glicose, transformando-a em energia, fundamental para a realização de todo o processo vital dos seres vivos, como o crescimento, transporte e síntese de substâncias, etc. Como resíduo desta reação temos a formação de gás carbônico e água, que como veremos adiante, é a reação inversa da fotossíntese realizada pelas plantas. Diferenças Enquanto os animais precisam ingerir periodicamente quantidades de glicose (alimentos) para repor a que foi “queimada” na realização dos processos vitais, as plantas são capazes de sintetizar a glicose que irão usar na respiração a partir da combinação do gás carbônico e da energia luminosa do sol (luz).

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Quem consegue esta proeza é uma pequena organela encontrada nas células vegetais chamadas cloroplasto. Neles está a clorofila, que é a energia processada a partir da luz do sol e é armazenada em forma de glicose através da fotossíntese, reação química realizada apenas pelas plantas, que transforma o gás carbônico (CO2) a água (H2O) e a energia luminosa em glicose, seu alimento, e em oxigênio (O2) que libera para a atmosfera. Como você pode notar, a respiração e a fotossíntese realizam processos inversos: Fotossíntese: Luz + CO2 + H2O transforma-se em GLICOSE + O2 Respiração: GLICOSE + O2 transforma-se CO2 + H2O Desse modo temos que: as plantas consomem e produzem oxigênio durante o dia, enquanto receberem luz, e durante a noite as plantas somente consomem oxigênio, assemelhando-se, nesse momento aos animais. A planta consome diuturnamente glicose e oxigênio (O2) para suprir-se de energia. Como ela própria é produtora da glicose, então o mínimo de luz que ela deverá receber para permanecer viva, será o tanto necessário para ela produzir a glicose equivalente a que foi consumida em 24 horas. A este processo podemos chamar de ponto de equilíbrio, ou seja: � Recebendo menos luz que o mínimo necessário, a planta começa a perder folhas e ter um retrocesso em seu tamanho (encolhimento) até atingir um novo equilíbrio ou a morte por “inanição”. � Recebendo mais luz que o mínimo necessário, a planta acumula reservas que utilizará para crescer, florescer e frutificar. Isto explica o porquê de algumas árvores crescerem, mas não chegarem a florescer e frutificar, pois não receberam luz suficiente para ter a reserva necessária.

. As partes das plantas e sua função Raízes: as raízes são responsáveis pela fixação das plantas na terra e pelo suprimento de água e sais minerais para as folhas. As raízes também respiram o que significa dizer que a terra ao seu redor deverá ser aerada. Caule: assim como os galhos, é a estrutura responsável pelo transporte da seiva bruta (água, nutrientes e sais minerais captados pelas raízes) para as folhas e pelo transporte da seiva elaborada (água e glicose) para as raízes. Este transporte se dá

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através dos vasos lenhosos e liberianos que respectivamente transportam a seiva bruta e elaborada. Grosso modo podemos dizer que esses vasos são a parte viva do caule, pois se renovam a cada ano, e como estão dispostos ao redor do caule, formam anéis. É por esse motivo que podemos estimar a idade de uma planta através do número de anéis do seu caule. Quando uma planta forma novos anéis de vasos lenhosos e liberianos, ela “tampa” os antigos com lignina para dar maior resistência ao tronco. É por este motivo que quando podamos uma planta devemos vedar o corte efetuado, veremos isto com mais detalhes no capítulo sobre poda. Folhas: as folhas são as estruturas principais de manutenção da planta, pois apresentam a maior quantidade de cloroplastos, que como vimos anteriormente, é o responsável pela síntese da glicose (alimento da planta). Flores: as flores são o órgão reprodutor da planta, são elas também que definem o grau de “parentesco” entre as plantas, importante para classificar os vários tipos de famílias vegetais existentes. Durante a evolução das espécies vegetais, as plantas passaram por inúmeras alterações para se adaptar ao meio. Os cientistas descobriram que a alteração nas flores é muito mais lenta, podendo, com isso, determinar o grau de parentesco entre as plantas. É por isso que a classificação dos vegetais se dá pelas flores, estando subdividida da seguinte forma: classe - ordem - família - gênero e espécie é através desta classificação que é dado o nome científico das plantas. Frutos e Sementes: frutos e sementes são o meio de propagação das espécies vegetais. A disseminação das sementes pode se dar de várias formas: através de sementes aladas que são dispersas pelo vento, como o dente de leão, dos frutos cujas sementes são dispersas pelos animai; pelas sementes que se aderem aos passantes, como o picão, etc. Polinização é o nome dado à fecundação da flor, parte feminina da planta, pelo pólen, proveniente da parte masculina da planta. A polinização cruzada é a polinização entre duas plantas diferentes, porém da mesma espécie. Ela é fundamental para garantir descendentes sadios, pois é o cruzamento de indivíduos diferentes que dará o vigor genético às plantas, e para permitir que as sementes se adaptem a locais novos.

Como funcionam as plantas Vamos pensar assim: se conhecermos como funcionam as plantas, entendendo os processos fundamentais da vida e do seu desenvolvimento, ficará muito mais fácil cultivá-las! Fazendo uma simples comparação entre as plantas e os seres humanos, verificamos que ambas possuem as mesmas necessidades como seres vivos, ou seja, necessitam de água, ar, luz, nutrição e calor. As células da planta e as do homem são parecidas e funcionam de forma semelhante. Entretanto, somente os vegetais possuem capacidade para captar a energia solar (luz) e transformá-la em energia química (alimento), por meio de um processo chamado fotossíntese.

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O que ela faz: A planta retira do solo, por meio dos pêlos absorventes de suas raízes, (pêlos radiculares), os alimentos de que necessita como os sais minerais para a sua nutrição: nitrogênio, fósforo, potássio, enxofre, magnésio e cálcio. Da água que absorve, retira o hidrogênio e o oxigênio do ar, retira o carbono.

Como ela é: Raizes: fixam a planta no solo, absorvem a água e os sais minerais e os conduzem até o caule. É imprescindível lembrar que as raízes precisam respirar. Portanto, se uma planta é regada em excesso, o solo fica saturado e as raízes podem morrer ou apodrecer. Caules: conduzem a seiva através dos seus vasos, que levam a água das raízes, os alimentos às folhas, para ativar regiões ou serem armazenadas, além disso, têm a função de produção e sustentação de folhas, flores e frutos. Folhas: realizam a fotossíntese, a respiração e a transpiração de toda a planta. Entre as folhas e as raízes acontece uma permanente ligação de solução dos componentes do solo veiculados através da água. Flores: onde se realiza a reprodução dos vegetais. Nesse processo, entram os diversos agentes da natureza, como o vento, os pássaros e insetos, que fazem o transporte de pólen entre as plantas para que se realize a fecundação. Frutos: resultam da fecundação e desenvolvimento das flores. Vejam que interessante analogia Na planta, - as raízes são como os intestinos; - a seiva é o sangue; - as folhas são os pulmões; - as flores os órgãos sexuais.

A estrutura e partes das plantas

Cultivar uma planta sem conhecer o seu "corpo" é o mesmo que tentar chegar a algum lugar sem conhecer o caminho, pode dar certo ou não. A planta, ser vivo assim como o homem, é dividida em partes, cada uma com funções definidas, que devem ser muito bem cuidadas. A planta é composta de raiz, caule, folha, flor, fruto e semente, que precisam ter todas as suas necessidades satisfeitas.

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Raiz Esta é a parte responsável pela alimentação. É através da raiz que a planta absorve água, sais minerais e conduz matéria orgânica até o caule. Ela funciona também como "dispensa", guardando reservas de nutrientes. As raízes podem ser subterrâneas (sob o solo), aquáticas (submersas na água)ou aéreas(nem na terra, nem dentro da água). Caule É a espinha dorsal da planta, mantendo-a ereta. O caule tem várias denominações. Nas árvores, chama-se tronco; haste nas plantas rasteiras e tenras; estipe, nos coqueiros e palmeiras; e colmo, quando dividido em nós e entrenós. O caule pode, ainda, ser chamado estolão, nas suculentas e trepadeiras e, quando modificado, é conhecido por rizoma, bulbo, gavinha ou espinho. Folhas As folhas são responsáveis pela fotossíntese, respiração e transpiração, funções primordiais de um ser vivo do reino vegetal. Geralmente são constituídas de lâminas e pecíolo (cabinho que a une ao caule), e apresentam-se de várias formas; lineares, oblíquas, lanceoladas, etc. Uma folha pode ainda ser simples (só uma lâmina) ou composta. A distribuição no caule é normalmente, alternada, composta ou verticulada. Em alguns casos suprindo a planta, até que ela consiga produzir seu próprio alimento, ou servindo como proteção (assume a forma de espinhos), a folha para bem cumprir sua função deve estar viçosa, limpa e bem nutrida.

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Flor Quando uma flor desabrocha significa que está pronta para reproduzir-se. Com a parte masculina (estames) e a feminina (pistilo ou estigma e ovário) perfeitamente estruturada, os agentes da natureza conseguem depositar o pólen no estigma fecundando óvulo e ovários. Quando uma planta "dá flor", está em sua fase mais crítica, pois direciona toda a energia à esta atividade. Fruto É o ovário fecundado que se incumbe de proteger a maior riqueza de uma planta, a semente, guardando-a em seu interior. Homens e animais que se alimentam dele transportam sementes para outros locais, ampliando a proliferação das espécies. Sementes Possuem reservas de alimento, para possibilitar que a planta germine e cresça até ter folhas e poder realizar a fotossíntese. Para brotar, algumas se dividem em duas, como o feijão e a soja, outras se mantém inteiras, como o milho e o arroz. Sua função é de preservar a espécie, através da multiplicação seminal. Ligadas entre si, todas as partes da planta trabalham em um sincronismo perfeito. Assim, procure tratá-las com o devido cuidado, garantindo a vitalidade e o bom desenvolvimento de sua planta.

Como cuidar de suas plantas É importante você saber qual a melhor maneira de cuidar das plantas. Com estas instruções iremos ensiná-lo a fazer isto. - As plantas são seres vivos, têm sensações, sentem calor e frio, necessitam de alimento, luz, água e todo o cuidado que você possa dar para mantê-las bonitas e fortes. Para tanto devemos saber também em qual lugar da casa ou jardim a planta melhor se adapta. Todas sentem a mudança de ambiente, manifestada através da queda de algumas folhas. Se forem colocadas em local adequado, dentro de algum tempo voltarão ao normal. Certifique-se de que a quantidade de luz seja suficiente para o tipo de planta. - O uso de adubos se faz necessário sempre. Uma pequena dose a cada trinta dias é suficiente, mesmo no inverno, quando as plantas estão em período de dormência. A quantidade deve ser aumentada na primavera e verão, quando é mais intenso o crescimento. - O maior mal que você pode fazer às suas plantas é encharcá-las. A umidade excessiva ocasiona o apodrecimento das raízes e favorece o surgimento de pragas e doenças. Entretanto, não deixe o solo ficar muito seco. Para testá-lo basta encostar o dedo; se ainda senti-lo úmido não será necessário molhar. É importante que se use um regador com chuveirinho para que a água escoe aos poucos, umedecendo o solo por igual. -Além disto, elas precisam de prevenção contra doenças: uma vez ao mês, aplique um inseticida e um fungicida. Assim sua planta ficará sadia e protegida. - Com um pouco de sensibilidade e bom senso você poderá perceber e atender suas necessidades.

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O Poder das Cores

As cores devem ser usadas com parcimônia, pois podem influenciar nosso corpo e mente. É importante, no entanto obtermos uma boa variedade de cores no jardim para que ele não se torne monótono e cansativo. Conheça abaixo os efeitos das cores:

Vermelho: é a cor do fogo e tem o poder de despertar a sexualidade e a agressividade. Deve ser usado como um tempero, para dar vida e alegria ao jardim. Em excesso pode ser irritante.

Azul: é a cor do frio. Acalma e favorece à meditação e à serenidade. Só não é recomendado o uso em excesso para pessoas depressivas.

Amarelo: a cor do sol, o amarelo influencia a atividade mental, melhorando o raciocínio e a comunicação. Traz extroversão ao jardim, tornando-o convidativo e aconchegante.

Verde: a cor da natureza é a principal responsável por tornar os jardins os locais ideais para afastar o estresse e buscar o equilíbrio.

Violeta: a cor da espiritualidade. Deve ser utilizada para acalmar e confortar. Não pode faltar em jardim para a meditação.

Laranja: Estimulante, a laranja desperta o entusiasmo e o apetite, ajudando a levantar o alto-estima e o astral.

Branco: Ilumina o jardim e traz paz e pureza. Não deve ser utilizado isoladamente, sob pena de tornar o ambiente monótono e sem graça.

Preto: Pode ser usado apenas em pequenos detalhes para conferir sofisticação.

A compra de plantas Falta profissionalismo na hora de se vender mudas. Geralmente as pessoas compram as plantas pela sua beleza, e geralmente quem vende, não tem o conhecimento das espécies. Como por exemplo, o seu nome científico, a sua origem, clima, tamanho que irão ter quando adultas, e tantos outros fatores que são necessários para tê-las saudáveis e bonitas. O que se quer é vender, sem a menor preocupação se vão morrer ou não. Se morrer

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tem sempre a desculpa de que não molhou direito, não adubou, e tantos outros artifícios para vender outra muda. O que vemos são floriculturas e empresas de jardinagem, vendendo sem ter nenhum critério ou conhecimento. Os vasos, canteiros e jardins são feitos pelo método das tentativas. Planto hoje, daqui a três meses não deu certo, compro outras mudas, também não dá certo, e assim vai. Pode ser que se acerte de primeira, pode ser que levem anos para achar uma espécie adequada. O melhor seria consultar um profissional, pois assim se economizaria um bom tempo e dinheiro. Mas como não temos a cultura de jardinagem, as pessoas não querem pagar pelo trabalho deste profissional, no caso o paisagista.

Como escolher uma planta para o seu jardim.

Antes de você colocar uma planta em seu jardim veja os cuidados que você deve ter. Verifique o crescimento: averiguar a altura máxima que a muda irá atingir; o tamanho da planta deve estar em concordância com o espaço disponível. Verifique o habitat: se a planta for nativa de manguezal, vai ser aclimatá-la em regiões de montanhas, por exemplo; obviamente também roseiras, tuias e ciprestes não irão ter um desenvolvimento primoroso no litoral, já que necessitam um inverno de tempo marcadamente frio. Verifique a florada: é bastante freqüente as pessoas adquirirem as mudas em um espaço curto de tempo, muitas vezes as árvores e os arbustos são encomendados em um mesmo dia, e a escolha é feita em cima daquelas que estão em flor; utilizando esse método, infelizmente, o jardim só estará florido todos os anos, durante esse período, ficando um tanto sem graça nos outros meses. Verifique o perfume: da mesma forma um jardim pode ser rico em aromas de janeiro a dezembro. A acácia mimosa no inverno, a gardênia na primavera, o jasmim do imperador no verão e o jasmim-laranja no outono. Verifique a luz: assim como existem as heliófitas (pleno sol) outras precisam de locais sombreados; a primavera, por exemplo, só floresce em locais ensolarados, as marantas, no entanto, preferem a meia sombra. Verifique o solo: outro aspecto importante é o ph do solo, enquanto strelitzias, juniperus e piracantas aceitam terras calcárias; as camélias, azaléias e avencas têm notável preferência pelas terras ácidas; a textura do solo também incide no bem estar delas: bananeiras e heliconias se dão bem em terras barrentas com muita matéria orgânica, já as palmeiras, as videiras e as brómelias de restinga, preferem consistência arenosa com pouca matéria orgânica.

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Verifique as raízes: estas podem ser rasas, médias ou profundas, tome cuidado com a primeira, muitas vezes tão robustas que ocasionam prejuizos nos encanamentos subterrâneos e alicerces próximos; os flamboians e ficus benjamina são casos típicos; as profundas, geralmente pivotantes, nunca devem ser utilizadas em jardins em cima de lajes, entre elas estão primaveras e as tecomárias. Verifique a folhagem: algumas plantas perdem suas folhas no período mais frio do ano, são as decíduas estas embora com coloridos bonito no outono devam ser plantadas longe de piscinas; têm também árvores, arbustos e herbáceas com folhas avermelhadas, cinzentas ou matizadas com cremes e amarelos, nunca abuse misturando excessivamente esses tons, seu jardim pode ficar "carregado". Verifique a forma: os vegetais se diferenciam também pelo formato, é importante saber combinar as diferentes formas utilizando copas colunares, piramidais, cônicas e arredondadas, assim criar renques onde as massas sejam harmônicas. Verifique a toxidade: algumas plantas ornamentais possuem princípios ativos altamente venenosos: crótons, daturas e espirradeiras, nunca devem ser plantadas em espaços públicos, creches ou escolas, já que tanto as flores como as folhas, se ingeridas, podem causar intoxicações sérias, especialmente em crianças de pouco peso.

Acerte na hora de comprar mudas Na hora de adquirir mudas de árvores e arbustos para sua casa, procure selecionar plantas que estejam adaptadas em vasos ou em jacazinhos, evitando os exemplares em sacos plásticos. Neste último caso, escolha apenas espécies bastante novas, cujas raízes ainda não se desenvolveram muito para ficarem danificadas pela compressão da embalagem. A vantagem de comprar uma planta em recipiente reside no fato de que você poderá transplantá-la no momento mais propício para aquele gênero. Faça uma pesquisa entre viveiristas ou comerciantes de plantas ornamentais e somente adquira seus exemplares onde tiver certeza da qualidade oferecida. Procure comprar as plantas logo que são oferecidas à venda. Assim, poderá selecionar entre o lote todo, em vez de levar apenas o que sobrou.

Quando comprar Em teoria, você pode obter plantas envasadas em qualquer época do ano, para replantá-las quando quiser. No entanto, conforme as espécies há períodos em que se dispõe de fatores importantes para julgar o desenvolvimento e o viço dos exemplares. Os arbustos floríferos, a exemplo da camélia, da hortênsia, da azaléia e da rosa, devem ser adquiridos no momento exato em que começam a florir, estando com algumas flores abertas e vários botões. Assim você sabe o que está comprando, em termos de cor e de aroma.

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As camélias florescem desde o inverno até a primavera; a hortênsia e a rosa, no verão; e a azaléia, desde o inverno até meados ou fins da primavera. As espécies arbustivas de folhas permanentes e as que se destacam por sua folhagem devem ser compradas no final da primavera ou no início do verão, quando mostram seu melhor viço. Nesse caso incluem-se as coníferas (e suas formas anãs), a fátsia, o louro, as iúcas, as palmeiras e todas as formas de dracenas ou outras espécies de porte mais encorpado, notáveis por sua bela folhagem. Tanto no inverno rigoroso como durante um verão muito quente, essas plantas podem apresentar danos irreversíveis, quando adquiridas de comerciantes desleixados, que não atendam às necessidades de proteção ou de regas dos exemplares. Dependendo do estado da planta, talvez ela nunca mais se recupere. Arbustos de folhagem caduca também devem ser conseguidos na primavera ou início do verão, quando estão cheios de folhas, para você ver o que está comprando e escolher o melhor exemplar.

Pontos a considerar Observe se o composto está úmido. Caso esteja ressecado, isso pode resultar na queda de folhas e de botões florais e, para plantas como camélias, azaléias e coníferas talvez signifiquem a morte. As mudas nunca devem estar soltas no recipiente, mas bem enraizadas e estáveis. Despreze as plantas com uma massa de raízes escapando pelo furo de drenagem são exemplares que ficaram muito tempo no mesmo vaso, sem os cuidados adequados. Também podem mostrar sinais de carência de nutrientes, como folhas amareladas ou avermelhadas. Evite as folhagens que exibam marcas amarronzadas nas folhas ou nos bordos. Isso pode significar o resultado de falta de regas, exposição a ventos ou doenças. As coníferas com muita folhagem amarronzada na base e/ou de um só lado quase certamente estão sofrendo de alguma doença provocada pelo solo. Os arbustos que não apreciam calcário, como camélias e azaléias, devem exibir um colorido verde. Se estiverem amarelando, talvez sofram de clorose uma carência de ferro causada pela presença de calcário no solo. Quando apresentarem esse problema, evite-os, pois sua recuperação revela-se difícil. Os botões florais devem estar saudáveis, sem nenhum sinal amarronzado. Repare também se estão firmes e eretos. Quando se mostrarem pendentes, isso significa que estiveram sujeitos as correntes de ar frio ou lhes faltou água. Nem pense em adquirir uma planta em vaso cheio de ervas daninhas, pois será um problema a mais para seus outros exemplares. Ervas daninha multiplicam-se mais depressa do que sua capacidade de exterminá-las. Não cogite em comprar uma planta com praga, mesmo que seja apenas pulgão. Qualquer tipo de infestação pode se alastrar com muita rapidez e você talvez até perca o exemplar. Da mesma forma, despreze as plantas que revelarem sinais de doenças como míldio

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(manchas parecidas com pó branco nas folhas e pontas dos ramos), mofo cinzento (flocos acinzentados nas flores) ou pintas pretas (pontos pretos nas folhas das roseiras). Quando isso acontecer com as espécies que você já possui, há sentido em combater o mal. Mas nunca adquira exemplares doentes. Verifique se as coníferas estão firmes em seus recipientes.

Plantas de Interiores

O que devemos observar para a escolha de plantas para ambientes internos Mesmo num pequeno apartamento ou num cantinho do escritório é possível, de maneira simples e sem maiores despesas, o cultivo de plantas. Tudo o que você precisa fazer é escolher as que se adaptem às condições que o local tem a oferecer.

Devemos lembrar que elas terão de suportar um nível de luminosidade inferior ao que recebem no ambiente natural, contar com menos umidade e ter espaço reduzido para suas raízes (visto que serão cultivadas geralmente em vasos e jardineiras).

Podemos fazer uma classificação simplificada das espécies, de acordo com o nível de luminosidade. Se o vaso ou jardineira estiver próximo à janela poderá ser classificado com ensolarado (se estiver na face norte), meia-sombra (nas faces leste ou oeste) ou sombreado (na face sul).

A irrigação segue a mesma regra das plantas que estão ao ar livre. As regas não deverão ser mais espaçadas do que requer cada espécie, nem mais abundantes do que ela necessita, porque isso pode ocasionar o apodrecimento das raízes. É aí que temos que tomar um cuidado muito importante com relação à drenagem dos vasos e jardineiras, utilizando no fundo dos mesmos, argila expandida ou cacos de cerâmica, antes da colocação da terra, evitando assim o acúmulo de água nas raízes.

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Plantas de Pleno Sol Necessitam de 04 horas diárias de sol direto:

Ixora (Ixora ssp); Buxinho (Buxus sempervirens); Azaléia (Rhododrendon spp); Onze-Horas (Portulaca ssp); Gerânio (Perlagonium ssp), dentre outras, estes são apenas alguns exemplos, pois a lista é extensa.

Plantas de Meia-Sombra Não recebem sol direto em nenhuma parte do dia, no entanto, precisam de pelo menos 04 horas diárias de luz indireta: Violeta-Africana (Saint-paulia ionantha); Antúrio (Anthurium andreanum); Peixinho (Nemanthus spp); Lírio-da-Paz (Spathiphyllum wallisi); Cheflera (Schefflera arborícola); Begônia (Begônia ssp), dentre outras Plantas de Sombra Recebem apenas luz difusa, entre 04 e 06 horas por dia, sem sol ou claridade direta: Jibóia (Epipremnum pinnatum); Palmeira-Ráfis (Rhapis excelsa); Singônio (Singonium angustatum); Café-de-Salão (Aglaonema ssp).

O dia a dia no jardim 0 cotidiano de um jardim além dos cuidados com a manutenção, requer observação, pois o excesso de cuidados, pode causar tanto mal quanto a sua falta. É comum, as pessoas extremamente cuidadosas, causarem danos as suas plantas com excesso de adubação ou regas. Para manter um jardim sempre vigoroso, basta alguns critérios básicos, como os descritos a seguir:

Qual deve ser a freqüência das regas? No outono e inverno, regue as plantas 1 ou 2 vezes por semana aos finais de tarde, sendo o suficiente. Já na primavera e verão, as regas devem ser feitas a cada 2 dias. Mas, com as atuais mudanças climáticas não nos permitem conceitos rígidos, e de modo geral, bastos saber que o solo deve manter-se sempre úmido e sem encharcamentos. Tudo vai depender do clima da região. Para saber se a planta precisa ou não de água, encoste o dedo no solo para sentir sua umidade.

E a limpeza, o que deve ser feito?

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As principais tarefas são retirar as folhas secas e restos vegetais. Apesar de

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estético, faz com que retiremos parte do que seria a matéria orgânica do próprio jardim. Nesses casos, não podemos nos esquecer da reposição com húmus ou composto orgânico.

Qual deve ser a regularidade das podas? As podas, quando necessárias, devem ser feitas com regularidade anual, tanto quanto em arbustos e árvores, principalmente quando desejamos conduzir esteticamente, salvo as plantas de crescimento vigoroso que precisam de uma maior freqüência. A melhor época de se fazer uma poda é quando as plantas estão em dormência, ou seja, quando esta não apresenta brotos de inflorescência, flores ou frutos. Na maioria das plantas, isto ocorre no inverno, mas há muitas exceções.

O que se deve saber sobre controle de pragas e doenças? Sempre que possível, é interessante observar o aspecto geral das plantas. Fique atento nos seguintes casos: manchas escuras ou amarelecimento das folhas, assim como furos e folhas retorcidas, é preciso atenção redobrada. Outro fator importante é a observação do surgimento de colônias de insetos. A melhor maneira de se evitar este tipo de problema é a catação manual ou a retirada da parte afetada, com limpeza do local utilizando um pano macio embebido em álcool. Existem alguns inseticidas a base de toxinas naturais, como macerados de urtiga, fumo, etc., ou fungicidas, como a calda bordaleza e sulfocálcica, que podem ser tanto utilizadas no controle aplicado após a limpeza, como na preservação ao ataque das pragas, aplicada a cada 15 ou 30 dias, conforme o suposto risco de infestação.

O que é a adubação de manutenção? A adubação de manutenção num jardim, apesar de necessária, não pode ser excessiva. Deve ser efetuada em um período mínimo de seis meses, utilizando-se os seguintes componentes: 2 Kg/m2 de composto orgânico ou húmus, 150 g/m2 de NPK 10. 10. 10, 75 g/m2 de farinha de ossos. Lembre-se que a observação é um fator importante.

Quais são as pragas mais comuns? Existe uma infinidade de seres caracterizados como pragas, muitas vezes também transmissores ou causadores de doenças, podemos destacar: Ácaros são pequenas arranhas que sugam a seiva das folhas, provocando a murcha e a queda das mesmas; cochonilhas são pontinhos brancos ou avermelhados que ficam grudados na planta e sugam as folhas e talos; pulgões são pequenos piolhos verdes, brancos ou pretos, que sugam as folhas impedindo a fotossíntese; formigas cortadeiras atacam vários tipos de plantas, cortando e carregando as folhas; lagarta das folhas é comedora das folhas; tatuzinhos comem as plantas novas; caracóis e lesmas comem folhas tenras de plantas rasteiras; tiririca é uma erva daninha de difícil erradicação, nasce em qualquer tipo de terreno, principalmente em meio de gramados, e alastrasse com facilidade.

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Quais as doenças mais comuns? As doenças provenientes de fungos ou vírus são de difícil identificação, pois geralmente os sintomas são muito parecidos. As doenças mais comuns são: antracnose, podridão, ferrugem e galhas. E os sintomas podem ser: folhas que apresentam áreas necrosadas e manchas escuras, tornando-se retorcidas; os frutos apodrecem e as folhas apresentam uma fina camada preta, chamada fumagina; na parte inferior do caule próximo ao solo, surge uma goma escura, amarelando as folhas e matando-as; manchas redondas nas folhas, frutos, ramos e botões, causando grande perda na produção com a queda dos frutos; e manchas na cor verde-oliva nas folhas, frutos e a sua deformação.

Colocando a mão na terra Se o jardim é o lugar mais especial da casa, merece estar sempre bem tratado. Para ajudar a mantê-lo cada vez mais bonito, nada mais importante do que ter em mãos bons equipamentos que trarão mais praticidade e comodidade para quem cuida da área externa da casa. Mas se você não é nenhum jardineiro de mão cheia e ainda se atrapalha diante dos modelos de ferramentas especiais para jardim, confundindo a verdadeira função destes equipamentos e muitas vezes não sabendo como usá-los corretamente, será necessário adquirir conhecimentos básicos sobre o funcionamento e o trabalho possível de ser realizado com cada um deles, conseguindo assim obter melhores resultados.

Pás e garfos de todos os modelos e tamanhos Ferramentas básicas e importantíssimas no cuidado com seu jardim, elas existem de todos os tamanhos possíveis e imagináveis. Dependendo da tarefa que pretende se efetuar, elas se apresentam maiores ou mais estreitas. As pás de tamanho maior são utilizadas para os trabalhos mais pesados, como retirar terra de grandes espaços para o plantio de plantas ou até mesmo árvores, servindo também para colocar e ajeitar a terra no lugar. Não existe segredo para o manuseio deste tipo de ferramenta; o importante é adquirir um produto resistente e de qualidade. Mas as maiores estrelas entre as pás são mesmo as destinadas aos pequenos e simples trabalhos. Elas podem ser mais estreitas ou largas, mas em relação ao uso não há muitas diferenças entre um ou outro modelo. Uma dica: para um iniciante em cuidado de jardim, o mais indicado é a opção pelas estreitas, pois estas trazem maior facilidade na hora de retirar a terra do vaso ou canteiro ou mesmo fazer pequenos buracos. Já os garfos e escardílhos têm como função aerar e afofar a terra, preparando-a para o cultivo. Para a primeira função, é preciso apenas fazer pequenos furinhos na terra que servirão para melhorar a circulação de ar no vaso ou canteiro. Já ao afofar

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a terra, é preciso mover o garfo da extremidade ao melo do recipiente, fazendo este movimento até a superfície ficar mais leve e pronta para o plantio.

Retirando o que não é bem-vindo. É exatamente esta a função do rastelo, que pode ser pequeno ou de grande porte. Por possuir garras apontadas para baixo, com ele é possível varrer as folhas ou elementos que se localizam sobre a terra, atrapalhando a beleza das suas plantas. Os exemplares maiores devem ser usados nos jardins e são ferramentas de fácil manuseio. Eles arrastam a sujeira do jardim como se fossem verdadeiras vassouras fabricadas em aço. É muito importante ter um rastelo em casa para cuidar devidamente da sua área externa, pois limpar o jardim é tarefa que precisa ser realizada com assiduidade pelo menos uma vez por semana, principalmente no outono, onde é normal que as plantas percam suas folhagens. Os rastelos pequenos têm utilidade similar aos maiores, mas estes servem para limpar vasos, floreiras e pequenos canteiros que necessitam de equipamento mais delicado. Procure tomar bastante cuidado na hora de retirar os resíduos destes espaços mais frágeis, pois, aplicando o rastelo de forma errada, a planta poderá ser danificada.

Outros equipamentos

Além dos equipamentos básicos existem também a foice, o sacho, a machadinha, as cavadeiras e extratores especiais para ervas. Todos eles têm função complementar no jardim, facilitando ainda mais a hora de trabalhar a beleza deste local da casa. A foice tem forma curvilínea e sua finalidade é ceifar as plantas. Num jardim, pode ser usada para retirar o excesso de mato, mas muito cuidado ao fazer uso desta ferramenta: de lâmina grande e cabo curto, ela deve ser utilizada com muita atenção para evitar acidentes. Outras ferramentas importantes são o sacho e o coração que funcionam como umas espécies de enxada para afofar a terra ou arrancar ervam. Este tipo de equipamento normalmente possui duas pontas; o sacho tem forma de um garfo com apenas dois espetos, e o coração possui a base mais gorda e a ponta fina, parecendo um desenho de uma gota. A machadinha é velha conhecida dos jardins, servindo para a poda de galhos mais difíceis de serem retirados. Já para aquelas ervas mais delicadas, os extratores especiais de ervas cortam a muda sem machucar a planta, pois tem um desenho que parece uma pequena chave de fenda, mas com ponta especial para podar estas sensíveis espécies. O importante agora é arregaçar as mangas e cuidar com muito carinho do seu jardim, prezando sempre pela qualidade e segurança dos equipamentos que irão transformar sua área externa em um lugar muito mais bonito e aconchegante.

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No solo certo, as plantas crescem mais viçosas. Para que as plantas cresçam saudáveis e viçosas é fundamental que recebam o tipo de solo certo, tratado de acordo com suas necessidades. Por isso, antes de tudo, é importante conhecer os elementos que compõem o solo e suas características: Terra de jardim ou neutra: é a terra comum, sem preparo, com coloração variando de vermelho-escuro a marrom. Geralmente ácida precisa ser corrigida com aplicação de calcário dolomítico. Misturada a um bom adubo, serve para qualquer planta. Terra vegetal: terra comum misturada a folhas decompostas e outros detritos vegetais. Muito usada para o cultivo de plantas ornamentais em vasos ou jardineiras. Húmus ou composto orgânico: adubo natural de origem animal ou vegetal. Pode ser estrume curtido, resto de vegetais decompostos por minhocas ou bactérias. Ideal para fortificar as plantas. Areia: deve ser de rio e bem lavada. Com pequena quantidade misturada ao solo, garante drenagem perfeita da água. Vermiculita: minério que depois de tratado, absorve até cinco vezes seu volume em água. Bom substrato para plantas ornamentais.

Como preparar corretamente o solo do um jardim Para que as flores e plantas ornamentais se desenvolvam plenamente num jardim, necessitam que se prepare adequadamente o solo ou substrato, que é a base das plantas. O solo é a camada superficial natural da terra de um jardim, geralmente em torno da profundidade onde as raízes das plantas se desenvolvem. O substrato, diferente do solo, é uma mistura ou meio preparado onde se desenvolvem as raízes das plantas cultivadas fora do solo, mas em ambiente limitado, como em vasos e floreiras. A função do solo ou do substrato é dar suporte para as plantas, podendo ainda regular a disponibilidade dos nutrientes e da água para as raízes. O início do preparo do solo começa com uma boa aração ou afofamento na camada de profundidade. Vinte centímetros para a maioria das plantas anuais e até quarenta centímetros para as plantas perenes. Após esse passo, com uma análise de solo em mãos se realiza a calagem, ou seja, a colocação de calcário na dosagem correta para corrigir o ph do solo. A maioria dos solos brasileiros é acida. Com isso, restará disponíveis a maior parte dos nutrientes essenciais aos vegetais. Além da correção do solo é necessária a colocação de adubos contendo todos os nutrientes essenciais para as plantas, como o Nitrogênio, Fósforo. Potássio, Cálcio, Magnésio e Enxofre (que são exigidos em maior quantidade), como também outros nutrientes, como Ferro, Manganês, Zinco, Cobre, Boro e Molibdênio em dosagens menores. É imprescindível também a adição de matéria orgânica para melhorar as características biológicas e físicas do solo. 0 importante é a colocação desses insumos após o afofamento do solo e de forma homogênea, sempre antes do

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plantio. De preferência, de um mês a um mês e meio após a colocação da mistura, e do tipo de calcário que foi utilizado, para que ele reaja no solo. Com todos esses cuidados, vamos garantir um bom desenvolvimento e crescimento das flores e plantas ornamentais no jardim.

Análise do solo Peça essencial no jardim, o solo é o que mais influencia a saúde das plantas. Para um check-up rápido de como anda o solo do terreno, observe o que cresce espontaneamente nele. Certas plantas são ótimas delatoras de como anda a qualidade da terra. Outro método prático é cavoucar um pequeno buraco e ver a cor do solo. Quanto mais escuro, mais rico ele é. Esses dois métodos já livram boa parte dos problemas, mas para um resultado realmente confiável, vale também checar o índice de pH que mede a acidez do solo. Em demasia, a acidez prejudica a absorção de nutrientes pelas plantas, e atrapalha o desenvolvimento delas. O ph é classificado em uma tabela que vai de 0 a 14. Abaixo de 7, o solo é ácido. Acima disso é alcalino. O índice ideal para boa parte das plantas situa-se entre 6 e 6,5, ou seja, levemente ácido. Como o solo brasileiro costuma ser muito ácido, são necessárias correções para deixá-lo adequado ao cultivo. Uma maneira rápida de descobrir o ph é usar o peagâmetro. Um aparelho que ao ser fixado ao solo faz a leitura do nível de acidez. Com o resultado é fácil corrigi-lo assim: Para aumentar 1 ponto no índice pH, misture 150 gramas de calcário dolomítico por metro quadrado. O resultado demora cerca de trinta dias.

Como ver a qualidade da terra Algumas espécies que crescem espontaneamente indicam que o solo está em boas condições de cultivo. Três delas são: dente-de-leão, mamona e picão preto. Já outras plantas, indicam que o solo está excessivamente ácido. Como o capim barba-de-bode, a samambaia das taperas e o sapé.

Identifique qual é o seu solo Terra preta ou marrom: indica solo de boa qualidade, rico em matéria orgânica, com retenção de água e ar na medida certa. Terra vermelha: indica solo de qualidade, mas com alta concentração de argila. Precisa de areia e esterco bem curtido.

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Terra amarela: indica o excesso de areia e pouquíssima matéria orgânica. Esse tipo carece de uma análise laboratorial, para saber quais são as correções necessárias.

Substrato pronto é a opção para áreas pequenas Em jardins pequenos pode-se ganhar tempo, substituindo a terra dos canteiros e covas por substratos prontos vendidos em lojas de jardinagem. São produtos compostos basicamente de terra misturado com areia, casca de pinos e composto orgânico, já com ph corrigido. Existe a opção também, de comprar o substrato em maior quantidade nos viveiros, a vantagem é o preço menor por kg.

Adubação A prática da adubação consiste, em repor os nutrientes retirados do solo pelas plantas. Num jardim existem plantas com diferentes necessidades de nutrientes, e a água das chuvas favorece uma rápida lixiviação do solo, a adubação, em jardinagem, acaba se tornando uma prática necessária. Isso é tão mais verdade quando se fala de plantas cultivadas em vasos, jardineiras ou canteiros internos.

A pouca possibilidade de recomposição natural dos nutrientes do solo que acontece na natureza pela decomposição de restos vegetais e animais, toma a prática da adubação quase obrigatória. Aliás, plantas melhoradas geneticamente, como muitas das ornamentais que utilizamos nos nossos vasos e jardins, são muito mais exigentes em termos de nutrientes. E isso deve ser levado em conta na hora da adubação, para não se correr o risco de perder a muda ou abreviar seu tempo de vida. Na prática, costuma-se dividir os adubos em dois grandes grupos: orgânicos e inorgânicos. Orgânicos são aqueles provenientes de matéria de origem vegetal ou animal, os inorgânicos são obtidos a partir da extração mineral ou de derivados do petróleo. Os adubos orgânicos têm maior permanência no solo, embora sejam absorvidos mais lentamente, enquanto os adubos inorgânicos são absorvidos mais rapidamente e têm concentração mais forte, donde vem o perigo da super adubação. Assim, uma medida sensata, na hora de adubar, seria privilegiar sempre os adubos orgânicos, deixando os inorgânicos para os casos de cultivo em solos comprovadamente pobres ou para o caso de correção de deficiências nutricionais verificadas no desenvolvimento das plantas. A matéria orgânica aumenta a capacidade de retenção de água, melhora a condição de penetração das raízes, propicia condições para os organismos microscópicos se desenvolverem, além de conter os nutrientes necessários. Os adubos orgânicos têm 18

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na sua composição diferentes elementos químicos em quantidades semelhantes. Por isso, eles melhoram a textura do solo e tendem a aumentar a quantidade de bactérias que dão vida ao solo. Como precisam de mais tempo para se degradar, são absorvidos pelas plantas mais lentamente. Contratar um profissional técnico que possa analisar o solo e fazer uma indicação balanceada de todos os nutrientes que o solo necessita seria o ideal. E Regue sempre as plantas depois da adubação.

Dosagem. Leia e releia sempre as instruções dos rótulos antes de preparar e aplicar adubos industrializados.

Adubação É a reposição dos nutrientes retirados do solo pelas plantas para o crescimento, floração, frutificação e a multiplicação. Num jardim cultivamos plantas com diferentes necessidades de nutrientes, e a água das chuvas favorece uma rápida lixiviação dos nutrientes e a adubação em jardinagem acaba se tornando necessária. A reposição da fertilidade deve ser cíclica para não haver prejuízos dos solos ajardinados, quer pela perda da porosidade natural, pelo ressecamento do substrato e sua esterilização pelos raios solares. A manutenção da fertilidade do solo em níveis ideais proporciona as condições satisfatórias ao desenvolvimento das plantas. A melhor forma de adubação é a mista, organo química, composta de matéria orgânica e adubos sintéticos. Adubos: são elementos fertilizantes que constituem a reserva dos nutrientes básicos para as espécies vegetais, podem ser orgânicos ou inorgânicos. Adubos orgânicos: são aqueles provenientes de matéria de origem vegetal ou animal, os inorgânicos são obtidos a partir da extração mineral ou de derivados de petróleo. Os adubos orgânicos ficam mais tempo no solo e são absorvidos mais lentamente, os inorgânicos são absorvidos rapidamente e são mais concentrados, existindo o perigo de uma super adubação, que pode interferir no metabolismo vegetal prejudicando o desenvolvimento da planta, por isso devem ser utilizados seguindo as dosagens recomendadas. Adubos Químicos: são chamados de NPK porque contém em suas fórmulas maior quantidade de hidrogênio, fósforo e potássio. Uma fórmula NPK 12–10–6, indica que o produto contém 12% de N (nitrogênio) + 10% de (fósforo) + 6% de K (potássio), obtém-se 28% de elementos nobres presentes na mistura.

Aplicação do adubo e época Para a fertilização da camada arável do solo, deve-se incorporar o adubo homogeneamente à terra até 20 a 30 cm de profundidade, que propiciará um maior desenvolvimento da parte aérea e subterrânea da planta.

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Quando o jardim já estiver plantado, no caso de árvores, fazer um anel de coroa, isto é cavarmos um anel de 15 cm em volta do tronco, na projeção da copa da árvore, onde colocaremos o adubo, deve ser feito uma vez ao ano, no início da primavera, misturando-se NPK com composto orgânico. Para arbustos a mesma adubação das árvores, espalhando-se no solo em volta, um pouco afastado do tronco. Nos gramados é feita a adubação por cobertura, no início da primavera e do verão. Pode-se espalhar composto orgânico em toda a sua extensão, regar com uréia misturada a água conforme dosagem recomendada, ou espalhar NPK, cuidando para que não haja acúmulo e depois regar abundantemente. Nos canteiros espalhar também adubos orgânicos ou misturados com NPK. Em vasos usar uma mistura de terra preta vegetal, húmus, matéria orgânica, areia e NPK. Podemos usar os adubos foliares, são líquidos, misturados em água e pulverizados nas plantas, são absorvidos através das folhas. Durante o outono e inverno as plantas entram numa fase de dormência, caracterizada pela redução de sua atividade vegetativa. A fertilização durante este período deve ser diminuída ou evitada. Cuidado com a super adubação, todo o excesso prejudica as plantas, as folhas e caules apresentam-se queimados, ficam com aspectos doentios e fracos. Para corrigir, regar abundantemente, ou trocar o substrato no caso de vasos.

Adubo orgânico:uma solução econômica e natural Você pode recuperar um solo cansado sem nenhuma despesa, usando apenas composto orgânico preparado na sua própria casa. Ele é um adubo natural, de alta qualidade, conseguido através da decomposição de detritos orgânicos, como cascas de árvores, folhas mortas, aparam de grama, restos de comida e até papel, Você só não poderá aproveitar vidros e plásticos, porque esses materiais não se decompõem, Também é bom não usar alumínio e outros metais que demoram muito tempo para se deteriorar. Para acelerar o processo, procure misturar detritos fibrosos, de difícil fermentação, como papelão, cascas de ovos trituradas, serragem, ervas daninhas e folhas mortas com os chamados detritos inoculantes, de rápida Fermentação, como esterco, farinha de ossos, farinha de sangue, torta de algodão e torta de mamona. O ideal é usar uma parte de material inoculante para três partes de produtos fibrosos. Assim, depois que o material escurecer, ficar uniforme e sem cheiro, já poderá ser agregado à terra do jardim, vasos e jardineiras, para dar nova vida ao solo e, consequentemente, deixar suas plantinhas mais bonitas e saudáveis.

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É fácil construir uma composteira

Para todos os detritos se decomporem com rapidez é necessário que fiquem em contato com a terra e com o ar, a fim de não apodrecerem, provocando cheiros desagradáveis. A melhor solução é construir uma composteira com tijolos ou madeira, mas sem fundo e com a parte frontal removível, para facilitar a mistura e a remoção do material. Uma caixa quadrada com aproximadamente 1 metro de largura por 1 de altura é suficiente para se produzir boa quantidade de composto orgânico. Depois, é só ir colocando os detritos disponíveis, sempre em camadas de 10 ou 15 cm, alternadas com uns 5 cm de terra. Molhe bem a composteira e cubra com outra camada de terra de jardim. Semanalmente, revolva todos os detritos para que o processo de decomposição seja uniforme. Se não chover, molhe a mistura para repor a água evaporada, Depois de, três ou quatro meses, ela estará escura e uniforme e você terá um composto orgânico de qualidade para aumentar a fertilidade do solo, sem usar produtos químicos.

Adubação Foliar

De qualquer maneira, é imprescindível que seja feita uma consulta detalhada com

profissional especializado, o qual poderá indicar a melhor solução para cada caso. As principais vantagens da adubação foliar são:

A adubação foliar é um processo de nutrição complementar à adubação via solo, acrescentando inclusive que deve haver a preocupação em aplicar adubos de solo que forneçam outros nutrientes além do NPK.

Este tipo de adubação é mais comumente utilizado na agricultura, em produções como as de arroz, café, soja, laranja, entre outros. Já para as plantas ornamentais, aquelas que se utiliza em paisagismo, o uso se restringem a algumas espécies de bromélias e orquídeas.

1. Os nutrientes aplicados via foliar são rapidamente absorvidos pelas folhas das plantas, corrigindo as deficiências ou evitando que as mesmas se manifestem - as plantas absorvem cerca de 90% do adubo, sendo que uns elementos são mais assimiláveis que outros, enquanto isso, o adubo colocado no substrato perde cerca de 50% de sua eficiência - minutos após a aplicação do adubo, ele completa uma primeira fase de absorção e no fim de algumas horas chega às raízes.

2. Aumenta o aproveitamento dos adubos colocados no solo, principalmente os NPK, pois as plantas terão maior capacidade de absorção;

3. Pode-se aplicar o nutriente específico na fase em que a planta apresentar maior demanda deste, isto é, nos momentos mais críticos;

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4. Estimula o metabolismo vegetal devido à rápida absorção e utilização dos nutrientes, o que proporciona estímulo na formação de aminoácidos, proteínas, clorofila, etc.

Na aplicação das soluções para este fim, é importante observar o ph (acidez/alcalinidade), pois as plantas só absorvem os nutrientes numa estreita faixa de ph e esses valores irão variar dentro de certos limites de acordo com cada espécie vegetal.

Como é o mecanismo de absorção? Os estômatos (as estruturas que compõe a camada superficial das folhas) são os responsáveis pela maior parte da absorção dos nutrientes, mas a própria cutícula que recobre as folhas, quando hidratada, permite a passagem dos nutrientes; ela é permeável à água e às soluções de adubo. Para melhorar as condições de absorção das folhas, costuma-se adicionar às soluções nutritivas substâncias denominadas agentes umectantes, que pela sua ação adesiva, impedem que a solução escorra por ação da gravidade, e por sua ação umectante dificultam a evaporação da água, mantendo os nutrientes mais tempo em contato com a superfície foliar. A concentração da solução depende da tolerância de cada planta, e não devem ser aplicadas nas horas mais quentes do dia (entre 9 e 16 horas).

O uso simultâneo do adubo com pesticidas, fungicidas, etc., se não for bem equacionado, pode trazer problemas de incompatibilidade ou desequilíbrio da fórmula do adubo.

Algumas pessoas argumentam que a adubação foliar é muito cara, no entanto, deve-se lembrar que ela deve ser complementar, sendo que as quantidades utilizadas são pequenas. E mais, observe que a escolha do adubo é muito importante, pois alguns elementos utilizados de maneira errada podem queimar as plantas. Fique atento!

Misturas de solo para vasos

Mistura rica em matéria orgânica:

1 parte de terra comum de jardim

1 parte de terra vegetal

2 partes de composto orgânico

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Ideal para plantas como: licuala ou palmeira-leque (Licuala grandis), camélia (Camellia japonica), cróton (Codiaeum variegatum), cica (Cycas revoluta), gardênia (Gardenia jasminoides), lantana (Lantana camara), planta-camarão-amarelo (Pachystachys lutea), azaléia (Rhododendron), flor-de-cera (Hoya carnosa), calceolária (Calceolaria herbeohybrida), petúnia (Petunia x hybrida), calêndula (Calendula officinalis), margarida (Chrysanthemum leucathemum).

Mistura argilosa:

2 partes de terra comum de jardim

2 partes de terra vegetal

1 parte de areia

Ideal para plantas como: papiro (Cyperus papyrus), gladíolo ou palma-de-santa-rita (Gladiolus), narciso (Narcissus poeticus), bastão-do-imperador (Nicolaia elatior), prímula (Primula obconica), gloxínia (Sinningia speciosa), estrelitzia (Strelitzia reginae, copo-de-leite (Zantedeschia aethiopica), calla (Zantedeschia aethiopica ‘Calla’).

Mistura arenosa:

1 parte de terra comum de jardim

1 parte de terra vegetal

2 partes de areia

Ideal para plantas como: palmeira-bambu (Chamaedorea elegans), planta-camarão vermelho (Beloperene guttata), buxinho (Buxus sempervirens), caliandra ou esponjinha (Calliandra), bico-de-papagaio ou poinsétia (Euphorbia pulcherrima), hibisco (Hibiscus rosa-sinensis), hortênsia (Hidrangea macrophylla), ixora (Ixora chinensis), giesta ou vassoura espanhola (Spartium junceum), primavera (Bouganvillea spectabilis), lírio-da-paz (Spatiphylum wallisii), espada-de-são-jorge (Sanseveria trifasciata), lança-de-são-jorge (Sanseveria cylindrica), onze-horas (Portulaca grandiflora).

Mistura areno-argilosa:

1 parte de terra comum de jardim

1 parte de terra vegetal

1 parte de composto orgânico

1 parte de areia

Ideal para plantas como: palmeira-rápis (Rhapis excelsa), árvore-da-felicidade-fêmea (Polyscias fruticosa), árvore-da-felicidade-fêmea (Polyscias guilfoylei), gerânio (Pelargonium sp.), gerânio pendente (Pelargonium peltatum).

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Plantas que florescem durante cada estação Verão: Alstroemeria ou madressilva-da-serra (Alstroemeria pelegrina) Alisso (Alyssum maritimum) Amor-agarradinho (Antigonon leptopus) �rgênte sempre-florida (�rgênte semperflorens) Crista-de-galo (Celosia �rgêntea cristata) Capim-dos-pampas (Cartaderia selloana) Cosmos ou beijo-de-moça (Cosmos bipinnatus) Gloriosa (Gloriosa), Flor-de-cera (Hoya carnosa) Outono: Pata-de-vaca (Bauhinia) Camélia (Camelia japonica) Coqueiro-de-vênus (Cordyline terminalis) Orquídea Catléia (Cattleya labiata) Datura ou trombeta-de-anjo (Datura suaveolens) Alegria dos jardins ou sálvia (Salvia splendens) Quaresmeira (Tibouchina granulosa) Campainha (Ipomoea purpurea) Cosmos-amarelo (Bidens sulphurea), Anêmona (Anemone) Abélia (Abelia grandiflora) Inverno: Amor-perfeito (Viola tricolor) Azaléia (Rhododendron indicum) Bico-de-papagaio (Euphorbia pulcherrima) Caliandra (Calliandra tweedii) Ciclame (Cyclamen persicum) Congéia (Congea tomentosa) Cravo (Dianthus caryophyllus) Delfínio ou esporinha (Delphinium ajacis) Giesta (Spartium junceum) Glicínia (Wisteria sinensis) Ipê amarelo (Tabebuia chrysotricha) Ipê rosa (Tabebuia pentaphylla) Jasmim-amarelo (Jasminum primulinum) Jasmim-manga (Plumeria sp.) Kalanchoe ou gordinha (Kalanchoe blossfeldiana) Orquídea Cymbídio (Cymbidium híbrido) Suinã candelabro ou eritrina (Erythrina speciosa)

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Primavera: Agapanto (Agapanthus africanus) Alpínia (Alpinia purpurata) Boca-de-leão (Antirrhinum majus) Calceolária ou sapatinho-de-vênus (Calceolariaherbeohybrida) Dama-da-noite (Cestrum nocturnum) Centáurea ou escovinha (Centaurea cyanus) Lágrima-de-Cristo (Clerodendron thomsonae) Clívia (Clivia miniata) Estefânia (Cobaea scandens) Orquídea Dendróbio (Dendrobium densiflorum) Dedaleira (Digitalis purpurea) Lírio-do-amazonas (Eucharis grandiflora) Frésia (Freesia híbrida) Gardênia ou jasmim-do-cabo (Gardenia jasminoides) Gérbera ou margarida-do-transval (Gerbera jamesonii) Hortênsia (Hydrangea macrophylla) Orquídea Laelia (Laelia purpurata) Magnólia branca (Magnolia grandiflora)

Plantas para jardins a sombra e meia sombra

Plantas floríferas bananeira do mato (Heliconia). Malvavisco (Malvaviscus roseo). Justícia (Wacobinia carnea). Planta camarão (Beloperone). Afelandra (Aphelandra). Bela emília (PIumbago). Nandina (Nandína domestica). Antúrio (Anthuriun). írio da paz (Spathiphylun). Maria-sem-vergonha (Impatiens).

Trepadeiras Lanterna Japonesa (Abutilon). Filodendro (Philodendron) . Brinco-de-princesa (Fuchsia) . Gloriosa (Gloriosa). Jasmin-de-madagascar (Stephanotis).

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Folhagens Tinhorão (Caladium). Dracenas (Dracena). Asplênio (Asplenium nidus). Costela-de-adão (Monstera deliciosa) . Samambaias diversas. Cheflera (Schefflera). Samambaiaçu (Blecnum). Ráfis (Rhapis excelsa).

Forrações Hera (Hedera) Brilhantina (Pilea) Maranta (Maranta ieuconeura) Hera sueca (Plectranthus) Grama preta (Ophiopogon) Planta-pavão (Calathea)

Cuidado elas são frágeis!

Mudar de casa não é assim tão divertido. Além dos dissabores que envolvem essa tarefa o transporte de plantas constitui também um grande desafio, muito maior do que o seu cultivo. Quando você tiver que mudar de residência, levando consigo suas plantas, tenha um cuidado muito especial, pois no fim dessa viagem elas poderão estar seriamente danificadas. Existem certos cuidados, importantes quando você estabelece que tenha de transportar, suas plantas. Não custa nada observá-los para terminar esta tarefa e ter suas plantas em perfeito estado. Portanto, use bastante jornal para calçar os vasos. Antes de colocá-los no veículo que fará o transporte, regue fartamente e cubra o solo dos vasos (em torno do caule) com papel de jornal. Molhe-o também, deixando-o bem umedecido; isso ajudará a deixar o solo no lugar. No caso das plantas altas, mantenha os vasos juntos, pois elas servirão de suporte umas para as outras, impedindo que se curvem. Para os cactos, envolva-os também com jornal e faça um cilindro com um papel mais grosso em torno do vaso. As

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plantas baixas em vasos pequenos, como as violetas-africanas, devem ser acondicionadas em caixas largas e altas, e os vasos calçados com papel, para que as plantas não fiquem muito próximas umas das outras. Se a viagem for longa, provavelmente as plantas vão sentir o efeito da falta de luz; para resolver este problema, alguns dias antes do transporte coloquem-as em lugares menos iluminados, a fim de que elas se adaptem gradativamente. Se você pretende transportar as plantas em seu próprio carro, coloque-as num canto em que não perturbem a visão do motorista, e não bloqueie as portas com os vasos. No caso dos cactos e vasos pesados, procure deixá-los em lugar firme, evitando a queda e a trepidação. Se as plantas vão ser enviadas por transportadora, além dos cuidados de embalagem acima descritos, escreva nas recomendações como “cuidado frágil", “cuidado, não virar”. E boa viagem!

Água na dose certa: suas plantas agradecem Toda vez que você rega suas plantinhas percebe que elas ficam mais viçosas e resistentes. Mas quando a água é demais, elas parecem que vão se afogar: murcham e perdem a vida. Como saber então, qual a quantidade certa de água que a planta necessita?

Na verdade, não existem regras fixas. Tudo vai depender da planta e da época do ano. Durante o verão, por exemplo, ela perde muita água por causa do calor. As regas nesta estação devem ser feitas mais freqüentemente. Por outro lado, épocas em que a temperatura é naturalmente fresca dispensam um controle tão rígido. Além disso, lembre-se de que as próprias plantas diferem na quantidade de água que precisam para sobreviver.

Como molhar suas plantas. Saber molhar as plantas é muito importante e o maior mal que se pode fazer é colocar água em excesso, pois a umidade ocasiona o apodrecimento das raízes e favorece o aparecimento de pragas e doenças. Não esqueça que sua planta não é aquática. É difícil estabelecer a quantidade de água e o intervalo entre as regas, há vários fatores que influenciam, tais como a iluminação, a temperatura e o meio ambiente. Se for externo vai necessitar de mais

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água devido aos ventos e ao sol, se interno o período de rega vai ser maior pela menor transpiração da planta. Na primavera e verão vão requerer mais água do que no outono e inverno, sendo nesta época que elas estão em período de dormência. O tamanho da planta também irá influenciar, pois quanto maior a quantidade de folhas mais umidade ela necessitará. O melhor meio para se saber é encostar o dedo na superfície do solo, se senti-lo úmido não precisa molhar. De água aos poucos para não ter excesso, é melhor molhar de menos do que de mais. Não se esqueça de usar um regador com chuveirinho.

Poda A poda é necessária para o bom desenvolvimento das plantas. No entanto, ela deve ser realizada na época certa e com uma técnica correta. Quando malfeita, a poda pode até prejudicar, a planta. Por exemplo, o secciona mento total dos troncos principais ou secundários pode estancar o processo de regeneração dos tecidos e a circulação da seiva, além de dificultar a cicatrização do corte. A conseqüência e o surgimento de brotos enfraquecidos que nunca mais atingirão o vigor e a exuberância anteriores.

Os cuidados na aplicação da técnica O melhor período para iniciar a poda compreende os meses de abril, maio e junho. Além disso, ela deve ser feita preferivelmente em dias claros e secos. Os restos vegetais que estão com pragas e doenças devem ser queimados, pois assim são eliminados os ovos e as larvas de pragas.

A poda é realizada com instrumentos de laminas cortantes ou de serrilha. É preciso que a ferramenta esteja afiada e limpa. Os cortes devem ser bem-feitos e lisos, evitando deixar tecidos amassados, que poderiam determinar a morte da planta. Se você fizer cortes oblíquos, facilitando escoamento da água ou a exudação (transpiração) da seiva. É bom cortar um pouco acima das gemas. Se você pretende eliminar totalmente um galho, faça o corte rente à sua base e, em seguida, proceda à desinfecção com uma calda ou pasta fungicida.

As ferramentas indispensáveis As ferramentas mais empregadas para poda são: serrotes, tesouras e podões.

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Como se deve conservá-las. Para perfeita conservação das ferramentas de poda é preciso que, após o seu uso, elas seja limpas e enxutas è aconselhável também untá-las com uma camada de vaselina. Guarde-as em lugar ventilado e seco (o ideal pendurá-las numa placa equipada com ganchos). Em relação a ferramentas, é desaconselhável o improviso. Por isso, nunca use um utensílio domestico para substituir uma ferramenta. Além de o trabalho ficar imperfeito, poderá ocorrer outras conseqüências desagradáveis: a inutilização do utensílio e ferimentos nas mãos.

Podas:

Embelezam e Reanimam

A poda é o melhor método para manter suas plantas num tamanho razoável, elegantes e saudáveis. Antes de iniciar a poda, certifique-se que as ferramentas que serão utilizadas estejam bem afiadas e limpas. Um corte "mastigado" leva mais tempo para cicatrizar, expondo a planta às doenças. Toda poda é utilizada para alguma finalidade e cada qual possui uma técnica diferente:

Abrindo uma planta densa: Comece eliminando os ramos fracos e doentes. Se você cortar os ramos logo acima de uma gema um novo ramo irá nascer no local da poda só que mais fino do que aquele que foi eliminado. Caso deseje eliminar o ramo todo o corte bem rente ao caule ou ao ramo maior do qual ele brotou. Continue podando até obter o efeito desejado.

Removendo ramos ladrões:

Algumas plantas produzem brotações grandes e vigorosas, mas que lhes dão aspecto desordenado, esses ramos ou brotações podem e devem ser removidos a qualquer época do ano. Normalmente são chamados de ladrões, pois utilizam muita força planta para crescerem, prejudicando os demais.

Poda sanitária: Uma boa prática no trato das suas plantas é a remoção dos ramos doentes e com folhagem descolorida. Quanto mais rápido for eliminado um ramo doente ou infectado, mais fácil será salvar a planta. Todo ramo infectado ou doente deve ser retirado.

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Técnicas de Poda e Ferramentas no manejo do jardim Técnicas de Poda

Kit de Ferramenta para Jardinagem Poda é todo corte que se faz nos galhos e ramos das plantas. Toda árvore, por sua natureza, não precisa de poda, entretanto há situações por nós criadas, como o plantio em local inadequado, em que esse processo é necessário. A poda é muito utilizada na fruticultura comercial com a finalidade corrigir o crescimento da planta, para obter maior ventilação, iluminação, acesso ás pulverizações e facilitar a colheita. Essa técnica que foi desenvolvida na fruticultura aplica-se à jardinagem quando temos os seguintes objetivos:

Tesoura de Podar Grama e Cerca Viva

� formação de cerca viva � erradicação de galhos doentes � desbaste seletivo para compensar a evaporação nos transplantes � correção de crescimento, como por exemplo, a condição de galhos para “abraçar” a fiação elétrica nas ruas de forma que esses galhos não causem curtos-circuitos nos fios elétricos. � formação inicial de muda transplantada � indução ao brotamento � aumento de floração

Tesoura de Poda Todo galho ou ramo podado deve ser rente ao tronco, para permitir uma futura cicatrização, deve-se evitar deixar tocos salientes, pois estes impedem o fechamento

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da ferida, ficando o cerne exposto à entrada de fungos e de toda a sorte de decompositores de madeira. Além dos cortes terminarem rentes ao tronco, deve-se impermeabilizar o cerne na região do corte, que pode ser feita com tintura asfáltica, betuminosa ou látex.

Ferramentas utilizadas para manejo das plantas no jardim

As ferramentas utilizadas na jardinagem devem estar sempre em boas condições, isto é, bem encabadas, conservadas e sempre adequadas a sua utilização: � enxada, enxadão, cavadeira, chibanca, picareta, pá, rastelo, ancinho, pazinhas, garfo, farcado, sacho, etc. Após a utilização das ferramentas deve-se lavá-las, secá-las e guardá-las em local protegido.

Ferramentas para podar Manter a poda das plantas e flores em dia não é tarefa das mais fáceis, mas para auxiliá-lo neste árduo trabalho já é possível contar com uma gama de opções de ferramentas destinadas unicamente para poda, desde a das mais delicadas flores até a dos galhos mais resistentes. Para adquirir uma destas ferramentas especiais para a poda é muito importante ter uma básica noção das diferenças de utilidade de cada modelo. Assim, você não irá errar ao escolher a tesoura ou serrote mais adequado para a tarefa que pretende realizar, e com certeza não irá se atrapalhar na hora de botar a mão na massa.

Tesouras para trabalhos leves

Podar plantas e flores de haste mais frágil como aquelas que são cultivadas em pequenos vasos ou canteiros, pode parecer fácil. Entretanto é necessário que se tome alguns pequenos cuidados para não estragar a beleza da espécie com uma poda mal feita.

Para este delicado trabalho é sempre utilizada uma tesoura pequena, que se

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assemelha a um alicate com lâminas nas extremidades. Para usa- lá, é preciso posiciona- lá corretamente no lugar onde se pretende podar, sempre lembrando que, se você irá retirar uma muda de flores, que mais tarde será colocada em um vaso com água, o corte deve ser feito na diagonal. Desta maneira, a haste da muda irá levar com muito mais facilidade os componentes da água ao resto da planta. Depois, aperte o cabo da ferramenta delicadamente e não se esqueça de verificar sempre se a tesoura está bem afiada, pois do contrário este poderá machucar a planta. Facilitando ainda mais seu trabalho, existem no mercado tesouras para poda simples que podem ser reguladas de acordo com o trabalho que será realizado, podendo ter a escolha de apertar ou deixar mais larga a pressão da lamina.

Grama sempre bonita. É muito fácil identificar as tesouras para grama, pois estas possuem cabo alongado e lamina curta. Este equipamento é manuseado com as duas mãos, cada uma segurando uma das hastes para dar mais firmeza ao movimento.

O uso de tesouras para grama é apenas recomendável quando existe excesso do crescimento da mesma, pois contando apenas com o auxilio desta ferramenta é muito difícil conseguir um corte rente e manter sempre o mesmo nível por todo o jardim. Para tanto, ela deve ser utilizada combinada ao trabalho de aparadores ou cortadores de grama. Para escolher uma boa tesoura, atente sempre para a qualidade do material da peça: perceba se possui um bom corte e se a lâmina e os cabos estão devidamente fixos.

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Fazendo o trabalho pesado Os serrotes são utilizados para os trabalhos mais difíceis, como a poda de galhos. Há no mercado serrotes especiais para jardim com modelos menores, que muitas vezes são até dobráveis.

Não há segredos para a utilização deste tipo de ferramenta: o processo é o mesmo dos serrotes convencionais. Para os galhos menos espessos é possível usar as tesouras para a poda de galhos, que são até mais práticas. Mas ao remover galhos maiores, as tesouras não são muito eficientes, sendo mais indicado o uso dos serrotes. Agora que você já conhece a utilização básica para as ferramentas de poda, escolha a que mais será útil no seu jardim e mãos à obra!

Como conservar as ferramentas do jardim

A melhor maneira de conservar suas ferramentas de jardinagem sempre novas é usa- lás constantemente: no caso de instrumentos de aço, por exemplo, o atrito com a terra desgasta a camada de ferrugem e oxidação, tornando menor a probabilidade de as peças estragarem. Além disso, é importante manter os equipamentos limpos, longe da umidade e protegidos contra a ação do tempo (chuva e sol). Muitas ferramentas, como o ancinho, a vassoura para grama, o garfo de jardim para afofar a terra e as enxadas, podem ter cabo de madeira. Lembre-se de que a madeira não deve ser molhada e conserve-a envernizada ou pintada com tinta a óleo, para não pegar umidade nem apodrecer. Peças em inox com cabos plásticos, como colher para escavar a terra ou pancinho (uma peça que combina pá e ancinho), podem ser lavadas normalmente, com água e sabão. Equipamentos em aço devem ser limpos e lubrificados com óleo de máquina, após o uso. Dessa forma, são conservadas as tesouras para grama e poda, a pá compacta, a enxadinha. Ferramentas mais antigas duram muito tempo quando recebem uma leve camada de verniz, após serem lixadas. Evite, no entanto, que o verniz atinja seu corte.

Como ter um jardim saudável e sem pragas

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É importante escolher as plantas adequadas ao sombreamento e ao sol pleno. Plantar espécies de plantas em locais inadequados, como aquelas que necessitam

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de muito sol em áreas sombreadas, é decretar o insucesso do jardim. Mas não é só a escolha das plantas que se faz necessário. Fazer sua manutenção também é muito importante. A manutenção consiste em podas quando forem necessárias, rega de acordo com as necessidades da planta e adubação. Por causa das chuvas, o adubo penetra mais rapidamente no solo, tornando as plantas exuberantes. Plantas adubadas são menos suscetíveis ao ataque das pragas. É interessante, também, pulverizar as plantas com óleo mineral, para protegê-las de insetos sugadores, como cochonilhas, pulgões e moscas-brancas. A averiguação periódica das plantas é importante, pois infestações de insetos são vistas no início, o que facilita seu controle. Quando ovos de lagartas ou percevejos são vistos, basta arrancar a(s) folha(s) e dispensá-la(s). Cochonilhas podem ser retiradas com o auxílio de um algodão úmido com sabão de coco. Formigas cortadeiras podem ser contidas, utilizando-se um cone invertido, feito de embalagem “pet” e lambuzado com graxa ou óleo queimado na parte inferior.

Cuide da saúde de suas plantas É muito fácil cuidar de um jardim, mas os jardineiros e entendidos fazem tal mistério que, por vezes, uma pessoa sem prática desanima ao ver murchar ou morrer uma ou outra de suas plantas. Mas, se você assimilar alguns conselhos práticos, verá que depois de algum tempo eles passarão a funcionar automaticamente e seu jardim começará a ser bem cuidado. Veja aqui como regar Quando molhar os canteiros não dirija jatos fortes de água sobre o chão próximo das raízes das plantas. Se elas forem superficiais você poderá desenterrá-las ou deixá-las expostas, o que prejudicaria a planta. Depois de muitos dias de seca, quando as folhagens se mostram cheias de pó, espere o pôr-do-sol e dirija jatos finos de água sobre as folhas das plantas até que fiquem bem limpas. Use de preferência um vaporizador. Jamais molhe as plantas por cima quando houver sol, pois podem murchar e amarelecer. No inverno, cuide de molhar as plantas de interior mais delicada com água na temperatura ambiente. Nunca regue as plantas com água muito fria. Os adubos e venenos Não coloque adubo junto às raízes ou folhas das plantas. Faça um sulco ao redor, não muito profundo, despeje o adubo ali. Regue logo depois. Adubos líquidos devem ser aplicados sempre em terra previamente molhada.

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Ao comprar um produto para combater as pragas que costumam assolar os jardins procure sempre ler e seguir as instruções da embalagem. O mesmo veneno que mata gafanhotos não serve para acabarem com as formigas, pulgões, besouros e tatuzinhos. Para lesmas use veneno em iscas que deve ser colocado onde aparecerem os rastros das lesmas. Não molhe a terra onde colocou o veneno por 24 horas para não atenuar seu efeito. Um velho costume que dá resultado é jogar água-de-fumo sobre os pulgões das roseiras, coléus e violetas. Proceda da seguinte forma: pique cigarros ou fumo de rolo e coloque os pedacinhos numa vasilha com água. Depois de dois dias, o fumo estará curtido. Coe o caldo num pano e passe a mistura com cotonetes sobre os insetos, que desaparecerão imediatamente. Os meses sem “r" Uma maneira simples de saber quando se devem podar as plantas é recorrer à sabedoria popular. É ela quem ensina que a época mais indicada são os meses sem "r" maio, junho, julho e agosto, quando os dias são mais curtos e há menos luminosidade. Além disso, nos meses de inverno as plantas se retraem, ficam em descanso e por isso, a seiva circula menos. Dai a razão de ser esta a época destinada à poda. No fim do inverno elas começarão a brotar para florir na primavera.

Controle natural de doenças nas plantas

O agricultor antigo conhecia formas naturais de controlar doenças em sua lavoura, usando, por exemplo, extratos de plantas que eram pulverizados sobre outras plantas. Com o surgimento da agricultura moderna, este conhecimento foi se perdendo e os produtos químicos, conhecidos como fungicidas e bactericidas, ganharam destaque no controle de doenças. No entanto, o uso destes produtos acabou por contribuir com o aparecimento de doenças mais resistentes, assim como acontece com o surgimento de bactérias cada vez mais resistentes aos antibióticos. Portanto, o resgate das informações tradicionais no controle de doenças tomou-se uma necessidade urgente, para que os pesquisadores buscassem novas alternativas, que verdade, era a usada em outros tempos. As receitas caseiras, utilizando principalmente plantas aromáticas como a camomila, estão sendo, testadas aos poucos. Alguns experimentos, por exemplo, com o famoso capim limão, utilizando seu óleo essencial, têm mostrado eficiência no controle destes micro-organismos. A seguir, alguns exemplos de receitas que podem ser experimentadas:

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Chá de camomila ou matricaria Controle: diversas doenças fúngicas. Estimula o crescimento das plantas. Ingredientes: flor de camomila e água. Preparo: Imergir um punhado de flores de camomila em água fria por um a dois dias. Pulverizar as plantas, principalmente as mudas na sementeira. Mistura de cinza e sal Controle: barbas, algas, liquens, musgos e outros parasitas das frutíferas. Ingredientes: cal virgem (600g), cinzas (300g) e água (10 litros). Preparo: Dissolver 600g de cal em 10 litros de água e misturar mais 300g de cinzas. Coar e aplicar sobre as plantas, pincelando ou pulverizando durante a seca, quando as plantas frutíferas estão em dormência. Cal Controle: formigas. Ingredientes: cal e água. Preparo: Fazer uma pasta de cal e pincelar sobre o tronco. Com isso, evita-se a subida de formigas e ajuda a controlar a barba das frutíferas. Pasta de argila, esterco, areia fina e chá de camomila Controle: proteção de cortes feitos por podas, troncos e ramos doentes. Preparo: Misturar partes iguais de argila (barro), esterco, areia fina e chá de camomila, de modo a formar uma pasta. Passar nas partes afetadas. Pode-se usar para tratamento no outono, após queda das folhas e antes da floração e brotação. Pasta bordaleza Controle: algas, musgos e líquens. Ajuda a controlar fungos em frutíferas e doenças bacterianas em outras plantas. Ingredientes: sulfato de cobre (1 Kg), cal virgem (1 Kg) e água (10 litros). Preparo: Diluir o sulfato de cobre em um pouco de água, mexendo bem. Em outro vasilhame, apagar a cal com água quente, devagar, esperando a solução esfriar. Em um terceiro vasilhame, colocar o sulfato de cobre e a cal, devagar, mexendo bem, adicionando o restante da água até completar 10 litros, mexendo novamente. Para aplicação, usar brocha de pedreiro, pincelando o tronco e as partes mais grossas dos galhos, evitando-se pegar nos ramos e folhas novas. Aplicar durante o inverno, quando a planta está dormente. Pode-se diluir a pasta, formando a calda bordaleza. Desta forma, aplica-se na forma de pulverizações. Calda sulfocáustica Controle: as mesmas doenças que a pasta bordaleza, tendo excelente ação sobre fungos como ferrugem do alho e cebola. Ingredientes: cal virgem (1 Kg), enxofre (2 Kg) e água (10 litros).

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Preparo: Diluir o enxofre em um pouco de água, acrescentando um pouco de detergente (adesivo). Em seguida, colocar em uma lata de 20 litros, levando ao fogo, acrescentando 10 litros de água. A seguir, acrescentar a cal já apagada, mexendo bem. Manter a solução no fogo durante uma hora, sempre acrescentando um pouco de água para manter o volume inicial. Após uma hora, a calda deverá adquirir uma coloração parda avermelhada (tipo Coca Cola). Coe em um pano depois de frio. Para a utilização, dilua 1 litro de calda para 15 litros de água.

Pragas e doenças.

Geralmente chama-se de praga a todos os insetos e organismos que causam estragos às plantas ou crescem em lugar impróprio. Porém cabe explicar aqui que a praga só existe quando há um desequilíbrio no meio.

Esse desequilíbrio é ocasionado pela multiplicação em demasia de alguma espécie animal ou vegetal, causando danos visíveis às plantas ou sobressaindo-se em crescimento daquela que queremos preservar. Quando o meio está equilibrado não ocorre a presença de pragas, isto quer dizer que nem sempre, gafanhotos, formigas e lagartas são pragas. Então antes de matar estes insetos, vale a pena ponderar. É comum, quando identificamos a presença de pragas, comprarmos um inseticida e aplicá-lo nas plantas achando que está resolvendo o problema. O que não notamos, é que esse inseticida, além de selecionar as espécies mais resistentes ao produto, mata também toda uma comunidade de microorganismos que, em equilíbrio, mantêm a “saúde do sistema”, como as minhocas, algumas bactérias, etc. Assim, quando eliminamos um problema quimicamente, estamos criando outros, num círculo vicioso. É por isso que devemos, sempre que possível, optar por mecanismos como a catação ou os antigos e esquecidos remédios caseiros à base de toxinas naturais, como a nicotina, piretrina e a rotenona. Principais doenças e pragas � Fungos: os fungos gostam de clima quente e úmido, atacando as folhas e o tronco. Manifestam-se nas folhas na forma de pintas ou manchas mortas. Quando os fungos penetram no cerne das madeiras, externamente aparecem orelhas de pau ou cogumelos. Esse estágio indica o apodrecimento da estrutura, podendo até derrubar a planta. Seu tratamento mais usual é a aplicação de calda bordaleza (mistura de sulfato de cobre e cal).

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� Vírus: os vírus atacam dentro da célula. Somente o percebemos quando as folhas apresentam manchas ou quando os brotos das plantas murcham. São de difícil controle sendo recomendada a erradicação das partes ou plantas infectadas. � Afídeos ou pulgões: são pequenos “vampiros” que ficam sorvendo a calda doce da seiva elaborada nas pontas tenras das plantas. Quando há grande quantidade de pulgões as plantas ficam amareladas. O grande perigo dos pulgões está na transmissão de viroses, de cura muito difícil. O procedimento para sua erradicação é a catação manual com uma esponja, água e sabão. As joaninhas são seus predadores naturais. � Ácaros: são minúsculas aranhas que sugam a seiva até a queda das folhas. O procedimento para erradicação é com enxofre em pó molhável. � Trips: inseto invisível a olho nu. A sua picada causa o desaparecimento da clorofila, resultando em manchas claras nas folhas. Para sua erradicação deve-se aplicar calda de fumo. � Cochonilhas, também chamadas de escamas, piolho branco ou fatinha: são sugadores de seiva, às vezes atraem um fungo que forma uma fina camada enegrecida nas folhas e ramos localizados abaixo dos ferimentos causados nas plantas. Deve-se erradicar com água e sabão. � Formigas: somente as cortadeiras como saúvas e quem-quem são danosas às plantas. São controladas com iscas de formicidas ou catação. As formigas lava-pés, comum nas cidades, auxiliam as plantas, pois se alimentam de outros insetos, inclusive mortos, fazendo uma verdadeira limpeza. � Caracóis: comem folhas em quantidades moderadas. Seu controle é feito pela catação. � Lesmas: comem plantas novas. Seu controle é feito por catação. � Lagartas: comem folhas em grandes quantidades. Proceda com a catação. Seu inimigo natural são as vespas. � Tatuzinhos ou tatu bolinha: comem plantas novas, seu controle é feito por catação. � Nematóides: são minúsculos vermes, que se alojam nas raízes, impedindo as folhas de receber seiva bruta. O emprego de matéria orgânica favorece o aparecimento de inimigos naturais de nematóides. � Percevejos: alguns sugam a seiva das plantas, outros são predadores naturais de outros insetos � Besouros: só são prejudiciais às plantas as espécies que penetram nos galhos, caules e frutos (brocas). Seu controle se dá com aplicação de extrato de fumo.

Algumas preparações que podem ajudar no controle de pragas:

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� Calda de fumo: Picar 200g de fumo de corda e macerar num litro de água. Deixar em infusão por 24 horas. Coar e diluir em 5 litros de água. Pulverizar contra pulgões, percevejos, trips e lagartas. � Extrato de fumo: Picar 100g de fumo de corda e fervê-lo durante 20 minutos em 2 litros de água. Depois de frio injetar nos furos de brocas e tampar com sabão. � Água de Sabão: Misturar 2 copos americanos de extrato de fumo com 200g de sabão e 10 litros de água. Aplicar contra cochonilhas, as de carapaças devem ser combatidas com outro tipo de mistura. � Mistura para Controle de Cochonilhas com Carapaças: Misturar água, álcool e óleo na proporção de 1:1: 0,1 e pulverizar sobre as cochonilhas � Armadilhas de lesmas e caracóis: Deixar sacos de aninhagem molhados com água e um pouco de leite no jardim. Após dois dias proceder a catação.

Controle de pragas e doenças • Plantar espécies ou variedades resistentes e adaptadas ao local e a época. • Respeitar os espaçamentos e época recomendados para cada espécie/variedade. • Quando realizar capina ou qualquer outro tipo de trato cultural, procure não danificar as plantas, já que um ferimento é a porta de entrada de patógenos. • Comece o trabalho sempre pelas sadias e termine o trato nas plantas doentes, para que não haja infecção. • Desinfeccione toda hora o material de colheita ou poda. • Evitar a monocultura, procurando plantar na mesma área espécies de forma e famílias diferentes. • Manter sempre o solo em boas condições. • Evitar o uso de produtos químicos, sem a devida orientação técnica.

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• Ao notar uma planta doente retire a parte infectada (folha, ramo etc.) Ou até mesmo a planta inteira e queime-a, para que não haja contaminação, após isso isole o local e plante outra espécie de família diferente. • Nunca deixe seu canteiro excessivamente irrigado, pois alta umidade e temperaturas altas, tornam o ambiente mais propício ao ataque de doenças. • Procure ter o maior número de espécies diferentes e sempre realizar rotação de culturas, evitando plantar em dois anos consecutivos uma mesma planta ou da mesma família, pois absorvem o mesmo nutriente do solo e a planta fica fraca e vulnerável a pragas e doenças, além de se ter no canteiro patógenos que sobrevivem no solo de um ano para o outro. • Contra certas pragas plante em volta do canteiro por exemplo, cravo de defunto ou tagetes que mantêm os pulgões longe, hortelã que afugenta as formigas, e arruda contra lesmas. • Faça também todo ano tratamento de inverno (aplicação de caldas), para prevenir contra doenças e pragas, além de preparar a planta para a brotação, florescimento e frutificação. • Adquirir sempre mudas sadias. • Ao utilizar uma planta como matriz de mudas, observe se ela está isenta de doenças e pragas e com ótimo vigor, ou seja, saudável.

Controle de doenças

·

Quando realizar capina ou qualquer outro tipo de trato cultural, procure não danificar as plantas, já que um ferimento é a porta de entrada de patógenos.

· Comece o trabalho sempre pelas sadias e termine o trato nas plantas doentes, para que não haja infecção.

· Desinfeccione toda hora o material de colheita ou poda.

· Ao notar uma planta doente retire a parte infectada (folha, ramo etc.) Ou até mesmo a planta inteira e queime-a, para que não haja contaminação, após isso isole o local e plante outra espécie de família diferente.

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· Nunca deixe seu canteiro excessivamente irrigado, pois alta umidade e temperaturas altas, tornam o ambiente mais propício ao ataque de doenças.

· Procure ter o maior número de espécies diferentes e sempre realizar rotação de culturas, evitando plantar em dois anos consecutivos uma mesma planta ou da mesma família, pois absorvem o mesmo nutriente do solo e a planta fica fraca e vulnerável a doenças, além de se ter no canteiro patógenos que sobrevivem no solo de um ano para o outro.

· Adquirir sempre mudas sadias.

· Ao utilizar uma planta como matriz de mudas observe se ela está isenta de doenças e com ótimo vigor, ou seja, saudável.

Plantas daninhas

Planta daninha refere-se a QUALQUER espécie vegetal que, de alguma forma, interfere nas atividades humanas; é um ponto de vista agronômico, o que não significa dizer que certos vegetais são bons ou ruins, de forma que a mesma planta pode ser daninha ou útil ao homem. Exemplo: algumas Ipomeas são muito ornamentais e são comumente utilizadas em jardins, ao passo que numa lavoura de soja as mesmas Ipomeas podem causar altas quedas no rendimento por competição por nutrientes.

O termo invasora tem sido usado de maneira incorreta, numa tentativa de "driblar" o uso do termo "daninha". Uma planta invasora é aquela que aparece pela primeira vez em alguma área. Infestante é um termo utilizado quando uma espécie já está estabelecida em uma área.

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Existem metodologias de prevenção e controle de plantas daninhas, que são:

Método Preventivo:

Consiste no uso de práticas que visem evitar a introdução, estabelecimento e disseminação de plantas indesejadas em áreas que ainda não foram infestadas por elas. O uso de sementes certificadas, a limpeza das ferramentas utilizadas são exemplos desse método.

Método Físico ou Mecânico:

É a capina. Consiste na utilização de ferramentas como enxadas ou firminos e similares no arranquio das plantas daninhas.

Método Biológico:

É o uso de agentes biológicos para controlar plantas indesejadas. Alguns animais que têm preferência por alimentar-se de certa espécie de planta é um exemplo desse método. Fungos também são utilizados.

Método químico:

Trata-se da utilização de produtos químicos no controle das plantas daninhas, os herbicidas. É um dos métodos mais utilizados em grandes plantações, por sua eficácia e seletividade, porém a utilização desses produtos deve ocorrer somente sob a orientação de um agrônomo qualificado.

Manutenção de Primavera A primavera está se aproximando, e, portanto, é importante que se tenha alguns cuidados para que a chegada desta estação seja sinônima de beleza e exuberância em seu jardim. Para tanto, seguem abaixo, algumas dicas que poderão ajudá-lo nesta empreitada. Vamos lá?

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Afofe os canteiros, ou mesmo a terra dos vasos, que costumam se compactar com o decorrer do tempo. Esse procedimento é importante, na medida em que colabora para a aeração das raízes, as quais terão condições de receber mais água e nutrientes.

Caso não tenha sido feita a poda de limpeza, ainda é possível faze-la. Com uma tesoura de poda, é só cortar os galhos secos e/ou malformados de árvores e arbustos. Para os galhos mais espessos, é mais apropriado se utilizar uma serra, inclusive, uma dica importante para este caso: primeiro corte de baixo para cima, e depois, de cima pra abaixo, pois, isso evita que a madeira lasque, danificando a planta.

Teoricamente, o replantio de espécies pode ser feito em qualquer época do ano. Mas, na prática, a melhor época para este trabalho, sem dúvida, é na primavera. E evite trocar uma planta de um vaso pequeno para um vaso muito grande. O ideal é muda-la para um vaso só um pouco maior que o atual, dessa forma, a planta irá se adaptar com mais facilidade.

Não é novidade, que a primavera é a estação em que se deve adubar as plantas ornamentais. É bom escolher entre o esterco de gado bem curtido, a farinha de osso e a torta de mamona. O NPK 4-14-8 é outra boa opção. E lembre-se: sempre siga a dosagem indicada pelo fabricante! Além disso, regue depois de adubar, pois a água ajuda a diluir o produto e melhora sua incorporação ao solo.

No início da primavera, as roseiras começam a florescer com mais intensidade. Nessa época os pulgões adoram atacar os novos brotos para assim, se alimentar da seiva da planta. Para prevenção, é recomendado pulverizar calda de fumo com sabão a cada 20 dias.

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Cuide bem de suas plantas de interior Cada planta tem preferências quanto à quantidade de água, luz e nutrientes. Uma variação excessiva nesses elementos pode resultar em prejuízo de seu vigor. Assim se há muita luz no ambiente, e a planta prefere sombra, ela ganhará um aspecto doentio. Nesse caso, é preciso recuá-la para um canto sombreado.

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Para mantê-las viçosas em ambientes fechados, basta dar o cuidado certo no momento adequado. Se você notar, por exemplo, que as pontas das folhas estão marrons e murchas e que as inferiores ficam amarelas e cai o problema é provavelmente, a falta de água. Portanto regue a até a água escorrer pelo buraco do vaso e só torne a molhar quando a terra secar novamente. Manter as folhas limpas ajuda as plantas a absorver melhor o oxigênio, tão necessário para sua sobrevivência. Lavá-las a cada quinze dias é o método ideal para remoção da poeira acumulada isso impede também o desenvolvimento de pulgões, cochonilhas e outras pragas. Esses são apenas alguns dos pequenos cuidados com os quais você obtém plantas de interior realmente muito mais bonitas e viçosas.

Estaquia A estaquia é um dos métodos de propagação de plantas mais utilizados. Muitas plantas inclusive só podem ser multiplicadas economicamente através deste método. Ou porque produzem sementes pouco férteis ou porque raramente produzem sementes. Sempre verifique o melhor método de propagar a espécie desejada, assim com certeza você obterá maior sucesso nas suas tentativas. Alguns materiais são necessários para começar a estaquia. A maioria deles você já deve ter em casa, como ferramentas de corte (tesouras, facas). Outros não são obrigatórios, mas aumentam a suas chances, como hormônio enraizador por exemplo. Vamos a uma lista de materias básicos: 1. Ferramentas de corte: o tipo de instrumento vai depender da planta que será utilizada. Ramos lenhoso exige tesouras de poda mais fortes. Você poderá utilizar facas, canivetes, tesouras, alicates, serras, etc. O cuidado com estas ferramentas deve ser impecável. As lâminas devem ser muito bem afiadas e desinfetadas antes a após o uso, para evitar doenças transmissíveis.

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2. Recipientes: Você pode reciclar potes plásticos de margarina, requeijão; garrafas pet, caixinhas de leite e muitas outras embalagens que poderiam ir para o lixo. Pequenos sacos plásticos são imprescindíveis para grandes quantidades e podem ser adquiridos em grandes floriculturas.

3. Substratos: Dependendo da espécie a ser multiplicada, utilizaremos um ou outro substrato. Algumas plantas epífitas exigem fibra de côco, por exemplo. Assim, estude e pesquise qual substrato se encaixa melhor para as suas estacas e lembre-se que nem sempre o substrato da planta adulta é o melhor para a produção das mudas. 4. Outros itens: Identificadores, como plaquinhas e etiquetas plásticas devem ser utilizadas. Hormônio enraizador em pó combinado a um bom fungicida pode alavancar as suas chances de sucesso, tente adquirir algum.

Com o material em mãos verifique qual o melhor tipo de estaquia. A estaquia pode ser classificada em: Estaquia de ponteiro: Muito utilizada para plantas ornamentais de pequeno porte para vasos e jardins e que precisam de um aspecto perfeito de folhagem. Escolha sempre os ponteiros laterais mais fortes, saudáveis e sem flores (estacas de 7-12 cm). Remova as folhas inferiores e coloque as estacas para enraizar na água ou em composto preparado na mesma hora; sempre em local quente e úmido. Não guarde estacas de ponteiro para plantar depois, elas são as mais frágeis e devem ser plantadas na hora Estacas Semilenhosas: São as estacas tenras no ápice, mas firmes na base. É um método bastante utilizado para a produção de mudas arbustivas. Da mesma forma que o método anterior, escolha sempre ramos saudáveis e sem flores (estacas de 10-15 cm). A base das estacas deve ser pelo menos um pouco lenhosa. Retire as folhas inferiores e corte as folhas restantes pela metade, este procedimento reduz a transpiração excessiva. Remova uma lasca da base e aplique o hormônio enraizador em pó antes de plantar. Coloque as estacas para enraizar no composto em local protegido.

Estacas Lenhosas: São estacas produzidas de ramos já lignificados (firmes). É um método utilizado para árvores, arbustos e roseiras em geral. Da mesma forma, os ramos devem ser saudáveis e sem flores, com 15 a 30cm. Em plantas decíduas, espere que todas as folhas caiam antes de fazer as estacas. Em roseiras, retire estacas de ramos que já floresceram. Estas estacas podem ser plantadas diretamente no local definitivo, embora seu "pegamento" seja melhor em recipientes.

Estacas de Raiz: Algumas plantas se encaixam muito bem neste tipo de propagação, pois guardam muitas substâncias nutritivas na raiz e tem grande poder de regeneração. Comece desenterrando uma planta jovem com cuidado e solte a terra em volta dela com água, para não danificar as raízes. As raízes escolhidas para estacas deverão ter no mínimo 5 mm de diâmetro e de 5 a 15 cm de comprimento. Faça um corte reto junto à base da raiz mãe e um corte oblíquo na outra ponta. Coloque as estacas com o corte oblíquo para baixo no substrato e cubra-as deixando a outra ponta à mostra, depois cubra com 3 mm de areia. Regue regularmente.

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Técnicas de Multiplicação e Plantio. Multiplicação das plantas pode se dar de duas formas, pela semeadura ou pela multiplicação vegetativa.

a) Multiplicação através de sementes (semeadura): É a forma sexuada de multiplicação em que os descendentes apresentam variação da planta mãe. Essa forma de multiplicação propicia melhor adaptação (aclimatação) da planta ao meio no qual a espécie vegetal está sendo plantada. A seleção natural permite que espécies mais aptas e resistentes sobrevivam. A hibridação, que é o cruzamento entre indivíduos de mesma espécie e variedades diferentes, permite o aparecimento de plantas muito diferentes, por exemplo, as rosas. As plantas geradas por sementes não são, necessariamente, iguais à planta mãe. As sementes são melhores germinadas quando as enterramos em uma profundidade equivalente a quatro vezes o seu diâmetro.

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b) Multiplicação vegetativa É a forma assexuada de multiplicação em que os indivíduos têm as mesmas características da planta mãe. Podem ser da seguinte forma: Cultura de tecidos: é uma técnica exclusiva de laboratórios; a partir de algumas células, desenvolvem-se centenas de plantas idênticas chamadas clones, a principal utilidade deste método está em reproduzir exemplares raros, como algumas orquídeas ou plantas totalmente livres de vírus. Estaca: é o método mais usado e pode ser de dois tipos: herbáceas: estacas de 10 a 15 cm de comprimento, retiradas da parte nova da planta (pontas), também são chamadas de ponteiros. Este tipo de estaca tem maior concentração de hormônios para o brotamento das raízes. lenhosas: são trechos do caule com 20 a 30cm de comprimento, sem folhas, para evitar o ressecamento. Alporque: é um sistema mais demorado. É mais usado quando não se consegue resultado pelos outros métodos. Consiste na retirada de um anel de 5 cm da casca do ramo escolhido para fazer a muda e envolver esta área com um substrato previamente molhado, em seguida deve-se envolver essa área com plástico e amarrar bem as duas extremidades. O galho poderá ser destacado da planta quando surgirem as raízes dentro do plástico. Mergulhia: é um sistema semelhante ao alporque; a parte do ramo que é descascada é presa ao solo

Divisão de touceira: sistema utilizado para bulbos e tubérculos; é o mais simples de todos. Consistem em apartar as mudas que já se formaram juntas. Enxertia: Consiste na implantação de um vegetal sobre outro (cavalo ou porta enxerto). Tanto enxerto como cavalo devem pertencer à mesma família botânica. As vantagens desse método são o cultivo de variedades frágeis como roseiras, ou encurtar o tempo para o florescimento de algumas plantas de ciclo muito longo.

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Vasos

Regar frequentemente. Na primavera e no verão, deve se fazê-lo todos os dias e no outono e inverno, a cada 2 dias. Deve-se tomar um cuidado maior por ser mais fácil a evaporação de água nos vasos. Não deixar acumular água nos pratos sob os vasos por mais de 30 minutos, se não a raiz pode vir a apodrecer.

Os mesmos cuidados com relação aos jardins, tomar cuidado com o excesso que pode ser percebido por uma camada pegajosa que se forma na superfície da terra. As plantas em vasos sentem mais a falta de adubos por isso, é bom estar em dia com a adubação.

Aquelas flores que são vendidas nas floriculturas e supermercados podem voltar a dar flores se tomados alguns cuidados. Assim que a floração terminar, corte todas as flores secas e as folhas murchas, depois, adube-as com farinha de osso* e mantenha-as em locais iluminados. Em pouco tempo elas estarão com botões novos.

*tomar cuidado com crianças e animais

As plantas que ficam dentro das casas podem parar de florir se não estiverem recebendo a devida luz. Violetas, orquídeas e lírios da paz podem vir a virar só "folhagens" se sentirem a sua falta. O melhor local para o plantio das plantas é próximo à janelas, até a 3 metros dela..

As plantas de vasos são mais suscetíveis ao ataque das pragas pois, em vasos, as plantas acabam por sofrer mais as variações do ambiente onde vivem, tornando-se consequentemente mais sensíveis a qualquer ataque. Os cuidados a serem tomados devem ser os mesmos do jardim

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Quando é preciso trocar de vaso Existem inúmeras diferenças entre o cultivo de plantas num jardim e o cultivo de plantas em vasos, mas a principal delas é a necessidade do transplante no cultivo em vasos. Veja aqui, quando e como realizar esta tarefa. O cultivo de plantas em vasos nos permite ter dentro de casa as mais variadas espécies. É claro que para mantermos as plantas bonitas e saudáveis é preciso alguns cuidados especiais, principalmente com relação à luminosidade, temperatura, adubação e regas. Mas, existe também outro fator fundamental, que muitas vezes é esquecido: o transplante. No jardim, as raízes das plantas têm espaço e liberdade para crescer e podem buscar na terra toda a água e nutrientes necessários para o seu desenvolvimento. Mas nos vasos essa liberdade fica limitada. Com o tempo, mesmo com adubações regulares, a qualidade do solo fica prejudicada e o espaço para a expansão das raízes torna-se pequeno. Daí a necessidade do transplante. Mas, como saber quando transplantar nossa plantinha? Alguns sinais podem indicar o momento certo. Eis alguns: * raízes saindo pelos furos de drenagem; * partes das raízes aparecendo na superfície da terra; * o vaso começa a ficar pequeno em relação ao tamanho da planta; * florescimento escasso ou inexistente; * aparecimento de folhas muito pequenas ou defeituosas; * raízes formando um bloco compacto e emaranhado.

Para facilitar o trabalho com o transplante de plantas, faça tudo planejado, em etapas: 1. No dia anterior ao transplante, de preferência à noite, comece com os preparativos: Regue todas as plantas que serão transplantadas, para facilitar a retirada do vaso. Limpe bem os vasos que serão utilizados. Se utilizar vasos novos de cerâmica ou barro, mergulhe-os num tanque cheio de água até que parem de soltar bolhas. Isso ajuda a limpá-los bem e impedem que absorvam a umidade da mistura de terra que será colocada. 2. Antes de iniciar o trabalho, escolha um local sombreado. Separe todas as plantas que necessitam de transplante e deixe todo o material necessário à mão (vasos, ferramentas, mistura de solo, cascalho para ajudar a drenagem, etc).

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3. Prepare a mistura de terra ideal para o replantio e reserve. Coloque cascalhos para drenagem no fundo do vaso, de forma que não obstruam totalmente o furo, prejudicando o escoamento do excesso de água. 4. Coloque uma parte da mistura de solo no fundo do vaso e reserve. 5. Agora é a hora de retirar a planta do vaso. A terra um pouco umedecida facilita o trabalho. No caso de haver muita compactação, afofe a terra superficialmente e passe uma faca de lâmina comprida entre o vaso e o torrão. 6. Se a planta estiver num vaso pequeno, coloque a mão espalmada por baixo das folhas, cobrindo a superfície da terra e firmando as hastes entre os dedos. Vire o vaso para baixo e, para facilitar, bata-o levemente na beirada de uma mesa ou balcão. Normalmente, a planta sairá com facilidade, mas se isso não acontecer, evite puxá-la com força. Volte o vaso na posição inicial e tente soltar o torrão passando a faca novamente. Se houver nova resistência, quebre o vaso. 7. Para retirar uma planta de um vaso grande, passe a lâmina de uma faca longa entre o torrão e o vaso. Deite o vaso na mesa e bata levemente com um pedaço de madeira nas laterais para soltar o torrão. Segure a planta com uma das mãos e vá virando o vaso lentamente, batendo devagar em toda a superfície. Quando perceber que o torrão está solto, puxe a planta delicadamente com o vaso ainda deitado. 8. Com a mistura de solo já firmada no fundo do novo vaso, posicione o torrão da planta bem no centro. Na maioria dos casos, o topo do torrão deve ficar entre 2 e 5 cm abaixo da borda. 9. Continue a colocar a mistura de solo, pressionando-a nas laterais para firmar bem a planta. Espalhe mais um pouco da mistura por cima e observe que a terra deve cobrir as raízes, sem encostar nas folhas inferiores. Para eliminar as bolhas de ar e acomodar a terra, bata o vaso levemente sobre a mesa e depois pressione a superfície com os dedos. 10. Pronto! Agora suas plantinhas não estão mais com os "sapatos apertados", e poderão continuar se desenvolvendo em sua nova casa!

Como manter as flores lindas por mais tempo Você pode manter vivas por mais tempo as flores em seus vasos, se colocar em prática alguns truques. Com uma faca afiada, corte as pontas das hastes no sentido diagonal, para que elas tenham um novo e limpo acesso à água. Faça isso com a haste submersa em água, para que o ar não penetre através do caule. Em seguida, coloque as flores em água morna que é mais fácil de ser absorvida. Certifique-se também de que o recipiente em que elas serão colocadas está limpo.

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Depois das flores terem permanecido na água morna por cerca de uma hora, coloque-as na geladeira por um curto espaço de tempo, a fim de retardar seu desabrochar. Feito o arranjo, dia sim outro não, corte a ponta das hastes e mantenha a água fresca. Não deixe que as flores recebam diretamente a luz do sol, nem que permaneçam em ambientes abafados.

Jardineiras

Como montar

1. Preparando a jardineira: cubra o fundo da jardineira com 3cm de argila expandida para favorecer a drenagem (cacos de cerâmica ou cascalho podem substituir a argila). Prepare uma mistura de solo com três partes iguais de terra vegetal, areia e húmus. Espalhe sobre a camada de argila, mantendo cerca de 2,5 cm da borda da jardineira.

2. Escolhendo as espécies: Em janelas de apartamento e sacadas, por exemplo, os grandes efeitos são dados por plantas pendentes. Onde há bastante incidência de luz solar, pode-se optar por gerânios pendentes (Pelargonium peltatum)- que se mantém floridos praticamente o ano todo -, petúnias (Petunia sp.), begônias (Begonia imperialis ou semperflorens), trepadeira-africana (Senecio mikanoides) e verbena trepadeira (Verbena sp.). Dessas plantas, a begônia é a que melhor se adapta em locais à meia-sombra. Numa janela de face sul, espécies que exigem luz solar plena dificilmente darão bons resultados, neste caso, pode-se optar por plantas como filodendro (Philodendron) e hera (Hedera helix).

3. Plantando: Pressione ligeiramente a superfície da terra, antes de colocar as mudas. Lembre-se de manter um espaço entre elas, para que possam se desenvolver sem ficarem aglomeradas. Coloque um pouco mais da mistura de terra para uniformizar a superfície e regue ligeiramente. Lembre-se de adubar as plantas quinzenalmente na primavera/verão e mensalmente no outono/inverno.

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Árvores no jardim e na calçada Ter um parque ao redor de uma casa em épocas passadas, não era privilégio de uma minoria. Qualquer casa, por pequena fosse, tinha seu jardim com árvores majestosas. Mesmo nas ruas e avenidas não faltava à presença de árvores que sombreavam e embelezavam, atenuando em parte a rudeza dos paralelepípedos e do asfalto. Atualmente, a tendência é diminuir a área verde, dando lugar a maiores áreas, construído, as grandes árvores desapareceram gradativamente das ruas e dos jardins. Contudo, mesmo pequenos espaços podem acomodar plantas e árvores, com a distribuição dos elementos certos nos lugares adequados.

Saiba como escolher A natureza do solo deve ser estudada para que as plantas sejam escolhidas de acordo com a sua composição. Algumas se desenvolvem em terrenos arenosos, enquanto outras preferem solo rico em calcário, o tipo de solo tem estreita ligação com o clima e o local. Sendo este chuvoso, a terra estará sempre com um grau maior de umidade, mas isto não acontece no litoral, onde o solo permanece sempre seco. Enquanto algumas espécies não suportam sol intenso, outras precisam dele diariamente. Conhecendo a preferência das plantas quanto ao clima e ao solo fica mais fácil criar condições para,que a espécie se desenvolva bem. A utilização das árvores depende do seu porte. Árvores com mais do 10 m de altura normalmente são plantadas em parques e centros de gramados. Nas calçadas de bairros residenciais são utilizadas árvores com 15 a 18 m de altura. Árvores que alcançam 20 m, são próprias para alamedas, onde se destacam. Os cedros, com sua ramagem cerrada, são usados na formação de pequenos bosques. E os abetos, ciprestes, sequóias e pinheiros são utilizados em grandes áreas ou nas proximidades das rodovias.

Distribuição das árvores Pode-se escolher entre três tipos distintos de distribuição. O plantio linear, com as árvores alinhadas e pequenos intervalos entre uma e outra, proporcionando vedação a áreas abertas e devassadas, sendo usada para formar uma cortina vegetal, criar ambientes íntimos e proteger contra o vento. O plantio em grupo serve para quebrar a monotonia de linhas. O grupo pode ser formado com árvores da mesma espécie, mas de diferentes alturas. O plantio disperso proporciona um recanto com sombra ou cria um ponto decorativo.

Plantar na calçada Se você quiser criar um ponto de atração ou tiver sombra para que as crianças possam brincar na calçada, dirija-se à Administração Regional do seu bairro e solicite, através do um requerimento, permissão para a construção de uma calçada verde.

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Plantas Tóxicas

Na elaboração de um jardim, a escolha das espécies exige cautela e conhecimento. Algumas espécies, aparentemente parecem ser inofensivas, mas quando ingeridas ou em contato com a pele, causam sérias intoxicações e alergias. Algumas espécies contêm substâncias nocivas à saúde de animais e seres humanos, podendo até ser fatais. Existem aproximadamente 400 espécies de plantas ornamentais tóxicas.

Segundo o Centro de Toxicologia do Hospital das Clínicas de São Paulo, o índice de óbitos por intoxicação de plantas é baixo, e quando acontece, na maioria dos casos, tem como responsáveis principais a Mamona (Ricinus communis), e a Mandioca-Brava (Manihot utilissima). Os acidentes mais frequentes dão-se devido a ingestão de espécies como a Trombeteira ou Saia-Branca (Brugmansia suaveolens), a Coroa-de-Cristo (Euphorbia milli), Comigo-Ninguém-Pode (Dieffenbachia maculata "Picta"), e a Espirradeira (Nerium oleander), que são espécies mais comuns nas casas.

A maior parte dos casos ocorre com crianças com idade entre dois e sete anos, embora sejam também registrados casos com adultos e animais. Veja abaixo algumas precauções e outras espécies ornamentais tóxicas:

Precauções:

1. Ensine as crianças a não colocar plantas na boca; 2. Conheçam todas as plantas da casa, seu nome e características; 3. Não coma, nem faça chás de plantas desconhecidas; 4. Quando reformar ou fizer um jardim, informe-se sobre as espécies a serem utilizadas;

Algumas Espécies Ornamentais Tóxicas. Jasmin Manga (Plumeria rubra) Samambaia (Pteridium aquilinum) Canela-de-Veado (Sessea brasiliensis) Cambará (Lantana camara) Cróton (Codiaeum variegatum "Blume") Leiteiro Vermelho (Euphorbia cotinifolia) Leiteiro Branco (Euphorbia leucochephala) Avelós (Euphorbia tirucalli) Batata do Inferno (Jathropha podagrica "Hook") Avenca Japonesa (Nandina domestica) Flamboyanzinho (Caesalpinea pulcherrima) Espatódea (Sathodea capanulata) Suína (Erythrina crista-Galli)

Segurança

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Ao projetar o jardim pense bem quem irá freqüentá-lo. Se houver crianças e animais

domésticos, cuidado para não adquirir espécies perigosas, principalmente plantas tóxicas.

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sive uma picada de aranha.

Seja cuidadoso ao manusear equipamentos elétricos e ferramentas. Evite extensões e onde for possível, instale disjuntores. Nunca utilize equipamentos elétricos quando o jardim estiver molhado, sendo regado ou após a chuva. Tenha sempre equipamento de proteção individual (EPI) caso necessite aplicar produtos químicos como herbicidas e pesticidas. O equipamento de proteção deve incluir macacão completo, botas de borracha, luvas e máscara. Exija que o seu jardineiro utilize o EPI. Escolha ferramentas de comprimento e peso adequados ao operador para evitar problemas posturais, entre outros. Qualquer problema será

considerado um acidente de trabalho, inclu A armazenagem de equipamentos elétricos, ferramentas e produtos químicos é muito importantes. Cortadores de grama, foice e pás, etc podem conter lâminas cortantes e perigosas, guarde-as em ambiente seco, protegido e longe do alcance de crianças e animais domésticos. Da mesma forma, os produtos químicos devem ser guardados em recipientes fechados e identificados, em local seco, fresco e protegido da luz. Nunca coma, beba ou fume quando estiver preparando e aplicando produtos químicos. Tome um bom banho após a manipulação. Siga sempre as recomendações do fabricante, quanto à diluição e quantidade necessária dos produtos. Não aplique em dias de vento, pois o produto poderá se espalhar mais que o desejado. Jamais aplique produtos químicos durante a floração das plantas, para evitar intoxicar e matar insetos e pássaros polinizadores. Da mesma forma não aplique sobre as plantas da horta e pomar no período da colheita. Cuidado com lagos e espelhos d'água em relação às crianças. Para protegê-las, você pode providenciar uma barreira natural, com muitas plantas em torno do lago. Ainda assim, deixe sempre as margens rasas e coloque pedras em volta para que as crianças possam se agarrar caso caiam na água. Uma rede grossa cobrindo a água pode ser uma boa alternativa para proteger as crianças. Faça uma boa impermeabilização do lago, assim vazamentos serão impermeabilizados e o piso adjacente ao lago não ficará limoso e escorregadio.

Você sabe limpar as folhas das plantas? Para que mostrem sempre uma aparência de viço e frescor, as plantas precisam ser bem cuidadas. Mas isso não significa submetê-las à irrigação adequada, à nutrição balanceada ou à exposição à correta luminosidade. Assim como nós, as plantas também precisam de um bom trato no visual. Os vegetais fabricam seu próprio alimento num processo chamado fotossíntese, que depende basicamente das folhas e da incidência de luz. É nas folhas que está à clorofila, que elabora o alimento. É também nelas que se localizam os estômatos, buraquinhos microscópicos por onde a planta troca gás carbônico por oxigênio, e vice-versa.

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É por isso que as folhas precisam estar sempre limpas e livres de qualquer poeira. Em grandes centros urbanos, onde a poluição atmosférica pode chegar a níveis inaceitáveis, essa limpeza deve ser feita com maior freqüência, pois os resíduos poluentes podem obstruir os estômatos, sufocando a vegetação.

Para cada tipo, um cuidado

As folhas, em geral, não têm muitos estômatos na face superior. Uma camada de poeira, contudo, pode reduzir a absorção da luz. Assim, elas devem ser cuidadosamente limpas no verso e reverso. As grandes folhas cerosas ou brilhantes (seringueira ou schefflera, por exemplo) devem ser limpas com uma esponja embebida numa solução de água fria com algumas gotas de detergente biodegradável. Nunca use cerveja, leite ou vinagre para limpá-las. E jamais passe óleo de soja, amendoim ou oliva para dar-lhes brilho. O óleo pode entupir os estômatos. Bem tratadas, as plantas costumam apresentar um bonito brilho natural. As folhas aveludadas dos cactus, das suculentas e de espécies como as gloxíneas e violetas devem ser escovadas cuidadosamente, para retirar-lhes o pó, com uma escova de cerdas macias, como as usadas para pentear os bebês. Já as plantas de folhas pequenas, ou em grande quantidade como algumas espécies de samambaias, árvores da felicidade, cissus, murta e tantas outras, devem ser limpas com a pulverização generosa de água sobre suas folhas.

Dicas para o Cultivo de Ervas Medicinais Normas gerais para a colheita Não se deve colher plantas medicinais enquanto estiverem molhadas de chuva ou orvalho, pois o excesso de umidade retarda a secagem e favorece a decomposição das substâncias ativas, inutilizando a planta. Na colheita de folhas, flores e ramos, devem-se usar tesouras ou facas bem afiadas, para que o corte seja preciso e a plana não fique machucada. Para a colheita de raízes, rizomas e bulbos devem-se usar enxadas, enxadões ou pás. Para a colheita de cascas usa-se um facão ou, quando possível, a própria mão, sempre nas horas mais secas do dia.

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A colheita de frutos, vagens e sementes deve ser feita com uma tesoura ou faca afiada, ou mesmo com a mão. Para o transporte das ervas colhidas usam-se, de preferência,balaios e caixas bem arejados. Sacos plásticos não são recomendáveis, pois impedem a ventilação, favorecendo o aparecimento de fungos e a conseqüente inutilização das plantas. Ao serem colhidas, as plantas não devem ser dispostas em muitas camadas, para que não estraguem. Se o sol surgir de forma intensa durante a colheita, devem-se proteger imediatamente as plantas já colhidas, para que não se percam as substâncias mais voláteis. Evitar a mistura de ervas durante a colheita e antes da secagem, para que mantenham puras as suas características sutis. Deve-se fazer uma seleção básica durante a própria colheita, sempre que possível. Evitar, por exemplo, plantas doentes, com manchas, terra, poeira ou gases expelidos por veículos. Evitar colheitas na proximidade de áreas onde se usam defensivos agrícolas (herbicidas, fungicidas, inseticidas, etc.). Evitar lavar as plantas após a colheita, à exceção de raízes e rizomas, pois isso pode danificá-las. Evitar o armazenamento e o transporte das ervas colhidas junto de produtos químicos que as possam contaminar. Armazenar as plantas ao abrigo da luz direta, umidade e poeira, enquanto se aguarda a secagem. Época da colheita A época exata da colheita de uma planta medicinal depende diretamente dos seus ritmos vitais. Isso varia de acordo não só com a espécie, mas também com a parte da planta que se quer usar. Como normas gerais valem as seguintes indicações: Raízes, tubérculos, bulbos e rizomas Colhem-se no fim do ciclo da planta, quando suas partes aéreas (folhas, flores e sementes) começam a secar e antes que brotem novamente. Hastes, caules e ramos Colhem-se quando estão bem desenvolvidos, antes da formação dos botões florais, pois estes consomem parte de seus princípios ativos. Flores Colhem-se um pouco antes do seu pleno desenvolvimento, antes que comecem a definhar e produzir sementes. Inflorescências Colhem-se no início do desabrochar das flores e antes que se abram totalmente. Cascas Colhem-se da planta adulta, após seu período de floração e frutificação, quando ela entra em repouso.

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Frutos carnosos Colhem-se pouco antes de sua maturação completa. Sementes Colhem-se quando estão bem maduras, ao começarem a secar. Ervas inteiras Colhem-se quando já se iniciou a formação e a abertura dos botões florais, porém antes que as flores se abram totalmente. Hora da Colheita A hora em que se faz a colheita de uma planta medicinal acentua ou restringe a sua ação terapêutica. Geralmente o melhor período para se efetuar a colheita é pela manhã, após a evaporação total do orvalho da noite. Nos dias ensolarados e quentes deve-se colher no final da tarde, principalmente as plantas aromáticas, pois o excesso de calor favorece a perda de seus princípios aromáticos, facilmente voláteis. Nos dias nublados, porém bem secos, pode-se realizar a colheita a qualquer hora do dia, após a evaporação do orvalho. Algumas ervas devem ser colhidas em noites de lua, pois a energia refletida em sua luz pode acentuar certos aspectos da atuação da planta e encobrir outros.

A agradável arte de colecionar orquídeas Frágeis e delicadas, as orquídeas são uma festa para os olhos. E seu cultivo não é tão difícil assim: com, alguns cuidados e um pouco de dedicação, a arte de colecioná-las pode se transformar num hobby muito agradável. Saiba como e experimente.

Uma orquídea em flor é um espetáculo de rara beleza. E que, ao contrário do que geralmente se pensa, pode acontecer todos os dias em sua casa, sem grandes dificuldades. A verdade é que, apesar do aspecto frágil e delicado que muitas vezes chega a inibir aqueles que gostariam de cultivá-las as orquídeas são resistentes e ótimas para o nosso clima. Afinal, não se pode esquecer que muitas espécies são nativas de nossas florestas. Assim, com certos cuidados básicos de cultivo e algumas mudas de boa qualidade, você poderá ter uma coleção que vai proporcionar belas floradas durante o ano todo. O caminho certo para conseguir boas mudas

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O primeiro passo é comprar mudas de cultivadores conceituados, de preferência aos poucos. Lembre-se de que em qualquer época do ano sempre há inúmeras espécies em floração. Assim, se você comprar duas ou três orquídeas por mês,acabará formando uma coleção que vai garantir sempre plantas com flores. Um jeito gostoso de fazer isso é visitar orquidários ou feiras de orquídeas, onde, além de encontrar ótimas plantas, você tem a oportunidade de conhecer cultivadores que gostam de trocar informações e orientar os iniciantes. E se você mora numa região onde as feiras de plantas são raras, pode comprar orquídeas pelo reembolso postal. Basta solicitar um catálogo, escolher as variedades de sua preferência e fazer a encomenda. Mas quem gosta de aventuras tem ainda alternativa: coletar orquídeas em seu próprio habítat. Sem dúvida, esta é uma tarefa emocionante, mas exige bom senso para preservar a natureza. Tome cuidado para não estragar nenhuma planta, nunca corte árvores para alcançar um exemplar muito alto e só colha as mudas que você tem condições de cultivar. Nunca colha uma planta, inteira. Retire apenas três ou quatro pseudobulbos da parte frontal, para que a muda possa continuar a crescer conservando a espécie na natureza. Após a colheita, faça a limpeza da parte retirada no próprio local, removendo partes secas, doentes ou quebrada e limpando toda muda com uma esponja bem limpa, macia e úmida. As orquídeas precisam de um cantinho especial Na natureza, as orquídeas podem ser encontradas em florestas, montanhas, vales pântanos e até em rochas Por isso fica difícil determinar de modo geral qual o melhor ambiente para cultivá-las. As epífitas, por exemplo, nascem em árvores e gostam de iluminação intensa e difusa, enquanto as terrestres podem tanto viver sob densas florestas, com baixa luminosidade, como em campos abertos, onde a luz é farta, Já as rupículas nascem fixadas em rochas, expostas ao sol pleno. Mas, como a maioria das orquídeas cultivadas é proveniente de florestas, de modo geral pode-se afirmar que em ambientes onde as samambaias se dão bem o cultivo de orquídeas terá sucesso. Monte você mesmo o seu orquidário Para fazer um orquidário é importante ter um cantinho que receba o sol da manhã. Num clima como o nosso, uma boa solução é construir ripados de madeira ou bambu, de modo que os raios solares fiquem filtrados, proporcionando luz na medida exata. Esses ripados se assemelham a armários com cerca de 2,40 m de altura. A parte do fundo, as laterais e a parte superior são feitas com ripas de madeira com 5 cm de largura. No teto, essas peças devem ser dispostas no sentido norte-sul, para o sol caminhar sobre as orquídeas no sentido leste-oeste e gradativamente ir passando sobre as plantas. Em geral, a distancia entre as ripas é de 3 cm, mas pode ser menor em regiões de luminosidade Intensa,

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Com essas condições, é possível montar um orquidário com capacidade para acomodar até 200 orquídeas, considerando-se uma largura média de 5 metros. Os exemplares maiores, que necessitam de bastante aeração junto às raízes, podem ficar pendurados. A prateleira central é um bom lugar para as mudas recém plantadas e em fase de crescimento. Na parte de baixo, apoiadas em blocos, podem ficar as espécies que gostam de mais sombra, como os cimbídios. De preferência, use peroba sem pintura, a prateleira poderá ser pintada com óleo queimado e nos caibros de sustentação deve ser aplicado Neutrol, para evitar o apodrecimento da madeira. No mercado há ainda o sombrite, uma tela especial para proteger as plantas do sol excessivo. Esse material, que substitui as ripas, chega a filtrar 60% dos raios solares, criando uma atmosfera ótima para a maioria das orquídeas, já que deixa os ambientes bem ventilados e protegidos tanto do sol como de insetos e outros animais. Seja qual for o material escolhido, não esqueça que a parte sul deve ficar ao abrigo dos ventos. Portanto, deixe esse lado com a parede mais fechada e nas épocas mais frias coloque protetores de plástico transparente. Se você não dispõe de espaço externo, pode também cultivar dentro de casa ou até no apartamento, pois a temperatura em interiores, entre 15 e 251°C é ideal para essas plantas. É só construir prateleiras junto a janelas bem iluminadas (face norte ou oeste), protegidas no lado de fora por uma tela, para que os vasos recebam sol filtrado. Segredos para manter plantas saudáveis Além de ambientes quentes, bem ventilados e com atmosfera úmida, as orquídeas precisam de regas e adubações criteriosas, e muita limpeza para crescerem sadias, sem o ataque de pragas ou doenças. Por isso, conserve o ambiente limpo, sem mato, lave as prateleiras e bancadas com produtos à base de cloro e limpe periodicamente as folhas com uma flanela macia para remover o pó. De seis em seis meses, é bom lavar todas as plantas com uma esponja embebida em água e sabão neutro. Assim elas vão ficar com todos os poros desobstruídos para respirarem livremente. A umidade na medida certa também é muito importante. Regue os vasos semanalmente, logo pela manhã, e nunca esqueça que as orquídeas gostam de solo úmido, mas detestam água empoçada junto às suas raízes. As plantas floridas não necessitam de muita água. Nessa fase, molhe apenas o solo, deixando as flores secas. Para manter a umidade do ar, pulverize as folhas com água na temperatura ambiente, principalmente nas épocas mais secas. Na hora de adubar, você pode escolher entre duas alternativas. Aplicar um fertilizante químico com fórmula NPK 15-15-15 ou NPK: 18-18-18 a cada 15 dias, ou então um adubo natural a cada seis meses. Nesse caso, uma boa recomendação é a seguinte mistura, desenvolvida pela Sociedade Bandeirante de Orquidófilos: 30% de farinha de osso, 50% de torta de mamona, 15% de esterco de passarinho ou de codornas e 5% de cinza. Aplique longe dos rizomas das plantas para não queimá-los.

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Após a floração, corte as flores murchas sempre na junção das folhas. Isso é muito importante, pois as hastes das flores são ocas e, se forem mantidas, vão acumular água e poderão apodrecer, prejudicando toda a planta. Não se esqueça de que facas, tesouras e alicates devem ser previamente esterilizados com álcool, e logo antes de serem usados em qualquer muda, a fim de evitar transmissão de doenças de uma planta para outra. Na hora de plantar, muito carinho Na hora de plantar ou replantar suas orquídeas, um pouco de cuidado e carinho é fundamental para elas logo pegarem bem e retomarem com todo o vigor seu ciclo de crescimento. Embora os vasos de barro sejam ótimos para essas plantas, elas podem também ser cultivadas em placas de xaxins (o xaxim está proibido, pode-se utilizar placas de coco), troncos ou pranchas de madeira. Para plantar em vasos escolha recipientes novos, a fim de evitar contágio de possíveis doenças. Como substrato, use fibra de coco. Primeiramente, lave bem o vaso e também a fibra para eliminar todo o pó. Depois, tampe o furo de drenagem com cacos, coloque uma camada de xaxim e a muda, já com as raízes envoltas em um pouco de fibra. Para terminar, preencha o vaso com o substrato, compactando bem nas laterais, mas deixando as raízes da frente mais soltas para elas se fixarem à vontade no novo meio. Se você preferir criar algumas mudas em troncos ou placas, envolva as raízes em um pouco de fibra de coco e fixe-as amarrando com um fio de cobre ou com um barbante. As várias maneiras de reprodução Entre pequenos cultivadores as orquídeas são normalmente reproduzidas através de mudas ou de sementes. O sistema por divisão de mudas assegura variedades idênticas à planta-mãe, mas é muito demorado para quem deseja reproduzir em quantidade, pois são necessários de dois a três anos para se obter uma nova muda. Já a reprodução por sementes, embora demorada (leva até sete anos, desde a fecundação da flor até a primeira floração), proporciona inúmeros exemplares, mas com características diferentes da planta-mãe. Isso acontece porque o cruzamento pode ser feito entre duas espécies distintas resultando numa nova orquídea. Por isso, cultivadores que comercializam essas plantas em larga escala, já há alguns anos, recorrem a clonagem, uma técnica de laboratório que assegura inúmeros exemplares idênticos à planta-mãe, a partir de células de folhas ou raízes. Para isso, algumas células são separadas e colocadas em um tubo de ensaio com um líquido nutriente. Depois de alguns meses, as células se multiplicam dando origem a uma pequena muda.Graças a essa técnica é possível reproduzir plantas raras ou em processo de extinção, tornando-as mais acessíveis a todos os cultivadores. Deixe seu jardim bonito com alguns cuidados simples Passo a passo:

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1. Remexa a terra para deixá-la fofa. Enquanto estiver fazendo isto, misture adubo orgânico. 2. Retire todas as impurezas: ervam daninhas, raízes mortas, torrões de terra seca. 3. Para melhorar a qualidade do solo, você pode fazer uma mistura básica: Misture uma porção de areia, com uma porção de terra e uma porção de terra vegetal. Para cada 5 litros de mistura básica acrescente: 1 colher de sobremesa de farinha de ossos, uma colher de sobremesa de farinha de peixe e uma colher de sobremesa de nitrato de potássio. 4. Adicione a mistura a sua terra e mexa bastante. 5. Para corrigir ainda mais o solo, acrescente areia em solos argilosos e compactos ou terra em solos arenosos. 6. Escolha as plantas de acordo com o tipo do seu jardim: se bate sol ou fica mais na sombra, se é grande ou pequeno, etc. Peça ajuda ao seu fornecedor de mudas. 7. Para plantar as mudas, faça um buraco de bom tamanho, retire o plástico da muda e coloque o torrão dentro do buraco. Coloque aquela mistura básica em torno do torrão. 8. Para plantas com caules finos e altos, coloque um bambu ou um cabo de vassoura para apoiar a planta. Amarre delicadamente a planta ao bambu (estaqueamento). 9. Para regar suas plantas, dê preferência para as primeiras horas do dia. Evite molhá-las quando o sol estiver forte. Para vasos com plantas com caule regue por cima com um regador fino até que a água saia pelo furo da drenagem do vaso. Para vasos com plantas que cubram toda a superfície do vaso, encha de água o prato que fica sob o vaso. Para jardins e canteiros use mangueiras com irrigadores de pressão. 10. Sempre retire as folhas secas, murchas e doentes, com uma tesoura de poda. Deixe as flores murchas, pois elas viram frutos. 11. Combata as pragas, pulverizando inseticidas vendidos nas casas do ramo. 12. Quando as raízes atingem um tamanho muito grande para o vaso que estão ocupando, você tem que mudá-la para um vaso maior. Solte a planta do vaso antigo com a ajuda de uma pá. Segure firme o caule e bata com o vaso na beirada de uma mesa para que o torrão se solte. Replante como ensinado no passo 7.

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