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Licenciatura em Sociologia 2009 / 2010 A Pobreza e a Exclusão Social Eliana Durão Coimbra, 2010

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Licenciatura em Sociologia 2009 / 2010 

   

  

A Pobreza e a Exclusão Social       

Eliana Durão   

Coimbra, 2010

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 Faculdade de Economia Universidade de Coimbra 

Trabalho de Fontes de Informação Sociológica   

Trabalho de avaliação contínua realizado no âmbito da unidade curricular de Fontes de Informação Sociológica, do 1º ano de Sociologia, sob orientação do docente, 

Paulo Peixoto.       

Eliana Durão 2009110644 

    

Coimbra, 2010  

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Índice  

1. Introdução .......................................................................................................................   1 

1.1 ‐ Ponto Prévio..............................................................................................   1 

1.2 ‐Objectivos e Metodologia de Trabalho .....................................................   3 

2. Estado das Artes ..............................................................................................................   4 

2.1 ‐ Nas últimas décadas .................................................................................   4 

2.2 ‐ Os conceitos ..............................................................................................   6 

2.3 ‐ Os factores ................................................................................................   8 

2.4 ‐ Cultura da pobreza: um processo que exclui continuadamente ..............   10 

2.5 ‐ Uma problemática: crianças e jovens em risco ........................................   11 

2.6 ‐ A escola como fonte de desigualdade e a fraca orientação familiar........   12 

3. Descrição Detalhada da Pesquisa ...................................................................................   15 

4. Ficha de Leitura ...............................................................................................................   16 

5. Avaliação da Página da Internet .....................................................................................   20 

6. Conclusão ........................................................................................................................   22 

7. Referências bibliográficas ...............................................................................................   24 

7.1 ‐ Material Impresso .....................................................................................   24 

7.2 ‐ Sítios da Web Consultados .......................................................................   26 

 

Anexo A 

Página da Internet avaliada 

 

Anexo B 

Texto de suporte da ficha de leitura 

 

 

 

 

 

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Fontes de Informação Sociológica – Pobreza e Exclusão Social 

Faculdade de Economia – Universidade de Coimbra  Página 1  

1. Introdução 1.1‐ Ponto Prévio 

 

  O  presente  trabalho,  inserido  no  âmbito  da  disciplina  de  Fontes  de  Informação 

Sociológica, concentra‐se sobre a exploração dos fenómenos de pobreza e exclusão social.  

  A  escolha  deste  tema  prendeu‐se  essencialmente  com  dois  motivos  principais.  Em 

primeiro lugar, o ano de 2010 é o ano europeu de luta contra pobreza, pelo que os recursos de 

informação são, mais que nunca, em grande quantidade e variedade. É possível encontrar um 

manancial  extenso  de  livros,  artigos  de  revistas  de  ciências  sociais,  teses  de  mestrado  e 

doutoramento e um sem número de relatórios de organizações nacionais e internacionais que, 

certamente, asseguravam a existência de uma base teórica ao meu alcance. Não posso também 

esconder  o  meu  interesse  pessoal  no  tema.  De  facto,  esta  foi  a  mais  forte  razão  que 

condicionou  a  sua  escolha,  pois  fazendo  parte  de  uma  associação  juvenil  cujos  objectivos 

contemplam, exactamente, o trabalho com jovens em risco e que lidam com insucesso, pobreza 

e exclusão social, não pude ignorar a oportunidade de realizar alguma pesquisa sobre o tema.  

  Os fenómenos de pobreza e exclusão social acompanharam sempre o desenvolvimento 

das sociedades. Fosse na  forma de segregação socioespacial  (guettos de  judeus e negros), na 

recusa de direitos a mulheres ou nas representações negativas acerca dos doentes mentais, por 

exemplo, os excluídos e pobres constituíam os grupos de “impuros” físicos ou sociais, que pelas 

suas  características pessoais e de  comportamento,  fugiam às normas de uma  sociedade. Por 

isso  se entende que  tais  fenómenos não  são  característica apenas das  sociedades modernas 

(Sebastião, 1998).  

  No  entanto,  nas  sociedades  actuais,  a  pobreza  e  exclusão  social  revestem  algumas 

facetas que decorrem indubitavelmente das características do novo capitalismo e da sociedade 

que procura incessantemente a mudança rápida e a flexibilidade como realização de uma vida. 

Assim,  não  só  pioraram  os  tradicionais  casos  de  pobreza  e  exclusão,  como  por  exemplo 

camponeses que viviam em anterior fase de privação, alguns sem‐abrigo e idosos abandonados 

à  sua velhice, como  surgiram novas  formas do  fenómeno. Falo dos desempregados de  longa 

duração,  as  famílias  monoparentais,  o  grande  aumento  do  número  de  sem‐abrigo,  e  as 

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condições  cada  vez  mais  perigosas  em  que  vivem  muitas  crianças  e  jovens  em  famílias 

desestruturadas, ou em  lares de acolhimento. A nova exclusão também está associada a uma 

quebra  dos  laços  comunitários,  na  expressão mais  evidente  de  uma  grave  crise  social  e  de 

cidadania. Pela “desadaptação” ao contraditório progresso económico e social da degradação 

do mercado de  trabalho e da escolha de políticas de equidade em detrimento da  igualdade, 

cresce a deterioração da  identidade e a desorganização das relações pessoais, seja na família, 

escola, trabalho ou vizinhança.   

  É principalmente sobre este tema que incide a exposição que se segue, com uma breve 

explicitação  dos  conceitos mais  importantes  e  úteis  na  compreensão dos  fenómenos. Dirigi, 

ainda, o trabalho para algumas considerações acerca de um grupo específico que se encontra 

em posição de vulnerabilidade face à pobreza e exclusão social: as crianças e os jovens. Porque 

mais que no passado, a  luta contra a pobreza e exclusão social é mencionada por políticos e 

organizações da sociedade civil como a peleja do milénio, para a construção de uma sociedade 

mais justa, mais democrática, igualitária e equilibrada (REAPN, 2009). 

  É  ainda  possível  encontrar  uma  ficha  de  leitura  de  um  capítulo  de  um  livro  sobre  a 

problemática dos jovens em risco, e a análise de uma página da internet, útil para uma melhor 

compreensão das actividades e iniciativas desenvolvidas pelo Programa Nacional de Luta contra 

a Pobreza.  

   

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  1.2 ‐ Objectivos e Metodologia de Trabalho    Trabalhar sobre a temática de pobreza e exclusão social é, como já referi anteriormente, 

algo que me compraz substancialmente a nível pessoal. Por  isso, não  ignoro que este seja um 

objectivo  que  conduziu  à  realização  do  trabalho.  Acrescento  o  facto  de  ter  ficado  mais 

esclarecida  em  relação  a  alguns  conceitos  e,  principalmente,  no  que  diz  respeito  à  nova 

informação  que  adquiri  acerca  dos  processos  estruturais  que  concorrem  para  a  exclusão  e 

pobreza, o ciclo vicioso em que muitos  indivíduos estão envolvidos e os modos de vida e as 

relações familiares que acompanham os jovens em risco. 

  Constituiu,  igualmente, como objectivo a  intenção de  fazer um trabalho minimamente 

original. Por essa razão não centrei apenas a pesquisa em aspectos mais gerais, restringindo‐me 

somente à conceptualização dos fenómenos, e à apresentação de dados estatísticos relativos a 

Portugal. Espero, então, ter alcançado esse intento que não depende apenas da minha opinião. 

 

  Faço,  agora,  alguns  comentários  relativos  à metodologia  de  trabalho  adoptada.  Não 

ocorreram muitas dúvidas na escolha do tema de trabalho, pelo que foi rapidamente que iniciei 

a sua delimitação. Procurei, em primeiro lugar, fontes que contribuíssem para explicitação dos 

conceitos  relacionados à pobreza e exclusão  social. Foi,  igualmente, preocupação presente a 

escolha  de  autores  conceituados,  como  é  o  caso  de  Luís  Capucha  e  João  Sebastião,  e  de 

informação  recente  (a partir de 1998), para que o meu  trabalho pudesse  ser encarado  com 

credibilidade. Procurei  também obter  fontes diversificadas, como é o caso de  livros e artigos 

impressos,  relatórios  de  organizações  internacionais,  informação  de  sítios  de  internet  e 

documentos considerados “literatura cinzenta”. 

  Os recursos locais que me estavam mais disponíveis para a realização da pesquisa eram 

a  Biblioteca  da  Faculdade  de  Economia  da Universidade  de  Coimbra  e  o  Centro  de  Estudos 

Sociais, também situado nessa cidade. Dessa maneira, foi efectivamente nesses locais que mais 

me demorei na recolha de informação. 

  Finalmente, restava filtrar toda a informação inicialmente conseguida, através da leitura 

das fontes e da escolha dos aspectos e abordagem que gostaria de referir no trabalho. 

 

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2. Estado das Artes 

  2.1 ‐ Nas últimas décadas… 

    Ao  longo dos anos, a pobreza e a exclusão  social não  reuniram grandes atenções por 

parte  de  políticos,  teóricos  ou  mesmo  da  sociedade  civil.  De  facto,  tais  situações  eram 

consideradas anomalias no contexto de evolução e crescimento económico, e não mereciam 

qualquer  intervenção por parte da  sociedade.  Esperava‐se que o desenvolvimento  industrial 

pusesse  término  a  situações  de  carência  e  privação  de  recursos,  pelo  surgimento  de mais 

oportunidades  de  emprego,  de  criação  de  riqueza  e,  consequentemente,  de  consumo.  Tal 

postura  frutificou  na  construção  de  preconceitos  fatalistas  e  individualistas  que, 

respectivamente, deram origem a frases do tipo: “sempre houve e haverá pobres e ricos” e “os 

pobres  são  culpados  da  sua  situação,  porque  são  negligentes,  comodistas  e  têm  falta  de 

ambição” (Capucha, 2005).  

  Esta crença de que a pobreza não perturbava a estabilidade económica dos países ricos, 

retratando apenas as dificuldades da estrutura extremamente desigual dos países em vias de 

desenvolvimento (União Europeia, 2010), começou a ser desconstruída/desmentida a partir de 

meados  da  década  de  1970  (Organização  Internacional  do  Trabalho,  2003).  Nessa  altura, 

diversas organizações  internacionais, como o Banco Mundial, a Comissão da União Europeia, 

FAO, OCDE, OIT, OMS, PNUD e UNICEF, entre outras,  lançaram relatórios que mostravam que 

os níveis de desenvolvimento não alcançavam a tão certa ausência de pobreza nos países ricos. 

Desde esse momento, o colectivo social tomou consciência não só da gravidade crescente das 

situações  de  pobreza,  mas  também  de  novas  formas  de  carência  e  exclusão  sociais,  cujo 

aparecimento  não  foi  impedido  pelos  avanços  da  luta  contra  a  fome,  o  analfabetismo,  a 

mortalidade infantil, as doenças endémicas, a falta de saneamento básico, etc.  

  Dessa forma, a pobreza e a exclusão social, têm‐se tornado assuntos mais discutidos por 

preocuparem um número cada vez maior de organismos internacionais, políticos e estudiosos. 

Passaram,  inclusivamente,  a  integrar  as  agendas  políticas  nacionais  e  internacionais  e  a  sua 

análise  ocupa  o mesmo  patamar  que  outras  ameaças  à  paz  e  ao  desenvolvimento mundial, 

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como  o  terrorismo,  os  conflitos  armados  e  a  gestão  de  recursos  estratégicos  (Organização 

Internacional do Trabalho, 2003). 

  Numa breve nota apenas, pois a questão dos  factores e causas da pobreza social será 

explorada mais adiante, é de  realçar as  influências exercidas pela globalização e terciarização 

da economia que, segundo Castel (apud Capucha, 2005), resultam por um lado, na  

 

“…criação de uma situação de  instabilidade, através do desemprego massivo e da 

precarização crescente das condições de  trabalho, para grupos que  tinham estado 

totalmente  integrados. Por outro  lado, uma dificuldade  crescente para entrar nas 

relações reguladas de trabalho e para tirar partido das formas de socialização que 

lhes estavam associadas. O improviso (la débrouille), o recurso a diferentes tipos de 

recursos que são muitas vezes expedientes (um pouco de solidariedade familiar, um 

pouco  de  ajudas  da  acção  social,  um  pouco  de  trabalho  precário  ou  negro,  e  às 

vezes  um  pouco  de  tráfico  e  delinquência)  tornaram‐se  necessidades  de 

sobrevivência” (Capucha, 2005: 80). 

 

  Não só as desigualdades a nível social e de rendimento se tornaram, nesta altura, mais 

evidentes,  como  os  diversos  estudos  apontam  para  a  questão  alarmante  que  Robert  Castel 

também  referiu: a pobreza e exclusão atingem novos grupos, antes “totalmente  integrados”. 

São  eles  as  crianças, os desempregados de  longa duração, os  reformados  e pensionistas,  as 

famílias com monoparentalidade  feminina, os  indivíduos com baixos níveis de escolarização e 

as minorias étnicas, com um aumento exponencial do número de sem‐abrigo.  

  No  entanto,  antes  de mais  avançar  na  explicitação  nas  causas  destes  fenómenos,  e 

antes  até  de  referir  a  abordagem  que  decidi  adoptar  em  relação  ao  tema,  é  de  toda  a 

pertinência referir os conceitos actualmente mais associados à pobreza e exclusão social. 

 

 

 

 

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2.2 ‐ Os conceitos… 

  O debate conceptual é, ao mesmo  tempo, de grande urgência, pois as definições  têm 

implicações nas agendas políticas  (Capucha, 2005), e difícil, devido à enorme elasticidade das 

noções. Neste sentido, o pobre é muitas vezes referido, quer nos discurso políticos, como nos 

diversos estudos académicos, como o “marginalizado, mal socializado, estigmatizado”, e outras 

vezes como o “explorado, alienado”, entre outras menções.  

  Assim, o meu intento consiste na tentativa de referir conceitos claros, mas não por isso 

aligeirados, que permitam apreender de forma mais global as situações que pretendo abordar. 

  Relativamente ao conceito de pobreza, este pode ser considerado em termos absolutos 

e relativos, segundo uma tradição socioeconómica.  

  A pobreza absoluta está  relacionada com os  recursos disponíveis a um  indivíduo para 

que  possa  garantir  a  sua  subsistência  e  eficiência  física.  A  Comissão  Mundial  sobre  o 

Desenvolvimento  Social  de  Copenhaga,  realizada  em  1995,  definiu  pobreza  absoluta  como 

“condição caracterizada por uma privação severa de necessidades humanas básicas,  incluindo 

comida… saúde, habitação, educação e  informação” (Capucha, 2005: 72). Esta perspectiva das 

necessidades fisiológicas admite uma abordagem centrada no estabelecimento de uma linha de 

pobreza referente a um padrão de rendimento e de consumo universal, sendo pobres os que se 

situam abaixo dessa  linha. Existe, ainda, uma abordagem centrada nas necessidades humanas 

básicas,  desenvolvida  nos  anos  70,  que  faz  referência  ao  acesso  à  alimentação,  vestuário, 

abrigo, saneamento básico, água potável e educação, essenciais à prevenção das doenças e da 

ignorância. No  entanto,  um  problema  associado  a  esta  definição  de  pobreza  diz  respeito  à 

dificuldade em estabelecer uma linha de pobreza pela qual se regulem todos os países, todas as 

sociedades. 

  A  relatividade  dos  contextos  sociais  deu  origem  a  uma  segunda  conceptualização  da 

pobreza:  pobreza  relativa.  A  ela  está  inerente  um  padrão  do  nível  e  qualidade  de  vida  da 

generalidade  dos  habitantes  de  um  mesmo  país,  ou  estado.  Nas  linhas  orientadores  do 

sociólogo Peter Townsend, a pobreza relativa é encarada como a inacessibilidade aos recursos 

que  permitam  viver  dignamente  de  acordo  com  os  modelos  de  conforto  genericamente 

difundidos numa sociedade.  

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  Existe ainda uma definição de pobreza que se afasta das estatísticas de  rendimento e 

dos  limiares da pobreza absoluta e  relativa. Trata‐se do  conceito de pobreza  subjectiva, que 

tem por base as representações da população de uma determinada sociedade acerca do que é 

ser pobre, de quem são os pobres ou, por outro lado, das representações dos indivíduos acerca 

da sua própria situação (Capucha, 2005). As opiniões e julgamentos dos próprios pobres ou da 

sociedade  são úteis para  reflectir os  sentimentos e expectativas da  sociedade  civil acerca da 

pobreza, realidades bastante credíveis e relevantes para a percepção do fenómeno. 

  Como  foi  dito  anteriormente,  existem  cada  vez mais  novas  formas  de  pobreza  que 

proliferam e não se resumem apenas à escassez de recursos materiais. Seguindo, ainda, a linha 

de Townsend, a pobreza também consiste na incapacidade de participar nas actividades sociais 

e  culturais de uma  sociedade  (Organização  Internacional do Trabalho, 2003; Giddens, 2001), 

pela acção conjunta de factores como a escolaridade, a idade, incapacidade de utilizar as novas 

tecnologias  e  a  informação  cibernética,  entre  outros.  Foi  neste  momento,  relativamente 

recente, que surgiu o conceito de exclusão social para identificar as pessoas que permaneciam 

“fora” do progresso das sociedades modernas.  

  A exclusão social deriva do agudizar das desigualdades numa sociedade: 

 

“…resultando  numa  dialéctica  de  oposição  entre  aqueles  que  efectivamente 

mobilizam os seus  recursos no sentido de uma participação social plena e aqueles 

que,  por  falta  desses  mesmos  recursos  (recursos  que  ultrapassam  a  esfera 

económica, englobando ainda aqueles que derivam dos capitais cultural e social dos 

actores  sociais),  se encontram  incapacitados para o  fazer”  (Rodrigues et al, 1999: 

64).  

 

  É de realçar o aspecto mais abrangente e multidimensional do conceito de exclusão, útil 

na elucidação de dimensões imateriais no processo excludente, pois traduz‐se pela ausência de 

vários  tipos  de  poder:  “económico,  de  decisão,  de  influência  e  de  participação  na  vida  da 

comunidade. Compreendemos, então, que o conceito engloba uma discussão sobre o exercício 

da cidadania e da integração social, numa ruptura acentuada do contrato social. O difícil acesso 

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Faculdade de Economia – Universidade de Coimbra  Página 8  

a um  rendimento digno,  ao  trabalho e  à  actividade económica,  à educação e  à  formação,  à 

saúde  e  à  habitação  e  à  igualdade  de  oportunidades1  coloca  um  indivíduo  em  situação  de 

exclusão dos seus direitos enquanto cidadão e ser humano. Acresce o facto da possibilidade da 

habilidade para defender os seus próprios direitos. 

  Existem,  ainda,  outras  abordagens  ao  conceito  de  exclusão  social,  igualmente 

imprescindíveis para perfeitamente compreender não só o processo que exclui, mas também a 

cultura de pobreza e exclusão que resulta desse ciclo vicioso, cumulativo e estrutural. Destaco o 

modelo da  solidariedade que,  segundo Estivill  (2003) e Capucha  (2005), explica a exclusão a 

partir  da  ruptura  com  os  laços  sociais.  Estruturas  essenciais  ao  equilíbrio  emocional  do  ser 

humano,  como  a  família,  as  amizades  e  a  confiança  no  futuro,  são  alienadas  devido  às 

transformações  que  ocorrem  principalmente  na  esfera  económica.  Um  acontecimento 

traumatizante,  como  um  despedimento  e  a  falta  de  perspectivas  de  nova  reinserção  no 

mercado  de  trabalho,  conduzem  a  perdas  de  identidade,  falta  de  referências,  angústia, 

incapacidade de adaptação à sociedade flexível (Sennett, 2001): “a exclusão social surge como 

uma fase extrema de processo de marginalização e anomia” (Capucha, 2005: 82). 

  Outras perspectivas de exclusão podem ser encontradas, como é o caso da exclusão dos 

bens e serviços, do trabalho, da propriedade e da segurança social (Rodgers, 1995), o que, mais 

uma vez, evidencia o carácter multidimensional do conceito de exclusão. No entanto, para não 

atribuir características elásticas ao conceito, não irei explorar cada uma das perspectivas. 

 

2.3 ‐ Os factores…  

  Considerando tudo o que foi dito até ao ponto presente, foi possível perceber um pouco 

melhor não só a multidimensionalidade dos fenómenos de pobreza e exclusão, como adquirir a 

ideia de que tais condições resultam da conjugação de diversos factores.  

  São muitas  as  perspectivas  que  se  debruçam  sobre  a  identificação  dos  factores  que 

originam situações de pobreza e exclusão social. No entanto, para não alongar em demasia a 

presente  exposição,  exponho  apenas  algumas  dessas  visões  (Capucha,  2005;  Organização 

Internacional do Trabalho, 2003). É, então, possível conceber factores que se estabelecem ao 

                                                            1 Segundo o Observatório Europeu criado durante o II Programa Europeu de luta contra a pobreza. 

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Faculdade de Economia – Universidade de Coimbra  Página 9  

nível das estruturas e processos sociais, que associam os indivíduos, e factores objectivamente 

exteriores aos actores.  

  As  sucessivas  mutações  no  sistema  económico  e  na  organização  do  trabalho,  que 

trazem  consigo  transformações  tecnológicas  e  necessidade  de  uma  rápida  adaptação, 

condicionam  indivíduos que possuem menos qualificações e não desenvolveram aptidões que 

lhes permitissem  adaptar‐se  a mudanças  rápidas. O  crescente desemprego e um  sistema de 

distribuição desigual dos rendimentos primários prejudica igualmente as pessoas que por si só 

já  se  encontravam  em  situações  vulneráveis  (como  famílias  monoparentais,  idosos  e 

pensionistas,  entre  outros),  e  outras  tantas  que  não  conseguiram  resistir  à  globalização  da 

economia. 

  Por  outro  lado,  as  políticas  de  protecção  social,  de  habitação,  de  saúde  e  de 

equipamentos de apoio à família são, elas próprias, promotoras de exclusão. Por exemplo, no 

que diz respeito às políticas regionais, observemos as “políticas de construção de modernização 

urbana que desalojem populações pobres; políticas de realojamento que criam ilhas de exclusão 

social; (…) ausência de decisões que impeçam a falta de acessibilidade dos serviços públicos aos 

deficientes, etc.” (Organização Internacional do Trabalho, 2003: 23).   

  Existem  ainda  atitudes  culturais  preconceituosas,  representações  negativas  acerca  da 

condição de pobre,  acções  individualistas e  altamente  competitivas no mercado de  trabalho 

que mais não fazem que  incrementar o processo excludente. Não esqueçamos os factores de 

origem pessoal ou familiar, dos quais destaco a transmissão geracional da pobreza, a idade e a 

educação (baixos níveis de qualificação). 

  Termino  este  ponto  dizendo  que, muitas  vezes,  a  exclusão  social  está  intimamente 

associada ao fenómeno da pobreza. No entanto, pode existir pobreza sem exclusão, como é o 

caso de agricultores sem muitos recursos materiais e  financeiros, mas bastante  integrados na 

sua pequena comunidade, e exclusão sem pobreza, sendo disso exemplo alguns homossexuais 

com  recursos  financeiros  suficientes à  sua  subsistência, mas muitas vezes excluídos devido à 

sua orientação sexual.  

 

 

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2.4 ‐ Cultura da pobreza: um processo que exclui continuadamente… 

 

  Existem, actualmente, categorias  sociais mais vulneráveis à pobreza e exclusão  social, 

pelos  factores  já  referidos  anteriormente.  Assim,  os  pequenos  agricultores  e  camponeses, 

trabalhadores  desqualificados  e  com  empregos  precários,  trabalhadores  de  meia‐idade 

despedidos,  desempregados  de  longa  duração  e  com  baixos  níveis  de  qualificação,  idosos  e 

pensionistas,  famílias  de monoparentalidade  feminina,  crianças  e  jovens  de  rua  ou  órfãos, 

portadores  de  doenças  estigmatizadas  socialmente,  minorias  étnicas  e  deslocados  ou 

refugiados  estão mais  expostos  a  situações  de  carência  e  privação de  recursos,  sejam  esses 

económicos, sociais ou culturais. 

  Nas múltiplas abordagens a estes fenómenos, é possível encontrar dois eixos de análise 

bastante  interessantes.  Um  deles  discute  as  questões  relacionadas  com  a  formação  de 

territórios  onde  ocorrem  processos  de marginalização  e  exclusão  social.  Um  segundo  eixo 

problemático,  centra  a  sua  atenção  nos  modos  de  vida  dos  pobres  e  marginalizados, 

observando a construção de uma cultura de pobreza e trajectórias sociais desviantes. 

  Segundo Sebastião (1998), o desenvolvimento industrial das grandes cidades, como é o 

caso de Lisboa, expulsou progressivamente do centro da cidade os mercados fundiários e certos 

grupos sociais, o que desencadeou fortes processos de segregação socioespacial. Dessa forma, 

as  famílias  formaram  comunidades  que  partilhavam  o mesmo  sentimento  de  exclusão,  pois 

ocupavam os espaços marginais de maior valor. No entanto, estas comunidades encontram‐se 

excluídas  não  só  do  espaço  privilegiado  da  cidade,  mas  também  do  desenvolvimento 

económico  e  do  exercício  pleno  da  cidadania  na  sociedade  que,  apesar  de  tudo,  é  a  sua 

referência.  

  Neste  contexto,  surge  a  perspectiva  culturalista  cujo  objectivo  fundamental  é  “a 

pesquisa, dentro dos grupos pobres, das configurações específicas de traços culturais (atitudes e 

disposições) que possibilitavam a  sobrevivência  face aos  constrangimentos duradouros a que 

estão  sujeitos  nas  sociedades  capitalistas  altamente  industrializadas  e  estratificadas” 

(Sebastião, 1998).  

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Faculdade de Economia – Universidade de Coimbra  Página 11  

  É com esta definição que gostaria de terminar o enquadramento teórico dos fenómenos 

de exclusão social e pobreza. É  realmente  importante que se perceba o ciclo vicioso em que 

estas  pessoas  estão  envolvidas,  e  o  peso  muitas  vezes  insuportável  e  imobilizador  das 

estruturas  sociais.  Não  admira,  pois,  que  as  comunidades  segregadas  tendam  a  criar  um 

sentimento  identitário  e  relacionamentos  muito  fortes  entre  si.  Os  seus  modos  de  vida 

precários, isolam‐nas e a resignação a um sentimento de fatalidade solidifica‐se.  

  Numa  real  reprodução  de  pobreza,  o  quotidiano  é  orientado  pela  instabilidade 

económica e  familiar. A  inconstância material  lança os  indivíduos para  trabalhos paralelos e 

instáveis, muitas vezes  ilícitos; a  instabilidade emocional origina, por seu  turno com crises de 

identidade, angústia e baixa auto‐estima. 

    Assim: 

 “Os excluídos não estão fora do sistema. Estão fora das fábricas e das organizações 

de trabalho. Não são  ‘não explorados’, são explorados nos territórios da economia 

ilegal.  (…)  Os  excluídos  que  são  tidos  nalguma  literatura  recente  por  vezes 

desvinculados  são,  numa  parte  importante,  aqueles  que  são  amarrados  e 

submetidos pelos mais fortes laços às piores situações de existência marginal. O seu 

problema é que o capital social que possuem é negativo.” (Capucha, 2005: 87).  

 

2.5 ‐ Uma problemática: Crianças e Jovens em risco… 

  Dentro das categorias sociais mais vulneráveis a situações de pobreza e exclusão social, 

destaco o grupo de crianças e  jovens que, devido às suas origens socioeconómicas, processos 

de  socialização e desenvolvimento de modos de vida precários e, muitas vezes marginais,  se 

encontram em posições de risco.  

  O  risco  apresenta‐se,  para  as  crianças  e  jovens  das  sociedades modernas,  incluindo 

Portugal, como uma situação de precariedade material e relacional que se estabelece a vários 

níveis. Se está abandonada, e vive entregue às condicionantes da vida de rua ou dos  lares de 

acolhimento, se sofre de maus tratos físicos ou abusos sexuais, não recebe cuidados adequados 

à  sua  idade  e  situação  pessoal,  quando  é  obrigada  a  exercer  trabalhos  excessivos,  assume 

comportamentos que afectam a sua saúde, desenvolvimento, formação, se, em síntese, a sua 

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segurança  e  equilíbrio  emocional  estão  ameaçados,  o  jovem  vive  em  situação  de  risco 

(Capucha, 2005). 

  Dos diversos contextos que não são os mais  indicados ao desenvolvimento próprio da 

criança e do  jovem, e que não correspondem às condições desejadas para um pleno exercício 

dos direitos que  lhes estão  consagrados, pretendo destacar apenas a  situação dos  jovens de 

rua. Apesar de me deter sobre um único fenómeno, destaco a íntima relação que este tem com 

as estruturas  familiares em que nasceram os  indivíduos, e  também a estreita  ligação que os 

comportamentos mais desviantes destes jovens demonstram com o insucesso escolar.  

  Para iniciar o desenvolvimento desta problemática, atento sobre os contextos familiares 

da  maioria  dos  jovens  de  rua.  Segregadas  para  os  espaços  mais  precários  das  cidades,  e 

realizando  um  quotidiano  cravado  de  privações materiais,  sociais,  culturais,  educacionais  e 

emocionais,  estas  famílias  demonstram  fraca  capacidade  para  intervirem  no  rumo  da  sua 

própria  história  de  vida,  pois  os  condicionalismos  exercidos  pelas  estruturas  sociais  são 

demasiado  fortes. A  insegurança  e  imprevisibilidade  da  vida,  fragilizam,  como  já  foi  dito,  as 

relações  interpessoais  do  núcleo  familiar,  conduzindo muitas  vezes  a  episódios  de  violência 

(Sebastião, 1998).  Inseridos neste meio  inconstante e de  fácil rejeição, onde a “interiorização 

do  estatuto  desvalorizado  contribui  para  a  construção  de  representações  sociais  e  valores 

concordantes  com  a  situação  de  progressiva  marginalização”  (Sebastião,  1998),  os  jovens 

procuram ainda algum equilíbrio emocional, pelo que abandonam os lares e acabando, muitas 

vezes, por vaguear nas ruas da cidade que emanam desigualdade.   

 

2.6 ‐ A escola como fonte de desigualdades e a fraca orientação familiar 

 

  Nos  bairros  pobres  e  excluídos,  as  crianças  e  jovens  não  conseguem  depender  do 

sustento  dos  pais,  pois  estas  famílias  (que  na  sua  generalidade  são  desestruturadas  e 

disfuncionais)  vivem  dependentes  de  subsídios  estatais,  subsídios  esses  tantas  vezes 

insuficientes  para  dar  resposta  à  tão  ampla  gama  de  necessidades.  Por  essa  razão,  cedo  se 

confrontam  com  a  urgência  de  desenvolveram  autonomia  na  procura  de  meios  para  se 

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sustentarem. A autonomia de decisão da criança tem de abarcar igualmente a questão da sua 

formação. No entanto, os seus pais não interferem neste campo (Sebastião, 1998). 

  Assim,  porque  o  ensino  está  democratizado,  é  frequente  encontrarmos  na  escola 

crianças e  jovens provenientes de meios mais  segregados e de capital cultural e educacional 

inferior. Neste ponto, evidente realce é atribuído à existência de uma forte correlação entre a 

origem  social  e  os  resultados  escolares,  tornando‐se  claro  que  o  insucesso  e  abandono 

académico estão ligados a alunos originários de classes sociais mais baixas. É lógico o percurso 

destas  crianças:  inseridas  no  contexto  da  cultura  da  pobreza,  onde  já  os  seus  pais  não 

partilhavam  com a maioria da população o êxito,  interesse ou as mesmas oportunidades de 

formação,  limitam‐se  a  percorrer  o  caminho  que  as  estruturas  sociais  permitem.  Assim,  as 

famílias marginalizadas, e detentoras de uma história de  fracasso na escola,  transmitem aos 

filhos a violência e a inutilidade do esforço de tentar entrar e ser bem sucedido no sistema de 

ensino, que decorre das suas próprias representações negativas sobre a escola. Acrescenta‐se 

também a perspectiva de Cohen (apud Sebastião, 1998: 33), que faz referência ao fenómeno de 

aculturação  para  os  filhos  de  famílias  segregadas  e  iletradas,  “com  a  desvalorização  e 

obscurecimento dos valores e elementos culturais dessas crianças”.  

  Para além disso, existem pertinentes análises sobre a própria escola, a democratização 

do ensino e as expectativas e desilusão que os métodos de ensino e os conteúdos do currículo 

provocam.  Inseridos na escola, e apesar de  toda a  falta de motivação que  recebem dos seus 

lares, os alunos experimentam uma esperança inicial de mobilidade ascendente na estrutura da 

sociedade  (Patrício, 2008). No entanto, estes alunos cedo  se apercebem do contexto  letrado 

onde estão presentes e da impossibilidade da realização das suas aspirações, sendo que a sua 

desilusão e  cepticismo  contribuem para o desenvolvimento de  sentimentos de desinteresse, 

desinvestimento, desmotivação e frustração. Assim:  

 

“A escola é vivida como uma prisão, um  lugar onde se é obrigado a  ir e onde se é 

vítima  de  um  prolongado  processo  de  violência  simbólica  e  física,  com  rupturas 

radicais  nas  linhas  e  processos  de  convivência  entre  formas  culturais  diferentes” 

(Sebastião, 1998: 23).  

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  Mas,  ainda  assim,  as  limitações  estruturais  das  histórias  de  vida  e  processos  de 

socialização  destas  crianças  e  jovens  e,  inclusivamente,  o  tipo  de  educação  amplamente 

democratizada, são ignorados em muitas análises genéricas e simplistas, e a culpa do insucesso 

é atribuído às faltas de capacidades destas crianças (Patrício, 2008).  

  A ausência de expectativas, a  frustração e o sentimento de derrota e  impotência para 

com as estruturas, caracterizam as vidas destes jovens. Que opções restam? A fuga. Habituadas 

à  instabilidade  e  fraqueza  dos  laços  sociais,  sejam  familiares,  de  amizade,  ou  mesmo  de 

cidadania, estes jovens muitas vezes confundidos com crianças (pela constatação do seu fraco 

desenvolvimento  físico), migram para o centro das cidades e  fazem de prédios degradados e 

carros abandonados a sua casa. Depressa estabelecem  ligações com outros  jovens na mesma 

situação e juntos formam um grupo que apoia e defende os seus membros. Os confrontos com 

outros grupos  juvenis, ou com a polícia  são  frequentes o “que exige aos  seus membros uma 

constante  reafirmação  das  hierarquias  internas  do  grupo  e  da  manutenção  dos  laços  de 

entreajuda mais ou menos regulares.” (Sebastião, 1998: 37). 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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3 ‐ Descrição Detalhada da Pesquisa 

 

  Após  a  escolha  do  tema  “Pobreza  e  Exclusão  Social”,  procedi  à  sua  delimitação, 

recorrendo aos conhecimentos e recursos que tinha ao meu dispor. Em primeiro lugar, comecei 

por pensar em alguns  indicadores de pesquisa, como pobreza, exclusão social, desemprego e 

integração social. Em seguida, e tal como tinha aprendido na frequência das aulas teóricas da 

disciplina  de  Fontes  de  Informação  Sociológica,  acedi  ao  catálogo  on‐line  da  Biblioteca  da 

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e no motor de busca colocava os primeiros 

indicadores.  A  partir  daí,  obtive  ainda mais  indicadores,  como  redes  sociais,  política  social, 

combate  à  pobreza.  Tinha,  também,  pesquisado  sobre  potenciais  grupos mais  vulneráveis  a 

situações de pobreza e exclusão social, porque sabia desde o início, que gostaria de especificar 

um pouco trabalho, não ficando apenas pela conceptualização teoria do tema. 

  Encontrei  os  recursos  na  Biblioteca  da  Faculdade  de  Economia  da  Universidade  de 

Coimbra  e  também  no  Centro  de  Estudos  Sociais.  No  momento  em  que  me  apercebi  da 

quantidade  de  informação  existente  sobre  o  assunto,  decidi  imediatamente  procurar  um 

número não muito elevado de livros e artigos de revistas de ciências sociais, procurando nuns 

os aspectos mais teóricos e de especificação de conceitos, noutros os indicadores de pobreza e 

exclusão social e livros específicos sobre o tema da problemática.  

  A  selecção  das  fontes  passou  igualmente  pela  pesquisa  de  alguns  dados  estatísticos 

disponíveis na  internet, e dois ou três programas de combate à pobreza e exclusão dirigidas a 

crianças  e  jovens  de  risco.  Neste  momento,  comecei  a  ter  uma  noção  mais  clara  da 

estruturação do trabalho, pelo que iniciei o rascunho de índices que me ajudava na continuação 

da procura de informação, e que foi sendo alterado à medida que novos aspectos de interesse 

surgiam. 

 

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Faculdade de Economia – Universidade de Coimbra  Página 16  

4 ‐ Ficha de leitura 

  A partir de um capítulo de livro de João Sebastião. 

 

Sebastião, João (1998), “Juventude e Modos de Vida Marginais”, in João Sebastião, Crianças da 

Rua: modos de vida Marginais na cidade de Lisboa. Oeiras: Celta Editora 

 

  No  início do capítulo, o autor afirma que as crianças e  jovens são, hoje, alvos cada vez 

mais  frequentes  da  atenção  pública  e  privada,  sendo‐lhes  dirigido  um  número  crescente  de 

programas  organizados  por  entidades  da  sociedade  civil.  A  “cultura  jovem”,  um  misto  de 

práticas sociais, consumos, valores e representações típicas de indivíduos dessas faixas etárias, 

que  resultam  da  combinação  de  vários  elementos  que  decorrem  da  socialização  é  uma  das 

perspectivas sobre mais abordadas nas sociedades modernas. 

  Por terem comportamentos e práticas que não são comuns à grande maioria de outros 

jovens (o que faz com que os meios de comunicação  lhes prestem mais atenção), os  jovens e 

crianças  de  rua  entraram  na  categoria  de  problema  social.  Nesse  complexo  processo  de 

designação  do  que  é  ou  não  problema  social,  a mediatização  dos  problemas  constitui  um 

critério  fundamental. A necessidade dos meios de comunicação destacarem as situações que 

fogem  à  rotina  do  quotidiano,  conduz  a  uma  exposição  dos  modos  de  vida  de  grupos 

frequentemente alvos de exclusão social. Essa quase  interesseira exibição é baseada na perda 

de direito dos autores em expressarem a sua voz, o que origina a estigmatização crescente e o 

obscurecimento de problemas sociais muito importantes. 

  Preocupado  com  o  questionamento  da  realidade,  o  pensamento  sociológico  tenta 

perceber os modos de vida dos jovens de rua, grupos que resistem às exigências do processo de 

socialização dominante e são, por isso, alvos de políticas de normalização. A cultura da pobreza, 

a segregação socioespacial, a consciência da estigmatização que  lhes é dirigida pela sociedade 

em geral, impõem concepções educativas muito sedimentadas e a integração desses jovens em 

grupos de  tipo  informal, que moldam a  sua visão para que  compreendam a  sua  socialização 

desviante como algo natural. 

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Faculdade de Economia – Universidade de Coimbra  Página 17  

  Numa  breve  retrospectiva,  João  Sebastião  relata  o  surgimento  histórico  das  políticas 

sociais como respostas aos conflitos e fenómenos de pobreza e exclusão social originados pelas 

transformações do capitalismo. É no contexto da construção do Estado‐Providência e da defesa 

dos direitos sociais que se encontram as primeiras políticas dirigidas ao fenómeno de crianças 

de rua. De facto, a partir do século XVIII, um leque de debates contribuem para a iniciação das 

críticas ao abandono de crianças em hospícios, as crianças que deambulavam nas ruas, o abuso 

de crianças, o infanticídio, ao mesmo tempo que a escolarização é desenvolvida. Alguns saberes 

científicos (como a pedagogia e pediatria) foram, então, essenciais na construção do conceito 

de  criança,  e  as  necessárias  adaptações  ao  desenvolvimento  da  estrutura  económica 

motivaram  o  aparecimento  do  sentimento  de  família  e  da  mãe  como  responsável  pela 

educação  da  criança.  Entende‐se,  portanto,  a  importância  deste  capítulo  para  uma 

compreensão do fenómeno enquanto uma evolução das políticas sociais dirigidas à criança e à 

família,  da  construção  de  problemas  sociais  associados  à  juventude  e  também  o 

desenvolvimento das preocupações dirigidas a situações anómicas, numa tentativa de regular 

as práticas de  socialização. No  entanto,  aplicações desiguais destas políticas desencadearam 

outros  processos  de  pobreza,  exclusão  e marginalidade  social,  nomeadamente  no  acesso  à 

educação e ao mercado de trabalho.   

  Numa  pertinente  referência  ao  papel  da  escola  como  dinamizadora  de  processos  de 

socialização  das  camadas  jovens,  importante  na  distribuição  destas  pelas  várias  posições  da 

estrutura social, o autor salienta o papel contraditório que acaba por estar intimamente ligado 

com o papel desta instituição. Pela democratização crescente do ensino, ou seja, pelo acesso à 

educação de crianças e jovens oriundos de todos os contextos sociais, observaram‐se elevadas 

taxas  de  abandono  e  insucesso  escolar.  Desta  forma,  o  ensino  democratizado  não  se 

apresentava como solução eficiente para por cobro à desigualdade. Aprofundaram‐se, então, 

estudos  que  revelavam,  por  um  lado,  o papel  reprodutor  da  escola muito  influenciado  pela 

origem  sociocultural  das  crianças.  Desenvolvimentos  posteriores  puseram  em  evidência  as 

características  dos modelos  pedagógicos,  num  forte  choque  entre  a  escola  e  a  sua  cultura 

letrada e alunos provenientes de contextos não letrados. Numa linguagem clara e perceptível, o 

autor vai explicando os processos que tornaram a escola numa instituição fortemente selectiva 

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Faculdade de Economia – Universidade de Coimbra  Página 18  

em  termos  sociais.  Existe,  assim, uma  exclusão precoce em  forma de  abandono escolar dos 

alunos  originários  de  grupos  já  excluídos  noutras  áreas  da  vida  social,  pela  incapacidade  da 

escola de dar respostas mais eficientes ao choque cultural que existe no seu interior. 

  No que diz respeito à exposição sobre a marginalidade juvenil e modos de vida urbanos, 

João Sebastião procede a um importante enquadramento teórico sobre a sociologia do desvio e 

conceitos  que  lhe  estão  associados,  como  desintegração  social,  anomia,  marginalidade  e 

delinquência.  Parte  de  análises  da  Escola  de  Chicago  (funcionalismo),  do  interaccionismo 

simbólico e das teorias estruturalistas. Refere‐se, ainda, a autores clássicos como Durkheim e 

Weber, grandes teóricos sobre estas questões, tentando cobrir um vasto leque de perspectivas 

segundo as quais as situações de marginalidade  juvenil podem ser encaradas. Sumariamente, 

surge uma tentativa de mostrar as relações que existem entre os conjuntos de normas e valores 

dominantes na sociedade e a produção de situações de marginalidade, pela exposição de duas 

perspectivas centrais: uma primeira associa o desvio como uma resposta dos filhos de operários 

que vivem as contradições da sua socialização e do capital cultural transmitido pela escola; na 

segunda abordagem, considera os movimentos desviantes como resultado de um processo de 

atribuição de um rótulo, que consiste numa mudança de estatuto. Desta segunda perspectiva 

emerge a teoria de carreira desviante, onde um simples acto não conformista pode evoluir para 

a manutenção de hábitos que se distanciam das normas e regras defendidas pela sociedade.  

  Existem também outras perspectivas, provenientes da sociologia do desvio,  todas elas 

importantes  nas  críticas  às  visões  etnocêntricas  e  individualistas  /  patologistas. No  entanto, 

apesar  do  seu  enorme  contributo,  as  perspectivas  da  sociologia  do  desvio  sofrem  algumas 

críticas que se referem ao esquecimento das estruturas sociais que igualmente condicionam os 

comportamentos dos grupos, pelo enfoque que atribuem aos quadros  imediatos da vida dos 

indivíduos.  

  No final do capítulo, o autor centra a sua atenção da situação extrema que constitui o 

fenómeno  das  crianças  de  rua. Da  sua  pormenorizada  explanação,  é  importante  ressaltar  a 

análise dos espaços sociais caracterizados pela segregação, pobreza material, exclusão de áreas 

culturais  da  sociedade,  entre  outras  condições  de  vida  degradantes.  Nesses  espaços 

desqualificados, carregados de uma carga simbólica negativa e estigmatizante, nascem e vivem 

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Faculdade de Economia – Universidade de Coimbra  Página 19  

crianças que, deste o primeiro dia de vida, enfrentam a vulnerabilidade e a  realidade de um 

processo  de  socialização  não  integrante.  A  instabilidade  familiar,  principalmente  na  esfera 

económica, obriga‐as a depressa adquirirem autonomia na  satisfação das  suas necessidades. 

Assim, a necessidade de frequentar a escola é desvalorizada, pois as famílias, geralmente com 

baixos  níveis  de  qualificação,  não  exercem  qualquer  influência  neste  campo.  Num  círculo 

vicioso, as crianças e jovens não adquirem competências que lhes permitam integrar o mercado 

de  trabalho  o  que  não  oferece  perspectivas  animadoras  para  o  corte  com  a  situação  de 

precariedade. Na esperança de melhorar as  suas condições de vida e distanciar‐se das zonas 

mais  degradadas,  este  jovens  migram  para  o  centro  das  cidades  e  instalam‐se  e  prédios 

degradados ou carros abandonados. A situação de risco anterior é substituída por uma nova, 

como  toxicodependência e  agressões, por exemplo, que  reforçam  a  integração em  redes de 

tipo marginal.  É neste momento que os  jovens  se  aproximam  à  vida da  rua,  integrando um 

grupo que ofereça apoio e defesa, cujo quotidiano é marcado pelo risco de confrontos com as 

autoridades, pelo imediatismo, precariedade e busca constante do prazer. 

 

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Faculdade de Economia – Universidade de Coimbra  Página 20  

5 ‐ Avaliação da Página da Internet 

 

  Escolhi, para a realização de um dos tópicos de avaliação do presente trabalho, o sítio 

Web  intitulado 2010 Ano Europeu de Combate à Pobreza e Exclusão Social. A escolha desta 

página  justifica‐se pela estreita  ligação que  se observa  com o  tema, ele próprio presente no 

título  já  revelado.  O  sítio  pode  ser  encontrado  em 

http://www.2010combateapobreza.pt/index.asp. A intenção fundamental desta página é dar a 

conhecer,  com  relativo  pormenor,  as  intenções  e  actividades  de  um  dos  objectivos  deste 

milénio,  a que Portugal  também  aderiu. No entanto,  saliento outros  aspectos de pertinente 

interesse, como o propósito de consciencializar a sociedade civil para a urgência da luta contra 

a  pobreza,  transmitindo  a  ideia  de  que  todos  podemos  contribuir.  Para  isso,  são  dadas  a 

conhecer  as  iniciativas mais  recentes  do  Programa Nacional,  e  outras  iniciativas  associadas. 

Destaco  o  carácter  actual  das  informações  da  referida  página,  pois  a  agenda  de  actividades 

apresenta datas para o presente ano civil. 

 

  A  riqueza e  credibilidade dos  conteúdos  foi um dos principais  factores de escolha da 

página (se não o mais forte), pois apresenta algumas particularidades em relação a outras que 

gostaria de salientar. É certo que se pretende impactar o modo de pensar e de agir de todas as 

pessoas que  consultam a página; no entanto, é para mim muito  importante a  junção a esse 

desejo da disponibilização de testemunhos dos mesmos consultores do sítio (incluindo alguns 

que partilham situações de privação ou exclusão que viveram em alguma fase da vida), notícias 

de imprensa, recursos em multimédia e de uma lista de bibliografia sobre o tema. 

 

  Não se trata de uma página que aborda o tema com muita profundidade, no sentido de 

oferecer bastantes  correntes  teóricas, ou mesmo dados empíricos  sobre o  tema, pois não é 

esse o  seu maior objectivo. No entanto,  revelou‐se, para mim, de extrema  importância pelo 

facto de fornecer um número elevado de ligações a outras páginas, a relatórios de instituições, 

a observatórios. Não obstante, é possível encontrar os conceitos mais fundamentais associados 

à pobreza e exclusão social, dos quais também me socorri para a realização deste trabalho. 

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Faculdade de Economia – Universidade de Coimbra  Página 21  

 

  No que se refere à própria navegação na página, esta revela‐se bastante fácil, simples e 

intuitiva, pois o design é  apelativo,  com  a  ajuda de uma barra de  subtítulos que  assegura  a 

rápida percepção da informação que se deseja consultar. O texto é claramente redigido, de fácil 

leitura e compreensão e não apresenta cores que possam dificultar a observação continuada. 

 

  A  data  da  última  actualização  não  se  encontra  disponível  mas,  como  referi 

anteriormente, a informação é credível e actual, não só pelas datas apresentadas na agenda de 

actividades, mas também pelo testemunho do actual coordenador nacional do projecto e pelo 

apoio de personalidades públicas (como se pode constatar nos recursos de multimédia), entre 

outros indicadores da autenticidade da informação apresentada. 

 

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Faculdade de Economia – Universidade de Coimbra  Página 22  

6 ‐ Conclusão 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REAPN, 2009 

 

  Ao  longo do presente  trabalho,  foi possível compreender os  fenómenos da pobreza e 

exclusão social como resultados de sistemas desiguais que caracterizam todas as sociedades ao 

longo do tempo. No entanto, estas explicações naturalistas são susceptíveis de provocar uma 

apatia social perante a realidade de crescimento das situações de privação económica, social e 

cultural e o aparecimento de novas formas de pobreza e exclusão.  

  É  igualmente  importante perceber a dimensão da cidadania e exercício dos direitos e 

deveres nestes fenómenos. Não só porque as pessoas menos privilegiadas na sociedade têm o 

direito de ser protegidas contra os condicionalismos estruturais que esmagam a capacidade de 

interferirem na sua história, mas também porque todos os cidadãos têm o dever de contribuir 

para a manutenção do contrato e dos laços sociais.  

  Apesar de ter salientado apenas as condições dos jovens e crianças em risco, é essencial 

desenvolver um interesse sobre outras perspectivas, sobre outros grupos sociais que lidam com 

pobreza e exclusão, tendo em conta não só o próprio grupo, mas também os sentimentos que 

certamente afectam cada indivíduo.  

 

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Faculdade de Economia – Universidade de Coimbra  Página 23  

  Um  último  ponto  desta  conclusão  diz  respeito  às  vantagens  e  dificuldades  que 

experimentei durante a realização desta pesquisa. 

  Como  se  encontra  explicado  na  introdução,  existe  muita  informação  sobre  os 

fenómenos de pobreza e exclusão  social. Portanto, não  foi difícil encontrar material  sobre o 

qual  pudesse  concentrar  a  investigação.  Pelo  contrário,  experienciei  algum  embaraço  em 

escolher e seleccionar as fontes, devido a essa avalanche de mananciais  informativos. No que 

diz  respeito  à  estruturação  do  trabalho,  gostaria  de  ter  acrescentado mais  esclarecimentos, 

apesar de ter bem assente a  ideia de que este é apenas um trabalho de avaliação final e não 

uma tese, por exemplo. 

  Apesar das dificuldades, a realização deste trabalho abarcou muitas vantagens pessoais 

e académicas. Alcancei os objectivos que antes anunciados, no que diz respeito à ampliação do 

meu  conhecimento  sobre  este  assunto,  e  tive  também  oportunidade  de  pôr  em  prática  os 

conhecimentos adquiridos ao longo do semestre que, espero, tenham sido úteis na escolha de 

fontes  de  informação  autênticas,  fiáveis  e  diversas.  Assim,  afirmo  que  a  oportunidade  de 

realizar  trabalhos  idênticos  a  este  é  sempre  vantajosa  para  quem  está  no  processo  de 

aprendizagem,  não  só  pelo  exercício  das  bases  teóricas, mas  também  pela  possibilidade  de 

reflectir sobre a avaliação que lhes é dirigida. 

 

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Faculdade de Economia – Universidade de Coimbra  Página 24  

7‐ Referências Bibliográficas 

  7.1 – Obras Impressas 

 

Capucha, Luís (2005), Desafios da Pobreza. Oeiras: Celta Editora. 

 

Estivill,  Jordi  (2003),  Panorama  da  luta  contra  a  exclusão  social.  Conceitos  e  estratégias. 

Genebra: Bureau Internacional do Trabalho. 

 

Giddens, Anthony (2001), Sociologia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 

 

Organização  Internacional do Trabalho (2003), A  luta contra a pobreza e a exclusão social em 

Portugal.  Experiências  do  programa  nacional  de  luta  contra  a  pobreza.  Genebra:  Bureau 

Internacional do Trabalho. 

 

Patrício, Ângela Maria (2008), “A Pobreza, um Livre Trânsito para a Delinquência Juvenil?”, Tese 

de Doutoramento em Sociologia Económica e das Organizações. Lisboa:  Instituto Superior de 

Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa. 

 

Rodgers, Gerry  (1995), “What  is Special About a Social Exclusion Approach?”,  in et al  (orgs.), 

Social Exclusion: Rhetoric, Reality, Responses. Genebra: Organização Internacional do Trabalho, 

43‐55.  

 

Rodrigues,  Eduardo  Vítor  et  al  (1999),  “A  pobreza  e  a  exclusão  social:  teorias,  conceitos  e 

políticas sociais em Portugal”. Sociologia, Série I, vol. 1, 63‐101. 

 

Sebastião, João (1998), Crianças da Rua: Modos de Vida Marginais na Cidade de Lisboa. Oeiras: 

Celta Editora. 

 

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Fontes de Informação Sociológica – Pobreza e Exclusão Social 

Faculdade de Economia – Universidade de Coimbra  Página 25  

Sennet, Richard (2001), A Corrosão do Carácter: as consequências pessoais do trabalho no novo 

capitalismo. Lisboa: Terramar. 

 

 

 

 

 

 

 

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Faculdade de Economia – Universidade de Coimbra  Página 26  

7.2 ‐ Sítios da Web consultados 

 

Instituto  da  Segurança  Social,  IP  (2010),  “2010  –  Ano  Europeu  de  Luta  Contra  a  Pobreza  e 

Exclusão Social”. Página consultada no dia 24 de Maio de 2010. 

http://www.2010combateapobreza.pt/index.asp 

 

União  Europeia  (2010),  “Ano  Europeu  de  Luta  Contra  a  Pobreza  e  Exclusão  Social”.  Página 

consultada a 23 de Maio de 2010. 

http://ec.europa.eu/social/main.jsp?langId=pt&catId=637 

 

ARTIGOS EM REVISTAS ELECTRÓNICAS 

 

REAPN – Rede Europeia Anti‐Pobreza / Portugal (2009), “Pobreza Infantil”. Rediteia, 43, 34‐53. 

Página consultada no dia 20 de Maio de 2010 

http://www.reapn.org/ 

 

 

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Faculdade de Economia – Universidade de Coimbra  Página 27  

ANEXO A 

Página da Internet Consultada 

 

 

 

 

 

 

   

 

 

 

 

 

 

 

 

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Faculdade de Economia – Universidade de Coimbra  Página 28  

 

   

 

   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Faculdade de Economia – Universidade de Coimbra  Página 29  

ANEXO B Texto de Suporte da ficha de leitura 

Sebastião, João (1998), “Juventude e Modos de Vida Marginais”, in João Sebastião, Crianças da 

Rua: modos de vida Marginais na cidade de Lisboa. Oeiras: Celta Editora