A POLÍTICA CEGA E O ALUNO SÁBIOºcia... · Mestrado em Gestão Social, Educação e...

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA DIRETORIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, PESQUISA E EXTENSÃO MESTRADO EM GESTÃO SOCIAL, EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO LOCAL VERA LÚCIA MOREIRA NUNES A POLÍTICA CEGA E O ALUNO SÁBIO: GESTÃO SOCIAL COMO UM CAMINHO PARA A INCLUSÃO NO ENSINO SUPERIOR PÚBLICO Belo Horizonte 2013

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA DIRETORIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, PESQUISA E EXTENSÃO

MESTRADO EM GESTÃO SOCIAL, EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO LOCAL

VERA LÚCIA MOREIRA NUNES

A POLÍTICA CEGA E O ALUNO SÁBIO:

GESTÃO SOCIAL COMO UM CAMINHO PARA A INCLUSÃO

NO ENSINO SUPERIOR PÚBLICO

Belo Horizonte

2013

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VERA LÚCIA MOREIRA NUNES

A POLÍTICA CEGA E O ALUNO SÁBIO:

GESTÃO SOCIAL COMO UM CAMINHO PARA A INCLUSÃO

NO ENSINO SUPERIOR PÚBLICO

Dissertação apresentada ao Mestrado em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local do Centro Universitário UNA, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre. Área de concentração: Inovações Sociais, Educação e Desenvolvimento Local. Linha de pesquisa: Processos político-sociais: articulações interinstitucionais e desenvolvimento local Orientador: Prof. Dr. Cláudio Márcio Magalhães.

Belo Horizonte

2013

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Ficha catalográfica desenvolvida pela Biblioteca UNA campus Guajajaras.

N972p Nunes, Vera Lúcia Moreira

A política cega e o aluno sábio: gestão social como um caminho para a inclusão no ensino superior público. / Vera Lúcia Moreira Nunes. – 2013.

146f.: il.

Orientador: Prof. Dr. Cláudio Márcio Magalhães. Dissertação (Mestrado) - Centro Universitário UNA, 2013. Programa de

Mestrado em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local. Bibliografia f. 110-115.

1. Integração social. 2. Ensino superior. 3. Cegos I. Magalhães, Cláudio Márcio. II. Centro Universitário UNA. III. Título.

CDU: 658.114.8

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Dedico este trabalho a Zélia, minha mãe,

uma mulher corajosa

que sempre me incentivou a estudar e a ser

autônoma;

a meus irmãos Paulo César, Anselmo, Tânia

e Selma;

ao meu filho Douglas que me incentivou a

fazer o mestrado;

ao Sérgio, meu companheiro.

Dedico-o também a todos os usuários do

CADV,

que aprenderam comigo e que tanto me

ensinaram.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao CADV a oportunidade de conhecer esse trabalho que me impulsionou

a um novo patamar em minha vida.

Ao meu orientador Cláudio Márcio Magalhães que, com seu humor e disponibilidade,

me impulsionou nessa pesquisa.

A todos os alunos bolsistas (CADV) que compartilharam comigo esse aprendizado.

À FAFICH/UFMG, na pessoa da Vilma Carvalho de Souza, pelo apoio no trabalho.

À Andrea e à Janaína, parceiras solidárias no trabalho e no mestrado.

À Ângela, à Telma e aos demais colegas de trabalho.

Ao Romerito, Solange, Renata, Luciélia, parceiros na luta pela inclusão.

A todos - universidades, professores e alunos - que contribuíram para este estudo.

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“De nuestros miedos

nacen nuestros corajes

y en nuestras dudas

viven nuestras certezas.

Los sueños anuncian

otra realidad posible

y los delirios otra razón.

En los extravios

nos esperan hallazgos,

porque es preciso perderse

para volver a encontrarse.”

Eduardo Galeano

.

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RESUMO

Esta pesquisa foi realizada junto a sete universidades federais brasileiras com a

finalidade de conhecer as ações estratégicas por elas desenvolvidas para atender os

alunos com deficiência e teve como ponto de partida a experiência da pesquisadora

nas atividades desenvolvidas há mais de duas décadas no Centro de Apoio ao

Deficiente Visual da UFMG; discutiu a gestão social como ação gerencial possível de

ser implementada na Universidade; visa ultrapassar os impasses gerados em suas

atividades que traduzem a falta de ações articuladas intersetorialmente, dificultando

o trabalho colaborativo e o planejamento de ações estratégicas e efetuar as

mudanças necessárias na execução das atividades de apoio aos alunos atendendo

às recomendações da legislação nacional. O estudo desenvolveu uma proposta com

princípios de gestão social para a criação de um Centro e propôs mudanças para

ampliar as políticas de inclusão no atendimento aos alunos; centrou-se na

abordagem qualitativa através de pesquisa bibliográfica, documental e de campo,

utilizando um estudo comparativo das Instituições Federais de Ensino Superior entre

si e delas com a UFMG para verificar as ações estratégicas efetivadas na gestão

das políticas públicas preconizadas pelo MEC, o que está se comprovando. Por

outro lado, os dados levantados entre docentes e alunos da UFMG nos levam a

concluir que nela a política de inclusão é pouco conhecida em vários sentidos e

aponta que, como não há uma política claramente definida e orientada para a

inclusão de todos os alunos com deficiência também não há uma gestão

compartilhada dos setores e serviços concernentes à deficiência.

Palavras-chave: Gestão Social. Políticas Públicas de Inclusão. Ensino Superior.

Deficiência Visual. Necessidades Educacionais Especiais. Núcleo de Acessibilidade.

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ABSTRACTS

This research was conducted with seven brazilian federal universities in order to

understand the strategies developed by them to serve students with disabilities and

had as its starting point the experience of the researcher in this kind of activity for

more than two decades in the Visually Impaired Support Center of UFMG; went

through the social management as a possibility for management action to be

implemented at the University; aims to overcome the impasse generated by its

activities that reflect the lack of coordinated actions across sectors, hindering

collaborative work and planning of strategic actions and make any necessary

changes in the implementation of student support activities meeting the

recommendations of the national legislation. The study built-up a proposal with the

principles of social management for the creation of a Center and proposed changes

to extend the policy of inclusion on student’s attendance; focused on the qualitative

approach through literature (documentary and field research), using a comparative

study of Federal Institutions of Higher Education among themselves and from them to

UFMG to verify the strategic actions that have been put in place on the management

of public policies advocated by the Brazilian Ministry of Education , which is being

proved. Nevertheless, the data collected from professors and students at UFMG lead

us to conclude that the policy of inclusion is little known in various aspects and points

out that, as there isn´t a clearly defined and targeted policy of inclusion for all

students with disabilities, there is also no shared management of departments and

services related to disability.

Keywords: Social Management. Public Policy of Inclusion. Higher Education. Visual

Impairment. Special Educational Needs. Center for Accessibility.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráficos

GRÁFICO 1 – DOCENTES EM RELAÇÃO A CONHECIMENTO DA POLÍTICA DE

INCLUSÃO .................................................................................................... 67

GRÁFICO 2 – AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DA EDUCAÇÃO

INCLUSIVA .................................................................................................... 68

GRÁFICO 3 – EXISTÊNCIA DE UM SETOR PARA INCLUSÃO DO ALUNO ...................... 68

GRÁFICO 4 – REGULAMENTAÇÃO INTERNA DO NÚCLEO/SETOR ............................. 69

GRÁFICO 5 – ORIENTAÇÃO DO COLEGIADO SOBRE AS ADAPTAÇÕES

CURRICULARES ............................................................................................ 69

GRÁFICO 6 – PRIMEIRO CONTATO COM O ALUNO ................................................. 70

GRÁFICO 7 – USO DOS SERVIÇOS DO CADV ...................................................... 70

GRÁFICO 8 – DIFICULDADES DO PROFESSOR COM O ATENDIMENTO NO CADV ...... 71

GRÁFICO 9 – NATUREZA DAS DIFICULDADES ....................................................... 71

GRÁFICO 10 – CONHECIMENTO DAS DIFICULDADES ENFRENTADAS PELO CADV

DEVIDO À INADEQUAÇÃO DA INFORMAÇÃO BIBLIOGRÁFICA DISPONIBILIZADA ....... 72

GRÁFICO 11 – SATISFAÇÃO DOS DOCENTES COM O MATERIAL ADAPTADO ............. 72

GRÁFICO 12 – NECESSIDADE DE UM MONITOR AUXILIANDO O ALUNO NA DISCIPLINA 73

GRÁFICO 13 – OPINIÃO EM RELAÇÃO À LOCALIZAÇÃO DO CENTRO INTERFERINDO NA

INTERAÇÃO DO PROFESSOR X CADV ............................................................. 73

GRÁFICO 14 – OPINIÃO SOBRE A NECESSIDADE DE CADA UNIDADE ACADÊMICA TER

SEU CENTRO DE APOIO .................................................................................. 74

GRÁFICO 15 – OPINIÃO SOBRE A CENTRALIZAÇÃO DO SERVIÇO DE APOIO DENTRO DA

UNIVERSIDADE ............................................................................................. 74

GRÁFICO 16 – AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DAS POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA 79

GRÁFICO 17 – ENCAMINHAMENTO DO ALUNO PARA O NÚCLEO/SETOR ESPECÍFICO . 79

GRÁFICO 18 – ANO DE INGRESSO NA UFMG ...................................................... 80

GRÁFICO 19 – DIFICULDADES DE ACESSO NOS ESPAÇOS DO CAMPUS PAMPULHA

(ACESSO À FACULDADE, AO RU, AOS CAD 1 E CAD 2, À FUMP, AOS ÔNIBUS) .. 81

GRÁFICO 20 - DIFICULDADES DE ACESSO INTERNO NA FACULDADE (SALAS,

LABORATÓRIOS, BIBLIOTECAS, AUDITÓRIOS, COLEGIADOS, SANITÁRIOS) - CAMPUS

PAMPULHA ................................................................................................... 82

GRÁFICO 21 – DIFICULDADES DE ACESSO NOS ESPAÇOS DO CAMPUS SAÚDE

(ACESSO À FACULDADE, AO RU, AOS ÔNIBUS) ................................................. 82

GRÁFICO 22 - DIFICULDADES DE ACESSO INTERNO NA FACULDADE (SALAS,

LABORATÓRIOS, BIBLIOTECAS, AUDITÓRIOS, COLEGIADOS, SANITÁRIOS) - CAMPUS

SAÚDE ........................................................................................................ 83

GRÁFICO 23 – RECEPTIVIDADE DOCENTE PARA LIDAR COM A INCLUSÃO NA SALA DE

AULA ........................................................................................................... 83

GRÁFICO 24 - EFETIVIDADE DAS PRÁTICAS INCLUSIVAS EM SALA DE AULA ............. 84

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GRÁFICO 25 - MATERIAIS DIDÁTICOS ADAPTADOS UTILIZADOS .............................. 84

GRÁFICO 26 – RECURSOS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA UTILIZADOS ....................... 85

GRÁFICO 27– DIFICULDADES NO USO DOS SOFTWARE LEDORES .......................... 85

GRÁFICO 28 – NECESSIDADE DE MONITOR NAS DISCIPLINAS ................................ 86

GRÁFICO 29 – PARTICIPAÇÃO EM ÓRGÃOS REPRESENTATIVOS ............................ 87

GRÁFICO 30 - PARTICIPAÇÃO EM GRUPOS DE DISCUSSÃO .................................... 87

GRÁFICO 31 - PARTICIPAÇÃO EM PROJETOS DE PESQUISA ................................... 88

GRÁFICO 32 – PARTICIPAÇÃO DE MONITORIAS .................................................... 88

GRÁFICO 33 - PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS FORA DA SUA FACULDADE .................. 88

GRÁFICO 34 – RELAÇÃO COM OS COLEGAS ........................................................ 89

GRÁFICO 35 - ANO EM QUE PASSOU A SER USUÁRIO DO CADV ............................ 89

GRÁFICO 36 – FACILIDADE DE ACESSO À LOCALIZAÇÃO ATUAL DO CADV ............. 90

GRÁFICO 37 - ÁREA DE CONHECIMENTO ............................................................ 91

GRÁFICO 38 – CONTRIBUIÇÃO DAS PARCERIAS COM OS COLEGIADOS PARA

A INCLUSÃO.................................................................................................. 91

GRÁFICO 39 - PARCERIAS COM SETORES ACADÊMICOS E ADMINISTRATIVOS NA

INCLUSÃO .................................................................................................... 92

GRÁFICO 40 - CRIAÇÃO DE CENTROS DE APOIO À INCLUSÃO EM CADA UNIDADE

ACADÊMICA ................................................................................................. 92

GRÁFICO 41 – ACESSIBILIDADE DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA VISUAL AO SITE DA

UFMG ........................................................................................................ 93

GRÁFICO 42 - COMPARATIVO DO ANO DE INGRESSO (GRÁF. 18) COM O ANO EM QUE

PASSOU A SER USUÁRIO DO CADV (GRÁF. 35) ............................................. 94

Quadros

QUADRO 1 – LEGISLAÇÃO SOBRE INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NAS IFES

APÓS 2000 .................................................................................................. 24

QUADRO 2 - IDENTIFICAÇÃO DOS NÚCLEOS, SEUS REPRESENTANTES E RESOLUÇÃO

INTERNA ...................................................................................................... 49

QUADRO 3 – CONFIGURAÇÃO DAS IFES QUANTO AO APOIO E ESTRUTURA DE

ATENDIMENTO .............................................................................................. 50

QUADRO 4 – APOIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO ESPECÍFICO PARA AUXILIAR OS ALUNOS

................................................................................................................... 52

QUADRO 5 – PROJETO DE INCLUSÃO NAS UNIVERSIDADES - QUESTÕES A MELHORAR

................................................................................................................... 52

QUADRO 6 – ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DOS NÚCLEOS (CONTINUA) ................ 53

QUADRO 6 – ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DOS NÚCLEOS (CONCLUSÃO) ....... ERRO!

INDICADOR NÃO DEFINIDO.

QUADRO 7 – APOIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO PARA AUXILIAR NA PERMANÊNCIA DO

ALUNO ......................................................................................................... 55

QUADRO 8 – SETORES ADMINISTRATIVOS E ACADÊMICOS ENVOLVIDOS NO PROGRAMA

................................................................................................................... 55

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QUADRO 9 – POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA VISTAS PELOS DOCENTES

................................................................................................................... 56

QUADRO 10 – ATIVIDADES DO NÚCLEO DE ACESSIBILIDADE SOBRE A POLÍTICA DE

INCLUSÃO .................................................................................................... 56

QUADRO 11 – PROFESSORES APONTAM DIFICULDADES NA RELAÇÃO ENSINO /

APRENDIZAGEM ALUNOS NEE ....................................................................... 56

QUADRO 12 - APRIMORAR O ATENDIMENTO PARA OS ESTUDANTES ....................... 57

QUADRO 13 – POLÍTICAS DE INCLUSÃO PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL .... 57

QUADRO 14 – POLÍTICAS DE INCLUSÃO PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA . 58

QUADRO 15 – POLÍTICAS DE INCLUSÃO PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA E

NEURO-MOTORA ........................................................................................... 58

QUADRO 16 – POLÍTICA INSTITUCIONAL DE INCLUSÃO E AÇÕES IMPLANTADAS ....... 58

QUADRO 17 - IFES PARTICIPANTES DA PESQUISA ............................................. 134

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADAPTSE - Acessibilidade em Design e Arquitetura para a Pesquisa em

Treinamento em Serviço de Extensão

CAC - Coordenadoria de Assuntos Comunitários

CAD - Centro de Atividades Didáticas

CADV - Centro de Apoio ao Deficiente Visual

CAEC - Centro de Apoio Educacional ao Cego

CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

Superior

CEB - Câmara de Educação Básica

CEDECOM - Centro de Comunicação

CEPE -

CEPIGRAD -

Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão

Coordenação de Estudos e Pesquisas Inovadoras na

Graduação

CNE - Conselho Nacional de Educação

COPERSE - Comissão Permanente de Seleção

CPAPNE - Comissão Permanente de Apoio ao Portador de

Necessidades Especiais

DCE - Diretório Central dos Estudantes

DINAAC - Divisão de Inclusão, Acessibilidade e Assuntos Comunitários

DRCA - Departamento de Registro e Controle Acadêmico

DOSVOX - Sistema Operacional Sintetizador de Voz

DV - Deficiência Visual

ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente

FAFICH - Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas

FUMP - Fundação Mendes Pimentel

GEINE - Grupo de Estudos sobre Educação Educação Inclusiva e

Necessidades Educacionais Especiais

IES -

IFES -

Instituição de Ensino Superior

Institutos Federais de Ensino Superior

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JAWS - Job Access with Speech

LDB - Lei de Diretrizes e Bases

LDV - Laboratório de Apoio ao Deficiente Visual

MEC - Ministério da Educação e Cultura

MECDAISY - Digital Accessible Information System

MP3/4 - Moving Picture Experts Group 1/2

NAPNE - Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Especiais

NAUFES - Núcleo de Acessibilidade da Universidade Federal do

Espírito Santo

NCE - Núcleo de Computação Eletrônica

NEAB -

NEE -

Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros

Necessidades Educacionais Especiais

NEI - Núcleo de Educação Inclusiva

NIA - Núcleo Interdisciplinar de Acessibilidade

NUEI -

NVDA -

Núcleo Universitário de Educação Indígena

Non Visual Desktop Access

OCR - Reconhecimento Ótico de Caracteres

OGs - Organizações Governamentais

ONGs - Organizações Não Governamentais

PARAMEC – Paraplégico / Mecânica

PDE - Plano do Desenvolvimento da Educação

PDI - Plano de Desenvolvimento Individual

PNAES - Plano Nacional de Assistência Estudantil

PPNE - Programa de Apoio às Pessoas com Necessidades

Especiais

PRA - Pró Reitoria de Administração

PRAE - Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis

PROESP - Programa de Apoio à Educação Especial

PROGRAD - Pró-Reitoria de Graduação

PROPLAN - Pró-Reitoria de Planejamento

RU - Restaurante Universitário

SECADI - Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização,

Diversidade e Inclusão

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SEESP - Secretaria de Educação Especial

SENABRAILLE- Seminário Nacional de Bibliotecas Braille

SESU - Secretária da Educação Superior

SINFRA - Superintendência de Infraestrutura

SUPEREST - Superintendência Geral de Políticas Estudantis

TAE -

TCLE -

Técnico-Administrativos em Educação

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TIC - Tecnologias de Informação e Comunicação

UFBA - Universidade Federal da Bahia

UFES - Universidade Federal do Espírito Santo

UFF - Universidade Federal Fluminense

UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora

UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais

UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto

UFPE - Universidade Federal de Pernambuco

UFPR - Universidade Federal do Paraná

UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul

UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro

UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina

UFSCar - Universidade Federal de São Carlos

UFSJ - Universidade Federal de São João Del-Rei

UFSM - Universidade Federal de Santa Maria

UFVJM - Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

UnB - Universidade de Brasília

UNA - Centro Universitário UNA

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SUMÁRIO1

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 15

2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 20

2.1 A educação inclusiva no Brasil ...................................................................... 20

2.2 Conceito de Inclusão ...................................................................................... 21

2.3 Políticas públicas e o papel do Estado: o aluno com deficiência no ensino

superior ................................................................................................................ 22

2.4 Gestão social e a educação inclusiva ............................................................ 27

2.5 As universidades federais no contexto da inclusão........................................ 31

2.6 O CADV como espaço de inclusão na UFMG ............................................... 33

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................. 38

3.1 Pesquisa Bibliográfica .................................................................................... 40

3.2 Pesquisa documental ..................................................................................... 41

3.3 Pesquisa de campo ........................................................................................ 42

3.3.1 Questionário – Coordenadores das IFES ................................................... 43

3.3.2 Entrevista – coordenadores dos núcleos .................................................... 44

3.3.3 Questionário – Docentes da UFMG ............................................................ 45

3.3.4 Questionário – Discentes da UFMG ............................................................ 46

4 ANÁLISE DE RESULTADOS .............................................................................. 48

4.1 Questionário - coordenadores das IFES ........................................................ 48

4.2 Resultados da Entrevista ............................................................................... 53

4.3 Análise dos resultados - questionário e entrevista aos coordenadores ......... 59

4.4 Resultados e análise - questionário de docentes da UFMG .......................... 67

4.5 Resultados e análise do questionário dos alunos da UFMG .......................... 77

5 ANÁLISE DA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA ...................................... 95

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 102

7 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ...................................................................... 106

REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 110

APÊNDICE A - Carta de Apresentação e Questionário .................................... 115

APÊNDICE B – Roteiro de entrevista semiestruturada .................................... 118

APÊNDICE C - Carta de Apresentação e Questionário .................................... 120

APÊNDICE D - Carta de Apresentação e Questionário ao Aluno .................... 124

1 Este trabalho foi formatado de acordo com a ABNT NBR 14724 de 17.04.2011.

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APÊNDICE E – QUADRO 17 - IFES participantes da pesquisa ........................ 134

APÊNDICE F – Autorização para coleta de dados ............................................ 135

ANEXO A – Portaria 074 / 2010 ........................................................................... 136

ANEXO B – Portaria 033 / 2013 ........................................................................... 137

ANEXO C – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE ................ 138

ANEXO D – Termo de autorização de uso de imagem e depoimentos ........... 141

ANEXO E – Parecer Consubstanciado do CEP ................................................ 142

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1 INTRODUÇÃO

O estudo trata da gestão social como modelo de ação gerencial a ser implementado

na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) tanto para o núcleo de

acessibilidade quanto para os serviços de apoio aos alunos com deficiência visual,

cegos e/ou com visão subnormal, inseridos estes num núcleo de acessibilidade.

Assumem-se aqui os conceitos veiculados nos documentos do Ministério da

Educação e Cultura (MEC), cego é o que possui “desde ausência total de visão até a

perda da projeção de luz”, e ainda visão subnormal, por sua vez, é a situação das

pessoas que apresentam “desde condições de indicar projeção de luz até o grau em

que a redução de acuidade interfere ou limita seu desempenho visual”2. Os serviços

oferecidos consistem em adaptar material didático-pedagógico, atividade que vem

sendo prestada na UFMG pelo Centro de Apoio ao Deficiente Visual (CADV). Sua

experiência se estende por cerca de duas décadas no atendimento aos referidos

alunos. Mas esses serviços e várias outras iniciativas institucionais esparsas e

desconexas revelam ainda a falta de uma política de inclusão mais ampla e

consequente. A ausência de uma dinâmica administrativa e acadêmica para atender

a esses alunos gerou impasses que não permitiram até o momento um trabalho

colaborativo e um planejamento adequado das atividades do Centro. Questões

importantes freiam o avanço do trabalho. O Centro está vinculado apenas a uma

unidade acadêmica desde a sua criação; funciona como um serviço do sistema de

bibliotecas e não avançou para uma situação de núcleo instituído e reconhecido na

universidade, nem dispõe de professores e técnicos treinados para esse tipo de

atendimento; carece de uma equipe multidisciplinar para solucionar adequadamente

os problemas. Além disso, falta-lhe um aprofundamento dos temas levantados em

sua ação através de programas de pesquisa que permitam ao CADV um salto

qualitativo em suas atividades.

Por outro lado, mesmo considerando a sua larga experiência que antecedeu de

certa forma a própria legislação pertinente, a gestão dos serviços não evoluiu o

suficiente para promover a inclusão educacional dos alunos de forma plena, pois

2 Disponível em: <http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/44645/conceitos-e-caracteristicas-da-deficiencia-visual>. Acesso em: 03 dez. 2013.

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não há nem sequer um compartilhamento de informações entre os setores

interessados sobre a situação acadêmica dos alunos com deficiência.

Essa investigação está articulada com as experiências da pesquisadora vivenciadas

na área da educação, mais especificamente na educação especial, no trabalho

desenvolvido há treze anos no CADV. A formação em letras na graduação levou-a a

um trabalho junto aos alunos com deficiência visual, gerando uma intimidade com

suas necessidades educacionais e motivando-a para um aperfeiçoamento em

gestão estratégica da informação com a finalidade de compreender o seu papel nas

atividades de apoio. Essa trajetória passou a exigir uma constante dedicação

pessoal e profissional, marcada tanto por momentos instigantes e enriquecedores

como por situações conflituosas, que a impulsionaram à continuidade de seus

estudos e produziram a atual pesquisa.

A preocupação das instituições de ensino superior no país com a inclusão das

pessoas com deficiência, tanto na universidade como na sociedade, é relativamente

recente e enfrenta dificuldades de implantação devidas a questões culturais, à falta

de experiência e à mão-de-obra despreparada nas instituições de ensino superior.

Diante deste quadro, o MEC impulsionando o desenvolvimento do tema nas últimas

décadas, sobretudo mediante uma legislação adequada e com financiamento de

projetos, leva as universidades e os educadores preocupados com a educação para

todos a criarem condições para a mudança da realidade. O MEC “considera pessoa

com deficiência aquela que tem impedimentos de longo prazo, de natureza física,

mental ou sensorial que, em interação com diversas barreiras, podem ter restringida

sua participação plena e efetiva na escola e na sociedade” (BRASIL, 2007a, p. 9).

Dada a premência de gerenciar as políticas públicas de inclusão de maneira mais

efetiva através da criação de um núcleo de acessibilidade que dê organicidade às

atividades que o CADV vem desenvolvendo e de outras experiências embrionárias

esparsas na Instituição, a pesquisa buscou um caminho para a sua

institucionalização. Há bibliografias que usam o termo núcleo de inclusão. Adota-se

neste estudo a terminologia núcleo de acessibilidade, de acordo com o MEC., pois

esse termo remete a uma visão mais abrangente do que núcleo de inclusão, já que

não basta incluir; é preciso garantir o acesso, a permanência do aluno com

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Necessidades Educacionais Especiais (NEE) no ensino superior, eliminando

barreiras pedagógicas, arquitetônicas, na comunicação e informação e promovendo,

assim, o cumprimento dos requisitos legais de acessibilidade. Acredita-se que a

aplicação da legislação terá como consequência a eliminação dos entraves que

dificultam seu funcionamento e desenvolvimento através de uma gestão

compartilhada que possa alavancar as mudanças exigidas.

Trabalhar com os princípios de uma gestão social na política pública de inclusão

permitiria a integração dos setores para uma visão mais ampla da política de

inclusão, qualificando os serviços do ponto de vista tecnológico e de recursos

humanos, assegurando o fluxo da informação e a tomada de decisões para a

solução dos problemas vivenciados pelo Centro, que, uma vez reconhecido

institucionalmente, terá possibilidades de participação de uma articulação

intersetorial na execução das políticas internas.

Por isso, o objetivo geral foi desenvolver uma proposta de gestão social para o

CADV no sentido de efetuar as mudanças necessárias para a implantação das

políticas de inclusão na Universidade e analisar a gestão do Centro buscando

identificar as ações e parcerias que contribuem e as que dificultam as atividades do

trabalho, além de incluir o CADV num órgão mais amplo, o núcleo de acessibilidade.

Os objetivos específicos consistem em identificar ações políticas interdisciplinares e

interinstitucionais de gestão que promovam a solução dos problemas decorrentes

das práticas imediatistas e assistencialistas no apoio didático-pedagógico aos alunos

com deficiência, tendo em vista o desenvolvimento de uma gestão social com

características potencializadoras de desenvolvimento local; conhecer e analisar as

ações das políticas de inclusão de alunos com NEE implementadas pelas

Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) quanto à gestão dos serviços de

apoio aos estudantes com deficiência visual (DV) dentro das recomendações da

legislação; comparar as ações internas de várias IFES quanto às políticas de

educação inclusiva praticadas no processo de criação e consolidação de núcleos de

acessibilidade aos alunos com NEE3 como preconiza a legislação.

3 Essa é a terminologia usada pelo MEC na Resolução CNE/CEB nº 2 de 11 de Fevereiro de 2001, no Parecer CNE/CEB 4/2002, bem como em documentos posteriores.

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A pesquisa foi realizada junto a sete universidades federais brasileiras com a

finalidade de conhecer as ações estratégicas por elas desenvolvidas para alunos

com deficiência, de acordo com a política de inclusão preconizada pelo MEC. Ela

teve como ponto de partida a experiência da pesquisadora nas atividades do Centro.

O trabalho centrou-se na abordagem qualitativa através de uma pesquisa

bibliográfica sobre educação inclusiva no Brasil, no conceito de inclusão, nas

políticas públicas e no papel do Estado para atender os alunos com NEE no ensino

superior, na legislação nacional, na gestão social e na educação inclusiva nas

universidades federais no contexto da inclusão e no CADV como espaço de inclusão

na UFMG. A Pesquisa documental baseou-se em editais, decretos e documentos

disponibilizados no site do MEC, bem como em resoluções normativas e portarias

referentes à institucionalização dos núcleos nas universidades pesquisadas.

Na pesquisa de campo, o questionário e a entrevista semiestruturada foram os

instrumentos utilizados para coletar os dados sobre as práticas de gestão das

instituições. Nesta fase, efetuou-se também um estudo comparativo das IFES entre

si e delas com a UFMG para verificar as ações estratégicas usadas na gestão das

políticas públicas e de que maneira elas atenderam às recomendações legais da

educação inclusiva no ensino superior.

O cenário do estudo foi constituído pelas instituições Universidade de Brasília (UnB),

Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Universidade Federal do Rio de

Janeiro (UFRJ), Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Universidade

Federal do Paraná (UFPR), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e

a UFMG, residindo nesta última a base da minha experiência. Os sujeitos da

pesquisa foram professores coordenadores dos núcleos ou técnicos administrativos

em educação responsáveis pela política de inclusão nessas universidades. No caso

da UFMG, como não há um núcleo de acessibilidade constituído dentro da estrutura

organizacional, os sujeitos foram os docentes que tiveram alunos com deficiência

visual e os próprios estudantes usuários do Centro de Apoio.

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O estudo comprovou que quase todas as instituições pesquisadas estão cumprindo

as recomendações legais preconizadas pelo MEC e o processo de desenvolvimento

das políticas de inclusão se dá nelas de forma diferenciada: enquanto que em cinco

delas o processo já está consolidado, numa ainda está em implantação e na outra

existem apenas ações fragmentadas. Além disso, os coordenadores têm tido a

preocupação de tratar a educação inclusiva de forma mais ampla congregando as

políticas de ações afirmativas. São políticas que abordam a inclusão social (alunos

oriundos da escola pública), e a inclusão étnica (indígenas e afrodescendentes)

através da política de reserva de cotas para o ingresso no ensino superior.

A UFMG, no entanto, carece ainda de regulamentação interna para promover uma

articulação intersetorial na implementação das políticas de inclusão, enquanto que

as outras seis criaram-na através de seus conselhos universitários mediante

legislação interna adequada; além disso, os dados levantados entre docentes e

alunos da UFMG nos levam a concluir que nela a política de inclusão é pouco

conhecida em vários sentidos e aponta que, como não há uma política claramente

definida e orientada para a inclusão de todos os alunos com NEE, inexiste também

uma gestão compartilhada dos setores e serviços concernentes à deficiência. Então,

além de sanar essas insuficiências e carências da UFMG, qual o caminho para tratar

da inclusão senão investindo na formação de seus professores, técnicos e alunos

para lidar com a diversidade?

Como produção técnica, necessária para a caracterização como dissertação em um

mestrado profissional, esta pesquisa resultou em um Relatório conclusivo de

pesquisa aplicada onde se faz uma avaliação da política da educação inclusiva para

os alunos com necessidades educacionais especiais, bem como se elaboram ações

metodológicas de práticas inclusivas para um centro de atendimento ao deficiente

visual.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A educação inclusiva no Brasil

Signatário das decisões da Conferência Mundial de Educação para Todos (BRASIL,

1990) e da Declaração de Salamanca de Princípios, Política e Prática para as

Necessidades Educativas Especiais (BRASIL, 1994a, 1994b), entre outras, o Brasil

passa a orientar-se por seus princípios e decisões.

No preâmbulo da Declaração de Jomtien da Conferência Mundial sobre a educação

para todos afirma que “a educação é um direito fundamental de todos, mulheres e

homens, de todas as idades, no mundo inteiro”, sendo isso de uma importância

fundamental para o desenvolvimento das pessoas e das sociedades, podendo

“contribuir para conquistar um mundo mais seguro, mais sadio, mais próspero e

ambientalmente mais puro, e que, ao mesmo tempo, favoreça o progresso social,

econômico e cultural, a tolerância e a cooperação internacional” (UNESCO, 1990).

Com base nisso, o Brasil assumiu o compromisso de erradicar o analfabetismo e

universalizar o ensino fundamental no país.

Com a Declaração de Salamanca, os países assumiram o compromisso de unificar o

sistema educacional, incluindo educação especial na estrutura de educação para

todos, partindo do princípio de que todos os seres humanos possuem o mesmo valor

e os mesmos direitos, otimizando os esforços e utilizando práticas diferenciadas,

quando necessárias, para que tais direitos sejam garantidos.

A partir dessas diretrizes de política educacional emerge a educação inclusiva

abrindo a possibilidade do acesso e da permanência de todas as crianças, jovens e

adultos em todas as etapas e modalidades do sistema educacional,

independentemente das condições de gênero, etnia, classe social ou deficiência

(MENICUCCI, 2006).

A educação inclusiva faz parte do movimento maior de inclusão social de todas as

pessoas que, ao longo da História, foram discriminadas e afastadas da convivência

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social. Falar de um direito universal à educação é referir-se a um direito humano da

igualdade, respeitando-se ao mesmo tempo as diferenças. A igualdade a que

estamos nos reportando está relacionada com a igualdade na diferença, quer dizer,

para que todos tenham a igualdade de oportunidades é preciso considerar as

diferenças de cada um e de cada grupo (ROSSETTO, 2009).

E de que forma promover isso senão tornando a escola um espaço inclusivo, à

disposição do aluno para que ele atinja os objetivos propostos para sua educação,

garantindo condições de acessibilidade física e de recursos técnicos para responder

às suas necessidades educacionais especiais?

A partir do movimento de inclusão, reforçado pela Resolução CNE/CEB nº 02/2001

que ratificou a obrigatoriedade da matrícula universal, os sistemas de ensino, para

oferecer de fato uma educação de qualidade para todos, devem receber todos os

alunos e se preparar para atender também aos alunos com necessidades especiais

(ARANHA, 2004, p. 22).

Os avanços na legislação provocam discussões e articulações de ações de inclusão

das pessoas com deficiência nos vários níveis de ensino. Assim, começam a vigorar

gradativamente as políticas de inclusão na educação superior e mesmo a

participação progressiva das pessoas com deficiência na sociedade. Amplia-se o

debate sobre o acesso, a permanência e a qualidade do atendimento a essas

pessoas, respaldado nos dispositivos legais do MEC através do Aviso Circular

277/96 e da Portaria n° 1.679/99 (BRASIL, 1996b, 1999b).

2.2 Conceito de Inclusão

Lidar com as diferenças requer que se amplie o olhar para a diversidade humana,

que se respeite o princípio da igualdade, como preconiza a Convenção de

Guatemala (1999). Nosso olhar sobre a diversidade humana requer que se

considere que todos temos os mesmos direitos e liberdades fundamentais,

respeitando-se, no entanto, a diversidade de cada um, e definindo como

discriminação com base na deficiência toda diferenciação ou exclusão que possa

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impedir ou anular o exercício dos direitos humanos e das liberdades fundamentais

(BRASIL, 1999a).

Durante longo tempo as instituições ativeram-se a uma atitude assistencialista e

filantrópica face à deficiência, com uma visão da educação pautada no princípio de

exclusão e de segregação. Acreditava-se que a aprendizagem desses alunos seria

apropriada através da educação especial e não da escola regular; a escolarização

era organizada de maneira paralela, com ênfase maior no aspecto da deficiência em

detrimento da dimensão pedagógica no processo de ensino (ROSSETTO, 2009).

Foi somente na metade do século XX que o acesso à escola regular começou;

apesar da legislação orientar para que as pessoas com deficiência sejam atendidas

preferencialmente na escola regular, ainda hoje a questão não é pacífica e o

processo está em curso com discussões acaloradas.

É preciso pensar a inclusão, contudo, na perspectiva da autonomia da pessoa com

deficiência. Isso exige que esta assuma seu próprio destino enquanto sujeito de sua

formação. Estamos nos referindo à garantia do direito de ter acesso ao ensino

superior, acesso às condições de bem estudar, de acordo com o amparo legal

instituído pelo MEC:

O acesso a um sistema educacional inclusivo em todos os níveis pressupõe a adoção de medidas de apoio específicas para garantir as condições de acessibilidade, necessárias à plena participação e autonomia dos estudantes com deficiência, em ambientes que maximizem seu desenvolvimento acadêmico e social. (BRASIL, 2013).

Por isso, as Instituições de Ensino Superior (IES) devem implementar ações e

serviços que promovam a participação dos estudantes nesse processo.

2.3 Políticas públicas e o papel do Estado: o aluno com deficiência no ensino

superior

É a partir da década de 1990 que, impulsionadas pelos movimentos sociais e pelas

declarações universais, se iniciam as modificações na legislação para a educação

de pessoas com deficiência no ensino superior. Por sua vez, essas declarações

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universais passam a acelerar a formulação das políticas públicas da educação

inclusiva.

Percebem-se mudanças no comportamento desse grupo de pessoas em busca de

participação como cidadãs nas áreas da saúde, trabalho, educação e lazer.

Elas passaram a organizar-se influenciadas pelas mobilizações sociais; e a

discussão sobre a ampliação dos direitos sociais, dentre eles, o da educação para

todos, resultou na criação de Organizações Governamentais (OGs), Conselhos de

Defesa de Direitos da Pessoa com Deficiência (federal, estaduais e municipais),

Organizações Não Governamentais (ONGs), Associações de e para pessoas com

deficiência, etc. ocorridas com o movimento da Constituinte e com a consolidação de

direitos defendidos pela Constituição Federal de 1988 (ROSSETTO, 2009).

A Constituição de 88 apresenta dispositivos legais para assegurar a equidade de

oportunidades e a valorização da diversidade: a educação, direito de todos e dever

do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da

sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o

exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988, Art. 205).

Mas foi somente a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB

9394/96 que as instituições de ensino superior começaram a discutir as questões

referentes à inclusão, já que a legislação passou a definir responsabilidades para a

operacionalização de ações dirigidas à inclusão do aluno com deficiência (ROCHA,

MIRANDA, 2009).

Para atender esses educandos, a legislação estabelece que as IFES tomem as

providências para efetivar as adaptações necessárias no sentido de garantir o

acesso, a permanência e a conclusão de seus cursos (QUADRO 1).

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QUADRO 1 - Legislação sobre inclusão de pessoas com deficiência nas IFES após 2000

Ano Legislação Breve descrição

2001 Parecer n. 02 do CNE/CEB

Recomenda criar e fazer funcionar um setor responsável para cuidar da inclusão em todos os níveis da educação.

2001 Resolução n. 02 do CNE/CEB

Define que as IFES devem prever a formação docente para a atenção à diversidade.

2002 Portaria n. 2678/02 Aprova diretrizes e normas para o uso, o ensino, a produção e a difusão do Sistema Braille em todas as modalidades de ensino.

2003 Portaria n. 3284/03, que revogou a Port. n. 1.679/99

Dispõe sobre requisitos de acessibilidade de pessoas portadoras de deficiência, para instruir os processos de autorização e de reconhecimento de cursos, e de credenciamento de instituições; assegurar as condições básicas de acesso, de mobilidade, equipamentos e instalações.

2003 PROESP Programa Apoio à Ensino Especial

Iniciativa do MEC/SEESP - parceria CAPES com edições subsequentes em 2006 e 2009. Objetivo - Apoiar e incentivar projetos de pesquisa em educação especial e a formação de recursos humanos (infantil, fundamental, médio e superior).

2004 Decreto 5296/04 Programa Brasil Acessível

Estabelece normas gerais e critérios básicos para promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência. [...] Oferece recursos para as edificações de instituições públicas já existentes.

2005 a

2011

INCLUIR- Programa de Acessibilidade na Educação Superior

O programa foi desenvolvido pelo Ministério de Educação criado para viabilizar a implantação ou consolidação de núcleos de acessibilidade nas universidades federais. Propõe que as universidades desenvolvam projetos para encaminhar a tarefa de inclusão, com o objetivo de eliminar as barreiras pedagógicas, arquitetônicas e de comunicação para efetivar a política de acessibilidade universal.

2010 Decreto 7.234

Dispõe sobre Programa Nacional de Assistência Estudantil-PNAES. No Art. 3º. Parágrafo 1º. Item X. Acesso, participação e aprendizagem de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades e superdotação.

2011

Decreto 7.612

Institui o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência -

Plano Viver sem Limite. [...] na implantação de Salas de Recursos

Multifuncionais. Instalação de núcleos de acessibilidade nas

instituições federais de ensino superior.

2013

Documento

Orientador do

MEC/ SECADI e

SESu

Apoia projetos com recursos financeiros previstos na matriz orçamentária das IFES para institucionalizar ações de política de acessibilidade por meio de Núcleos com estrutura nos eixos: infraestrutura; currículos, comunicação e informação; programas de extensão e de pesquisa.

Fonte: Resumo elaborado pela autora

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Então, apresentar o quadro acima significa destacar que, para esta pesquisa,

abordamos a legislação referente aos alunos com NEE, em particular os deficientes

visuais; isso concerne às atividades do CADV, sendo sua principal função fornecer-

lhes apoio didático-pedagógico. Diante das disposições legais acima mencionadas,

o Estado assume seu papel de dar as diretrizes para a implementação de políticas

públicas de educação inclusiva no ensino universitário com um papel regulador,

difusor das normas e fiscalizador. Cabe à Universidade criar mecanismos internos

para cumprir a legislação específica, formando quadros competentes para diminuir

as desigualdades de oportunidades no acesso das pessoas com deficiência a esse

nível de ensino.

O Estado se mantém e se reproduz através das instituições, uma das quais é a

universidade, que forma profissionais para a sua manutenção e desenvolvimento,

produz e difunde o conhecimento científico, sobretudo para satisfazer aos interesses

desse Estado. Nesse caso, o papel do Estado é justificado racionalmente, numa

relação de homens dominando homens, numa relação considerada legítima

(WEBER, 2001). Para que a Universidade cumpra as determinações das políticas

públicas de inclusão o Estado impõe a autoridade através da legislação. Dessa

forma, observamos que, para Weber (2001), existem dois elementos essenciais que

constituem o Estado: a autoridade e a legitimidade.

Um dos meios através do qual essa tendência à racionalização se atualiza nas sociedades ocidentais é a organização burocrática. Da administração pública à gestão dos negócios privados [...] todas as instituições, tenham elas fins ideais ou materiais, estruturam-se e atuam através do instrumento cada vez mais universal e eficaz de se exercer a dominação que é a burocracia. [...] A burocracia enquanto tipo ideal pode organizar a dominação racional-legal por meio de uma incomparável superioridade técnica que garanta precisão, velocidade, clareza, unidade, especialização de funções, redução do atrito, dos custos de material e pessoal, etc. (QUINTANEIRO et al., 2009, p. 138).

“O caráter racional apontado por Weber se consubstanciava na escolha dos meios

mais adequados e eficientes para a realização dos fins visados” (SOUZA, 2009, p.

39). Se o Estado usa desse “estado racional” ou “dessa racionalização” através das

leis ou regulamentações administrativas normatizando a educação inclusiva nas

IFES “a legislação apresenta-se muito clara em relação às determinações legais

quanto ao processo da educação inclusiva no ensino superior [...]” (REIS, 2010, p.

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111). Então, como deveria proceder a Universidade com relação à gestão das

políticas públicas para as pessoas com deficiência, na administração interna? De

acordo com as ideias weberianas de administração racional-legal, ou administração

burocrática, a Universidade, foco dessa pesquisa, estaria revelando descuido quanto

à sua gestão interna da política de inclusão “que apresenta apenas a comissão de

acessibilidade [...]” (REIS, 2010, p. 109) e em “relação à organização da política

institucional, constatam-se ações descentralizadas e uma não organização diante do

atendimento ao aluno com NEE matriculado na universidade” (Idem, 2010, p. 107).

Isso significa que ater-se apenas a essas ações é insuficiente para assegurar uma

boa prática das políticas públicas de inclusão, dar suporte acadêmico e garantir a

permanência do aluno com DV na instituição. De acordo com Souza (2009),

[...] na corrente weberiana, destaca-se a ‘burocracia profissional’, como sendo aplicável às universidades. Neste modelo, certas características da burocracia weberiana (coordenação por meio da divisão do trabalho, atividades padronizadas; critérios impessoais, hierarquia administrativa, regras e regulamentos formais), coexistem com ausência de supervisão direta, de regras operacionais detalhadas e de centralização. Contradições existentes entre a rigidez e a disciplina inerente à burocracia e a flexibilidade e inovação indispensáveis ao trabalho acadêmico e entre autoridade baseada na posição e a baseada na especialização e no conhecimento, são vistas como sintoma da existência de uma forma descentralizada, profissional, de burocracia. (SOUZA, 2009, p. 87).

Na legislação mencionada no QUADRO 1, é importante destacar o Programa de

Acessibilidade na Educação Superior, programa INCLUIR, que efetivou-se por meio

de chamadas públicas entre os anos 2005 a 2011, para a formulação de estratégias

identificando as barreiras ao acesso das pessoas com deficiência à educação

superior visando cumprir os requisitos legais de acessibilidade.

Desde a criação do programa em 2005, a UFMG participou dele com a aprovação

de três projetos de acessibilidade nas unidades acadêmicas da Odontologia

(colocação de elevador), da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (impressora

braille, em 2007), da Biblioteca Central (piso tátil) e em pontos de ônibus acessíveis.

No VII Seminário Nacional de Bibliotecas Braille (SENABRAILLE)4, realizado em

Campinas em 2011, a representante da Secretaria Nacional de Educação Especial

/MEC, Martinha Claret Dutra dos Santos, solicitou publicamente que as IFES enviem

4SEMINÁRIO Nacional de Bibliotecas Braille - tema central: Bibliotecas, espaços acessíveis e múltiplos usuários, organizado pela UNICAMP, Campinas, 28 nov. 2011.

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seus projetos criando núcleos de acessibilidade: “estamos no processo de

construção – de planejar a gestão da prática pedagógica, articular com as esferas do

Governo” através de projetos. Enfatiza que “nas IFES os estudantes podem fazer os

cursos que desejarem, [para isso, ela conclui] quais são os recursos de que eles

precisam?” (Comunicação verbal)5.

Esse tipo de projeto ainda não foi apresentado pela UFMG, pois falta articulação

interna de gestão, como podemos observar nas palavras da pesquisadora Reis: “A

universidade foi a primeira a criar uma Comissão em 2002, porém, como ressalta o

informante, as ações dependem de aspectos burocráticos mais centralizados”

(REIS, 2010, p. 111).

2.4 Gestão social e a educação inclusiva

A inclusão social se configura num fator importante para o desenvolvimento da

sociedade brasileira revelada pelas demandas de cidadãos, individualmente ou em

grupos, e manifestada na luta pelos direitos à igualdade e por melhores condições

de vida. A legislação nacional para as pessoas com deficiência alcançou notáveis

avanços. Na educação, no entanto, dificuldades na implementação da inclusão

requerem estudos mais acurados, troca de informações e conhecimentos. Nesse

sentido, abordar e discutir as atividades do CADV na perspectiva da gestão dos

serviços que estão sendo oferecidos aos alunos com deficiência visual é

compartilhar o desejo de transformar as dificuldades de gerenciamento de tais

atividades em desafios para soluções que garantam a esses educandos serviços de

qualidade para sua formação.

Nesse sentido, faz-se necessário dialogar e implementar práticas no ambiente do

trabalho com os princípios das áreas de gestão social. Buscou-se apoio teórico no

conceito de gestão social que, segundo Tenório (2008) é o

[...] processo gerencial dialógico no qual a autoridade decisória é compartilhada entre os participantes da ação (ação que possa ocorrer em

5Gravação de palestra apresentada pela representante da Secretaria Nacional de Educação Especial/MEC, Martinha Claret Dutra dos Santos, no VII SENABRAILLE, realizada em Campinas, 28 de nov. 2011.

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qualquer tipo de sistema social - público, privado ou de organizações não-governamentais). (TENÓRIO, 2008, p. 10).

As atividades do Centro têm esse carácter gerencial dialógico, pois há interação

entre os alunos/usuários e bolsistas, os professores e a direção da biblioteca

atingindo o objetivo final que é disponibilizar os textos adaptados para que os alunos

acompanhem as aulas no mesmo ritmo que os demais colegas. Essa tem sido a

principal demanda no CADV. Mas, para gerenciar essa e outras solicitações

(adaptar material didático com mapas, lâminas, gráficos, figuras, slides, filmes, entre

outros), é preciso ampliar as parcerias com as outras áreas administrativas e

acadêmicas da universidade já que, anteriormente, nossos serviços atendiam

basicamente as áreas das ciências humanas. A realidade do Centro mudou com a

chegada de alunos das áreas de ciências exatas, ciências sociais aplicadas,

ciências médicas etc. Trata-se de uma questão premente; e isso nos remete às

palavras de Maia que considera “a gestão social, como campo de conhecimento

interdisciplinar” (MAIA, 2005, p. 16). Para impulsionar seu trabalho, o CADV precisa

atuar de forma mais ampla, com mais autonomia gerencial e fazendo parte da

estrutura organizacional da Universidade, visando promover e fortalecer os

processos democráticos de formulação e gestão de políticas públicas de inclusão

das pessoas com deficiência. Tenório reforça esse pensamento:

Assim, para uma participação no sentido de partilha de poder, envolvendo a formulação e a implementação de políticas públicas, torna-se importante encontrar mecanismos capazes de institucionalizar os processos

participativos. (TENÓRIO, 2008, p. 23).

Nesse sentido, é preciso estreitar as relações entre educação e participação e

favorecer o desenvolvimento do sujeito participativo e ativo através da informação e

do conhecimento sobre sua realidade, possibilitando sua transformação e a do seu

contexto sociocultural.

Essas são as preocupações atuais do Centro, uma vez que o número de alunos com

necessidades educacionais especiais não só está aumentando, mas tenderá a

crescer com a aplicação da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e com a adequação

progressiva das escolas às necessidades de todos os alunos. As recentes

mudanças exigidas pela adequação de todo o sistema escolar a todos os alunos na

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convivência e no aprendizado na mesma escola, as instituições de primeiro e

segundo graus estão recebendo cada vez mais alunos com deficiência que

chegarão, em breve, às universidades. Há, portanto, uma premência pelo

aprimoramento da gerência do CADV buscando sua renovação e a ampliação dos

seus quadros para melhor atender aos atuais usuários e preparar-se para receber os

alunos que virão; isto reforça a necessidade de trabalhar com um modelo de gestão

pautado nos princípios da gestão social e democrática, que poderá impulsionar uma

ação inclusiva e educativa da Instituição.

Presume-se que essas pessoas, ao ampliarem seus espaços de interação e

socialização na universidade, se fortaleçam enquanto indivíduos participantes e

conscientes na construção do salto qualitativo na educação e participando da

efetivação da sua inclusão na sociedade.

Assim, quando avaliamos o cenário de exclusão a que os deficientes foram

submetidos durante um longo período, concordamos com Pedro Demo que valoriza

a participação enquanto conquista (DEMO, 1993). Hoje, caminha-se para um novo

cenário e ocorre um empoderamento das pessoas com deficiência através da

educação e da participação, ou seja, elas são coautoras dessa construção. Essa

coautoria requer sua participação na gestão do processo educativo, já que elas são

as principais interessadas nesse processo.

No entanto, o corpo docente se manteve alheio às necessidades das pessoas com

deficiência. A mudança da situação atual passa igualmente pelo investimento na

formação de profissionais da educação que precisa assenhorear-se das novas

tecnologias para poder responder a essas necessidades. Para isso, cabe à

Universidade como agente gestor tomar a iniciativa da transformação, impulsionar o

corpo docente para agir com práticas educativas de qualidade na promoção da

inclusão, valorizando a educação e o conhecimento formal, garantindo:

[...] formação crítica do pensamento e com ações práticas interventivas, segundo os pressupostos do agir comunicativo, para ser a grande promotora e o centro articulador entre Estado e sociedade, [pois ...] o conhecimento é uma forma de manipulação do poder e forma de poder e dominação o papel das universidades, principalmente das universidades públicas, é intervir e fomentar esse processo de construção de espaços

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dialógicos na esfera pública construção dialógica por meio de práticas interventivas de suas atividades de ensino, pesquisa e, principalmente, de extensão. (PEREIRA; RIGATTO, 2011, p. 33).

Nesse sentido, é importante salientar o compromisso da Universidade para a

promoção da inclusão no ambiente acadêmico e administrativo. De acordo com o

MEC:

[...] à gestão da educação superior compete o planejamento e a implementação das metas de acessibilidade preconizadas pela legislação em vigor [bem como] o financiamento das condições de acessibilidade deve integrar os custos gerais com o desenvolvimento do ensino, pesquisa e extensão. (BRASIL, 2013).

Nesta esfera, destaca-se a UFMG representando “o Estado como “poder público”

pela tarefa que assume de promover o bem público, o bem comum a todos os

cidadãos” (HABERMAS, 2003 apud PEREIRA; RIGATTO, 2011, p. 22). E o que

seria o bem público senão proporcionar às pessoas com deficiência as condições de

estudar em situações favoráveis de desenvolvimento, ou seja, a igualdade de

direitos e de tratamento de acordo com as suas necessidades? Para isso, as IFES

devem estabelecer uma política de acessibilidade contemplando o desenvolvimento

da instituição; no planejamento e execução orçamentária, no quadro de

profissionais, dentre outros (BRASIL, 2013). Como aplicar essa orientação à UFMG?

É preciso uma mudança na gestão das atividades desenvolvidas na Instituição sobre

a acessibilidade. O quadro que se apresenta na UFMG exige reflexão. Ampliar os

espaços de discussão sobre a temática da inclusão, interagir com os alunos

interessados, os docentes e os profissionais envolvidos requer uma mudança de

atitude gerencial, porque essa não tem sido uma prática instituída na UFMG no que

concerne às demandas dos alunos com deficiência no espaço acadêmico.

Diante disso, aplica-se um modelo de gestão social de políticas públicas como um

processo gerencial dialógico em que a elaboração e a implementação de políticas

são compartilhadas entre os participantes da ação sendo o espaço público o fio

condutor em que os sujeitos sociais interagem por meio das políticas públicas.

Então, para que se configure uma prática de inclusão, o desafio é relacionar

aspectos com a participação, a inclusão social e a educação por suportes

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31

metodológicos mediados por discussões e apropriados pela sociedade, em especial,

por educadores e gestores no ensino superior.

2.5 As universidades federais no contexto da inclusão

No cenário global, a Conferência Mundial sobre Educação para Todos (BRASIL,

1990) e a Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais (BRASIL,

1994a, 1994b) contribuíram decisivamente para reafirmar o compromisso com a

Educação para Todos e a necessidade de garantir a educação para crianças, jovens

e adultos com NEE na educação regular. E, mais recentemente, em 2008, a

Conferência Internacional sobre Educação teve como tema importante a Educação

Inclusiva. Essas recomendações internacionais foram importantíssimas para que as

políticas públicas de educação inclusiva começassem a fazer parte dos quadros

educacionais na América Latina.

Cada país tem seu processo de aplicação da legislação que funcionou internamente

de forma lenta e gradual assegurando o direito de todos à educação. No Brasil, tanto

a educação básica quanto a educação superior tiveram suas dificuldades no

processo de implementação das políticas de inclusão.

As primeiras iniciativas brasileiras a tratar da política de educação inclusiva dos

alunos com NEE no ensino superior foi regulamentada pelo Ministério da Educação

pela Secretaria de Educação Especial (SEESP) através da Portaria nº 1.793/94, do

Aviso Circular nº 277/96 e da Portaria nº 1.679/99, (BRASIL, 1994c, 1996b, 1999b)

entre outras. Assim, a legislação foi sendo aprimorada para atender os níveis de

educação nacional e garantir o direito de todos ao ensino superior e promover a

inclusão, como pode ser verificado no quadro I desse trabalho.

Em 2005, o Governo Federal lançou o programa Incluir priorizando as propostas de

ações para criação e a consolidação de núcleos de acessibilidade nas universidades

federais. Em 2007, passou a integrar as ações propostas pelo Plano do

Desenvolvimento da Educação (PDE) com o propósito de incentivar e/ou fortalecer

os núcleos de acessibilidade nas instituições de ensino superior. E assim, nos anos

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32

posteriores, o MEC passou a publicar o edital convocando as universidades a

enviarem projetos para promover a educação inclusiva.

Pretende-se, além disso, investigar em que condições adaptativas arquitetônicas,

comunicacionais e informacionais os alunos com deficiência têm permanecido nos

espaços acadêmicos após o ingresso nas universidades. Um levantamento inicial

exploratório realizado nos sites das IFES pela pesquisadora revelou que várias

Instituições federais têm se organizado através de programas ou núcleos

permanentes.

A existência desses núcleos está relacionada à definição de uma política interna de

apoio a esses alunos na Universidade, política esta instituída por seus conselhos e

regulamentada por resoluções. Nesse sentido, destacam-se algumas instituições:

UFOP, UFRJ, UFRGS, UFPR, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), entre

outras. Quais foram as ações com políticas de inclusão adotadas para a criação e a

consolidação de núcleos de apoio nas IFES? Como as IFES têm tratado os alunos

com deficiência visual? Além disso, quais foram as ações exitosas que, na gestão

dos serviços de apoio, contribuíram para a permanência desses estudantes? Estas e

outras indagações farão parte desta pesquisa. Nota-se, além disso, que outras IFES

mantêm núcleos de pesquisa referentes a essa questão, não ficando claro em seus

sites se esses núcleos de estudo efetuam também ações concretas de inclusão:

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal de Juiz de Fora

(UFJF), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e UFMG.

A literatura referente à educação inclusiva nos informa que há base legal para

assegurar aos alunos condições para estudar. No entanto, os estudos apontam que

a legislação, se bem que necessária, é insuficiente para dar conta das complexas

mudanças para transpor as barreiras que impedem ou freiam o acesso e a

permanência das pessoas com deficiência no ensino superior. Rocha e Miranda

(2009, p. 31) afirmam que,

[...] muitas universidades começaram a criar ações que garantam acessibilidade em sua estrutura arquitetônica, [...] revelam que o atendimento apenas à infraestrutura espacial, não conseguem minimizar a exclusão destes alunos no ensino superior. Aspectos como as condições didático-pedagógica (sic) de trabalho de professores, comprometido pela

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falta de tecnologias de ajuda para operacionalização de um processo de aprendizagem e inclusão deste aluno de modo pleno, encontram-se entre

os principais obstáculos verificados no referido estudo. (ROCHA;

MIRANDA, 2009, p. 31).

Nesse caso, trata-se de dialogar com os envolvidos nos projetos das instituições

sobre a temática da educação inclusiva com foco na criação e gerenciamento dos

serviços ofertados aos alunos, para subsidiar os estudos da investigação que se

pretende realizar. Esses subsídios enriquecerão o projeto.

Aprender com os erros e com a demora na implementação da educação superior

para todos encurtará o caminho em busca de uma universidade mais democrática e

participativa que inclua a todos. A experiência embrionária do CADV precisa ser

melhorada, multiplicada e dar um salto qualitativo comprovando que a “informação é

um insumo essencial para o desenvolvimento da ciência e, consequentemente, para

o desenvolvimento social e econômico de um país” (MARCONDES; SAYÃO, 2009).

2.6 O CADV como espaço de inclusão na UFMG

No contexto brasileiro, na década de 1990 iniciam-se gradativamente as políticas de

educação inclusiva no ensino superior. A Biblioteca Professor Antônio Luiz Paixão

da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH), da UFMG, implantou em

1992 o projeto de Maria Elisa Barcelos Comissão Especial Pró-Acesso - Reitoria

"Criação de um serviço de informação especial para o usuário deficiente visual” com

o objetivo de proporcionar a esses estudantes o acesso à literatura básica adaptada

para o seu curso, constituindo um acervo adaptado de livros em braille e em fitas

gravadas (utilizavam-se então fitas cassete com gravador portátil) nas áreas de

ciências humanas e nas ciências sociais aplicadas. Posteriormente, implantou-se o

Centro de Apoio ao Deficiente Visual6 ampliando os serviços de suporte acadêmico

aos alunos e orientação a docentes, inclusive com aplicação de provas.

O CADV presta, desde então, seus serviços de acessibilidade informacional dentro

da estrutura organizacional do Sistema de Bibliotecas da UFMG. Desde a sua

6PROJETO “Desenvolvimento de acervo informacional para alunos portadores de deficiências visuais”, novembro de 1998 - Laboratório de Recursos para Deficientes Visuais, atualmente CADV. (MARTINS; NUNES, 2005)

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criação até o primeiro semestre de 2007, suas instalações funcionaram no segundo

andar da referida Biblioteca em três espaços exíguos para os serviços de áudio, de

recepção dos alunos e disponibilização do acervo do material gravado e suporte

tecnológico. Utilizavam-se apenas computadores com acesso à internet e o software

DOSVOX7.

Para consulta ao acervo de áudio, utiliza-se o Banco de Dados em Micro-Isis8. O

acervo em Braille possui obras da área das ciências humanas e, recentemente,

estão sendo adicionadas obras da literatura moderna. O CADV possuía, até meados

de 2007, seis computadores, softwares Windows XP, dois scanners, duas

impressoras, uma mesa de gravação, uma máquina de datilografia Braille Perkins,

aparelhos de MP3, MP49 e gravador portátil. Os recursos humanos eram

constituídos por um técnico administrativo em educação e por dois alunos bolsistas

oriundos dos recursos da Fundação Mendes Pimentel (FUMP).

A partir do segundo semestre de 2007, ocorreram inovações substanciais no Centro:

suas atividades foram transferidas para o atual espaço físico no primeiro andar da

Biblioteca com sala ampla (fato importante porque a biblioteca não possui elevador e

o aluno cego precisava utilizar a escada). Construíram-se três cabines acústicas. Foi

efetuada a aquisição de mais quatro computadores com Windows Vista, uma

impressora Braille Index Basic S com software específico de conversão WinBraille, e

uma lupa eletrônica manual P&B/color10.

7 Trata-se de um software gratuito desenvolvido pelo Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (NCE/UFRJ), desenvolvido especialmente para cegos e que permite uma interatividade constante entre o computador e o deficiente visual. Dentre os recursos do Dosvox estão um sistema operacional, que contém todos os elementos de interface com o usuário; um sistema de síntese de fala para a língua Portuguesa; editor, leitor e impressor/formatador de textos e impressor/formatador para Braille.

8 Micro-computer version - Integrated Set of Information Systems - é um sistema genérico de armazenamento e recuperação de informação desenvolvido pela UNESCO, para o gerenciamento computadorizado de bases de dados não numéricas, isto é, bases de dados cujo principal conteúdo é texto. Disponivel em: <http://www.ced.ufsc.br/~ursula/5351/isisaula_1.html>. Acesso em: 15 jan, 2014.

9 Moving Picture Experts Group 1 e Moving Picture Experts Group 2.

10Ampliadora de vídeo para auxiliar a leitura e escrita por pessoas com baixa visão que necessitam de grande ampliação de textos e imagens. As lupas eletrônicas constituem-se basicamente de uma microcâmara aliada a um circuito eletrônico que amplia textos e imagens em TV ou monitor.

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Também houve investimento em novos softwares com a aquisição do JAWS11, com

três licenças. Para gravar textos, utiliza-se atualmente o Audacity12. Num passado

recente, o Centro participou de um projeto de pesquisa que migrou parte do seu

acervo de fitas cassete para mídia digital através do Audacity que mostrou

resultados positivos.

O acervo abrange temas dos seguintes cursos: psicologia, história, ciências sociais,

pedagogia, comunicação, letras, biblioteconomia. Nossa experiência mais recente é

a da digitalização de livros, capítulos de livros e artigos, com respaldo na Lei

9610/199813 (BRASIL, 1998). Num primeiro momento, começamos a digitalização

com o próprio OCR (reconhecimento ótico de caracteres) do scanner HP, o que

trouxe um resultado pouco satisfatório devido à quantidade de “erros” de leitura nos

textos digitalizados. Isto nos levou a adquirir um software especial que atendesse

aos objetivos do Centro, o ABBYY FINE READER14.

A compra desse software foi uma decisão importante, já que os alunos com NEE

passaram a preferir os textos digitalizados às fitas gravadas. Todas essas mudanças

e melhorias tecnológicas contribuíram para a adequação do CADV às

recomendações da Lei nº 9.131 (BRASIL, 1995).

Portanto, através do uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC)

concretizou-se uma nova etapa no trabalho oferecido aos usuários do CADV. Além

dos citados, outros fatores ampliaram a satisfação dos profissionais e dos alunos

atendidos pelo Centro, levando a uma prestação de serviços de melhor qualidade e

rapidez considerável em relação à situação anterior no processo de atendimento aos

universitários.

11

É um software leitor de telas com acesso fácil ao computador por pessoas cegas ou com visão subnormal; trabalha em ambiente Windows, é eficiente, sua velocidade pode ser ajustável conforme o nível de cada usuário e possui síntese de voz em vários idiomas, incluindo o português do Brasil.

12Trata-se de um software livre para edição digital de áudio; com ele é possível gravar e reproduzir sons, fazer edição simples, mixar faixas de áudio, efeitos digitais de som.

13LEI nº 9610/1998 – lei de direitos autorais – o artigo 46 desta lei autoriza a digitalização de materiais bibliográficos desde que para uso exclusivo de deficientes visuais: isso não constitui ofensa aos direitos autorais [...]. a reprodução [...] de obras literárias, artísticas ou científicas, para uso exclusivo de deficientes visuais, sempre que a reprodução, sem fins comerciais, seja mediante o sistema braille ou outro procedimento em qualquer suporte para esses destinatários.

14Software de OCR de nível profissional destinado a criar arquivos editáveis e acessíveis a partir de documentos escanceados, de textos em pdf e de imagens de câmeras digitais.

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36

Nos últimos cinco anos, portanto, ocorreram investimentos em recursos tecnológicos

e na ampliação do espaço físico. Sente-se, apesar disso, a necessidade de novos

investimentos especialmente em recursos humanos que são escassos e necessitam

de formação permanente para efetuar um trabalho multidisciplinar e continuamente

em mutação devido a demandas crescentes dos usuários e a uma adaptação às

inovações tecnológicas. Os alunos bolsistas passaram de dois para cinco, em

trabalho rotativo, podendo permanecer nesse setor por até dois anos, terminados os

quais é preciso começar a treinar uma nova equipe que desconhece as ferramentas

tecnológicas para tal atendimento. Isto requer da gerência o treinamento constante

dos bolsistas e usuários (alunos novatos desconhecem os softwares especiais,

porque a escola de origem muitas vezes não os iniciou no uso dessas ferramentas).

Há também a demanda de adaptação de material didático de outra natureza, o que

requer parcerias com profissionais de outras áreas para atender de maneira eficiente

aos alunos dos cursos de engenharia, música, matemática, medicina, fonoaudiologia

que exigem novas adequações por parte da universidade, uma exigência de

adaptação de material didático de tipo diferente do atual. Há uma premência de

organização e tratamento dos livros digitalizados e adaptados no sentido de otimizar

o tempo de serviço dos bolsistas e dos usuários (atualmente estão sendo atendidos

dezesseis alunos).

A direção da Unidade tem apoiado a participação em congressos, seminários,

encontros, etc. que tratam da inclusão no ensino superior e a publicação de uma

cartilha15 (divulgação das atividades do Centro junto aos professores e funcionários).

Além disso, promovemos e participamos de palestras e de oficinas sobre

audiodescrição, técnica essencial, em demanda crescente na academia, que

consiste na descrição de todas as informações visuais não contidas nos diálogos e

que auxiliam para comunicar algo sobre meio ambiente, efeitos especiais, etc. É

utilizada para as artes performativas (teatro, dança, ópera) e para os meios de

15

NUNES; FERNANDES, (Org). CADV: Centro de apoio ao deficiente visual: inclusão na UFMG, 2011.

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comunicação (televisão, cinema, museus) e eventos esportivos (MOTTA; ROMEU

FILHO 2010, p. 23).

Portanto, o processo de construção do conhecimento das pessoas com NEE é

acelerado e intensificado enormemente mediante o uso das TIC como ferramenta ou

ambiente de ensino-aprendizagem para ultrapassar as dificuldades enfrentadas no

desenvolvimento da aprendizagem (GALVÃO FILHO, 2009). Com elas pode-se

alcançar uma intervenção concreta que proporcione aos alunos com deficiência

visual maiores oportunidades de desenvolvimento de suas atividades intelectuais e

de sua afirmação enquanto indivíduos capazes de trabalhar e promover sua

autorrealização; e isto não só na esfera acadêmica como também no universo amplo

do trabalho, da cultura, da vida social com toda a gama de desafios, expectativas e

complexidades que lhe são próprios, considerando-se a necessidade de eles darem

a sua contribuição à sociedade.

Finalmente, é imprescindível o apoio institucional efetivo da Universidade às

atividades profissionais do CADV. Isso levará a uma mudança de concepção para

estimular práticas inclusivas nos espaços universitários, alterando a realidade

desses alunos e, sobretudo, abrindo novas possibilidades de inclusão da

comunidade externa nesse tipo de trabalho.

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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A presente pesquisa foi realizada junto a sete universidades federais brasileiras com

a finalidade de conhecer as ações estratégicas por elas desenvolvidas para atender

aos alunos com NEE, de acordo com a política de inclusão preconizada pelo MEC.

Esse trabalho tem como ponto de partida, a experiência da pesquisadora nas

atividades desenvolvidas há mais de duas décadas no CADV-UFMG. Por isso, a

pesquisa teve como objetivo geral foi desenvolver uma proposta de gestão social

para o CADV no sentido de efetuar as mudanças necessárias para a implantação

das políticas de inclusão na Universidade e analisar a gestão do Centro buscando

identificar as ações e parcerias que contribuem e as que dificultam as atividades do

trabalho.

O trabalho centrou-se, sobretudo, na abordagem qualitativa através de uma

pesquisa bibliográfica, documental e de campo. De acordo com Oliveira, essa

abordagem “tenta explicar a totalidade da realidade através do estudo da

complexidade dos problemas [...] educacionais [...]” (OLIVEIRA, 2007, p. 58). Iniciou-

se com uma pesquisa bibliográfica sobre as políticas públicas de educação inclusiva

no ensino superior. Buscou-se identificar, nesse contexto, quais foram as inciativas

de gestão efetivadas para o atendimento às questões dos alunos com NEE. E

também um estudo sobre a legislação nacional que trata dessa temática.

A pesquisa documental levou-nos a editais, decretos e documentos sobre o assunto

elaborados e disponibilizados no site do MEC, bem como a resoluções normativas

referentes à institucionalização dos núcleos nas universidades pesquisadas. Além

disso, apresenta estudos sobre a UFMG através de relatório de pesquisa e

monografia.

Para a pesquisa de campo, efetuou-se um estudo exploratório nos sites das IFES,

visando identificar ações que promovam atendimento às necessidades educacionais

especiais de alunos atendendo à solicitação do MEC, no que se refere à política

nacional de educação inclusiva (DUTRA, 2007).

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O cenário de estudo foi constituído pelas instituições UnB, UFOP, UFRJ, UFES,

UFPR, UFRGS e a UFMG (QUADRO 17, APÊNDICE E).

Os sujeitos da pesquisa foram os professores coordenadores dos núcleos ou

técnicos administrativos em educação responsáveis pela política de inclusão nas

universidades acima mencionadas, exceto a UFMG que não apresenta um núcleo

constituído na estrutura, mas apenas a Comissão Permanente de Apoio ao Portador

de Necessidades Especiais (CPAPNE), criada em 2002 (REIS, 2010).

Cabe esclarecer que, neste estudo, optou-se por não realizar a pesquisa com os

alunos com NEE. Apesar de considerar importante a participação dos estudantes, a

proposta foi investigar a criação e gestão dos serviços de núcleos de acessibilidade,

sua configuração organizacional, e em que medida ela atende às recomendações

legais das políticas públicas referentes à educação inclusiva. De acordo com o

Decreto nº 7.611/2011 que dispõe sobre o atendimento educacional especializado

no §2º do art. 5º VII estruturação de núcleos de acessibilidade nas instituições

federais de ensino superior visam eliminar barreiras físicas de comunicação e de

informação que restringem a participação e o desenvolvimento acadêmico e social

de estudantes com deficiência (BRASIL, 2013).

Na UFMG optou-se por pesquisar unicamente os professores que tiveram alunos

com deficiência visual e os próprios discentes, de graduação e de pós-graduação,

com o objetivo de analisar a gestão do Centro identificando as ações e parcerias que

contribuem e as que dificultam as atividades do CADV.

Considerando as dificuldades intrínsecas enfrentadas, ocorreram modificações no

projeto inicial, já que seriam identificados quinze núcleos de acessibilidade e

entrevistados cinco, nas instituições de ensino. Foi estabelecido contato com dez,

mas somente seis participaram da pesquisa. Igualmente, não houve a reunião com o

Grupo Focal envolvendo os alunos com DV, seus respectivos professores e gestores

com função acadêmica e administrativa na UFMG.

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O questionário e a entrevista semiestruturada foram os instrumentos de pesquisa

utilizados para coletar os dados referentes às práticas de gestão dos serviços de

apoio aos alunos com NEE nas instituições.

Optou-se pelo método comparativo para investigar “[...] fenômenos ou fatos, com

vistas a ressaltar as diferenças e similaridades entre eles”, pois sua utilização

possibilita “o estudo comparativo de grandes grupamentos sociais, separados pelo

espaço e pelo tempo”, diferentes culturas ou sistemas políticos e padrões de

comportamento (GIL, 1994, p. 35). Nesse caso, os dados levantados nas entrevistas

e questionários junto aos coordenadores das universidades permitiram comparar as

ações efetivadas para atender às determinações legais quanto à criação de núcleos

de acessibilidade que levam a assegurar o ingresso, a permanência e a conclusão

de curso de estudantes com NEE; e isso tanto na comparação entre as IFES

pesquisadas, quanto na comparação delas com a UFMG.

Após a aprovação na Plataforma Brasil, o projeto foi autorizado pelo Conselho de

Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) sob o n. 282.099 em 16 de maio de 2013.

A pesquisa foi realizada através de financiamento próprio já que todos os custos

com deslocamentos, diárias e as demais despesas correram por conta da própria

pesquisadora.

A seguir, serão apresentados os instrumentos de coleta de dados.

3.1 Pesquisa Bibliográfica

Essa etapa constituiu-se de um levantamento bibliográfico sobre políticas inclusivas

na educação brasileira, a inclusão de alunos com NEE no ensino superior, as

políticas públicas e o papel do Estado, bem como a gestão social e o processo de

inclusão nas universidades.

O suporte para a formação do referencial teórico e para a sustentação do estudo

teve como fontes livros, revistas científicas, dissertações, teses e monografia. Os

autores são Rocha e Miranda (2009), Rossetto (2009), Weber (2001), Souza (2009),

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Tenório (2008), a dissertação de mestrado de Reis (2010), intitulada Política da

Inclusão Escolar de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais no Ensino

Superior e as Universidades Federais Mineiras, e a monografia de Martins e Nunes

(2005) com o título O tratamento da informação como elemento fundamental para

uma proposta de institucionalização do Centro de Apoio aos Deficientes Visuais -

CADV-FAFICH-UFMG, contribuíram para essa etapa da pesquisa, pois as fontes

“pesquisadas já são reconhecidamente do domínio científico” (OLIVEIRA, 2007, p.

69).

A investigação da legislação sobre o contexto das políticas da educação inclusiva

perpassa toda a pesquisa, desde a primeira etapa apontando os movimentos sociais

na década de 1980 até os dias atuais, trazendo à tona documentos legais que

possam assegurar o acesso e a permanência de pessoas com deficiência na

educação e, em particular, no ensino superior.

3.2 Pesquisa documental

Os dados foram coletados em fontes secundárias por meio da pesquisa documental

tais como, editais, leis, decretos, relatório de pesquisa, e documentos elaborados e

disponibilizados no site do MEC.

É importante salientar que a legislação nacional foi norteadora deste estudo, com

ênfase no período 2000-2013 para tratar dos aspectos da inclusão dos alunos com

deficiência, desde o ingresso até a conclusão do curso superior. Reportou-se ao

Documento Orientador do MEC - Programa Incluir (BRASIL, 2013), no QUADRO 1,

p. 23.

De acordo com Gil (1994, p. 73), “[...] a pesquisa documental vale-se de materiais

que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser

reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa”, isto é, comparar as ações

internas de várias IFES quanto às políticas de educação inclusiva praticadas no

processo de criação e consolidação de núcleos de acessibilidade de acordo com as

determinações legais. Dessa forma, a resolução normativa que regulamenta os

núcleos nas instituições consultadas, foi informada através dos participantes da

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pesquisa na aplicação do questionário e confirmada na entrevista. O estudo buscou

identificar no organograma da instituição pesquisada a qual órgão o núcleo

está vinculado e conhecer a respectiva resolução interna. A pesquisa, neste caso,

é descritiva porque buscou “descobrir e observar fenômenos, procurando descrevê-

los, classificá-los e interpretá-los” (GIL, 1994, p. 67).

Na UFMG, a experiência das atividades desenvolvidas para os alunos com NEE, os

documentos consultados foram o relatório final apresentado ao Programa de Bolsas

para Graduação da Pró-Reitoria de Graduação, coordenado por Lima; Belo;

Domingues (2005), que trata de A Inclusão de Portadores de Necessidades

Educacionais Especiais na UFMG. Além disso, foram consultadas as Portarias de n.

074, de 17 de junho de 2010 e a Portaria n. 033, de 12 de abril de 2013, ambas

tratando instituir a Comissão Permanente de Apoio ao Portador de Necessidades

Especiais (UFMG, 2010, 2013).

3.3 Pesquisa de campo

A pesquisa iniciou-se através de um estudo exploratório nos sites das IFES para

verificar a existência de núcleos de acessibilidade, tanto os já consolidados como os

que estão em fase de implantação. Identificou-se a existência de núcleos nas

seguintes universidades: UFRJ, UFOP, UFSC, UFSCAR, UFJF, UFPE, UFPR, UnB,

Universidade Federal Santa Maria (UFSM), UFES, Universidade Federal dos Vales

do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), UFBA, Universidade Federal São João Del Rei

(UFSJ), Universidade Federal Fluminense (UFF), UFRGS.

Estabeleceu-se um contato inicial por e-mail somente com dez coordenadores,

confirmado em seguida por telefone, e foram apresentadas previamente as razões

da pesquisa, seus propósitos, os cuidados com o sigilo e algumas orientações

complementares. Logo em seguida, enviamos o questionário e na etapa seguinte as

entrevistas aos coordenadores das universidades selecionadas.

Na UFMG, foram aplicados questionários para alunos com DV e seus respectivos

professores.

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43

3.3.1 Questionário – Coordenadores das IFES

Para colher informações sobre o processo de inclusão das pessoas com NEE nas

universidades federais, o questionário apresentado no Apêndice A, constituído por

um conjunto de questões organizadas em itens, teve como objetivo identificar nas

instituições selecionadas se existe um núcleo de acessibilidade regulamentado

internamente e que ações foram desenvolvidas ou estão em desenvolvimento para

atender às determinações legais concernentes às políticas de inclusão.

A escolha do questionário como instrumento foi baseado nos pressupostos de Gil

(1994):

Pode-se definir questionário como a técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas, etc. (GIL, 1994, p. 124).

Neste estudo foram enviados questionários para dez coordenadores nas instituições

de ensino superior, mas somente seis participaram da pesquisa. De fato, não

obtivemos sucesso quanto ao número de questionários respondidos, já que apenas

dois coordenadores responderam à nossa solicitação, a UFRJ e a UFOP, um por e-

mail e outro por telefone. Diante das dificuldades encontradas não houve resposta

de e-mail; várias tentativas frustradas de falar com o coordenador por telefone não

surtiram efeito, apesar de se conseguir contatar com o departamento a que ele

estava adscrito; o professor saiu para um pós-doc e não indicou nenhum substituto

para responder à pesquisa, e também várias tentativas de localizar o núcleo e/ou o

responsável no site e, às vezes, por intermédio de indicação de outros integrantes

da instituição, ou seja, uma peregrinação pelos espaços acadêmicos. Depois disso,

resolvemos alterar a tática: em vez de reenviar o questionário e esperar a resposta

para em seguida ir a campo e realizar a entrevista, verificamos quais desses

coordenadores teriam disponibilidade para nos receber. Assim, foi possível aplicar o

questionário juntamente com a entrevista in loco nas seguintes universidades: UnB,

UFES e a UFRGS. A UFPR, através da coordenação respondeu o questionário e

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nos concedeu a entrevista através da internet usando a ferramenta SKYPE16, com

dia e horário previamente combinados. Portanto, foram seis questionários

respondidos. O questionário foi pretestado mediante aplicação pela pesquisadora, a

um professor. Diante disso, procedeu-se às correções sugeridas. Posteriormente, foi

enviado aos professores e, ao serem devolvidos, foram submetidos a uma análise

cuidadosa observando e catalogando as respostas seguidas da tabulação dos dados

em planilhas do software Excel para proceder com as avaliações.

Os questionários foram aplicados no período de junho a agosto de 2013.

3.3.2 Entrevista – coordenadores dos núcleos

De acordo com Oliveira, a entrevista “é um instrumento de pesquisa que permite a

interação entre pesquisador(a) e pesquisado(a) e a obtenção de descrições

detalhadas sobre o que se está pesquisando” (OLIVEIRA, 2007, p. 86).

É isto o que a entrevista semiestruturada (APÊNDICE B) pretendeu conhecer junto

aos coordenadores, professores/técnicos administrativos em educação, nas

universidades selecionadas de forma mais detalhada, isto é, como as ações de

gestão, que envolvem planejamento e organização, estão estruturadas nessas

instituições. Além disso, buscou-se identificar como foram desenvolvidos os serviços

para a promoção da acessibilidade arquitetônica, nas comunicações, nos materiais

didáticos e pedagógicos.

Inicialmente, estabeleceram-se as apresentações formais e, logo em seguida, a

pesquisadora apresentou aos participantes da pesquisa os objetivos, solicitou a

assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e o

consentimento para gravar a entrevista (ANEXO C e D).

16

Skype é um software gratuito que possibilita a comunicação através da internet de forma rápida e prática. Para isso ele usa conexões de voz sobre IP (VOIP) que devem ser feitas entre duas pessoas que possuem esse programa. As “ligações” podem ser feitas a qualquer momento sendo que são exibidas caixas de vídeo e as pessoas podem se ver enquanto conversam. Disponível em: <http://www.essaseoutras.xpg.com.br/skype-baixaki-baixar-gratis-instalar-fazer-ligacoes-e-ver-contatos/>. Acesso em: 05 nov. 2013.

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45

Após a obtenção dos dados referentes à estrutura organizacional dos núcleos de

acessibilidade na instituição e o esclarecimento de dúvidas a respeito de dados

coletados no questionário passou-se às perguntas.

As entrevistas foram realizadas nas dependências das próprias universidades, em

Brasília, Vitória e Porto Alegre. Foram utilizados os espaços dos próprios núcleos.

Isto permitiu que a pesquisadora conhecesse a infraestrutura física dos mesmos,

exceto numa entrevista que ocorreu via Skype (vide nota 17). Portanto, foram

realizadas quatro entrevistas. As conversas com os entrevistados duraram de trinta

a setenta e oito minutos e ocorreram de junho a agosto de 2013 e foram gravadas

com o consentimento prévio dos participantes sendo transcritas posteriormente.

3.3.3 Questionário – Docentes da UFMG

O questionário aplicado junto aos professores do cadastro do CADV na UFMG

(APÊNDICE C) teve o objetivo de conhecer e avaliar quais foram as ações de

políticas públicas da educação inclusiva implementadas nesta Instituição como

requisitos básicos das determinações legais da política de inclusão para os alunos

com NEE, em particular, os deficientes visuais (cegos e/ou com baixa visão), no

ensino superior.

Alguns critérios de inclusão foram observados para participação na pesquisa:

professores cadastrados no Centro com alunos DV, a receptividade demonstrada, o

grau de dificuldade de operacionalização da atividade a partir das referências

bibliográficas indicadas pelo docente e a localização do CADV no espaço físico para

favorecer a adaptação do material. Entre oitenta e nove (89) professores que tiveram

alunos com deficiência visual no período de 2011 a 2013 foram excluídos os

professores que não se manifestaram receptivos, os que gozavam férias, licença

para capacitação e por motivo de saúde e os aposentados, ou seja, cinquenta e

cinco (55) professores em exercício. Para o pré-teste foi convidado um professor

que avaliou e respondeu o questionário sugerindo algumas modificações,

posteriormente acatadas.

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46

Os questionários foram entregues a alguns professores pela pesquisadora, que

contratou uma pessoa para aplicá-los de acordo com a orientação de Oliveira “para

evitar que haja constrangimento por parte da pessoa que vai responder um

questionário ou impedir a interferência do(a) pesquisador(a), é recomendável

solicitar a colaboração de uma pessoas neutra [...] (OLIVEIRA, 2007, p. 83-4).

A distribuição dos questionários pessoalmente buscava sensibilizar os professores a

participarem da pesquisa e obter as respostas em tempo mais rápido. Mas dada a

dificuldade em encontrar os professores nos gabinetes, foi preciso mudar de

estratégia, sendo então os questionários distribuídos nos escaninhos, nas salas de

reunião dos professores, na secretaria do departamento do professor ou enviados

por e-mail.

Da amostra prevista foram respondidos 32% dos questionários, que foram, então,

tratados e tabulados. Os questionários foram aplicados no período de julho a

setembro de 2013.

3.3.4 Questionário – Discentes da UFMG

Na educação superior o atendimento aos alunos com NEE se efetiva por meio de

ações que promovem o acesso, a permanência e a participação dos alunos. Essas

ações estão relacionadas com a gestão, ou seja, o planejamento e a organização de

recursos e de serviços. Para isso, a legislação nacional orienta que as instituições

devem oferecer núcleos de acessibilidade que visam eliminar barreiras físicas,

arquitetônicas, de comunicação e informação, de materiais didáticos e pedagógicos

que limitam a participação e o desenvolvimento social e acadêmico desses

estudantes.

Nesta pesquisa, o questionário aplicado aos alunos com NEE matriculados na

UFMG (APÊNDICE D) teve o objetivo de conhecer e avaliar a temática das políticas

públicas de inclusão desenvolvida nesta instituição de ensino, de acordo com as

recomendações legais. O critério de inclusão é ser aluno cego ou com baixa visão

usuário cadastrado no CADV. Participaram da pesquisa quinze (15) alunos. O

critério de exclusão foi o de alunos com deficiência visual não cadastrados no

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47

CADV. Este cadastro foi criado pelo CADV, pois a realidade de alunos com NEE na

instituição é desconhecida. O Departamento de Registro e Controle Acadêmico

(DRCA) ainda não trabalha com esses dados.

Para a aplicação do pré-teste foi convidado um técnico administrativo em educação

que é deficiente visual e conhece as atividades do CADV; ele gentilmente se

disponibilizou a avaliar o questionário e sugeriu alterações, que foram levadas em

consideração e aceitas. Logo em seguida, a pesquisadora fez o convite aos alunos

por e-mail ou por telefone (devido à dificuldade destes em acessar a internet) para

participarem da pesquisa, explicitando a importância da pesquisa e sobre a não

identificação dos respondentes. Feito esse contato inicial, a pesquisadora também

contratou uma pessoa para aplicar os questionários para aqueles que desejaram

fazê-lo pessoalmente, seguindo as recomendações de Oliveira (2007) para que não

houvesse constrangimento da pessoa entrevistada e ou a interferência da

pesquisadora nas respostas.

Todos os questionários da amostra prevista foram aplicados e respondidos em

setembro de 2013; a maioria dos alunos respondeu pessoalmente, alguns por e-mail

e um por telefone. Os dados em seguida, foram tratados e tabulados.

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48

4 ANÁLISE DE RESULTADOS

Em relação à análise dos dados coletados através dos questionários e das

entrevistas no estudo exploratório, partiu-se de dados quantitativos, que conduziram

finalmente a uma abordagem qualitativa. A abordagem dos dados coletados efetuou-

se mediante a análise de conteúdo. Berelson (1952, p.13 apud GIL, 1994, p. 63),

fala dessa análise como, “[...] uma técnica de investigação que, através de uma

descrição objetiva, sistemática e quantitativa do conteúdo manifesto das

comunicações, tem por finalidade a interpretação destas mesmas comunicações.”

Essa análise contempla as etapas de ordenação ou pré-análise, classificação,

tabulação e de análise final dos dados (BARDIN, 1979). A ordenação dos dados foi

feita em etapas, à medida que eles foram sendo coletados e organizados nos dois

instrumentos de pesquisa. Por sua vez, a classificação foi realizada mediante a

escolha das categorias: políticas públicas de inclusão na educação, gestão social

(participação) e a legislação. Para tanto, foram utilizados procedimentos estatísticos

de tabulação dos dados que proporcionaram a construção de quadros, tabelas,

gráficos para sintetizar, comparar e pôr em relevo as informações recolhidas. À

medida que elas foram confrontadas com informações pré-existentes, chegou-se a

generalizações, ou seja, passou-se de dados quantitativos para conclusões e

conceitos referentes à realidade estudada.

4.1 Questionário - coordenadores das IFES

Os dados coletados nos questionários, aos quais se acrescentaram informações

provenientes das entrevistas, dão uma visão geral sobre a situação dos serviços de

apoio aos alunos com NEE das instituições pesquisadas, a saber: nome do núcleo,

número da resolução que instituiu o núcleo, ano e vinculação ao órgão da instituição,

(ou seja, na estrutura organizacional da instituição onde o núcleo se localiza), a

composição da equipe de atuação e a sua formação por área de conhecimento.

Esses dados e informações demonstram que essas instituições seguem a legislação

quanto à política de educação inclusiva preconizada pelo MEC, exceto uma delas

que não tem o núcleo instituído e sim uma comissão, como podemos verificar no

QUADRO 2.

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QUADRO 2 - Identificação dos Núcleos, seus representantes e resolução interna

IFES Nome do Núcleo

N º da Resolução, ano e vinculação ao

órgão

Composição do Núcleo

Equipe de atuação Formação / Área

UFOP NEI - Núcleo de Educação Inclusiva

CEPE Nº 2.737/ 2005 Pró-Reitoria de Graduação

Técnico Assuntos Educacionais (Coord.), técnico administrativo em Educação, e estudantes.

Pedagogos

UFRJ NIA - Núcleo Interdisciplinar de Acessibilidade

Tem, mas não soube informar, 2007 Divisão de Inclusão, Acessibilidade e Assuntos Comunitários-DINAAC SUPEREST – no Gabinete do Reitor

Professor (Coord.) Mais três servidores. Tradutor-Intérprete de LIBRAS

...

UnB PPNE - Programa de Apoio às Pessoas com Necessidades Especiais

CEPE Nº 048/ 2003- Vice-Reitoria

Técnicos assuntos educacionais, coordenador, vice-coordenador, e estudantes.

Serviço social e psicologia, engenharia, pedagogia, mecânica, biologia e linguística.

UFES NAUFES - Núcleo de Acessibilidade da UFES

Nº 31/2011- Conselho Universitário, em 2013 - Portaria 1.464/2013- Conselho Técnico Pró-Reitorias de Graduação, Pós e Pesquisa.

Professores (coord.), Técnico Administrativo em Educação, e estudantes.

Serviço social, engenharias de segurança e elétrica, ciências da saúde, educação e ciências sociais, especialista área da surdez.

UFPR NAPNE - Núcleo de Apoio ás Pessoas com Necessidades Especiais

Resolução 3.704/ 6008 Conselho Universitário 2004 Pró-Reitoria de Pós-graduação -PROGRAD- CEPIGRAD- NAPNE; NUEI e NEAB.

Professores (Coord.), Técnico Administrativo em Educação e estudantes.

Psicólogos, assistentes sociais, pedagogos, sociólogo. Colaboradores: linguista, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, informática e médico.

UFRGS Programa Incluir

2006 - Programa Incluir Coord. 2008 - Núcleo de Apoio DV foi readequado 2013 - Solicitação de uma Resolução para a implementação do Núcleo.

Professores (Coord.), Técnico em Assuntos Educacionais e estudantes.

Formação em educação especial, desenho industrial e pedagogia, química e psicologia. Colaboradores: PROPLAN, Superintendência e Infraestrutura, Prefeitura, Patrimônio Histórico.

UFMG OBS: Sem núcleo instituído criou a CPAPNE

2002- Portaria Nº 074/2010 e Portaria Nº 033/ 2013- Reitoria.

Professor (Coord.), Técnico Administrativo em Educação e estudante.

Assistente Social bibliotecário, dentista, engenharia, música e comunicação social.

Fonte: Dados obtidos das respostas do questionário e entrevista aos coordenadores das IFES.

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50

Pretendeu-se também, buscar os dados sobre a composição do núcleo e quem seria

o responsável (professor e/ou técnico), se existe projeto ou plano de apoio didático-

pedagógico nas instituições, se há alunos matriculados com deficiência visual,

auditiva17 e neuro-motora18, se há apoio didático pedagógico com as especificidades

de demandas para auxiliar o aluno na permanência e conclusão do curso e no caso

do atendimento educacional especial para alunos com deficiência visual buscou-se

detalhar mais sobre esses serviços e adaptações arquitetônicas. Podemos observar

isso no QUADRO 3.

QUADRO 3 - Configuração das IFES quanto ao apoio e estrutura de atendimento

Estrutura organizacional UFOP UFRJ UnB UFES UFPR UFRGS UFMG

Núcleo x x x x x x

Regulamentação interna x x x x x

Coordenador x x x x x x

Apoio didático-pedagógico específico x x x x x x

Aluno com Deficiência Visual x x x x x x x

Aluno com Deficiência Auditiva x x x x x x

Aluno com Deficiência Neuro-motora x x x x x x

Apoio didático-pedagógico DV x x x x x x x

Material escaneado x

x x x x x

Material em Braille x

x x x x x

Material gravado x x x x

x x

Material de impressão ampliada x

x x

x x

Outros materiais x x

Apoio sala aula com Intérprete de Libras x x

x x x

Adaptações físicas x x

x x

Fonte: Dados da pesquisa.

No QUADRO 3, o resultado da pesquisa apontou que nas universidades

pesquisadas os núcleos de acessibilidade oferecem serviços e recursos de

17

Considera-se surdo o indivíduo cuja audição não é funcional na vida comum e, parcialmente surdo, aquele cuja audição, ainda que deficiente, é funcional com ou sem prótese auditiva. A competência auditiva é classificada como: normal, perda leve, moderada, severa e profunda. A surdez severa e profunda impedem que o aluno adquira, naturalmente, a linguagem oral (BRASIL, 2006, p. 68). Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/alunossurdos.pdf>. Acesso em: 13 nov. 2013.

18Deficiência física “se refere ao comprometimento do aparelho locomotor que compreende o Sistema Osteoarticular, o Muscular e o Nervoso” (BRASIL. 2006. p. 28). Disponível em:

<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_df.pdf>. Acesso em: 13 nov. 2013.

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tecnologia assistiva dentro das especificidades de acordo com a demanda dos

alunos e contam também com as parcerias para a execução dessas atividades. Em

seis delas a coordenação é exercida por um professor e/ou técnico. A composição

da equipe do núcleo é de natureza multidisciplinar, professores, técnicos e

estudantes de várias áreas do conhecimento. Enquanto, que em uma delas a

composição da comissão é também de natureza multidisciplinar.

Constatou-se que em seis delas há alunos matriculados com deficiência auditiva,

neuro-motora e visual há registro nas sete IFES. A UFMG ainda não tem esses

dados trabalhados. Os alunos com DV participantes da pesquisa é um cadastro do

CADV, portanto não traduz a realidade de alunos com deficiência matriculados na

Instituição.

Para a execução das atividades específicas os núcleos contam com programas,

planos e parcerias discriminadas no QUADRO 4. Para dar apoio aos alunos com

necessidades educacionais especiais, no caso de deficiência auditiva, a UnB e a

UFMG não oferecem intérpretes de libras em sala de aula. Para os alunos com

deficiência neuro-motora as adaptações arquitetônicas estão acontecendo em

quatro delas; UFOP, UFES e a UFMG, ainda não avançaram nestes quesitos.

Para alunos com deficiência visual, cegos e/ou com baixa visão, a pesquisa buscou

conhecer mais detalhes, a saber: estudantes com cegueira necessitam de

adaptações tipo transcrição em braille, textos escaneados ou digitalizados, ofertadas

por seis universidades, e somente a UFRJ não oferece. Quanto ao material gravado,

das seis apenas a UFPR não utiliza. Os alunos com baixa visão utilizam impressão

ampliada das sete instituições apenas a UFRJ e a UFPR não utilizam. Outro tipo de

adaptação apareceu nas respostas, a UFOP, além do texto digitalizado, faz a

descrição das figuras nele contidas. A UFRJ oferece equipamento para ajudar no

curso, notebook e o material é produzido pelo bolsista que acompanha o aluno.

Para atender aos alunos com necessidades educacionais especiais, os núcleos

devem oferecer serviços de apoio, por isso, o Quadro a seguir tratará dos planos,

projetos e parcerias.

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QUADRO 4 – Apoio didático-pedagógico específico para auxiliar os alunos

IFES PLANO / PROJETO/PROGRAMA/PARCERIAS

UFOP Plano de Desenvolvimento Individual – PDI.

UFRJ Seção de Acessibilidade; Tradutor-Intérprete de LIBRAS; Centro de Apoio Educacional ao Cego - CAEC do Núcleo de Computação Eletrônica.

UnB Laboratório Deficiente Visual, Programa de tutoria e acompanhamento.

UFES Intérpretes, Impressora Braille e Monitores para acompanhamento – Parceria com o Centro Tecnológico.

UFPR NAPNE, vários programas internos, 2 projetos e parcerias Secr. Mun. e Estad. Educ.

UFRGS Programa Incluir - serviços e recursos - Bolsas PRAE; Apoio técnico-financeiro PROPLAN e PROGRAD; SINFRA; Prefeitura Universitária e Patrimônio Histórico.

UFMG* Museu Ciência Morfológica; Diálogos de Inclusão; Núcleo de Libras; ADAPTSE; PARAMEC; Projeto Incluir; Projeto Terapia Ocup.; GEINE; Núcleo Comum. Acess.CADV

Fonte: Dados da pesquisa. Nota*: Informações obtidas de LIMA; BELO; DOMINGUES (2005); X Ciclo de debates, Oficina sobre

Educação Inclusiva, maio de 2013, UFMG; e CEDECOM – Núcleo Comunicação e Acessibilidade no endereço eletrônico. Disponível em: <https://www.ufmg.br/online/expediente/arquivos/023192.shtml>. Acesso em: 15 jan. 2014.

E, para finalizar o questionário, a questão aberta indaga sobre o aperfeiçoamento

dos projetos em desenvolvimento. As sugestões dos coordenadores dos núcleos

encontram-se no QUADRO 5.

QUADRO 5 – Projeto de inclusão nas universidades - questões a melhorar

UFOP Formação mais detalhada para os professores e específica para os profissionais; acessibilidade física.

UFRJ “As indicações sobre como aluno deve proceder e a quem procurar não são divulgadas”. Os recursos financeiros para o apoio são muito escassos.

UnB Promover maior atenção aos estudantes surdos com a contratação de intérpretes.

UFES Adaptações de espaços; reformas mais significativas e pequenas, rampas, elevadores.

UFPR Sempre melhorar altas habilidades e superdotação; formação continuada de professores; barreiras atitudinais; formação na universidade (comunidade), bibliotecas, hospital universitário.

UFRGS Mais investimentos em recursos e acessibilidade, em sinalização tátil ampliada, em braille nos espaços internos; em reformas arquitetônicas; em formação de pessoal e informação para o acesso universal.

UFMG Melhorias nas condições de acessibilidade arquitetônica e de comunicação e informação.

Fonte: Dados da pesquisa.

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4.2 Resultados da Entrevista

Nessa etapa da pesquisa foram entrevistados os quatro coordenadores de núcleos

de acessibilidade das universidades. As primeiras interlocuções trataram da

infraestrutura do núcleo de acessibilidade. Os dados são apresentados, QUADRO 6.

QUADRO 6 – Estrutura organizacional dos núcleos

(Continua)

Estrutura UnB UFES UFPR UFRGS UFMG

Desde quando?

1999 2011 2004 2006 2002-

CPAPNE*

Quantas pessoas integram a equipe?

10 14 16 21 8

Quais os objetivos gerais do núcleo/setor?

Assegurar a igualdade de condições para as pessoas com NEE eliminando barreiras.

Potencializar ações que existem na instituição; pensar a acessibilidade de forma global.

Implementar políticas inclusivas desde o ingresso até a conclusão; acompanhar e oferecer apoio didático e pedagógico ao aluno e ao professor.

Criar condições de acessibilidade para alunos e servidores com deficiência.

A comissão realiza ações pontuais diante da demanda dos alunos.

Como o aluno com NEE é identificado na matrícula?

Aprovado, faz-se o contato e o convite para participar do programa; também através do departamento.

Através da Prograd o aluno preenche formulário descreve o tipo de deficiência. Esses dados entra no sistema de informação, que ainda serão trabalhados.

Núcleo organiza bancas especiais para o vestibular; o aluno apresenta o laudo. Núcleo verifica esse laudo e acompanha o aluno na matrícula.

Após a divulgação dos aprovados no vestibular, Núcleo faz contato com a COPERSE, identifica os alunos e faz contato com eles.

Na UFMG, para o DRCA esses dados ainda tratados e divulgados.

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QUADRO 6 – Estrutura organizacional dos núcleos

(Conclusão)

Estrutura UnB UFES UFPR UFRGS UFMG

Como são levantadas as demandas de necessidades e apoios desses alunos?

O aluno é convidado a participar do programa; tem atendimento individualizado e compartilhado; ele diz de suas necessidades.

Aluno apresenta um laudo médico e é convidado para entrevista individual.

Faz-se o acolhimento; o aluno é quem vai dizer suas necessidades.

Analisa cada demanda aluno e servidor. Na pós-graduação é o aluno que procura o Núcleo.

Para o aluno com DV que chega ao CADV apresenta sua matrícula e é feito um cadastro, entrevista em que ele aponta quais são suas necessidades acadêmicas.

Quais são os procedimentos adotados para encaminhar o aluno aos serviços especiais?

Núcleo vai em conjunto com o aluno e o departamento ao qual ele está vinculado, buscar melhor estratégia para o seu aprendizado.

Não encaminhamos ainda. Conhecendo os serviços na universidade. Núcleo em estruturação.

Há divulgação do trabalho, a equipe participa da matrícula e encaminha para os serviços.

Após conhecer a necessidade do aluno, o servidor encaminha para o bolsista; quais recursos e serviços para cada caso; trabalho em rede facilita muito para atender as demandas.

No CADV há o acolhimento para o aluno com DV e também a preparação dos materiais didáticos.

Fonte: Dados da pesquisa. * Nota: Os dados apresentados neste Quadro sobre a UFMG foram retirados da entrevista concedida,

pelo Presidente da CPAPNE, à pesquisadora Nivânia Reis (2010). Desde então, a realidade

não mudou substancialmente, pois ainda não há um núcleo de acessibilidade instituído.

As universidades apresentaram programas e serviços específicos para atender a

demanda dos alunos através de laboratório (material adaptado), tutoria especial e

projetos consolidados para alunos surdos, ambos com supervisão de especialistas,

como pode ser observado no Quadro a seguir.

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QUADRO 7 – Apoio didático-pedagógico para auxiliar na permanência do aluno

IFES Existe algum tipo de apoio didático-pedagógico específico oferecido pela

Universidade para auxiliar na permanência do aluno com NEE nos cursos?

UnB LDV; Programa Pós-graduação Linguística; Programa tutor especial.

UFES O núcleo está em fase de implantação.

UFPR Surdez: intérprete LIBRAS supervisão especialista; visual: material didático adaptado.

UFRGS Tradutor, intérprete LIBRAS; serviço guia vidente; visual: material didático adaptado; acompanhamento extraclasse e em sala de aula.

UFMG Adaptação de material didático pedagógico para alunos com DV.

Fonte: Dados da pesquisa.

O atendimento aos alunos com NEE demonstrou a diversidade e a complexidade

dos serviços oferecidos. Para isso, os setores envolvidos formam uma rede de

colaboradores. Ver no próximo Quadro.

QUADRO 8 – Setores administrativos e acadêmicos envolvidos no programa

IFES Setores

UnB Faculdade Educação com o LDV; Biblioteca Central com a Biblioteca Digital Sonora.

UFES Divisão de assistência estudantil, Dpt. de atenção à saúde, centro tecnológico, Dpt. de pedagogia do centro educ., fonoaudiologia e fisioterapia, Centro Ciências da Saúde sociologia, Pró-Reitorias Graduação, Pós e Gestão de Pessoas.

UFPR Pró-Reitoria Administrativa, Pró-Reitoria Assuntos Estudantis, Núcleo de Concursos, bibliotecas; DCE.

UFRGS Pró-Reitoria Planejamento e Pós-Grad.; Bibliotecas com bolsistas, Instituto Psicologia; Núcleo cultura, inclusão e acessibilidade, Núcleo de Informação Educação Especial e Grupo Interinstitucional de Pesquisa em Educação de Surdos.

UFMG CADV; Biblioteca da FAFICH; Sistema de Biblioteca.

Fonte: Dados da pesquisa.

Os professores têm conhecimento das políticas públicas de educação inclusiva nas

universidades, pois há atividades desenvolvidas para isso. Enquanto que em uma

delas as ações para desenvolvê-las e divulgá-las ainda são tímidas. As respostas

estão apontadas nos QUADROS 9 e 10.

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QUADRO 9 – Políticas públicas de educação inclusiva vistas pelos docentes

IFES Os docentes têm conhecimento da política de inclusão de alunos com NEE?

UnB Há informação e divulgação do PPNE na comunidade acadêmica.

UFES Dificuldades dos alunos – docentes buscam o núcleo para solucionar.

UFPR Divulgação de eventos – no site da universidade, publica textos, manda convites.

UFRGS Os professores têm conhecimento; formação dos prof. e TAE inclui a temática.

UFMG A política de inclusão ainda é muito tímida na Instituição.

Fonte: Dados da pesquisa.

QUADRO 10 – Atividades do núcleo de acessibilidade sobre a política de inclusão

IFES Atividades desenvolvidas

UnB Não só conscientizar os professores, mas também assegurar direitos.

UFES Fará um evento tecno-científico.

UFPR Promove cursos de formação; Prograd financiou publicação da coleção do caderno didático pedagógico, feito pelos professores da área. Distribuiu internamente para todos os professores da universidade.

UFRGS Organizando evento com as chefias; seminários; palestras e variadas atividades.

UFMG Ciclo de debates promovido pelo GEINE.

Fonte: Dados da pesquisa.

As dificuldades na relação ensino/aprendizagem estão mapeadas e as soluções

possíveis tratadas pontualmente. As ações para aprimorar a política de inclusão

exigem estratégias. Assim, os QUADROS 11 e 12 pontuaram essas ações.

QUADRO 11 – Professores apontam dificuldades na relação ensino / aprendizagem alunos NEE

IFES Quais são os procedimentos adotados pelo núcleo/setor para solucioná-las?

UnB Sim, têm dúvidas de como aluno será incluído. PPNE assessora alunos, prof., TAE.

UFES Não. Identificada à necessidade do aluno, buscou-se monitoria para acompanhá-lo.

UFPR Sim, dificuldades aparecem. Questões pontuais são resolvidas, reunião da coordenação de curso com o professor e o aluno para encontrar a solução.

UFRGS Sim, muitas vezes há estranhamento; orientações pontuais para o docente explicando as condições do aluno e a necessidade de o professor enviar o material previamente para ser preparado.

UFMG Como atender ao aluno com DV nas aulas de laboratórios, de fonética, de literatura (assistir filmes), de música (partituras). São relatos de prof. apresentados ao CADV.

Fonte: Dados da pesquisa.

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QUADRO 12 - Aprimorar o atendimento para os estudantes

IFES Estratégias para a excelência

UnB Pautar na garantia e consolidação do direito.

UFES Reconhecimento do trabalho da universidade - projeto de pesquisa e extensão, fazer diagnóstico e os eventos tecno-científicos.

UFPR Importante ouvir aluno, saber trajetória escolar como foi seu aprendizado, dificuldades que ele enfrentou, de que forma superou?

UFRGS Formação do sujeito para acessibilidade. Diminuir barreiras atitudinais.

UFMG Implementar e divulgar a política de inclusão na Instituição.

Fonte: Dados da pesquisa.

Os Quadros 13, 14 e 15 trataram especialmente dos serviços de apoio aos alunos

com deficiência visual, auditiva, física e neuro-motora desenvolvidos nas IFES.

QUADRO 13 – Políticas de inclusão para alunos com deficiência visual

IFES Serviços de apoio didático-pedagógico adaptado; resultados; áreas dos

profissionais envolvidos.

UnB Fac. Educ. Núcleo Educ. Especial, e a Biblioteca Digital e Sonora. Resultados apontam que com a institucionalização do programa os alunos com deficiência passaram a ter o tempo de permanência, o rendimento acadêmico e concluir seu curso como seus colegas. As áreas envolvidas no projeto são: serviço social, psicologia, engenharia, pedagogia, mecânica, biologia.

UFES Tradução de livros em braille, participar do banco nacional de livros em braille, há também monitores e impressora em braille. Há estudante de doutorando na educação e na graduação em agronomia.

UFPR Informações para o vestibular acessível, dispõe de um laboratório de acessibilidade, máquina braille e ampliação, texto em formato .txt

19. Resultados eles se formam no

tempo correto do curso, raramente um aluno evade. Há alunos no mestrado, O núcleo orientou sobre a participação no programa ciência sem fronteiras.

UFRGS Material ampliado, em braille, serviço guia vidente, leitor transcritor, estudos extraclasse, acompanhamento sala de aula; software ampliadores de tela, programas específicos conversão partituras área de música (Finale

20 e musibraile

21);

área de física e matemática (mattap (Sic), matdesign).

UFMG Adaptação de material em braille, gravado, impressão ampliada e em braille, lupa eletrônica, softwares ledores de tela, digitalização dos textos.

Fonte: Dados da pesquisa.

19

Texto em formato .txt é uma extensão para arquivo de texto simples e sem formatação usado em informática facilmente legível em qualquer programa.

20Finale - software de notação musical para cegos.

21Musibraille - projeto de aprendizado musical para pessoas com deficiência visual.

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58

QUADRO 14 – Políticas de inclusão para alunos com deficiência auditiva

IFES Apoio a alunos surdos ou com deficiência auditiva

UnB Tem carência de interpretes de LIBRAS - programa tutorial especial.

UFES Há intérpretes de LIBRAS em sala de aula já cinco anos.

UFPR Há intérprete de LIBRAS e acompanhamento de uma especialista da área para acompanhar o trabalho dos intérpretes.

UFRGS Intérpretes sala de aula; estudos extraclasse; há produção de vídeos em LIBRAS, eventos em geral interpretes presentes: aula inaugural, seminário, museu, atividades de extensão.

UFMG Os dados sobre alunos com NEE não são tratados pelo DRCA.

Fonte: Dados da pesquisa.

QUADRO 15 – Políticas de inclusão - alunos com deficiência física e neuro-motora

IFES Existem adaptações físicas para garantir a acessibilidade aos alunos com

limitações locomotoras?

UnB Movimento surgiu pela adaptação, pela inclusão e vai precisar de recursos financeiros para transformar os espaços e construção.

UFES Já acontecem as reformas para adaptar os espaços físicos.

UFPR Núcleo monitora acompanha e solicita a PRA adaptações de rampa, cadeira, mesa.

UFRGS Existem adaptações e uma comissão de acessibilidade para efetivar as intervenções.

UFMG Os dados sobre alunos com NEE não são tratados pelo DRCA.

Fonte: Dados da pesquisa.

QUADRO 16 – Política institucional de inclusão e ações implantadas

IFES Outros comentários

UnB Política de inclusão dever ser pensada como política da universidade e não de um setor; consolidar a política como um direito do aluno.

UFES Núcleo está recém-iniciado com reuniões quinzenais, com representação da comunidade acadêmica, professores, técnico e estudantes, chama-se conselho técnico. O importante é que há planejamento nas ações.

UFPR Vaga suplementar - para cada curso há vaga suplementar.

UFRGS Pensar na acessibilidade dos cursos modalidade à distância; Oferecer curso de formação, de especialização com a temática da inclusão; Acessibilidade Cultural.

UFMG Não uma política de educação inclusiva implementada na Instituição, há ações e projetos esparsos.

Fonte: Dados da pesquisa.

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59

4.3 Análise dos resultados - questionário e entrevista aos coordenadores

Constatou-se que nas universidades federais pesquisadas há núcleos de

acessibilidade instituídos, em cinco (5) delas consolidados, na UFES em fase de

implantação e na UFMG ainda não há núcleo de acessibilidade instituído. Apenas a

UFRGS, ainda não tem portaria normativa, apesar do núcleo já ter uma política de

inclusão implementada desde 2006; como diz a coordenadora, “fizemos

recentemente a solicitação para o reitor, de uma portaria, mas isso em função de

nós termos uma equipe e não apenas uma coordenação” e explica ainda “o

programa Incluir funciona como se fosse o núcleo [...] Nós só não temos

formalmente este nome, mas nós funcionamos como um setor, como um núcleo de

acessibilidade.” Quanto à composição dos núcleos, a maioria deles tem uma equipe

multidisciplinar com um professor e /ou técnico administrativo com função de

coordenador e estudantes (QUADRO 2).

Verificou-se que a participação dos estudantes é muito significativa, pois

complementa a sua formação e contribui para a execução das tarefas (de bolsistas e

estagiários), como afirma uma das coordenadoras:

Os discentes bolsistas [...] são os ledores em áreas específicas, física, química, matemática, com fluência em inglês, para atender às questões no doutorado, duas brailistas, que fazem os materiais em braille diariamente e os bolsistas braille que atendem as outras questões, que são acompanhamento… serviço de guia vidente, materiais ampliados. (Informação extraída da entrevista).

Os dados apresentados a partir dos questionários e complementados pelas

entrevistas revelam mais detalhes do processo de criação dos núcleos de

acessibilidade, mostram que nas universidades a atenção aos alunos com

necessidades educacionais especiais ocorreu de forma mais sistemática a partir do

Programa Incluir em parceria com a Secretaria de Educação Superior (SESu) e a

Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão

(SECADI), houve investimentos em projetos entre os períodos de 2005 a 2011, por

meio de Chamadas Públicas, em que as universidades apresentavam projetos de

criação dos núcleos, os quais respondem pela organização de ações institucionais

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60

para garantir a eliminação de barreira arquitetônica, atitudinais, pedagógicas e de

comunicação. Podemos verificar nos dados do QUADRO 1.

Diante do exposto podemos entender que o Programa Incluir é a presença do

Estado como provedor da política de inclusão nas instituições de ensino superior,

como consta nos editais de 2005, 2006 e de 2007 a 201122. Já em 2012 e 2013, o

MEC continua apoiando os projetos, mas com aporte de recursos financeiros

diretamente previsto na matriz orçamentária das Instituições (BRASIL, 2013).

O Estado se mantém e se reproduz através das instituições, nesse caso a

universidade, garantindo acesso à educação e conhecimento formal para a sua

manutenção e desenvolvimento, produz e difunde o conhecimento científico, para

satisfazer os interesses desse Estado. Para que a Universidade cumpra as

determinações das políticas públicas de inclusão o Estado impõe a autoridade

através da legislação. Dessa forma, observamos que, para Weber (2001), existem

dois elementos essenciais que constituem o Estado: a autoridade e a legitimidade.

“O caráter racional apontado por Weber se consubstanciava na escolha dos meios

mais adequados e eficientes para a realização dos fins visados” (SOUZA, 2009, p.

39). Se o Estado usa desse “estado racional” ou “dessa racionalização” através das

leis ou regulamentações administrativas normatizando a educação inclusiva nas

IFES como aponta a autora Rossetto, “A existência de serviços de apoio institucional

está relacionada à definição de uma política interna de atendimento da

Universidade, normalmente instituída por meio de seus conselhos e regulamentada

por resoluções” (ROSSETTO, 2009, p.109). Neste sentido, a pesquisa comprovou

que quase todas as universidades selecionadas têm tomado medidas efetivas a

esse respeito.

Entendemos que uma política de inclusão envolve planejamento, organização e

execução comprometida com práticas educacionais que respondem por eliminar

barreiras numa visão mais ampla de atendimento ao aluno com NEE. Para

assegurar essas práticas isso deve ser feito no debate e na construção de espaços

dialógicos e participativos na consolidação do núcleo de acessibilidade numa

22

Editais consultados na página do MEC.

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61

perspectiva de ação multidisciplinar. Assim, os dados da pesquisa evidenciaram que

na equipe de atuação, os componentes do grupo e área de formação desses

membros criaram as condições favoráveis para promover a intersetorialidade na

implementação das políticas públicas como está demonstrado em parte no

QUADRO 2, no QUADRO 6 (pessoas integrantes da equipe) e no QUADRO 8

(setores envolvidos na programa). Essa prática no ambiente de trabalho nos remete

aos princípios de gestão social, que, segundo Tenório (1988 apud FERREIRA et al,

2011),

[...] gestão social busca instituir processos administrativos, por meio da participação e do diálogo que privilegiam o exercício da cidadania, com as decisões expressando o entendimento de diferentes membros da sociedade. (TENÓRIO, 1988 apud FERREIRA et al., 2011, p. 121).

Nesse caso, estamos falando de membros da comunidade acadêmica que atuam no

desenvolvimento de projetos. Para torná-los viáveis, é preciso uma equipe com

visão ampliada de gestão, buscando atender às demandas dos alunos em suas

especificidades é preciso uma formação adequada e uma rede de colaboradores

empenhados na execução dos projetos, como demonstrado no QUADRO 7 (apoio

didático-pedagógico) e no QUADRO 8 (setores envolvidos) e nas palavras do(a)

coordenador(a) da UFPR, relatado na entrevista, “[...] então a gente tem uma equipe

permanente mais uma série de colaboradores” e conclui: “O NAPNE se sustenta

com parcerias [...]”, o que significa envolver várias áreas do conhecimento.

Já os dados do QUADRO 3, concernentes à configuração das IFES quanto ao apoio

e estrutura de atendimento ao aluno com NEE, mostram que as universidades

investigadas afirmam ter alunos com deficiência visual, auditiva e neuro-motora;

apesar do apoio didático específico oferecido a esses alunos apresentar situações

diferenciadas. A UFMG, no entanto, não realiza levantamentos estatísticos

referentes aos alunos com deficiência.

O desconhecimento desses dados implica em prejuízo de qualquer planejamento

pedagógico sério de ações inclusivas a médio e longo prazo. Face a esta carência,

porém, o CADV construiu um cadastro de alunos com DV mediante a chegada deles

ao Centro. A UnB, por exemplo, não dispõe de intérprete de libras em sala de aula

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62

para alunos com deficiência auditiva, como diz o próprio entrevistado, “[...] a gente

carece um pouco ainda de intérprete de libras [...]”; e acrescentou: “A gente trabalha

muito com vários surdos oralizados, surdos que só se comunicam em libras, surdos

que usam as duas linguagens [...]” e “[...] alguns alunos surdos que utilizam muito

como apoio o programa de tutoria especial [...]”. Por outro lado, a UFES, a UFPR e a

UFRGS já apresentam um trabalho consolidado na área da deficiência auditiva; isto

pode ser verificado no QUADRO 3, e, em parte, nos QUADROS 7 e 14, como foi

enfatizado nas palavras do entrevistado da UFPR,

[...] então não é, simplesmente, encaminhar o interprete para a sala de aula. A gente vê o perfil do interprete, o perfil desse aluno, o conhecimento em termos de libras. A gente faz reuniões com os alunos e com os interpretes, acompanha o trabalho dos intérpretes para ver se a coisa está fechando, como que está. Interprete geralmente trabalha no processo então, eles já conhecem os alunos (Informação extraída da entrevista).

Para os alunos com deficiência visual nas universidades pesquisadas ocorrem

variações de ofertas de serviço em função da demanda desses estudantes (ver

QUADRO 3). Por exemplo, a UFOP prepara o material didático para o aluno

digitalizando o texto para que o aluno possa “ler” com software especial no

computador; além disso, há textos preparados com descrição das imagens neles

contidas.

Já para o entrevistado, dentro da estrutura do núcleo da UFPR “há um laboratório de

acessibilidade, máquina braille, tem ampliação de textos, os demais a gente manda

em .txt, quando eles pedem”. Igualmente, a UFRGS informou que disponibiliza

textos em braille, softwares ampliadores de tela; além disso, investimentos estão

sendo feitos para alunos com DV, como explica o(a) coordenador(a):

[...] programas específicos para conversão de partituras na área de música, para transformar simbologia, que não é lida pelos softwares ledores, em texto legível, o programa Finale. Nós temos um gratuito que é o musibraille, mas não fica tão completo quanto o Finale. Tem outros para a área de física e matemática, que é mattap (sic), matdesign, que vem para transformar simbologia em texto legível, para que o programa braille faça, reconheça e imprima”. (Informação extraída da entrevista).

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63

É importante salientar que os materiais adaptados em braille, os materiais gravados,

as impressões ampliadas e os textos escaneados são todos preparados com

recursos que envolvem tecnologia assistiva23.

Após o término de algumas entrevistas com os coordenadores de núcleo das IFES,

a pesquisadora conversou com profissionais técnicos e conheceu outros espaços e

serviços oferecidos aos alunos, sobretudo, aos DV em três universidades. Na UnB,

ela esteve no Laboratório para Deficiente Visual, que edita e adapta textos. Logo em

seguida, visitou a Biblioteca Digital e Sonora, de uso restrito, e atende à demanda

dos deficientes visuais organizando e armazenado materiais em formato digital a fim

de satisfazer as necessidades de informação dos usuários com deficiência visual.

Nesta Instituição há a oferta de materiais devidamente adaptados para os

programas ledores de tela, além de livros gravados com uso da voz humana.

Na UFES, a pesquisadora foi recebida pela coordenadora da Divisão de Assistência

Estudantil que é um outro setor que dialoga com o núcleo de acessibilidade e

acompanha a crescente demanda apresentada pelo novo perfil acadêmico, a partir

da reserva de vagas instituída nos processos seletivos para ingresso nos cursos de

graduação.

Na UFRGS, a pesquisadora foi acolhida pela professora do Núcleo de Tecnologia

Assistiva e no Centro Interdisciplinar de Novas Tecnologias na Educação.

A pesquisa apontou que na maioria das IFES pesquisadas há alunos com

deficiência neuro-motora matriculados, como pode ser observado no QUADRO 3.

No entanto, no que concerne à acessibilidade arquitetônica, na UnB e na UFES há

projetos que estão em andamento, enquanto na UFPR e na UFRGS já existem

projetos desenvolvidos como poderá ser lido no QUADRO 15, de acordo com as

palavras do entrevistado da UFRGS:

23

“Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social” (BRASIL, 2007b).

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Professores da Faculdade de Arquitetura vem sendo convidados para os eventos da universidade, para contribuir com as questões de acessibilidade física do espaço, acessibilidade à sinalização. São pessoas da área da arquitetura, do design que vem contribuindo significativamente tanto para o programa como para a universidade como um todo. No ano passado nós criamos o núcleo de cultura, inclusão e acessibilidade do qual eles são os coordenadores. (Informação extraída da entrevista).

Diante do exposto acima, a identificação de serviços e o desenvolvimento de

práticas colaborativas coletadas que visam promover condições de acesso aos

espaços, aos recursos pedagógicos e à comunicação favorável e impulsionadora da

aprendizagem e da valorização das diferenças, de modo a atender às necessidades

educacionais dos alunos com deficiência, comprovam o fortalecimento dos

processos democráticos e participativos de formulação e de gestão de políticas

públicas de inclusão. Para reforçar esse pensamento, nos reportamos a Tenório:

Assim, para uma participação no sentido de partilha de poder, envolvendo a formulação e a implementação de políticas públicas, torna-se importante encontrar mecanismos capazes de institucionalizar os processos participativos. (TENÓRIO, 2008, p. 23).

Para reforçar esse caráter participativo no processo de implementação dessas

políticas públicas convém que haja uma articulação intersetorial e parcerias com as

demais áreas envolvidas.

O Decreto nº 7.611/2011 (BRASIL, 2011a) que dispõe sobre o atendimento

educacional especializado, trata da estruturação dos núcleos de acessibilidade, que

visam eliminar barreiras físicas, de comunicação e informação, portanto as

informações contidas no QUADRO 6 explicitam os objetivos, a atenção aos alunos

com relação à matrícula e outros procedimentos iniciais: após a divulgação do

resultado do vestibular o núcleo faz contato com o setor responsável pela matrícula

e, logo em seguida, com o aluno novato para tratar da sua trajetória no curso;

conduta adotada por três universidades (UnB, UFPR, UFRGS). A UFMG não

constituiu um núcleo de acessibilidade para dar atenção aos alunos com deficiência,

portanto não adotou procedimento dessa natureza. Contudo, a UFPR tem método

diferenciado, ou seja, após a inscrição para o vestibular instalam-se as bancas

especiais organizadas pelo próprio núcleo, que acompanha o candidato até encerrar

o processo do exame. Essa banca também orienta o aluno quanto aos

procedimentos de matrícula.

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65

Inicialmente para conhecer as necessidades educacionais especiais dos discentes

os núcleos de modo geral convergem num procedimento: fazem entrevistas

individuais. Num segundo momento, os núcleos divergem nos métodos: A UnB

oferece um programa, como diz o entrevistado: “O aluno tem a prerrogativa de se

cadastrar no programa ou não [...] cabendo a decisão dele de fazer ou não parte

desse programa”, que consiste em um acolhimento para ele falar as suas

expectativas, sua vivência antes da universidade, suas necessidades e

principalmente como o programa pode ajudá-lo. Uma vez encontrados, os alunos

que não foram identificados dessa forma, os departamentos os encaminham ao

núcleo que coloca o programa à sua disposição. Enquanto que, na UFPR há um

trabalho bem estruturado de integração da equipe para este suporte acadêmico,

como expressa um entrevistado:

Então, a partir do momento que ele faz a primeira matrícula, a gente já leva ele para conhecer o NAPNE, disponibiliza alguns folders, informações muito básicas, monitora. [...] Manda imediatamente uma carta para todas as coordenações dos cursos e, na sequência, em torno de três semanas antes faz um telefonema avisando que o curso vai receber um aluno que apresenta tais necessidades; coloca-se um pouco o perfil do aluno e nos colocamos à disposição (Informação extraída da entrevista).

As políticas públicas de inclusão na visão dos professores se tornam conhecidas

pelo trabalho permanente que os alguns núcleos de acessibilidade desenvolvem nas

universidades, como foi dito numa das entrevistas (QUADRO 9):

[...] a gente organiza vários eventos, um dos aspectos [...] é de dar visibilidade ao alunato, ou seja, qualquer evento que a gente vai organizar está na página da universidade. A gente manda texto, manda convite, enfim, essa visibilidade a gente tenta fazer (Informação extraída da entrevista).

Para disseminar informações quanto à política de inclusão nas universidades quase

todos os núcleos promovem atividades como cursos de formação e eventos. Na

UFMG foi promovido o X Ciclo de Debates sobre educação inclusiva e NEE, pelo

GEINE, em maio de 2013. Isto pode ser observado no QUADRO 10. Para ampliar a

divulgação entre os docentes a UFPR organizou uma coleção de publicações

financiada pela Pró-Reitoria de Graduação - caderno didático pedagógico, como diz

o(a) coordenador(a),

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66

[...] entre nós, professores da universidade [...] montamos um caderno destinado ao professor da universidade [...] um texto conceituando as questões relacionadas à deficiência visual, à questão de apoio didático pedagógico, que o professor universitário pode estar fazendo e distribuímos para todos os professores da universidade (Informação extraída da entrevista).

As dificuldades apontadas pelos professores na relação ensino-aprendizagem do

aluno com deficiência visual, de acordo com os coordenadores, demonstram um

estranhamento e dúvidas de como o aluno será incluído. Para superar os

obstáculos, alguns núcleos de acessibilidade desenvolvem atividades conjuntamente

com a coordenação do curso, professores e alunos para solucionar a questão. Na

UFMG, professores que tiveram alunos com DV relataram que inicialmente há

dificuldades para lidar com o aluno nas aulas de laboratórios (cursos de

fonoaudiologia, de medicina, de psicologia), nas aulas de linguística - fonética (curso

de letras). Situações estas superadas com a orientação às vezes do próprio aluno,

de colegas e com o auxílio do CADV. QUADRO 11.

Os procedimentos adotados pelos núcleos para aprimorar o atendimento ao aluno

com NEE são pautados pela garantia e pela consolidação dos direitos;

reconhecimento do trabalho desenvolvido na universidade e, sobretudo, como diz

o(a) coordenador(a), “quando começar o trabalho sempre dar voz ao aluno”.

Entendemos que o trabalho desenvolvido em parcerias, o esforço contínuo de toda a

equipe para ampliar a ideia de que educação inclusiva é para todos, isso com

certeza vai diminuir as barreiras atitudinais. Essas informações se referem ao

QUADRO 12.

Sobre a política institucional de inclusão implementada nas universidades, a

pesquisa revelou (QUADROS 5 e 16) que as práticas inclusivas no âmbito do

espaço acadêmico precisam de investimento em formação continuada de

professores e de técnicos administrativos; ampliação da ação da universidade para a

comunidade, as bibliotecas, o hospital universitário.

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Pensar a política de inclusão é, sobretudo, pensar em assegurar direitos, por

exemplo, é promover maior atenção aos estudantes surdos com a contratação de

intérpretes, e dar atenção às barreiras atitudinais, sanando-as.

As IFES entrevistadas advertiram sobre a necessidade de investimento em eliminar

barreiras arquitetônicas com formação de pessoal e informação para o acesso

universal.

Outras duas questões apareceram na pesquisa e os núcleos já as incorporaram: o

atendimento para alunos com altas habilidades e superdotação24 e um método de

ação: vaga suplementar para alunos com deficiência no ensino superior. Estes

assuntos deverão ser estudados para melhor compreensão.

4.4 Resultados e análise - questionário de docentes da UFMG

Os dados do GRÁF. 1 mostram que 10,3% dos professorem conhecem a política de

inclusão, 44,8% não a conhecem e 44,8% não sabem.

GRÁFICO 1 – Docentes em relação a conhecimento da política de inclusão

0

2

4

6

8

10

12

14

SIM NÃO NÃO SEI

Fonte: Dados da pesquisa.

Um sistema educacional inclusivo apresenta medidas de apoio específicas para

assegurar as condições favoráveis de acessibilidade e participação dos estudantes

24

“demonstram potencial elevado em qualquer uma das áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes, além de apresentar grande criatividade, envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse.” (BRASIL, 2007a, p. 9).

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68

com NEE em espaços acadêmicos que proporcionam seu desenvolvimento pessoal

e social.

O GRÁF. 2 revela que, para 62% dos docentes da Instituição, cadastrados no

Centro, o processo de implantação da política de educação inclusiva está em

adequação. Esse fato está relacionado unicamente aos professores que conhecem

e usam os serviços do CADV, como é mostrado no GRÁF. 7.

GRÁFICO 2 – Avaliação do processo de implantação da educação inclusiva

Fonte: Dados da pesquisa.

O GRÁF. 3 mostrou que, para 72,4% dos docentes cadastrados no CADV, há um

setor para receber o aluno com NEE e para acompanhá-lo no atendimento às suas

necessidades acadêmicas, enquanto que 24% deles não sabem.

GRÁFICO 3 – Existência de um setor para inclusão do aluno

Fonte: Dados da pesquisa.

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69

Para 75,86% dos docentes desconhecem a existência de resolução interna

regulamentando o setor, ao passo que 17,24% afirmam conhecê-la.

GRÁFICO 4 – Regulamentação interna do núcleo/setor

Fonte: Dados da pesquisa.

No GRÁF. 5, para 51,72% dos professores cadastrados no CADV, a instituição não

tem dado as orientações para as adaptações curriculares25 nos conteúdos das suas

disciplinas através dos seus colegiados, enquanto que 24% deles afirmam que sim e

outros 24% desconhecem o fato.

GRÁFICO 5 – Orientação do colegiado sobre as adaptações curriculares

Fonte: Dados da pesquisa.

25

Trata-se da adequação e produção de materiais didático-pedagógicos que os professores produzem em parceria com o CADV para os alunos com deficiência visual.

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70

A cada início do semestre, o CADV tem feito um trabalho de divulgação prévia junto

aos docentes com base na matrícula dos alunos usuários do Centro. O resultado do

GRÁF. 6 revelou que 58,62% dos docentes cadastrados no Centro foram avisados

previamente, enquanto que 41,37% manifestaram surpresa diante da presença

inesperada de alunos com DV.

GRÁFICO 6 – Primeiro contato com o aluno

Fonte: Dados da pesquisa.

O GRÁF. 7 mostrou que 72,4% dos professores pesquisados utilizam os serviços do

CADV, enquanto que 27,58% deles não usufruíram dessa parceria.

GRÁFICO 7 – Uso dos serviços do CADV

Fonte: Dados da pesquisa.

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71

Para 86,2% dos docentes entrevistados, a relação com o Centro não apresentou

grandes problemas, enquanto que 3,45% deles afirmam que a natureza das

dificuldades, demonstrada respectivamente pelos GRÁF. 8 e 9, reside na falta de

comunicação entre os vários parceiros, o que ocorre esporadicamente para 6,89%

deles.

GRÁFICO 8 – Dificuldades do professor com o atendimento no CADV

Fonte: Dados da pesquisa.

GRÁFICO 9 – Natureza das dificuldades

Fonte: Dados da pesquisa.

O Centro tem encontrado dificuldades para preparar o material adaptado para os

alunos, o que frequentemente acontece é a inexistência ou informação incompleta

das referências bibliográficas. O GRÁF. 10 revelou que 65,51% dos docentes não

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perceberam essa falta de dados, enquanto que 17,24% deles as dificuldades foram

perceptíveis; ao passo que 10,34% as percebem eventualmente.

GRÁFICO 10 – Conhecimento das dificuldades enfrentadas pelo CADV devido à inadequação da Informação bibliográfica disponibilizada

Fonte: Dados da pesquisa.

O GRÁF. 11 revelou que, para 68,96% dos docentes entrevistados, o Centro tem

conseguido apresentar resultados satisfatórios quanto à adaptação de materiais, o

que não foi o caso para 10,34%; e 17,24% deles acreditam que a questão não se

aplica, pois não recorreram aos serviços do CADV.

GRÁFICO 11 – Satisfação dos docentes com o material adaptado

Fonte: Dados da pesquisa.

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73

O GRÁF. 12 revelou que 37,93% dos professores cadastrados no CADV acreditam

ser necessária a utilização eventual de monitores como apoio para o aluno com NEE

durante o semestre, 34,48% não veem sua necessidade, enquanto que para 6,89%

a necessidade é permanente; 17,24% não se manifestaram sobre a questão.

GRÁFICO 12 – Necessidade de um monitor auxiliando o aluno na disciplina

0

2

4

6

8

10

12

Sim Não Não penseisobre isso

Sempre Nunca

Fonte: Dados da pesquisa.

Segundo os dados revelados pelo GRÁF. 13, na opinião de 72,4% dos professores

entrevistados, a localização do CADV não interfere na relação do professor com o

Centro; 20,68% dizem que sim; 3,45% não têm opinião a esse respeito.

GRÁFICO 13 – Opinião em relação à localização do Centro interferindo na interação

do professor X CADV

Fonte: Dados da pesquisa.

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74

O GRÁFICO 14 mostrou que, para 55,17% dos docentes entrevistados, é necessário

que cada unidade tenha seu centro de apoio para os alunos com deficiência; 24%

pensam que não e 20,68% não têm opinião formada sobre o tema.

GRÁFICO 14 – Opinião sobre a necessidade de cada unidade acadêmica ter seu centro de apoio

Fonte: Dados da pesquisa.

O GRÁF.15 mostrou que, para 41,37% dos professores entrevistados, há a

necessidade de uma centralização do serviço de apoio dentro da Instituição,

enquanto que 27,58% deles afirmam não ser necessária; 31% não têm opinião

sobre a questão.

GRÁFICO 15 – Opinião sobre a centralização do serviço de apoio dentro da universidade

Fonte: Dados da pesquisa.

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75

A experiência da pesquisadora no desenvolvimento das atividades do Centro de

Apoio ao Deficiente Visual da UFMG levou-a a indagar junto aos professores da

instituição sobre o trabalho que o Centro realiza para os alunos com deficiência

visual preparando material adaptado. Estas atividades estão diretamente

relacionadas à atividade docente, já que é também a partir das orientações dos

professores em sala de aula que o CADV efetiva seu trabalho. Isto significa dizer

que deverá existir uma relação “harmoniosa” de comunicação e informação entre o

professor, o aluno e o CADV. Se essa informação falhar o trabalho fica

comprometido e o aluno prejudicado quanto às leituras para acompanhar as aulas.

Como esta questão tendo sido objeto de inúmeras discussões entre os três

segmentos no cotidiano das dificuldades enfrentadas pelo Centro, esta pesquisa vai

subsidiar o aprimoramento da política da educação inclusiva na instituição e das

atividades desenvolvidas no CADV, a partir da visão dos docentes e dos alunos da

UFMG. Estes se referem ao Questionário-docentes (APÊNDICE C) e discentes

(APÊNDICE D).

A análise dos dados referentes ao Questionário (APÊNDICE C) no GRÁF. 1 os

resultados comprovam que apenas 10,3% dos professores que tiveram alunos com

deficiência visual afirmam ter conhecimento de uma política de educação inclusiva

na universidade enquanto que para 44,8% esta política não existe e para 44,8% ela

é desconhecida, como aponta o GRÁF. 1. O fato de 10,3% afirmarem ter

conhecimento da existência da atividade inclusiva do CADV e não de uma política

mais ampla de inclusão instituída e mantida pela Universidade. Isto é corroborado

pelos GRÁF. 2 e 7, já que 72,4% desses professores (GRÁF. 7) afirmam utilizar os

serviços do Centro, porcentagem bastante próxima do GRÁF. 2, segundo o qual,

para 62% deles, a avaliação do processo de implantação da educação inclusiva

estaria em adequação. Isto revela, no entanto, uma falta de clareza nos termos da

pesquisa. Professores podem ter identificado a ação de um setor particular da

UFMG como sendo uma política mais ampla de inclusão. Podemos dizer também

que há a necessidade urgente de se empenhar mais para divulgar a política de

inclusão na instituição. O resultado do GRÁF. 3 corroborou a posição anterior,

mostrou que, para 72,4% dos docentes cadastrados no CADV, há um setor para

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76

receber o aluno com NEE e para acompanhá-lo no atendimento às suas

necessidades acadêmicas, enquanto que 24% deles não sabem. O fato que parte do

corpo docente entrevistado conhece pelo menos a existência do setor, é preciso que

se faça chegar a todos os professores da UFMG a informação. Os GRÁF. 4 e 5

apontaram que, como ainda é uma política pouco divulgada, não há uma parceria

consistente com os colegiados dos cursos onde há alunos com deficiência visual

matriculado; assim sendo, para 51,72% dos professores entrevistados, GRÁF. 5, a

instituição não tem dado as orientações para as adaptações curriculares nos

conteúdos das suas disciplinas através dos seus colegiados, enquanto que 24%

deles afirmam que sim e outros 24% desconhecem o fato.

O GRÁF. 6 apontou para um resultado favorável do trabalho de divulgação dos

serviços de adaptação do material que vem sendo feito pelo CADV junto aos

colegiados e aos professores entrevistados no início do semestre; nesse sentido, o

resultado comprovou que 58,62% deles foram avisados previamente de que teria um

aluno com deficiência visual. No entanto, o mesmo gráfico mostrou que 41,37%

deles dizem ter sido uma surpresa ter o aluno em sala de aula, portanto, deverá

haver um investimento continuado nessa tarefa. O GRÁF. 7 mostrou que 72,4% dos

professores pesquisados utilizam os serviços do CADV, enquanto que 27,58% deles

não usufruíram dessa parceria. A relação com o Centro, segundo eles, não

apresentou grandes problemas; a natureza das dificuldades atuais apresentada

respectivamente pelos GRÁF. 8 e 9, contudo, reside na falta de comunicação entre

os vários parceiros deste complexo processo. O GRÁF. 10 revelou que 65,51% dos

docentes entrevistados não perceberam a falta de dados, ou seja, a insuficiência de

informação sobre as referências bibliográficas que o CADV necessita para

adaptação do material didático. Enquanto que 17,24% deles as dificuldades foram

perceptíveis; ao passo que 10,34% as percebem eventualmente. Isso equivale dizer

que o CADV tem conseguido realizar o trabalho, mas precisa continuar investindo

para sanar todas as dificuldades que possam emperrar a execução das suas

atividades. O GRÁF. 11 revelou que, para 68,96% dos docentes entrevistados, o

Centro tem conseguido atender às suas expectativas quanto à adaptação de

material didático, mas para 10,34% deles não contemplados; e 17,24% acreditam

que a questão não se aplica, pois não recorreram aos serviços do CADV.

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77

No que concerne à necessidade de recurso a monitores para auxiliar o aluno nas

disciplinas, O GRÁF. 12 revelou que 37,93% dos professores cadastrados no CADV

acreditam ser necessária a utilização eventual de monitores como apoio para o

aluno com NEE durante o semestre, 34,48% deles não veem sua necessidade,

enquanto que para 6,89% a necessidade é permanente; 17,24% expressaram “não

pensei sobre isso”. Essa questão precisa ser mais discutida como um instrumento de

auxílio para o aluno com NEE no bojo da política de inclusão, com os professores,

os colegiados e os alunos.

Os dados do GRÁF. 13 revelaram que a localização do CADV não interfere na

relação entre o professor e o Centro de apoio na opinião de 72,4% dos professores

entrevistados; 20,68% dizem que sim; 3,45% não têm opinião a esse respeito.

Assunto que deverá ser tratado dentro de uma política de inclusão mais ampla. Por

sua vez, o GRÁF. 14 mostrou que, para 55,17% dos docentes entrevistados, cada

unidade acadêmica deveria ter um serviço de apoio organizado com toda a

infraestrutura necessária para atender a todos os alunos com deficiência; 24%

pensam que não e 20,68% não têm opinião formada sobre o tema. No entanto, o

resultado do GRÁF. 15 mostrou que, para 41,37% dos professores entrevistados, há

que se ter um serviço de apoio estruturado convenientemente e centralizado na

Instituição, enquanto que 27,58% deles afirmam não ser necessária; 31% não têm

opinião sobre a questão. Os dados apresentados nos dois últimos gráficos traduzem

certa incoerência nas respostas, motivo esse que torna necessária a ampliação da

discussão entre os docentes, a coordenação do CADV e a administração

universitária.

4.5 Resultados e análise do questionário dos alunos da UFMG

O Questionário (APÊNDICE D) aplicado aos discentes com deficiência visual, cegos

e/ou com baixa visão, teve o objetivo de conhecer e avaliar a aplicação das políticas

públicas de inclusão desenvolvida nesta instituição de ensino. Com este estudo

pretendeu-se também identificar as ações implementadas para atendê-los segundo

as recomendações legais.

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78

A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva

orienta as instituições de educação superior a estabelecerem uma política de

acessibilidade direcionada à inclusão das pessoas com deficiência com foco no

plano de desenvolvimento da instituição, no planejamento e execução

orçamentárias, no quadro de profissionais, nos projetos pedagógicos dos cursos, na

infraestrutura arquitetônica, no sítio eletrônico e nas publicações, na disponibilização

de materiais didáticos e pedagógicos e na tecnologia assistiva conforme Documento

Orientador SECADI/SESu (BRASIL, 2013).

Avaliar as políticas públicas da educação inclusiva na universidade sob a ótica dos

alunos foi indispensável porque a partir do ingresso deles começou a oferecer um

serviço especial, como apontam os estudos de Martins e Nunes (2005):

[...] criação de um serviço de informação especial para o usuário deficiente visual da Universidade Federal de Minas Gerais, em 1992, foi implantado, com o objetivo de proporcionar a estes estudantes o acesso à literatura básica necessária a seus cursos. Para tanto, institui-se um acervo básico em Braille e em fitas gravadas. (MARTINS; NUNES, 2005, p. 26).

Em 1998, o projeto foi reformulado passou-se a chamar “Desenvolvimento de acervo

informacional para alunos portadores de deficiências visuais” (Idem. p. 26).

Em 2007, novas mudanças proporcionaram melhorias no atendimento aos alunos

com deficiência visual: a acessibilidade física melhorou, mudamos do 1º para o 2º

andar; o espaço foi ampliado com três cabines acústicas; foi colocado piso tátil e,

principalmente, o CADV passou a experimentar novos recursos tecnológicos

digitalizando os textos e constituindo, assim, um acervo significativo de livros,

capítulos de livros e artigos científicos.

Então, avaliar esse serviço e a complexa atividade que envolve o CADV foi objetivo

desse questionário.

O GRÁF. 16 mostra que a aplicação das políticas de educação inclusiva é

parcialmente aplicada para 73,33% dos alunos entrevistados, enquanto que para

26,66% deles é inexistente.

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79

GRÁFICO 16 – Avaliação da aplicação das políticas de educação inclusiva

0

2

4

6

8

10

12

Totalmente aplicada Parcialmente aplicada Inexistente

Fonte: Dados da pesquisa.

Segundo o GRÁF. 17, para 93,33% dos alunos entrevistados, após realizar sua

matrícula junto ao Departamento Registro e Controle Acadêmico (DRCA) não foi

encaminhado para nenhum setor específico para receber as primeiras orientações

sobre adaptação de material didático, todavia 6,66% deles obtiveram informações do

colegiado.

GRÁFICO 17 – Encaminhamento do aluno para o núcleo/setor específico

Fonte: Dados da pesquisa.

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80

GRÁFICO 18 – Ano de ingresso na UFMG

Fonte: Dados da pesquisa.

Os próximos quatro GRÁFICOS 19, 20, 21 e 22 tratam da acessibilidade física no

Campus Pampulha e no Campus Saúde sobre o deslocamento do aluno nos

espaços internos do Campus e internos da sua Faculdade.

Os GRÁF. 19 e 21 apontam para grandes dificuldades de deslocamento dos alunos

entrevistados tanto no campus Pampulha como no campus Saúde para ir à sua

Faculdade, ao restaurante universitário, aos prédios novos construídos

recentemente para assistir às aulas e ir aos auditórios, à FUMP e tomar ônibus,

considerando que há um número maior de alunos matriculados em cursos no

Campus Pampulha e um menor número no campus da Saúde. O GRÁF. 19 mostra

que 66,66% dos alunos entrevistados (33,33% para sempre, e 33,33% ás vezes)

têm dificuldades para se deslocar no Campus Pampulha, enquanto que para 6,66%

deles raramente encontram dificuldades.

O GRÁF. 21 apresenta que 66,66% dos alunos entrevistados dizem “não se aplica”,

ou seja, não frequentam o Campus Saúde. Enquanto que para 40% (sempre 20%, e

frequentemente 20%) deles, que estudam no campus, lidam com essa dificuldade.

0 0,5

1 1,5

2 2,5

3 3,5

4 4,5

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81

Os GRÁF. 20 e 22 tratam dos espaços internos da Faculdade cursada, salas de aula

e laboratórios, colegiados, bibliotecas e sanitários, nos Campi. O GRÁF. 20

apresenta que para 33,33% dos alunos entrevistados, frequentemente teve

dificuldades de acesso aos espaços, enquanto que 26,66% deles ás vezes, 20%

deles sempre, 13,33% deles raramente e nuca 6,66% deles tiveram dificuldades de

acesso no Campus Pampulha.

O GRÁF. 22 mostra que para 66,66% dos alunos entrevistados “não se aplica”, ou

seja, não frequentam o Campus Saúde. Enquanto que para 13,33% deles às vezes

tem dificuldades, sempre 6,66% e raramente 6,66% encontram dificuldades de

acesso neste Campus. De fato, os resultados apontam ser necessário o

investimento em acessibilidade arquitetônica na Universidade.

GRÁFICO 19 – Dificuldades de acesso nos espaços do Campus Pampulha (acesso à faculdade, ao RU, aos CAD 1 e CAD 2, à FUMP, aos ônibus)

Fonte: Dados da pesquisa. Nota: Restaurante Universitario – RU e Centro de Atividades Didáticas – CAD.

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GRÁFICO 20 - Dificuldades de acesso interno na Faculdade (salas, laboratórios, bibliotecas, auditórios, colegiados, sanitários) - Campus Pampulha

Fonte: Dados da pesquisa.

GRÁFICO 21 - Dificuldades de acesso nos espaços do Campus Saúde (acesso à faculdade, ao RU, aos ônibus)

Fonte: Dados da pesquisa. Nota: “ não se aplica” alunos que não frequequentam o Campus Saúde.

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83

GRÁFICO 22 - Dificuldades de acesso interno na Faculdade (salas, laboratórios, bibliotecas, auditórios, colegiados, sanitários) - Campus Saúde

Fonte: Dados da pesquisa.

O GRÁF. 23 mostra que para 53,33% dos alunos entrevistados a receptividade face

á inclusão foi muito favorável, enquanto que para 20% deles ocasionalmente.

Todavia para 33,33% deles sempre há receptividades por parte dos professores

quanto á inclusão, enquanto que para 33,33% deles há pouca receptividade dos

docentes. Portanto, o resultado expressa que para os alunos entrevistados há que

se ampliar mais na receptividade do docente quanto à inclusão.

GRÁFICO 23 – Receptividade docente para lidar com a inclusão na sala de aula

Fonte: Dados da pesquisa.

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84

O GRÁF. 24 aponta que para 46,66% dos alunos entrevistados as práticas

inclusivas em sala de aula são moderadamente favoráveis, enquanto que para

33,33% deles totalmente e 20% deles não se interessam por práticas inclusivas.

Portanto, concretizar ações pedagógicas inclusivas em sala de aula na Universidade

será preciso um trabalho permanente na formação dos docentes.

GRÁFICO 24 - Efetividade das práticas inclusivas em sala de aula

Fonte: Dados da pesquisa.

Os próximos três gráficos tratam sobre tecnologia assistiva que o CADV dispõe e

aquelas que os alunos mais utilizam conforme as necessidades educacionais. O

GRÁF. 25 mostra que os textos digitalizados são os mais solicitados pelos alunos

nas atividades do Centro, entretanto, os textos adaptados em braille, com impressão

ampliada ou gravados também são utilizados, às vezes simultaneamente.

GRÁFICO 25 - Materiais didáticos adaptados utilizados

Fonte: Dados da pesquisa.

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O GRÁF. 26 mostra que para os alunos entrevistados os recursos tecnológicos são

essenciais para o seu aprendizado, sendo a lupa eletrônica mais usada, seguida do

software ledor de texto NVDA26, JAWS e Virtual Vision27, todos disponíveis no

CADV.

GRÁFICO 26 – Recursos de tecnologia assistiva utilizados

Fonte: Dados da pesquisa.

O GRÁF. 27 revela que a maioria dos alunos não apresenta dificuldades para usar

os softwares ledores de textos, revela também nas respostas “não tenho mais” que o

treinamento oferecido pelo CADV em parceria com aluno formado na área de

informática contribuiu significativamente para solucionar a questão.

GRÁFICO 27– Dificuldades no uso dos software ledores

Fonte: Dados da pesquisa.

26

NVDA (Non Visual Desktop Access) leitor de telas gratuito e de código aberto. Não precisa estar instalado no sistema, mas apenas num pendrive, cd ou disco removível. Roda em ambiente Windows.

27 Virtual Vision é um leitor de telas que roda em ambiente Windows. Não é gratuito.

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86

O GRÁF. 28 expressa que para 53,33% dos alunos entrevistados a necessidade de

um monitor para auxiliá-lo nas disciplinas é de maneira ocasional, todavia, 13,33%

“quase sempre” e 6,66% “sempre” são demandas dos alunos. São questões que

deverão ser tratadas em discussão como política de inclusão e implementadas como

apoio didático.

GRÁFICO 28 – Necessidade de monitor nas disciplinas

Fonte: Dados da pesquisa.

Os próximos quatro gráficos a seguir 29, 30, 31 e 32 dizem respeito à participação

do aluno no ambiente acadêmico.

O GRÁF. 29 mostra que para 86,66% dos alunos entrevistados nunca estiveram

presente como representante estudantil, enquanto que para 6,66% deles quase

sempre participaram e 6,66% deles ocasionalmente. O GRÁF. 30 apresenta que

para 60% dos alunos nunca participaram de grupo de discussão, enquanto que para

20% deles dizem que sim, 6,66% deles sempre e 6,66% deles ocasionalmente.

O GRÁF. 31 revela que para 46,66% dos alunos entrevistados nunca participaram

de projetos de pesquisa, todavia 20% deles participaram, 20% deles sempre, 6,66%

quase sempre e 6,66% ocasionalmente. Há que se observar a importância de

participar em projetos de pesquisa para a formação acadêmica do aluno. O GRÁF.

32 mostra que para 53,33% dos alunos nunca participaram de monitorias, enquanto

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87

que para 13,33% deles tiveram a experiência de monitoria. Para 13,33% deles

ocasionalmente, 6,66% sempre e 6,66% deles quase sempre.

O GRÁF. 33 expressa que para 53,33% dos alunos entrevistados ocasionalmente

ocorreu a participação deles em eventos acadêmicos ou culturais externos a sua

Faculdade, enquanto que para 26,66% deles participou, 13,33% deles nunca e

6,66% deles quase sempre participaram de eventos. Então, esse bloco de questões

sobre a participação revelou que há uma carência de ações que promovam o

desenvolvimento acadêmico e social do aluno com NEE na instituição.

GRÁFICO 29 – Participação em órgãos representativos

Fonte: Dados da pesquisa.

GRÁFICO 30 - Participação em grupos de discussão

Fonte: Dados da pesquisa.

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GRÁFICO 31 - Participação em projetos de pesquisa

Fonte: Dados da pesquisa.

GRÁFICO 32 – Participação de monitorias

Fonte: Dados da pesquisa.

GRÁFICO 33 - Participação em eventos fora da sua Faculdade

Fonte: Dados da pesquisa.

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89

O GRÁF. 34 teve como resultado, para a maioria dos alunos, a relação com os

colegas “muito boa”, para alguns, “boa” isso representa além do desenvolvimento

social, na observação do Centro, que muitas vezes o colega contribui para o

deslocamento do aluno e também como mediador de informações incompletas que

geram dificuldades nas atividades do CADV. Estas contribuições são de extrema

importância tanto para o Centro quanto para o aluno DV.

GRÁFICO 34 – Relação com os colegas

Fonte: Dados da pesquisa.

No GRÁF. 35 a coluna em branco corresponde aos ex-alunos formados.

GRÁFICO 35 - Ano em que passou a ser usuário do CADV

0

1

2

3

4

5

6.1 Você é usuário do CADV desde quando?

Fonte: Dados da pesquisa.

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90

O GRÁF. 36 mostra que a localização do CADV favorece totalmente a maioria dos

alunos entrevistados, com efeito, esse índice de resposta está relacionado com a

área de conhecimento dos alunos matriculados, Linguística, letras e Artes e

Humanas (GRÁF. 37), enquanto que a área da saúde não dispõe de um centro de

apoio. Na UFMG os Campi são distantes uns dos outros.

Então, a localização do CADV, para atender a todos os alunos com NEE,

certamente deverá entrar na pauta de discussões para os próximos gestores. Além

disso, o GRÁF. 40 mostra que a maioria dos alunos concorda totalmente que

deverão ser criados núcleos de apoio em cada Unidade Acadêmica.

GRÁFICO 36 – Facilidade de acesso à localização atual do CADV

Fonte: Dados da pesquisa.

O GRÁF. 37 aponta as áreas do conhecimento em que os alunos com DV estão

inseridos: Linguística, Letras e Artes com maior índice, logo em seguida de

Humanas, da Saúde, de Exatas e da Terra e das Engenharias.

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GRÁFICO 37 - Área de conhecimento

0

1

2

3

4

5

6

7

Agrá

rias/

Biol

ógica

s

Enge

nhar

ias

Exat

as e

da

Terr

a

Hum

anas

Lingu

ística

, Let

ras e

Art

es

Saúd

e

Ciên

cias S

ocia

isAp

licad

as

1.4 Seu curso corresponde a qual área do conhecimento?

Fonte: Dados da pesquisa.

As parcerias com os colegiados e demais setores acadêmicos e administrativos para

a maioria dos alunos entrevistados foram pontos de concordância total para ampliar

a política de educação inclusiva nesta instituição (GRÁF. 38 e 39).

GRÁFICO 38 - Contribuição das parcerias com os Colegiados para a inclusão

Fonte: Dados da pesquisa.

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92

GRÁFICO 39 - Parcerias com setores acadêmicos e administrativos na inclusão

Fonte: Dados da pesquisa.

O GRÁF. 40 apresenta que a maioria dos alunos concorda totalmente que deverão

ser criados núcleos de apoio nas Unidades Acadêmicas.

GRÁFICO 40 - Criação de centros de apoio à inclusão em cada Unidade Acadêmica

Fonte: Dados da pesquisa.

O GRÁF. 41 apresenta a questão do acesso à comunicação e à informação no site

da UFMG, que realiza matricula online, possibilita o uso do Moodle, o Pérgamo, o

Portal Capes, a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações, dentre outros. Para

53,33% dos alunos entrevistados essas informações e serviços são “parcialmente

acessíveis”, enquanto que para 40% deles são “parcialmente inacessíveis”. Além

disso, 6,66% deles considera “totalmente inacessíveis” o acesso eletrônico na

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UFMG. Mais uma vez há que se construir canais de diálogo para alterar essa

realidade.

GRÁFICO 41 - Acessibilidade do aluno com deficiência visual ao site da UFMG

Fonte: Dados da pesquisa.

O GRÁF. 42 faz uma comparação do ano em que o aluno ingressou na UFMG e do

ano em que passou a ser usuário do CADV, correspondendo à comparação dos

GRÁF. 18 e 35. Tal comparação nos permite dizer que existe uma defasagem entre

o ano em que o aluno iniciou o curso e o ano em que passou a ser usuário dos

serviços oferecidos pelo Centro para uma parcela significativa de alunos com

deficiência visual.

Não há ainda uma política instituída de gestão compartilhada para receber e

encaminhar o aluno desde a sua matrícula, como foi apresentado no GRÁF. 17, falta

de articulação essa que resulta em prejuízo do aluno. O aluno de nº 14 estudou na

instituição anos anteriores a 2005 e retornou em 2013 para participar de cursos de

especialização e se preparar para o mestrado.

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GRÁFICO 42 - Comparativo do ano de ingresso (GRÁF. 18) com o ano em que passou a ser usuário do CADV (GRÁF. 35)

Fonte: Dados da pesquisa. Nota*: o aluno retornou aos estudos em 2013.

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5 ANÁLISE DA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA

A investigação sobre as políticas de educação inclusiva nas instituições

selecionadas teve como orientação o Programa Incluir desenvolvido pelo Ministério

de Educação, criado para viabilizar a implantação ou consolidação de núcleos de

acessibilidade nas instituições federais de ensino. O Programa propõe que as

universidades desenvolvam projetos para encaminhar a tarefa de inclusão. Ao

mesmo tempo, pretende eliminar as barreiras pedagógicas, arquitetônicas e de

comunicação para tornar efetiva a política de acessibilidade universal (ver QUADRO

1).

A existência desses núcleos está relacionada com a definição de uma política

interna da Universidade de apoio aos alunos com NEE, política esta instituída por

seus conselhos e regulamentada por resoluções. A pesquisa revelou que cinco (5)

universidades possuem a resolução. Uma delas, não dispõe ainda de uma

resolução, mas já possui uma política interna definida e solicitou à administração

central a elaboração dessa resolução, conforme pode ser verificado no QUADRO 2

– Identificação dos Núcleos, seus representantes e resolução interna. A partir do

momento em que o núcleo é institucionalizado por uma resolução interna, o projeto

de inclusão terá condições de proporcionar e garantir o acesso e a permanência dos

estudantes com NEE por meio da consolidação de uma rede de apoio construída por

essa ação institucional, como podemos observar nas palavras do entrevistado da

UnB, “iniciativas de ações de apoio aos alunos com deficiência já ocorriam nos

espaços acadêmicos; o programa foi institucionalizado em 1999 e com resolução

normativa em 2003”. No entanto, a UFMG optara por criar a CPAPNE, como consta

na Portaria de Nº 074/2010 e confirmam os estudos de Reis para quem a Instituição

“foi a primeira a criar a Comissão ligada à Reitoria em 2002, porém, como ressalta o

informante, as ações dependem de aspectos burocráticos mais centralizados”

(REIS, 2010, p. 111). Contudo a experiência do CADV mostrou que, enquanto setor

funcionando apenas como um serviço de biblioteca, essa questão não evoluiu para

uma política de inclusão mais ampla na instituição, como era de se esperar:

O trabalho da referida Comissão não se encontra diretamente ligado ao acompanhamento dos alunos desde o vestibular, seu ingresso e percurso acadêmico. Segundo o professor [presidente da Comissão] essa comissão

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realiza ações mais pontuais para os alunos, quando solicitados pelo discente. (REIS, 2010, p. 104).

Mas sobre a “organização da política institucional, constatam-se ações

descentralizadas e uma não organização diante do atendimento ao aluno com NEE

matriculado na universidade”, (REIS, 2010, p. 107).

Com relação à composição da equipe do núcleo de acessibilidade das IFES

pesquisadas ela atende a orientações do MEC no sentido de ser uma equipe

multidisciplinar e o que chamou a atenção também foi o contingente de profissionais

envolvidos nas equipes para dar conta da complexidade e volume de serviços para

atender às NEE desses estudantes.

Portanto, a base legal para instituir políticas públicas de educação inclusiva está

referendada na postura política dos gestores das instituições, inicialmente através da

resolução, como informou o entrevistado da UFPR:

Ela não regulariza o núcleo, ela regulariza a inclusão desse alunato. É um pouco mais amplo para não dar essa responsabilidade só para o núcleo. É uma resolução que trata do processo de inclusão na universidade, nos aspectos relacionados ao ingresso, portanto a questão do vestibular, as cotas especiais. (Informação extraída da entrevista).

Diante disso, há princípios da política de educação inclusiva e uma orientação para

a gestão, que envolve ações efetivas de participação, planejamento e organização

de recursos e serviços para a promoção da acessibilidade e eliminação de barreiras

arquitetônicas, atitudinais, etc. Consequentemente, para viabilizar as condições

favoráveis de acessibilidade para o aluno concluir seu curso foram implementados

planos, projetos e parcerias nas instituições. Sobre essas informações vide o

QUADRO 4 - Apoio didático-pedagógico específico para auxiliar o aluno nos cursos.

Seis IFES investigadas têm alunos com NEE, deficiência visual, auditiva e neuro-

motora, tanto na graduação como na pós-graduação. Além disso, elas oferecem

apoio didático pedagógico específico de acordo com suas necessidades

educacionais. Quanto à UFMG, ela não identifica seus alunos por essas

características, portanto não conhece quantos e quais são os estudantes com

deficiência nela matriculados. No entanto, o CADV criou um cadastro apenas com

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alunos DV que utilizam seus serviços. Essas informações estão condensadas no

QUADRO 3 - Configuração das IFES quanto ao apoio e estrutura de atendimento ao

aluno com NEE.

A política de inclusão desenvolvida em seis universidades inicia-se a partir do

vestibular. Nas universidades UnB, UFPR e UFRGS, os procedimentos são da

mesma natureza: após sua aprovação, faz-se contato com os alunos e efetua-se seu

o encaminhamento para os serviços especiais. A UFPR, no entanto, organiza

bancas especiais, como explica a coordenação do núcleo:

O Núcleo organiza a banca quando o aluno vai prestar vestibular. Meses antes nós já temos laudos desses alunos, o que eles precisam, quais são os apoios necessários, a gente faz contato com esse aluno antes do vestibular, a gente checa essas informações que ele solicitou. [...] o NAPNE faz parte do grupo que recebe esses alunos, quando efetiva a primeira matrícula. (Informação extraída da entrevista).

É importante observar como a gestão dos serviços nessas instituições encontra-se

implementada e bem estruturada, como pode ser verificado no QUADRO 6 -

Estrutura organizacional dos núcleos.

Para viabilizar as condições de permanência dos estudantes com deficiência são

disponibilizados recursos e serviços para o desenvolvimento das atividades

acadêmicas. Nesse sentido, é preciso uma articulação intersetorial para executar as

ações, de fato, a presença de setores acadêmicos e administrativos forma uma rede

de colaboradores, como disse o entrevistado da UFRGS:

[...] nós temos pontos de atendimento que contam com bolsistas para o atendimento dos alunos em bibliotecas [...], que se articulam e se organizam; um bom exemplo é o instituto de psicologia que formou toda uma rede. Portanto, a comissão de graduação do curso está envolvida. (Informação extraída da entrevista).

Outros exemplos podem ser observados no QUADRO 8 - Setores administrativos e

acadêmicos envolvidos no programa.

Quanto ao atendimento para os alunos com deficiência visual, foco dessa pesquisa,

observou-se que as universidades dispõem de uma estrutura robusta composta de

profissionais, professores, técnicos e alunos, além de recursos e equipamentos

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adequados, diferentemente do CADV que dispõe de uma infraestrutura muito tímida

principalmente em recursos humanos qualificados para atender a demanda que já

temos hoje. Ademais foi possível perceber a complexidade que envolve as

atividades para concretizar o atendimento educacional especializado. Para isso,

torna-se necessária a elaboração de estratégias de ação, planejamento,

organização, definição de prioridades, o que exige ações articuladas de gestão.

Dessa forma, estamos dialogando com os princípios da gestão social que

caracteriza a participação como um dos pilares da gestão social, “que deve ser

praticada como um processo intersubjetivo, dialógico, onde todos têm direito a fala”

(TENÓRIO, 2008, p. 27).

Então, diante da complexidade do atendimento e para dar as respostas às

necessidades educacionais especiais dos alunos com deficiência, a pesquisa

revelou que é imprescindível dialogar com as várias áreas do conhecimento. Assim,

recorremos às palavras de Maia que considera “a gestão social, como campo de

conhecimento interdisciplinar” (MAIA, 2005, p. 16). Para exemplificar uma das ações

dessa natureza, podemos também observar a fala do entrevistado da UnB,

O programa coordena as ações, mas os departamentos e setores devem fazer ações pontuais porque há as especificidades. Na Faculdade de Educação há o projeto mantido pela PPNE o Laboratório para Deficiente Visual trata da edição e adaptação de material e, na Biblioteca Central a Biblioteca Digital e Sonora. (Informação extraída da entrevista).

Especificamente, o QUADRO 13 - Políticas de inclusão para alunos com deficiência

visual, enumerou serviços de apoio didático pedagógico adaptado desenvolvido nas

instituições. A Biblioteca Digital e Sonora28 disponibiliza um serviço diferenciado em

relação às outras universidades pesquisadas, que envolve um número razoável de

profissionais qualificados. Quanto às atividades de apoio aos alunos com deficiência

auditiva nas instituições pesquisadas, há atendimento especial, em quase todas elas

com intérpretes de LIBRAS em sala de aula, com orientação de especialista da área

para acompanhar o trabalho dos intérpretes, programa de tutor especial (o próprio

28

Biblioteca Digital e Sonora tem o objetivo de atender a demanda dos deficientes visuais coletando, reunindo, organizando e armazenado materiais em formato digital devidamente adaptados para os programas ledores de tela, além de livros gravados com uso da voz humana. Disponível em: <http://bds.bce.unb.br/>. Acesso em: 7 nov. 2013.

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aluno indica um colega para ser seu monitor). A UFRGS apresentou projetos

abrangentes consolidados, como diz o entrevistado,

[...] há intérpretes em sala de aula, em estudo extraclasse, há produção de textos em vídeos em LIBRAS. Nos eventos os interpretes estão presentes, aula inaugural da universidade, aula magna, seminário, museu e atividades de extensão. (Informação extraída da entrevista).

De modo geral, as universidades pesquisadas estão dando atenção aos alunos com

deficiências físicas e neuro-motoras e existem projetos para reformar e adaptar os

espaços físicos; além disso, em uma delas criou-se uma comissão de acessibilidade

para efetivar as intervenções. Na outra, o núcleo monitora, acompanha e solicita

adaptações de rampas, cadeiras, mesas, ambas em parceria com setores

administrativos adequados. Na UFMG, a acessibilidade arquitetônica (edificações,

instalações) ainda não foi solucionada. Os alunos DV afirmam passar por

dificuldades de acesso aos espaços, de deslocamento dentro dos campi, como

mostram os GRÁF. 19, 20, 21 e 22. Isto tem um impacto direto nas atividades do

CADV, pois o deslocamento do estudante cego fica prejudicado, cabendo muitas

vezes ao Centro realizar a tarefa de acompanhar o DV nos espaços acadêmicos. Há

ocasiões em que colegas desses alunos contribuem nessa tarefa, dado o grau de

sociabilização mostrado pelo GRAF. 34.

As instituições acadêmicas pesquisadas já tratam inclusive de atribuir vagas

suplementares a alunos com deficiência. Além disso, há alunos com transtornos

globais do desenvolvimento29 e com altas habilidades/superdotação matriculados.

Estas questões precisam ser mais estudadas, discutidas e fazer parte das

preocupações dos integrantes do grupo que está organizando o núcleo de

acessibilidade na UFMG. Os dados revelados na pesquisa apontam que, ao longo

dos últimos oito anos, os projetos foram geralmente financiados pelo Programa

Incluir através de inúmeros planos desenvolvidos por meio de parceria entre a SESu

e a SECADI, com investimentos na qualidade da educação inclusiva. Os núcleos de

acessibilidade que participaram desta pesquisa, buscando ser coerentes com a

filosofia baseada no conceito de universidade pública: educação com qualidade para

29

“São aqueles que apresentam alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e na comunicação, um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Incluem-se nesse grupo alunos com autismo, síndrome do espectro do autismo e psicose infantil.” (BRASIL, 2007a, p. 9).

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todos, se esmeraram em tratar a educação inclusiva de forma mais ampla

congregando as políticas de ações afirmativas que são políticas que abordam a

inclusão social (de alunos oriundos da escola pública) e a inclusão étnica (de

indígenas e afrodescendentes) através da política de reserva de cotas para o

ingresso no ensino superior (CORREIA; MOREIRA, 2007). Essa inclusão social e

racial busca o fortalecimento de uma sociedade democrática mediante a

participação ativa na vida social. Para tanto, os núcleos acima mencionados

investem em programas, planos e projetos de formação dos profissionais envolvidos

com a inclusão, na comunicação e na informação dando visibilidade às ações das

políticas implementadas através de publicação das pesquisas desenvolvidas com os

professores da área.

Contudo, aspectos legislativos, como as normas apenas, não vão dar conta da demanda para o setor, é preciso políticas públicas dirigidas com investimentos na qualificação de professores, e recursos tecnológicos, além da assistência estudantil nas universidades públicas em especial, para que se possa garantir a permanência desses estudantes (ROCHA; MIRANDA, 2009, p. 32).

Nessa perspectiva, o estudo comprovou que as universidades pesquisadas estão

cumprindo as recomendações legais preconizadas pelo MEC, diferentemente da

UFMG, que ainda carece de regulamentação interna para promover articulação

intersetorial na implementação das políticas de inclusão, como podemos verificar

nos estudo da pesquisadora Reis (2010),

[...] a instituição organizou em 2002 uma comissão de acessibilidade para cuidar das questões relativas à acessibilidade física e aos recursos para a melhoria das condições de inclusão dos alunos com NEE. O trabalho dessa comissão não se encontra diretamente ligado ao acompanhamento dos alunos desde o vestibular, seu ingresso e percurso acadêmico. Segundo o professor essa comissão realiza ações mais pontuais para os alunos, quando solicitados pelo discente (REIS, 2010, p. 104).

Os dados da pesquisa realizada entre os docentes da UFMG nos permitem dizer

que a política de inclusão é pouco conhecida em vários sentidos; por exemplo, entre

os professores, os colegiados, a administração central e entre os setores

administrativos não há articulação na perspectiva inclusiva e os dados referentes

aos alunos não circulam. Verifica-se, outrossim, que, como não há uma política

claramente definida orientada para a inclusão de todos os alunos com NEE e, em

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particular, dos deficientes visuais, também falta uma gestão compartilhada dos

setores e serviços concernentes à deficiência. Em grande parte, talvez isso se deva

à ausência de uma política de formação de professores para o ensino superior para

lidar com as necessidades educacionais especiais, como mostram os GRÁF. 23 e

24.

Dada esta situação, há que se transformar a questão da deficiência no espaço

acadêmico num problema político. Como fazer isso? Inicialmente, ouvindo os

docentes, os técnicos administrativos e os alunos, juntando experiências esparsas

para construir um projeto político consistente de educação inclusiva. Estão

ocorrendo algumas iniciativas: Ciclo de debates sobre a prática pedagógica na

educação inclusiva, organizado pelo Grupo de estudos sobre educação inclusiva e

NEE, em maio de 2013; reuniões, em outubro de 2013, de um grupo de pessoas

com objetivo de elaborar um projeto para a criação do núcleo de acessibilidade e

apresentá-lo aos reitoráveis para a próxima gestão na Universidade. Só é possível

atender às necessidades educacionais desses sujeitos com a participação

democrática em que estejam envolvidos todos os atores interessados. E isto nos

remete às palavras de Pedro Demo, que fala em participação como conquista, isto é,

um processo infindável, constante, “Assim, participação é em essência

autopromoção e existe enquanto conquista processual. Não existe participação

suficiente, nem acabada” (DEMO, 1993, p. 18). Há que se construir espaços de

diálogo democrático, especialmente para que os alunos com deficiência tenham

condições favoráveis de participação. Pode-se afirmar que, para a construção de

uma educação realmente inclusiva, é imprescindível o protagonismo do aluno em

todas as questões que concernem a ele. A presença institucional dele e sua

participação no processo educativo é um pressuposto para que as IFES revejam

suas ações, posturas e encaminhamentos quanto à política de inclusão. A presente

pesquisa revelou, através dos GRÁF. 29, 30, 31, 32 e 33, que a participação dos

alunos no espaço acadêmico é ainda numericamente pouco relevante e que há uma

carência de ações que promovam o desenvolvimento acadêmico e social do aluno

com NEE na UFMG, por exemplo. No entanto, é só através dessa participação que

os alunos com deficiência serão empoderados enquanto sujeitos de sua própria

educação e participarão como membros ativos da comunidade e da sociedade.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A maioria das universidades públicas pesquisadas criou núcleos de acessibilidade

que se consolidaram mediante um trabalho multidisciplinar perseverante. O estudo

mostrou que elas reforçaram o direito à educação superior para pessoas com

deficiência e demonstraram a importância dos requisitos legais da acessibilidade

preconizados pelo MEC, contribuindo também para o aperfeiçoamento do próprio

trabalho e aprendizado. Sabe-se cada vez mais que o atendimento a pessoas com

necessidades educacionais especiais constitui-se num trabalho de alta

complexidade, exigindo um suporte simultâneo e conjugado de várias

especialidades num clima de cooperação e solidariedade. O diálogo e a troca de

informações empreendidas pela pesquisadora com os entrevistados durante a

pesquisa levaram a essa ampliação do conhecimento e da compreensão da

pesquisadora sobre a política de educação inclusiva não só para o atendimento aos

alunos com DV, mas de todas as pessoas com necessidades educacionais

especiais, o que resultou na alteração do título do trabalho.

Com o olhar ainda mais amplo, os núcleos dessas universidades trataram da

inclusão de uma maneira sólida com políticas inclusivas e afirmativas abrangentes e

buscando uma educação com qualidade para todos que garanta também a inclusão

de alunos indígenas e afrodescendentes e de alunos provenientes da escola pública

mediante uma política de reserva de cotas para o ingresso no ensino superior –

baseados, além disso, no objetivo mais amplo de resgatar uma dívida histórica com

esses segmentos da população e de construção de uma sociedade mais justa e

solidária.

As universidades viabilizaram núcleos de acessibilidade multidisciplinares instituídos

pelos respectivos conselhos e regulamentados por resoluções para pôr em prática

uma rede colaborativa de apoio às políticas de educação inclusiva, rede esta que se

intensifica com a troca de experiências entre as várias instituições de ensino

superior. Seus projetos foram financiados especialmente pelo Programa Incluir

vinculado às Secretarias de Ensino Superior e a de Educação Especial do MEC.

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A pesquisa revelou que as ações gerenciais nos núcleos de acessibilidade atendem

aos princípios da gestão social com a efetiva participação plural no planejamento e

na organização de recursos e serviços para a promoção da acessibilidade e a

eliminação de barreiras arquitetônicas, atitudinais, etc.

As IFES que participaram da pesquisa têm alunos com necessidades educacionais

especiais na graduação e na pós-graduação, com apoio didático-pedagógico

específico de acordo com as demandas dos alunos. A UFMG carece ainda de um

núcleo de acessibilidade instituído e de uma política de inclusão amplamente

implementada. Portanto, não possui uma gestão compartilhada dos setores e

serviços acadêmicos e administrativos com relação aos alunos com deficiência e,

além disso, não apresenta dados concernentes à questão. São conhecidos apenas

os alunos com deficiência visual usuários do CADV.

Quanto ao atendimento aos alunos com deficiência visual, o estudo constatou que

as universidades possuem um trabalho bem estruturado, com uma equipe de

profissionais qualificados e de várias áreas, com recursos e equipamentos

adequados para concretizar o apoio educacional especializado, o que revela um dos

princípios da gestão social. Não sendo esta a situação do CADV, que possui apenas

um funcionário permanente e com escassa formação adequada para o serviço –

fruto, aliás de investimento pessoal -, além de alguns bolsistas, é evidente a

necessidade de um trabalho sistemático da administração universitária para sanar

esta falha grave em sua política de inclusão. Neste sentido, é premente a criação de

um núcleo de acessibilidade institucionalizado e orientado por uma gestão social

que, além de reconhecer o CADV como parte dele, leve em conta sua experiência

no atendimento ao aluno cego e com visão subnormal, agregue outros profissionais,

bem como contemple o apoio aos estudantes das demais deficiências existentes na

sociedade, visando qualificar e ampliar assim esse trabalho fundamental não só para

a Universidade, mas para a formação integral e a valorização das diferenças numa

sociedade diversa e democrática.

Os dados da pesquisa realizada com docentes da UFMG nos permitem dizer que a

política de inclusão é pouco conhecida entre os professores, os alunos e os

colegiados; por outro lado, não há ações articuladas entre os professores, os

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colegiados, as reitorias e os setores administrativos que promovam a inclusão

educacional. A realidade revelada pela pesquisa apontou que, como não há uma

política claramente definida orientada para a inclusão de todos os alunos com NEE

e, em particular, os deficientes visuais; a instituição carece igualmente de uma rede

de colaboradores constituída pelos setores e serviços referentes a esses alunos não

havendo parcerias para executar as ações necessárias. No entanto, a pesquisa

revelou que o CADV tem conseguido atender às expectativas da maior parte dos

docentes quanto à preparação do material didático, mas ainda há um pequeno

número deles não contemplados. É preciso investir na formação e treinamento dos

docentes e técnicos administrativos para familiarizá-los com práticas pedagógicas

inclusivas. Esse processo deve ser construído coletivamente.

A pesquisa realizada junto aos discentes com deficiência visual apontou que a

aplicação da política de educação inclusiva está parcialmente aplicada, enquanto

que para outros ela é inexistente, isto significa dizer que há que se trabalhar nesse

contexto na instituição. Além disso, não há uma orientação conveniente para os

alunos após a realização da matrícula, conforme verificado nas outras instituições. A

pesquisa também revelou que existe uma defasagem entre o ano em que o aluno

ingressou e o ano que passou a ser usuário do Centro, ou seja, a ausência de ações

intersetoriais resulta em prejuízo para o estudante. Com relação a acessibilidade

arquitetônica os dados revelaram que precisa de investimento para eliminar as

barreiras de natureza física (instalações, edificações) na Universidade. Quanto a

tecnologia assistiva que o Centro dispõe, sendo os recursos mais utilizados os

textos digitalizados, a lupa eletrônica e os softwares ledores de tela, todos

considerados essenciais para o aprendizado deles, o CADV deverá estar sempre se

aprimorando tanto para atender a novas demandas dos usuários quanto para

conhecer e saber usar as tecnologias adequadas a esse público. E com relação à

participação dos alunos com NEE no ambiente acadêmico os dados apontaram que

há uma carência de ações que promovam o desenvolvimento acadêmico e social

deles na instituição. A experiência da sua passagem pelo CADV tem demonstrado

que eles, além de enriquecer o seu conhecimento, contribuem para humanizar e

aperfeiçoar as atividades e as relações sociais no ambiente universitário. No

entanto, a sua presença e participação no processo educacional e na definição das

políticas públicas de inclusão na instituição precisam ser ampliadas, rompendo com

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as iniciativas individuais e constituindo um processo de luta coletiva. E isto é tanto

mais urgente dada a situação da UFMG que não tratou com efetividade da questão

da criação de um núcleo de acessibilidade contemplando todos os alunos com

deficiência. A situação, portanto, exige reflexão; ampliar os espaços de discussão

sobre a temática da inclusão, interagir com os alunos interessados, os docentes e os

profissionais envolvidos trarão mudanças a partir de um modelo de gestão social,

um processo gerencial dialógico em que a elaboração e a implementação de

políticas são compartilhadas entre os participantes na aplicação das políticas

públicas, já que a inclusão só é verdadeiramente social e educativa se for uma

construção coletiva, isto ainda é um desafio. Investir na formação de alunos,

professores, profissionais e na sociedade é um caminho para efetivar a inclusão.

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7 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Os dados da pesquisa sobre os núcleos de acessibilidade que atuam em algumas

universidades federais e a constatação feita junto aos coordenadores entrevistados

de que os núcleos possuem uma estrutura sólida de funcionamento mantendo

múltiplas parcerias levaram a pesquisadora a ampliar o seu conhecimento sobre a

complexidade do atendimento aos alunos com NEE e sobre a gestão desses

serviços. Dessa forma, para atender ao bem comum por meio da esfera pública

adotam-se princípios de gestão social que buscam instituir processos administrativos

através da participação e do diálogo privilegiando o exercício da cidadania por todos

os membros envolvidos no gerenciamento do núcleo de acessibilidade, fazendo com

que as ações sejam pautadas pelo consenso e pela intervenção dos indivíduos em

busca das necessidades dos estudantes com deficiência. Isso possibilitará, assim,

melhorias no processo de discussão, na pluralidade de opiniões e na inclusão dos

envolvidos com a temática da política da educação inclusiva na Instituição para

construir o núcleo com autonomia.

Primeiro, é preciso adequar-se à legislação vigente com respaldo do MEC que

financia toda a infraestrutura, reelaborando o conceito de universidade pública - com

educação de qualidade para todos -, construindo um sistema de políticas inclusivas

e afirmativas no espaço acadêmico de maneira a contemplar discussões e ações

para promover a inclusão e visando fortalecer uma sociedade democrática com a

participação ativa na vida social. Nesse sentido, as IFES devem criar um núcleo de

acessibilidade institucionalizado, com aportes de recursos financeiros diretamente

previstos na matriz orçamentária das instituições, e que ele esteja inserido no

contexto da diversidade fazendo parte dos programas, projetos e planos,

concretizando parcerias e estabelecendo canais de organização estrutural no

contexto da Universidade.

Assim, visualizamos de modo geral como as IFES estarão lidando com a política da

educação inclusiva, contemplando todas as deficiências e particularidades

existentes na sociedade. Os núcleos de acessibilidade organizar-se-ão da forma

mais ampla com uma estrutura que tenha condições de garantir aos alunos com

NEE o acesso, a permanência e a conclusão do seu curso. Eles estariam

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organizados de forma a contemplar os eixos básicos: de infraestrutura, com projetos

arquitetônicos e urbanísticos que atendam aos princípios do desenho universal;

currículo, comunicação e informação, com garantia de pleno acesso, participação e

aprendizagem das pessoas com deficiência através da disponibilização de materiais

didáticos e pedagógicos acessíveis, equipamentos de tecnologia assistiva e de

serviços de guia-intérprete e de tradutores e intérpretes de Libras; programas de

extensão, com a participação da comunidade nos projetos de extensão assegurada

a todos, por meio da efetivação dos requisitos de acessibilidade, conceitos e práticas

de acessibilidade serão disseminados por ações extensionistas; programas de

pesquisa, com o desenvolvimento de pesquisa básica e aplicada, articulando,

ressignificando e aprofundando aspectos conceituais e promovendo a inovação, ao

relacionar as áreas de pesquisa com a área da tecnologia assistiva.

Uma vez instituídos os núcleos de acessibilidade, o apoio aos alunos deve

organizar-se seguindo parâmetros semelhantes aos utilizados no CADV - base da

experiência profissional da autora com os alunos DV. Esses núcleos precisam

efetuar ações metodológicas com práticas inclusivas comuns destinadas a

responder a demandas similares desses alunos de acordo com os seguintes

procedimentos:

a) uma coordenação com uma equipe multidisciplinar de profissionais

(professores, técnicos administrativos) e alunos (bolsistas, monitores,

estagiários);

b) espaço físico com equipamentos e recursos tecnológicos adequados:

1. Equipamentos para uso dos alunos com DV:

computadores com softwares ledores de tela (NVDA, MECDAISY, JAWS),

softwares com ampliadores de tela - para uso dos alunos;

lupas eletrônicas;

programas específicos de conversão para partitura (música), e para área

de ciências exatas;

2. Equipamentos para uso dos técnicos:

preparação de material adaptado: softwares especiais, impressora em

braille com programa de conversão; impressora para ampliação;

mesa de gravação – para textos gravados e audiodescrição.

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Para o Centro de Apoio funcionar de forma adequada e entregar ao aluno o

material em tempo hábil para acompanhar as aulas exige-se uma equipe de

trabalho bem treinada e com formação especializada para as várias situações.

Por exemplo, impressão e revisão de texto em braille, digitalização e correção

dos textos; audiodescrição de vídeos, filmes, imagens, etc.

A equipe demandará de profissionais das seguintes áreas:

informática - instalação e manutenção dos programas e softwares

especiais; preparar treinamento para a equipe e usuários;

revisor vidente e de braille (formação em letras);

bibliotecário - tratamento e organização do acervo – criar a biblioteca

acessível;

audiodescritor - (profissional ainda em formação);

para cursos da área da saúde e biológicas precisa construir adaptações

em peças;

adaptações de mapas, gráficos, etc.;

contabilidade - orientação sobre orçamentos, financiamentos de projetos e

compra de equipamentos, que tem sido realizado através de pregão nas

instituições públicas federais.

A pesquisa realizada nas IFES revelou que as parcerias com os setores acadêmicos

e administrativos sustentam a política de inclusão qualificando o atendimento para

os alunos: com os colegiados dos cursos, com a supervisão da área da Terapia

Ocupacional, da Psicologia, da Pedagogia, de Assistência Social, da Arquitetura e

de outras que se fizerem necessárias de acordo com as demandas dos alunos.

A pesquisa também mostrou que a presença do estudante nas atividades dos

núcleos é fundamental tanto para sua formação bem como para a execução do

trabalho realizado neles. Para a sua efetivação, é imprescindível o protagonismo do

aluno. Então, tratar da informação e da formação na comunidade universitária cria

as possibilidades de construção de uma sociedade inclusiva e mais democrática.

Para gerenciar o Centro de Apoio ao aluno com Deficiência Visual é fundamental

que ele se apoie nos princípios da gestão social, baseada na participação, no

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diálogo e na decisão compartilhada. Portanto, criar, institucionalizar e investir na

formação da equipe dos CADV’s é favorecer a promoção da aprendizagem e a

valorização das diferenças, de forma a atender as necessidades educacionais

desses alunos.

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REFERÊNCIAS

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Brasília, 2011a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Decreto/D7611.htm>. Acesso em: 24 mar. 2013. BRASIL. Decreto n. 7.612, de 17 de novembro de 2011. Institui o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência - Plano Viver sem Limite. 190o da Independência e 123o da República; Brasília, 2011b. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Decreto/D7612.htm>. Acesso em: 24 fev. 2013. BRASIL. Ministério da Educação. Documento Orientador Programa Incluir - Acessibilidade na Educação Superior. Ministério da Educação, Secretária de Educação Especial - SEESP e Secretaria de Educação Superior - SESu. Brasília: SEESP/SESu, 2013. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/sesu/index.php?option=content&task=view&id= 557&Itemid=30>. Acesso em: 24 fev. 2013. CONVENÇÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS. Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Pessoas Portadoras de Deficiência. Disponível em: <http://www.cidh.oas.org/basicos/portugues/o.Convencao.Personas.Portadoras.de.Deficiencia.htm>. Acesso em: 25 jul. 2013. CORREIA, G. B.; MOREIRA, L. C.. Ações afirmativas, inclusão escolar e cotas étnicas e sociais: um olhar sobre a experiência da UFPR de 2003 a 2007. In: VII CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO – EDUCERE, 2007, Curitiba. Anais..., Curitiba: Champagnat, 2007. v. 01. p. 3189-3197. Disponível em: <http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2007/anaisEvento/arquivos/CI-396-01.pdf>. Acesso em: 13 jan. 2014. DEMO, P. Participação é conquista: noções de política social participativa, 2ª ed., São Paulo: Cortez, 1993. DUTRA, C. P. et al. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da

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parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES. Disponível em: <http://www.capes.gov.br/bolsas/programas-especiais/proesp>. Acesso em: 22 mar. 2013. QUINTANEIRO, T.; BARBOSA, M. L. O.; OLIVEIRA, M. G. M. Um toque de clássicos: Marx, Durkheim e Weber. 2. ed. rev. e atual. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009. 159 p. ROCHA, T. B.; MIRANDA, T. G. A inclusão de alunos com deficiência no ensino superior: uma análise de seu acesso e permanência. In: DÍAZ, F. et al (Org.). Educação inclusiva, deficiência e contexto social: questões contemporâneas. Salvador: EDUFBA, 2009. p. 27-37. ROSSETTO, E. Sujeitos com deficiência no ensino superior: vozes e significados. 2009. 238 f. Tese (Programas de Pós-graduação em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009. REIS, N. M. M. Política de inclusão escolar de pessoas com necessidades educacionais especiais no ensino superior e as universidades federais mineiras. 2010. 188 f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2010. SOUZA, I. M. Gestão das universidades federais brasileiras: uma abordagem fundamentada na Gestão do Conhecimento. 2009. 399 f. Tese (Doutorado em Engenharia e Gestão do Conhecimento) – Faculdade de Engenharia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009. TENÓRIO, F. G. (Re)visitando o conceito de gestão social. In: TENÓRIO, F. G. Gestão social: metodologia, casos e práticas. 5. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: FGV, 2008, cap.1, p. 10-30. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Gabinete do Reitor. Portaria n. 033 de 12 de Abril de 2013. Resolve tornar sem efeito a Portaria nº 031 / 2013 e mantém na íntegra a Portaria nº 074 / 2010. Belo Horizonte, 2013. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Gabinete do Reitor. Portaria nº 074 de 17 de Junho de 2010. Resolve instituir Comissão Permanente de apoio ao Portador de Necessidades Especiais. Belo Horizonte, 2010. WEBER, M. Ciência e política: duas vocações: texto integral. São Paulo: Martin Claret, 2001. 128 p.

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APÊNDICE A - Carta de Apresentação e Questionário

Belo Horizonte, ________ de______________________________de 2013

Prezado (a) Professor(a)

Coordenador(a) do Núcleo de Acessibilidade

Eu sou Vera Lúcia Moreira Nunes, aluna do Mestrado Profissional em Gestão Social,

Educação e Desenvolvimento Local do Programa de Pós-Graduação do Centro

Universitário UNA, e também Técnico Administrativo em Educação da UFMG.

Meu contato com o Sr. (a Sra.) deve-se ao fato de ser professor (a) e/ou técnico com

função de coordenador de “núcleo” da Universidade. Solicito a gentileza de

responder a este questionário relativo à pesquisa que estou desenvolvendo sobre a

Gestão dos serviços de apoio ao aluno com deficiência visual na UFMG. Os dados

serão utilizados sem identificação dos respondentes.

Sua colaboração é extremamente valiosa para conhecermos sobre a temática das

políticas públicas de inclusão desenvolvida nesta instituição de ensino. Com este

estudo pretende-se também identificar quais foram às ações implementadas na

UFMG, para atender ao aluno, de acordo com as recomendações da legislação.

O tempo estimado para responder às questões é de 15 minutos.

Agradeço muitíssimo a preciosa colaboração.

Para mais informações, entrar em contato pelos tel. (31) 9177-1993 –

(31) 3409-5049 - E-mail: [email protected]

Atenciosamente,

Vera Lúcia Moreira Nunes.

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INFORMAÇÕES INICIAIS

Nome do projeto:

A POLÍTICA CEGA E O ALUNO SÁBIO: gestão social como um caminho de

institucionalização do Centro de Apoio ao Deficiente Visual (CADV) da UFMG

Orientador: Prof. Dr. Cláudio Márcio Magalhães.

Mestranda: Vera Lúcia Moreira Nunes.

Objetivo: Conhecer as ações de políticas públicas de educação inclusiva

implementadas na Instituição como requisitos das determinações legais da política

de inclusão para os alunos com Necessidades Educacionais Especiais (NEE), em

particular, os deficientes visuais, no ensino superior.

Questionário

1 Dados sobre a estrutura organizacional de apoio à educação inclusiva e a ações efetivadas ou em fase de implementação na Universidade para atender às demandas dos alunos com NEE de acordo com a legislação nacional:

1.1 Existe na Universidade um núcleo/setor para receber o aluno com NEE e para acompanhá-lo no atendimento às suas necessidades acadêmicas? ( ) Sim ( ) Não Não sei ( ) Qual______________

1.2 Se sim, o núcleo/setor está regulamentado através de resolução interna? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei Qual______________

1.3 A coordenação é exercida por ( ) um coordenador ( ) dois ou mais coordenadores ( ) outros. Exemplifique__________________

2 Existe algum tipo de apoio didático-pedagógico específico oferecido pela Universidade para auxiliar na permanência do aluno com NEE nos cursos? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei Qual _______________

3.1 Há alunos com deficiência visual (cegos e/ou com baixa visão)? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei

3.2 Há alunos com deficiência auditiva?

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( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei.

3.3 Há alunos com deficiência física (motora e/ou neuro-motora)? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei

4 Em relação às políticas de inclusão para alunos com deficiência visual:

4.1 A Universidade oferece serviços de apoio didático-pedagógico adaptado para atender às demandas dos alunos cegos e com baixa visão? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei. 4.2 Quais materiais adaptados Universidade oferece? ( ) Escaneados. ( ) Em braille. ( ) Gravados (áudio/vídeo). ( ) Impressões ampliadas. ( ) Outros.

5 Em relação às políticas de inclusão para alunos com deficiência auditiva:

5.1 A Universidade oferece intérpretes de LIBRAS nas salas de aula para apoiar os alunos surdos ou com deficiência auditiva? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei.

6 Em relação aos alunos com deficiências físicas e neuro-motoras: 6.1 A Universidade oferece adaptações físicas para garantir a acessibilidade aos alunos com limitações locomotoras? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei.

7 O que você acha que deveria ser feito?

Nome do responsável pelo preenchimento dos dados: Cargo: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Telefones para contato: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . E-mail: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Coordenador ou responsável pelo núcleo/setor: Cargo: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Telefones para contato: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . E-mail: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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APÊNDICE B – Roteiro de entrevista semiestruturada

Nome do projeto: A POLÍTICA CEGA E O ALUNO SÁBIO: gestão social como um caminho de institucionalização do Centro de Apoio ao Deficiente Visual (CADV) da UFMG. Orientador: Prof. Cláudio Márcio Magalhães. Mestranda: Vera Lúcia Moreira Nunes. Objetivo: Conhecer as ações de políticas públicas de educação inclusiva implementadas na Instituição como requisitos das determinações legais da política de inclusão para os alunos com Necessidades Educacionais Especiais (NEE), em particular, os deficientes visuais, no ensino superior. 1 Dados sobre a estrutura organizacional de apoio à educação inclusiva e ações efetivadas ou em fase de implementação na Universidade para atender às demandas dos alunos com NEE de acordo com a legislação nacional: 1.1 Existe na Universidade um núcleo/setor para receber o aluno com NEE e para acompanhá-lo no atendimento às suas necessidades acadêmicas? 1.2 Desde quando? 1.2 O núcleo/setor está regulamentado através de resolução interna? 1.4 Em caso afirmativo, qual é a resolução? 1.5 Quantas pessoas integram a equipe? 1.6 Como o núcleo/setor está estruturado? 1.7 Quais os objetivos gerais do núcleo/setor? 1.8 Como o aluno com NEE é identificado no ato da matrícula? 1.9 Como são levantadas as demandas de necessidades e apoios desses alunos? 1.10 Quais são os procedimentos adotados para encaminhar o aluno aos serviços especiais? 2 Existe algum tipo de apoio didático-pedagógico específico oferecido pela Universidade para auxiliar na permanência do aluno com NEE nos cursos? 2.1 Desde quando? 2.2 Qual? 2.3 Como ele está estruturado? 2.4 Há outros setores acadêmicos e administrativos envolvidos nesse trabalho? 2.5 Quais são eles? 3 Os docentes e as políticas públicas de educação inclusiva no ensino superior 3.1 Os docentes da Instituição têm conhecimento da política de inclusão escolar de alunos com NEE?

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3.2 O núcleo/setor desenvolve atividades para conscientizar os professores quanto à política de inclusão? 3.3 Os professores apontam dificuldades na relação ensino-aprendizagem com os alunos com DV? 3.4 Se há, quais são os procedimentos adotados pelo núcleo/setor para solucioná-las? 3.5 Quais são as estratégias para a excelência? 4 Em relação às políticas de inclusão para alunos com deficiência visual: 4.1 A Universidade oferece serviços de apoio didático-pedagógico adaptado para atender às demandas dos alunos cegos e com baixa visão? 4.2 Quais? 4.3 Como eles estão estruturados? Funcionam? 4.4 Quais são os resultados? 4.5 Quais são as áreas dos profissionais envolvidos? 4.6 O núcleo/setor já atendeu e atende alunos com DV de quais cursos? 5 Em relação às políticas de inclusão para alunos com deficiência auditiva: 5.1 A Universidade oferece intérpretes de LIBRAS nas salas de aula para apoiar os alunos surdos ou com deficiência auditiva? 5.2 Desde quando? 6 E em relação aos alunos com deficiências físicas e neuromotoras: 6.1 Existem adaptações físicas para garantir a acessibilidade aos alunos com limitações locomotoras? 7 Outras questões que deseje abordar sobre a política institucional de inclusão de alunos com NEE nessa Universidade e outras ações implantadas nessa direção que não foram abordadas? 8 Outros comentários que desejar fazer? Nome do responsável pelo preenchimento dos dados: Cargo: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Telefones para contato: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . E-mail: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Coordenador ou responsável pelo núcleo/setor: Cargo: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Telefones para contato: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . E-mail: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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APÊNDICE C - Carta de Apresentação e Questionário

Belo Horizonte, ________ de_______________________________de 2013.

Prezado (a) Professor (a),

Eu sou Vera Lúcia Moreira Nunes, aluna do Mestrado Profissional em Gestão Social,

Educação e Desenvolvimento Local do Programa de Pós-Graduação do Centro

Universitário UNA, e também Técnico Administrativo em Educação da UFMG.

Meu contato com o Sr. (a Sra.) deve-se ao fato de ser professor(a) da Universidade.

Solicito a gentileza de responder ao questionário referente a uma pesquisa sobre a

Gestão dos serviços de apoio ao aluno com deficiência visual na UFMG. Os dados

serão utilizados sem identificação dos respondentes.

Sua colaboração é extremamente valiosa no sentido de conhecer e avaliar sobre a

temática das políticas públicas de inclusão desenvolvida nesta instituição de ensino.

Com este estudo pretende-se também identificar quais foram as ações

implementadas na UFMG, para atender ao aluno com Necessidades Educacionais

Especiais (NEE), de acordo com as recomendações legais.

O tempo estimado para responder às questões é de 15 minutos.

Agradeço muitíssimo a preciosa colaboração.

Para mais informações, entrar em contato pelos tel. (31) 9177-1993 –

(31) 3409-5049 - E-mail: [email protected].

Atenciosamente,

Vera Lúcia Moreira Nunes.

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INFORMAÇÕES INICIAIS

Nome do projeto:

A POLÍTICA CEGA E O ALUNO SÁBIO: gestão social como um caminho de

institucionalização do Centro de Apoio ao Deficiente Visual (CADV) da UFMG

Orientador: Prof. Dr. Cláudio Márcio Magalhães.

Mestranda: Vera Lúcia Moreira Nunes.

Objetivo: Conhecer as ações de políticas públicas de educação inclusiva

implementadas na Instituição como requisitos das determinações legais da política

de inclusão para os alunos com Necessidades Educacionais Especiais (NEE), em

particular, os deficientes visuais (cego e/ou baixa visão), no ensino superior.

Questionário

1 Os docentes e a inclusão dos alunos com NEE adotadas na Instituição:

1.1 Os docentes da UFMG têm conhecimento da política de inclusão para os alunos

com NEE?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei.

1.2 De acordo com as determinações legais da política de educação inclusiva no

ensino superior, como você avalia o processo de implantação nesta Universidade?

( ) Adequado ( ) Em adequação ( ) Inexistente.

2 A estrutura organizacional na UFMG

2.1 Existe na Universidade um núcleo/setor para receber o aluno com NEE e para

acompanhá-lo no atendimento às suas necessidades acadêmicas?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei.

2.2 Se sim, o núcleo/setor está regulamentado através de resolução interna?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei.

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3 A Instituição e as adaptações curriculares para alunos com NEE.

3.1 A UFMG, através do colegiado do seu curso, tem orientado para as adaptações

curriculares nos conteúdos das suas disciplinas?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei.

4 O Centro de Apoio ao Deficiente visual (CADV) na UFMG prepara o material

didático-pedagógico para o aluno com deficiência visual (cego e /ou com baixa

visão) para acompanhar as aulas a partir das referências bibliográficas

encaminhadas pelo professor. Este material é constituído pela a adaptação de

livros, capítulos de livros, PowerPoints, filmes, gráficos, partituras, impressões

ampliadas e em braille, entre outros.

Considerando que Você teve ou está tendo experiência em dar aulas para aluno

com deficiência visual:

4.1 Seu primeiro contato com o aluno em sala de aula foi?

( ) Uma surpresa( ) Avisado previamente ( ) Não percebeu a presença do aluno.

4.2 Você utiliza os serviços do CADV?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não conheço.

4.3 Você teve ou tem tido dificuldades para lidar com o CADV?

( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes.

4.4 Se afirmativo, a dificuldade é de qual natureza?

( ) Falta de comunicação ( ) Falta de informação Quais_________

4.5 O CADV tem tido dificuldades em preparar os textos para os alunos em face da

insuficiência de informação sobre as referências bibliográficas.

Você tem observado isso através dos nossos contatos?

( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes.

5 Professor e a avaliação dos serviços do CADV:

5.1 O CADV tem atendido suas expectativas, com relação à preparação de material

para o aluno acompanhar as suas aulas?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não se aplica.

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5.2 Você observa se há a necessidade de ter um monitor para auxiliar o aluno em

sua disciplina?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não pensei sobre isso ( ) Sempre ( ) Nunca.

5.3 O CADV localiza-se na Biblioteca da FAFICH. Para Você esta localização

interfere na interação entre o professor e o CADV?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não pensei sobre isso

5.4 Para Você, cada Unidade Acadêmica deve ter um “serviço de apoio/ CADV” com

toda a infraestrutura para atender a todos?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não tenho opinião formada sobre isso

5.5 Para Você, um “serviço de apoio/CADV” deve ser centralizado com toda

infraestrutura para atender a todos, na UFMG?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não tenho opinião formada sobre isso.

Nome do professor: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

E-mail: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Telefones para contato: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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124

APÊNDICE D - Carta de Apresentação e Questionário ao Aluno

Belo Horizonte, ________ de_______________________________de 2013.

Prezado (a) Aluno (a),

Eu sou Vera Lúcia Moreira Nunes, aluna do Mestrado Profissional em Gestão Social,

Educação e Desenvolvimento Local do Programa de Pós-Graduação do Centro

Universitário UMA, e também Técnico Administrativo em Educação da UFMG.

Meu contato deve-se ao fato de você ser aluno (a) da Universidade. Solicito a

gentileza de responder ao questionário referente a uma pesquisa sobre a Gestão

dos serviços de apoio ao aluno com deficiência visual na UFMG. Os dados serão

utilizados sem identificação dos respondentes.

Sua colaboração é extremamente valiosa no sentido de conhecer e avaliar a

temática das políticas públicas de inclusão desenvolvida nesta instituição de ensino.

Com este estudo pretende-se também identificar quais foram as ações

implementadas na UFMG para atender ao aluno com Necessidades Educacionais

Especiais (NEE), de acordo com as recomendações legais.

O tempo estimado para responder às questões é de 15 minutos.

Agradeço muitíssimo a preciosa colaboração.

Para mais informações, entrar em contato pelos tel. (31) 9177-1993 e

(31) 3409-5049, ou pelo E-mail: [email protected].

Atenciosamente,

Vera Lúcia Moreira Nunes.

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125

INFORMAÇÕES INICIAIS

Nome do projeto:

A POLÍTICA CEGA E O ALUNO SÁBIO: gestão social como um caminho de

institucionalização do Centro de Apoio ao Deficiente Visual (CADV) da UFMG.

Orientador: Prof. Dr.Cláudio Márcio Magalhães.

Mestranda: Vera Lúcia Moreira Nunes.

Objetivo: Conhecer as ações de políticas públicas de educação inclusiva

implementadas na Instituição como requisitos das determinações legais de política

de inclusão para os alunos com Necessidades Educacionais Especiais (NEE), em

particular, os deficientes visuais, no ensino superior.

QUESTIONÁRIO

1 Dados sobre a estrutura organizacional de apoio à educação inclusiva na

UFMG para atender às demandas dos alunos com NEE:

1.1 O documento Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da

Educação Inclusiva orienta as instituições de educação superior a estabelecerem

uma política de acessibilidade direcionada à inclusão das pessoas com deficiência

com foco no plano de desenvolvimento da instituição, no planejamento e execução

orçamentárias, no quadro de profissionais, nos projetos pedagógicos dos cursos, na

infraestrutura arquitetônica, no sítio eletrônico e nas publicações, na disponibilização

de materiais didáticos e pedagógicos e na tecnologia assistiva (Documento

Orientador SECADI/SESu-2013). Dessa forma, a legislação garante o pleno acesso

dos alunos a todas as atividades acadêmicas. Como você avalia a aplicação das

políticas de educação inclusiva na UFMG?

( ) a. Totalmente aplicada.

( ) b. Parcialmente aplicada.

( ) c. Inexistente.

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126

1.2 Após realizar sua matrícula junto ao Departamento de Registro e Controle

Acadêmico (DRCA) na Universidade você foi encaminhado (a) para um núcleo/setor

específico para tratar das adaptações dos materiais pedagógicos? Este setor foi:

( ) a. Colegiado do seu curso.

( ) b. Centro Apoio ao Deficiente Visual – CADV.

( ) c. Fundação Mendes Pimentel - FUMP.

( ) d. Coordenadoria de Assuntos Comunitários - CAC.

( ) e. Diretoria para Assuntos Estudantis – DAE.

( ) f. Não fui encaminhado (a) para nenhum setor específico.

1.3 Ano em que você iniciou seus estudos na UFMG:

( ) a. 2005 ( ) b. 2006 ( ) c. 2007 ( ) d. 2008 ( ) e. 2009 ( ) f. 2010 ( )

g. 2011 ( ) h. 2012 ( ) i. 2013 ( ) e. Anos anteriores a 2005.

1.4 Seu curso corresponde a qual área do conhecimento?

( ) a. Agrárias ( ) b. Biológicas ( ) c. Engenharias ( ) d. Exatas e da Terra ( )

e. Humanas ( ) f. Linguística, Letras e Artes ( ) g. Saúde ( ) h. Ciências Sociais

Aplicadas

2 Em relação à acessibilidade física:

2.1 Você enfrenta ou enfrentou dificuldades para se deslocar nos espaços externos

do Campus Pampulha (chegar à sua faculdade, ao restaurante universitário, CAD 1

e/ou 2, FUMP, tomar ônibus)?

( ) a. Sempre.

( ) b. Frequentemente.

( ) c. Às vezes.

( ) d. Raramente.

( ) e. Nunca.

( ) f. Não se aplica.

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2.2 Você enfrenta ou enfrentou dificuldades para se deslocar nos espaços internos

da sua Faculdade no Campus Pampulha (salas de aula, colegiado, biblioteca,

laboratórios, auditórios, sanitários, lanchonetes)?

( ) a. Sempre.

( ) b. Frequentemente.

( ) c. Às vezes.

( ) d. Raramente.

( ) e. Nunca.

( ) g. Não se aplica.

2.3 Você enfrenta ou enfrentou dificuldades para se deslocar nos espaços externos

do Campus Saúde (chegar à sua faculdade, ao restaurante universitário, tomar

ônibus)?

( ) a. Sempre.

( ) b. Frequentemente.

( ) c. Às vezes.

( ) d. Raramente.

( ) e. Nunca.

( ) f. Não se aplica.

2.4 Você enfrenta ou enfrentou dificuldades para se deslocar nos espaços internos

da sua Faculdade no Campus Saúde (salas de aula, colegiado, biblioteca,

laboratórios, auditórios, sanitários, lanchonete)?

( ) a. Sempre.

( ) b. Frequentemente.

( ) c. Às vezes.

( ) d. Raramente.

( ) e. Nunca.

( ) g. Não se aplica.

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3 Os docentes e a educação inclusiva na Universidade

3.1 Os professores, de modo geral, têm sido receptivos para lidar com a questão da

inclusão na sala de aula?

( ) a. Sempre.

( ) b. Muito.

( ) c. Ocasionalmente.

( ) d. Pouco.

( ) e. Nunca.

3.2 De modo geral, os docentes são favoráveis à utilização de práticas inclusivas na

sala de aula?

( ) a. Totalmente favoráveis.

( ) b. Moderadamente favoráveis.

( ) c. Não se interessam.

( ) d. Moderadamente desfavoráveis.

( )e. Totalmente desfavoráveis.

4 Apoio didático-pedagógico oferecido pela Universidade para auxiliar na

permanência do aluno com NEE:

4.1 Quais desses materiais didáticos adaptados você utiliza?

( ) a. Digitalizados.

( ) b. Em braille.

( ) c. Impressões ampliadas.

( ) d. Gravados.

( ) e. Nenhum deles.

( ) f. Outros.

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4.2 A Universidade disponibiliza computadores específicos com ledores de textos e

lupa eletrônica. Quais desses você utiliza?

( ) a. Jaws.

( ) b. NVDA.

( ) c. Virtual Vision.

( ) d. Lupa eletrônica.

( ) f. Outros.

( ) e. Nenhum deles.

4.3 Você teve ou tem dificuldades para usar os softwares ledores de textos ao iniciar

e permanecer no seu curso?

( ) a. Sim, tenho dificuldades.

( ) b. Não tenho dificuldades.

( ) c. Ainda tenho dificuldades.

( ) d. Não tenho mais.

( ) e. Não utilizo.

4.4 Para você, há necessidade de um monitor da disciplina para auxiliá-lo durante o

semestre?

( ) a. Sempre.

( ) b. Quase sempre.

( ) c. Ocasionalmente.

( ) d. Pouco.

( ) e. Nunca.

5 O aluno e o espaço acadêmico na UFMG:

5.1 Você participa ou participou de alguma representação estudantil?

( ) a. Sempre.

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130

( ) b. Quase sempre.

( ) c. Ocasionalmente.

( ) d. Pouco.

( ) e. Nunca.

5.2 Você participa ou participou de algum grupo de discussão?

( ) a. Sempre.

( ) b. Quase sempre.

( ) c. Ocasionalmente.

( ) d. Pouco.

( ) e. Nunca.

5.3 Você participa ou participou de algum projeto de pesquisa?

( ) a. Sempre.

( ) b. Quase sempre.

( ) c. Ocasionalmente.

( ) d. Pouco.

( ) e. Nunca.

5.4 Você participa de alguma monitoria?

( ) a. Sempre.

( ) b. Quase sempre.

( ) c. Ocasionalmente.

( ) d. Pouco.

( ) e. Nunca.

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5.5 Com qual frequência você participa de eventos acadêmicos ou culturais fora de

sua unidade acadêmica?

( ) a. Sempre.

( ) b. Quase sempre.

( ) c. Ocasionalmente.

( ) d. Pouco.

( ) e. Nunca.

5.6 Como tem sido sua relação com os colegas no espaço acadêmico?

( ) a. Muito boa.

( ) b. Boa.

( ) c. Razoável.

( ) d. Ruim.

( ) e. Muito Ruim.

6 O Aluno e a relação com o Centro de Apoio ao Deficiente visual (CADV)

Localizado na biblioteca da FAFICH do Campus Pampulha, o Centro prepara

material didático-pedagógico a partir das referências bibliográficas encaminhadas

pelo professor para o estudante com deficiência visual (cego e /ou com baixa visão)

acompanhar as aulas. Este material é a adaptação de livros, capítulos de livros,

gráficos, PowerPoint, audiodescrição de filmes, impressão ampliada de textos e

partituras, impressão em braille:

6.1 Você é usuário do CADV desde quando?

( ) a. 2005 ( ) b. 2006 ( ) c. 2007 ( ) d. 2008 ( ) e. 2009 ( ) f. 2010 g. ( ) 2011 (

) h. 2012 ( ) i. 2013 ( ) j. Anos anteriores a 2005.

6.2 A localização do CADV na FAFICH favorece as suas demandas no sentido de

utilizar recursos das tecnologias assistivas, de solicitar a preparação de material

adaptado e de realizar provas de forma conveniente?

( ) a. Favorece totalmente.

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( ) b. Favorece parcialmente.

( ) c. Desfavorece parcialmente.

( ) d. Desfavorece totalmente.

( ) e. É indiferente.

6.3 Preparar material adaptado tem sido a atividade principal do CADV. No entanto,

algumas dificuldades tem se apresentado inviabilizando a entrega do material para o

aluno em tempo hábil para acompanhar as aulas. Fazer parcerias com os

Colegiados dos cursos poderá contribuir para alterar a realidade, você:

( ) a. Concorda totalmente.

( ) b. Concorda parcialmente.

( ) c. Discorda parcialmente.

( ) d. Discorda totalmente.

( ) e. Estou indeciso.

7 Quanto a uma política de educação inclusiva na Instituição:

7.1 Para você, outros setores acadêmicos e administrativos deveriam envolver-se

para tratar da política de inclusão na UFMG?

( ) a. Concordo totalmente.

( ) b. Concordo parcialmente.

( ) c. Discordo parcialmente

( ) d. Discordo totalmente.

( ) e. Estou indeciso.

7.2 Para você, a Universidade deveria criar Centros de apoio à inclusão (do aluno

deficiente visual) com toda infraestrutura (recursos humanos e tecnológicos) em

cada Unidade Acadêmica?

( ) a. Concordo totalmente.

( ) b. Concordo parcialmente.

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( ) c. Discordo parcialmente.

( ) d. Discordo totalmente.

( ) e. Estou indeciso.

8 Com relação ao acesso à comunicação e à informação:

8.1 A Universidade disponibiliza para todos os alunos informações acadêmicas

através do site www.ufmg.br; realiza a matrícula online, possibilita o uso do Moodle,

o Pérgamo, o Portal CAPES, a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações, dentre

outros. Essas informações estão acessíveis para os alunos com deficiência visual?

( ) a. Totalmente acessíveis.

( ) b. Parcialmente acessíveis.

( ) c. Parcialmente inacessíveis.

( ) d. Totalmente inacessíveis.

( ) e. Não acesso o site.

Nome: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Telefones para contato: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

E-mail: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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APÊNDICE E – QUADRO 17 - IFES participantes da pesquisa

UNIVERSIDADE ENDEREÇO

UnB

Campus Universitário Darcy Ribeiro Brasília – DF CEP: 70910-900 Instituto Central de Ciências – ICC BT 678 – Ala Norte Programa de Apoio às Pessoas com Necessidades Especiais - PPNE e-mail: [email protected] telefones: 61-3107-6321/ 3107-6323/ 3107-632

UFES

Av. Fernando Ferrari, 514 – Goiabeiras - Vitória – ES- CEP: 29075-910 Pró-Reitoria – PROGEPAES - Núcleo de Acessibilidade da UFES - NAUFES – e-mail: [email protected] Telefone: 27-4009-2974

UFOP

Campus Morro do Cruzeiro – Pró-Reitoria de Graduação - Centro de Convergência - Ouro Preto -MG - CEP: 35400.000 NEI- Núcleo de Educação Inclusão e-mail: inclusã[email protected] telefone: 31-3559-1322

UFMG

Campus Pampulha – Av. Antônio Carlos, 6627 – Belo Horizonte - MG-CEP: 31270901- FAFICH - Biblioteca Prof. Antônio Luiz Paixão – Centro Apoio Deficiente Visual – CADV e-mail: [email protected] telefone: 31-3409-5049

UFPR

Prédio Histórico da UFPR – Praça Santos Andrade, 50 – Curitiba – PR- CEP: 80.020-300 PROGRAD – CEPIGRAD – Coordenação de Políticas Inovadoras na Graduação – Núcleo de Apoio as Pessoas com Necessidades Especiais - NAPNE - e-mail: [email protected] telefones: 41-3310-2659/ 3310-2707

UFRGS

Pró-Reitoria de Graduação - Av Paulo Gama,s/n Anexo 1 da Reitoria - Junto ao Decordi – Faculdade de Educação - Campus Central UFRGS - Porto Alegre Programa Incluir- UFRGS e-mail: [email protected] telefones: (51) 3308-3371/ 3308-3921

UFRJ

Avenida Pedro Calmon, n°550 Prédio da Reitoria –Rio de Janeiro-RJ-CEP: 21941-901- Núcleo Interdisciplinar de Acessibilidade- DINAAC/SUPEREST Divisão de Inclusão, Acessibilidade e Assuntos Comunitários - Superintendência Geral de Políticas Estudantis – SUPEREST site: www.superest.ufrj.br telefone: (21) 2598-1889

Fonte: Elaborado pela autora.

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APÊNDICE F – Autorização para coleta de dados

AUTORIZAÇÃO PARA COLETA DE DADOS

Eu, Prof. Jorge Alexandre Barbosa Neve, ocupante do cargo de Diretor da Faculdade de

Filosofia e Ciências Humanas, AUTORIZO a coleta de dados do projeto A POLÍTICA CEGA

E O ALUNO SÁBIO: gestão social como um caminho de institucionalização do Centro de

Apoio ao Deficiente Visual (CADV) da UFMG da pesquisadora Vera Lúcia Moreira Nunes,

sob a orientação do Prof. Dr. Cláudio Márcio Magalhães nas instalações físicas da

Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas após a aprovação do referido projeto pelo CEP

do Centro Universitário UNA.

BH, 30 de abril de 2013.

Prof. Mauro Lúcio Leitão Conde

CARIMBO: Vice-Diretor da Faculdade de

Filosofia e Ciências Humanas

ASSINATURA:

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136

ANEXO A – Portaria 074 / 2010

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

GABINETE DO REITOR

PORTARIA N° 074, DE 17 DE JUNHO DE 2010

O REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, no uso de suas

atribuições legais e estatutárias,

considerando que a Constituição Federal estabelece o direito de "integração social das

pessoas portadoras de deficiência", competindo a União, Estados e Municípios "cuidar da saúde e assistência pública, de proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência";

considerando o disposto na Lei n° 7853 de 24 de outubro de 1989 e no Decreto n° 3298 de 20 de dezembro de 1999;

considerando as normas e critérios estabelecidos pela Lei n° 10098 de 19 de dezembro de

2002;

considerando o determinado na Lei n° 10436 de 24 de abril de 2002;

considerando a necessidade de implantar na UFMG uma política de atuação aos portadores

de necessidades especiais;

RESOLVE:

Instituir Comissão Permanente de apoio ao Portador de Necessidades Especiais

composta pelos servidores MARCELO DE FARIA, inscrição n° 01916X, Professor Assistente,

lotado na Faculdade de Odontologia (PRESIDENTE); MARIA CÉLIA NOGUEIRA LIMA,

inscrição n° 135291, Assistente Social, lotada no Gabinete do Reitor; MÁRCIO BENEDITO

BAPTISTA, inscrição n° 07814X, Professor Titular, lotado na Pró-Reitoria de Administração;

MARCOS PINOTI BARBOSA, inscrição n° 142409, Professor Adjunto, lotado na Escola de

Engenharia; LUCAS JOSÉ BRETAS DOS SANTOS, inscrição n° 046469, Professor Associado,

lotado na Pró-Reitoria de Recursos Humanos; ANÁLIA DAS GRAÇAS GANDINI PONTELO DE

PAULA, inscrição n° 051497, Bibliotecária, lotada na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas;

CARMELA MARIA POLITO BRAGA, inscrição n° 164046, Professora Adjunta, lotado no

Departamento de Engenharia Elétrica da Escola de Engenharia e em exercício na Pró-Reitoria de

Graduação, e BRUNO PINHEIRO DE LACERDA, matrícula n° 2006026849, no curso de

Comunicação Social da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas-FAFICH/UFMG .

Belo Horizonte,17de junho de 2010.

Reitora em exercício

Avenida Antônio Carlos, 6627 - 31270-

901 - Belo Horizonte - Minas Gerais Tel: (31) 3409-4127 - Fax: (31) 3409-4130 -

[email protected] - Homepage: www.ufmg.br

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ANEXO B – Portaria 033 / 2013

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

GABINETE DO REITOR

PORTARIA Nº 033, DE 12 DE ABRIL DE 2013

O REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, no uso de

suas atribuições legais e estatutárias,

RESOLVE:

Tornar sem efeito a Portaria n° 031, de 9 de abril de 2013 e manter, na íntegra, o

texto e as determinações da Portaria n- 074, de 17 de junho de 2010.

Belo Horizonte, 12 de abril de 2013.

Prof. Clélio Campolina Diniz Reitor

Avenida Antônio Carlos, 6627 - 31270-901- Belo Horizonte - Minas Gerais Tel: (31) 3409-

4127 - Fax: (31) 3409-4130 - [email protected] - Home page: www.ufmg.br.

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ANEXO C – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE

O Sr. (a Sra.) está sendo convidado(a) a participar da pesquisa A POLÍTICA CEGA E O

ALUNO SÁBIO: gestão social como um caminho de institucionalização do Centro de Apoio

ao Deficiente Visual (CADV) da UFMG sob a responsabilidade da pesquisadora Vera Lúcia

Moreira Nunes, mestranda em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local do UNA,

com orientação do Prof. Dr. Cláudio Márcio Magalhães.

1. Natureza da pesquisa: esta pesquisa tem como objetivo desenvolver uma proposta

de gestão institucional para o CADV/UFMG no sentido de efetuar as mudanças necessárias

para a implantação das políticas públicas de inclusão para o aluno Deficiente Visual.

2. Participantes da pesquisa: os sujeitos da pesquisa serão os professores e/ou

técnicos administrativos em educação com função de coordenadores dos núcleos

responsáveis pela política de inclusão das universidades, professores que tiveram alunos

com deficiência visual e os próprios discentes, de graduação e pós-graduação matriculados

na UFMG.

3. Envolvimento na pesquisa: ao participar deste estudo o Sr. (a Sra.) permitirá que a

pesquisadora Vera Lúcia Moreira Nunes, realize pesquisa sobre a gestão dos serviços de

apoio ao aluno com necessidades educacionais especiais na universidade e, em particular,

os serviços de apoio a deficiência visual na UFMG.

Os instrumentos de pesquisa a serem utilizados para coletar os dados necessários à análise

das práticas de gestão que incidem na existência dos serviços de apoio para o aluno com

NEE na instituição serão a questionário e a entrevista.

O Sr (a) tem liberdade de se recusar a participar e ainda se recusar a continuar participando

em qualquer fase da pesquisa, sem que isto lhe traga qualquer prejuízo pessoal. Sempre

que quiser poderá pedir mais informações sobre a pesquisa através do telefone da

pesquisadora do projeto e, se necessário através do telefone do Comitê de Ética em

Pesquisa da UNA.

4. Sobre as entrevistas: As entrevistas serão gravadas, apenas voz, seguindo um

roteiro prévio sobre a questão estudada. Serão entrevistos os

professores coordenadores e/ou técnicos administrativos em educação com função de

coordenador de núcleo de inclusão. Aos participantes da entrevista se houver

necessidade de algum esclarecimento posterior aos trabalhos,

sendo esta uma entrevista livre atendendo ao um fim específico de

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139

esclarecimento. As informações coletadas serão mantidas sob total sigilo e sua identidade

preservada.

5. Riscos e desconforto: a participação nesta pesquisa não traz complicações legais. Os

procedimentos adotados nesta pesquisa obedecem aos Critérios da Ética em Pesquisa com

Seres Humanos conforme Resolução no. 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Nenhum

dos procedimentos usados oferece riscos à sua dignidade. O único desconforto que poderá

haver é o Sr. (a Sra.), em algum momento de conflito de opinião. A duração da entrevista

está prevista para 1horas e 30 minutos no máximo.

6. Confidencialidade: todas as informações coletadas neste estudo são estritamente

confidenciais. Somente a pesquisadora e o orientador terão conhecimento dos dados.

Mesmo com a publicação dos resultados da pesquisa, ainda assim, a identidade será

preservada dentro dos princípios éticos que devem nortear uma pesquisa científica.

7. Benefícios: ao participar desta pesquisa o Sr.(a) não terá nenhum benefício direto.

Entretanto, esperamos que este estudo forneça informações importantes sobre o tema:

gestão dos serviços de apoio ao aluno com necessidades educacionais especiais na

universidade e na UFMG, a deficiência visual, de forma que o conhecimento que será

construído a partir desta pesquisa possa implementar políticas públicas de inclusão

consolidando um núcleo de acessibilidade na UFMG, atendendo as determinações legais de

política de inclusão no ensino superior. A pesquisadora se compromete a divulgar os

resultados obtidos em relatório e apresentação coletiva aos participantes da pesquisa.

8. Pagamento: o Sr. (a Sra.) não terá nenhum tipo de despesa para participar desta

pesquisa, bem como nada será pago por sua participação. Após estes esclarecimentos,

solicitamos o seu consentimento de forma livre para participar desta pesquisa. Portanto

preencha, por favor, os itens que se seguem.

Solicitamos não assine esse termo se ainda tiver dúvida a respeito.

Ressaltamos a importância da pesquisa e principalmente da sua colaboração, por isso a sua

participação é de extrema necessidade.

Agradeço-lhe a valiosa colaboração.

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Consentimento Livre e Esclarecido

Tendo em vista os itens acima apresentados, eu, de forma livre e esclarecida, manifesto

meu consentimento em participar da pesquisa. Declaro que recebi cópia deste termo de

consentimento, e autorizo a realização da pesquisa e a divulgação dos dados obtidos neste

estudo.

Nome do Participante da Pesquisa

Assinatura do Participante da Pesquisa

Vera Lucila Moreira Nunes Pesquisadora Responsável

Cláudio Márcio Magalhães Orientador

Qualquer dúvida a respeito da pesquisa coloca-me a disposição.

Pesquisador Principal: Vera Lúcia Moreira Nunes - (31)9177-1993 | e-mail:

[email protected].

Comitê de Ética em Pesquisa: Rua Guajajaras, 175, 4o andar - Belo Horizonte/MG Contato:

e-mail: [email protected]. Telefones: (31) 3508-9136 / 3508-9108.

http://www.una.br/institucional/comite-de-etica-em-pesquisa-37.

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ANEXO D – Termo de autorização de uso de imagem e depoimentos

Eu ____________________________, CPF ____________, RG_______________,

Depois de conhecer e entender os objetivos, procedimentos metodológicos, riscos e

benefícios da pesquisa, bem como de estar ciente da necessidade do uso de minha imagem

e/ou depoimento, especificados no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE),

AUTORIZO, através do presente termo, os pesquisadores Vera Lúcia Moreira Nunes,

mestranda, e o Prof. Dr. Cláudio Márcio Magalhães, orientador do projeto de pesquisa

intitulado "A POLÍTICA CEGA E O ALUNO SÁBIO: gestão social como um caminho de

institucionalização do Centro de Apoio ao Deficiente Visual (CADV) da UFMG" a realizar as

fotos que se façam necessárias e colher meu depoimento sem quaisquer ônus financeiros a

nenhuma das partes.

Ao mesmo tempo, libero a utilização destas fotos (seus respectivos negativos ou cópias)

e/ou depoimentos para fins científicos e de estudos (livros, artigos, slides e transparências),

em favor dos pesquisadores da pesquisa, acima especificados, obedecendo ao que está

previsto nas Leis que resguardam os direitos das crianças e adolescentes (Estatuto da

Criança e do Adolescente - ECA, Lei n. 8.069/ 1990), dos idosos (Estatuto do Idoso, Lei n.

10.741/2003) e das pessoas com deficiência (Decreto n. 3.298/1999, alterado pelo Decreto

n. 5.296/2004).

BH, de de 2013.

Participante da pesquisa Pesquisador responsável pelo projeto

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ANEXO E – Parecer Consubstanciado do CEP

Título da Pesquisa: A POLÍTICA CEGA E O ALUNO SÁBIO:

gestão social como um caminho de institucionalização do Centro de Apoio ao Deficiente

Visual (CADV) da UFMG

Pesquisador: Vera Lúcia Moreira Nunes

Área Temática: Versão: 1

CAAE: 16540313.9.0000.5098

Instituição Proponente: Centro Universitário UNA

Patrocinador Principal: Financiamento Próprio

DADOS DO PARECER

Número do Parecer: 282.099

Data da Relatoria: 16/05/2013

Apresentação do Projeto:

O trabalho discute a gestão social como ação gerencial possível de implementar no Centro de Apoio ao

Deficiente Visual da UFMG e visa efetuar as mudanças necessárias na execução das atividades de apoio aos

alunos atendendo às recomendações da legislação nacional. Trata da sua adequação às políticas públicas de

inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais, cegos e/ou com visão subnormal, já que os

impasses gerados em suas atividades traduzem a inexistência de ações articuladas intersetorialmente, o que

dificulta o trabalho colaborativo e o planejamento de ações estratégicas na Universidade. Quer demonstrar a

necessidade de que o Centro seja transformado em um núcleo de inclusão. Para tanto, busca estabelecer um

diálogo com outras instituições federais para conhecer sua experiência no processo de implementação e criação

desses núcleos na educação superior. A necessidade é urgente dada a crescente demanda produzida pelo

grande número de alunos que estão ingressando no ensino superior na atual conjuntura e pelos incentivos

financeiros mediante os programas iniciados com o programa INCLUIR do Ministério da Educação.

Objetivo da Pesquisa:

Objetivo Primário:

PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA

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Desenvolver uma proposta de gestão social para o CADV/UFMG no sentido de efetuar as mudanças necessárias

para a implantação das políticas de inclusão para o aluno Deficiente Visual na UFMG. Analisar a gestão do

Centro buscando identificar as ações e parcerias que contribuem e as dificultam para efetivar as atividades do

trabalho. Objetivo Secundário:

a) Analisar as ações das políticas de inclusão de alunos com NEE implementadas pelas IFES quanto à gestão

dos serviços de apoio aos estudantes com DV dentro das recomendações da legislação;

b) Comparar as ações internas de várias IFES quanto às políticas de educação inclusiva

praticadas no processo de criação e consolidação de núcleos de apoio aos alunos com DV de acordo com as

determinações legais;

c) Identificar ações políticas interdisciplinares e interinstitucionais de gestão que promovam a solução dos

problemas decorrentes das práticas imediatistas e ssistencialistas no apoio didático-pedagógico aos DVs tendo

em vista o desenvolvimento de gestão social com características potencializadoras de desenvolvimento local;

d) PROPOSTA DE INTERVENÇÃO - apresentar um projeto à Pró-Reitoria de Graduação da UFMG no sentido

de propor a criação de estruturas institucionais de apoio para o cumprimento das determinações legais visando à

inclusão do DV. Nesse sentido será importante demonstrar que o CADV precisa alcançar uma gestão autônoma,

com apoio político, administrativo, financeiro e didático dos vários segmentos da universidade.

Avaliação dos Riscos e Benefícios:

Riscos e desconforto: a participação nesta pesquisa não traz complicações legais. Os procedimentos adotados

nesta pesquisa obedecem aos Critérios da Ética em Pesquisa com Seres Humanos conforme Resolução no.

196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Nenhum dos procedimentos usados oferece riscos à dignidade. O único

desconforto que poderá haver é, em algum momento, de conflito de opinião e interesse no grupo focal.

Benefícios:

A partir dessa investigação busca-se subsidiar com informações a elaboração de uma proposta de intervenção

que contemple ações efetivas de política interna de inclusão quanto à gestão dos serviços de apoio ao aluno

com DV na universidade pesquisada. Espera-se também que, a partir desse estudo, possa haver uma

aproximação entre os responsáveis pelas ações de inclusão (gestores administrativos, coordenadores de cursos

de graduação e pós-graduação, CADV e os próprios alunos DV) para ampliar os espaços de discussão sobre a

temática da inclusão na perspectiva de ultrapassar as barreiras no âmbito da universidade.

Endereço: Rua dos Guajajaras, 175

Bairro: Centro CEP: 30.180-100

UF: MG Município: BELO HORIZONTE

Telefone: (31)3508-9110 E-mail: [email protected]

Continuação do Parecer: 282.099

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Além de ampliar espaços de diálogo para enfrentamento de políticas públicas de inclusão, acredita-se que este

estudo poderá proporcionar outros benefícios, como a participação dos alunos, o que trará visibilidade para suas

demandas, ou seja, encorajará os mais tímidos a falarem das suas reais necessidades educativas para a

permanência e conclusão do seu curso. Para tanto, nas palavras de Gatti, [...] algum traço comum entre os

participantes deverá existir, estando isto na base do trabalho com o grupo focal (GATTI, 2005, p. 18). Trata-se de

alunos com deficiência visual, cegos e com baixa visão, e somente com a participação efetiva de cada um deles

é que se irá avançar no processo das políticas de inclusão na universidade. De fato, essa realidade ainda é

tímida no cotidiano da instituição.

Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:

A análise será feita em etapas, a medida que forem coletados e organizados os dados nos dois instrumentos de

pesquisa respeitando os prazos estabelecidos e referir-se-á a uma análise de conteúdo das entrevistas e dos

questionários. Pretende-se, na análise dos dados, comparar entre as IFES selecionadas as informações

levantadas nos questionários e nas entrevistas junto aos ¿gerentes¿ das políticas de inclusão quais foram às

ações efetivadas para atender as determinações legais no que diz respeito aos alunos com deficiência. Nesse

caso, busca-se evidenciar aspectos que promovem a criação e efetivação dos núcleos de apoio a esses

estudantes com foco na gestão desses serviços, buscando compreender as diferentes realidades do processo de

inclusão em cada instituição. As análises do levantamento com os demais instrumentos metodológicos

possibilitarão clarear as informações sobre prioridades de investimento em recursos humanos e tecnológicos e,

sobretudo, nas articulações de comunicação para a realização das atividades de apoio de acordo com cada área

e as especificidades de cada um. Pretende-se apresentar um relatório aos participantes sobre os resultados da

dinâmica de trabalho para demonstrar a importância da participação deles no processo de inclusão para o

cumprimento da legislação e efetivação de uma política interna na Instituição. As análises partirão da construção

de categorias de análise seguindo os objetivos gerais e específicos desta proposta, a saber: desenvolver uma

proposta de gestão social para o CADV/UFMG no sentido de efetuar as mudanças necessárias para a

implantação das políticas públicas de inclusão do DV na UFMG; conhecer as ações das políticas de inclusão de

alunos com NEE implementadas pelas IFES quanto à gestão dos serviços de apoio aos estudantes com DV

dentro das recomendações da legislação; comparar entre as IFES quais foram às ações internas efetivadas das

políticas de educação inclusiva para os processos de

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criação e

consolidação de núcleos de apoio aos alunos com DV de acordo com as determinações legais.

Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:

O projeto possui os seguintes itens: definição do problema do projeto; hipótese; objetivos geral e específicos;

justificativa; tipologia; classificação e abordagem de pesquisa; unidade de análise; sujeitos de pesquisa e

técnicas de coleta de dados. O referencial teórico foi apresentado com fundamentação. A metodologia está

adequado aos objetivos. Quanto aos aspectos éticos, o projeto evidencia a necessidade do Termo de

consentimento Livre e Esclarecido (o mesmo se encontra anexado). Neste termo há a informação aos usuários

de que serão atendidos os princípios da Resolução 196/96. O TCLE atende ao disposto na legislação sendo

conciso e objetivo. Registra-se a presença dos compromissos exigidos do pesquisador e da instituição

responsável, a garantia dos direitos fundamentais do sujeito de pesquisa (informação, privacidade, recusa

inócua, desistência, continuidade do atendimento, etc). Observa-se ainda que o projeto apresenta orçamento e o

cronograma de ação viáveis. Apresenta Folha de Rosto devidamente assinada pela Instituição proponente,

Currículo Lattes do pesquisador principal, Cronograma de execução (o pesquisador só irá a campo após a

aprovação do CEP), Orçamento (será custeado pelo pesquisador), Termo de Consentimento Livre e Esclarecido,

Questionário para coleta de dados e Autorização da Instituição para realização da pesquisa. A referente

pesquisa cumpre as diretrizes contidas na Resolução 196/96.

Recomendações:

Ver o item conclusões.

Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:

O colegiado vota pela aprovação do projeto.

Situação do Parecer:

Aprovado

Necessita Apreciação da CONEP:

Não

Considerações Finais a critério do CEP:

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Continuação do Parecer: 282.099

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BELO HORIZONTE, 23 de Maio de 2013

Assinador por: Daniela Almeida do Amaral

(Coordenador)

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Bairro: Centro CEP: 30.180-100

UF: MG Município: BELO HORIZONTE

Telefone: (31)3508-9110 E-mail: [email protected]

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