A Pregação Dos Puritanos

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  • 8/19/2019 A Pregação Dos Puritanos

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    O pregador puritano era doutrinador. A mensagem puritana não pedia desculpas por

    apresentar doutrina. O puritano não temia pregar todo o conselho de Deus para o povo.

    Os puritanos achavam que você não podia contar uma história qualquer, sem que esta

    tivesse doutrina. Doutrina é simplesmente a apresentação das verdades de Deus trazidas

    das Escrituras numa orma que pode ser entendida e que se relaciona com as nossas

    vidas. !ão dilu"am suas mensagens com anedotas, humor, histórias triviais e levianasdurante a pregação. Eram proundamente sérios, verdadeiros e austeros no p#lpito, pois

    sa$iam que ao chegar ali estariam lidando com verdades eternas e almas eternas.

    %entiam a realidade solene do seu chamado divino. &regavam a verdade de Deus como

    um homem que est' morrendo para homens que estão morrendo.

    (e)amos alguns e*emplos+

    . -uando pregavam a doutrina do pecado tinham a coragem de chamar pecado de

     pecado mesmo. Eles pregavam o pecado como uma re$elião moral contra Deus, uma

    re$elião que traz um sentimento de culpa e, se não houver arrependimento e perdão, a

    conseqência ser' a condenação eterna certamente. &regavam a respeito de pecadosespec"icos/ pecados de omissão e pecados de comissão/ pecados por palavras e aç0es/

    alavam do quanto oi horroroso o nosso pecado original em Adão e Eva/ alavam 1

    congregação que eles tinham um reerencial muito ruim e um coração mal por natureza/

    que o homem natural não pode amar a Deus so$re todas as coisas e ao pró*imo como a

    si mesmo/ ensinavam de orma 2a$erta2 que uma reorma, apenas e*terna na nossa vida,

    não é suiciente para salvação eterna/ a reorma interna produzida pelo Esp"rito %anto é

    a$solutamente necess'ria e por isso pregavam como aquela regeneração podia ser

    e*perimentada e então vivida.

    3. Outro e*emplo se vê na sua pregação. &regavam de uma maneira muito orte a

    doutrina de Deus. A evangelização deles era constru"da em cima de orte $ase te"sta/

     pregavam Deus no %eu ser ma)estoso e em todos os %eus atri$utos gloriosos. !ão só

    dei*avam Deus ser Deus, mas declaravam que Deus é Deus. Os puritanos colocavam

    Deus em uma posição $em elevada 4 como deve ser. -uando se apro*imavam de Deus

    em oração não alavam com Ele como quem ala com o vizinho pela )anela, ou como

    um vizinho que pode a)ustar seus atri$utos de acordo com suas necessidades e dese)os

     pessoais. O puritano sempre e*altou a ma)estade de Deus e, quando se apro*imava de

    Deus, você podia perce$er aquele sentimento proundo de reverência. O Deus que o

     puritano pregava era o Deus da 5"$lia. 6alvez um dos vers"culos mais importantes, na

    5"$lia, para um puritano, seria e*atamente 7ênesis + 4 2!o princ"pio, Deus2. E de

    Deus que emanam e se desdo$ram todas as coisas neste mundo. 6odas as coisas são preparadas, iniciadas,pro)etadas e eitas para a glória de Deus8

    9. A evangelização puritana tam$ém proclamava de orma completa e plena a doutrina

    de :esus ;risto. &regavam o ;risto integral para o homem integral. 2...tomai so$re vós o meu )ugo...2?. Amam não só tomar os mandamentos, mastam$ém, a cruz de ;risto. &or outro lado, o also convertido rece$e ;risto pela

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    2metade2. Ele quer os privilégios de ;risto, porém não quer se inclinar diante do

    senhorio de ;risto. Ele divide os o"cios de ;risto e os $ene"cios de ;risto. Esse é o

     pro$lema dos 2crentes2 de ho)e.

    @reqentemente :esus tem sido apresentado na evangelização de ho)e como alguém que

    est' a" para satisazer todas as necessidades e dese)os dos homens. !a pregação de ho)e,:esus é apresentado como alguém que não e*ige que o homem oereça o seu coração

    completo e a sua vida completa. -uando os puritanos pregavam, instavam com os

     pecadores a se voltarem para :esus e avisavam que eles precisavam avaliar o preço de

    seguir a :esus, e o preço era perder a sua vida/ morrer diariamente por amor a ;risto,

    negar4se a si mesmo, tomar a cruz e segui4lO. Os puritanos tinham horror 1quilo que

    ho)e é chamada 2a graça $arata2, porque, na verdade, essa não é uma graça verdadeira.

    7raça $arata signiica que eu aceito :esus na minha própria orça/ Ele reorma um

     pouco a minha vida por ora, porém eu continuo agindo com os princ"pios egocêntricos

    no meu ser interior. A graça $arata me leva a pensar que, por um lado, eu tenho a :esus,

    que estou a caminho para o céu, mas, por outro lado me permite continuar vivendo uma

    vida mundana. !a verdade, eu estou mesmo no meu caminho para o inerno. Os puritanos apresentavam :esus como um %alvador completo para um pecador completo.

    =m puritano disse+ 2O pregador que é o seu melhor amigo, é aquele que vai dizer mais

    verdades so$re você mesmo2. Eles não estavam preocupados em causar dano ao amor

     próprio dos ouvintes das suas congregaç0es. Eles estavam mais preocupados com ;risto

    do que com os ouvintes. Estavam preocupados com a 6rindade. O cristão encontra o seu

    amor próprio a medida que ele ama ao &ai que o criou, ao @ilho que o restaurou através

    da cruz, e no amor ao Esp"rito %anto que mora nele e que az com que sua alma e seu

    corpo se)am templo do Esp"rito %anto.

    . A doutrina puritana e*pandia e e*planava com detalhes a doutrina da santiicação. A

    vida inteira do crente era para ser colocada aos pés de Deus. Ele tinha que trilhar a

    vereda do

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    alamos resumidamente, a doutrina de Deus, de ;risto e do pecado, para os puritanos

    deviam ser tão reais quanto as cadeiras em que sentamos. Estas doutrinas precisam ser

    transormadas numa realidade que queime dentro de minha alma. Elas precisam

    inluenciar toda a minha vida, todo o meu estilo de vida. Dessa orma, os puritanos

    acreditavam em viver, na pr'tica, o que eles e*perimentavam. %empre eles traziam suas

    e*periências 1s Escrituras para terem a certeza de que estavam sendo totalmente $"$licos 4 até nas suas e*periências. &ara os puritanos doutrina seria algo vazio se não

    osse acompanhada pela e*periência. 6oda e*periência verdadeira leva a uma

    e*periência pessoal com ;risto. &or isso é necess'ria a pregação da &essoa de ;risto e

    esta pregação ser' honrada pelo Esp"rito %anto, porque Ele toma estas coisas e as aplica

    aos pecadores.

    Os puritanos, na sua pregação, inclu"am o que chamavam de 2marcas de um auto

    e*ame2. Estas marcas de e*ame eram os sinais que distinguiam a Cgre)a do mundo.

    Distinguiam os verdadeiros crentes daqueles que eram crentes nominais ou apenas por

     proessarem a é. Os puritanos aziam distinção entre é salvadora e é tempor'ria.

    uitos livros têm sido escritos a respeito deste assunto. O mais amoso deles oi escrito por :onathan Edards+ Aeiç0es essas são as dimens0es do pa"s?, mas com uma proundidade de mais ou

    menos 3 cent"metros, apenas8 O pro$lema, em todos os lugares no mundo, ho)e, é que

    a evangelização reqentemente começa num lugar errado. &oder"amos dizer muitas

    coisas so$re as dierenças entre a evangelização moderna e a puritana, em relação 1

    e*periência do povo de Deus. &ois $em, quero apenas destacar um ponto e este é a

    resposta a uma pergunta+ quando olhamos atr's para a história da Cgre)a, e tam$ém na

    história $"$lica, o$servando as épocas de avivamento verdadeiro, não produzido pelo

    homem, qual era o elemento evidente naquela época que hoje está claramente ausente? 

    Respondemos sem hesitação que é a ausência de profunda convicção de pecado.

    Este é um grande pro$lema nos nossos dias.

    A 6ocha dos &uritanos, :oel