A PSICOLOGIA DO TOQUE - Romero Magalhães...
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A PSICOLOGIA DO TOQUE
FUNÇÃO PSÍQUICA DO TOCAR
Romero Magalhães
Você sabe em que está tocando quando toca alguém?
A PSICOLOGIA DO TOQUEFUNÇÃO PSÍQUICA DO TOCAR
I. O Campo da sensibilidade ........................ Inter-subjetividade imediata (PRÉ-VERBAL).
II. Através do toque, põe-se em contato com a pele e o tônus muscular,os estados e qualidades deles:
* Suavidade, rigidez, secura, vivacidade, excitabilidade, pulsação, temperatura, etc.
III. Veículo ou meio de comunicação Conhecimento (o mundo, o outro).
* Forma de se revelar e de se saber sobre o outro. (A experiência do P.A. do hospital)
IV. Forma primária de contato e comunicação: Analógica O toque vai onde as palavras não alcançam. 1. Comunicação
Digital Sobre o toque serão colocadas palavras. 2. Linguagem
* O toque sempre transmite um sentido Emissor.
* Ao toque sempre será dado um sentido Receptor, decodificador.
V. Modo natural de se estar em contato: (a experiência com os macaquinhos) / (diálogo tônico mãe/bebê).
VI. . O tabu de tocar pode ser causa de isolamento ou de distanciamento (ostracismo O isolamento máximo).
VII. O terapeuta transmite ao cliente a noção de que o sente e o aceita como um ser corporal (na dimensão afetiva).
VIII. Entrar em contato com o corpo do terapeuta facilita ao cliente entrar em contato com o seu próprio corpo
o campo de sua sensibilidade / self ( o si mesmo).1
CONCEITUANDO
esqueleto sistema nervoso
Mesoderma musculatura esquelética Ectoderma órgãos dos sentidos
coração e veias * Esteroceptivo* Proprioceptivo Imaginário dá suporte
Postural Perceptivo
Automatismos Representações
SENSAÇÕES EMOÇÕES SENTIMENTOS
Endoderma vísceras / musculatura lisa
S > < Ψ * Interoceptivo
Sincrético - Gestáltico
W. Reich – Princípio da unidade e antítese do funcionamento psicossomático.
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antagonismosistema de relações
O CAMPO DA SENSIBILIDADE (Campo do sentir - da subjetividade)E SUAS RELAÇÕES COM OUTROS
• derma tecido / local
• ceptivo função do sistemade sensibilidade
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O ENTRELACE ( Psico/corporal Mente/corpo Psico/somático)
Corpo
Freud: “ O Eu é antes de tudo corporal”
Sensibilidade Interoceptiva(Vísceras)Vida VegetativaRelação com o humor, o sentir, as emoçõesEndodermaMimEu afetivoIsso
Espaço supra sensorial Imagem do próprio corpo.Espaço virtual simbólicoSubjetivo / MentalEU PsíquicoEspaço duplo,da imagemda coisaMente
Indi
vídu
o
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O Eu, o Corpo e a Postura
Mesoderma
EndodermaM.I. M.I. M.I.
(Visceral)
(Postural Volitivo)
(Perceptivo)
Indi
vídu
o
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Os Níveis de contato com o toque
EU Psico
Corporal
Inte
ro
Ψ EU
Palavras
Imagens
Auto conceitoUm discurso sobre si(O nível digital)
Auto- imagemUma imagem sobre si (imagem corporal)(O nível virtual)
Sentimentos
Emoções
Sensações
Emoções com imagem -Afetos
Nível da explosão energética
Processos FisiológicosCircuitos Neurológicos
Pró
prio
End
oE
cto
Mes
o
Ext
ero
Movimentos
Postura(Sistema Postural )
SOMA
InternosExternos
Nível celularCircuitos neurológicos (Neurotransmissores/Neurônios)
* Relação entre as partes/tecidos* Esquema corporal ou
disponibilidade para os movimentos
* Couraça muscular
Sen
sibi
ades
Per
cept
ivo
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A organização do Eu no processo relacional do desenvolvimento Psicossomático
EU
IDENTIDADE
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EU
EU
+ -
+
+
+
+
+
+
+
+
+
- -
-
--
-
-
-
-
-+
+
-
>
>
Caráter / Padrão de identidadePsicossomática
Potencial restringido
Potencial livredisponível
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O Toque como veículo de resgate
Uma presença permite a integração de uma falta
>
Terapeuta
Paciente
TerapeutaPaciente
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O toque, a presença e a falta
A função psíquica
► “Dar um colo” (acolher com o corpo) é mais que consolar uma pessoa, é mais que umaexpressão afetiva por parte do terapeuta se isto ocorrer no campo da ressonância.
► O que torna este toque terapêutico é o fato de que uma presença remete a uma falta:
Presença corporal do terapeuta/presença através do corpo/através do diálogo tônico/contato.
Ser um lugar no corpo/um envelope sensório/um bordo/campo de aceitação e suporte/umcontinente.
► Remete o paciente à falta em seu corpo (campo de sua sensibilidade), a uma dor que nãopodia ser sentida para ser metabolizada, que estava sendo tratada por uma formação reativa doEU.
► Agora que é possível sentir a dor, reconhecer a falta e resgatá-la, surge a construção de um“projeto de vir a ser”, para “dar conta” dela, através de uma dialética interior, e não mais paratentar anulá-la.
Uma identidade a partir desta falta e não mais contra ela.
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O toque, a presença no agora e a falta no passado:
O que o paciente recebe do mundo externo, (corpo do terapeuta), no aqui e agora, é uma partede si mesmo que não estava sendo possível integrar em sua identidade, mas que, agora, já podeser assimilada no EU.
O que possibilita isto é que o terapeuta desempenha, com seu corpo, uma função que não haviasido desempenhada por outros (os pais) no passado.
(Visão desenvolvimentista: A história de vida do desenvolvimento de potencial, necessidades básicas da espéciee do indivíduo, ações específicas).
O desempenho dessa função consiste em estar ali, corporalmente, na qualidade adequada para anecessidade do outro.
Uma presença, no aqui e agora, resgata, atualiza e integra uma falta que não vinha sendopossível ser metabolizada pelo EU em sua identidade.
“ A ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim” Carlos D. Andrade.
AUSÊNCIA
Por muito tempo achei que ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão apegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, esta ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drumond de Andrade
No livro “O Corpo”
10.1
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O toque, a presença no agora e a falta no passado:
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O aqui e agora e as figuras parentaisA função do terapeuta
É importante deixar claro para a percepção de ambos (terapeuta e paciente), queo terapeuta não vai permanecer no lugar dos objetos da história do paciente.
O que ele (terapeuta) está cumprindo é uma função facilitadora de “como se”para trazer algo de novo: a qualidade que faltou no Outro para o paciente (açãoespecífica).
O que vai ficar é o aprendizado do corpo que, através da experiência com o outrocorpo, resgatou para o aqui e agora o que estava parado, alienado, se repetindono tempo e que agora, integrado, aprendeu a possibilidade de construir um novomodo de ser/existir/funcionar.
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As questões da relação
Transferência e contra-transferência são padrões de distorção/interferência na relação.
Polaridades das distorções:
Super distanciamento Super profissional
Super envolvimento Simbiótico
Ambos cortam a conexão anímica
Vínculo no aqui e agora
Conexão anímica = ressonância
Necessidade da alma de vincular-se no aqui e agora
Aprender sobre a conexão humana naquela relação sem fechar-se nela.
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As questões da relação
Relação do cuidar:
Conexão anímica Nível da pessoa(o ser) (o vínculo)
Relação que cuida
Procedimentos Nível do Papel / Funçãoque tratam
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O Proceder nas Relações de Ajuda
Tratar – Relativo ao procedimento
Técnico O que fazer
A Rigidez Super distanciamentoSuper profissional
Cuidar – Relativo ao fator pessoal
O jeito da pessoa O como fazer o que.
A flacidez Super envolvimento / simbiose
TratarRelação que Transforma +
Cuidar
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A Ética
O primeiro plano é a necessidade do paciente
O plano do Terapeuta está em função do plano do Paciente
Lapiere – “ O terapeuta não pode fazer uso do paciente comoobjeto complementar de sua falta”.
Robert Stein – “Seria uma traição à alma e uma quebra na conexão anímica”.
Boadella – “Trabalhar na ressonância, com o coração”.
Jung – “Na conexão anímica”
O toque não pode ser inocente (romântico):
• Tocar é trabalhar intervindo no campo de sentir; interferindo no tônus, provocando transferências, abrindo o campo das distorções – que deve ser ultrapassado em busca da ressonância, da conexão anímica.
• Tocar não é dar ao paciente tudo que ele quer, mas o que ele precisa.
• Tocar o corpo tem uma consequência no indivíduo.
Você sabe no que está tocando quando toca alguém?
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O toque e a técnica quanto a forma de trabalho (o veículo / o meio)
• Maternagem – Yin - (qualidade feminina)
• Pulsante, acompanha a pulsão do paciente
• Nutre, preenche, visceraliza
• Continente à dor ou a descarga
• Contato ressonante, fusional.
• Paternagem - Yang - (qualidade masculina)
• Penetrante , cortante, ataca a contra-pulsação, a couraça.
• Também sustenta, dá suporte sem fundir
• Contato individualizante / discriminante.
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O toque e a técnica quanto a direção do trabalho (o resultado)
Para: Harmonização; centralização; seletividade celular; construção;fortalecimento do senso de si mesmo; discriminação; bordos;limites, ir para dentro; progredir; ir para o meio – o EU.
Em: Senso de EU frágil; senso de limite confuso; débil; invasível; destotalizadas.
Para: Parcialização; diferenciação das partes; permeabilidade celular;rendição da couraça muscular; fazer musculatura ceder; regredir.
Ir para o mim ou para o outro:
Muito dentro ou Fora do EU
Mito fora
Em: Senso de EU forte; fortes limites; defesas peculiares; resistênciacaracterológica; couraça muscular; dificuldade de render-se; impermeabilidade; musculatura espástica.
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O toque e técnica quanto à forma e a direção
Materna TotalizaçãoFunções Direções
Paterna Destotalização
Forma Jeito Objetivo Finalidade
Maneira / como Para que
estímulo resposta
tot.F. Mat
dest.
tot.F. Pat.
dest.
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18.1
O toque e técnica quanto à forma e a direção
metáfora da curva energética
Metáfora do pêndulo
POLARIDADES
+ _
PULS
AÇÃ
OEx
pans
ão e
Con
traç
ão
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O Sentido do Trabalho
* O trabalho terapêutico sobre o caráter tem o objetivo de atravessar a resistência quepermanece cuidando do prejuízo do fracasso, mantendo-se na agressividade reativa(isto não deveria ter acontecido comigo) para chegar à rendição e entrega à dorreassimilando a falta que vai dinamizar a mudança.
A mudança constitui –se em fazer algo a partir da falta e não mais contra ela.
Da negação para a aceitação.
Do EU para o CORPO e de volta ao EU.
1
2
Grounding - Estar assentado no campo do próprio sentir.Estar ancorado no próprio corpo.
A flexibilidade do EU:A metáfora do pênduloA pulsação energéticaA circulação entre as polaridades
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19.1
PROCEDIMENTOS
Esquema Corporal Imagem Corporalcoura muscular imagem de si
ENERGIA(quantum)
O Campo do SentirOu
O Campo da Sensibilidade
Sensações – Emoções – Sentimentos
Ψ
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PROCEDIMENTOS
• Toque• Posturas• Movimentos• Respiração
• Análise do Caráter • Interpretações• Leitura Corporal• Compreensão• Hipótese
Sentir
Romero Magalhães
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Psicólogo – CRP 03/712
E-mail: [email protected]
Site: www.romeromagalhaespsicologo.com.br
Tel.: (71) 3359.3064Cel.: (71) 9924.6769