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A QUÍMICA DO LIXO: A CONTEXTUALIZAÇÃO NO ENSINO DE CONCEITOS QUÍMICOS

Autora: Sônia Marli Frederico1

Orientador: Prof. Dr. Leopoldo Sussumu Matsumoto2

RESUMO

O presente artigo apresenta os resultados do Projeto de Intervenção Pedagógica intitulado “A

Química do Lixo” desenvolvido com alunos do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Anésio de

Almeida Leite, como requisito final para conclusão do PDE (Programa de Desenvolvimento

Educacional), que teve como objetivo conscientizar sobre a questão ambiental, através de uma

proposta para a reciclagem de papel e óleo comestível usado para produção de sabão. Acreditando

que um dos principais objetivos da escola é formar cidadãos capazes de atuar em benefício da

sociedade, buscou-se, nesse sentido, integrar os conceitos de química inseridos na fabricação do

sabão e de papéis recicláveis, com o cotidiano dos alunos, por meio de um projeto denominado “A

Química do Lixo”. Os resultados atingiram os objetivos propostos, o que possibilitou reiterar que a

união teoria e prática é promissora no sentido de conscientizar, estimular mudança de atitudes e

formar novos hábitos com relação a reutilização de resíduos, favorecendo a reflexão sobre o

consumismo e a responsabilidade do homem em relação ao planeta.

Palavras-chave: 1. Ensino de Química. 2. Educação Ambiental. 3. Reciclagem. 4. Reutilização.

1. INTRODUÇÃO

A formação de um cidadão crítico e socialmente participativo é o pressuposto

norteador das Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (DCEs), o que implica

uma prática educacional direcionada à compreensão da realidade social, direitos,

deveres e participação política e social.

Entende-se, assim, que entre a função das escolas se destaca a de contribuir

para o desenvolvimento da sociedade, mediante a formação de sujeitos socialmente

atuantes, especialmente nos segmentos vinculados à sustentabilidade. Isso implica

promover a educação ambiental como um processo de permanente aprendizagem,

que valorize as diversas formas de conhecimento e forme cidadãos com consciência

local e planetária.

1 Professora PDE – Colégio Estadual Anésio de Almeida Leite.

2 Docente da Universidade Estadual do Norte do Paraná – Campus Luiz Meneghel

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Nesse contexto considerando-se o problema ambiental causado pelos

resíduos gerenciados de forma inadequada e visando atender o disposto nas

Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná, desenvolveu-se o projeto intitulado “A

Química do Lixo”, uma experiência com a reciclagem de papel e fabricação de

sabão utilizando o óleo de cozinha usado nas casas dos alunos. Priorizou-se, assim,

uma junção de teoria e prática, ou seja, uma reflexão-ação sobre Educação

Ambiental.

O referido projeto foi implementado no primeiro semestre de 2013 com alunos

do primeiro ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Anésio de Almeida Leite,

situado no município de Jacarezinho (PR), buscando estabelecer um elo entre o

conhecimento, a realidade sócio ambiental e o aluno e parte do conteúdo

estruturante – Matéria e sua natureza, o que envolve uma ampla gama de

conteúdos, tais como: constituição da matéria, tabela periódica, reações químicas,

radioatividade, gases e muito mais, conteúdos que no cotidiano possibilita trabalhar

o tema Lixo relacionado à disciplina “Química”, de modo a contribuir para um

processo de ensino e aprendizagem mais significativo nessa disciplina.

À medida que a economia se expande, amplia-se a preocupação com a

necessidade de conscientização de preservação do ambiente, especialmente ao se

considerar a grande quantidade de produtos recicláveis e reutilizáveis diariamente

descartados de forma indevida.

Dentre os muitos elementos poluentes, o óleo de cozinha é um tipo de lixo

orgânico de difícil decomposição, comumente descartado na pia, no ralo ou mesmo

no lixo comum, podendo, assim, contaminar rios, solo e os lençóis freáticos

(BIODIESEL, 2008).

Muitas pesquisas já demonstraram que um litro de óleo de cozinha contamina

cerca de um milhão de litros de água3, no entanto, só recentemente chegou-se a

certo consenso entre os ambientalistas sobre a inexistência de um modelo de

descarte ideal desse resíduo, somente alternativas de reaproveitamento do óleo

para fabricação de biodiesel, sabão, entre outros produtos igualmente úteis à

sociedade (AMBIENTE EM FOCO, 2008).

Sendo a problemática central do projeto desenvolvido a questão do

gerenciamento do lixo, mais especificamente a reciclagem/reutilização, na busca de

3 O que equivale ao consumo de uma pessoa adulta em 14 anos.

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soluções dos problemas ambientais e considerando a realidade na qual a escola

está inserida, buscou-se, através da referida intervenção sensibilizar para a

mudança de atitudes e a formação de novos hábitos com relação à

reciclagem/reutilização de materiais. Paralelamente visou-se, também, favorecer

reflexões sobre o consumismo e a responsabilidade do ser humano em relação ao

planeta, através da compreensão das relações existentes entre os conceitos

químicos e seu cotidiano.

Nessa perspectiva, através de práticas contextualizadas, procurou-se

despertar nos alunos a curiosidade sobre as transformações que estão ocorrendo no

meio ambiente e como amenizá-las através de ações e posturas conscientes.

2. A QUESTÃO DO LIXO E A EDUCAÇAO AMBIENTAL

Conforme constatado na revisão de literatura efetivada, o grande volume de

resíduos produzido pela população tem-se mostrado cada vez mais insustentável,

daí a urgência em encontrar soluções criativas para sua redução (CASTELLANELLI,

2006).

A reciclagem aliada à coleta seletiva, conforme o autor se torna uma

alternativa promissora e viável para ganhos ambientais. Isso porque são

instrumentos que, além de promoverem geração de recursos na economia, através

da criação de cooperativa de catadores de lixo, que garantem trabalho, renda e

melhores condições de vida, reduz o volume de resíduos enviados para o aterro.

Nas discussões sobre a temática, três termos destacam-se como essenciais

para reduzir a problemática ambiente: Redução, reciclagem e reutilização. O

primeiro passo para diminuir a quantidade de lixo gerada implica em reduzir o

consumo, visto que o consumismo exagerado da sociedade atual gera uma grande

diversidade de resíduos, que requerem diferentes processos que abrangem do

descarte comum, ou o descarte seletivo, dependendo se podem ser

reciclados/reutilizados ou descartados (LOGAREZZI, 2004).

Sendo assim, os processos de reciclagem têm ganhado espaço cada vez

maior, não somente pelo fato de representam "matérias primas" de baixo custo, mas

principalmente por contribuírem para ganhos ambientais, numa sociedade em que

os efeitos da degradação ambiental decorrente da deposição inadequada de

resíduos estarem atingindo níveis cada vez mais alarmantes (NETO, 2000 ).

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O destino final do lixo é um dos agravantes da degradação do ambiente,

contexto em que muito se fala em coleta seletiva e reciclagem, como alternativas

para redução do volume de lixo a ser disposto em aterros ou lixões. A reciclagem

permite a diminuição da quantidade de lixo produzido e o reaproveitamento de

diversos materiais, ajudando a preservar alguns elementos da natureza no processo

de reaproveitamento de materiais já transformados (MELLO, 2001).

Em virtude disso urge fazer com que a prática de coleta seletiva se torne

comum e, nesse sentido, é de fundamental importância a educação ambiental, no

sentido de sensibilizar um número cada vez maior de pessoas, para esse processo,

contexto em que separar materiais em casa deve se tornar um hábito, visto ser este

um dos principais elos dessa cadeia.

[...] o descarte deve ser conduzido de forma consciente e responsável. É preciso perceber o processo de reciclagem de forma integrada com a busca de qualidade de vida na qual o descarte é uma etapa importante. Quando descartamos os produtos de forma adequada agregamos valor a este processo, melhoramos os índices de reaproveitamento, barateamos o custo de produção com limpeza e triagem de materiais estimulando o crescimento da reciclagem. Neste sentido, a coleta seletiva é fundamental e deve ser estimulada nas comunidades e conduzida com competência, criatividade e continuidade. Assim, através de parcerias, a viabilização econômica de projetos e serviços de coleta seletiva pode ser facilitada. O descarte não pode ser visto como um processo de livrar-se de materiais e resíduos que não servem mais. É preciso ter uma visão mais abrangente e perceber o descarte como um elo de um processo que é a reciclagem SILVEIRA, 2007).

Nesta perspectiva, e considerando que toda a questão do lixo passa por um

aspecto básico, qual seja a educação para uma nova consciência ambiental tem-se

como pressuposto que a Educação Ambiental constitui um importante instrumento

de mobilização da comunidade para mudança de hábitos e valores, especialmente

em projetos relacionados à coleta seletiva.

A coleta seletiva apresenta inúmeros aspectos favoráveis, entre as quais: boa

qualidade dos materiais descartados; estímulo à cidadania; permite parcerias entre

catadores, empresas, associações ecológicas, escolas, entre outros, além de

possibilitar a redução do volume dos resíduos a serem dispostos (JARDIM et al.,

1995).

Os questionamentos acerca da crise ambiental hoje vivenciada e sua

diversidade têm repercutido diretamente no campo educacional, pressupondo um

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conjunto diversificado de reflexões e práticas, que se apresentam sob perspectivas

teórico-metodológicas diversas, mas com um objetivo comum: desenvolver ações e

reflexões que despertem a consciência ambiental e levem mudanças de atitudes e

comportamentos mais comprometidos com a preservação do ambiente.

A Educação Ambiental é concebida como “[...] um processo educativo de

construção da cidadania plena e planetária, que visa à qualidade de vida dos

envolvidos e à consolidação de uma ética ecológica” (LOUREIRO, 1999, p.18).

Assim pode-se inserir o “elemento educativo do novo paradigma ecológico”,

propondo a “rediscussão da presença humana na natureza, indo além dos aspectos

naturais da problemática ambiental”.

De acordo com o Capitulo 1, artigo 1° da Política Nacional de Educação

Ambiental. Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o

indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades,

atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de

uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (LEI

9.795, 1999, art. 1º).

É praticamente consensual a idéia de que a Educação, desenvolvida em

âmbito escolar é promissora no sentido de reorientar novas formas de

relacionamento com a natureza, destacando-se a necessidade do desenvolvimento

de uma educação ambiental, através da utilização de temas ambientais como

veículos de aprendizagem e de conscientização para que os sujeitos desenvolvam a

percepção dos problemas ambientais (BARROS; SILVA, 2009).

Partindo dessa premissa no projeto de intervenção “A Química do Lixo: A

contextualização no ensino de conceitos químicos” o enfoque ambiental foi aliado ao

ensino de química, como forma de contribuir com o debate acerca das articulações

teórico metodológicas entre o ensino de Química e a Educação Ambiental.

A educação é assim considerada como “um campo altamente sensível às

novas demandas e temáticas sociais, na qual insere a preocupação ambiental em

seu universo educativo e tendo em vista que educar significa, antes de tudo, auto-

transformar-se’” (CARVALHO, 2001, p. 189), a educação ambiental precisa ser

transformadora, educativa, cultural, informativa, política, formativa e, acima de tudo,

emancipatória (LOUREIRO, 2006).

A Educação Ambiental mostra-se assim, um processo capaz de mostrar ao

aluno uma nova maneira (prática) de enxergar o mundo, construindo novos saberes

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e nova racionalidade sob uma ética de responsabilidade voltada à sustentabilidade

socioambiental. Mostra-se, assim, um processo educativo capaz de reconstruir

relações entre pessoas, sociedade e meio natural, visto que oportuniza ao aluno

tornar-se disseminador das práticas aprendidas em âmbito escolar e levar esse

aprendizado para o ambiente em que se insere (CARNEIRO, 2006).

Nesse sentido a Educação Ambiental vai além da simples abordagem das

questões ambientais, mas proporcionar a percepção da natureza de modo complexo

em suas interações entre aspectos físicos, socioculturais e político-econômicos, que

compõem a relação homem/meio transformando os indivíduos em cidadãos

comprometidos com as questões ambientais e com a utilização dos recursos

naturais (CANDIANI et al, 2004).

A Educação Ambiental, assim, se caracteriza como um processo participativo,

que envolve um amplo esforço de recuperação de realidades, capaz de garantir um

compromisso com o futuro, envolvendo uma nova filosofia de vida (AB’SABER,

1991).

3. MATERIAIS E MÉTODOS

O visto na literatura ressaltou a problemática dos resíduos sólidos e a

degradação da natureza, enfatizando a importância da seleção dos materiais (coleta

seletiva), aspectos que embasaram teoricamente a prática do Projeto de

Implementação Pedagógica desenvolvido no primeiro semestre de 2013 no Colégio

Estadual Anésio de Almeida Leite, cujo desenvolvimento implicou a utilização de

pesquisas e estudos teóricos através de bibliografia especializada e selecionada.

Tendo em vista suas especificidades, o projeto foi desenvolvido em algumas

etapas:

Primeiro foi aplicado um questionário aos alunos visando identificar sua

concepção sobre coleta seletiva, reciclagem, reutilização e educação ambiental.

Num segundo momento, divididos em grupos os alunos pesquisaram

informações referentes a conceitos relacionados ao tema: Produção de lixo;

Consumo e consumismo; Tipos de lixo; coleta: Quem são os responsáveis?; Tipos

de descartes e suas implicações; As pessoas que vivem no/do lixo; Doenças

causadas pelo descarte inadequado do lixo; Tipos de poluição; Reciclagem e

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Reaproveitamento; Consumo responsável: o papel do cidadão: hábitos responsáveis

e exigência de melhorias junto aos governantes.

Após esse embasamento teórico, utilizou-se uma adaptação do trabalho de

Santos et.al.(2011) intitulado “Lixo e reciclagem como tema motivador no ensino de

química”.

Etapa 1: Aplicação do questionário (anexo 1), seguido por um debate

em sala de aula sobre a questão do lixo em nível local e mundial. Nesse debate foi

proposto uma discussão sobre as conseqüências do lixo para a população, em caso

de mal gerenciamento, bem como os benefícios de um gerenciamento adequado.

Também se abordou a questão da composição química do lixo e seus possíveis

danos, tendo em vista despertar o interesse do aluno pelo assunto, suas vantagens

e problemas.

Etapa 2: Solicitou-se aos alunos, divididos em grupos, que fizessem

uma pesquisa sobre o problema do lixo em suas residências e possíveis soluções.

Complementando essa etapa foi solicitado a cada grupo um inventário de consumo,

o qual deveria ser relacionado ao que cada pessoa consome ou gera de lixo em uma

semana. Esse lixo gerado foi coletado para servir para as aulas práticas de

reciclagem de papel e fabricação de sabão artesanal em barra com a utilização de

óleo usado.

Etapa 3: No laboratório da escola os alunos, em grupos, fabricaram

sabão com óleo usado coletado em suas residências e na escola.

Etapa 4: Concluída essa etapa, foram retomadas as questões sobre

gerenciamento de resíduos sólidos, agora relacionadas com a responsabilidade de

cada um no contexto social. Nesse sentido se buscou evidenciar as possibilidades

da reutilização de materiais que aparentemente seriam descartados nos lixões

ocasionando mais poluição ambiental. Ainda nessa etapa a discussão abrangeu a

questão do prejuízo ambiental que as substâncias químicas presentes em alguns

tipos de lixo podem causar ao ambiente, quando descartados de forma inadequada,

além de jogadas no meio ambiente de qualquer maneira. Além do prejuízo

econômico e social.

Etapa 5: A reciclagem do papel - confecção de papel de carta,

envelopes, caixas e demais objetos, de acordo com a criatividade dos alunos.

Etapa 6: Nessa etapa trabalhou-se as lixeiras.

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Etapa 7: Finalização do projeto/avaliação

- Seminário, apresentando o problema e as soluções possíveis para o lixo.

- Exposição de um inventário da coleta e caracterização dos resíduos gerados

por cada aluno em um dia ou uma semana.

- Uma amostra pedagógica em que os alunos puderam mostrar à comunidade

o sabão produzido com a coleta do óleo vegetal reutilizado e os objetos construídos

a partir do papel reciclado.

- Reaplicação do questionário inicial, tendo em vista avaliar as mudanças nas

concepções dos alunos.

- Instalação das lixeiras.

5. DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS

No primeiro mês de aula foi realizada a apresentação do Projeto à

comunidade (reunião de Pais), sobre a importância na formação do cidadão

consciente e responsável. A comunidade apoiou a iniciativa.

Na primeira semana de aula os alunos tiveram a apresentação do projeto com

slides e vídeos e na segunda aula foi aplicado o questionário investigativo a 48

alunos.

Utilizou-se ainda recortes de jornais do ano passado inteiro, que tratavam da

questão do lixo em nossa região, visando enriquecer as informações e a

aprendizagem dos alunos.

Temas relevantes como a questão do lixo em nível local, regional e mundial,

As consequências do lixo para a população, Lixo hospitalar, Lixo radioativo, Lixo

eletrônico, enfim todos os tipos de lixo foram trabalhados.

Todos estes temas foram alvo de pesquisas, leituras, interpretações, debates,

e discussões visando enriquecer a ampliar o conhecimento, especialmente porque

em todos os temas estudados foi colocada a Química, envolvendo os processos que

a cada momento lhe caberia, como processo de transformações, reações químicas,

gases, processos de separação de misturas, tabela periódica entre outros conceitos

químicos interligados ao cotidiano.

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Também nessa perspectiva os temas tratados na Unidade Temática como os

Resíduos sólidos e o ambiente, a Educação ambiental, Os problemas ambientais e a

coleta seletiva do lixo, foram lidos, interpretados, debatidos e discutidos para melhor

compreensão, todos os alunos receberam uma cópia para seu estudo.

Foi realizado uma pesquisa em que os alunos em suas residências puderam

enxergar o problema do lixo e pensar sobre as possíveis soluções.

A seguir foi feito um inventário em que cada aluno, em suas residências pôde

fazer um levantamento do óleo de cozinha gerado por cada família durante uma

semana, o que correspondeu de 100 ml a 1000 ml de óleo por semana a cada

família.

Isso feito, em grupo, os alunos fizeram um inventário sobre o arrecadamento

do grupo. E, finalmente o total do inventário de todos os alunos que participaram do

projeto, que se iniciou com 48 alunos e terminou com 39 (em virtude transferências,

mudança de turno, entre outros fatores), totalizou aproximadamente 60 litros de óleo

de cozinha, que foram reutilizados para a fabricação de sabão caseiro, o que

possibilitou 10 receitas de sabão. Tendo como resultado 745 unidades de sabão

caseiro.

A finalidade da ação em fabricar o sabão caseiro foi fazer com que o aluno

aprendesse sobre o mecanismo de ação, reconhecendo a região hidrofóbica que

dissolve a gordura e a região hidrofílica que é solúvel em água.

A reciclagem do papel também foi muito proveitosa. Antes de confeccioná-lo

assistiu-se a muitos vídeos, foram efetuadas diversas pesquisas, o que oportunizou

muito estudo sobre o assunto.

Só depois de todo esse embasamento teórico é que se iniciou confecção.

Foram realizadas muitas variedades de papéis com folhas secas, pintadas com tinta,

tingidas com corantes, com cola glitter, envelopes, blocos de anotações e caixas, de

acordo com a criatividade do aluno.

As lixeiras foram instaladas no primeiro dia de aula e os alunos fiscalizavam

toda semana e sempre questionando o seu uso correto.

Finalização do projeto/avaliação: A implementação do Projeto foi devidamente

registrada por meio de formulários específicos (anexos), e, no final da

implementação foi entregue ao NRE todos anexos devidamente preenchidos, como

forma avaliativa. Para finalizar a implementação foi realizada a exposição do Projeto

com a presença da Representante do PDE do NRE - Jacarezinho onde estiveram

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presentes a Professora Míriam e a Professora Rosangela, a Equipe Pedagógica e

Direção da Escola, Professores, funcionários e todos os alunos que fizeram parte do

Projeto. Também foi convidada toda a comunidade (Pais dos alunos) e todos os

alunos do Colégio para prestigiar a exposição do Projeto "A Química do Lixo: A

contextualização no ensino de conceitos químicos", todos que passaram pela

exposição foram presenteados com um pedaço do sabão caseiro produzido pelos

alunos.

Finalizando o projeto, foi reaplicado o questionário inicial, para avaliar as

mudanças nas concepções dos alunos e o resultado, positivo, mostrou que ocorreu

aprendizagem e conscientização.

A implementação do projeto contou com a participação inicial de 48 alunos e

finalizou com 39 sendo que destes 62.5% do sexo masculino e 37.5% do sexo

feminino, dos quais a maioria (73%) entre 14 e 15 anos, 22% entre 16 e 17 anos e

4% com 18 anos (Tabela 1).

Tabela 1. Perfil dos alunos participantes da fase inicial e final do projeto

Perfil Fase Inicial Fase Final

no. alunos (%) no. alunos (%)

SEXO Masculino 30 (62.50) 24 (61.54)

Feminino 18 (37.50) 15 (38.46)

IDADE

(anos)

14 – 15 35 (72.92) 25 (64.10)

16 – 17 11 (22.92) 12 (30.77)

18 02 (4.16) 02 (5.13)

Quanto ao grau e conhecimento sobre a reciclagem do lixo, no primeiro

momento, antes da implementação, a sua grande maioria (70.83%) respondeu ter

um conhecimento médio sobre o assunto, enquanto no final 64% afirmou ter

conhecimento médio sobre o assunto. No entanto, após a implementação do projeto,

a resposta com muito conhecimento, que inicialmente foi assinalada por apenas

12.5% dos alunos, no questionário final foi assinalada por 35.9% dos alunos (Tabela

2).

Quanto questionado sobre o conhecimento sobre a compostagem do lixo

orgânico, inicialmente, 12.5% dos alunos declararam total desconhecimento sobre o

assunto, enquanto que a maioria (45.83%) declarou ter pouco conhecimento. Após a

execução do projeto 84.62% e 15.38% responderam tem conhecimento médio e

muito respectivamente quando compostagem do lixo (Tabela 3).

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Os resultados demonstram que a implementação do projeto trouxe grande

conhecimento quanto ao destino dos resíduos sólidos produzidos diariamente nas

residências, as suas consequências e a importância do seu manejo e transformação.

Tabela 2. Grau de conhecimento dos alunos antes e depois da implementação do projeto sobre a reciclagem do lixo.

Resposta Inicial Final

Alunos % Alunos %

Nenhum 0 0.00 0 0.00 Pouco 8 16.67 0 0.00 Médio 34 70.83 25 64.10 Muito 6 12.50 14 35.90

Tabela 3. Grau de conhecimento dos alunos antes e depois da implementação do projeto sobre a compostagem dos resíduos orgânicos.

Resposta Inicial Final

Alunos % Alunos %

Nenhum 6 12.50 0 0.00 Pouco 22 45.83 0 0.00 Médio 17 35.42 33 84.62 Muito 3 6.25 6 15.38

O conhecimento dos alunos sobre reciclagem, coleta seletiva, descarte

adequado e impacto ambiental do lixo, estão listados na Tabela 4, sendo que os

principais pontos discutidos a seguir.

Quanto ao questionamento sobre a coleta seletiva do lixo em casa e o

conhecimento sobre a lixeira coloridas a sua maioria absoluta responderam realizar

a coleta seletiva (77.08%) e conhecer as lixeira (81.25%). No entanto, apenas

47.92% souberam relacionar o respectivo lixo a lixeira colorida. Após a

implementação do projeto houve um aumento nos itens anteriormente abordados,

porém podemos destacar aumento expressivo no conhecimento da relação

lixo/lixeira, passando para 84.62%.

Apesar de a grande maioria realizar a coleta seletiva do lixo, ficou evidente

que nem tudo é realizado de maneira correta. Quando questionado sobre o destino

dos diferentes papéis e óleo de cozinha, 16.67% e 75% respectivamente,

responderam conhecer o correto destino dos produtos. Após o projeto 100% e

94.87% respectivamente afirmaram conhecer o destino correto.

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Sobre o impacto causado pelos diferentes lixos jogados no ambiente, 52.08%

dos alunos demonstraram inicialmente certo conhecimento, sendo que o percentual

aumentou significativamente no final (79.49%).

No que tange sobre o lixo doméstico e a relação com o consumismo, e-lixos e

saúde humana, não houve alteração no questionamento inicial e final, mantendo-se

praticamente estável.

Tabela 4. Percentagem de alunos com conhecimento de lixo domiciliar, tais como, coleta seletiva, descarte adequado de produtos, a sua classificação e o impacto ambiental.

Questionamento Inicial Final

sim não sim Não

Realização de coleta seletiva lixo na casa 77.08 22.92 89.74 10.26

Conhecimentos das lixeiras coloridas 81.25 18.75 92.31 7.69

Relação lixo e lixeira colorida 47.92 52.08 84.62 15.38

Tipos de papeis recicláveis 16.67 83.33 100 0

Descarte de óleo de cozinha 75.00 25.00 94.87 5.13

Impacto do lixo ao meio ambiente 52.08 47.92 79.49 20.51

Consumismo e aumento do lixo 95.83 4.17 94.87 5.13

e-lixo (conhecimento e impactos) 54.17 45.83 56.41 43.59

Diferentes lixos e saúde humana 95.83 4.17 100 0

Os resultados observados ao final do projeto mostraram que os alunos

desenvolveram a capacidade de relacionar de forma adequada a preservação

ambiental com o consumismo, a coleta seletiva, a reciclagem e reutilização. A

implementação do projeto aqui referido evidenciou que este proporcionou aos alunos

a oportunidade de aprender e repassar para a comunidade local, em que estão

inseridas, ações que podem contribuir para o ganho ambiental, tão necessário

atualmente e, mais que isso, contribuir para uma complementação financeira

proporcionando, assim, a sustentabilidade aliada à preservação do ambiente.

Pelo teor das respostas pôde-se notar que após as informações necessárias

sobre o tema os alunos já tinham uma visão mais crítica do assunto e até

propuseram soluções para reduzir alguns dos problemas detectados no seu

ambiente de convívio.

Essa verificação vem ao encontro das possibilidades da Educação Ambiental

como “[...] um processo educativo de construção da cidadania plena e planetária,

que visa à qualidade de vida dos envolvidos e à consolidação de uma ética

ecológica” (LOUREIRO, 1999, p.18).

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A Educação Ambiental mostrou-se, assim, suas possibilidades em mostrar ao

aluno uma nova maneira de enxergar o mundo e construir saberes que considerem

a sustentabilidade socioambiental, ao se mostrar capaz de reconstruir relações

sociais e ambientais através das práticas e experiências vivenciadas no ambiente

escolar, o que abre possibilidades de se levar esse aprendizado para o seu contexto

social (CARNEIRO, 2006).

Nesse sentido foi relevante e satisfatório o grau de conhecimento adquirido

pelos alunos, o que vem demonstrar que ficou mais fácil aprender química usando

temas relacionados com o cotidiano, além de alertá-los sobre a importância da

manutenção do ecossistema observou-se que a aproximação da Educação

Ambiental ao Ensino da Química é fundamental para formação do cidadão, pois ao

exigir dos alunos observação, problematização e acompanhamento dos resultados

possibilitaram uma aprendizagem crítica do processo todo. Abrindo uma gama

possibilidades como a inter-relação entre as disciplinas (Interdisciplinaridade).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O projeto “A Química do Lixo: A contextualização no ensino de conceitos

químicos”, ao envolver teoria e prática desencadeou mecanismos que levaram a

uma participação ativa e efetiva dos alunos, tanto no sentido de se envolverem em

ações sócio-ambientais, quanto à compreensão das conseqüências de valores e

efeitos projetados pelo cenário ambiental atual. Proporcionaram, assim, reflexões

sobre sociedade e ambiente incluindo o tratamento de valores e éticas pessoais e

sociais.

A atividade experimental e a análise das questões do referido projeto

possibilitou abordar o assunto diversos, comumente explorado de forma teórica, de

uma forma diferenciada, ao permitir comprovar a teoria.

Dessa forma a metodologia utilizada no desenvolvimento desse projeto

permitiu, além da conscientização sobre questões ambientais, identificar concepções

e discutir outros conceitos, como a termoquímica, ligações químicas, polaridade das

substâncias, entre outros.

Assim, o tema lixo motivou, ao despertar um interesse crescente pela

disciplina de química, mostrando a relação estreita da química com o cotidiano, e

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assim desmistificou a impressão de uma disciplina de memorização de fórmulas e

memorização de símbolos.

Dessa forma a Química vem contextualizar de maneira prática e simples o

cotidiano de transformar diante de pequenos atos a conscientização da sociedade.

Assim, é com grande satisfação que o resultado e análise do ensino e aprendizagem

da implementação deste projeto na disciplina de Química, teve um resultado

positivo.

A implementação do projeto possibilitou, também, crescimento e aprendizado,

levando os alunos a compreenderem que o caminho é a "conscientização", aliada à

ações que contribuam para reduzir, reutilizar, reciclar, o que pode contribuir

efetivamente para diminuir a quantidade de resíduos no ambiente e, assim,

minimizar os impactos ambientais.

Foram muitas horas de preparação para que tudo acontecesse da melhor

forma, mas valeu a pena, foi gratificante, foi merecedor, foi muito bom passar por

esta experiência, única. O PDE faz a diferença.

REFERÊNCIAS

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