A RELAÇÃO ENTRE BRAND ASSOCIATIONS E BRAND...

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FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM ADMINISTRAÇÃO A RELAÇÃO ENTRE BRAND ASSOCIATIONS E BRAND EQUITY DOS CLUBES DE FUTEBOL BRASILEIROS LUIZA MACIEL MANTOVANELI ORIENTADOR: PROF. DR. JOSÉ LUIZ TRINTA Rio de Janeiro, 29 de julho de 2011

Transcript of A RELAÇÃO ENTRE BRAND ASSOCIATIONS E BRAND...

FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM

ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA

DDIISSSSEERRTTAAÇÇÃÃOO DDEE MMEESSTTRRAADDOOPPRROOFFIISSSSIIOONNAALLIIZZAANNTTEE EEMM AADDMMIINNIISSTTRRAAÇÇÃÃOO

A RELAÇÃO ENTRE BRAND

ASSOCIATIONS E BRAND EQUITY DOS CLUBES DE FUTEBOL BRASILEIROS

LLUUIIZZAA MMAACCIIEELL MMAANNTTOOVVAANNEELLII

ORIENTADOR: PROF. DR. JOSÉ LUIZ TRINTA

Rio de Janeiro, 29 de julho de 2011

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“A RELAÇÃO ENTRE BRAND ASSOCIATIONS E BRAND EQUITY DOS CLUBES DE FUTEBOL BRASILEIROS”

LUIZA MACIEL MANTOVANELI

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissionalizante em Administração como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Administração. Área de Concentração: Administração Geral

ORIENTADOR: JOSÉ LUIZ TRINTA

Rio de Janeiro, 29 de julho de 2010.

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“A RELAÇÃO ENTRE BRAND ASSOCIATIONS E BRAND EQUITY DOS CLUBES DE FUTEBOL BRASILEIROS”

LUIZA MACIEL MANTOVANELI

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissionalizante em Administração como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Administração. Área de Concentração: Administração Geral

Avaliação:

BANCA EXAMINADORA:

_____________________________________________________

Professor JOSÉ LUIZ TRINTA (Orientador) Instituição: IBMEC RJ

_____________________________________________________

Professor EDSON JOSÉ DALTO Instituição: IBMEC RJ

_____________________________________________________

Professor MARIO PINTO Instituição: FGV RJ

Rio de Janeiro, 29 de julho de 2010.

iv

FICHA CATALOGRÁFICA Prezado aluno (a),

Por favor, envie os dados abaixo assim que estiver com a versão definitiva, ou seja, quando não faltar mais nenhuma alteração a ser feita para o e-mail [email protected], colocando no assunto: FICHA CATALOGRÁFICA - MESTRADO. Enviaremos a ficha catalográfica o mais breve possível para o seu e-mail (se possível em até 72 horas).

1) Nome completo: Luiza Maciel Mantovaneli;

2) Título e subtítulo (se houver e separados): A RELAÇÃO ENTRE BRAND ASSOCIATIONS E BRAND EQUITY DOS CLUBES DE FUTEBOL BRASILEIROS; 3) Ano da defesa: 2011;

4) Área de concentração: Marketing:

5) Assunto principal (contextualizado): Brand Equity e Brand Associations;

6) Assuntos secundários;

7) Palavras-chave, e

8) Resumo (se possível)

9) Curso (Mestrado profissionalizante em ...) : Administração

Ou envie os anexos contendo a página de rosto e a do resumo, além da área de concentração.

v

vi

DEDICATÓRIA

Dedico minha dissertação aos meus pais, Inês e Luiz, à minha avó Aldair e ao meu marido Bruno pela confiança em mim depositada e por todo o apoio concedido durante o período de estudo. Outrossim, a dedico ao Flamengo, por quem a paixão foi grande incentivadora a esse estudo. Também a dedico ao Curso Clio, que me incentivou a ingressar no programa de mestrado.

vii

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço ao corpo docente do IBMEC RJ, cuja extrema competência e vasta

experiência me auxiliaram a reunir o conhecimento necessário para completar os estudos.

Agradeço especialmente ao meu orientador, José Luiz Trinta, que me guiou de forma

atenciosa e objetiva. Sua ajuda foi decisiva para que o tema fosse devidamente desenvolvido.

Agradeço aos meus familiares Aldair, Inês, Luiz e Bruno, que me apoiaram e compreenderam

meus períodos de ausência.

Agradeço ao Clube de Regatas do Flamengo, por quem a paixão foi grande incentivadora a

esse estudo.

Agradeço ao Curso Clio, que me incentivou no projeto de cursar o Mestrado em

Administração no Ibmec.

Agradeço ainda à Márcia Peron, que me deu forças e incentivos para que eu pudesse

completar o mestrado e obter o tão desejado título.

Por fim, gostaria de agradecer aos demais membros da banca que me honraram ao aceitar este

convite.

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RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo identificar fatores que criam brand associations e

brand equity para os torcedores de clubes de futebol brasileiros. A pesquisa tem base no

estudo de Gladden e Funk de 2002, que identificou características importantes no

relacionamento entre o torcedor e seu respectivo time. Optou-se pela replicação do trabalho,

com ajustes em algumas variáveis no questionário e no público escolhido, de forma a adaptá-

lo à realidade brasileira. Como amostra, foram utilizados alunos e graduados em Engenharia

de Produção da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Os resultados, obtidos por

meio de análise fatorial, demonstraram fatores relevantes para o fortalecimento das marcas

dos clubes de futebol brasileiro e fornecem suporte para novos estudos acadêmicos e decisões

gerenciais. Portanto, foi possível identificar oportunidades de ganhos para clubes por meio de

um efetivo gerenciamento de marcas de clubes de futebol, com base nas características do

relacionamento de torcedores com seus times.

Palavras-chave: brand equity, brand associations, marketing esportivo, lealdade, identificação

como fã, análise fatorial.

ix

ABSTRACT

This study aims to identify factors that create brand associations and brand equity in fans of

Brazilian soccer teams. The research is based on the study of Gladden and Funk in 2002,

which identified main features in the relationship between the consumers and their respective

team. The replication of their work was applied, with adjustments in variables in the

questionnaire and in the chosen public in order to adapt it to a Brazilian reality. As a sample,

students and graduates of Production Engineering from Universidade Federal do Rio de

Janeiro (UFRJ) were used. The results, achieved through factorial analysis, demonstrated

factors relevant in creating brand equity for soccer clubs and provide support for new

academic studies and management decisions. Therefore, it was possible to identify

opportunities in soccer clubs brand management, based on main features in the relationship

between fans and their respective team, in order to increase loyalty and stimulate the

relationship between soccer fans and their teams.

Key Words: brand equity, brand associations, sports marketing, loyalty, fan identification,

factorial analysis.

x

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Dimensões de Brand Knowledge ..............................................................................23

Figura 2: Como fazer análise fatorial .........................................................................................1

xi

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Operacionalização do estudo ......................................................................................1�

Tabela 2: Percepções a respeito de atributos relacionados ao produto.......................................1�

Tabela 3: Percepções a respeito de atributos não relacionados ao produto................................1�

Tabela 4: Benefícios ...................................................................................................................1�

Tabela 5: Atitudes.......................................................................................................................1�

Tabela 6: Alfa de Cronbach por Sessão do Questionário...........................................................1�

Tabela 7: Análise Fatorial – Atributos relacionados ao produto ................................................1�

Tabela 8: Análise Fatorial – Atributos não relacionados ao produto .........................................1�

Tabela 9: Análise Fatorial – Benefícios .....................................................................................1�

Tabela 10: Análise Fatorial – Atitudes .......................................................................................1�

xii

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Gênero dos estudantes e graduados em Engenharia de Produção da UFRJ............56�

Gráfico 2: Distribuição de idade dos alunos e graduados em Engenharia de Produção da UFRJ

..................................................................................................................................................57�

Gráfico 3: Distribuição dos times de futebol entre alunos e graduados em Engenharia de

Produção da UFRJ....................................................................................................................57�

xiii

LISTA DE SIGLAS

(Escreve-se em maiúsculas o nome pelo qual o clube é designado nesta dissertação)

Clube de Regatas do FLAMENGO

Clube de Regatas VASCO da Gama

CRUZEIRO Esporte Clube

FLUMINENSE Football Club

Fútbol Club BARCELONA

GRÊMIO Foot-Ball Porto Alegrense

INTERNAZIONALE Football Club Milano

MANCHESTER UNITED Football Club

PARANÁ Clube

REAL MADRID Club de Fútbol

SANTOS Futebol Clube

São Paulo Futebol Clube – SPFC

Sociedade Esportiva PALMEIRAS

Sport Club CORINTHIANS Paulista

Sport Club INTERNACIONAL de Porto Alegre

Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

xiv

SUMÁRIO

1.� INTRODUÇÃO..................................................................................................................1�

1.1.� CONTEXTUALIZAÇÃO ...............................................................................................1�

1.2.� PROBLEMA DE PESQUISA.........................................................................................6�

1.3.� OBJETIVO DA PESQUISA ...........................................................................................7�

1.4.� RELEVÂNCIA DO ESTUDO ........................................................................................8�

1.5.� DELIMITAÇÕES DO ESTUDO ....................................................................................9�

1.6.� DESENVOLVIMENTO E ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO..............................10�

2.� REFERENCIAL TEÓRICO.............................................................................................11�

2.1.� COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR COMO FÃ.............................................34�

2.2.� BRAND EQUITY ...........................................................................................................11�

2.2.1.� Customer-Based Brand Equity (CBBE).....................................................................16�

2.2.1.1.� Brand Knowledge ...................................................................................................21�

2.2.1.2.� Brand Awareness....................................................................................................23�

2.2.1.3.� Brand Image ...........................................................................................................25�

2.2.1.3.1.� Tipos de brand associations ...............................................................................27�

3.� METODOLOGIA.............................................................................................................38�

3.1.� TIPO DE PESQUISA....................................................................................................38�

3.2.� COLETA DE DADOS ..................................................................................................41�

3.3.� ANÁLISE DOS DADOS ..............................................................................................48�

3.4.� ALFA DE CRONBACH ...............................................................................................54�

4.� RESULTADOS ................................................................................................................55�

4.1.� CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA .......................................................................55�

4.1.1.� Sexo, Idade e Times...................................................................................................56�

xv

4.2.� MÉDIA DOS ATRIBUTOS..........................................................................................58�

4.2.1.� Atributos relacionados ao produto.............................................................................58�

4.2.2.� Atributos não relacionados ao produto ......................................................................60�

4.2.3.� Benefícios ..................................................................................................................61�

4.2.4.� Atitudes ......................................................................................................................62�

4.3.� ALFA DE CRONBACH ...............................................................................................63�

4.4.� ANÁLISE FATORIAL .................................................................................................64�

4.4.1� Análise Fatorial – Atributos relacionados ao produto........................................65�

4.4.2� Análise Fatorial – Atributos não relacionados ao produto .................................67�

4.4.3� Análise Fatorial – Benefícios .............................................................................69�

4.4.4� Análise Fatorial – Atitudes .................................................................................71�

5.� CONCLUSÃO..................................................................................................................73�

5.1.� CONCLUSÃO...............................................................................................................73�

5.2.� LIMITAÇÕES DA PESQUISA ....................................................................................77�

5.3.� SUGESTÕES PARA ESTUDOS FUTUROS...............................................................78�

APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO .........................................................................................85�

1

1. INTRODUÇÃO

O primeiro capítulo tem início na contextualização do assunto abordado por este estudo.

Posteriormente, são apresentados o problema de pesquisa, o objetivo, a relevância e a

contribuição do trabalho. Finalmente, são expostos o desenvolvimento e a estruturação do

estudo.

1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO

Alves e Pieranti (2007) afirmam que, nos últimos anos, o significado do conceito de esporte

sofreu modificações em todo o mundo, apontando a importância desse setor não apenas como

uma atividade de lazer, mas também como uma atividade econômica, importante para a

inclusão social e para a redução de problemas ligados à saúde e à educação. Sendo assim, esse

novo entendimento requer, entre outros aspectos, uma participação ativa do Estado, na

opinião desses autores.

Nesse sentido, com o objetivo de sanear os passivos tributários dos clubes brasileiros, o

Ministério do Esporte propôs, em 2004, ao Congresso Nacional a aprovação de uma nova

loteria, a Timemania. Os clubes que aderissem ao jogo teriam parte da nova receita retida na

fonte, até que fossem quitadas suas dívidas com o governo federal. Em contrapartida, os times

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teriam novamente a abertura de canais para pedidos de empréstimos em bancos oficiais e

receberiam parte da receita proveniente da loteria para investimento. Em 2006, o então

Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o Projeto de Lei encaminhado

ao Congresso Nacional (ALVES, PIERANTI, 2007).

A Timemania faz parte de um projeto de renovação do futebol brasileiro. Além da loteria, o

ministério supracitado procura fornecer subsídios para melhorar o funcionamento do futebol

brasileiro e reprimir casos de violência nos estádios, com vistas à Copa do Mundo de 2014, a

ser realizada no Brasil (MAYER, 2010).

De acordo com dos Santos (2008), o futebol se trata de um negócio que movimenta parte da

economia do Brasil de forma representativa. Em 2008, era responsável por 45% do PIB

(Produto Interno Bruto) do esporte brasileiro.

Mayer (2010) ressalta que uma das principais formas de faturamento dos clubes brasileiros é

por meio da venda dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro de Futebol para

televisão aberta, televisão por assinatura e por pay-per-view. Este contrato também contempla

os valores relativos à comercialização de placas de publicidade estática ao redor do campo de

jogo. A receita gerada pela venda é dividida entre os clubes, sendo que os mais populares

recebem cotas maiores.

O autor supracitado afirma, ainda, que os valores desses direitos de transmissão do

Campeonato Brasileiro de Futebol para televisão aberta e fechada, telefonia e transmissões

internacionais estão aumentando. O valor anual desses direitos é de quase meio bilhão de

reais. Em 2008, os clubes que mais arrecadam (Sport Club Corinthians Paulista, Clube de

Regatas do Flamengo, Clube de Regatas Vasco da Gama, Sociedade Esportiva Palmeiras, São

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Paulo Futebol Clube) receberam, individualmente, R$ 21 milhões pela venda desses direitos.

Já em 2009, esse valor atingiu R$ 30,5 milhões. Para os clubes de menor expressão esse valor

é de R$ 16,5 milhões anuais.

Nesse contexto, os torcedores de clubes de futebol, que são tidos como extremamente fiéis,

podem também representar uma fonte de receita de seus times, pois são vistos como

telespectadores, consumidores de ingressos para jogos e de outros produtos referentes a seus

clubes, bem como podem se tornar sócio-torcedores (MAYER, 2010). Gladden e Funk (2002)

defendem que o consumo de elementos esportivos é de cunho emocional e experimental, não

envolvendo benefícios tangíveis.

Por outro lado, a presente realidade da economia mundial – fragmentação do mercado,

redução de barreiras de entrada e rápida adoção de novas tecnologias – estão contribuindo

para o aumento do número de produtos substitutos ou bastante semelhantes entre si

disponíveis para o consumidor. Dessa forma, para os profissionais de marketing, conquistar e

manter a lealdade de seus consumidores têm se tornado um desafio cada vez mais complexo

(FRAZIER, 1999). O efeito da lealdade à marca nos custos de marketing é crítico porque

atrair um cliente novo é mais caro do que manter um antigo (WOOD, 2001).

No entanto, quando se entende o torcedor de um time de futebol como um consumidor, de

acordo com dos Santos (2008), o estudo sobre seu comportamento deve inseri-lo em um

grupo com características distintas dos clientes tradicionais. Isso acontece porque os aspectos

influenciadores dos torcedores são peculiares, por conta da alta carga emocional envolvida, da

distinta relação de lealdade, da performance esportiva, do entretenimento e da identificação

deles como grupos sociais.

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Nesse sentido, Gladden e Funk (2002) afirmam que os gerentes do setor esportivo começam a

enxergar seus times como marcas a serem gerenciadas. Diante disso, segundo Lin e Lin

(2008), os profissionais da área esportiva devem elaborar estratégias para influenciar

torcedores a adquirirem produtos do clube.

Para Bodet e Chanavat (2010), embora os clubes de futebol profissional adotem um marketing

operacional para vender uniformes ou produtos da marca, isso não parece resultado de uma

estratégia de branding pré-definida. No entanto, no futebol, muitos clubes estão começando a

considerar seus nomes como marcas, principalmente na Europa. Esse movimento teve início

com o Manchester United, da Inglaterra, que é considerado o primeiro clube a perceber o

potencial do marketing no desenvolvimento da estratégia internacional para sua marca. No

entanto, por conta da alta possibilidade de lucro advindo desse setor, diversos outros clubes de

futebol passaram a se interessar pelos mercados internacionais e a implementar suas

estratégias de marketing, de forma a competir com outros times renomados.

Dessa forma, os clubes devem reavaliar suas estratégias de marketing em busca da

diferenciação com relação a seus concorrentes. Primeiramente, os clubes precisam determinar

como eles são percebidos nos mercados internacionais. Depois, eles precisam definir quem

são, como querem ser percebidos, quem querem atrair e como querem se posicionar (BODET,

CHANAVAT, 2010).

Segundo Keller (1993), os profissionais de marketing precisam de um entendimento mais

profundo das percepções dos consumidores para tomarem decisões mais precisas quanto a

segmentos de mercado, posicionamento de produtos e aspectos específicos do mix de

marketing do clube. Como o produto do esporte (resultado do jogo) é imprevisível e a

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performance do time é de difícil controle, a singularidade de marcas esportivas torna esse

desafio mais complicado (GLADDEN, FUNK, 2002).

Aaker (1992) apontou que as empresas devem construir marcas fortes porque elas

representam ativos que renderão frutos no futuro. Além disso, elas fornecem uma fonte

alternativa de competição, não se limitando à questão preço, por criar uma imagem de valor

para o consumidor. Dessa forma, o autor defende que, quando uma empresa adota esse tipo de

estratégia, faz sentido que a gerência se aprofunde no desenvolvimento de fortalecimento da

marca (brand equity).

Dessa forma, Gladden e Funk (2002) defendem que times esportivos estão aptos a explorar o

conceito de brand equity por conta do valor agregado que seus consumidores (fãs) atribuem

aos seus nomes e logotipos (marcas).

No entanto, será que esses profissionais sabem como marcas esportivas fortes são

desenvolvidas? Como essa característica peculiar de lealdade dos torcedores pode ser

explorada? Que tipos de associações de marca influenciam nesse processo?

As respostas às perguntas colocadas acima podem ajudar a determinar programas de

marketing voltados para reforçar a imagem da marca de um time na memória dos

consumidores, aumentando, por conseqüência, as vendas de seus produtos e o faturamento do

clube.

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1.2. PROBLEMA DE PESQUISA

A literatura sobre brand equity é relativamente vasta e remete ao início da década de 1990. No

entanto, não há muitos estudos, principalmente brasileiros, que associem esse conceito à

realidade esportiva.

A visão apresentada por Keller (1993) é de que uma imagem positiva em relação à marca

associada a altos níveis de conhecimento dela geram maior fidelidade do consumidor e criam

diferentes tipos de brand equity. Assim, ele defende que a lealdade à marca é percebida

quando crenças e atitudes relacionadas a ela são manifestadas na forma de preferência de

compra. Tais crenças e atitudes podem refletir associações que o consumidor constrói em sua

mente e formam o conhecimento da marca para na visão dele.

Funk e Pastore (2000) apresentaram um estudo que defendia o uso de segmentação de acordo

com a lealdade de torcedores quanto a seus times para desenvolver e manter uma grande base

de seguidores, promovendo viabilidade financeira. Segundo os autores, a lealdade ao time

poderia ser induzida ao se trabalhar uma atitude específica por meio de técnicas promocionais

e ações de marketing.

Também Mahony, Madrigal e Howard (2000) apontaram que os fatores sociais e psicológicos

que proporcionam apego emocional a times e organizações esportivas são muito pouco

conhecidos. Por isso, eles propuseram uma forma de avaliar esses fatores para também

segmentar esse tipo de público.

No Brasil, o futebol como um negócio foi estudado por dos Santos (2008), que teve como um

dos objetivos a valoração das torcidas de futebol com base no conceito de Customer Equity.

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Também, Meyer (2010) realizou um estudo de caso com base no negócio do São Paulo

Futebol Clube.

Nesse sentido, pode-se afirmar que existem estudos disponíveis na literatura que exploram a

lealdade do consumidor-torcedor. No entanto, em sua maioria, eles estão baseados em

medidas financeiras ou relativa à freqüência a jogos. Por isso, Gladden e Funk (2002), bem

como outros autores (AAKER, 1991; BLACKSTON, 1992; KELLER, 1993; MILNE,

MCDONALD, 1999), defendem a importância de se estudarem os fatores que influenciam o

consumo de produtos de times. É importante compreender os benefícios que um torcedor

adquire ao consumir um produto esportivo. Isso significaria estudar brand equity sob a

perspectiva do torcedor que, por sua vez, é quem controla a realização desse conceito.

Esses autores defendem que é importante não restringir o público-alvo da pesquisa somente

entre aqueles que freqüentam jogos. Aqueles que assistem, escutam, lêem ou seguem o time

por meio de diferentes tipos de mídia também podem oferecer informações relevantes.

1.3. OBJETIVO DA PESQUISA

O objetivo desse trabalho foi, portanto, identificar atributos da marca que permitam aos clubes

explorar, com maior precisão, tamanha fidelidade por parte de seus torcedores e transformar

isso em receita.

Esta pesquisa tem base no estudo de Gladden e Funk (2002). Optou-se pela replicação do

trabalho realizado com ajustes necessários ao país e ao público escolhido. É possível destacar

um objetivo principal e dois objetivos intermediários:

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O objetivo principal foi estudar a importância do conceito de brand equity para os clubes de

futebol brasileiros por meio da identificação de categorias de associações de marca que

possam existir.

Os objetivos intermediários foram:

• Verificar a significância das dimensões de brand associations levantadas pelos

autores na realidade brasileira; e

• Verificar se o agrupamento de variáveis em fatores será o mesmo ao encontrado no

estudo de Gladden e Funk (2002).

1.4. RELEVÂNCIA DO ESTUDO

No presente trabalho, a relevância do estudo surge da carência de pesquisas sobre a relação

entre esporte e brand equity, como destacaram Gladden e Funk (2002). Segundo esses

autores, a aplicação deste conceito à realidade esportiva é apenas embrionária.

Cabe destacar que o Brasil está prestes a receber dois grandes eventos esportivos de cunho

mundial – Copa do Mundo de Futebol (2014) e Olimpíadas (2016) – e, por isso, é de grande

importância estimular a pesquisa voltada para esse setor.

Apesar de existirem alguns trabalhos publicados sobre o tema (GLADDEN, MILNE,

SUTTON, 1998; GLADDEN, MILNE, 1999; BOONE, KOCHUNNY, WILKINS, 1995),

Gladden e Funk (2002) afirmam que poucos apresentam a visão do torcedor como uma área

complexa do comportamento do consumidor, que abrange diversos tipos de manifestações e

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peculiar relação de lealdade. Com isso, a relação a ser explorada, entre brand equity e clubes

brasileiros, torna-se um tema rico para pesquisas.

Dessa forma, este trabalho visou analisar os atributos que interferem nessa relação e suas

conseqüências para os clubes de futebol brasileiros. Buscou-se também, com o resultado da

pesquisa, identificar oportunidades de mercado para esses clubes, bem como contribuir para

difusão e aprofundamento do tema.

1.5. DELIMITAÇÕES DO ESTUDO

Como a grande maioria de pesquisas existentes sobre a relação de brand equity com o setor

esportivo se deu fora do Brasil e com diversas modalidades esportivas, é importante destacar

que este estudo se propôs a estudar esses efeitos em clubes de futebol brasileiros. Deste modo,

é possível sugerir que, nesta área, as noções de marca e de produto são específicas e diferentes

daquelas relativas a produtos e serviços convencionais.

Além disso, é válido destacar que a pesquisa foi aplicada entre alunos e graduados em

Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Logo, não foi

realizado um trabalho com o objetivo de levantar características do povo brasileiro como um

todo, mas de uma população específica dentro deste universo.

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1.6. DESENVOLVIMENTO E ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO

Este trabalho está organizado em cinco capítulos. Neste primeiro, foram expostas as

considerações introdutórias, iniciando por uma contextualização do tema e passando para

apresentação do problema, objetivo de pesquisa, ineditismo do tema e relevância do estudo.

No segundo capítulo, será feita uma revisão da literatura existente sobre a importância do

brand equity e brand associations no cenário de marketing esportivo. Este conjunto teórico

foi construído visando sustentar a metodologia utilizada e as conclusões que serão

apresentadas nos capítulos seguintes. No capítulo três, será apresentada a metodologia

aplicada no estudo. Serão explicados nesse capítulo a natureza e o tipo de pesquisa adotados.

Em seguida, serão expostas as formas de coleta e de tratamento dos dados.

O quarto capítulo abordará a análise e a descrição dos resultados. No quinto e último capítulo,

serão apresentadas as conclusões e considerações finais, seguidas pelas limitações enfrentadas

pelo estudo e as sugestões para pesquisas futuras. Finalmente, serão expostas as referências

bibliográficas e os anexos.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

Esse capítulo foi desenvolvido com vistas a fornecer o embasamento teórico necessário para a

realização da pesquisa, bem como permitir a correta análise dos resultados obtidos. O

primeiro item desta seção discorrerá sobre o conceito de brand equity. Dentro deste item,

subcapítulos irão explorar o conceito de brand knowledge e brand associations, suas causas e

conseqüências. O item seguinte irá focar sobre o comportamento do consumidor como fã.

Todas essas abordagens serão realizadas à luz do contexto de torcedores de times esportivos.

2.1. BRAND EQUITY

Inicialmente, é necessário definir o conceito de marca para melhor compreensão dos conceitos

abordados futuramente neste trabalho. De acordo com Farquhar (1989), o conceito de marca

existe desde o Antigo Egito, mas evoluiu no século XVIII, quando os nomes de produtores

passaram a ser exibidos de forma a fortalecer a associação do produto à sua marca. Assim, os

produtos de um fabricante seriam diferenciados daqueles de seus concorrentes e, ao mesmo

tempo, mais facilmente lembrados por seus clientes. Nesse contexto, o autor define marca

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como sendo um nome, símbolo, desenho ou sinal que agrega valor ao produto além de seu

propósito funcional.

Segundo Kotler (2006), marca é entendida como um nome, símbolo, design ou a combinação

destes fatores que pretende identificar bens e serviços de um vendedor e diferenciá-los

daqueles pertencentes a outros vendedores.

Para Jacoby e Kyner (1973) a fidelidade à marca é uma resposta comportamental não

aleatória da preferência do consumidor, considerando as marcas alternativas (concorrentes),

ao longo do tempo.

Além disso, Rossiter e Percy (1985) afirmaram que consumidores positivamente inclinados à

marca tendem a requerer menos exposições de anúncios para atender aos objetivos da

comunicação.

Também é importante destacar que, ao se estimar o valor de uma marca, a lealdade que o

consumidor apresenta em relação a ela é um fator importante a ser considerado, pois ela pode

se transformar em valor (AAKER, 1991).

Nesse sentido, Aaker (1992) aponta que, para se construir uma marca forte, é necessária a

criação de relacionamentos com clientes, dado que muitas pessoas expressam suas

personalidades por meio de marcas. Como exemplo, ele cita o caso da Harley-Davidson, cujos

consumidores expressam sua lealdade tatuando-se com logotipos da marca. De fato, essa

demonstração também pode ser observada entre torcedores e seus times de futebol.

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No Brasil, um exemplo dessa criação de relacionamento com clientes se deu, no Rio de

Janeiro, com o Clube de Regatas Vasco da Gama. O time promoveu uma ação de marketing

em busca de torcedores dispostos a tatuarem um símbolo do clube e receberem em troca uma

camisa oficial do time (http://www.vasconapele.com.br).

Keller (1993, p.2) defende que “um dos ativos mais valiosos para melhorar a produtividade do

marketing é o conhecimento criado a respeito de uma marca nas mentes de seus consumidores

a partir de investimentos anteriores em programas de marketing”. Por isso, é preciso explorar

essa característica por meio do desenvolvimento de estratégias de marca lucrativas.

De acordo com Keller (2001), para se construir uma marca forte, devem-se seguir quatro (4)

passos. Primeiramente, é necessário garantir uma identificação da marca com seus clientes e

associá-la a uma necessidade ou a uma classe de produtos específica para os mesmos. Em

segundo lugar, deve-se estabelecer um significado da marca nas mentes dos consumidores por

meio de associações tangíveis ou intangíveis. Já em terceiro lugar, é preciso incitar as

respostas dos clientes à identidade e ao significado da marca. Por fim, o quarto passo é

converter a resposta à marca, de forma a se criar uma relação de lealdade entre os

consumidores e ela.

Lin e Lin (2008) expuseram que um consumidor apresenta atitude positiva com relação a uma

marca e se torna fiel a ela com base no seu grau de satisfação ou de superação das suas

expectativas. Eles afirmam que alguns dos fatores que afetam positivamente as atitudes do

consumidor com relação a um bem são: acessibilidade, confiabilidade, clareza, emoção,

satisfação, custo de mudança, custo afundado, expectativas, aversão ao risco, busca por

variedade, reputação da marca, disponibilidade de substitutos, influências de grupos sociais,

entre outros.

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Nesse sentido, essa relação entre valor da marca e consumidor é tratada dentro do conceito de

brand equity. Para Farquhar (1989), brand equity é o valor agregado que uma dada marca

fornece a um produto. Segundo esse autor, esse valor pode ser medido de acordo com a

perspectiva da empresa detentora da marca, do negócio em si e do cliente. A avaliação da

marca pela perspectiva da empresa envolve os fluxos de caixa incrementais gerados pela

associação da marca ao produto. Por outro lado, quando a marca é avaliada pela perspectiva

do negócio, considera-se a capacidade da mesma de influenciar pessoas quanto a outras

marcas que vendem produtos ou serviços da mesma categoria. Já pela perspectiva do cliente,

a avaliação da marca é baseada pelo aumento na intenção de compra de um produto da

mesma.

A lealdade à marca é uma barreira de entrada para novos competidores e forma a base para se

praticar um preço premium (AAKER, 1996). Ela incentiva que seus consumidores comprem

produtos dela e, ao mesmo tempo, os desestimula a experimentar marcas dos concorrentes

(YOO ET AL., 2000).

Nesse sentido, Aaker (1992) define brand equity como o significado do preço premium que as

pessoas estariam dispostas a pagar por um determinado produto de uma marca em relação a

outras marcas. Ele defende que essa medida é simples e fácil de calcular e desmembra o

conceito em quatro dimensões: percepção, associações, qualidade percebida e lealdade à

marca. Segundo ele, essas dimensões devem ser relevantes para toda companhia ao

desenvolver uma forma de mensuração desse conceito.

Feldwick (1996), por sua vez, identifica três usos distintos para a expressão brand equity. O

primeiro refere-se ao valor total da marca como um ativo, o segundo, à força da ligação entre

15

os consumidores e a marca e o terceiro, às crenças e às associações que os consumidores

fazem sobre a marca.

Embora o brand equity possa ser muito influenciado pelas atividades de marketing de uma

empresa, ele consiste naquilo que se instala, de fato, nas mentes do consumidor. Assim, as

respostas diferenciais desses consumidores com relação à marca, que formam o brand equity,

são refletidas em percepções, preferências e comportamentos relacionados a todos os aspectos

do marketing da marca (BODET, CHANAVAT, 2010).

Tendo em vista o exposto acima, ressaltam-se duas motivações gerais para se estudar brand

equity: a primeira envolve questões financeiras e a segunda, estratégias de marketing para

aumentar sua produtividade. No primeiro caso, busca-se estimar o valor da marca por motivos

contábeis ou de fusões e aquisições. Já a segunda motivação é justificada pelos desafios

mercadológicos atuais – altos custos, alta competitividade, demanda em queda em alguns

mercados. Eles fazem com que as empresas precisem aumentar a eficiência das despesas de

marketing e, por isso, os profissionais necessitam de um entendimento mais completo do

comportamento do consumidor. Assim, é possível tomar melhores decisões estratégicas

acerca da definição do mercado-alvo, do posicionamento do produto, bem como decisões

táticas, referentes a ações de mercado (KELLER, 1993).

Dentro desse contexto, Trinta et al. (2010) apontam que a crescente discrepância entre o valor

de mercado e o valor contábil das empresas torna relevante e desafiadora a tarefa de analisar

os diferentes elementos que compõem a força e o valor da marca pelos gerentes de marketing.

Trinta (2006, p. 52) defende que “assumir que brand equity significa apenas o valor

financeiro da marca é uma proposta de redução do assunto”. Entretanto, pode-se entender a

16

tradução literal de brand equity de uma empresa (patrimônio da marca) como o somatório de

fatores que representam o diferencial competitivo da mesma.

O autor supracitado ressaltou as dificuldades impostas pela tradução de termos técnicos para o

português. Além do risco de se gerarem confusões e de se perder o sentido original, esse

processo pode tornar o assunto ainda mais complicado. Por esse motivo, optou-se por manter

essa expressão em sua forma original, bem como outras expressões citadas, no idioma inglês,

ao longo desta dissertação.

Nesse sentido, brand equity tem sido definido de várias formas, dependendo do objetivo que

se tem vista (KELLER, 1993). Sendo assim, a definição de brand equity que atende ao

propósito do presente estudo é aquela apresentada por Keller, em 1993. Segundo este autor, o

termo supracitado representa o “efeito diferencial do brand knowledge na resposta do

consumidor aos elementos de marketing da marca” (KELLER, 1993, p.8). Por conta dessa

escolha de definição, o modelo de brand equity com base no cliente, apresentado por este

autor, será explorado na seção abaixo.

2.1.1. Customer-Based Brand Equity (CBBE)

Como o questionário de Gladden e Funk (2002), adotado como base no presente trabalho, foi

desenvolvido sob a perspectiva do modelo de brand equity desenvolvido por Keller, em 1993,

considerou-se relevante apresentá-lo mais detalhadamente nesta seção, estabelecendo um

paralelo com a realidade esportiva.

17

Segundo Christodoulides e Chernatony (2010), o conceito de brand equity tem sido visto sob

duas principais perspectivas na literatura: financeira (firm-based brand equity – FBBE) ou

com base no cliente (customer-based brand equity – CBBE). A primeira restringe-se ao valor

financeiro que a marca traz ao negócio como resposta do consumidor ao nome da marca. Já a

segunda perspectiva é considerada a chave para aumentar a participação no mercado e a

lucratividade da marca.

Diante disso, esses autores propuseram a definição de CBBE como um conjunto de

percepções, atitudes, conhecimento e comportamentos por parte do consumidor que concede a

um negócio o ganho de maiores margens do que ele conseguiria sem o nome da marca.

Em 1993, Keller desenvolveu um modelo conceitual de brand equity sob a perspectiva do

consumidor (CBBE). Com isso, ele definiu a expressão como o “efeito diferencial do brand

knowledge na resposta do consumidor aos elementos do mix de marketing da marca”

(KELLER, 1993, p.8). Dessa forma, quando o consumidor reage mais favoravelmente (em

termos de percepções, preferências e comportamento) a um elemento do mix de marketing

(produto, preço, promoção ou distribuição) da marca do que ao mesmo elemento referente a

outra, diz-se que esta marca apresenta um brand equity positivo. Isso acontece quando os

efeitos de uma ação de marketing são exclusivamente atribuíveis à marca.

Neste sentido, brand equity deve ser entendido como um conceito multidimensional que

depende das estruturas de conhecimento que estão presentes nas mentes dos consumidores e

das ações adotadas pela empresa para se capitalizar sobre o potencial oferecido por essas

estruturas (KELLER, 1993).

18

Gladden e Funk (2002), então, defenderam a importância de se adaptar esse conceito à

realidade de produtos esportivos. Nesse cenário peculiar, um dos produtos é o próprio jogo

entre duas equipes. Ele pode ser consumido ao vivo em um estádio ou por meio de várias

formas de mídia (televisão, rádio e Internet). Além disso, após o jogo, o torcedor pode

também obter informações sobre os melhores momentos, atuação de jogadores etc. em várias

fontes de comunicação (jornais impressos, jornais de televisão etc.).

Com o objetivo de guiar o gerenciamento de brand equity baseado no cliente, Keller (1993)

apresenta um conjunto de abordagens. Primeiramente, ele sugere que a atividade de marketing

pode criar valor para a marca desenvolvendo a capacidade do consumidor em se remeter e

reconhecer a marca. Além disso, ressalta que é importante trabalhar a favorabilidade, a força e

a singularidade dos tipos de brand associations.

Em segundo lugar, os profissionais de marketing devem definir as estruturas de conhecimento

que eles gostariam de criar nas mentes dos consumidores, bem como quais necessidades e

desejos devem ser satisfeitos pela marca (KELLER, 1993).

Para explorar essas características, Park e Srinivasan (1994) apontaram a necessidade de se

aprimorarem as formas de identificação das fontes de brand equity. Segundo eles, o

conhecimento daquilo que gera valor para um negócio é essencial para que a marca seja

gerenciada e lucrativa.

Em terceiro lugar, esses profissionais devem avaliar as diferentes opções de comunicação de

marketing disponíveis para a criação dessas estruturas de conhecimento. Nesse sentido, Keller

(1993) destaca as formas não tradicionais de mídia como uma alternativa mais efetiva em

termos de custo para afetar o conhecimento da marca e, assim, as vendas.

19

No entanto, Aaker (1992) ressalta que o problema da fragmentação da mídia (televisão, rádio,

internet, jornal etc.) é a dificuldade de coordenar comunicações consistentes e integradas por

meio de todas as formas atualmente existentes, embora essa consistência seja de alta

relevância para a construção de marcas fortes.

Por fim, devem-se avaliar possíveis candidatos para oportunidades de licenciamento (cessão

do nome da marca a produtos de outras firmas) ou de extensões de marca (introduções de

novos produtos sob a chancela da própria marca) em termos de viabilidade e de efeitos

positivos sobre a imagem da marca principal. Essas estratégias podem facilitar a aceitação do

novo produto a ser lançado, pois o consumidor, que já possui certo conhecimento da marca

em sua memória, será mais facilmente atingido. Assim, serão criadas associações indiretas,

em termos de benefícios, atributos e qualidade percebida, para o novo produto, permitindo a

redução do custo de campanha introdutória para a extensão. Ambas as alternativas são

importantes estratégias de crescimento para empresas adotadas recentemente, pois têm o

potencial de aumentar as fontes de faturamento (KELLER, 1993).

Nesse contexto, Park e Srinivasan (1994) ressaltaram que a extensão de marca tende a

apresentar mais sucesso quando o consumidor acredita que essa extensão (novo produto ou

serviço) é adequada à marca original.

Dessa forma, é possível afirmar que um brand equity positivo na visão dos clientes pode ser

transformado em aumento de faturamento, redução de custos, principalmente em termos

comerciais, e, portanto, aumentos nos lucros. Isso acontece porque esse processo tende a

aumentar a efetividade dos esforços de comunicação de marketing, pois a resposta à

propaganda é uma função das percepções e do comportamento do consumidor em relação à

marca (KELLER, 1993).

20

Nesse contexto, Keller (1993) defende que a vantagem dessa conceituação de brand equity é

permitir que gerentes avaliem os efeitos de seus programas de marketing no aumento de valor

de suas marcas. Segundo ele, embora esses programas estejam voltados para o aumento de

vendas, é necessário primeiramente estabelecer estruturas de conhecimento da marca, de

forma que os consumidores respondam favoravelmente às atividades de marketing da mesma.

Em seu modelo, Keller (1993) aponta duas formas de abordagem para se medir brand equity:

direta ou indiretamente. A primeira forma é mais complexa e exige a elaboração de

experimentos para se avaliarem os efeitos do conhecimento da marca sobre as respostas do

consumidor a elementos do mix de marketing. Por outro lado, a segunda requer a mensuração

de brand awareness e das características e relacionamentos entre associações de marca para

se levantarem fontes potenciais de brand equity. Este foi o formato adotado por Gladden e

Funk (2002) no estudo utilizado como base desta dissertação.

Christodoulides e Chernatony (2010) também classificaram as formas de se medir CBBE

como diretas e indiretas. A abordagem direta busca medir o fenômeno com foco nas

preferências do consumidor, enquanto a indireta envolve uma visão mais holística da marca,

praticando a mensuração via manifestações, como, por exemplo, preço premium.

Sendo assim, o conceito de brand equity apresentado por Keller (1993) sugere abordagens

táticas e estratégicas para a tomada de decisões na área de marketing. Em primeiro lugar, é

necessário que os profissionais da área adotem uma visão abrangente acerca da atividade de

marketing para uma marca e reconhecer os efeitos que ela tem sobre o brand knowledge. Em

segundo lugar, esses profissionais devem perceber que o sucesso de longo prazo dos

programas de marketing para uma marca é altamente afetado pelo brand knowledge formado

21

na memória dos consumidores por meio dos esforços de marketing de curto prazo (KELLER,

1993).

2.1.1.1. Brand Knowledge

Dentro do conceito de brand equity apresentado por Keller (1993), é preciso que os

profissionais de marketing entendam como mudanças sobre o brand knowledge

(conhecimento da marca) afetam medidas tradicionais, como vendas.

De acordo com Koll et al. (2010), aquilo que os consumidores sabem e pensam,

conscientemente ou não, a respeito de uma marca influencia seu comportamento em relação a

ela e, conseqüentemente, o sucesso da marca. Portanto, é recomendável que essa variável seja

monitorada.

A estrutura da memória humana é estudada por diversos autores e normalmente envolve

modelos associativos. Esses modelos entendem a memória ou o conhecimento como um

conjunto de nós e conexões. Os nós armazenam informações que se associam por meio de

conexões, que podem ser mais ou menos fortes. Nesse sentido, defende-se que é importante

entender o conteúdo e a estrutura do brand knowledge, pois esses fatores influenciam o que

vem à mente do consumidor quando ele pensa sobre uma marca (KELLER, 1993).

A partir disso, Keller (1993) definiu brand knowledge como um nó referente à marca na

memória, conectado a diversas associações. Assim, essa expressão pode ser entendida como

um modelo de memória associativa com base em outros dois componentes: brand awareness

e brand image (este último visto como um conjunto de brand associations). O primeiro se

22

refere à capacidade de reconhecer e se remeter à marca (brand recall e brand recognition)

pelos consumidores. O segundo componente é relativo à rede de associações ligadas à marca

que os consumidores têm na memória.

De fato, Oakenfull e McCarthy (2010), afirmaram que a idéia de que tudo aquilo que um

consumidor associa a uma marca (imagem, situações de uso, benefícios, sentimentos etc.) está

armazenado em nós, interligados entre si em uma rede associativa, é amplamente aceita na

literatura.

Por outro lado, Palazón-vidal e Delgado-Ballester (2005) defendem que brand knowledge é a

fonte de brand equity e, por isso, qualquer contato do consumidor com a marca pode afetar a

representação mental da marca para ele.

Dessa forma, Keller (1993) afirma que o efeito de brand equity sob a perspectiva do

consumidor ocorre quando ele é familiar com a marca e apresenta brand associations

favoráveis, fortes e únicas em sua memória. Assim, o estabelecimento de brand awareness e

de uma imagem positiva da marca (associações à marca que sejam favoráveis, fortes e únicas)

na memória do consumidor cria diferentes tipos de CBBE. Esses conceitos serão explorados

ao longo dos próximos subitens e estão representados na figura a seguir.

23

Figura 1: Dimensões de Brand Knowledge

Fonte: Keller (1993, p.7)

2.1.1.2. Brand Awareness

O primeiro componente do brand knowledge, brand awareness (percepção da marca), está

relacionado à habilidade de o consumidor identificar a marca sob diversas condições. Keller

(1993) refere-se a essa dimensão como a força do nó cerebral da marca na memória do

consumidor.

Segundo Chiu et al. (2010), brand awareness pode ser definido como a capacidade de o

consumidor reconhecer uma marca, dentro de um universo de produtos e serviços,

suficientemente para tomar a decisão de compra. Para Ross e Harradine (2004), brand

24

awareness é o primeiro passo para a criação de preferência da marca e estímulo à aquisição

para o consumidor.

Os desempenhos de brand recall e brand recognition compõem essa dimensão. O primeiro

refere-se à habilidade de o consumidor confirmar uma prévia exposição (visual, auditiva etc.)

à marca. Já o segundo é relativo à habilidade de o consumidor resgatar a marca na memória

quando mencionadas a categoria do produto ou as necessidades preenchidas por essa

categoria (KELLER, 1993).

De fato, criar e manter brand awareness/recognition é um dos principais objetivos de

campanhas publicitárias. A idéia é que se o consumidor se sentir familiarizado com a marca,

ela será lembrada e comprada com mais freqüência (CHIU ET AL., 2010).

Segundo Bodet e Chanavat (2010), times como o Manchester United e o Real Madrid, que

têm um passado considerado vitorioso, beneficiam-se no desenvolvimento de suas marcas

internacionalmente pelo alto nível de brand awareness das mesmas nos mercados

internacionais. Para esses autores, apresentar forte brand equity significa que os clientes têm

elevado brand awareness com relação ao nome da marca, mantêm uma imagem favorável da

mesma, percebem que a marca é de qualidade e são leais a ela.

Tendo em vista esses conceitos, a importância do brand awareness no processo de decisão do

consumidor pode ser compreendida. Segundo Keller (1993), fortalecer essa dimensão

aumenta a probabilidade de essa marca pertencer ao conjunto de marcas potencialmente

adquiríveis para o consumidor. Além disso, o autor defende que essa dimensão afeta a tomada

de decisão do cliente por influenciar a formação e a força de brand associations na imagem

da marca.

25

2.1.1.3. Brand Image

Embora a definição desta expressão não apresente um consenso na literatura, pode-se afirmar

que uma condição necessária à criação da imagem da marca (brand image) é que um nó

relativo a ela seja estabelecido na memória do consumidor. Além disso, a natureza desse nó

deve afetar a maneira como diferentes tipos de informação são atreladas à marca por ele

(KELLER, 1993).

Brand image pode criar associações que geram sentimentos e atitudes positivas com relação a

uma marca (PORTER, CLAYCOMB, 1997). Segundo Faircloth (2005), brand image

significa a imagem mental que consumidores apresentam em relação a uma marca e à sua

singularidade em comparação a outras marcas. Em outras palavras, brand image reflete os

pensamentos e os sentimentos dos consumidores com relação à marca (ROY, BANERJEE,

2007).

Para Iversen e Hem (2008), brand image envolve o conhecimento e as crenças que um

consumidor apresenta com relação aos produtos e também aos atributos intangíveis de uma

marca. Ele representa o simbolismo pessoal que os consumidores associam à marca.

Dessa forma, Keller (1993) define a imagem da marca como “percepções acerca dela

refletidas por brand associations existentes na memória do consumidor”. Ela funciona sob a

forma de nós relacionados ao nó que contém a marca na memória do consumidor e contém o

significado dela para ele.

26

Segundo o autor, altos níveis de brand awareness e uma imagem positiva da marca tendem a

aumentar a probabilidade de escolha da marca, bem como a gerar maior lealdade do

consumidor e diminuir a vulnerabilidade dele a ações de marketing de concorrentes. Logo, a

visão de lealdade à marca adotada por ele é a de que ela ocorre quando avaliações favoráveis

à marca são manifestadas em um comportamento de preferência de compra. Assim, uma

imagem positiva da marca permite que ela trabalhe com maiores margens e tenha respostas

menos elásticas a aumentos de preços, pois consumidores com uma percepção forte e

favorável em relação a ela estarão mais dispostos a pagar preços premium por produtos da

mesma.

Nesse sentido, Lee et al. (2011) afirmam que um brand image favorável representa uma

influência positiva no comportamento do consumidor com relação à marca, aumentando sua

lealdade, permitindo o estabelecimento de um preço premium e gerando uma divulgação

boca-a-boca positiva. Assim, pode-se dizer que brand image é um determinante significativo

do comportamento do consumidor (BURMANN ET AL., 2008)

Quando o consumidor tem uma imagem positiva da marca, as mensagens enviadas pela

mesma têm uma influência mais forte do que aquelas enviadas pelas marcas concorrentes

(HSIEH, LI, 2008). Para Faircloth et al. (2001), quanto mais favorável o brand image, mais

caro os consumidores estão dispostos a pagar por ela e, portanto, maior é o brand equity.

A imagem da marca é formada por quatro dimensões que desempenham uma importante

função em determinar o efeito diferencial na resposta do consumidor, que, por sua vez,

constitui o brand equity. Portanto, os tipos, a favorabilidade, a força e a singularidade de

brand associations serão explorados a seguir (KELLER, 1993).

27

2.1.1.3.1. Tipos de brand associations

Os brand associations são capazes de capturar os benefícios experimentais e emocionais que

o consumidor recebe ao consumir um produto. Eles são categorias de atributos, benefícios e

percepções quanto ao produto formadas na memória do consumidor e afetam sua avaliação

com relação à marca (KELLER, 1993).

O brand association pode facilitar o processo de o consumidor se lembrar ou se remeter à

marca, servindo como a base de diferenciação e provendo uma razão para consumir o produto

ou serviço da marca. Além disso, ele cria sentimentos positivos com relação à marca

(AAKER, 1992).

Segundo O’Cass e Lim (2002), os tipos de brand association, como imagem, preço e país de

origem, podem levar a companhia a um posicionamento de mercado mais forte do que de

outras marcas. Eles podem ser gerados a partir da imagem da empresa, do produto ou de seus

usuários (BIEL, 1992).

Os tipos de brand associations podem ser definidos em função do nível de abstração utilizado

nas associações (ALBA, HUTCHINSON, 1987). Nesse sentido, Keller (1993) classificou os

tipos existentes em atributos, benefícios e percepções, conforme detalhamento a seguir.

• Atributos

Os atributos referem-se às características descritivas que definem um produto

ou serviço. Keller (1993) os categorizou quanto ao seu grau de influência sobre

28

o desempenho do mesmo, podendo, então, ser classificado como um atributo

relacionado ao produto ou um atributo não relacionado ao produto. O primeiro

caso envolve itens necessários ao desempenho do produto e o segundo,

aspectos externos ao produto que estão relacionados ao seu consumo.

Nesse sentido, Gladden e Funk (2002) identificaram os atributos sucesso,

jogador famoso (estrela), técnico e diretoria como itens relacionados ao

produto no contexto de times esportivos, pois todos eles podem afetar a

performance do time.

Por outro lado, os atributos não relacionados a produtos estão classificados em

preço, embalagem, imagem dos usuários e imagem dos costumes de uso. O

preço é considerado um atributo de associação importante, pois os

consumidores normalmente organizam seus conhecimentos sobre categoria de

produtos em termos de preços de diferentes marcas. Além disso, ele é

responsável pela formação de uma imagem de valor na memória do

consumidor (KELLER, 1993).

Já os atributos de imagem de uso e de costume de uso podem ser formados

diretamente, a partir da experiência e do contato do consumidor com os

usuários de uma marca, ou indiretamente, por meio de comerciais ou outras

fontes de informação. Essas associações podem ser baseadas em fatores

demográficos (sexo, idade, raça, renda etc.), psicográficos (percepções sobre

carreira, posses, meio-ambiente etc.) ou outros. Esses atributos podem ser

bastante explorados pela comunicação de marketing e incentivados pela

comunicação do tipo boca-a-boca (KELLER, 1993).

29

No cenário esportivo, Gladden e Funk (2002) identificaram a logomarca, o

estádio, a entrega do produto (performance do time e atividades extras

oferecidas no estádio) e a tradição como atributos não relacionados ao produto.

• Benefícios

Os benefícios são valores pessoais que os consumidores conferem aos atributos

de um determinado bem ou serviço. Eles tratam das vantagens que tal bem

pode trazer a eles (KELLER, 1993).

Keller (1993) dividiu este componente em três categorias, de acordo com as

motivações relacionadas a elas: benefícios funcionais, experimentais e

simbólicos. Primeiro, os benefícios funcionais tratam de vantagens intrínsecas

ao consumo do produto e normalmente correspondem a atributos relacionados

ao produto. Com freqüência, esses benefícios estão relacionados às chamadas

motivações básicas de Maslow, tais como as necessidades fisiológicas e de

segurança (KELLER, 1993).

Nesse sentido, a pesquisa de Gladden e Funk (2002) não identificou nenhum

construto que se aplicasse a essa categoria no contexto de consumo de produtos

esportivos.

Segundo, os benefícios experimentais relacionam-se à sensação de usar o

produto e também normalmente correspondem a atributos relacionados ao

30

produto. Podem ser citados como exemplos de necessidades experimentais o

prazer e a estimulação cognitiva (KELLER, 1993).

Na pesquisa desenvolvida por Gladden e Funk (2002), três construtos foram

inseridos nessa categoria de benefícios. O primeiro (escape) refere-se ao fato

de que as pessoas normalmente usam o esporte como uma forma de fuga de

seus problemas cotidianos ou da própria rotina. Além disso, a nostalgia é o

construto que remete à saudade do passado; ao desejo de reviver momentos

associados ao passado do time e da própria vida. Já o orgulho local está

relacionado à ligação do consumidor com a sua cidade.

Por fim, os benefícios simbólicos são relativos às vantagens mais extrínsecas

advindas do consumo do produto. Eles tendem a corresponder a atributos não

relacionados ao produto e estão relacionados a necessidades quanto à

aprovação social ou à expressão pessoal. Esses benefícios são especialmente

relevantes para aqueles produtos de visibilidade social ou emblemáticos, como

é o caso de itens relativos aos clubes de futebol (KELLER, 1993).

Na pesquisa desenvolvida por Gladden e Funk (2002), dois construtos foram

inseridos nessa categoria de benefícios. O primeiro, identificação como fã, é,

de acordo com os autores, um dos mais estudados na literatura. Ele está

relacionado à necessidade de o consumidor esportivo de se afiliar com um

elemento de sucesso ou desejável. O segundo construto, aceitação pelo grupo,

diz respeito ao sentimento de aprovação do consumidor por seus amigos e

família pelo fato de ser um seguidor de um determinado time. Além disso,

refere-se ao desejo do consumidor de participar de um grupo particular. Com

31

isso, os autores afirmam que a experiência do consumo direcionado aos

produtos do time será mais favorável.

• Percepções

As percepções quanto à marca são definidas como uma avaliação global da

mesma por parte dos consumidores. A importância desta dimensão está

baseada na influência da mesma no comportamento do consumidor quanto à

escolha da marca, por exemplo (KELLER, 1993).

Essas percepções, de acordo com Keller (1993), podem estar tanto relacionadas

a atributos relacionados ao produto quanto aos não relacionados. Da mesma

forma, elas podem ser associadas aos três tipos de benefícios supracitados

(funcionais, experimentais e simbólicos).

Nesse sentido, Gladden e Funk (2002) identificaram três construtos como

preditivos do comprometimento de um torcedor de um time. Primeiro, a

importância representa o significado psicológico que o consumidor atribui a

seu time, ou seja, o grau de importância que o time carrega na opinião dele.

Segundo, o conhecimento está relacionado a tudo aquilo que o consumidor

sabe sobre o time. Finalmente, as reações afetivas refletem os sentimentos de

um indivíduo com relação ao seu time.

Segundo Keller (1993), os tipos de brand associations podem variar de acordo com sua

favorabilidade, força e singularidade. Os brand associations avaliados positivamente (quando

32

clientes acreditam que os atributos e benefícios da marca satisfazem às suas necessidades e

aos seus desejos) são ditos apresentar alto grau de favorabilidade. É importante destacar que é

difícil criar uma associação favorável a um atributo considerado pouco importante. Dessa

forma, o sucesso de programas de marketing é percebido por meio da criação de brand

associations favoráveis.

Por outro lado, a força dos brand associations depende de como a informação foi absorvida e

mantida na memória do consumidor como parte da imagem da marca. Esse processo tem a

característica de aumentar a probabilidade e a facilidade com que a informação relativa à

marca seja lembrada (KELLER, 1993).

Nesse contexto, Lee et al. (2011) afirmam que brand associations mais fortes são aqueles que

lidam com características intangíveis ou abstratas de um produto e podem ajudar a reforçar a

marca e seu valor. Para Isen (1984), quanto maior o número de situações ligadas a uma

informação, mais facilmente ela será recordada e, portanto, considerada mais forte.

Por fim, a singularidade dos brand associations é relativa à inexistência ou à pouca relevância

de marcas concorrentes (KELLER, 1993). De acordo com Aaker (1992), a essência do

posicionamento da marca é que ela tenha uma vantagem competitiva sustentável que produza

um efeito de convencimento nos clientes a comprarem produtos dela. Tais vantagens podem

ser relativas a todos os tipos de atributos e benefícios explorados acima. No entanto, cabe

ressaltar que, a não ser que a marca não tenha concorrentes, ela irá compartilhar algumas

associações com outras marcas (KELLER, 1993).

Brand associations podem ser criados por meio de experiência direta com o produto,

recebendo informações da empresa, comerciais ou de boca-a-boca, ou, por fim, via criação de

33

inferências de associações já existentes na memória do consumidor. Esse tipo de associação

indireta pode estar relacionado à imagem que ele construiu quanto à empresa fabricante do

produto, ao país de origem, aos canais de distribuição, a uma celebridade que divulgue o

produto ou a um evento. Qualquer uma dessas formas pode ser trabalhada, baseada nas

devidas percepções dos consumidores, de forma a criar associações favoráveis, fortes e únicas

com relação à marca (KELLER, 1993).

No entanto, Keller (1993) ressalta que essas associações indiretas podem ser arriscadas. A

companhia, a pessoa, o lugar ou o evento utilizados para criá-las apresentam uma série de

características das quais apenas algumas podem ser interessantes para formar a associação

desejada pelo marketing da marca. Por isso, gerenciar o processo de transferência de forma

que somente as informações importantes permaneçam associadas à marca é um desafio. Além

disso, esses personagens podem mudar ao longo do tempo e provocar a criação de novas

associações não tão vantajosas para a marca.

Recentemente, o Clube de Regatas do Flamengo passou por um problema desse tipo. De ídolo

a vilão, seu goleiro se viu envolvido em um caso de homicídio e, por isso, seu contrato foi

rescindido. Dessa forma, diversos produtos do clube relacionados ao profissional foram

retirados de venda e foram criados serviços para apagar o nome do mesmo de itens do clube.

Segundo Keller (1993), os brand associations interagem entre si e seus níveis de abstração

tendem a afetar suas favorabilidades, forças e singularidades. O autor defende que associações

de caráter mais abstrato, como benefícios e percepções, tendem a atribuir maior valor à marca,

por conta do significado que elas carregam. Dessa forma, elas normalmente são mais duráveis

e acessíveis na memória do que outras informações mais básicas dos atributos

(CHATTOPADHYAY, ALBA, 1988).

34

Sendo assim, programas de marketing devem ser desenhados com o objetivo de

aumentar o brand awareness e estabelecer brand associations favoráveis, fortes e singulares

na memória do consumidor, de forma que ele compre o produto daquela marca. Em alguns

casos, os profissionais de marketing, nas diferentes formas de comunicação, têm de traduzir

atributos em seus benefícios correspondentes, de forma a moldar as percepções dos

consumidores em relação ao produto.

2.2. COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR COMO FÃ

No contexto de fidelidade à marca, pode-se estudar o futebol como produto, o clube como

representante da marca e o torcedor como consumidor (PARKER, STUART, 1997).

Recentemente, Oppenhisen e van Zoonen (2006) levantaram uma questão interessante com

relação ao status de torcedores esportivos: seria mais apropriado considerá-los partidários ou

clientes de seus clubes? Segundo os autores, não há uma resposta simples para essa pergunta.

No entanto, quando se entende o torcedor de um time de futebol como um consumidor, de

acordo com dos Santos (2008), o estudo do comportamento do mesmo deve colocá-lo em um

grupo com características distintas dos clientes tradicionais. Isso porque os aspectos

influenciadores dos torcedores são peculiares, por conta da alta carga emocional envolvida, da

distinta relação de lealdade, da performance esportiva, do entretenimento e da identificação

deles como grupos sociais.

Para Mayer (2010), os torcedores de clubes de futebol, que são tidos como extremamente

fiéis, podem também representar uma fonte de receita de seus times, pois são vistos como

35

consumidores de ingressos para jogos e de outros produtos referentes a seus clubes, bem

como podem se tornar sócios-torcedores. Gladden e Funk (2002) defendem que o consumo de

elementos esportivos é de cunho emocional e experimental, não envolvendo benefícios

tangíveis.

Wann e Schrader (2000) definiram a identificação de um torcedor com um time como o

envolvimento e a conexão psicológica do expectador com o mesmo. Tal relação ajuda pessoas

a desenvolverem uma identidade social e um sentimento de grupo (LIN, LIN, 2008). Dessa

forma, Jacobson (2003) afirma que a identificação como fã, bem como qualquer identificação

com um grupo, é benéfica ao indivíduo, tendo em vista que promove um senso de

comunidade.

Para compreender o que torna os torcedores tão fiéis, Jacobson (2003) usou a psicologia

social com o objetivo de explicar a criação da identidade de um fã esportivo. Segundo ele, a

teoria de identidade social sugere que indivíduos se comportam da maneira como eles

gostariam de ser vistos por outros e por eles mesmos. Por outro lado, a teoria da identidade

social defende que indivíduos se esforçam para se relacionar com aqueles que consideram

similares ou um pouco melhores do que eles próprios. Dessa forma, usando essa teoria, pode-

se buscar entender porque um torcedor deseja fazer parte de determinado grupo em

detrimento de outro. Assim, pesquisadores e profissionais da área podem identificar fatores

que levam torcedores a assumirem uma atitude mais positiva com relação ao time e reforçar a

fidelidade da marca.

Gwinner e Swanson (2003) reforçam essas visões, afirmando que a identificação de um

indivíduo com um time se dá quando a percepção das vitórias e derrotas do clube são

consideradas como as dele próprio.

36

Nesse sentido, Jacobson (2003) revelou que existem dois níveis que influenciam a

identificação de um fã esportivo com um time. No primeiro, o âmbito interpessoal, os

torcedores são influenciados por amigos, família ou áreas geográficas. Já no segundo, o

âmbito simbólico, fatores como nome, cor, logo e hino do time desempenham o papel

incentivador.

Por outro lado, Tapp (2004) aponta que o negócio do futebol não segue as regras típicas de

negócios tradicionais, pois o produto em questão é inconsistente e imprevisível e o

profissional de marketing tem controle limitado sobre o mesmo.

Segundo Heere e Dickson (2008), a lealdade do consumidor é um conceito amplamente

estudado na literatura do marketing e, além de agregar valor à marca – como um dos quatro

componentes de brand equity –, pode promover um “efeito halo”, no que tange prestígio e

alcance.

Para Lin e Lin (2008), no caso específico dos torcedores, fatores que influenciam sua lealdade

ao clube são de caráter mais psicológico, como hábitos, histórico, identificação social e

emocional, simbolismo da marca e imagem própria. Assim, eles apresentam maior ligação

com seus times, sendo mais leais, independentemente do histórico de derrotas ou vitórias.

Nesse sentido, para medir a lealdade de um torcedor ao seu time, os autores supracitados

recomendam que a pesquisa foque em variáveis psicológicas, como performance e histórico

do time e hábitos do consumidor.

Ainda para esses autores, os times (produtos), ainda que não façam campanhas vitoriosas

(baixa qualidade) conseguem manter seus torcedores (consumidores) fiéis. Dessa forma, mais

37

importante do que desvendar porque essa fidelidade acontece é saber explorar essa

característica para transformá-la em valor.

No entanto, Parker e Stuart (1997) ressaltaram o fato de que tem havido um aumento no

número de jogos internacionais transmitidos ao vivo pela televisão a cabo. Isso pode permitir

que pessoas selecionem um time dentre uma gama muito maior de opções do que era possível

no passado, seguindo o critério de escolha pela melhor performance, por exemplo. Sendo

assim, a alta fidelidade aos clubes locais pode começar a ser ameaçada nos próximos anos e

isso tende a ressaltar a necessidade de profissionais de marketing de conhecer e explorar os

atributos que levam o torcedor a valorizar seus clubes.

Além disso, Tapp (2004) afirma que, apesar de o conhecimento convencional defender que

todo fã seja leal a seu time, a presença das torcidas em estádios varia de acordo com a posição

do time no campeonato e que este apoio é reduzido quando se faz uma campanha ruim. Por

conta disso, o autor contesta a posição de que a lealdade do torcedor possa ser considerada

como garantida, independentemente dos fatores situacionais a que o time está submetido.

38

3. METODOLOGIA

Este capítulo tem por objetivo apresentar o detalhamento e a justificativa para a escolha da

metodologia da pesquisa, assim como o esclarecimento das suas limitações, visando atingir os

objetivos do estudo.

Este trabalho foi realizado entre janeiro de 2011 a julho de 2011, sendo os questionários

aplicados entre março e abril de 2011 com estudantes e graduados em Engenharia de

Produção da UFRJ.

3.1. TIPO DE PESQUISA

Com o objetivo de se identificarem atributos da marca que permitam aos clubes explorar com

maior precisão a fidelidade por parte de seus torcedores e transformar isso em receita, foi

realizada uma pesquisa.

Malhotra (2006, p. 35) define a pesquisa de marketing como “a identificação, coleta, análise e

disseminação de informações de forma sistemática (...) para melhorar a tomada de decisões

relacionada com a identificação e solução de problemas e oportunidades em marketing”.

39

Segundo Gil (2007), as pesquisas descritivas visam à descrição de características de

determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Nestes

casos, utilizam-se, em geral, técnicas de coleta de dados, como o questionário e a observação

sistemática, sob o formato de levantamento.

Para Malhotra (2006), a pesquisa descritiva pode ser realizada para descrever as

características de grupos, estimar o percentual de uma população específica que exibe um

determinado comportamento, determinar as percepções de características de produtos,

determinar o grau de associação de variáveis de marketing e ainda fazer previsões específicas.

Gil (2007) recomenda o levantamento para estudos descritivos, sendo útil para o estudo de

opiniões e atitudes, como é o caso das informações necessárias para a pesquisa desenvolvida

nesta dissertação. As pesquisas do tipo levantamento podem utilizar como técnica de coleta de

dados o questionário, a entrevista e o formulário. A partir das informações obtidas com ele,

realizam-se análises quantitativas e obtêm-se as conclusões correspondentes aos dados

coletados.

O questionário é uma “técnica estruturada para coleta de dados que consiste em uma série de

perguntas, escritas ou orais, que um entrevistado deve responder” (MALHOTRA, 2006, p.

290). Segundo Gil (2007), esta técnica representa a forma mais rápida e barata de obtenção de

informações. O autor também defende a importância de o questionário conter uma introdução

acerca da entidade patrocinadora, das razões que determinam a realização da pesquisa e da

importância das respostas para atingir seus objetivos.

Gil (2007) lista como as principais vantagens dos levantamentos:

40

• Conhecimento direto da realidade: como se adota a interrogação direta das pessoas

envolvidas no processo estudado, a investigação torna-se mais objetiva, ou seja, mais

livre de interpretações subjetivas;

• Economia e rapidez: o levantamento permite que se obtenha uma grande quantidade

de dados em um curto espaço de tempo;

• Quantificação: é possível a realização de análises estatísticas sobre os dados coletados

e, no caso de adoção de uma amostra da população para representar a totalidade do

universo estudado, podem-se, ainda, estipular a margem de erro e o nível de

significância dos resultados obtidos.

Por outro lado, ele apresenta como principais limitações deste modelo:

• Ênfase nos aspectos perceptivos: também pelo fato de a interrogação ser direta às

pessoas envolvidas no processo de estudo, a percepção delas, que é subjetiva, pode

resultar em dados distorcidos;

• Limitada apreensão do processo de mudança: os dados obtidos pelo levantamento

revelam uma visão estática do fenômeno estudado e, por isso, esta técnica colabora

pouco com a indicação de suas tendências a variações.

Tendo em vista o objetivo do presente trabalho, entendeu-se que o formato de pesquisa

descritiva é aquele que melhor se aplica. Além disso, dentre os procedimentos técnicos

estudados, o levantamento, por meio de questionário, revelou-se como a maneira mais

adequada para a coleta dos dados necessários.

41

A revisão de literatura sobre o comportamento do consumidor como fã e brand equity

permitiu um melhor entendimento do assunto, bem como a proposição do problema de

pesquisa para a realização do estudo quantitativo. Sendo assim, o escopo do estudo foi

delineado, permitindo definir o objetivo da pesquisa. Em seguida, o levantamento esclareceu

as opiniões do consumidor com relação ao tema analisado. Desta forma, foram identificados

atributos de brand associations que influenciam o brand equity de clubes de futebol

brasileiros.

A identificação desses atributos pode ser feita de diversas maneiras. Segundo Malhotra

(2006), pode-se, por exemplo, perguntar diretamente ao consumidor. No entanto, podem

ocorrer vieses e imprecisões neste tipo de pesquisa e os entrevistados podem não querer

responder a determinada pergunta, dado o esforço exigido. O autor aponta que, em

questionários auto-aplicados, pode-se melhorar a cooperação do entrevistado se a maioria das

questões for estruturada (conjunto de respostas preespecificadas – múltipla escolha,

dicotômica ou escala). Por este motivo optou-se pelo uso de uma escala diferencial semântica,

de sete pontos, com os pontos extremos associados a rótulos extremos. Essa escala também

foi utilizada por Gladden e Funk (2002) no estudo tomado como base da presente dissertação.

3.2. COLETA DE DADOS

Para a coleta de dados, foi elaborado um questionário baseado naquele apresentado por

Gladden e Funk (2002), o qual se propõe a identificar categorias de brand associations que

podem existir entre torcedores de clubes esportivos. A escala adotada pelos autores e

replicada neste estudo é do tipo diferencial semântica, de sete pontos, com os pontos extremos

associados a rótulos extremos.

42

Malhotra (2006) afirma que as respostas de entrevistados a enunciados afirmativos em

questionários são influenciadas pela direção das afirmações (positivas ou negativas). Por isso,

o autor recomenda a utilização de afirmações duais (algumas positivas e outras negativas), de

forma a minimizar a tendenciosidade nas respostas.

O meio para a coleta de dados selecionado foi Internet. A escolha é justificada principalmente

pela facilidade e pelo baixo custo de obtenção de informações, pela necessidade de alcançar

um grande número de pessoas, para permitir uma inferência estatística razoável. A fonte de

informações para o estudo em tela foi formada por estudantes e graduados no curso de

Engenharia de Produção da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Optou-se por adotar uma amostragem por conveniência, que, segundo Malhotra et al. (2005),

possui como vantagens o fato de ser rápida, barata, fácil de medir e fica a cargo do

entrevistador. É válido ressaltar que, embora esse tipo de amostragem consuma menos tempo,

pode ser tendencioso com relação à seleção. Além desta limitação, destaca-se que ela não é

representativa de qualquer população definível, não sendo possível inferir generalizações

sobre qualquer população (MALHOTRA, 2006).

Com relação ao tamanho da amostra, Hair et al. (2005) apontam que, para uma análise fatorial

(método a ser utilizado na presente pesquisa), ele deve ser de, no mínimo, 100 observações.

Os autores alertam para que se minimizem as chances de se determinarem fatores com pouca

generalidade.

As hipóteses testadas foram aquelas levantadas pelo questionário de Gladden e Funk (2002),

no sentido de identificar os tipos de brand associations relevantes para o torcedor brasileiro

na criação de brand equity.

43

O questionário está dividido em quatro partes. A primeira parte busca avaliar os atributos

relacionados ao produto (aqueles que afetam a performance do time): sucesso, jogador

famoso, técnico e diretoria. O sucesso (vitórias) é, segundo Gladden et al. (1998), o fator mais

importante na criação de brand associations e brand equity de um time. Além disso, a

presença de um jogador famoso (estrela do time) tende a contribuir com a atratividade e a

freqüência de torcedores aos jogos de um time (SCHOFIELD, 1983). Como Gladden e Milne

(1999) encontraram uma relação positiva entre o técnico e as vendas de produtos de um time,

presume-se que ele pode apresentar certo impacto na criação de brand associations. Por fim,

Gladden e Funk (2002) defendem que, se forem apresentados a um torcedor motivos para não

confiar na diretoria de um time, ele criará brand associations negativos com relação ao

mesmo.

Já a segunda parte do questionário visa avaliar os atributos não relacionados ao produto

(aqueles que não afetam diretamente a performance do time): logotipo, estádio, entrega do

produto (performance do time e atividades extras oferecidas no estádio) e tradição. Gladden e

Funk (2002) apontam que o design do logotipo de um time e a tradição (histórico, estilo de

jogo etc.) associados a ele desempenham um papel importante na criação de brand

associations. O mesmo se aplica ao estádio em que o time joga, pois a qualidade dos serviços

oferecidos nele, a estética e a arquitetura do mesmo e o senso de comunidade oferecido por

ele são capazes de gerar associações. Já a entrega do produto, no que tange o entretenimento

gerado pelo jogo, a performance do time e as atividades promovidas dentro do estádio,

também é potencial formadora de brand associations.

A terceira parte do questionário aborda cinco construtos que podem ser classificados como

benefícios na indústria de times esportivos profissionais. É importante ressaltar que Gladden e

Funk (2002) não identificaram, nesse contexto, benefícios funcionais e que os autores

44

defendem que as alocações dos construtos dentro das diferentes classes de benefícios não são

necessariamente rígidas e dependem do contexto e do consumidor. Com relação aos

benefícios simbólicos, os autores, identificaram dois construtos. O primeiro, identificação

como fã, é, segundo eles, um dos mais estudados na literatura. Ele está relacionado à

necessidade de o consumidor esportivo de se afiliar com um elemento de sucesso ou

desejável. O segundo construto, aceitação pelo grupo, diz respeito ao sentimento de aprovação

do consumidor por seus amigos e família pelo fato de ser um seguidor de um determinado

time. Além disso, refere-se ao desejo do consumidor de participar de um grupo particular.

Com isso, os autores afirmam que a experiência do consumo direcionado aos produtos do

time será mais favorável. Por outro lado, com relação aos benefícios simbólicos, os autores

identificaram três construtos. O primeiro (escape) refere-se ao fato de que as pessoas

normalmente usam o esporte como uma forma de fuga de seus problemas cotidianos ou da

própria rotina. Além disso, a nostalgia é o construto que remete à saudade do passado; ao

desejo de reviver momentos associados ao passado do time. Já o orgulho local está

relacionado à ligação do consumidor com a sua cidade.

Por fim, na quarta parte do questionário, Gladden e Funk (2002) identificaram três construtos

como preditivos do comprometimento de um torcedor de um time, de acordo com suas

percepções. Primeiro, a importância representa o significado psicológico que o consumidor

atribui a seu time, ou seja, o grau de importância que o time tem na opinião dele. Segundo, o

conhecimento está relacionado a tudo aquilo que o consumidor sabe sobre o time. Finalmente,

as reações afetivas refletem os sentimentos de um indivíduo com relação ao seu time.

Cabe destacar que algumas modificações foram necessárias para a aplicação do questionário,

originalmente em inglês, em português. Por isso, foram excluídas três perguntas consideradas

excessivamente semelhantes a outras. Como critério de eliminação, optou-se por retirar,

45

dentre as semelhantes, as questões que apresentavam as menores cargas fatoriais pela análise

de Gladden e Funk (2002).

Além disso, Malhotra (2006) defende que todo questionário pode ser aperfeiçoado pelo pré-

teste, etapa esta que deve preceder a pesquisa de campo. Isso significa aplicar o “questionário

em uma pequena amostra de entrevistados, com o objetivo de identificar e eliminar problemas

potenciais” (MALHOTRA, 2006, p.308). De acordo com o autor, os entrevistados nesta etapa

devem pertencer à mesma população da pesquisa.

Segundo Gil (2007), o pré-teste dos instrumentos de coleta de dados é fundamental para a

validação dos mesmos. Cabe ressaltar que, nesta fase, não se devem trazer resultados para os

objetivos do levantamento; na verdade, são avaliados os instrumentos, visando garantir que

eles meçam exatamente o que se propõem medir.

Dessa forma, o autor recomenda selecionar um número restrito de elementos que compõem a

amostra e aplicar o instrumento elaborado, no caso em questão, o questionário desenvolvido

para a pesquisa. A partir disso, verificam-se o entendimento do pesquisado quanto às

perguntas, dificuldades encontradas por ele e os termos que lhe pareceram confusos.

Com isso, tendo em vista as respostas e impressões dos respondentes ao pré-teste, o

questionário deve ser editado, corrigindo-se os problemas encontrados. Após isso, um novo

pré-teste deve ser realizado com uma pequena amostra diferente de entrevistados. Este

processo deve continuar até que novas mudanças não sejam mais necessárias (MALHOTRA

et al., 2005).

46

A coleta de dados foi realizada entre março e abril de 2011. Conforme recomendado, um pré-

teste foi feito com 10 engenheiros de produção da UFRJ, permitindo, desta forma, avaliar o

entendimento das perguntas e a adequação do tamanho do questionário. O pré-teste revelou a

necessidade de substituição de itens considerados pouco relevantes e a alteração de alguns

enunciados para melhor compreensão.

A tabela a seguir mostra como o estudo foi operacionalizado. A primeira coluna contém os

elementos do estudo. A segunda explica os elementos principais do estudo de Gladden e Funk

(2002) e a terceira expõe a operacionalização da presente pesquisa. Com o objetivo de

destacar as diferenças, foram realçados os elementos que foram ajustados.

47

Foram obtidas 104 respostas de alunos e graduados em Engenharia de Produção da UFRJ. Foi

solicitado que somente aqueles que se julgassem torcedores de um clube de futebol brasileiro

respondessem o questionário. Os questionários foram preenchidos de forma integral e desta

forma, foram devidamente utilizados para a análise de dados.

Tabela 1: Operacionalização do estudo

Fonte: Elaborado pela autora

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48

3.3. ANÁLISE DOS DADOS

A presente pesquisa propôs-se a identificar brand associations relativos a times de futebol

brasileiros. Após a aplicação dos questionários, foi estruturado um arquivo de dados

obedecendo às exigências dos softwares STATISTICA e SPSS.

Malhotra (2006) apresenta a análise fatorial como uma técnica aplicada na pesquisa de

marketing para, entre outros objetivos, determinar os atributos de uma marca que influenciam

a escolha do consumidor. Dessa forma, optou-se, no presente estudo, por adotar este tipo de

análise para identificar dimensões que expliquem a relação entre brand associations para

clubes de futebol brasileiros.

A análise fatorial tem por objetivo reduzir e sumarizar a um número administrável as

variáveis que formam um grupo. Este tipo de análise estuda as relações entre conjuntos de

variáveis inter-relacionadas que são representadas por fatores (MALHOTRA, 2006). Os

fatores são conjuntos de dimensões latentes comuns, que, quando interpretadas, descrevem os

dados em um número menor de conceitos do que as variáveis individuais originais (HAIR et

al., 2005).

Além disso, segundo Hair et al. (2005), a análise fatorial difere de outras técnicas de

dependência em análise multivariada, pois não há uma ou mais variáveis consideradas

dependentes e outras independentes. Ao contrário, neste tipo de análise, todas elas são

simultaneamente consideradas e cada uma, relacionada com todas as outras. Assim, os fatores

são formados para maximizar seu poder de explicação do conjunto inteiro de variáveis.

49

Os autores supracitados apresentam dois tipos de análise fatorial: a análise fatorial R, cujo

objetivo é resumir as características das variáveis para identificar dimensões latentes, e a

análise fatorial Q, que visa combinar variáveis em diferentes grupos de uma população maior.

Eles apontam que esta última análise não é muito utilizada, por conta de dificuldades

computacionais. Dessa forma, o presente estudo adotou o tipo R para análise dos dados.

Uma das estatísticas adotadas na análise fatorial é a medida de adequacidade da amostra de

Kaiser-Meyer-Olkin (KMO). Esta é uma maneira de verificar se a análise é apropriada.

Pequenos valores da estatística KMO indicam que a análise fatorial pode ser inadequada

(MALHOTRA, 2006). A análise fatorial é considerada adequada para valores da medida altos

(entre 0,5 e 1,0).

Nesse aspecto, Hair et al. (2005) ressaltam que uma inspeção visual pode ser suficiente para

testar a aplicabilidade da análise fatorial. Segundo esses autores, se um número significativo

de correlações for visualmente observável, a análise é considerada apropriada.

Segundo Malhotra (2006), são necessários oito passos para a realização de uma análise

fatorial, como se pode observar na figura abaixo.

50

A partir dos resultados dessa análise, é possível aos profissionais de marketing elaborar

planos de ação para os fatores (conjunto de variáveis ou dimensões) revelados como mais

importantes.

De acordo com os passos sugeridos por Malhotra (2006) para a realização de uma análise

fatorial, é importante, primeiramente, definir o problema. No estudo atual, desejou-se

compreender a relação entre brand associations na formação de brand equity entre torcedores

de clubes de futebol brasileiros.

Figura 2: Como fazer análise fatorial

Fonte: Pesquisa de Marketing, Malhotra, 2006, p. 550

51

A partir de então, deve ser construída a matriz de correlação das variáveis, que devem

apresentar certo grau de correlação entre si para que a análise fatorial seja apropriada. Uma

vez descoberto que este tipo de análise é adequado, deve-se determinar o método da análise

fatorial. Neste caso, optou-se pela análise fatorial de componentes principais, com o objetivo

de identificar um número mínimo de fatores necessários para explicar o máximo da variância

do conjunto original de variáveis.

A análise fatorial de componentes principais, segundo Hair et al. (2005), é adequada quando o

objetivo principal é a previsão ou a determinação de um número mínimo de fatores para

explicar o máximo da variância existente no conjunto original de variáveis. É válido ressaltar

que existe também a análise fatorial de fatores comuns, cujo objetivo principal é a

identificação das dimensões contidas nas variáveis originais. De acordo com esses autores, as

estimativas dos fatores e as contribuições de cada variável aos fatores (cargas fatoriais) são

tudo o que este tipo de análise requer.

O passo seguinte envolve definir o número de fatores a serem adotados. Para Malhotra

(2006), existem seis maneiras para determinar o número de fatores:

i. Determinação a priori: o número de fatores é determinado em função de

conhecimento prévio do pesquisador;

ii. Determinação com base em autovalores (também chamada de critério de raiz

latente, segundo Hair et al. (2005)): consideram-se apenas os fatores cujos

autovalores forem superiores a 1,0;

52

iii. Determinação com base em um gráfico de declive: por meio da análise gráfica dos

autovalores versus o número de fatores, determina-se o número de fatores pelo

ponto em que há uma interrupção acentuada no gráfico;

iv. Determinação com base na percentagem da variância: o número de fatores que

expliquem, no mínimo, 60% da variância;

v. Determinação com base em confiabilidade meio a meio: são realizadas duas

análises fatoriais, cada uma utilizando uma metade da amostra. A partir disso, são

mantidos os fatores com elevadas cargas fatoriais em ambas as subamostras;

vi. Determinação com base em testes de significância: são mantidos apenas os fatores

estatisticamente significativos.

Por outro lado, Hair et al. (2005) defendem que a maioria dos pesquisadores raramente usa

um único critério para determinar o número de fatores. Esses autores apontam que ainda não

existe uma base quantitativa exata para decidir o número de fatores, mas que a determinação

final do número de fatores deve ocorrer apenas depois que os resultados sejam rotacionados e

os fatores, interpretados.

Além disso, eles ressaltam as conseqüências negativas quanto à seleção de fatores em excesso

ou insuficientes para representar os dados. Quando a seleção é menor do que a ideal, a

estrutura correta não é revelada e dimensões importantes podem ser ignoradas. Por outro lado,

se houver excesso no número de fatores, a interpretação é dificultada quando os resultados são

53

rotacionados. Dessa forma, o pesquisador “deve se empenhar em ter o conjunto de fatores

mais representativo e parcimonioso possível” (HAIR ET AL, 2005, p. 103).

Definido o número de fatores a serem adotados, Malhotra (2006) recomenda que se

rotacionem os fatores para transformar a matriz de fatores em uma matriz mais simples e,

portanto, facilitar a interpretação dos dados. É importante destacar que “a rotação não afeta as

comunalidades e a percentagem explicada da variância total” (MALHOTRA, 2006, p. 555),

mas altera a variância explicada por cada fator individualmente.

Para Hair et al. (2005), a rotação dos fatores reduz algumas das ambigüidades existentes nas

soluções de fatores ainda não rotacionados. Ela é obtida por meio da rotação dos eixos de

referência dos fatores em torno da origem até que alguma outra posição seja alcançada.

Assim, a variância dos fatores é redistribuída com o objetivo de atingir um padrão fatorial

mais simples e, em teoria, mais significativo.

Segundo Malhotra (2006), o método de rotação mais utilizado é o procedimento varimax. Esta

técnica minimiza o número de variáveis com altas cargas sobre um fator e, por isso, facilita a

interpretação dos fatores, que é o próximo passo da análise fatorial. Nessa etapa, os fatores

são interpretados de acordo com as variáveis que apresentam grandes cargas sobre eles.

Por fim, atribuem-se a cada fator as variáveis que apresentam suas maiores cargas neles. Para

amostras menores (cerca de 100 elementos), são consideradas significantes cargas com

valores absolutos maiores do que 0,30 (HAIR ET AL., 2005).

54

3.4. ALFA DE CRONBACH

Segundo Malhotra (2006), a confiabilidade é a capacidade de uma escala produzir resultados

consistentes ao longo de repetidas mensurações da característica avaliada. Já Hair et al. (2005,

p. 111) defendem que a confiabilidade “é uma avaliação do grau de consistência entre

múltiplas medidas de uma variável”. Nesse sentido, segundo esses últimos autores, o Alfa de

Cronbach é a medida mais usada para avaliar a consistência da escala. Eles também defendem

que toda escala múltipla tenha sua confiabilidade analisada antes de se proceder a uma

avaliação de sua validade, o que foi feito no presente estudo.

Malhotra (2006) aponta que esse coeficiente é analisado observando-se uma variação de 0 até

1 e, quanto mais próximo de 1 estiver seu valor, maior a fidedignidade das dimensões do

construto.

Hair et al. (2005) apontam que apesar de não existir um padrão absoluto, podem ser admitidos

como fidedignos valores de Alfa de Cronbach iguais ou superiores a 0,70. Estes autores

consideram, ainda, a possibilidade de aceitação de valores superiores a 0,60 quando realizada

pesquisa de natureza exploratória.

Para Malhotra (2006), deve-se aceitar um valor de Alfa de Cronbach superior a 0,60, já que

valores menores ou iguais apontam para uma consistência interna pouco confiável. Portanto,

quanto mais alto for o coeficiente, maior será a confiabilidade do construto.

55

4. RESULTADOS

Este capítulo tem por objetivo apresentar os resultados da presente pesquisa, com o

detalhamento da análise elaborada durante a investigação.

4.1. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

Com o objetivo de caracterizar a amostra, foram propostas três perguntas a respeito do perfil

dos respondentes:

i. Sexo;

ii. Idade; e

iii. Time

Em seguida, são apresentadas as análises a respeito desse perfil, considerando as

características descritas acima.

56

4.1.1. Sexo, Idade e Times

O Gráfico 1 representa a distribuição dos respondentes por gênero. Pode-se perceber uma

predominância masculina (76%), sugerindo que a maior parte das pessoas que cursam

Engenharia de Produção na UFRJ e se declaram torcedoras de um time de futebol brasileiro é

do gênero masculino.

Gráfico 1: Gênero dos estudantes e graduados em Engenharia de Produção da UFRJ

Fonte: Elaborado pela autora

O Gráfico 2 ilustra a distribuição dos respondentes por faixa etária. Percebe-se uma

concentração na faixa etária de 21 a 28 anos, que reúne 74% do total da amostra. Esta

distribuição sugere que os indivíduos que acessam a lista de emails do grupo de Engenheiros

de Produção da UFRJ são aqueles que ainda estão na faculdade ou graduados há

relativamente pouco tempo.

57

Gráfico 2: Distribuição de idade dos alunos e graduados em Engenharia de Produção da UFRJ

Fonte: Elaborado pela autora

O Gráfico 3 ilustra a distribuição dos times de futebol entre os alunos e os graduados em

Engenharia de Produção da UFRJ. Cabe destacar que apenas um (1) respondente apontou um

time fora dos chamados quatro grandes times do Rio de Janeiro – Flamengo, Fluminense,

Vasco e Botafogo –, apontando o Corinthians como clube de coração.

Gráfico 3: Distribuição dos times de futebol entre alunos e graduados em Engenharia de Produção da UFRJ

Fonte: Elaborado pela autora

58

4.2. MÉDIA DOS ATRIBUTOS

Serão apresentados neste item, os resultados obtidos por meio das análises realizadas nos

dados tabulados. Nas tabelas que seguem, serão reveladas as médias referentes aos atributos

listados nos questionários. Apresenta-se essa proposta para as sessões dos questionários que

avaliaram os atributos relacionados ao produto, os não relacionados ao produto, os benefícios

e as atitudes.

É importante ressaltar que a escala utilizada foi do tipo diferencial semântico. Neste caso,

recomenda-se que as percepções positivas e negativas se alternem entre os rótulos extremos (1

a 7), de forma a controlar a tendência de alguns respondentes assinalarem um dos dois

extremos sem terem lido os rótulos relacionados aos mesmos (MALHOTRA, 2006). Por

conta disso, fez-se necessária uma transformação de escala para que fossem sempre atribuídos

a percepções positivas escores elevados e a percepções negativas, escores baixos.

4.2.1. Atributos relacionados ao produto

Analisando a tabela a seguir (Percepções a respeito de atributos relacionados ao produto),

percebe-se que as maiores médias de respostas estão situadas entre os valores de 5,52 e 6,23.

Nota-se que as maiores médias estão concentradas em itens relativos à variável “Sucesso”,

que, de acordo com Gladden et al (1998), é a variável mais importante de brand associations

e brand equity ao longo do tempo.

Entende-se que o torcedor considera muito importante que seu time participe e chegue à fase

final de campeonatos relevantes, como por exemplo, no caso do futebol brasileiro, a Série A

59

do Campeonato Brasileiro e a Copa Libertadores da América. Além disso, a maior parte dos

torcedores se importa com a vitória do time.

Considerando outras variáveis, destaca-se aquela relativa a jogadores famosos. As afirmações

quanto ao time contar com jogadores-estrela e ao torcedor gostar de assistir aos mesmos

obtiveram as maiores pontuações fora da dimensão “Sucesso”. De fato, segundo Schofield

(1983), a presença deste tipo de jogador pode contribuir com a atratividade geral de um time.

Dessa forma, pode-se afirmar que a contratação de jogadores famosos pode contribuir com a

criação de brand associations positivos para o time.

A variável “Técnico”, cujos atributos apresentaram escores bastante próximos entre si,

demonstrou, portanto, um sentimento homogêneo por parte dos torcedores quanto ao técnico

ser renomado, querido pela torcida e fazer um bom trabalho.

Com relação à variável “Diretoria”, seus atributos não destoaram muito do valor central

(quatro), demonstrando certo grau de indiferença quanto a este atributo. A exceção, neste

caso, é o atributo relacionado ao reconhecimento do esforço por parte da mesma em montar

Tabela 2: Percepções a respeito de atributos relacionados ao produto

Fonte: Elaborado pela autora

Variável Atributos Média Desvio-padrãoSucesso Não me importa se meu time perder ou ganhar um jogo. 5,52 1,65

SucessoÉ muito importante que meu time chegue à fase final dos campeonatos disputados por ele.

5,72 1,63

Sucesso É importante que meu time participe de campeonatos relevantes. 6,23 1,25Jogador famoso Meu time não conta com jogadores-estrelas. 5,94 1,79

Jogador famosoMeu time conta com jogadores-estrelas aos quais eu gosto de assistir.

5,40 1,83

Técnico Eu gosto do técnico do meu time. 4,85 1,47Técnico O técnico do meu time é renomado no futebol. 4,96 2,14Técnico O técnico do meu time faz um excelente trabalho. 4,80 1,30Diretoria A diretoria do meu time se esforça para montar um bom elenco. 5,28 1,27Diretoria A diretoria do meu time faz um bom trabalho gerindo meu time. 4,16 1,67

DiretoriaA diretoria do meu time toma decisões acertadas quanto a seus jogadores. 4,11 1,41

60

um bom elenco. Isso demonstra que os torcedores entendem esse papel da diretoria como

relevante.

4.2.2. Atributos não relacionados ao produto

De acordo com a tabela a seguir (Percepções a respeito de atributos não relacionados ao

produto), percebe-se que, embora todos os escores tenham sido elevados, as maiores médias

de respostas estão situadas entre os valores de 5,97 e 6,86. Nota-se que as maiores médias e os

menores valores de desvio-padrão estão concentrados em itens relativos à variável

“Tradição”. Segundo Gladden et al. (1998), não se deve restringir a definição dessa variável a

resultados vitoriosos, pois ela inclui dimensões como estilo de jogo, ética gerencial e história

do time, por isso, essa variável se focou no histórico do time em geral.

Os atributos relativos à variável “Logotipo” (cores, uniforme e logotipo do time) foram

positiva e homogeneamente avaliados pelos torcedores. Dentro deste contexto, Aaker (1991)

Variável Atributos Média Desvio-padrãoLogotipo Eu gosto das cores do meu time. 6,44 1,13Logotipo Eu gosto do logotipo do meu time. 6,50 1,02Logotipo O uniforme principal do meu time é bonito. 6,37 1,02Estádio A arquitetura do estádio em que meu time joga é bonita. 5,61 1,58Estádio O estádio em que meu time joga tem "personalidade". 5,97 1,59

EstádioO estádio em que meu time joga torna assistir aos jogos uma atividade ainda mais divertida.

5,56 1,71

Entrega do Produto Os jogos do meu time são emocionantes. 5,99 1,14Entrega do Produto Os jogos do meu time são divertidos. 5,52 1,26Entrega do Produto Os jogos do meu time são agradáveis. 5,02 1,29

Tradição Meu time tem um histórico vencedor. 6,38 1,02Tradição Meu time tem tradição. 6,86 0,43Tradição Meu time não tem histórico. 6,86 0,63

Tabela 3: Percepções a respeito de atributos não relacionados ao produto

Fonte: Elaborado pela autora

61

afirma que marcas corporativas e logotipos são fatores importantes na criação de brand

associations.

Gladden e Funk (2002) defendem que o estádio em que o time joga pode contribuir para a

criação de brand associations, principalmente para os torcedores que freqüentam jogos, pois a

qualidade dos serviços oferecidos (banheiros, lanchonetes, assentos) e a própria arquitetura do

estádio podem gerar associações positivas. É importante destacar que a mensuração dessa

variável ficou levemente comprometida neste período, pois há muitos estádios fechados para

obras para a Copa do Mundo de 2014. Ainda assim, a avaliação dos torcedores para este

quesito foi elevada.

Com relação à entrega do produto, as avaliações pelos torcedores também foram positivas

quanto à emoção, à diversão e ao sentimento relativos aos jogos de seus times, o que indica a

criação de associações positivas.

4.2.3. Benefícios

Analisando a tabela abaixo (Benefícios), percebe-se que a maior parte das médias está

próxima do valor central (quatro), indicando certo grau de indiferença dos torcedores quanto

às afirmações apresentadas. Além disso, as maiores médias de respostas estão situadas entre

os valores de 5,45 e 5,78 e concentrados em itens relativos à variável “Nostalgia”, como as

recordações trazidas pelo time. Por outro lado, a variável “Aceitação pelo grupo” apresentou

as menores médias, indicando que os torcedores analisados não dão muita importância a essa

dimensão.

62

Segundo Parker e Stuart (1997), dimensões como local de moradia do indivíduo e time para o

qual seus pais torcem são importantes para que ele passe a torcer por um determinado time.

Na verdade, os autores ressaltam que essa ligação é ainda mais forte entre pais e filhos

homens. Logo, essa característica pode ser explorada futuramente para determinar razões

pelas quais se começa a torcer por um time.

4.2.4. Atitudes

A tabela abaixo apresenta os resultados relativos às atitudes dos torcedores com relação a seus

times. As menores médias (entre 4,86 e 5,00), que ficaram próximas ao valor central (4,00),

indicando certo grau de indiferença dos torcedores, estão concentradas na variável

“Conhecimento”. Isso revela que ser um especialista que tenha muito conhecimento sobre seu

time não é tão relevante para a população analisada.

Variável Atributos Média Desvio-padrão

EscapeAssistir, ler e falar sobre meu time proporciona uma fuga temporária dos problemas da minha vida.

4,20 2,04

EscapeAssistir, ler e falar sobre meu time me ajudam a esquecer dos meus problemas cotidianos.

4,12 2,05

Identificação como fã É importante que meus amigos me vejam como fã do meu time. 3,64 1,90

Identificação como fãMeus amigos e minha família me reconhecem como fã do meu time.

5,01 2,06

Identificação como fãQuando alguém expressa admiração pelo meu time, eu me sinto elogiado.

4,97 1,92

Identificação como fãQuando me refiro ao meu time, normalmente uso "Nós" em vez de "Eles".

4,36 2,24

Aceitação pelo grupo Eu comecei a torcer pelo meu time por causa dos meus amigos. 1,63 1,34Aceitação pelo grupo É importante torcer para o mesmo time de meus amigos. 1,91 1,47Aceitação pelo grupo Eu torço para o meu time porque meus amigos gostam dele. 1,24 0,68

Nostalgia Pensar no meu time me traz boas recordações. 5,45 1,41Nostalgia Eu tenho boas memórias de torcer para o meu time. 5,78 1,31

Orgulho localMeu time ajuda aos cidadãos de sua cidade a sentirem orgulho de onde eles vivem.

4,90 1,49

Orgulho localMeu time ajuda a melhorar a imagem da comunidade de sua cidade.

4,32 1,69

Orgulho local Meu time traz prestígio à comunidade de sua cidade. 4,84 1,55

Tabela 4: Benefícios

Fonte: Elaborado pela autora

63

Variável Atributos Média Desvio-padrãoImportância Eu considero meu time importante para mim. 5,40 1,73Importância Ser um torcedor do meu time é importante para mim. 5,27 1,83

ImportânciaComparado a como eu sinto com relação a outros times, meu time é muito importante para mim.

5,73 1,65

Conhecimento Eu tenho muito conhecimento a respeito do meu time. 4,93 1,90

ConhecimentoSe eu devesse listar tudo o que eu sei sobre meu time, a lista seria bastante longa.

4,86 2,06

ConhecimentoComparado com outros times, eu me considero um especialista do meu time.

5,00 2,12

Reações afetivasMeus sentimentos quanto a meu time são (sem sentido x significativos):

5,42 1,45

Reações afetivas Meus sentimentos quanto a meu time são (ruins x bons): 5,91 1,06

Reações afetivasMeus sentimentos quanto a meu time são (sem importância x valiosos):

5,15 1,68

Reações afetivas Meus sentimentos quanto a meu time são (fracos x fortes): 5,30 1,66

É interessante observar, na variável “Importância”, que a maior média neste quesito foi obtida

mediante comparação com outros times. Isso revela o aspecto de rivalidade, que também pode

ser explorado em pesquisas futuras. Além disso, os torcedores pesquisados afirmaram, em sua

maioria, que ser um torcedor do time e o próprio time são elementos importantes para ele.

Com relação às reações afetivas, a maior parte da população respondeu que os sentimentos

pelo time são significativos, bons, valiosos e fortes. Isso demonstra que as reações afetivas

são capazes de gerar brand associations positivos na memória do torcedor.

4.3. ALFA DE CRONBACH

Com o objetivo de testar a consistência interna da escala, foi utilizado o coeficiente Alfa de

Cronbach. Dessa forma, as quatro sessões do questionário apresentaram índices bastante

Tabela 5: Atitudes

Fonte: Elaborado pela autora

64

elevados, demonstrando que o instrumento utilizado no estudo possui uma consistência

interna significativa.

A análise baseou-se em um nível de confiança de 95%, que é considerado adequado em

estudos exploratórios. De acordo com o que foi abordado no capítulo de Metodologia,

respeita-se, confortavelmente, como confiabilidade de consistência interna acima de 0,70

(HAIR ET AL., 2005).

4.4. ANÁLISE FATORIAL

Com o objetivo de identificar a relação entre as variáveis analisadas, utilizou-se a análise

fatorial exploratória para as sessões do questionário que avaliaram as dimensões de brand

associations.

Como os questionários foram respondidos via Internet, foi possível impor uma restrição de

preenchimento, de forma que não houvesse casos em branco. Com isso, os dados não

precisaram ser tratados para esse tipo de problema.

Hair et al. (2005) afirmaram que premissas estatísticas na análise fatorial não são tão rigorosas

quanto em outras análises. Assim, os desvios da normalidade, da multicolinearidade, da

������� ������� ������1 �������

�"2��21( �"2���11 �"212��� �"�-10�2

��-�� ��.���'���

Tabela 6: Alfa de Cronbach por Sessão do Questionário

Fonte: Elaborado pela autora

65

homocedasticidade e da linearidade não são considerados críticos para a aplicação da análise.

Por outro lado, deve-se atentar para as correlações parciais entre variáveis (correlações entre

variáveis quando os efeitos de outras são levados em consideração). Elas devem ser pequenas

para que existam fatores latentes e a análise fatorial seja adequada.

Nesse sentido, foi possível perceber um número substancial de correlações estatisticamente

significantes e acima de +/- 0,30, indicando que provavelmente há um grau considerável de

variância comum entre variáveis que poderá ser explicada por fatores latentes. Além disso, as

correlações parciais também apresentam poucos valores elevados e significativos.

4.4.1 Análise Fatorial – Atributos relacionados ao produto

A medida de adequacidade da amostra de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) para esta sessão

totalizou 0,686. Conforme exposto anteriormente, a análise fatorial é considerada adequada

para valores de KMO maiores do que 0,5.

Para os atributos relacionados ao produto foram obtidos quatro (4) fatores, que explicam

76,13% da variância nos dados. Após a rotação, a estrutura se tornou mais simples, pois

menos variáveis apresentaram cargas significativas em mais de um fator.

66

De acordo com a Tabela 7, o resultado da análise fatorial para a primeira sessão do

questionário dividiu as variáveis entre os mesmos grupos apontados por Gladden e Funk, em

2002, cujo estudo foi a base para a presente pesquisa. Por esse motivo, os fatores foram

nomeados de forma a respeitar o primeiro estudo.

O agrupamento das variáveis no fator 1 revela o sentimento e a percepção dos torcedores com

relação ao técnico do time. Em uma pesquisa anterior, Gladden e Milne (1999) encontraram

uma relação positiva entre o técnico e as vendas de produtos de um time. Logo, parece

razoável assumir que o técnico pode impactar a criação de brand associations. Por isso, a esse

fator será atribuída a característica de “Técnico”.

O fator 2 agrupa atributos relativos ao sucesso do time, que, de acordo com Gladden et al

(1998), é a variável mais importante de brand associations e brand equity ao longo do tempo.

Isso significa, principalmente, vitórias, títulos e bom desempenho em campeonatos relevantes.

Novamente, parece sensato assumir que o sucesso do time pode impactar a criação de brand

associations. Por isso, a esse fator será atribuída a característica de “Sucesso”.

Variáveis 1 2 3 4

Não me importa se meu time perder ou ganhar um jogo. -0,123 0,642 0,347 0,148

É muito importante que meu time chegue à fase final dos campeonatos disputados por ele. 0,051 0,908 0,053 0,166

É importante que meu time participe de campeonatos relevantes. 0,158 0,867 0,025 0,120

Meu time não conta com jogadores-estrelas. 0,115 0,115 -0,008 0,909

Meu time conta com jogadores-estrelas aos quais eu gosto de assistir. 0,080 0,237 0,172 0,822

Eu gosto do técnico do meu time. 0,832 0,093 0,287 0,063

O técnico do meu time é renomado no futebol. 0,888 0,053 0,003 0,068

O técnico do meu time faz um excelente trabalho. 0,733 0,047 0,397 0,183

A diretoria do meu time se esforça para montar um bom elenco. 0,064 0,154 0,702 0,381

A diretoria do meu time faz um bom trabalho gerindo meu time. 0,297 0,109 0,756 -0,162

A diretoria do meu time toma decisões acertadas quanto a seus jogadores. 0,199 0,041 0,897 0,092

Auto-valores 3,921 1,995 1,286 1,173

% Variância explicada 35,644 18,134 11,694 10,662

% Acumulado da variância explicada 35,644 53,778 65,472 76,134

�����

Tabela 7: Análise Fatorial – Atributos relacionados ao produto

Método de extração: componentes principais Método de rotação: Varimax Fonte: Elaborado pela autora

67

Segundo Gladden e Funk (2002), se um torcedor tiver motivos para não confiar em uma

organização esportiva, seus brand associations em relação a ela seriam negativos. Por isso, o

fator 3, “Diretoria”, é uma dimensão importante, pois revela uma percepção do torcedor

quanto ao gerenciamento de seu time.

Por fim, agruparam-se no fator 4 atributos relativos à presença de jogadores famosos no time.

Como já mencionado anteriormente, segundo Schofield (1983), a presença deste tipo de

jogador pode contribuir com a atratividade geral de um time. Dessa forma, pode-se afirmar

que a contratação de jogadores famosos pode contribuir com a criação de brand associations

positivos para o time. Por isso, a esse fator será atribuída a característica de “Jogador-estrela”.

4.4.2 Análise Fatorial – Atributos não relacionados ao produto

A medida de adequacidade da amostra de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) para esta sessão

totalizou 0,753. Conforme exposto anteriormente, a análise fatorial é considerada adequada

para valores de KMO maiores do que 0,5.

Para os atributos não relacionados ao produto também foram obtidos quatro (4) fatores, que

explicam 73,30% da variância nos dados. Após a rotação, a estrutura se tornou mais simples,

pois menos variáveis apresentaram cargas significativas em mais de um fator.

68

Novamente, de acordo com a Tabela 8, o resultado da análise fatorial para a segunda sessão

do questionário dividiu as variáveis entre os mesmos grupos apontados por Gladden e Funk,

em 2002, cujo estudo foi base para a presente pesquisa. Por esse motivo, os fatores foram

também nomeados de forma a respeitar o primeiro estudo.

O agrupamento das variáveis no fator 1 revela o sentimento e a percepção dos torcedores com

relação às cores, ao logotipo e ao uniforme do time. Nesse contexto, Aaker (1991) afirma que

marcas corporativas e logotipos são fatores importantes na criação de brand associations.

Logo, parece razoável assumir que essas dimensões estéticas podem impactar a criação de

brand associations. Por isso, a esse fator será atribuída a característica de “Logotipo”.

No fator 2 estão refletidas as avaliações pelos torcedores quanto à emoção, à diversão e ao

sentimento relativos aos jogos de seus times, o que indica a possibilidade de criação de

associações positivas. Por isso, a esse fator será atribuída a característica de “Entrega do

Produto”.

Variáveis 1 2 3 4

Eu gosto das cores do meu time. 0,828 0,119 0,007 0,120

Eu gosto do logotipo do meu time. 0,845 0,050 0,090 0,246

O uniforme principal do meu time é bonito. 0,868 0,072 0,120 0,136

A arquitetura do estádio em que meu time joga é bonita. 0,248 -0,019 0,781 -0,049

O estádio em que meu time joga tem "personalidade". -0,053 0,103 0,880 0,073

O estádio em que meu time joga torna assistir aos jogos uma atividade ainda mais divertida. 0,104 0,129 0,764 0,338

Os jogos do meu time são emocionantes. 0,303 0,307 0,398 0,460

Os jogos do meu time são divertidos. 0,265 0,232 0,086 0,792

Os jogos do meu time são agradáveis. 0,182 0,031 0,126 0,840

Meu time tem um histórico vencedor. 0,062 0,790 0,057 0,195

Meu time tem tradição. 0,033 0,897 0,107 0,188

Meu time não tem histórico. 0,151 0,831 0,042 -0,083

Auto-valores +/�*) )/0�� )/1�* )/�+�

% Variância explicada *2/�20 )2/)30 )+/)00 0/302

% Acumulado da variância explicada 35,258 50,426 64,614 73,299

�����

Tabela 8: Análise Fatorial – Atributos não relacionados ao produto

Método de extração: componentes principais Método de rotação: Varimax Fonte: Elaborado pela autora

69

O fator 3 agrupa atributos relativos ao estádio em que o time joga. De acordo com Gladden e

Funk (2002), isso pode contribuir para a criação de brand associations, principalmente para

os torcedores que frequentam jogos, pois a qualidade dos serviços oferecidos (banheiros,

lanchonetes, assentos) e a própria arquitetura do estádio podem gerar associações positivas.

Novamente, parece sensato assumir que o estádio em que o time joga pode impactar a criação

de brand associations. Por isso, a esse fator será atribuída a característica de “Estádio”.

Por fim, agrupam-se no fator 4 atributos relativos ao histórico do time. Segundo Gladden et

al. (1998), não se deve restringir a definição dessa variável a resultados vitoriosos, pois ela

inclui dimensões como estilo de jogo, ética gerencial e história do time. Dessa forma, é

possível afirmar que a tradição de um time pode contribuir com a criação de brand

associations positivos para o time. Por isso, a esse fator será atribuída a característica de

“Tradição”.

4.4.3 Análise Fatorial – Benefícios

A medida de adequacidade da amostra de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) para esta sessão

totalizou 0,751. Conforme exposto anteriormente, a análise fatorial é considerada adequada

para valores de KMO maiores do que 0,5.

Para a dimensão relacionada a benefícios também foram obtidos quatro (4) fatores, que

explicam 69,20% da variância nos dados. Após a rotação, a estrutura se tornou mais simples,

pois menos variáveis apresentaram cargas significativas em mais de um fator.

70

O resultado da análise fatorial para a terceira sessão do questionário, conforme apresentado

pela Tabela 9, dividiu as variáveis entre grupos semelhantes àqueles apontados por Gladden e

Funk, em 2002, cujo estudo foi base para a presente pesquisa. Por esse motivo, buscou-se

nomear os fatores com base no primeiro estudo.

O fator 1 inclui variáveis das dimensões de identificação como fã, aceitação pelo grupo e

nostalgia do estudo-base dessa pesquisa. De fato, todos eles envolvem sentimentos dos

torcedores com relação ao time e são fatores importantes na criação de brand associations.

Por isso, a esse fator será atribuída a característica de “Identificação como fã”.

O fator 2 agrupa atributos relativos à comunidade e à cidade em que o time joga. Segundo

Parker e Stuart (1997), dimensões como local de moradia do indivíduo e time para o qual seus

pais torcem são importantes para que ele passe a torcer por um determinado time. Novamente,

Variáveis 1 2 3 4

Assistir, ler e falar sobre meu time proporciona uma fuga temporária dos problemas da minha vida. 0,199 0,180 -0,031 0,888

Assistir, ler e falar sobre meu time me ajudam a esquecer dos meus problemas cotidianos. 0,166 0,215 -0,025 0,889

É importante que meus amigos me vejam como fã do meu time. 0,356 -0,075 0,058 0,630

Meus amigos e minha família me reconhecem como fã do meu time. 0,740 0,122 0,000 0,445

Quando alguém expressa admiração pelo meu time, eu me sinto elogiado. 0,678 0,199 0,042 0,190

Quando me refiro ao meu time, normalmente uso "Nós" em vez de "Eles". 0,557 0,311 -0,028 0,361

Eu comecei a torcer pelo meu time por causa dos meus amigos. -0,557 0,040 0,178 0,222

É importante torcer para o mesmo time de meus amigos. 0,192 -0,117 0,868 0,034

Eu torço para o meu time porque meus amigos gostam dele. -0,300 0,171 0,781 -0,098

Pensar no meu time me traz boas recordações. 0,705 0,309 0,008 0,327

Eu tenho boas memórias de torcer para o meu time. 0,651 0,236 -0,007 0,337

Meu time ajuda aos cidadãos de sua cidade a sentirem orgulho de onde eles vivem. 0,152 0,807 0,119 0,116

Meu time ajuda a melhorar a imagem da comunidade de sua cidade. 0,153 0,884 -0,021 0,126

Meu time traz prestígio à comunidade de sua cidade. 0,102 0,893 -0,054 0,173

Auto-valores 2/�0� )/0+* )/+)* )/)2�

% Variância explicada *1/1)2 )*/)3+ )�/�4� 0/��0

% Acumulado da variância explicada 37,715 50,879 60,969 69,197

�����

Tabela 9: Análise Fatorial – Benefícios

Método de extração: componentes principais Método de rotação: Varimax Fonte: Elaborado pela autora

71

parece sensato assumir que a localidade em que o time joga pode impactar a criação de brand

associations. Por isso, a esse fator será atribuída a característica de “Orgulho Local”.

Gladden e Funk (2002) apontaram que torcer pelo mesmo time de amigos pode ser importante

para torcedores, embora isso não tenha se revelado verdadeiro para a amostra analisada neste

estudo. De qualquer forma, o fator 3, “Aceitação pelo grupo”, é uma dimensão importante,

pois revela uma percepção do torcedor quanto à necessidade de identificação com outras

pessoas.

Por fim, agrupam-se no fator 4 variáveis das dimensões de identificação como fã e escape do

estudo-base dessa pesquisa. Dessa forma, pode-se afirmar que a fuga de problemas cotidianos

e o reconhecimento de um indivíduo como fã de um time podem contribuir com a criação de

brand associations positivos para o time. Como as variáveis relativas à fuga dos problemas se

destacaram mais, a esse fator será atribuída a característica de “Escape”.

4.4.4 Análise Fatorial – Atitudes

A medida de adequacidade da amostra de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) para esta sessão

totalizou 0,931. Conforme exposto anteriormente, a análise fatorial é considerada adequada

para valores de KMO maiores do que 0,5.

72

Para a dimensão relacionada a atitudes, somente um (1) fator, que explica 76,92% da

variância nos dados, foi encontrado e, por isso, não faria sentido rotacioná-lo. Assim, como há

variáveis com cargas significativas em apenas um fator, pode-se dizer que elas formaram uma

estrutura simples.

O resultado da análise fatorial para a quarta sessão do questionário agrega as variáveis de 3

grupos daqueles apontados por Gladden e Funk, em 2002, cujo estudo foi base para a presente

pesquisa, em apenas 1 grupo.

O único fator encontrado revela aspectos relativos aos sentimentos, ao conhecimento e à

importância atribuída pelo torcedor ao time. De fato, todos eles envolvem sentimentos dos

torcedores com relação ao time e são fatores importantes na criação de brand associations.

Por isso, a esse fator será atribuída a característica do grupo original, de “Atitudes”.

Variáveis Fator 1

Eu considero meu time importante para mim. -0,939088

Ser um torcedor do meu time é importante para mim. -0,919715

Comparado a como eu sinto com relação a outros times, meu time é muito importante para mim. -0,832062

Eu tenho muito conhecimento a respeito do meu time. -0,899885

Se eu devesse listar tudo o que eu sei sobre meu time, a lista seria bastante longa. -0,875234

Comparado com outros times, eu me considero um especialista do meu time. -0,808102

Meus sentimentos quanto a meu time são (sem sentido x significativos): -0,913547

Meus sentimentos quanto a meu time são (ruins x bons): -0,722839

Meus sentimentos quanto a meu time são (sem importância x valiosos): -0,924717

Meus sentimentos quanto a meu time são (fracos x fortes): -0,911935

Auto-valores 1/34*

% Variância explicada 13/4�*

% Acumulado da variância explicada 76,923

Tabela 10: Análise Fatorial – Atitudes

Método de extração: componentes principais Fonte: Elaborado pela autora

73

5. CONCLUSÃO

A presente pesquisa propôs identificar fatores que influenciam a criação de brand

associations nos torcedores de clubes de futebol brasileiros.

São apresentadas neste capítulo as conclusões da pesquisa, as limitações e algumas sugestões

para pesquisas futuras.

5.1. CONCLUSÃO

Para Bodet e Chanavat (2010), embora os clubes de futebol profissional adotem um marketing

operacional para vender uniformes ou produtos da marca, isso não parece resultado de uma

estratégia pré-definida. No entanto, por conta do alto potencial de lucro advindo desse setor,

muitos clubes estão passando a considerar seus nomes como marcas e a fortalecer suas

estratégias de marketing.

Nesse sentido, Park e Srinivasan (1994) apontaram a necessidade de se aprimorarem as

formas de identificação das fontes de brand equity. Segundo eles, o conhecimento daquilo que

gera valor para um negócio é essencial para que a marca seja gerenciada e lucrativa.

74

O objetivo desse trabalho foi, portanto, identificar atributos geradores valor para marcas que

permitam aos clubes de futebol explorar a fidelidade por parte de seus torcedores e

transformar isso em valor. Além disso, buscou-se:

• Verificar a significância das dimensões de brand associations levantadas pelos

autores na realidade brasileira; e

• Verificar se o agrupamento de variáveis em fatores é o mesmo ao encontrado no

estudo original.

Para atingir esses objetivos, foram realizadas adaptações no estudo original de Gladden e

Funk (2002), de forma a aplicá-lo à realidade brasileira. O presente trabalho teve foco sobre

clubes de futebol do Brasil, sendo avaliadas respostas de estudantes e graduados em

Engenharia de Produção da UFRJ, enquanto o trabalho dos referidos autores avaliou respostas

de fãs esportivos norte-americanos, com destaque para o futebol americano e o baseball.

Assim como no trabalho original, questionários foram aplicados com o objetivo de identificar

fatores que criam brand associations em torcedores de futebol brasileiros. Com os resultados

provenientes da coleta de dados, puderam-se identificar os fatores que se destacam nesse

contexto.

Primeiramente foram analisadas as médias das respostas aos atributos para verificar que, de

maneira geral, quase todos os atributos levantados pelo estudo original foram positivamente

avaliados (médias acima do valor central 4) pelos respondentes da pesquisa no presente

trabalho.

75

Os atributos não relacionados ao produto, envolvendo itens como tradição, logotipo, estádio e

entrega do produto receberam, na média, as maiores pontuações por parte dos respondentes.

Esse destaque a atributos intangíveis está de acordo com aquilo que Gladden e Funk (2002)

defendem quanto ao consumo de elementos esportivos ser de cunho emocional e

experimental, não envolvendo benefícios tangíveis.

Em segundo lugar na avaliação dos respondentes encontra-se a dimensão Atitudes, que reuniu

itens como importância, conhecimento e reações afetivas em apenas um fator. Em seguida,

encontram-se os atributos relacionados ao produto com destaque para, também de forma

alinhada ao que se encontra na literatura, o atributo sucesso.

Por fim, a dimensão Benefícios, envolvendo nostalgia, identificação como fã, orgulho local,

escape e aceitação pelo grupo, englobou as menores médias na avaliação dos respondentes da

presente pesquisa. Em contraste com o estudo original de Gladden e Funk (2002), os itens que

buscavam avaliar a aceitação pelo grupo receberam escores indicando que os amigos não são

elementos essenciais para se torcer por determinado time. Cabe destacar que esse foi o único

atributo cujos escores ficaram abaixo do valor central 4; todos os outros atributos, portanto,

foram avaliados de forma positiva pelos respondentes.

Como continuação do trabalho, a análise fatorial, para cada sessão do questionário, permitiu o

agrupamento dos atributos com características comuns em fatores muito semelhantes àqueles

identificados pelo estudo original.

O resultado da análise fatorial para a primeira sessão do questionário revelou os fatores

Técnico, Sucesso, Diretoria e Jogador-estrela. Esses foram os fatores também encontrados por

Gladden e Funk (2002) para os atributos relacionados ao produto.

76

Para a segunda sessão do questionário, a análise fatorial revelou os fatores Logotipo, Entrega

do Produto, Estádio e Tradição. Da mesma forma que para a primeira sessão, esses fatores

foram os mesmos identificados por Gladden e Funk (2002) para os atributos não relacionados

ao produto.

A análise fatorial para a terceira sessão do questionário – Benefícios – identificou quatro dos

cinco fatores apontados pelo estudo original de Gladden e Funk (2002). No presente estudo,

apenas fator Orgulho Local inclui exatamente os mesmos atributos que o estudo original. Por

outro lado, o fator Nostalgia, existente apenas no estudo original, foi incorporado no presente

pelo fator Identificação como fã. Este fator também incorporou um atributo originalmente

identificado como pertencente ao fator Aceitação pelo grupo. Por fim, o fator Escape também

incorporou um atributo originalmente pertencente ao Aceitação pelo grupo. Essas diferenças

podem ser atribuídas ao fato de que essa classificação dos atributos em dimensões não ser

necessariamente rígida, conforme apontado pelos próprios autores.

Por fim, para a quarta sessão do questionário, a análise fatorial agrupou três fatores

originalmente identificados por Gladden e Funk (2002) em apenas um. Por isso, optou-se por

atribuir a ele a identidade da própria sessão como um todo: Atitudes.

Portanto, pode-se afirmar que o objetivo principal foi atingido, pois se identificaram atributos

capazes de gerar brand associations positivos às marcas de clubes de futebol brasileiros.

Além disso, com relação aos objetivos secundários, verificou-se que, com exceção de um,

todos atributos identificados eram significantes e que o agrupamento de variáveis em fatores

foi muito semelhante àquele encontrado no estudo original.

77

Dessa forma, os profissionais de marketing dos times brasileiros podem tomar o presente

estudo como referência para elaborarem estratégias de fortalecimento e geração de valor para

suas marcas com base em atributos que foram identificados como fontes formadoras de brand

equity.

5.2. LIMITAÇÕES DA PESQUISA

A primeira limitação a ser destacada é a revisão de literatura, pois, apesar de todos os meios

disponíveis, a revisão bibliográfica pode ser considerada inesgotável e está sempre sujeita a

descobertas de novas propostas, tornando-se, portanto, impossível contemplar todo o material

existente e sendo provável o desconhecimento de trabalhos relevantes.

Para uma pesquisa quantitativa, é importante ressaltar a limitação ocasionada pelo tipo de

amostra escolhida. A população usada para a coleta de dados não abrange torcedores de todas

as regiões do país e é restrita a um grupo de estudantes ou graduados em Engenharia de

Produção da UFRJ.

Além disso, embora Hair et al. (2005) apontem que, para a análise fatorial, o tamanho da

amostra deva ser maior ou igual a 100, eles também recomendam, como regra geral, que se

tenha cinco vezes mais observações do que o número de variáveis da análise. Em função da

escassez de tempo para a realização do trabalho, essa regra geral não foi seguida.

Também em decorrência do tamanho limitado da amostra, o número de respostas de

indivíduos do gênero feminino foi muito pequeno. Assim, não foi possível analisar neste

78

estudo, conforme sugerido por Gladden e Funk (2002), potenciais diferenças, com relação a

brand associations para clubes de futebol, entre os gêneros feminino e masculino.

A amostragem por conveniência pode ser identificada como outra limitação do estudo. O fato

de não se adotar uma amostragem probabilística impede a generalização dos resultados.

Sendo assim, os resultados podem somente ser atribuídos aos elementos da amostra e não aos

estudantes ou graduados em Engenharia de Produção ou mesmo estudantes de graduação do

Rio de Janeiro, de uma maneira geral. O público que representa a amostra pode ser

considerado como limitado já que é composto de estudantes ou graduados de uma faculdade

federal do Rio de Janeiro. Além disso, como foi observado nos resultados, a maioria da

amostra é composta de homens e jovens, podendo então haver um viés nas avaliações se

considerarmos que pode haver diferenças de percepção dependendo do sexo e da idade dos

respondentes.

A pesquisa foi aplicada exclusivamente no Brasil e especificamente no Rio de Janeiro, em

função da escassez de tempo para a realização do trabalho. Assim, os resultados obtidos são

específicos para a amostra levantada, não podendo ser generalizados para outros países e

culturas.

5.3. SUGESTÕES PARA ESTUDOS FUTUROS

Em função das limitações da pesquisa e dos resultados obtidos, é possível levantar sugestões

para estudos futuros que poderão ampliar a abordagem realizada no presente trabalho.

79

Primeiramente, o estudo poderia ser aplicado em outras cidades ou países, principalmente

para coletar as opiniões de torcedores de outras regiões, considerando diferenças nos aspectos

culturais locais.

Em segundo lugar, seria interessante a adoção de uma amostra probabilística poderia verificar

a consistência dos resultados obtidos, permitindo, assim, a generalização de conclusões.

Além disso, poderiam ser questionadas pessoas pertencentes a outros grupos, como estudantes

de outros cursos de graduação, profissionais e trabalhadores de diversas classes. Desta forma,

poderia ser realizado um estudo comparativo a partir dos resultados obtidos para diferentes

segmentos. Além disso, poderiam ser ressaltadas no estudo potenciais diferenças entre os

gêneros feminino e masculino, o que não foi possível estabelecer no presente estudo por conta

do baixo número de respondentes do sexo feminino.

Por outro lado, o planejamento do estudo poderia ser elaborado de maneira diferente. Por

meio de entrevistas em profundidade, seriam levantados outros atributos que influenciam a

criação de brand associations com relação a times de futebol brasileiros, para que estes

fossem avaliados posteriormente em um questionário a ser aplicado em um público

específico. Parker e Stuart (1997), por exemplo, ressaltaram que dimensões como local de

moradia do indivíduo e time para o qual seus pais torcem são importantes para que ele passe a

torcer por um determinado time. Na verdade, os autores ressaltam que essa ligação é ainda

mais forte entre pais e filhos homens. Logo, essa característica pode ser explorada

futuramente para determinar razões pelas quais se começa a torcer por um time.

80

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85

APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO

Sua relação com o seu time de futebol

Este questionário faz parte de um projeto de pesquisa para o programa de Mestrado em Administração das Faculdades IBMEC-RJ e leva cerca de 15 minutos para ser respondido.

Por favor, se você é formado ou está se formando em Engenharia de Produção na UFRJ e torce para algum time de futebol brasileiro, responda abaixo algumas informações pessoais e sua avaliação quanto às frases relativas a seu time.

É imprescindível que você responda o questionário de forma sincera e criteriosa. Apenas questionários completos e com respostas que efetivamente reflitam as opiniões e percepções do respondente poderão ser considerados na pesquisa.

Ressaltamos que as informações coletadas são confidenciais e que serão utilizadas exclusivamente para fins de pesquisa, sempre de forma agregada e sem identificação dos respondentes.

Por favor, fique a vontade para entrar em contato com a pesquisadora responsável por este trabalho, caso tenha alguma dúvida ou comentários sobre o questionário. Os dados para contato são fornecidos abaixo.

Desde já agradeço sua participação.

Luiza Maciel Mantovaneli Mestrado em Administração Faculdades Ibmec-RJ Av. Pres. Wilson, 118 Rio de Janeiro, RJ – 20030-020 Email: [email protected]

*Obrigatório

Nome*

86

Sexo*

Feminino

Masculino

Idade*

Ano de ingresso na UFRJ*

Time*

Estado (UF) do time*

Não me importa se meu time perder ou ganhar um jogo.*

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

É muito importante que meu time chegue à fase final dos campeonatos disputados por ele.*

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

É importante que meu time participe de campeonatos relevantes.*

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

Meu time não conta com jogadores-estrelas.

*Considere jogadores-estrela como aqueles famosos.

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

Meu time conta com jogadores-estrelas aos quais eu gosto de assistir.

*Considere jogadores-estrela como aqueles famosos.

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

87

Eu gosto do técnico do meu time.*

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

O técnico do meu time é renomado no futebol.*

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

O técnico do meu time faz um excelente trabalho.*

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

A diretoria do meu time se esforça para montar um bom elenco.*

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

A diretoria do meu time faz um bom trabalho gerindo meu time.*

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

A diretoria do meu time toma decisões acertadas quanto a seus jogadores.*

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

Eu gosto das cores do meu time.*

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

Eu gosto do logotipo do meu time.*

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

88

O uniforme principal do meu time é bonito.

*Não considere aqui edições especiais/comemorativas.

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

A arquitetura do estádio em que meu time joga é bonita.

*Devido à Copa do Mundo, alguns estádios estão fechados para obras. Por favor, considere aqui o estádio em que normalmente seu time joga, ignorando essas interdições.

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

O estádio em que meu time joga tem "personalidade".

*Devido à Copa do Mundo, alguns estádios estão fechados para obras. Por favor, considere aqui o estádio em que normalmente seu time joga, ignorando essas interdições.

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

O estádio em que meu time joga torna assistir aos jogos uma atividade ainda mais divertida.

*Devido à Copa do Mundo, alguns estádios estão fechados para obras. Por favor, considere aqui o estádio em que normalmente seu time joga, ignorando essas interdições.

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

Os jogos do meu time são emocionantes.

*Emoção = comoção, agitação, abalo, pertubação, compaixão, ternura.

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

Os jogos do meu time são divertidos.

*Diversão = divertimento, recreio, entretenimento, distração.

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

89

Os jogos do meu time são agradáveis.

*Agradável = aprazível, ameno, deleitoso.

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

Meu time tem um histórico vencedor.*

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

Meu time tem tradição.

*Tradição = via pela qual os fatos são transmitidos de geração em geração.

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

Meu time não tem histórico.*

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

Assistir, ler e falar sobre meu time proporciona uma fuga temporária dos problemas da minha vida.*

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

Assistir, ler e falar sobre meu time me ajudam a esquecer dos meus problemas cotidianos.

*Entenda problemas cotidianos como questões mais simples do que problemas da vida.

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

É importante que meus amigos me vejam como fã do meu time.*

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

90

Meus amigos e minha família me reconhecem como fã do meu time.*

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

Quando alguém expressa admiração pelo meu time, eu me sinto elogiado.*

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

Quando me refiro ao meu time, normalmente uso "Nós" em vez de "Eles".*

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

Eu comecei a torcer pelo meu time por causa dos meus amigos.*

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

É importante torcer para o mesmo time de meus amigos.*

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

Eu torço para o meu time porque meus amigos gostam dele.*

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

Pensar no meu time me traz boas recordações.*

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

Eu tenho boas memórias de torcer para o meu time.*

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

91

Meu time ajuda aos cidadãos de sua cidade a sentirem orgulho de onde eles vivem.*

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

Meu time ajuda a melhorar a imagem da comunidade de sua cidade.*

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Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

Meu time traz prestígio à comunidade de sua cidade.*

1 2 3 4 5 6 7

Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

Eu considero meu time importante para mim.*

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Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

Ser um torcedor do meu time é importante para mim.*

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Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

Comparado a como eu sinto com relação a outros times, meu time é muito importante para mim.*

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Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

Eu tenho muito conhecimento a respeito do meu time.*

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Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

Se eu devesse listar tudo o que eu sei sobre meu time, a lista seria bastante longa.*

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Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

92

Comparado com outros times, eu me considero um especialista do meu time.*

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Concordo Plenamente

Discordo Plenamente

Meus sentimentos quanto a meu time são:

*Atenção à escala.

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Sem sentido Significativos

Meus sentimentos quanto a meu time são:

*Atenção à escala.

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Ruins Bons

Meus sentimentos quanto a meu time são:

*Atenção à escala.

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Sem importância Valiosos

Meus sentimentos quanto a meu time são:

*Atenção à escala.

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Fracos Fortes

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