A RELAÇÃO ENTRE O PI, O PPC E O PLANO DE … · Pedagogia em Foco, Petropólis, 2002. Disponível...
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A RELAÇÃO ENTRE O PI, O
PPC E O PLANO DE ENSINO
NA PERSPECTIVA DO
PLANEJAMENTO E DA GESTÃO
UNIVERSITÁRIA
Sebastião A. R Cerqueira Adão
Atualmente existem três fatores que direcionam a atuação das organizações:
a) Rapidez nas mudanças (Flexibilidade);
b) Envolvimento dos atores;
c) Captação e retenção de clientes.
PREOCUPAÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES
NESTE SÉCULO XXI
Este pensamento não pode ser diferente quando
se análise uma organização universitária.
Mesmo cientes de que nestas organizações os
objetivos são difusos e ambíguos, são
necessários os exercícios cotidianos de
Planejamento e Processo Decisório.
Compreendendo que nestas instituições também
deve ser medido, continuamente, o nível de
desempenho.
No entanto, como acompanhar as mudanças tão
rápidas que acontecem no mercado e ao mesmo
tempo, atender satisfatoriamente os atores envolvidos
no processo organizacional (Alunos e Professores,
Sociedade)?
Como encontrar a melhor forma de gestão em um
ambiente de pluralidade como a universidade?
Presume-se que isso seja um desafio que exija “Um
pensar focado no Planejamento e na elaborações de
planos de ações“.
PLANEJAMENTO, PLANO E PROJETO
O Planejamento analisa os ambientes interno e
externo da organização, identifica mudanças,
busca alcançar o estabelecido pela visão de
futuro e atender as necessidades dos usuários,
tendo ainda, como objetivos, estabelecer os
rumos estratégicos da organização (ASSAF E
SILVA, 1997, p.48).
O Plano deriva do Planejamento, é a formalização
dos objetivos, das metas e das ações a serem
desenvolvidas, sendo necessário a organização
dos recursos para facilitar a realização do que foi
traçado (MAXIMIANO, 2006)
O Projeto é também um documento produto do
planejamento porque nele são registradas as decisões
mais concretas de propostas futuristas. Trata-se de uma
tendência natural e intencional do ser humano. Como o
próprio nome indica, projetar é lançar para a frente,
dando sempre a idéia de mudança, de movimento.
Projeto representa o laço entre o presente e o futuro,
sendo ele a marca da passagem do presente para o futuro
(VEIGA apud BAFFI, 2002, p. 9).
Todo projeto supõe ruptura com o presente e promessas
para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado
confortável para arriscar-se, atravessar um período de
instabilidade e buscar uma estabilidade em função de
promessa que cada projeto contém de estado melhor do
que o presente. Um projeto educativo pode ser tomado
como promessa frente determinadas rupturas. As
promessas tornam visíveis os campos de ação possível,
comprometendo seus atores e autores.(VEIGA apud
BAFFI, 2002, p. 9).
NOTA IMPORTANTE
Chama-se a atenção para o fato de que abordar a noção
projeto da forma como faz BAFFI (2002), aos olhares de
alguns pode parecer uma visão meramente romântica e
pedagógica.
Para os estudiosos da Gestão Universitária os projetos
necessitam andar de mãos dadas com o Planejamento e o
Plano, dando às organizações de ensino superior uma
ideia de Pró-atividade e inquietação.
O PI nasce de um planejamento que, a princípio,
deve ter a participação dos atores envolvidos no
processo, dando à instituição o caráter
participativo.
O Projeto Pedagógico do Curso (PPC) de
graduação expressa os principais parâmetros
para a ação educativa, fundamentando,
juntamente com o Projeto Pedagógico
Institucional (PPI), a gestão acadêmica,
pedagógica e administrativa de cada curso. Ele
está em permanente construção, sendo elaborado,
reelaborado, implementado e avaliado.
As construções do PPI e o PPC são processos de
planejamento participativo, trabalho conjunto de
equipe, com representantes da administração,
corpos docente e discente, ex-alunos,
funcionários e comunidade. A participação na
construção do PPC não pode ser imposta. Porém,
a responsabilidade da participação dos docentes
na construção do Projeto Pedagógico de seu
Curso é implícita.
Em 09 de maio de 2006 o Decreto n.º 5.773
estabeleceu que o Projeto Pedagógico
Institucional (PPI) deve ser um dos vários
componentes do Projeto de Desenvolvimento
Institucional (PDI). Assim, por ser um dos seus
componentes, o PPI teoricamente deve estar
articulado e em sintonia com o PDI e ambos
documentos institucionais estão sintonizados com
as Políticas Nacionais.
Diretrizes e políticas do PDI devem sustentar o PPI que por sua vez devem sustentar a construção do Projeto Pedagógico do Curso (PPC).
A articulação do PDI, PPI e PPC é observada pelo
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), no instrumento de avaliação dos cursos de graduação (MEC-CONAES-INEP/2006) (Portaria n.o 563/2006.
Pressupostos Básicos
Para melhor compreensão das diretrizes propostas, faz-se
necessário enunciar alguns pressupostos básicos, a saber:
Devem integrar os anexos ao PDI, no caso de faculdades ou
credenciamento de IES nova, os seguintes documentos: projetos
de cursos previstos para o primeiro ano de vigência de PDI;
regimento ou estatuto (ou proposta de), conforme a natureza da
instituição e outros documentos relevantes e complementares ao
PDI, que a IES entenda que devam fazer parte do mesmo.
Orientação Geral
O Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI, elaborado para
um período de 5 (cinco) anos, é o documento que identifica a
Instituição de Ensino Superior (IES), no que diz respeito a sua
filosofia de trabalho, à missão a que se propõe, às diretrizes
pedagógicas que orientam suas ações, à sua estrutura
organizacional e às atividades acadêmicas que desenvolve e/ou
que pretende desenvolver.
A elaboração do PDI deverá explicitar o modo pelo qual o
documento foi construído e a interferência que exercerá sobre a
dinâmica da Instituição, tendo como pressuposto o atendimento
ao conjunto de normas vigentes.
É imprescindível, na elaboração do PDI, considerar como
princípios, a clareza e a objetividade do texto, bem como a
coerência, de forma a expressar a adequação entre todos os seus
elementos, e a factibilidade, de forma a demonstrar a
viabilidade do seu cumprimento integral.
I. PERFIL INSTITUCIONAL
II. PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL –
PPI
III. CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO E
DESENVOLVIMENTO DA INSTITUIÇÃO E DOS
CURSOS (PRESENCIAL E A DISTÂNCIA)
Oferta de Cursos
ELEMENTOS DO PDI
IV. PERFIL DO CORPO DOCENTE;
V. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA IES;
VI. POLÍTICAS DE ATENDIMENTO AOS DISCENTES;
VII. INFRA-ESTRUTURA;
VIII. AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DO
DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL;
IX. ASPECTOS FINANCEIROS E ORÇAMENTÁRIOS;
X. ANEXOS.
Por sua vez, o PPC é um documento de orientação acadêmica onde
constam, dentre outros elementos: conhecimentos e saberes
considerados necessários à formação das competências
estabelecidas a partir do perfil do egresso; estrutura e conteúdo
curricular; ementário, bibliografias básica e complementar;
estratégias de ensino; docentes; recursos materiais, serviços
administrativos, serviços de laboratórios e infra-estrutura de apoio
ao pleno funcionamento do curso.
Em termos de Planejamento e perspectiva futura, este documento
baliza o Coordenador a perceber o que se pretende alcançar com
um determinado curso.
ELEMENTOS DO PPC
Objetivos Institucionais
Condições Ambientais
Clareza / Flexibilidade
Racionalidade Predominante
Premissas Presentes no PI, no PPC e que
Necessitam Ser Transportadas Para o Plano
de Ensino
PI - CONTEXTO E NECESSIDADE
As organizações de um modo geral estão
percebendo através de constantes avaliações a
necessidade de agir de modo diferente para
sobreviverem no mundo atual.
Mesmo as organizações de sucesso todo o
tempo buscam novos padrões de
comportamento com o objetivo de melhoria, senão, de consolidação e garantia de sua
posição no ramo de atuação ao qual pertencem.
Logo, um padrão de qualidade está sendo
requisitado também das instituições de ensino
superior, em que para atender aos anseios da
sociedade as universidades necessitam
identificar elementos que as diferenciem umas
das outras.
Bem como, entender a Gestão Universitária
traduz-se na condição fundamental para o
sucesso deste tipo de organização que lida com
profissionais diferenciados e que tem um
produto de difícil mensuração em termos de
qualidade.
NOTA IMPORTANTE
Na gestão universitária os atores responsáveis pelas decisões
necessitam ter o cuidado no momento do planejamento e perceber
que o produto que passa pela linha de montagem muitas vezes se
confunde com o seu cliente. Daí a necessidade de objetivos e metas
bem estabelecidos.
Linha de montagem aqui não deve ter conotação pejorativa, deve
sim ser um conceito atrelado ao fato de que na organização
universitária uma matéria prima é transformada em produto
acabado e este, uma vez tendo qualidade “desejada”, deve ser
imediatamente aceito pelo mercado de trabalho.
PI – PPC – Plano de Ensino devem estar afinados para que se
obtenha este padrão de “qualidade desejada”.
Plano é um documento utilizado para o registro
de decisões do tipo: o que se pensa fazer, como
fazer, quando fazer, com que fazer, com quem
fazer. Para existir plano é necessária a discussão
sobre fins e objetivos, culminando com a
definição dos mesmos, pois somente desse
modo é que se pode responder as questões
indicadas acima (BAFFI, 2002).
AS RELAÇÕES ENTRE PI – PPC E O
PLANO DE ENSINO
Plano deve ser um produto do planejamento.
Plano é um guia e tem a função de orientar a
prática, partindo da própria prática e, portanto,
não pode ser um documento rígido e absoluto.
Ele é a formalização dos diferentes momentos
do processo de planejar que, por sua vez,
envolve desafios e contradições (FUSARI apud
BAFFI, 2002, 06).
Plano de Ensino "é o plano de disciplinas, de
unidades e experiências propostas pela
instituição, professores, alunos ou pela
comunidade". Situa-se no nível bem mais
específico e concreto em relação aos outros
planos, pois define e operacionaliza toda a ação
escolar existente no plano curricular da escola.
(SANT'ANNA apud BAFFI, 2003, p. 08).
PREOCUPAÇÕES DA COORDENAÇÃO DE CURSO – NDE –
COMISSÃO DE CURSO
“OS GRANDES QUESTIONAMENTOS”
COMO OS PROFESSORES DOS CURSOS DA UNIPAMPA TÊM
SE ESTRUTURADO PARA PENSAR O SEU PLANO DE
ENSINO?
QUAIS ELEMENTOS OU AÇÕES SÃO NECESSÁRIAS PARA
QUE NO ÂMBITO DE CADA CURSO SEJAM DISCUTIDOS O
PI, O PPC E SÓ APARTIR DISSO A ELEBORAÇÃO DO PLANO
DE ENSINO?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSAF NETO, Alexandre; SILVA, César Augusto Tibúrcio. Administração do Capital de Giro. São Paulo:
Atlas, 1997.
BAFFI, Maria Adelia Teixeira. O planejamento em educação: revisando conceitos para mudar concepções e
práticas. In.: BELLO, José Luiz de Paiva. Pedagogia em Foco, Petropólis, 2002. Disponível em:
<http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/fundam02.htm>. Acesso em: dia mes ano.
LEITE, Denise e BORDAS, Merion Campos. Avaliação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul:
qualidade da diferença e a diferença da qualidade. In: Educación Superior e Sociedad, v. 5, n 1. Buenos Aires,
1994.
MAXIMIANO, Antônio César Amaru. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução
digital. São Paulo: Atlas, 2007.
RISTOFF, Dilvo Ilvo. Universidade em foco: reflexões sobre a educação superior. Florianópolis: Insular,
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ROBBINS, E. P. O processo administrativo: integrando teoria e prática. São Paulo: EDUSP, 1991.
LEITE, Denise e BORDAS, Merion Campos. Avaliação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul: qualidade da diferença e a diferen