O valor artístico-cultural do bordado de Caicó/RN e sua relação com ...
A RELEVÂNCIA DE UM CONTROLE INTERNO NO CONTEXTO … · que precisei permanecer em Caicó, sempre...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ - CERES
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E APLICADAS - DCEA
CAMPUS DE CAICÓ
Talita Maria de Araújo
A RELEVÂNCIA DE UM CONTROLE INTERNO NO CONTEXTO
EMPRESARIAL
Orientador (a):
Profa. Msc. Izabel de Medeiros Coelho
Caicó/RN
2015
Talita Maria de Araújo
A RELEVÂNCIA DE UM CONTROLE INTERNO NO CONTEXTO
EMPRESARIAL
Monografia apresentado ao Departamento de
Ciências Exatas e Aplicadas do Centro de Ensino
Superior do Seridó, da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, como exigência parcial para
obtenção do grau de Bacharel em Ciências
Contábeis.
Orientador (a): Profa. Msc. Izabel de Medeiros Coelho
Caicó/RN
2015
Talita Maria de Araújo
A RELEVÂNCIA DE UM CONTROLE INTERNO NO CONTEXTO
EMPRESARIAL
Monografia apresentada ao Departamento de Ciências Exatas e Aplicadas do Centro de
Ensino Superior do Seridó, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como
exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis.
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________
Prof.ª Msc. Izabel de Medeiros Coelho - UFRN/CERES
Orientador
_______________________________________________________
Examinador(a) 1
________________________________________________________
Examinador(a) 2
Dedico este trabalho
à Francisca Pinheiro da Silva Araújo
(minha mãe), que não entenderia a
sofisticada linguagem aqui usada,
mas que soube, como ninguém,
desempenhar a grande tarefa das mães:
amar, cuidar, criar e depois guardar a memória.
AGRADECIMENTOS
Um trabalho de pesquisa é solitário, porque se trata de um percurso que traz uma
marca própria. Ao mesmo tempo, só é possível elaborá-lo com a ajuda de pessoas.
Por isso, não posso me furtar ao dever de agradecer a todos aqueles que
contribuíram, direta ou indiretamente, para que chegasse até aqui, ajudando a tirar a
pedra do meio do caminho e que são a síntese perfeita deste momento maior.
Não foi fácil! Agradecer é dever, obrigação, porque a gratidão é a mais bela
atitude do coração humano.
Na impossibilidade de citar todos os nomes, que formariam um acróstico
epigrafado no meu coração, permito-me destacar:
Deus, Artífice Maior de todo o conhecimento. Sem Ele, nada!
A minha Professora Mestra Izabel de Medeiros Coelho, pela proficiente
orientação e disponibilidade quando solicitada;
Aproveito, também, para agradecer aos colegas que me acolheram nos dias em
que precisei permanecer em Caicó, sempre com um grande carinho, que se tornará um
afeto para o resto da vida;
Ao meu namorado e grande amigo Joseilson de Medeiros Morais por todo o
companheirismo e paciência durante todo esse percurso;
A minha mãe e ao meu pai por lutarem sempre comigo e direcionar cada sonho à
realização dos meus;
Ao meu tio, Antônio de Lisboa Araújo, minha inspiração, pela luta diária,
incentivando-me a querer o melhor e sempre acreditado que sou capaz;
Aos meus irmãos, pelo companheirismo e amor, pois juntos lutamos sempre por
um futuro melhor para nossa família; e as minhas sobrinhas, Maria Eloah, Maria Helena
e Maria Eduarda, por tornarem os meus dias mais felizes.
Recebam todos, igualmente distribuída, a profundidade dos reconhecimentos
plenos, na certeza de que nossos sonhos renascerão na perseverança e obstinação em
ajudar.
“Sonhar é puro deleite,
aguardar que se realize
é a vida real.”
(Antônio)
Resumo
O presente trabalho tem como tema a relevância de um controle interno no contexto
empresarial, tendo como objetivo identificar as contribuições da utilização desse
controle dentro de uma empresa na área de fabricação de sorvetes e como essa
contribuição poderá ajudar nas tomadas de decisões. A metodologia utilizada foi um
estudo de caso que teve como intuito a investigação do controle interno dentro das
atividades da empresa e assim ter embasamento e comprovar a relevância deste. Tem-se
verificado, desde algum tempo, um número crescente de estudos voltados para a
relevância de um controle interno no contexto empresarial. Este estudo visou a
demonstrar tal relevância numa empresa de pequeno porte, no ramo de sorvetes, e tentar
mostrar sua importância na tomada de decisão para os gestores. Este trabalho tem como
objetivo tecer algumas considerações sobre o tema, comparando o que foi visto na
leitura dos textos escolhidos e a opinião do universo pesquisado. A construção teórica
possibilitou enfatizar a visão do empresário e dos funcionários ouvidos. Para isso, foi
realizada uma revisão da literatura pertinente, abrangendo artigos sequenciados que
pudessem retratar, de alguma maneira, como os entrevistados introjetam o tema
abordado. Com isso os objetivos foram alcançados, uma vez que trouxe respostas e
provas de que o controle interno é essencial dentro de uma empresa que almeja crescer e
se manter no mercado.
Palavras-chave: Controle interno; relevância; empresa.
ABSTRACT
This work has as its theme the importance of an internal control in the business
environment, aiming to identify the contributions of using this control within a business
in ice cream manufacturing area and how this contribution can help in decision making.
The methodology used was a case study which was intended to investigate the internal
control within the company's activities and thus have basis and prove the relevance of
this. It has been verified, for some time now, a growing up number of studies focused
on the relevance of an internal control in a business context, this study aimed to
demonstrate this relevance in a small enterprize, in ice cream industry, and try to show
its importance in making decisions for managers. This work aims to make some
considerations about the theme, comparing what was seen in reading of the tchosen
texts and the opinion of the universe researched. The theoretical construction enabled to
emphasize the vision of the businessman and the listened employees. For this, was
realized a review of the relevant literature, covering sequenced articles who could
represent, in some way, how the respondents absorve the approached theme. With that
objectives were achieved, since it brought answers and evidence that internal control is
essential in a company that wants to keep growing and to remain on the market.
Keywords: Internal control; relevance; company.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Tabela 01- Controles Contábeis .............................................................................................. 27
Tabela 02- Controles Administrativos ..................................................................................... 28
Gráfico 01- Conhecimento sobre controle interno .................................................................. 40
Gráfico 02 - Existência de controle interno na empresa .......................................................... 41
Gráfico 03 - Departamento de compras ................................................................................... 43
Gráfico 04 - Departamento de vendas ..................................................................................... 43
Gráfico 05 - Departamento de estoque .................................................................................... 44
Gráfico 06 - Departamento Financeiro .................................................................................... 45
Gráfico 07 - Supervisão das atividades ................................................................................... 46
Gráfico 08 - Importância do acompanhamento das tomadas de decisões ............................... 47
Gráfico 09 - Prevenção de erros e fraudes na empresa............................................................ 48
Gráfico 10 - Controle sobre os departamentos ........................................................................ 49
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AICPA Comitê de Procedimentos de Auditoria do Instituto Americano de
Contadores Públicos Certificados
EPP Empresa de Pequeno Porte
ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços
Ltda Sociedade Limitada
NBC Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SESI Serviço Social da Indústria
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 13
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMÁTICA DO TEMA .......................................... 13
1.2 JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 14
1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA DA PESQUISA ................................................................ 15
1.3.1 Geral ............................................................................................................................... 15
1.3.2 Específicos ...................................................................................................................... 15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................... 16
2.1 CONTABILIDADE .......................................................................................................... 16
2.2 CONTABILIDADE ATUAL ............................................................................................ 17
2.3 CONTROLE INTERNO ................................................................................................... 18
2.4 DIFERENÇAS ENTRE CONTROLE INTERNO E AUDITORIA INTERNA .............. 21
2.5 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DOS CONTROLES CONTÁBEIS ............................ 21
2.5.1 Responsabilidade ............................................................................................................ 22
2.5.2 Rotinas internas .............................................................................................................. 23
2.5.3 Acessos aos ativos .......................................................................................................... 23
2.5.4 Segregação de funções.................................................................................................... 24
2.5.5 Confrontos dos ativos com os registros .......................................................................... 25
2.5.6 Amarrações dos sistemas ................................................................................................ 25
2.5.7 Auditoria interna ............................................................................................................. 26
2.5.8 Custos do Controle x Benefícios .................................................................................... 26
2.6 CARACTERÍSTICAS DE UM SISTEMA DE CONTROLE INTERNO ........................ 27
2.7 OBJETIVOS DO CONTROLE INTERNO ...................................................................... 29
2.7.1 Salvaguardar os interesses da empresa ........................................................................... 29
2.7.2 Ter precisão e Confiabilidade nos informes e Relatórios Contábeis, Financeiros e
Operacionais ............................................................................................................................ 30
2.7.3 Estimular a eficiência operacional .................................................................................. 31
2.7.4 Aderir às políticas existentes .......................................................................................... 32
2.8 CONTROLE E FUNCIONAMENTO DOS DEPARTAMENTOS ................................. 33
2.8.1 Departamento de compras .............................................................................................. 33
2.8.2 Departamento de vendas ................................................................................................. 34
2.8.3 Departamento de estoques .............................................................................................. 34
2.8.4 Departamento financeiro ................................................................................................ 35
2.9 FRAUDES OU DESFALQUES ........................................................................................ 35
3 METODOLOGIA ............................................................................................................... 37
3.1 ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA DA PESQUISA ................................... 37
3.2 O CONTEXTO DA PESQUISA: ESPAÇO E SUJEITOS DA INVESTIGAÇÃO ......... 37
3.3 INSTRUMENTOS DE COLETA E SELEÇÃO DOS DADOS ....................................... 38
3.4 PROCEDIMENTO DE ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ...................... 38
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ........................................................... 39
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 51
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 53
APÊNDICES .......................................................................................................................... 55
13
1 INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMÁTICA DO TEMA
Segundo Gomes (2013, p.1) "as empresas vêm enfrentando uma série de
dificuldades no que concerne a sua sobrevivência, num mercado cada vez mais
competitivo e em constante alteração, um exemplo disto é a globalização e a rápida
mudança das tecnologias de informação".
Em relação a esta pontuação feita por ele, percebemos a necessidade que a
gestão tem por decisões rápidas e eficientes, no que diz respeito à gestão de recursos,
com o propósito de se alcançar os melhores resultados.
Attie (2010, p.151) afirma que “para que se verifique a importância do controle,
é oportuno analisar o crescimento e diversificação de uma empresa”. Dessa forma,
segundo o autor comenta é a partir da estrutura organizacional mostrada pela empresa
que se consegue entender e absorver qual a relevância trazida pelo controle, seus
benefícios, e consequentemente, seu crescimento diante do mercado em que atua.
Assim, percebe-se que quanto maior a entidade mais complexa se torna sua estrutura
organizacional, e mais formas de controle se deve utilizar para conseguir adquirir
retornos positivos. Assim sendo, Attie (2010, p.151) chega à conclusão de que “toda
empresa possui controles internos. A diferença básica é que estes podem ser adequados
ou não. A classificação pode ser dada analisando-se a eficiência dos fluxos de operações
e informações e os seus custos/benefícios”.
O autor retrata que as empresas possuem controles internos, porém os mesmos
nem sempre trarão benefícios, e assim terão que utilizarem os controles viáveis para o
de que realmente a empresa necessita, ou seja, àqueles controles que tragam o retorno
planejado, controles que gerem as informações para melhorar as decisões a serem
tomadas.
Os autores mostram que as empresas necessitam de controles, pois com a
complexidade em que as organizações se encontram, os administradores e gestores não
conseguirão jamais acompanhar tudo que se passa dentro da empresa, não serão capazes
de sozinhos darem conta desta missão difícil e cheia de problemas que sempre surgem e
assim precisam de meios que possam dar tal suporte e, assim, eles colherão tudo que for
constatado pelos controles utilizados.
14
A relevância de um controle interno quando inserido no contexto empresarial é o
tema central desta pesquisa, que irá se desenvolver em cima de pontos que demonstrem
se existe relevância nessa atividade e, se houver, em que área ela se dá.
Tomando como base o pressuposto, extraído da literatura, de que o Controle
Interno é um instrumento que auxilia nos negócios da organização, surgiu o interesse de
fazer um estudo de caso em uma empresa do ramo de sorvetes; tendo em vista o cenário
competitivo em que o mercado se encontra, surge o interesse de descobrir como atua
para manter um forte crescimento e o destaque em que se encontra. Isto posto,
apresenta-se o seguinte questionamento: Qual a contribuição do controle interno numa
empresa do ramo de sorvetes do município de Caicó/RN?
1.2 JUSTIFICATIVA
Em meio às dificuldades em que se encontra o cenário empresarial, surge sempre
a necessidade de se descobrir métodos científicos que auxiliem à administração; eis que
aparece o controle interno como uma forma de chegar a suprir esta necessidade, e esta
pesquisa se justifica nesse contexto, o de descobrir se realmente o controle interno é
uma ferramenta relevante e fundamental como tanto se fala e discute.
Esta pesquisa será realizada inicialmente pela busca de uma melhor
compreensão a respeito da importância dos instrumentos de controle interno para a
gestão.
Como existe a necessidade de aumentar o poder de concorrência, e assim se
busque o constante aperfeiçoamento da gestão empresarial, surge a necessidade de se ter
em mãos informações confiáveis e de boa qualidade, e com isso o controle interno
poderá contribuir se for aplicado corretamente.
Vale salientar que esta pesquisa tenta mostrar a relevância do controle interno
devido a grandes problemas que as empresas vêm enfrentando, quanto a isso o autor
Pereira (p.2) enfatiza:
O enfoque que a imprensa vem dando ao controle interno é,
predominantemente, vinculado a atos fraudulentos. Escândalos, lobbies,
propinas e manipulações de demonstrativos financeiros são exemplos que
têm sido apresentados como resultado da negligência generalizada com os
controles empresariais.
15
Devido a tais impasses, surge o interesse de tentar mostrar a relevância do
controle interno e através deste estudo mostrarmos quais os impactos que ele pode
trazer para as organizações.
1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA
1.3.1 Geral
Identificar a contribuição do controle interno numa empresa do ramo de sorvetes
do município de Caicó/RN.
1.3.2 Específicos
Evidenciar se o controle interno apresentará benefícios para a empresa e quais
são eles;
Indicar a precisão e a confiabilidade dos informes e relatórios contábeis,
financeiros e operacionais para que o Controle Interno seja bem sucedido;
Identificar se a qualificação do pessoal da empresa é fundamental, para um
melhor êxito do Controle Interno;
Analisar o vínculo existente entre controle interno e gestão empresarial.
16
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 CONTABILIDADE
Muitos estudiosos descrevem que a história da Contabilidade se deu em tempos
remotos, no início das civilizações e foram os primeiros seres humanos que criaram a
contabilidade e foi da necessidade desses povos que ela nasceu.
Para Sá (1997, p. 15) “A contabilidade nasceu com a civilização e jamais deixará
de existir em decorrência dela; talvez, por isso, seus progressos quase sempre tenham
coincidido com aqueles que caracterizaram os da própria evolução do ser humano.”.
Dessa forma a contabilidade veio passando por várias fases até chegar aos dias
atuais e assim acompanhar a evolução da sociedade. As fases iam surgindo com os
acontecimentos das sociedades, de acordo com o desenvolvimento de cada época. Com
isso, ela foi surgindo da necessidade que o ser humano possuía em desenvolver seus
projetos e esteve sempre presente com a expansão comercial.
Conhecer a história da contabilidade não é só importante para tentar entender o
futuro da mesma, mas também para resgatar a história das escolas doutrinárias, os
pensadores e os diversos raciocínios do pensamento contábil e assim ter uma melhor
compreensão do seu futuro.
Não podemos esquecer que a contabilidade dos nossos dias é uma grande
contribuição e herança dos profissionais e, principalmente, dos usuários que desde o
início, nas mais rudimentares possibilidades de contabilizar, já utilizavam a mesma.
Dentre a evolução da contabilidade até os dias atuais existiram momentos que
marcaram tais períodos e muitos autores a dividem em quatro períodos: a Contabilidade
do Mundo Antigo, a Contabilidade do Mundo Medieval (ou da Sistematização), a
Contabilidade do Mundo Moderno (ou da Literatura) e a Contabilidade do Mundo
Contemporâneo (ou da Era Científica ou ainda Contabilidade Atual) que se segue até os
dias atuais. Isto posto, mostraremos apenas a que se faz relevante para nosso estudo, a
contabilidade atual.
17
2.2 CONTABILIDADE ATUAL
A contabilidade surgiu da necessidade do ser humano em contar suas riquezas
ou pelos menos, ter conhecimento do que se possuía, e como não havia números, no
início, ficava difícil se chegar a uma certeza. E cada vez mais o homem foi se
envolvendo com a contabilidade, suas riquezas crescendo e assim aumentando a
necessidade de contar aquilo que se acumulava, porém a partir de 1840, segundo Beuren
(2006, p. 25)
Uma nova fase da história da Contabilidade teve início, a Contabilidade do
Mundo Contemporâneo. Atrelada aos acontecimentos desse momento, em
que a ciência representava o papel de legitimadora não apenas dos eventos
físicos e da natureza, mas também das relações sociais, dos aspectos
políticos, religiosos e culturais, a Contabilidade passou a ser enfocada pelos
teóricos sob a perspectiva de uma ciência.
Com essas ideias começaram a surgir muitas escolas de pensamento contábil,
onde cada uma possuía suas particularidades, suas teorias e práticas contábeis.
Entretanto, todas partiam do mesmo caminho, em que o registro é apenas a memória de
um fato e este ainda teria muito que ser aprofundado para se tentar chegar ao mesmo
entendimento.
A contabilidade está inserida em um contexto dinâmico e não conseguirá se
tornar uma amplitude delimitada, de forma a ser modificada sempre que necessário,
tornando-se indispensável a partir do momento que nos informa o patrimônio. Sob tal
prisma, vem cumprindo esse papel desde sua origem, tornando-se um aliado para o
proprietário, que se utiliza dela para garantir as informações que a mesma produz. E
com a evolução da sociedade, foi tornando-se mais complexa para que acompanhasse as
tecnologias que surgiam.
Com a fusão entre conhecimento, tecnologia e gestão, variados produtos
financeiros e de serviços, compondo alguns meios de gerar riquezas, na qual se cria o
patrimônio - outro nome para riqueza, valor - a contabilidade acompanha toda essa
evolução e ganha papel de destaque nesse cenário e se torna parâmetro para outras
áreas, como economia, administração, finanças, entre outras.
Gimenez (2011, p. 2) conceitua:
18
A contabilidade gera informações sobre os vários aspectos componentes e
geradores de riqueza: aspectos sociais, ambientais e trabalhistas. Informa o
valor gerado em suas várias atividades e sua distribuição, constituindo uma
linguagem altamente sofisticada, porém simples e de fácil entendimento,
capaz de reduzir as incertezas que cercam toda tomada de decisão num
ambiente de negócios complexo e hiper competitivo como o atual.
Dessa forma, a contabilidade torna-se muito importante para os empresários,
pois as informações geradas servirão para serem utilizadas de diversas formas dentro da
empresa, evidenciando cada atividade gerada dentro dos departamentos e contribuindo
para o processo de tomada de decisão dos gestores.
Gimenez (2011, p. 2) nos faz compreender que as “ciências nos ajudam a
entender o mundo. Ciências contábeis nos auxiliam na compreensão do patrimônio, na
evolução da riqueza das entidades”.
Iudícibus (2000, p. 20) estabelece como finalidade da contabilidade “prover os
usuários dos demonstrativos financeiros com informações que os ajudarão a tomar
decisões”. Onde essas informações geradas deverão ser úteis para assumir o papel que
desempenham.
Como é bastante citada, a contabilidade tem como objeto o patrimônio da
entidade, ou seja, ela trabalha para estabelecer informações sobre as variações e
aspectos qualitativos e quantitativos, buscando sempre acompanhar a evolução para que
possa entender e prever seu comportamento no mercado de trabalho e no âmbito interno
da empresa também.
Sob esta ótica, a contabilidade surgiu como uma forma de pôr ordem na
economia, e com a desta, foi se modificando e se adequando ao cenário empresarial e se
tornando a base para qualquer negócio.
2.3 CONTROLE INTERNO
A palavra controle possui uma semântica muito rica, mas não se tornam
diferentes, de certa forma, explicam as especificidades; por isso, muitos autores
conceituam de acordo com suas formas.
Segundo Chiavenato (2000, p.345) existem três significados mais comuns:
19
Controle como função restritiva e coercitiva. Utilizado no sentido de
coibir ou limitar certos tipos de desvios indesejáveis ou de comportamentos
não aceitos. Neste sentido, o controle apresenta um caráter negativo e
limitativo, sendo muitas vezes interpretado como coerção, delimitação,
inibição e manipulação. É o chamado controle social aplicado nas
organizações e na sociedade para inibir o individualismo e a liberdade das
pessoas.
Controle como um sistema automático de regulação. Utilizado para
manter automaticamente um grau constante de fluxo ou funcionamento de
um sistema, como o controle automático de refinarias de petróleo, indústrias
químicas de processamento contínuo e automático. O controle detecta
desvios e proporciona automaticamente ação corretiva para voltar à
normalidade. Quando algo está sob controle significa, que está dentro do
normal.
Controle como função administrativa. É o controle como parte do
processo administrativo, como o planejamento, a organização e a direção.
Muitos autores falam sobre o tema controles internos, pois pelo fato de eles
terem conceitos amplos, chegam cada um às suas considerações particulares, mas não
há uma diferença considerável e dando grande importância às diversas formas de
controles existentes. Assim, este estudo tenta dar explicações que mostrem a real
importância do controle interno.
Como descreve Jund (2006, p. 439) “o principal meio de controle de que dispõe
a administração de uma empresa, do ponto de vista financeiro, é a Contabilidade”.
Nos dias de hoje, em muitos países, a Educação volta-se para ambientes
capitalistas e de investimentos efetivos e dessa forma o sentido de controle encontra-se
mais vivo do que nunca, tendo um campo de abordagem maior.
Attie (2010, p.148) torna relevante essa afirmação, pois explica que “de uma
forma cada vez mais crescente, começamos a dar a devida importância aos métodos
científicos de administração, embora seja praticamente desconhecida uma acepção clara
de controle interno”.
Em meio às dificuldades encontradas pelos empresários, eles começam a dar um
valor maior aos métodos científicos de administração para garantir meios que auxiliem
em seus negócios e dessa forma vêem nos controles um motivo para confiar naquilo que
eles podem oferecer.
O Comitê de Procedimentos de Auditoria do Instituto Americano de Contadores
Públicos Certificados (AICPA) Estados Unidos, afirma:
O controle interno compreende o plano de organização e o conjunto
coordenado dos métodos e medidas, adotados pela empresa, para proteger seu
20
patrimônio, verificar a exatidão e a fidedignidade de seus dados contábeis,
promover a eficiência operacional e encorajar a adesão à política traçada pela
administração.
Nesta perspectiva, o controle vai além do que se refere à contabilidade e às
finanças de uma organização. O controle interno tem significados em sentido amplo,
pois em seus conceitos refere-se ao controle como sendo um instrumento para averiguar
todos os procedimentos efetuados dentro da organização.
Attie (2010, p.149) comenta que o controle interno “inclui uma série de
procedimentos bem definidos que, conjugados de forma adequada, asseguram a fluidez
e a organização necessárias para a obtenção de algo palpável”.
Mostrando que este controle existe para assegurar que o patrimônio da empresa,
a parte palpável, seja guardado de forma a serem resguardados todos os seus direitos
para que o mesmo se perpetue.
Ribeiro (2013, p.110) explica:
Controle interno é o processo planejado, implementado e mantido pelos
responsáveis da governança, administração e outros funcionários para
fornecer segurança razoável quanto à realização dos objetivos da entidade no
que se refere à confiabilidade dos relatórios financeiros, efetividade e
eficiência das operações e conformidade com leis e regulamentos aplicáveis.
Jund (2006, p. 381) preceitua sobre controles internos afirmando:
Entendemos como todos os instrumentos da organização destinados à
vigilância, fiscalização e verificação administrativa, que permitam prever,
observar, dirigir ou governar os acontecimentos que verificamos dentro da
empresa e que produzam reflexos em seu patrimônio.
O mercado de trabalho dos dias atuais, não muito diferente do de algumas
décadas atrás, torna-se cada dia mais competitivo e precisamos de instrumentos que nos
auxiliem na hora de resolver qualquer problema que possa culminar com alguma perda
para a empresa, e assim surge a necessidade de criar mecanismos que sirvam de
controle para monitorar cada departamento da organização.
Neste contexto, fica claro que mesmo que se utilize um bom controle interno, é
preciso que haja um monitoramento para que se possa ter eficiência no que se gera, pois
a maioria dos empresários utiliza os controles sem dar a grande importância que eles
possuem e, como os mesmos almejam que seus negócios sempre tenham continuidade,
21
faz-se necessária a utilização de mecanismos que garantam a segurança de toda
administração.
2.4 DIFERENÇA ENTRE CONTROLE INTERNO E AUDITORIA INTERNA
Faz-se necessário esclarecer as diferenças entre controle interno e auditoria
interna. Em alguns momentos, os dois institutos podem ter funções próprias, mas o
controle é um meio de auxilio para o trabalho da auditoria que, por sua vez, utiliza-se
dos registros gerados pelos controles para elaborar seus relatórios.
Attie (2010, p.148) comenta esta diferença da seguinte forma:
Às vezes, imagina-se ser o controle interno sinônimo de auditoria interna. É
uma ideia totalmente equivocada, pois a auditoria interna equivale a um
trabalho organizado de revisão e apreciação dos controles internos,
normalmente executados por um departamento especializado, ao passo que o
controle interno se refere a procedimentos de organização adotados como
planos permanentes da empresa.
A auditoria interna é um trabalho de avaliação dos controles internos, ela revisa
e aprecia os trabalhos realizados nos departamentos, a partir dos controles internos, em
que estes são procedimentos utilizados pelas empresas para se tentar alcançar os
objetivos planejados.
A auditoria e pouco antes dela, o controle interno vem sendo usado como forma
de combater ou mesmo prevenir os acontecimentos de fraudes ou desfalques, usando
procedimentos para auxiliar em tal prevenção de forma a coibir qualquer suspeita que
possa desestruturar a empresa.
2.5 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DOS CONTROLES CONTÁBEIS
As empresas devem ser responsáveis por administrar o sistema de controle
interno do seu estabelecimento, devendo fazer a verificação de como está sendo
utilizado, se os funcionários estão seguindo o mesmo, se necessitam de modificações
para adaptá-lo às novas circunstâncias e torná-lo cada vez mais acessível às
necessidades da entidade.
22
Crepaldi (2013, p. 474) refere que “se pode entender a importância do controle
interno a partir do momento em que se verifica que através dele se garante continuidade
do fluxo de operações com as quais convivem as empresas”.
Isto posto, é importante reconhecer que se a contabilidade não estiver apoiada
em um eficiente controle interno, torna-se, até certo ponto, inútil, não sendo possível
confiar nas informações geradas por seus relatórios.
Jung (2006, p. 387) enfatiza:
Os sistemas de controle envolvem uma imensa gama de informações e
procedimentos. Sendo assim, não podemos definir um modelo padrão de
controle, tal como um manual que pudesse ser seguido e implantado em
qualquer empresa certamente encontraria dificuldades na sua execução,
devido aos detalhes específicos que são inerentes a cada empresa, de acordo
com o ramo de atividade que atua, porém, alguns critérios e princípios
mínimos básicos devem ser observados, no momento da implementação de
um adequado sistema de controles internos.
Partindo dessa opinião, confirma-se a necessidade de se estudar qual melhor
controle a ser implantado pela empresa, tendo em vista o fato de que cada uma possui
suas particularidades e especificidades. Com isso, Almeida (2008, p. 64) apresenta
alguns princípios que nortearam na escolha do controle a ser escolhido.
2.5.1 Responsabilidade
Crepaldi (2013, p. 475) define a responsabilidade como “as atribuições dos
funcionários ou setores internos da empresa e devem ser claramente definidas e
limitadas, de preferência por escrito, mediante o estabelecimento de manuais internos de
organização”.
No princípio da responsabilidade, é importante que se observe que todos os
procedimentos de controles sejam executados e assim detectados erros e irregularidades
para descobrir possíveis problemas, por eventuais omissões, na realização das
transações da empresa. Seguindo esses meios de controle, podem ser evitados muitos
problemas dentro da empresa.
Segundo Almeida (2008, p. 64) existem “tarefas internas de controle, para as
quais precisam ser definidos os empregados responsáveis” como: aprovação de
aquisição de bens e serviços; execução do processo de aquisição (cotação de preços,
23
seleção do fornecedor e formalização da compra); certificação do recebimento de bens
ou prestação dos serviços.
Esses procedimentos de responsabilidades são muito importantes dentro da
empresa, pois determinam para cada funcionário o que faz parte de suas funções,
incluindo suas responsabilidades. Um meio muito utilizado para dar suporte a esse
princípio são os organogramas que determinam as responsabilidades e autoridades de
cada funcionário definidas por toda linha hierárquica.
Um exemplo que explica com clareza esse princípio é a utilização de
organogramas pela empresa, onde ficam bem especificado as funções e atividades de
cada funcionário, mostrando assim que não se deve confundir as responsabilidades
dedicadas a cada função.
2.5.2 Rotinas Internas
As rotinas internas seriam formulários de organização de atividades internas e
externas utilizados pela empresa, de forma que esses fatos fiquem registrados. Alguns
exemplos desses formulários são citados por Almeida (2008, p. 65):
Requisição de aquisição de material ou serviços; formulários de cotação de
preços (para solicitar preços aos fornecedores); mapa de licitação (para
selecionar o fornecedor que ofereceu as melhores condições comerciais);
ordem de compra (para formalizar a compra junto ao fornecedor); aviso de
recebimento de material (evidência do recebimento de bens comprados);
mapa de controle de programação financeira; fichas de lançamento contábil;
boletim de fundo fixo (para fins de prestação de contas dos valores pagos
através do caixa); [...]
Seriam as rotinas adotadas pela empresa como forma de organização, em que
esta precisa ficar registrada para possíveis consultas, ou mesmo para que se possa ter
certeza daquela atividade desenvolvida como prova do fato.
2.5.3 Acessos aos ativos
Como é referido por Almeida (2008, p. 65) “a empresa deve limitar o acesso dos
funcionários a seus ativos e estabelecer controles físicos sobre esses”. É importante
destacar que existem acessos aos ativos de forma física, que seriam diretamente com os
mesmos, e por meio dos documentos que autorizam sua movimentação de forma
24
indireta. Dessa forma, qualquer contato pode comprometer os ativos e assim deve haver
bons controles para evitar problemas.
O acesso aos ativos segundo Crepaldi (2013, p. 477) representa:
Manuseio de numerário recebido antes de ser depositado em conta corrente
bancária; emissão de cheque sozinho (única assinatura); manuseio de cheques
assinados; manuseio de envelopes com dinheiro de salários; custódia de
ativos (dinheiro em caixa, cautelas de títulos, estoques, imobilizado, etc.).
Torna-se relevante essa limitação de contato com os ativos da empresa, seja
físico ou através dos registros e ainda de documentos, pois muitas vezes as pessoas que
têm acesso aos ativos se apropriam deles indevidamente, seja de forma permanente ou
não, provocando desfalques dentro da empresa e muitas vezes fica difícil descobrir tais
atos. Com isso, é importante que se limite o acesso de qualquer um a esses
departamentos e que sejam utilizados bons controles sobre eles.
2.5.4 Segregação de funções
É muito importante para o empresário que seu patrimônio, ou seja, seus
interesses sejam salvaguardados com muita cautela, melhor dizendo, minimizando ao
máximo as perdas e riscos, posto que, apesar de todo o controle utilizado, ainda podem
ocorrer, mas os danos serão bem menores e fáceis de serem reparados. Com isso, entra
em cena um princípio muito importante, a segregação de funções que, segundo Attie
(2010, p. 155) “estabelece a independência para as funções de execução operacional,
custódia física e contabilização”.
Dessa forma, o autor mostra que uma mesma pessoa, independente de sua
função dentro da empresa, não deve ter sob sua responsabilidade todas as fases relativas
a uma operação, devendo cada uma dessas fases serem executadas de preferência por
pessoas e setores independentes.
Almeida (2008, p. 67) descreve sobre a segregação de funções de forma dizendo
“que uma mesma pessoa não pode ter acesso aos ativos e aos registros contábeis, devido
ao fato de essas funções serem incompatíveis dentro do sistema de controle interno”.
Exemplo: caso o funcionário tivesse acesso aos ativos e registros contábeis, ele
poderia desviar fisicamente o ativo e baixá-lo contabilmente para despesa, o que levaria
a ocultar permanentemente essa transação.
25
É importante que não haja desacordo com esse princípio e, se bem definido, o
sistema de controle interno irá prevenir que funcionários ao passarem por problemas
financeiros, ou mesmo para tirar vantagem, não caiam em tentação de cometer atos
ilícitos.
2.5.5 Confronto dos ativos com os registros
Crepaldi (2013, p. 479) afirma que “a empresa deve estabelecer procedimentos
de forma que seus ativos, sob a responsabilidade de alguns funcionários, sejam
periodicamente confrontados com os registros da contabilidade”.
Esse procedimento torna-se de suma importância, uma vez que servirá para
detectar desfalques de bens ou até mesmo registro contábil inadequado de ativos.
Almeida (2008, p. 67) enfatiza ainda: “Se a empresa não adota o procedimento
de comparar os ativos com os registros contábeis, fica em aberto a possibilidade de o
funcionário custodiante apoderar-se indevidamente do ativo sem que esse fato seja
descoberto por muito tempo”.
É importante ressaltar que esse confronto seja feito por funcionário que não
tenha acesso aos ativos, para não comprometer a situação ou mesmo torná-la sem
confiabilidade.
2.5.6 Amarrações do sistema
Almeida (2008, p. 68) destaca que “o sistema de controle interno deve ser
concebido de maneira que sejam registradas apenas as transações autorizadas, por seus
valores corretos e dentro do período de competência”.
E para que se registrem essas transações, são necessárias algumas providências,
como a conferência independente do registro das transações contábeis, conferência dos
cálculos e classificação contábil de todos os registros por um contador. É importante
que se tenha um controle sequencial sobre as compras e vendas, de forma a serem
contabilizadas no período correto, dentre outros.
Portanto, tomadas as providências necessárias, deverá evitar-se a inserção de
documentos falsos no sistema. Para que isso ocorra, é necessário um bom sistema de
26
controle interno para que seja dado suporte necessário na realização do procedimento, a
fim de que se tenha confiança na hora de registrar os fatos ocorridos.
2.5.7 Auditoria interna
De nada irá valer se tem ou não um sistema de controle interno eficiente, porque
para ser concluída a missão do controle, é muito importante que exista alguém que
comprove que ele está sendo vantajoso, que os funcionários estão utilizando o mesmo e
que se tem o retorno esperado e neste instante nada melhor que uma auditoria interna.
Almeida (2008, p. 70) mostra a importância da auditoria interna destacando:
Não adianta a empresa implantar um excelente sistema de controle interno,
sem que alguém verifique periodicamente se os funcionários estão cumprindo
o que foi determinado no sistema, ou se o sistema não deveria ser adaptado às
novas circunstâncias.
A partir da auditoria feita na empresa, observa-se como as normas internas estão
sendo seguidas e se elas precisam de modificações ou adequações, por isso é importante
a auditoria interna para comprovar aquilo que os controles estão registrando.
2.5.8 Custos do controle x benefícios
A relação entre custo e benefício do controle interno é de suma importância, pois
trata de um investimento que deve ter como fundamento a economia dos gastos. De
acordo com a relevância do departamento, escolher-se-á o tipo de controle, de forma a
consistir na minimização da probabilidade de falhas e desvios quanto ao atendimento
dos objetivos e metas.
Segundo Jund (2006, p. 386):
O custo do controle interno não deve exceder aos benefícios que dele se
espera. Vale dizer que os sistemas mais sofisticados, normalmente mais
onerosos, devem ser estabelecidos para transações de valores relevantes,
enquanto os menos rígidos para as transações de menor importância.
É importante lembrar que este aspecto deve ter uma atenção maior, posto que
será um investimento feito para que se obtenha retorno, por isso é fundamental destacar
o custo/benefício, pois se algo der errado, põe a perder todo um trabalho desenvolvido
27
para o sucesso da empresa, frisando que se torna indispensável o controle desses
princípios, uma vez que ele interfere em todos os outros.
O custo do controle interno deve trazer benefícios levando-se em conta o curto e
longo prazos; assim, esse retorno deverá ser baseado nos objetivos e metas traçados pela
empresa.
2.6 CARACTERÍSTICAS DE UM SISTEMA DE CONTROLE INTERNO
Em sentido amplo, o controle interno inclui uma gama de controles que podem
fazer parte tanto da contabilidade quanto da administração, mas não deixando de serem
importantes quando aplicados em conjunto para se tornar uma complementação.
Os controles contábeis, segundo Attie (2010, p. 152):
Compreendem o plano de organização e todos os métodos e procedimentos
diretamente relacionados, principalmente com a salvaguarda do patrimônio e
a fidedignidade dos registros contábeis. Geralmente, incluem os seguintes
controles: sistema de autorização e aprovação; separação das funções de
escrituração e elaboração dos relatórios contábeis daquelas ligadas às
operações ou custódia dos valores; e controles físicos sobre estes valores.
Os controles contábeis relacionam-se diretamente com o patrimônio da empresa,
seus registros e demonstrações contábeis, de forma a proteger e gerar informações
exatas e íntegras para seus usuários. Como mostra a tabela a seguir.
Tabela 1: Controles contábeis
Controles contábeis
Sistemas de conferência, aprovação e autorização;
segregação de funções (pessoas que têm acesso aos registros contábeis não
podem custodiar ativos da empresa);
controles físicos sobre ativos;
auditoria interna.
Fonte: Almeida (2007, p. 63).
O objetivo dos controles contábeis é armazenar informações das transações
ocorridas, de forma a serem utilizados sempre que necessário, devendo conter
informações precisas de como se encontra o patrimônio da empresa para possíveis
decisões tomadas pela administração; por isso, deve manter um contato direto com os
28
controles administrativos, pois um depende muito do outro para obter resultados
favoráveis.
Os controles administrativos, segundo Attie (2010, p. 153):
Compreendem o plano de organização, todos os métodos e procedimentos
que dizem respeito à eficiência operacional e à decisão política traçada pela
administração. Normalmente, relacionam-se de forma indireta aos registros
financeiros. Com frequência, abrangem análises estatísticas, estudos de
tempo e movimento, relatórios de desempenho, programas de treinamento e
controle de qualidade.
Os controles administrativos não se voltam apenas para o planejamento
organizacional, sua função seria a de tomada de decisões, a partir das informações
fornecidas pelos controles contábeis, voltando-se para as funções gerenciais. Como
mostra a tabela.
Tabela 2: Controles administrativos:
Controles administrativos:
análises estatísticas de lucratividade por linha de produtos;
controle de qualidade;
treinamento de pessoal;
análise das variações entre os valores orçados e os incorridos;
controle dos compromissos assumidos, ainda não realizados economicamente.
Fonte: Almeida (2007, p. 63).
No entanto, o que vai determinar se certos planos especiais de organização e
determinados métodos e procedimentos são controles contábeis ou administrativos são
as circunstâncias específicas de cada um, ou seja, suas particularidades que vão
distingui-las.
A partir das características dos controles, pode avaliar-se sua eficiência e dessa
forma é importante que cada empresa possua controles para alcançar os objetivos
traçados.
29
2.7 OBJETIVOS DO CONTROLE INTERNO
Como esclarece Attie (2010, p. 155) “o conceito, a interpretação e a importância
do controle interno envolvem imensa gama de procedimentos e práticas que, em
conjunto, possibilitam a consecução de determinado fim, ou seja, controlar”.
E para ajudar nesse controle, existem alguns objetivos que funcionam como
premissas para um melhor desenvolvimento de tal ferramenta.
Em regra geral, o controle interno tem quatro objetivos básicos, conforme
citados por Attie (2010, p. 155):
- salvaguardar os interesses da empresa;
- ter precisão e confiabilidade nos informes e relatórios contábeis, financeiros e
operacionais;
- estimular à eficiência operacional;
- aderir às políticas existentes.
2.7.1 Salvaguardar os interesses da empresa
Attie (2010, p. 155) conceitua que “o objetivo do controle interno relativo à
salvaguarda dos interesses refere-se à proteção do patrimônio contra quaisquer perdas e
riscos devidos a erros ou irregularidades”.
Ao longo do trabalho, vê-se que as empresas possuem uma diversidade de
atividades que precisam de especialização para serem concluídas, necessitando também
de muito conhecimento e entendimento para que sejam conduzidas nos padrões
adequados, onde se procura minimizar o acontecimento de perdas e riscos.
Para ajudar ao administrador, surgem alguns meios de se salvaguardar tais
interesses, como é mostrado por Attie (2010, p. 156):
- segregação de funções;
- sistema de autorização e aprovação;
- determinação de funções e responsabilidades;
- rotação de funcionários;
- carta de fiança;
30
- manutenção de contas de controle;
- seguro;
- legislação;
- diminuição de erros e desperdícios;
- contagens físicas independentes;
- alçadas progressivas.
É fundamental proteger os interesses da empresa e para que essa salvaguarda
seja eficiente é importante seguir meios para proteger esse patrimônio que assim
facilitarão o trabalho dos administradores, na confirmação de cada atividade realizada.
2.7.2 Ter precisão e confiabilidade nos informes e relatórios contábeis, financeiros
e operacionais.
Este objetivo compreende a geração de informações adequadas e oportunas, que
são necessárias para o gerenciamento da administração e dessa maneira os eventos que
ocorrerem na empresa servirão para definir outros que surgirão no decorrer das
atividades e que deverão passar confiança e precisão aos que dela precisarem.
Como refere Attie (2010, p. 157):
Uma empresa necessita constituir, para si, sistemas que lhe garantam
conhecer os atos e eventos ocorridos em cada um dos seus segmentos. Os
efeitos ocorridos através da realização de cada ato devem ser escriturados e
levados, em tempo hábil, ao conhecimento dos administradores.
A importância desse objetivo fica evidente, pois confirma a relevância da
geração de informações, de forma que as mesmas sejam precisas e confiáveis para
tomada de decisão.
Exemplo: A contabilidade controla os fatos que têm ressonância contábil, porém
não levanta um balancete diário de cada fato transcorrido. Por outro lado, um pedido de
venda ou de compra colocado não é contabilizado até que haja documentações
suficientes para fazê-lo.
Outro exemplo: Um fluxo financeiro é projetado com base em fatos e estes
devem ser estimados. O setor de cobrança necessita saber dia a dia os valores a receber
31
dos clientes, indicando-os nominalmente. O setor de vendas precisa conhecer
rapidamente os produtos disponíveis, em estoque e, por vezes, a próxima produção.
Nos exemplos citados por Attie (2010, p. 157), a cima, percebeu-se que a
empresa, a todo o instante, precisa de informações para decidir o que fazer, sendo estas
auxílios para o administrador porque, sem elas, ele não conseguiria chegar ao caminho
certo, pois as mesmas são os meios de se alcançar os objetivos.
As informações são geradas para auxiliar a administração nos negócios,
possibilitando um entendimento uniforme, e assim essas informações só serão válidas se
confirmadas sua exatidão, confiança e conveniência, de forma que sejam fornecidas em
tempo hábil.
Para que tal informação produza os efeitos esperados, deverá conter alguns
meios como os apresentados por Attie (2010, p. 157):
- documentação confiável;
- conciliação;
- análise;
- plano de contas;
- tempo hábil;
- equipamento mecânico.
Dessa forma os referidos meios possibilitarão uma melhor certeza e confiança
dos informes e relatórios, se aplicados corretamente.
2.7.3 Estimular a eficiência operacional
Para Attie (2010, p. 158) “o objetivo do controle interno relativo ao estímulo à
eficiência operacional determina prover os meios necessários à condução das tarefas, de
forma a obter entendimento, aplicação e ação tempestiva e uniforma”.
Cada empresa deve promover a aderência às políticas existentes, pois as mesmas
estabelecem procedimentos para cada setor. Para concluir-se essa etapa, é muito
importante boa comunicação dentro e fora dos departamentos, uma vez que todos os
mesmos se juntam para gerar informações, onde, muitas vezes, um precisa do outro.
32
Como mostra Attie (2010, P. 158) “implica o estabelecimento de regras para que
se possa permitir um desenvolvimento suave e harmônico de toda a empresa e
possibilitar maior eficiência na forma em que se desenvolvem as operações”.
Principais meios que podem dar suporte ao estimulo à eficiência operacional:
- seleção;
- treinamento;
- plano de carreira;
- relatórios de desempenho;
- relatório de horas trabalhadas;
- tempos e métodos;
- custo-padrão;
- manuais internos;
- instruções formais.
De acordo com cada setor ou departamento são atribuídas as responsabilidades e
particularidades e, a partir disso, determina-se a tarefa de cada individuo.
2.7.4 Aderir às políticas existentes
Attie (2010, p. 159) comenta que deve se “assegurar que os desejos da
administração, definidos através de suas políticas e indicadas por meio de seus
procedimentos, sejam adequadamente seguidos pelo pessoal”.
Esse objetivo se relaciona com o interesse que a empresa tem de buscar
desenvolver tudo aquilo que foi traçado e definido, para que sejam seguidos por todos
que fazem parte da mesma. A empresa busca que os funcionários sigam as políticas
existentes, ou seja, se espera que todos os planos se tornem metas seguidas, gerando
informações e fazendo com que a empresa opere indefinidamente, gerando resultados
positivos e possibilitando a permanência da mesma no mercado.
É importante que as atividades sejam realizadas de forma eficiente e de acordo
com as políticas traçadas pela empresa. Para isso, foram criados os principais meios que
visam a dar forças a essas políticas:
33
- supervisão;
- sistema de revisão e aprovação;
- auditoria interna
Ao longo do desenvolvimento deste estudo, percebe-se que a utilização do
controle interno se torna relevante para prevenir diversos problemas, onde muitos
acontecem pelo fato de a empresa não possuir controles adequados às características da
mesma. E de acordo com muitos critérios, entende-se que o controle poderá ajudar na
prevenção de fraudes e desfalques, como uma ferramenta ou mesmo de assistência e
correção. Mostrar-se-á, neste contexto, um pouco desses dois vilões para a empresa.
2.8 CONTROLE E FUNCIONAMENTO DOS DEPARTAMENTOS
O controle interno é parte fundamental quando se refere à organização dos
departamentos, pois é a partir dele que se chega à melhor forma de estruturação, de
acordo com as características de cada departamento. Existem diversos dentro da
empresa; contudo, citaremos alguns que possuem maior destaque, como os
departamentos de compras, de vendas, de estoque e financeiro.
2.8.1 Departamento de compras
Antes das compras, existem outras funções que levam a ela, sendo muito
importantes, pois a partir dessas decisões é que será escolhida a melhor forma para
comprar.
O departamento de compras é o início do processo que levará aos demais e
muitas atividades fazem parte desse processo importante, como a aquisição de matéria
prima, entre outros.
Esse departamento é responsável pela determinação dos fluxos dos materiais na
empresa, pela continuidade junto ao fornecedor e pela agilidade na entrega. E para que
esse fluxo ocorra de forma adequada e com os retornos esperados, é necessária muita
atenção em cada fase.
Segundo Dias (2008, p. 236):
34
A necessidade de comprar cada vez melhor é enfatizada por todos os
empresários juntamente com as necessidades de estocar em níveis adequados
e de racionalizar o processo produtivo. Comprar bem é um dos meios que
devem usar para reduzir custos.
Como explica Dias, além de comprar produtos bons é importante comprar de
forma que se tenha onde armazenar os produtos evitando, assim, custos elevados e
desnecessários e economizando tempo e dinheiro que se tornam valiosos para o
empresário. E para que esse departamento seja eficiente, é muito importante a utilização
de um bom controle interno, que garanta sua efetividade.
2.8.2 Departamento de vendas
Com o processo de compras inicia-se o de vendas, que será de fundamental
importância para o desenvolvimento da empresa, constituindo-se o mesmo no retorno
para o empresário, e a partir deste, serão revistos os futuros processos.
O referido setor é responsável pelas vendas. Para uma boa execução desse
departamento, é necessário que ele esteja relacionado de forma harmoniosa com os
demais, pois todas as áreas atuarão em conjunto.
Para Francischini, Gurgel (2004, p.195),
As técnicas de previsão de vendas deverão ser aprimoradas e a determinação
do programa de produção deverá ter a participação da produção, da
engenharia e principalmente das finanças, tendo em vista os aspectos de
investimento dessas decisões.
A estratégia comercial de uma empresa está sob a responsabilidade deste setor. É
neste departamento que se tem a missão de chegar ou ate mesmo ultrapassar as receitas
projetadas, tendo também como um dos objetivos porem o produto no mercado.
2.8.3 Departamento de estoque
O estoque é um departamento que caminha com o departamento de compras,
porque a partir das compras, tem-se um bom estoque e com esse departamento se terá
um fluxo tranquilo para os outros.
Dias (2008, p. 25) enfatiza:
35
Para organizar um setor de controle de estoques, inicialmente deveremos
descrever seus objetivos principais, que são:
Determinar “o que” - Deve permanecer em estoque: número de itens;
determinar “quando” - Se devem reabastecer os estoques: periodicidade;
determinar “quanto” - De estoque será necessário para um período
predeterminado: quantidade de compra;
receber, armazenar e guardar - Os materiais estocados de acordo com as
necessidades;
identificar e retirar - Do estoque os itens obsoletos e danificados.
Esse departamento é um dos mais importantes para uma empresa, seja grande ou
pequena. É através dele que a empresa será capaz de controlar e prever o quanto será
necessário comprar, além de fornecer informações úteis sobre as vendas e com o
controle desse departamento terá informações precisas e rápidas para tomar diversas
decisões.
2.8.4 Departamento financeiro
Esse departamento é responsável pela movimentação financeira da empresa e
quem controla os recursos, os registros financeiros e suas operações e relações com os
mercados e com os agentes financeiros.
As diversas operações que acontecem na empresa passam pelo setor financeiro,
pois é nesse setor que se trabalha com a economia e finanças da mesma. Portanto, seu
controle interno é de extrema importância, posto que, através desse, a administração vai
constatar se os procedimentos das entradas e saídas dos recursos financeiros estão sendo
seguidos, devendo constar todos os registros que serão informados à contabilidade.
Assim, fica evidente a necessidade de um bom controle interno em todos os
departamentos, para não comprometer o andamento das atividades e para não haver
problemas, como fraudes e desfalques.
2.9 FRAUDES OU DESFALQUES
As empresas atravessam muitas barreiras e obstáculos para que consigam
alcançar seus objetivos; por isso, é de grande importância que todos os profissionais que
fazem parte da organização caminhem juntos para dar suporte a todas as tarefas e assim
tornar o desempenho das funções sempre bom e em boas qualidades de funcionamento.
36
Quando se tem algo errado, registros que não batem e funções que não se
cumprem de maneira satisfatória, tenta-se logo descobrir o que está acontecendo e
certificar-se de que forma ocorreu.
Jund (2006, p. 388) destaca: “na aplicação da maioria dos procedimentos de
controle, podem ocorrer falhas resultantes de entendimento precário das instruções,
erros de juízo, descuidos ou outros fatores humanos”.
Dessa forma, podem surgir as fraudes como forma de prejudicar as operações da
organização e, muitas vezes, não são descobertas assim que surgem.
Fernandes (2010, p.13) comentando sobre “as Normas de Auditoria
Independente das Demonstrações Contábeis (NBC T11) define a fraude como ato
intencional de omissão ou manipulação de transações, adulteração de documentos,
registros ou demonstrações contábeis”.
Os sistemas de controles internos quando bem adaptados aos objetivos da
organização podem ajudar contribuindo para descobrir possíveis fraudes, e estas por sua
vez podem ser classificadas em temporários ou permanentes.
A fraude, também denominada desfalque, assume o papel de temporária ou
permanente, como cita Jund (2006, p.389): “desfalque temporário ocorre quando um
funcionário se apropria de um bem da empresa e não altera os registros da contabilidade
(transferindo o ativo roubado para despesa ou promovendo a sua baixa definitiva)”.
Jund (2006, p.390): “desfalque permanente ocorre quando um funcionário desvia
um bem da empresa e modifica os registros contábeis, de forma que os ativos existentes
concordem com os valores registrados na contabilidade”.
Quando o desfalque permanente vem acontecer, significa que o funcionário tem
acesso a tudo que se registra e, nesse caso, tudo o que diz respeito ao ativo, podendo
fazer qualquer alteração nos registros contábeis.
37
3 METODOLOGIA
3.1 ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA DA PESQUISA
O método científico é descrito por Gil (2005, p. 26) “como um conjunto de
procedimentos intelectuais e técnicos adotados para se atingir conhecimento”. Desta
forma, torna-se importante esclarecer a maneira pela qual esse trabalho será realizado.
Esta pesquisa é descritiva, segundo Andrade (2002), como “aquela em que os
fatos são observados, registrados, analisados, classificados e representados”. Logo, o
presente estudo atende a tal conceito quando aborda os controles internos da empresa
para mostrar o que se pretende alcançar.
E assim se desenvolverá um estudo de caso, que segundo Yin (2001, p. 32), “é
uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu
contexto de vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto
não estão claramente definidos”.
Num estudo de caso, em uma empresa do ramo de sorvetes, onde foi feita a
entrevista, uma das técnicas de coleta de dados considerada como forma racional de
conduta do pesquisador, previamente estabelecida, para dirigir com eficácia um
conteúdo sistemático de conhecimentos, de maneira mais completa possível, com o
mínimo de esforço de tempo (ROSA; ARNOLDI, 2006, p.17), com o intuito de listar e
analisar o controle interno dentro da mesma.
3.2 CONTEXTO DA PESQUISA: ESPAÇO E SUJEITOS DA INVESTIGAÇÃO
A presente pesquisa foi feita internamente na empresa Dantas Indústria e
Comércio de Sorvetes LTDA EPP do município de Caicó/RN. Uma sociedade
empresarial limitada, com 27 (vinte e sete) funcionários. Empresa de pequeno porte e
contribuinte normal de ICMS, optante do lucro presumido. Tem como atividade
econômica principal o comércio varejista de laticínios e frios (CNAE - 4721-1/03) e
como atividade secundária o comércio varejista de bebidas (CNAE - 47.237/00). O
universo foi a própria empresa tendo como amostra todos os funcionários da mesma,
conseguindo-se entrevistar cada um, nos diversos departamentos.
38
Os sujeitos da pesquisa foram os colaboradores encarregados por cada
departamento da empresa Dantas Indústria e Comercio de Sorvetes LTDA.
3.3 INSTRUMENTOS DE COLETA E SELEÇÃO DOS DADOS
Entrevista com o empresário sobre a existência de controle interno e cada
funcionário e se existisse, como funciona o mesmo dentro da organização. Dessa forma,
utilizaremos os dados coletados na entrevista aplicada através de questionários, para
concluir nossa pesquisa, onde iniciamos falando dessa ferramenta que é o controle
interno e queremos ter conclusões sobre o que a teoria mostra e o que a prática revela.
3.4 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
A partir dos dados coletados na entrevista aplicada, utilizou-se os mesmos para
comparar o que os conceitos preceituam como o Controle Interno poderá contribuir para
que sua utilização seja importante no meio empresarial, como uma forma de mostrar
que na prática eles podem funcionar. Segundo Gil (1999, p. 168) “a análise tem como
objetivo organizar e sumariar os dados de forma que possibilitem o fornecimento de
respostas ao problema proposto para que possibilitem o resultado das respostas ao
problema proposto para a investigação”. Esta análise foi feita por meio de gráficos,
utilizando a ferramenta Excel 2010 e por meio das observações e anotações feitas in
loco.
39
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Nesta etapa, efetua-se uma abordagem sobre os aspectos relacionados ao estudo
de caso. Num primeiro momento, é realizada uma apresentação sobre o cenário atual da
empresa estudada, contando um pouco da sua história e desenvolvimento no mercado
em que se encontra.
Este estudo de caso foi aplicado na Dantas Indústria e Comercio de Sorvetes
LTDA EPP do município de Caicó/RN, localizada à Rua Olegário Vale, nº 863, Centro.
Uma sociedade empresarial limitada de pequeno porte, com vinte e sete funcionários e
possuindo atualmente diversos departamentos, entre eles, de compras, vendas,
financeiros, estoque e recebimento de mercadorias, definidos.
A empresa teve seu início em 1991, com uma representação de sorvete em
Caicó/RN, era apenas uma sorveteria de balcão; mas, em 1998, lançaram sua marca
SLUP que se propagou pelo Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará, possuíam a
produção de picolé e sorvete, onde seu principal parceiro foi o SEBRAE. A empresa
teve um forte aliado para esse progresso, o EMPRETEC, que a fortaleceu como
empresa e principalmente como empreendedor. Com a ajuda desses aliados, tinha-se o
diferencial para alcançar os objetivos planejados para o futuro.
A empresa possui um plano de organização, em que mostra a distribuição de
forma hierárquica das atribuições de cada funcionário, destacando-se os gerentes dos
departamentos administrativo, financeiro e comercial, entre outros, que contribuem para
o andamento das demais atividades.
Segundo dados fornecidos pela empresa, hoje ela conta com uma rede de vendas
distribuídas nos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e agora, recentemente, está se
inserido no mercado do Ceará. Após esta breve apresentação, serão abordados os
resultados obtidos com a aplicação dos questionários aplicados.
No atual cenário competitivo em que o mercado se encontra, gerenciar uma
empresa não se resume apenas a tomar decisões, assim que os problemas vão surgindo.
Mas, torna-se necessário planejamento, organização e controle de todas as atividades
que a mesma desenvolve, para que se possa solucionar problemas com maior eficiência
e no menor tempo possível.
40
Quando se analisa esse cenário econômico, logo se pensa na utilização de
ferramentas de gestão que sejam capazes de controlar os ativos e os demais
departamentos e ainda que tal controle forneça as informações necessárias para as
decisões a serem tomadas.
Uma questão que deve ser levada em consideração é o conhecimento de todos a
respeito do controle interno, nesse sentido os colaboradores da empresa compreendem
tal conceito e ainda conseguem detectar quais departamentos merecem um controle
mais especifico e qualificado. Isso é possível identificar e ainda comprovar, pois eles
reconhecem quando há eficácia ou não no mesmo.
Eles tratam o controle interno como uma ferramenta que serve para
acompanhamento, fiscalização e fornecimento de informações para todos os setores.
Como descreve um dos funcionários: “procedimentos e normas regulamentadoras que
sejam capazes de manter a empresa organizada, mensurada quantitativamente e
qualitativamente de forma que as informações e processos fluam em tempo hábil e
preciso”.
O gráfico a seguir mostra o nível de conhecimento dos funcionários sobre
controle e se todos consideram que a empresa possui essa ferramenta.
Gráfico 1: Conhecimento sobre controle interno.
Fonte: Elaboração Própria
92%
0% 8%
CONHECIMENTO SOBRE CONTROLE INTERNO
SIM NÃO NÃO OPINOU
41
Este gráfico foi possível porque a maioria daqueles que foram entrevistados
conseguiram descrever de forma correta o que seria controle interno e as respostas
coincidiram com os conceitos que foram utilizados no trabalho.
Percebe-se pelo gráfico 1 que os entrevistados conseguem descrever o que vem
a ser controle, onde apenas 8% não souberam expressar de modo confiante o seu
conceito, mas mesmo assim têm noção do que se trata. Os outros conseguiram introjetar
como é definido o controle e como eles podem ajudar na aplicação dos mesmos.
A existência de controle interno é mostrada no gráfico a seguir.
Gráfico 2: Existência de controle interno na empresa.
Fonte: Elaboração Própria
A empresa possui sistemas de controle interno, onde o gráfico 2 mostra
que eles conseguem compreender o conceito e ainda opinam sobre a eficácia do mesmo,
enquanto os que não deram o conceito se sentiram inseguros para descrever com
precisão tudo aquilo que seria.
Mas, como em todo sistema ainda existem situações imprevisíveis, e mais
precisamente departamentos que poderiam ser mais qualificados, pois possuem falhas
que são detectadas pelos funcionários ao longo de suas atividades.
Um ponto importante a ser analisado foi com relação às respostas do empresário
que enaltece a relevância do controle interno e mostra que a base para o sucesso se deve
0%
20%
40%
60%
80%
100%
SIM NÃO
EXISTE CONTROLE INTERNO NA EMPRESA?
42
a esse controle, que faz parte de cada iniciativa tomada para alcançar os objetivos,
mostrando que sem o controle não se chega ao caminho certo.
Ao longo da entrevista, ficou bem claro que, para manter um controle interno
estruturado, é muito importante a qualificação de todos que fazem parte da empresa, não
basta somente os melhores sistemas de informatização, mas que toda a equipe entenda a
importância e a utilização desse procedimento.
No que tange ao treinamento concedido aos funcionários, a empresa realiza
regularmente, com o intuito de aumentar o conhecimento dos mesmos sobre a rotina da
empresa e os controles adotados, a fim de torná-los cada vez mais conhecidos e
aplicados. São realizados além desses treinamentos no âmbito interno, aqueles fora do
ambiente de trabalho, para melhor qualificar o funcionário. A empresa apresenta baixa
rotatividade de funcionário e regular ciência pelos mesmos da importância dos controles
internos para a eficiência operacional, caminhando para que estes sejam cada vez mais
seguidos pelos colaboradores.
Os departamentos são a estrutura como está organizada a empresa e é muito
importante destacar esses procedimentos que são fundamentais dentro de uma
organização, por isso se tornou um ponto de discussão do nosso questionário.
Foram analisados alguns departamentos dentro da empresa e a seguir será
mostrado como foram avaliados numa escala de 1 a 10 pelos colaboradores, ou seja,
quanto maior o valor agregado ao departamento melhor seria o controle interno
utilizado no mesmo, e assim mais vantagens estava gerando.
Tentamos escolher alguns departamentos para serem avaliados pelos
funcionários, mas todos citaram que existiam outros tanto quanto à importância dos
mostrados no gráfico, como o de recursos humanos, logística e o mais citado por todos
foi o departamento de custos, que seria o da produção e sem ele não teria como
mensurar todos os custos destinados a cada departamento e assim chegar ao custo da
mercadoria. Entretanto, daremos mais ênfase aos avaliados pelo questionário.
43
Gráfico 3: Departamento de compras.
Fonte: Elaboração Própria
A empresa possui sistemas para ter como determinar o que deve comprar,
quando deve comprar e até mesmo quanto deve comprar para que o produto não gere
custos desnecessários. No entanto, deixa uma falha na hora de estudar a melhor forma
de se ter créditos de ICMS, comprando a fornecedores que aumentam o referido
imposto nas vendas, o que acarreta um custo maior na hora de vender essa mercadoria;
nesse caso, deveria ser contratado pessoal qualificado para esse estudo dentro do
departamento de compras, que iria fazer todo um diferencial.
Gráfico 4: Departamento de vendas.
Fonte: Elaboração Própria
Seguindo a análise, o departamento de vendas apresentou uma queda em
relação ao departamento anterior, não se tornando menos importante, mas por
apresentar algumas falhas em relação a novos produtos inseridos e que não tiveram o
retorno planejado. A empresa possui um controle informatizado sobre todas as vendas, o
Nota 10 88%
Nota 9 12%
DEPARTAMENTO DE COMPRAS
Nota 10 Nota 9
44
que se constitui numa ferramenta para tomada de decisões e esse sistema é sempre
alimentado de acordo com os movimentos e saídas realizados. A cada mês, são feitos
levantamentos para se comparar com resultados anteriores e os objetivos traçados para o
futuro, sempre mantendo uma harmonia com as decisões projetadas.
Gráfico 5: Departamento de estoque.
Fonte: Elaboração Própria
O departamento de estoque também foi bem avaliado. Segundo os encarregados
por esse departamento, atualmente encontra-se bem organizado na sua parte física e
através de controles de informatização para auxiliar em todos os processos. Nas
questões respondidas, não houve informações negativas em relação a esse
departamento, mas sempre lembrando que em tudo se pode melhorar. Como se trata de
produtos alimentícios é dada uma atenção maior para a sua conservação e
acompanhamento para que sempre estejam armazenados nas melhores condições
possíveis.
Nota 10 88%
Nota 9 12%
0%
DEPARTAMENTO DE ESTOQUE
Nota 10 Nota 9
45
Gráfico 6: Departamento Financeiro.
Fonte: Elaboração Própria
O departamento financeiro é o responsável pela movimentação de todas as
atividades econômicas desenvolvidas pela empresa e por tratar-se de dinheiro, deve ter
um empenho e cuidado maiores. Na empresa focalizada, ele se encontra bem organizado
e para manter essa organização são usados mecanismos de controles, de entrada e saída.
Esse departamento foi bem avaliado pelos colaboradores e, como mostra o gráfico, os
colaboradores confirmam a sua eficácia.
As diversas operações realizadas pela empresa passam pelo setor financeiro e é
nele que se trabalha com a economia e finanças da mesma; portanto, o controle interno
dele é de extrema importância, porque é através desse que a administração vai constatar
se os procedimentos das entradas e saídas, pagamentos dos fornecedores, recebimentos
dos clientes, entre outros, estão constando em todos os registros que serão informados à
contabilidade.
Nesse momento, é muito importante observar a avaliação que cada um faz sobre
os controles e para o empresário isso é relevante, porque mostra que eles compreendem
a importância e ajudam no seu aperfeiçoamento. O controle interno tem um papel
fundamental na organização e acompanhamento das atividades dos departamentos e na
empresa em tela não foi diferente e isso é mostrado a partir da avaliação dos
funcionários a cada departamento.
A partir do critério de notas atribuído a cada departamento, constata-se a
existência de controles; mas, como nem sempre foi atingida a nota máxima, fica patente
que ainda podem ser melhorados e com essa avaliação pode se ter ideias onde e como
melhorar, através das pontuações feitas por cada um entrevistado. Todos os
Nota 10 92%
Nota 9 8%
DEPARTAMENTO FINANCEIRO
Nota 10 Nota 9
46
departamentos devem ser monitorados e, se possuir controles, adequados às situações
encontradas.
Foi levantado um questionamento sobre a existência de supervisionamento nas
tarefas diárias dos funcionários, como mostra o gráfico abaixo:
Gráfico 7: Supervisão das atividades.
Fonte: Elaboração Própria
O gráfico 7 mostra que a empresa possui um monitoramento constante sobre as
atividades e tal supervisão se dá através de funcionário destinado para a tarefa, ou ainda
pelo próprio empresário, que faz o monitoramento sempre que necessário. É importante
destacar esse procedimento, pois é realizado de forma permanente por um sistema de
câmeras dentro de toda a empresa, que registra diariamente o que está acontecendo e
diante de situações duvidosas se tem como provar o que ocorreu.
Esse processo de monitoramento também está inserido nos departamentos da
empresa, nos diversos setores e em cada atividade desempenhada, como forma de
resguardar aquilo que é gerado e passando certa segurança. Mas, apenas isso não é
capaz de acabar com os problemas, pois aquilo que é gerado e registrado também
precisa ser analisado e revisado, onde as câmeras não conseguem captar os dados
alimentados pelos sistemas. Assim, é necessário sempre que possível o rodízio de
funcionários; todavia, como vimos anteriormente, a empresa não pratica esse processo
tão importante para evitar fraude e falhas por parte de funcionário com má índole, ou
ainda, que caia em tentação, por problemas pessoais.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
SIM NÃO
Seu trabalho é supervisionado?
47
O gráfico a seguir mostra que as decisões interferem sobre aqueles que
compõem a organização, ficando claro que a partir das decisões tomadas podem mudar
os percursos dos caminhos ou manter aqueles quando estão satisfazendo as
necessidades. Os entrevistados descrevem que as decisões devem chegar ao
conhecimento de todos, é claro que nem todas, mas aquelas que irão interferir no
andamento das atividades dos departamentos.
Gráfico 8: Importância do acompanhamento das tomadas de decisões.
Fonte: Elaboração Própria
Os gestores devem acompanhar o andamento das decisões, pois são eles os
maiores responsáveis por elas e a partir deles é que se chega aos demais interessados.
Os funcionários consideram relevante esse acompanhamento, mas deixam claro que não
se conclui todo o processo deixando falhas na hora de repassar as informações para os
colaboradores. Os gestores são o elo entre os dois lados, informações geradas e
informações passadas e, com isso, se essas informações não chegam aos interessados,
eles não conseguem executar os objetivos e proporcionar a obtenção dos resultados
almejados.
Com as decisões tomadas, faz-se algumas indagações como, saber se os gestores
analisam procedimentos adotados para controlar e evitar fraudes e erros. Como mostra o
gráfico 9, a seguir.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
SIM NÃO
É IMPORTANTE O ACOMPANHMENTO DAS TOMADAS DE DECISÕES PELA GESTÃO DA EMPRESA
48
Gráfico 9: Prevenção de erros e fraudes na empresa
Fonte: Elaboração Própria
Ao longo da entrevista, foi questionado sobre a capacidade dos gestores
resolverem os problemas, mais precisamente, se eles conseguem prevenir ou corrigir
erros e fraudes que acontecem; os entrevistados, como mostra o gráfico, descrevem essa
capacidade de se ter um controle para sanar esses acontecimentos que, às vezes, são
imprevisíveis.
No decorrer das atividades da empresa, vão surgindo obstáculos e barreiras que
podem impedir o caminho do progresso e muitas vezes os erros só são descobertos um
tempo depois, ou melhor, nem sempre se consegue preveni-los; mas, com um bom
controle interno, é possível corrigir e contornar o transtorno ocorrido.
As empresas utilizam muitos meios para coibir deslizes e esta, não sendo
diferente, tem um mecanismo que ajuda muito, é a presença do empresário em todos os
departamentos e, sempre que possível, ele mesmo faz conferência tanto na parte física
quanto nos sistemas - uma espécie de auditoria interna- e isso ocorre com frequência.
Após o acontecimento dessa auditoria, é feita reunião para tratar de tudo que foi
conferido e daquilo que precisa melhorar.
Em todo o trabalho realizado, percebemos que para uma empresa funcionar
precisa de um conjunto em constante movimento, onde esses seriam os colaboradores
envolvidos na grande missão para manter um patrimônio em evolução. Ao longo das
entrevistas, todos relatam que a empresa não seria a mesma sem o comprometimento de
todos, sem o bom desempenho dessa grande equipe: a SLUP.
96%
4%
OS GESTORES CONSEGUEM PREVENIR ERROS E FRAUDES
SIM NÃO
49
Como mostra o gráfico abaixo, a partir desses questionamentos, foi-se
indagando se o gestor sozinho consegue ter controle de toda a empresa.
Gráfico 10: Controle sobre os departamentos
Fonte: Elaboração Própria
Como disse o empresário entrevistado, ele até queria conseguir controlar toda a
empresa mas, à medida que ela foi crescendo, foi se tornando impossível e não seria
vantajoso, nem teria eficácia e eficiência para se acreditar. Por isso, ele foi procurando
mecanismos para suprir sua presença, mas que ele tivesse confiança naquilo que
controlava e que depois pudesse ver e comprovar que estava sendo feito como ele faria.
Os controles internos são peças essenciais para esse tipo de trabalho, sem eles
não teria a capacidade de registrar tudo que a empresa realiza todos os dias e mais
precisamente todas as horas e com isso foram sendo inseridos sistemas para armazenar
todas as informações e para garantir que estava tudo como planejado.
Existe uma necessidade de acompanhar esse controle, porque não adianta a
empresa possuir um sistema de controle interno que não seja verificado periodicamente,
precisando confirmar se os funcionários estão cumprindo o que foi determinado ou se o
que foi planejado deveria se adaptar às novas circunstâncias de mercado. Assim, é
importante que exista um controle do controle, ou melhor, que seja feito
acompanhamento desses controles quando estão sendo executados.
0%
100%
O GESTOR SOZINHO CONSEGUE TER CONTROLE DE TODOS OS DEPARTAMENTOS
SIM NÃO
50
Fica evidente na análise da entrevista que 100% dos entrevistados concordam
que o gestor sozinho não consegue ter um controle total sobre todos os departamentos
da empresa, pois o mesmo não conseguiria dar conta de todos os departamentos. E é
nesse momento que se dá a descentralização e que as atividades passam a se tornar
fundamentais para os negócios realizados, uma vez que a empresa passa de uma
estrutura pequena para uma estrutura complexa de pessoas e atividades.
A empresa focalizada mostrou que o controle interno é importante e o
empresário que respondeu as questões relatou que toda empresa deve está organizada e,
a partir dessa organização, toma-se as decisões e que se criam mecanismos para mantê-
la.
Devem existir planos permanentes dentro da empresa e que os mesmos sejam
cumpridos por todos que fazem parte desta equipe e, para tudo funcionar como deve, é
importante implantar controles que facilitem esses procedimentos. Esses controles
servirão para gerar e registrar informações que serão utilizadas para projetar os
objetivos e metas a serem alcançadas; portanto, os controles internos são indispensáveis
para quem almeja o sucesso.
51
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
À luz do exposto e de acordo com os dados da pesquisa e a literatura pertinente
revisitada, pode chegar-se às seguintes considerações sobre o controle interno. É uma
ferramenta de gestão tanto financeira como operacional, que visa ao aperfeiçoamento
das operações, buscando sua máxima eficiência e eficácia. Além disso, possibilita aos
gestores a elaboração de estratégias financeiras e administrativas, por meio das
informações por ele geradas, sendo, portanto, fundamental no contexto empresarial
atual.
O trabalho realizado teve como objetivo avaliar o Sistema de Controles Internos
da empresa SLUP. Num primeiro momento, foram levantados, por meio de observações
e questionamentos, as operações rotineiras da empresa, evidenciando a existência ou
não de controles internos. A partir do estudo bibliográfico sobre a conceituação e a
aplicabilidade dos controles internos na gestão empresarial, foram elaborados
questionamentos para serem analisados pelos funcionários dentro da empresa.
As atividades de controle devem ser um dos principais focos das organizações,
tendo em vista as várias fases de operacionalização dos produtos, o grande número de
colaboradores e inúmeras ocorrências e esse agregado gera a organização.
Com o desenvolvimento da pesquisa, nota-se que a empresa focalizada possui
controle interno desde o início, já utilizava controles mais simples e ao longo do
crescimento foram se aperfeiçoando e ganhando mais credibilidade devido às
tecnologias adotadas.
Mesmo com todo o controle, ainda existe certa carência, observada na empresa,
até por que um sistema de controle interno não é garantia absoluta para combater as
possíveis irregularidades nas organizações, visto que há limitações. Todavia, destaca a
possibilidade de dificultar e detectar a ocorrência de fraude. O fato de nenhuma empresa
estar imune à ação dos fraudadores, o interesse pela implantação de controles internos
tem despertado os administradores.
A única forma de evitar as fraudes é manter uma postura comprometida com
valores éticos frente ao trabalho, pois não existe prevenção total contra a fraude. O
sistema contábil é indiscutivelmente feito para dificultar tais acontecimentos e, mesmo
assim, podem ocorrer e os gestores devem ter sempre em mãos meios para driblar e
conseguir sair sem grandes prejuízos.
52
O objetivo desta pesquisa foi mostrar que as empresas utilizam o controle
interno e que este é essencial para o crescimento e permanência das mesmas no mercado
de trabalho, tornando-se indispensável para qualquer gestão.
Hoje, o cenário empresarial encontra-se cada vez mais competitivo e para
conseguir superar os obstáculos que vão surgindo só uma ferramenta como o controle
interno para auxiliar em todo o percurso.
A pesquisa teve o resultado esperado, onde sua importância era mostrar que
existe controle e que este é utilizado como ferramenta de toda a empresa, isso fez com
que se atingisse o objetivo do trabalho.
Respondendo a pergunta do início da pesquisa, nota-se que a contribuição do
controle dentro da empresa muitas vezes chega a ser impossível de mensurar, sendo
relevante para as decisões tomadas diante de todas as situações. No entanto ainda há
muito o que melhorar e, de acordo com as respostas dos funcionários, ela ainda precisa
de ajustes.
No mais, constatou-se que um sistema de controle interno pode contribuir para
auxiliar a gestão empresarial das empresas, identificando que este sistema é relevante no
auxílio da tomada de decisão para tornar uma eficiente gestão empresarial, no qual a sua
existência está ligada à garantia de preservação de seus ativos e a diminuição de
possíveis irregularidades. Desse modo, uma empresa para se manter em um mercado
competitivo deve possuir controle, pois o auxilio dessas ferramentas que auxiliem em
sua gestão irão contribuir para melhorar suas rotinas operacionais e consequentemente
sua permanência no mercado..
Os objetivos do presente trabalho foram alcançados, o que demonstrou a
importância do controle interno, conceituou os tipos de controles e evidenciou os
objetivos e finalidades do controle interno dentro da empresa, como também o
funcionamento do sistema de controle interno nos departamentos e possíveis problemas
que poderia sofrer se ocorressem falhas nesses processos.
Um estudo que poderá dar continuidade a esta pesquisa seria a melhoria dos
controles existentes, não que os mesmos não sejam eficazes, mas alguns setores ainda
não são tão adequados como deveriam, o que iria contribuir ainda mais.
53
REFERÊNCIAS
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Atlas, 2007.
ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico.
6. ed. São Paulo: Atlas, 2002
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graduação. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2002.
ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações/Attie, William – 5. Ed. –
São Paulo: Atlas, 2010.
BEUREN, Ilse Maria. Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade de:
teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2006.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 6. ed. Rio de
Janeiro: Campus, 2000.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. 9. ed. São Paulo:
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DIAS, Sergio Vidal dos Santos. Auditoria de processos organizacionais. 2. ed. São
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FERNANDES, Tamar Mamede. A utilização do controle interno para prevenção de
fraudes. 21. ed. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Contabilidade) –
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FRANCISCHINI, Paulino G; GURGEL, Floriano do Amaral. Administração de
materiais e do patrimônio. São Paulo: ABDR, 2004.
GIL, A.C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 3. ed. São Paulo, Atlas, 2005.
GIMENEZ, Levi; Oliveira, Antônio Benedito Silva. Contabilidade para gestores: uma
abordagem para pequenas e médias empresas. São Paulo: Atlas, 2011.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da contabilidade. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
JUND, Sergio. Auditoria: conceitos, normas, técnicas e procedimentos: teoria e 900
questões / Sérgio Jund. – 8.ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
PEREIRA, Antônio Nunes. A importância do controle interno para gestão de
empresas.
RIBEIRO, Osni Moura. Auditoria Fácil. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
54
SÁ, Antônio Lopes de. História Geral e das Doutrinas da Contabilidade. São Paulo.
Atlas, 1997.
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas,
1989.
ROSA, Maria Virgínia de Figueiredo Pereira do Couto; ARNOLDI, Marlene Aparecida
Gonzalez Colombo. A entrevista na pesquisa qualitativa: mecanismos para a
validação dos resultados. Belo Horizonte: Autêntica , 2006. 17 p.
YIN, Robert K; Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman,
2001.
55
APÊNDICES
APÊNDICE A – Entrevista aplicada na Dantas Indústria e Comercio de Sorvetes LTDA
- Entrevista:
1. O que você entende por controle interno?
2. Sua empresa sempre possuiu controle interno?
3. Desde o inicio, ela perpetua os mesmos tipos de controles?
4. Toda empresa deve ser organizada, devendo ser adotados procedimentos, como
planos permanentes da empresa. Poderia citar alguns?
5. O controle interno projeta-se além daquelas questões relacionadas com as
funções dos departamentos de contabilidade e finanças, pois tudo que acontece
dentro da empresa deve ser controlado. Poderia citar outros controles de sua
empresa?
6. Os controles devem existir para gerar e registrar informações para serem
utilizados, muitos controles são feitos através de sistemas, onde deve existir um
planejamento eficiente, prático, econômico e útil, sendo formalizada através de
manuais, sua empresa utiliza esse tipo de controle, como se da?
7. Na implantação de determinado controle, deve ser avaliado o seu custo-
benefício, ou seja, o custo de um controle não deve exceder os benefícios que ele
possa proporcionar. Embora essa avaliação não seja fácil, o administrador deve,
na medida do possível, efetuar estimativas e/ ou exercer um julgamento próprio
a respeito. No que se refere à relação custo-benefício, é vantajoso o sistema de
controle utilizado pela empresa?
8. No sistema de controle interno, as funções de aprovação de operações, execução
e controle devem ser segregadas para que os procedimentos destinados a detectar
tais fraudes e erros, devam ser executados por pessoas que não estejam em
posição de praticá-los. Nesse contexto, há segregação das funções dentro da
empresa?
9. Um ponto importante para o controle interno é o rodízio de funcionários, nesta
empresa existe? De que forma se dá?
10. Como empresário e administrador, você costuma supervisionar os
departamentos?
11. Também é muito importante a qualificação dos funcionários. Eles participam de
treinamentos? Como se dá?
56
12. Como funciona a estrutura organizacional da empresa, existe a relação de
autoridade e responsabilidade entre os vários níveis? Cada um sabe das suas
funções e seus papéis dentro da empresa?
13. Os resultados obtidos pelos controles são utilizados para a tomada de decisão
pelos gestores? De que forma se utiliza e em quais pontos? As informações
geradas pelos controles são exatas e confiáveis para serem utilizadas como
ferramentas de gestão?
14. O controle interno é dito por muitos autores como uma ferramenta indispensável para
as empresas, você concorda. Justifique.
APÊNDICE B – Entrevista aplicada na Dantas Indústria e Comercio de Sorvetes LTDA
- Entrevista:
Nome:
______________________________________________________________________
_____
Sexo: FEMININO ( ) MASCULINO ( )
Há quanto tempo está na empresa?
R:____________________________________________________________________
Qual a sua função dentro da empresa? Você possui mais de uma função. Se a resposta
for sim, quais?
R:____________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
____________________
Você é supervisionado quando executa suas funções?
SIM ( ) NÃO ( )
Quais os departamentos que existem na empresa?
( ) Departamento de compras ( ) Departamento financeiro
( ) Departamento de vendas ( ) Departamento de estoque
Outros : ______________________________
De 1 a 10 avalie os departamentos existentes.
Departamentos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Compras
Vendas
Estoque
Financeiro
57
O que você entende por controle interno?
R:____________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
____________________
A partir da resposta anterior, você considera que esta empresa possui controle interno?
SIM ( ) NÃO ( )
Você considera importante o acompanhamento das tomadas de decisões pela gestão da
empresa? Poderia justificar sua resposta.
( ) SIM ( ) NÃO
R:____________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
____________________
Os gestores desta empresa conseguem prevenir erros e fraudes que possam acontecer na
mesma? Poderia justificar sua resposta.
( ) SIM ( ) NÃO
R:____________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
____________________
O gestor sozinho consegue ter um controle total sobre todos os departamentos da
empresa? Poderia justificar sua resposta.
( ) SIM ( ) NÃO
R:____________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
____________________
Quantos funcionários a empresa possui?