A Reunião

Bahamut Atrasado para a convocação de Io, que era algo incomum, ainda mais depois da traição de Falazure. Nenhum dos 4 Irmãos sabia o motivo. Nenhum dos 4 irmãos entendia o porquê da convocação dos 4; Falazure havia traído a todos e punido pelo próprio Asgorath por sua traição e ainda sim participaria dessa reunião. Entretanto e quando aos demais? Aasterinian a mais nova Deusa da Invenção (a quem relutantemente admitia ser sua protegida, ainda que discordassem muito), Astilabor a Deusa da Riqueza (sua irmã ao qual não conseguia negar a importância), Chronepsis o Deus do Destino (cujo comportamento indiferente o incomodava), Garyx Deus da Destruição (se tinha entre os irmãos alguém parecido com Tiamat, esse alguém era Garyx), Hlal Deusa do Humor (suas brincadeiras o incomodavam é verdade, mas ele não era de todo o mal), Lendys Deusa da Justiça (que não aceitava o bem como justiça, discutiam varias vezes por isso. Para Lendys a justiça era imparcial), Tamara Deusa da Vida (Ao qual tinha uma enorme divida de gratidão pela ajuda na traição de Falazure) – Nenhum deles havia sido convocado. Oque Io pretendia com isso? Io tinha o poder e o direito de fazer oque bem entendesse, era claro para todos os Dragões Deuses que Io era o mais poderoso deles e o mais velho também, ainda sim ele fez essa convocação. Terminadas as reflexões Bahamut chega a sala de reunião onde seus irmãos os esperavam.

- Atrasado por qual motivo? Acha-se superior a nos? Falazure, mesmo derrotado; sabia como provocar. O Dragão da Noite havia traído a todos e começado o capitulo mais sangrento da historia dos Dragões, mesmo a união de todos os Deuses contra ele ainda não era o suficiente. Foi preciso o próprio Deus Supremo para detê-lo por seu crime. Sua traição. Seu pecado inominável. E ainda sim ele não foi destruído – Castigado sim, limitado com certeza, mas deixado vivo e ainda com sua posição divina dentre os Dragões. Nem mesmo Tiamat conseguia aceitar essa afronta, mas oque podiam fazer os Deuses contra o Senhor dos Deuses?- Não lhe devo nenhuma satisfação meu derrotado irmão. Derrotado. Isso é uma ofensa para qualquer Dragão. O orgulho dos Dragões os leva a crer serem superiores a qualquer forma de vida; isso era QUASE verdade – Não havia muitos seres capazes de ameaçar um Dragão em plenos poderes. Eram naturalmente imortais; se um Dragão não podia superar algum ser em poder; bastava esperar séculos ou milênios que ele envelheceria e se tornaria maior, mais forte e seu sangue mais rico de magia – Caso o próprio tempo não se encarregasse de obliterar o inimigo. Mas Falazure ignorou a ofensa, na verdade ele nem mesmo pareceu se importar. Io estava presente na sala, curiosamente apenas após a troca de palavras entre Bahamut e Falazure é que fora percebida sua presença. Io se pronunciou:- Vosso Deus Pai determinou que os 4 deverão determinar a vida e o proposito

dos Dragões. Devem reunir seus filhos, seus escolhidos e irem para o mundo criado por nosso pai. Mas antes devem povoar o mundo, os 4 juntos devem criar a vida e modela-la para os propósitos de sua motivação. Apesar de nesse inicio vocês poderem ter a ajuda de seus irmãos mais novos; os 4 regerão sozinhos o mundo e apesar da guerra entre si, deverão proteger o mundo de invasores e outros Deuses. Todos engolem seco. Tirando Io, os quadrigêmeos eram os irmãos mais velhos e mais poderosos. Mas com os conflitos entre eles, foram colocados os 4 para determinar o caminho de sua raça. Feitos a sua imagem e semelhança; assim como o Deus Pai os criou – Eles criaram os Dragões enquanto espécie, a sua imagem e semelhança. Mas deviam criar vida. Nova vida. Cada um tinha criado os Dragões que mais lhe combinavam os princípios, agora tinha que criar algo juntos. Era como se preparar para um trabalho que não ia lhe agradar o resultado final e todos entendiam isso, pelo menos era oque parecia; ate Falazure se pronunciar.- Interessante, mal posso esperar por isso. Tiamat mostrou as presas. Suas múltiplas narinas começara a emitir jatos de energia. Dos 4 irmãos elas era a que mais apreciava o combate físico. Também pudera, ela tinha imensa vantagem em combate devido as suas 5 cabeças. Mesmo Bahamut não sairia ileso de uma investida de Tiamat.- Você não esperara por nada irmão; não estará aqui para isso. Karianna ficou sem reação, ela raramente era surpreendida com as ações de sua irmã – mas dessa vez era diferente; ela estava disposta a combater

em um local regido por Io. Bahamut não sabia se conseguiria impedi-la, na verdade por mais que ele quisesse respeitar as regras de Io; ele desejava ver Falazure gritando em agonia e Tiamat com certeza sabia como causar dor e destroçar um corpo de um Dragão. Asas de Tiamat se abriram prestes a pegar o impulso e saltar – Mas foi interrompida por Io. Um barreira praticamente impenetrável se formou entre os 2 adversários, apesar de com a força do impacto a sala tremer.- Não haverá combates em minha presença. As ordens de nosso pai será de que trabalharão juntos e assim será. Bahamut era o mais sábio dos Dragões e sua sabedoria se resumia a ficar em silencio. Não desafiaria Io, ainda mais por realizar a determinação de Asgorath.- Acalme-se Tiamat, é a decisão de nosso pai. Karianna tentava acalmar o instinto combativo de Tiamat, apesar dela mesmo achar que seria agradável ouvir alguns guinchos de agonia de Falazure.- Nos não precisamos da ajuda disso. Podemos muito bem criar e proteger um mundo sem ele. Em seu amago Bahamut queria concordar com ela. Não havia duvida que os 3 se sentiriam muito mais a vontade sem Falazure, ele mesmo podia sentir Karianna desejando o mesmo que ele.- Ordens de nosso pai são para serem seguidas e não para serem questionadas. Por fim falou – Odiando cada palavra que saia de sua boca. Obedecer a Asgorath era uma coisa. Se unir a Falazure era outra. Apesar disso Tiamat se calou. Eles eram inimigos, rivais e ainda sim ela se

calou. Talvez ele a tenha subestimado sua capacidade de entendimento.- Pois bem; vocês provavelmente já devem saber que Deuses de outros planos tem interesse nesse mundo, se não os povoarmos e defende-los; esses seres se apossarão dele. Devemos nos preparar para ir a guerra.- Ousariam os Titãs a nos desafiar? De fato são uma das poucas criaturas com poder para tal. Mas ainda sim não sairiam ilesos. Karianna levantou um ponto valido. Das poucas criaturas que podiam desafiar um Dragão, os Titãs certamente era uma delas.- Eles assim como nós criaram a vida. E assim como nós a sua imagem e semelhança. São chamados de Gigantes. Se reproduzem mais rapidamente que um Dragão e encontram sua plenitude em pouco tempo também. Para Io dar ênfase em algo assim, era preocupante. Uma ameaça a um Dragão era e sempre foi outro Dragão. Agora surgiu outra e provavelmente não seria a ultima.

Karianna Sempre a primeira a chegar a cada convocação. Ela se programava para cada compromisso. Ainda sim ela ficou surpresa quando o segundo a chegar era Falazure. No pleno controle do Tempo e de suas emoções. Ainda sim ela se viu mostrando as presas e retraindo as garras quando ele entrou.- Minha querida irmã e minha consorte; isso é forma de receber seu ex-amante? Era verdade. Algumas vezes seja por solidão o ou por simples desejo eles se deitaram. Não havia espaço para ela na cama de Bahamut e nem para ele no leito de Tiamat. Era estranho; por mais

que ela soubesse que ele não tinha os mesmo ideais ou mesmo a inclinação a ordem que todos os 3 irmãos tinham; ele ainda sim tinha sido designado a ela.- Isso foi a muito tempo. Antes de sua traição. Ela conseguia dizer isso a ele. Queria na verdade combate-lo, voar sobre ele e cravar suas garras nele enquanto o dilacerava com seu sopro. Sua traição atingiu a todos os Deuses, mais do que muitos conseguiriam admitir.- Você não parece muito feliz em me ver. Sei que tivemos nossas diferenças nos passado. Mas eu mudei. Tanto que estou aqui respondendo a essa convocação não?- Você esta aqui por piedade de nosso pai. E porque nós 3 respeitamos a decisão dele de mantê-lo vivo. Ou algo parecido. Era dos 4 a mais controlada e mesmo assim estava fazendo um esforço hercúleo para não ceder a seus instintos básicos. Ela aguardou em silencio a chegada dos demais. Qualquer um. Ela tentava não fita-lo com seus olhos reptilianos. Após minutos que pareciam séculos alguém passa pela enorme porta. Era Tiamat. Assim que a Senhora dos Cromáticos o viu, a própria temperatura da sala e sua iluminação oscilou; em um lado a temperatura subiu drasticamente causando faíscas no ambiente, em outro ponto uma fina camada de gelo começou a cobrir o chão, o ar ficou pesado, denso, começou a queimar as narinas de quem respirasse, por fim a estática começou a liberar o cheiro de ozônio. Tiamat estava pegando folego. Ela iria atacar com seu sopro capaz de obliterar montanhas.

- TIAMAT PARE!!! Karianna gritou. Embora no fundo ela quisesse se juntar a sua irmã. Queria saltar sobre ele junto a ela. Finalmente fariam alguma coisa juntas. Destroçar um irmão seria algo que ela se lembraria com alegria. Mas existe diferença entre oque ela quer fazer e oque ela deve fazer. Ela se amaldiçoava por saber essa diferença. E novamente tentou dissuadir a irmã.- Estamos sob o julgo de Io!!! Não podemos desrespeita-lo. Tiamat parou. Karianna ficou feliz por isso, embora não soubesse se feliz era oque sentia de fato. Ela tentava se convencer de que isso fora o melhor a fazer. E cada vez que olhava para Falazure ela pensava o contrario.- Sua ferocidade não mudou em nada irmã querida. Você estava pronta a me matar não importando as consequências disso. Sua tolice custaria muito caro para você sabia? E os demais respiraram aliviados – pensou Karianna. Sempre tinha a função de mediar conflitos. Os mais acalorados eram entre Tiamat e Bahamut. Razão contra Emoção. E comuns como o dia. - Se não fosse por Io, sua cabeça serviria de troféu em meus domínios. Sua sede de poder em drenar a mortalidade de Dragões mortais acabaria aqui. Karianna viu seu papel como juíza se tornar um fardo como nunca imaginou ser. Tentar calar argumentos aos quais ela mesmo concorda.- Chega. Aqui não é local para isso. Fomos convocados. Falazure é um dos 4. Quer gostemos ou não. Só era dito oque Tiamat já sabia, mas ainda sim era preciso lembra-la.

- Onde esta Bahamut? Ele não se atrasa nunca. Mudar de assunto era algo difícil para Tiamat, ela era intensa em seus desejos. E ela desejava muito matar. Como ela.

Tiamat Chegada a sala de convocação de Io, Tiamat imaginou encontrar todos os seus irmãos. Era incomum uma convocação como essa; mas era comum toda a família estar presente. Assim que passou pela porta e deu de cara com o irmão que obrigou a todos se unirem contra ele; ela não pode conter sua fúria. Na verdade Karianna que conteve por ela. Tiamat não esta acostumada a ficar de braços cruzados quando encontra um inimigo. Ainda mais um inimigo que tomou para ele criações suas. Os Amarelos, os Purpuras e os Laranjas. Dragões criados por ela que agora serviam a ele. Suas diversas cabeças ficam mostrando as presas e rosnando. Todas focadas nele. Tiamat tentava convencer a si mesma que Io não seria piedoso se ela atacasse Falazure. Na verdade ela não sabe se conseguiria ser rápida o suficiente em mata-lo. Ou mesmo se queria ser rápida. Esses e todos os pensamentos de vingança foram interrompidos pela súbita entrada de Bahamut. Resolvido os assuntos, fora colocada em pauta uma das poucas ameaças possíveis ao um Dragão; os Titãs. Seres de imenso poder e com o sangue tão rico em magia como os Dragões, porem envelheciam mais rápido e obtinham o poder pleno mais cedo. Tiamat já lutara com Titãs antes. Eram detentores de uma força descomunal, mesmo para suas escamas capazes de resistir ao pior dos castigos, ela ainda

era ferida. Suas armas eram finamente manufaturadas e encantadas; sua proteção sobrenatural era de pouca valia para armas tão poderosas. O Multiverso tinha tantos e tantos locais que era impossível conceber oque podia surgir e desafiar a supremacia de um Dragão. Os Baatezu haviam firmado uma aliança com ela. Celestiais e Anjos juraram lealdade a Bahamut. Os expansionistas Formians eram servos de Karianna. Os Tanar’ris por sua vez serviam a Falazure. Mesmo com cada Deus Dragão possuindo seu séquito de servos divinos, havia aqueles que não os serviam e era inimigos. Seu pai estava criando um mundo. E isso era difícil para se fazer. Mesmo um Deus levaria séculos para concluir o trabalho. Milênios para molda-lo e criar um equilíbrio. Era uma propriedade valiosa. Por isso os seres divinos tentam toma-la de seus criadores, mais fácil entrar em guerra com um panteão e tomar deles suas propriedades do que se unirem para criar uma. Uma imensa propriedade para ser governada. Agora era dado a eles a tarefa de povoa-lo. Criar vida era algo que podiam fazer. Mas não era apenas isso. Deveriam duelar entre si para definir quem seria o verdadeiro Dragão. Qual deles possuía o futuro mais promissor e lutar contra os demais por isso. Mas uma coisa que não foi dita e todos entenderam. Ela e seus irmãos estavam sendo expulsos de Dragonian. Todos sabiam disso. Mas fingiram não saber; fingiram que era uma missão longa e difícil que foi confiada a eles. Era mais fácil assim.

Falazure

Terminada a Reunião, todos os 4 teriam de reunir seus Dragões, seus Servos e se preparariam para uma guerra. Talvez a maior guerra de toda sua vida; maior até que a causada por ele. Era uma guerra que definiria os Princípios de um Dragão – Não poderiam em absoluto cometer um erro. Seriam limitados de seu poder, privados de grande parte dele, então cada movimento seria feito com muita prudência. Com isso uma guerra que já demoraria séculos por si só; seria arrastada por milênios. Era melhor perder uma oportunidade de vitória do que ir a uma de derrota. E nenhum dos 3 questionou Io por isso. Porque colocar em uma guerra algo assim? Com isso basicamente os 4 lados ficariam basicamente paralisados sem triunfar um sobre o outro; um impasse praticamente eterno. Porque precisariam dele? Oque poderia Falazure contribuir nessa guerra de ideais? Teria que criar vida. Na verdade ele sabia que seu trabalho era ao contrario; deveria impor a morte a criação divina. Dragões eram imortais naturalmente. E ele havia criado um “caminho paralelo” de imortalidade; onde tornava a comida, ar, sono completamente desnecessários. Seu pai não o poupou por piedade e sim por precisar dele. Eles poderiam criar a finitude sem ele. Isso ele sabia, mas não em tempo hábil para isso. Embora Chronepsis o Deus do Destino dominasse a morte, ninguém a dominava e entendia como ele. Eles poderiam aprender e entende-la. Mas quanto tempo demoraria isso com a invasão Titânica? Seria rápido o suficiente? E por que os 4 seriam responsáveis pelo mundo? A única resposta era: Seus irmãos mais novos iam lutar junto a Io. E tinham que

garantir que o legado Dracônico sobrevivesse. Eles eram os consortes um do outro. Mesmo que não quisessem; se necessário era a única esperança dos Dragões. A vida deveria ser breve e privada da imortalidade. Apesar da imensa capacidade de um Dragão; ele acredita em sua superioridade natural e não cria muito para si. Deveria ser uma raça diferente dos Dragões mais próxima aos animais, bastava escolher um animal e pega-lo como modelo. Eles eram Deuses como ele, chegariam a conclusão como ele. Mas nunca rápido como ele. É preciso entender a vida para ceifa-la. Falazure sabia disso; sabia também que sem a supervisão de Io e Asgorath ele poderia recuperar seu poder e dessa vez Triunfar. Tiamat poderia mata-lo, mas testar os limites dela foi vital para seus planos iniciais. Karianna, sua doce irmã sabia disso, ela se controla, reflete sobre suas ações e Bahamut sempre pensa antes de uma ação. Essa guerra por ideais era uma mentira, ele sabia disso. Se era por ideais; por que ele estaria incluído? Era uma guerra falsa, para manter todos em clima bélico, era claro que todos agiriam com muito cuidado e dificilmente um lado triunfaria sobre o outro. Caso os Deuses Dragões falharem em deter os Titãs; eles encontrariam um mundo armado e preparado para o combate em larga escala – era obvio que os 4 Deuses de lá firmariam aliança entre si contra os Titãs. Do contrario, se fosse um paraíso; não passariam de presas fáceis pegas de surpresa. De um mundo pronto a ser conquistado; Io transformou em uma fortaleza pronta a resistir.

E Falazure sabia disso. Era o único que sabia da verdade por trás da guerra. Por trás da expulsão de Dragonian. Era o único que sabia que sua terra sagrada não era mais segura e por isso em uma tentativa de garantir a existência dos Dragões, ele e seus 3 irmãos seriam mandados para um mundo novo.