A Revolução Russa - Prova contemporânea dois

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA CENTRO DE EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA PROFESSOR: ANSELMO COMPONENTE CURRICULAR: CONTEMPORÂNEA II ALUNO: THIAGO ACÁCIO RAPOSO A REVOLUÇÃO RUSSA

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Descrição da revolução russa. Resumo didático produzido para disciplina universitária.

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

CENTRO DE EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

PROFESSOR: ANSELMO

COMPONENTE CURRICULAR: CONTEMPORÂNEA II

ALUNO: THIAGO ACÁCIO RAPOSO

A REVOLUÇÃO RUSSA

Campina Grande 22/07/2014

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O seguinte texto é fruto de uma releitura de parte do livro A Revolução Russa de autoria do Horácio González e de um capítulo do livro História do século XX de autoria do Luiz Roberto Lopez. Ambos os textos fazem referências a uma revolução que aconteceu na Rússia no início do século XX. Essa revolução foi considerada por muitos como a continuação da revolução francesa. Algo de novo surgiu, surgiu de uma forma tão assustadora que as potências capitalistas temiam a disseminação dos ideais revolucionários.

No final do século XIX, a Rússia czarista era extremamente dependente do capital estrangeiro aplicado na industrialização do país. A falta de uma organização operária favorecia os capitalistas (em sua maioria, franceses), que impunham aos trabalhadores russos salários baixos e jornadas mais longas em comparação aos do ocidente. Para conter as criticas politicas e econômicas, o czar Alexandre III criou uma rede policial que atuava na repressão aos opositores.

Com a morte de Alexandre III, teve início o reinado do czar Nicolau II, que manteve as restrições anteriores. Ao longo do governo ocorreram intensas transformações no país: desenvolvimento urbano e comercial; surgimento de novos partidos políticos; consolidação da alta burguesia, da classe média e do proletário. Nesse contexto, se destacam dois grupos políticos: os Mencheviques (reformista) e os Bolcheviques (revolucionário).

No início do século XX, Rússia e Japão entraram em guerra como resultado pela disputa de mercados asiáticos. Entre 1904 e 1905, ocorreram crises de abastecimento e de preços, agravando-se as condições de vida e trabalho dos proletários. A derrota para o Japão será a responsável pela efervescência das criticas ao governo czarista.

Para reagir a essa situação, os bolcheviques incentivaram a formação dos sovietes1, que tiveram um papel importante na divulgação do socialismo e na conscientização política do proletário russo.

Ainda em 1905, os proletários russos entregaram ao czar uma petição, documento no qual reivindicavam uma série de direitos ao governo. No entanto, a passeata de proletários rumo ao palácio real acabou provocando uma violenta reação das tropas czaristas, que temiam o início de uma revolução popular no país, esse episódio ficou conhecido como Domingo Sangrento, com um saldo de 500 mortos. O fantasma da revolução francesa não fora esquecido.

Para conter as massas descontentes o czar promete promover reformas políticas, que ficaram conhecidas como o Manifesto de Outubro. Mas, a única promessa cumprida do manifesto foi a criação de um parlamento, a Duma, submetido à autoridade do czar.

1 Assembleias formadas por soldados, marinheiros e trabalhadores, que organizavam as frequentes manifestações de protesto contra o governo, duramente reprimidas pelo exército czarista.

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Posteriormente, restabeleceu-se o autoritarismo e multiplicaram-se os protestos populares, quadro agravado com a entrada da Rússia na Primeira Guerra Mundial em 1914. A Rússia entra na guerra, despreparada e expõe os seus soldados ao descaso e ao abandono. As notícias dos campos de batalha não demoram a chegar à Rússia, todos questionam o governo falho. É nesse meio de tensões politicas, sociais e militares que encontramos a abdicação do czar Nicolau II.

Instalou-se um governo provisório, chefiado pelo príncipe Lvov e formado por aristocratas e burgueses. O único socialista a integrar o governo era Alexander Kerenski, ministro da justiça.

Pressionado, Lvov anistiou os presos políticos, entre eles alguns lideres bolcheviques, como Lênin e Trotski. Em abril, os bolcheviques realizaram um congresso no qual foi elaborado um documento que exigia novo governo e propunha um programa baseado na entrega de terra para os camponeses, a saída da Rússia da Primeira Guerra e algumas soluções para a crise de abastecimento. A popularidade do governo diminuiu e a dos bolcheviques aumentou; crescia o apoio popular às ideias socialistas defendidas por esse grupo político. Os sovietes apoiaram as intenções revolucionárias dos bolcheviques, que decidiram depor Lvov.

O novo governo foi chefiado por Kerenski. Ele permitiu que Trotski organizasse a Guarda Vermelha, tropas formadas por soldados, operários e marinheiros. Com isso, os bolcheviques passaram a ter uma representação armada no governo. Em novembro de 1917, os bolcheviques depuseram o governo e passaram a controlar a cidade de Petrogrado. Instituíram o Conselho de Comissários do Povo, encarregado de governar o país, chefiado por Lênin e integrado por Trotski e Stalin.

Lênin assina um tratado de paz com a Alemanha, cedendo alguns territórios. Ele também estabeleceu o controle estatal sobre todas as atividades econômicas: nacionalizou bancos e indústrias, confiscou a produção agrícola e igualou os salários. Essas medidas representaram o fim da economia de mercado e geraram sérias crises de abastecimento. Provocaram também revolta de trabalhadores e camponeses que não aceitavam a igualdade de salários e os confiscos. Estourava a guerra civil russa, que se desenrolou entre 1918 e 1921, combate travado entre o exército vermelho (bolcheviques) e o exército branco (contrarrevolucionários).

Os contrarrevolucionários receberam apoio de países como Inglaterra, França, Japão e os EUA, temerosos que o socialismo se espalhasse pelo mundo. Após três anos de conflitos, o exército vermelho derrotou os contrarrevolucionários, abrindo caminho para a consolidação do socialismo em seu país. Sem Duvida, a Revolução Russa mostrou as grandes nações capitalistas que as suas formas de governo não eram as únicas possíveis. Demonstrou a força do popular, do proletário...

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

GONZÁLEZ, Horácio. A Revolução Russa. São Paulo: Moderna, 1986. P. 26 – 64.

LOPEZ, Luiz Roberto. História do século XX. 2ª. Ed. Porto Alegre, Mercado Aberto, 1985. P. 29 – 39.