A Rosa Do Povo -Drummond
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TEMA I A prpria Poesia.
Procura da Poesia
No faas versos sobre acontecimentos.
No h criao nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida um sol esttico,
no aquece nem ilumina.
As afinidades,os aniversrios,os incidentespessoais no contam
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..................................................O canto no a natureza
nem os homens em sociedade.
ara ele, chuva e noite, fadi!a e esperana nadasi!nificam
A poesia "no tires poesia das coisas#
elide su$eito e ob$eto.
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....................................................................enetra surdamente o reino das palavras.% esto os poemas que esperam ser escritos.
&sto paralisados, mas no h desespero,h calma e frescura na superf'cie intata.&i(los s)s e mudos, em estado de dicionrio.*onvive com teus poemas, antes de escrev+(los.
em paci+ncia , se obscuros. *alma, se teprovocam.
&spera que cada um se realize e consuma
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com seu poder de palavra
e seu poder de sil+ncio.
No force o poema a desprender(se do limbo.
No colhas no cho o poema que se perdeu.
No adules o poema. Aceita(o
como ele aceitar sua forma definitiva e
concentradano espao.
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TEMA II ENGAJAMENTO: Viso 1944-eus olhos so pequenos para ver
A massa de sil+ncio concentrada
or sobre a onda severa, piso ocenico&sperando a passa!em dos soldados
-eus olhos so pequenos para ver
O !eneral com seu capote cinza&scolhendo no mapa uma cidade/ue amanh ser p) e pus no arame
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-eus olhos so pequenos para verA bateria de rdio prevenindo0ultos a raste$ar na praia obscura
Aonde che!am pedaos de navios
-eus olhos so pequenos para ver
O corpo pe!a$ento das mulheres/ue foram lindas, bei$o canceladoNa produo de tanques e !ranadas . "....#
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-eus olhos so pequenos para ver&ssa mensa!em franca pelos mares,&ntre coisas outrora envilecidas
& a!ora a todos, todas ofertadas .
-eus olhos so pequenos para ver
O mundo que se esvai em su$o e san!ue,Outro mundo que brota, qual nelumbo( mas veem, pasmam, bai1am deslumbrados.
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ema 222( 3echamento do Discurso
poro4m inseto cava
cava sem alarme
perfurando a terrasem achar escape.
/ue fazer, e1austo,
em pa's bloqueado,
enlace de noite
raiz e minrio5
&is que o labirinto
"oh, razo , mistrio #
resto se desata
&m verde, sozinha ,
Antieuclidiana
4ma orqu'dea forma(se
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6 Fragilidade&ste verso, apenas um arabescoem torno do elemento essencial 7 inatin!'vel.
3o!em nuvens de vero, passam aves, navios, ondas,e teu rosto quase um espelho onde brinca o incerto8movimento,
ah9 : brincou, e tudo se fez im)vel, quantidades e
8quantidadesde sono se depositam sobre a terra esfacelada.No mais o dese$o de e1plicar, e m;ltiplas palavras em
8fei1e
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subindo, e o esp'rito que escolhe, o olho que visita, a
8m;sicafeita de depura
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TEMA IV MEMRIA (famlia, erra !aal"
&ste retrato de fam'liaest um tanto empoeirado.
: no se v+ no rosto do pai
quanto dinheiro ele !anhou.
Nas mos dos tios no se percebem
as via!ens que ambos fizeram.A av) ficou lisa, amarela,
sem mem)rias da monarquia
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Os meninos, como esto mudados.O rosto de edro tranquilo,usou os melhores sonhos.
& :oo no mais mentiroso.
O $ardim tornou(se fantstico.
As flores so placas cinzentas.& a areia , sob ps e1tintos, um oceano de nvoa. "....#
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O retrato no me responde,ele me fita e se contemplanos meus olhos empoeirados.
& no cristal se multiplicam
Os parentes mortos e vivos.: no distin!o os que se foram
dos que restaram. ercebo apenasa estranha ideia de fam'lia0ia$ando atravs da carne.
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TEMA V # IN$IV%$&O
('m e' reori)o, more, empo"
A Flor e a Nuseareso > minha classe e a al!umas roupas,
vou de branco pela rua cinzenta.
-elancolias, mercadorias espreitam(me.
Devo se!uir at o en$oo5osso, sem armas, revoltar(me5
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Olhos su$os no rel)!io da torre=
No, o tempo no che!ou de completa $ustia.O tempo ainda de fezes, maus poemas, alucina
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0omitar esse tdio sobre a cidade./uarenta anos e nenhum problemaresolvido, sequer colocado.Nenhuma carta escrita nem recebida.odos os homens voltam para casa.
&sto menos livres mas levam $ornaise soletram o mundo, sabendo que o perdem. "...#
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4ma flor nasceu na rua9assem de lon!e, bonde, @nibus, rios de ao do trfe!o.4ma flor ainda desbotadailude a pol'cia, rompe o asfalto.3aam completo sil+ncio, paralisem os ne!)cios,
aranto que uma flor nasceu.?ua cor no se percebe
?uas ptalas no se abrem?eu nome no est nos livros.B feia. -as realmente uma flor.
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?ento(me no cho da capital do pa's >s cinco horas datarde
& lentamente passo a mo nessa forma inse!ura.Do lado das montanhas, nuvens macias avolumam(se.equenos pontos brancos movem(se no mar, !alinhas em
pnico
B feia. -as uma flor. 3urou o asfalto, o tdio, o no$o e o)dio.
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6 Versos Boca da Noite?into que o tempo sobre mim abatesua mo pesada. Cu!as, dentes, calva...
4ma aceitao maior de tudo,e o medo de novas descobertas.
&screverei sonetos de madureza5
Darei aos outros uma iluso de calma5?erei sempre louco5 ?empre mentiroso5
Acreditarei em mitos5 ombarei do mundo5
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E muito suspeito o velho em mim.Ainda criana, $ me atormentava.Eo$e estou s). Nenhum menino salta
de minha vida, para restaur(la.
-as se eu pudesse recomear o dia9
4sar de novo mina adorao,meu !rito, minha fome.... 0e$o tudoimposs'vel e n'tido, no espao. "...#
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/ue confuso de coisa ao crep;sculo9/ue riqueza9 ?em prstimo, verdade.Fom seria capt(las e comp@(las
num todo sbio, posto que sens'vel=
uma ordem, uma luz, uma ale!ria
bai1ando sobre o peito despo$ado.& $ no era furor dos vinte anosnem a ren;ncia >s coisas que ele!eu,
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masa penetrao do lenho d)cil,um mer!ulho em piscina, sem esforo,
um achado sem dor, uma fuso,
tal uma inteli!+ncia do universo
comprada em sal, em ru!as e cabelo.
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ema 02= Amor( Amar Amaro
?equer conheo 3ulana,0e$o 3ulana to curto,3ulana $amais me v+,
-as como eu amo 3ulana.
Amarei mesmo 3ulana5
Ou iluso de se1o5alvez a linha do busto,Da perna, talvez do ombro
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Amo 3ulana to forte,Amo 3ulana to dor,/ue todo me despedao
& choro, menino, choro
-as 3ulana vai(se rindo...
0e$am 3ulana danando.No esporte ela est sozinha.No bar, quo acompanhada "...#
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&-A 022 7 Ami!os
-rio de Andrade Desce aos 2nfernos
2(Daqui a vinte anos farei teu poema
& te cantarei com tal suspiro
/ue as flores pasmaro, e as abelhas,*onfundidas, esvairo seu mel
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Daqui a vinte anos= podereianto esperar o preo da poesia5B preciso tirar da boca ur!ente
O canto rpido, zi!ueza!ueante, rouco,3eito da impureza do minutoe de vozes em febre, que !olpeiam
&sta viola desatinadano cho, no cho
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222(O meu ami!o era toDe tal modo e1traordinrio
*abia numa s) carta&sperava(me na esquina& $ um poste depois2a descendo o Amazonas
inha coletes de m;sica&ntre cantares de ami!oairava na renda fina
Dos ?ete ?altosNa serrania mineira ,No man!ue, no serin!al,Nos mais diversos brasis& para alm dos brasis,Nas re!i
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Foa ?orte
nos vestibulares 9 9 9
professora Ana Maria .
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