A SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE II · SECRETÁRIO DE ESTADO DE SAÚDE DO DISTRITO...

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A SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE II MANUAL DO ESTUDANTE MÓDULO 206

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A SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE II

MANUAL DO ESTUDANTE

MÓDULO 206

ESCS - Escola Superior de Ciências da Saúde

ESCS - Escola Superior de Ciências da Saúde

A SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE II

MANUAL DO ESTUDANTE

MÓDULO 206

GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL

Agnelo Queiroz

SECRETÁRIO DE ESTADO DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL-SES-DF PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO DE ENSINO E PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE - FEPECS

Rafael de Aguiar

DIRETOR-EXECUTIVO DA FUNDAÇÃO DE ENSINO E PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE-FEPECS

Gislene Regina de Sousa Capitani

DIRETOR DA ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-ESCS

Maria Dilma Alves Teodoro

COORDENADOR DO CURSO DE ENFERMAGEMLeonora de Araújo Pinto Teixeira

ESCS - Escola Superior de Ciências da Saúde

Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde - FEPECS

Escola Superior de Ciências da Saúde – ESCS

A SAÚDE DA CRIANÇA E

DO ADOLESCENTE IIManual do Estudante

Módulo 206E

Grupo de planejamento:Adriana Simão Magalhães

Débora Charallo

Elisangela Andrade Silva Motta

Gabriela Sabará

Coordenadora:

Adriana Simão Magalhães

BrasíliaFEPECS/ESCS

2012

ESCS - Escola Superior de Ciências da Saúde

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Copyright © 2012- Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde - FEPECSCurso de Enfermagem – 2ª série Módulo 206E: SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE IIPeríodo: 27 agosto a 05 de Outubro de 2012A reprodução do todo ou parte deste material é permitida somente com autorização formal da FEPECS/ ESCS.Impresso no BrasilTiragem: 05 exemplaresCapa: Gerência de Recursos Audiovisuais – GERAV/CAO/FEPECSEditoração Gráfica: Núcleo de Informática Médica – NIM/GEM/CCM/ESCSNormalização Bibliográfica: Núcleo de Atendimento ao Usuário - NAU/BCE/FEPECS

Coordenadora do Curso de Enfermagem:Leonora de Araújo Pinto Teixeira

Coordenadora da 2ª Série:Adriana Simão Magalhães

Coordenadora do Módulo:Adriana Simão Magalhães

Grupo de elaboração:Gabriela Sabará Elisangela Andrade Silva MottaAdriana Simão Magalhães Débora Charallo

Tutores:

Elisangela Andrade Silva Motta Anamaria Ferreira AzevedoGabriela Jacarandá Alves Adriana Simão MagalhãesDébora Charallo

Dados Internacionais de catalogação na Publicação (CIP)NAU/BCE/FEPECS

Quadra 301 – Conjunto 4 – Lote 1 – Samambaia Sul - DFCEP: 72 300-537Tel/Fax: 55 61 3358-4208Endereço eletrônico: http://www.saude.df.gov.br/escsE-mail: [email protected]

A saúde da criança e do adolescente II: manual do estudante: módulo 206E. / Coord. Adriana Simão Magalhães. – Brasília: Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde, Escola Superior de Ciências da Saúde, 2012.

34 p.

1. Saúde da criança. 2. Saúde do adolescente. I. Magalhães, Adriana Simão (Coord.). II. Escola Superior de Ciências da Saúde – ESCS.

CDU 616-053.2/.4

SUMÁRIO

Introdução, p. 11.

Mapa Conceitual, p. 32.

Objetivos, p. 53.

Cronograma, p. 74.

Semana Padrão 2ª Série, p. 74.1

Cronograma de Atividades do Módulo 206E, p. 74.2

Atividades Complementares, p. 104.3

Avaliação de desempenho do estudante, p. 115.

5.1 Avaliação formativa, p. 11

5.2 Avaliação somativa, p. 11

5.3 Critérios para obtenção do conceito “Satisfatório”, p. 11

5.4 Avaliação dos docentes e do módulo temático, p. 11

Problemas, p. 136.

6.1 Qualidade faz a diferença, p. 13

6.2 Nenhum filho é igual!, p. 15

6.3 Que caso difícil!!, p. 17

6.4 A bolha mal cuidada, p. 19

6.5 Dificuldades do cuidador, p. 21

6.6 Coisa de pele isola, p. 23

6.7 Alunos Hospitalizados, p. 25

6.8 A viagem de férias que terminou em tragédia, p. 27

6.9. Uma bactéria causou tudo isto?, p. 29

6.10. “Toma essa pinga, se não apanha!”, p. 31

Referências, p. 33

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INTRODUÇÃO1.

Profissionais de saúde precisam desen-volver diferentes competências e um dos obje-tivos da formação de enfermeiros é cuidar de crianças e adolescentes.

Neste sentido, o enfermeiro deve conce-ber cada criança e cada adolescente como seres únicos, com necessidades e capacidades especí-ficas, pessoas inseridas em uma família, cujas crenças e valores interferem em sua concepção de saúde e na forma de enfrentar a doença, su-perando assim a perspectiva na qual se fragmen-tam os indivíduos em sistemas biológicos e às patologias que porventura possam acometê-los.

Na perspectiva do cuidado integral, esta-remos trazendo em foco a interdisciplinaridade do cuidado ofertado a crianças e adolescentes. A equipe multiprofissional deve incluir ações educativas e lúdicas para o enfrentamento diário do hospitalismo e suas consequências no desen-volvimento sócio-afetivo e cognitivo da criança, do adolescente e de familiares.

Este módulo resgata áreas do conheci-mento como: imunologia, epidemiologia, ciên-cias sociais, políticas pública, anatomia, fisio-logia, psicologia, enfim, aspectos já vistos em módulos anteriores nos quais serão aprofunda-dos no decorrer deste que se inicia.

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MAPA CONCEITUAL2.

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OBJETIVOS3.

3.1 Objetivo geral:

Determinar as ações do enfermeiro que cuida da criança, do adolescente e sua família na perspectiva de promoção, recuperação e reabili-tação da saúde conforme as políticas públicas.

3.2 Objetivos específicos:

3.2.1 Construir a integralidade do cuidado de acordo com a necessidade da criança/adolescente considerando seu estágio de desenvolvimento;

3.2.2 Propor o cuidado nos diversos níveis de atenção de acordo com os aspectos condicionantes da saúde, estabelecen-do a tomada de decisão do enfermei-ro;

3.2.3 Caracterizar a influência dos aspectos psicoemocionais e culturais na inter-nação hospitalar da criança/adolescen-te e sua família;

3.2.4 Diferenciar estratégias que estimulam o desenvolvimento sócio-cognitivo da criança/adolescente hospitalizado;

3.2.5 Elaborar plano de cuidados/processo diagnóstico de enfermagem relacio-nando às fisiopatologias e necessida-des que se apresentarem;

3.2.6 Discutir a co-responsabilidade da fa-mília/cuidador e equipe de saúde nos cuidados à criança e adolescente;

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4 CRONOGRAMA

4.1 Semana Padrão da 2ª Série

Semana Padrão do Estudante da 2ª Série_2012

2ª feira 3ª feira 4ª feira 5ª feira 6ª feira

Manhã Horário Protegido para

Estudo

Horário Protegido

para EstudoHPE

Atividade

Didática

Complementar

TardeDT HPE DT

4.2 Cronograma das Atividades do Módulo 206E

1ª Semana do Módulo 206E – 2ª Série_2012

2ª feira

27.08

3ª feira

28.08

4ª feira

29.08

5ª feira

30.08

6ª feira

31.08

MANHÃ Horário Protegido para

Estudo

Atividade

Didática

Complementar

Horário Protegido para

EstudoHPE

TARDE

DT

Problema 1

HPE

DT

Problema 2

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2ª Semana do Módulo 206E – 2ª Série

2ª feira

03.09

3ª feira

04.09

4ª feira

05.09

5ª feira

06.09

6ª feira

07.09

Manhã Horário Protegido para

Estudo

Atividade Didática

Complementar

Horário Protegido para

EstudoFERIADO

Tarde

DT

Problema 3 HPEDT

Problema 4

3ª Semana do Módulo 206E – 2ª Série

2ª feira

10.09

3ª feira

11.09

4ª feira

12.09

5ª feira

13.09

6ª feira

14.09

Manhã Horário Protegido para

Estudo

Atividade Didática

Complementar

Horário Protegido para

Estudo

HPE

Tarde

DT

Problema 5 HPE Horário Protegido para Estudo

DT

Problema 6

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9

4ª Semana do Módulo 206E – 2ª Série

2ª feira

17.09

3ª feira

18.09

4ª feira

19.09

5ª feira

20.09

6ª feira

21.09

Manhã Horário Protegido para

Estudo

Atividade Didática

Complementar

Horário Protegido para

EstudoHPE

Tarde

DT

Problema 7 HPE

DT

Problema 8

5ª Semana do Módulo 206E – 2ª Série

2ª feira

24.09

3ª feira

25.09

4ª feira

26.09

5ª feira

27.09

6ª feira

28.09

Manhã Horário Protegido para

Estudo Horário Protegido para

Estudo

HPEAtividade Didática

Complementar

Tarde

DT

Problema 9 HPE

DT

Problema 10 Horário Protegido para

Estudo

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6ª Semana do Módulo 206E – 2ª Série

2ª feira

01.10

3ª feira

02.10

4ª feira

03.10

5ª feira

04.10

6ª feira

05.10

ManhãHorário

Protegido para Estudo

Horário Protegido para

Estudo HPE

Atividade Didática

Complementar

Tarde

Problema 10 fechamento

Avaliação do Módulo temático

HPEEAC

4.3 Cronograma Atividades Didáticas Complementares

Data Horário Local Atividade Facilitador

29.08 9 às 11 h Auditório Orientações para Trabalhos de 26.09 Prfa. Adriana

05.09 9 às 11 h Auditório Mesa Redonda: A Rede de Atenção Abordando a Família em Crise

Prfa. Elisangela e convidados

12.09 9 às 11 h Auditório A criança internada, a família e o enfermeiro

Enfa. Manuela

19.09 9 às 11 h Auditório Relato de Experiencia: Núcleo de Saúde do Adolescente

A confirmar

26.09 9 às 11 h Salas Trabalhos de Grupo: Adolescentes em Cena Estudantes da 2ª Série

03.10 9 às 11 h Auditório Oficina: Perdas e Lutos A confirmar

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5 AVALIAÇÕES DO DESEMPENHO DO ES-TUDANTE

A avaliação do estudante no Módulo 206E será formativa e somativa.

5.1 Avaliação formativa

A auto-avaliação, avaliação interpares e ava-liação do estudante pelo tutor serão realizadas oral-mente ao final de cada sessão de tutoria.

5.2 Avaliação somativa

Os estudantes serão avaliados pelos docen-tes, utilizando-se dos seguintes formatos e instru-mentos:

5.2.1 Formato 3 - Sessão de Tutoria (F3 ST):

Avaliação do desempenho nas sessões de tutoria. No final do Módulo 206E, o tutor realiza-rá, utilizando-se do formato 3ST, uma síntese do desempenho dos estudantes nas sessões de tutoria, principalmente quanto à habilidade de explorar pro-blemas e às atitudes em relação ao trabalho de grupo e nas relações interpessoais.

5.2.2 Instrumento um: Exercício de Avaliação Cog-nitiva (EAC) - é uma avaliação escrita, sob a forma de problemas, versando sobre o conteúdo do módu-lo. Esse exercício constará de problemas, com ques-tões de resposta curta ou ensaio sintético.

Essa avaliação será realizada no 04.10.2012 (5ª. Feira) de 14h às 18h, no auditório da ESCS Samambaia. As reavaliações serão agendadas.

5.2.3 Formato 1 (F1): Avaliação final do estudante na unidade educacional que reúne os resultados das avaliações somativas e a freqüência durante o mó-dulo, fornecendo o conceito final obtido pelo estu-dante.

5.3 Critérios para obtenção de conceito “Sa-tisfatório” no módulo 206E

Ao final do Módulo 206E, obterá conceito “satisfatório” o estudante que:

- Apresentar frequência mínima obrigatória de 75% nas sessões de tutoria e nas palestras;

- Adquirir conceito “satisfatório” ao final de todas as avaliações somativas do módulo.

O estudante que não obtiver conceito “satisfa-tório” no Módulo 206E poderá solicitar revisão de conceito à Comissão específica através da Gerência de Avaliação.

5.4 Avaliação dos docentes e do módulo temáti-co

O Módulo Temático 206E e os docentes se-rão avaliados pelos estudantes, utilizando-se dos se-guintes formatos:

Formato 4ST: Avaliação do desempenho do tutor / instrutor. O estudante realizará, por meio do formato 4ST, uma síntese das observações sobre o desempenho do tutor/instrutor, ao longo do módulo.

Formato 5MT: Avaliação do Módulo 206E. Os estudantes realizarão, ao final do módulo, por meio do formato 5MT, a avaliação do Módulo 206E, considerando os seguintes aspectos: objetivos, estra-tégias educacionais, palestras, consultorias, recursos educacionais e organização geral.

Observação: os formatos deverão ser preenchidos e entregues conforme prazo estabelecido pela Gerên-cia de Avaliação.

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6 PROBLEMAS

6.1 Qualidade faz a diferença

Vânia, enfermeira da Unidade Pediátrica/HRT recebeu Júlia que está iniciando suas atividades como enfermeira recém-admitida na Pediatria.

Após as devidas apresentações, Vânia con-vida Júlia para conhecer a Unidade e começam a conversar:

Vânia: - Nós seguimos as recomendações da RDC50. Ela regula a pediatria e outras unidades. Se-guimos o foco da integralidade do paciente ao invés de focar na doença.

Júlia: - Nossa! Todos estes desenhos real-mente são importantes na internação?

Vânia: - Sim. E não somente eles, mas tam-bém outros métodos de adaptação da Unidade para a criança internada. Da internação até a alta desenvol-vemos várias técnicas lúdicas.

Ao entrarem em uma enfermaria, Júlia per-cebeu uma criança e sua mãe sendo admitidas. Ob-servou a apresentação diferenciada da colega enfer-meira, as vestimentas, o tom de voz, os procedimen-tos admissionais e as observações feitas para a mãe sobre a internação. Percebeu o medo da criança e o olhar de pânico da mãe sendo desfeitos a cada orien-tação.

Em seguida, a enfermeira convidou a mãe e a criança para irem a brinquedoteca onde já estavam outras crianças. Júlia ficou comovida com a alegria da criança e a calma da mãe ante a postura do pro-fissional, o ambiente acolhedor da brinquedoteca, o tratamento humano e diferenciado que foi dado à criança e a família.

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6.2 Nenhum filho é igual!

Paulo, lactente de 6 meses, sempre foi um bebê magrinho. Logo após o nascimento regur-gitava muito, mais do que os outros três bebês que D. Carmem teve, o que fez com que ela pro-curasse uma unidade de saúde.

De posse das muitas orientações após di-agnóstico de refluxo gástrico esofágico, D. Car-mem fez de tudo para o conforto de Paulinho. Entretanto, quando ele começou a apresentar febre e falta de ar, foi correndo para o HRAS.

Chegando ao Pronto Socorro D. Carmem fez a ficha para atendimento de Paulo. Após al-gum tempo de espera, seu filho foi atendido pelo médico, concluindo diagnóstico de pneumonia por aspiração. D. Carmem foi orientada, pela enfermeira Ângela, que Paulo iria ficar inter-nado por algum tempo.

Ao exame físico Ângela anotou: Idade 6 me-ses e 13 dias, peso 6,2Kg,estado geral compro-metido, agitado, FR: 55 rpm, retração subcostal, batimentos de asa do nariz, crepitação difusa em pulmão direito, cianose, FC: 180 bpm, T: 38,8º C, mucosa oral desidratada, diurese espontânea em fralda: 100 ml nas ultimas 24 horas, evacu-ações sem alterações. O bebê tem sido amamen-tado pela mãe, porém com pouca aceitação.

Ao término do exame físico a enfermeira elaborou um processo diagnóstico para Paulo e resolveu discutir o caso com a equipe, devido quadro clínico de Paulo ter piorado.

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6.3 Que caso difícil!!Patrícia nasceu a termo de parto cesari-

ana no HRT. Apresentou ao nascimento dispneia e cianose periférica. Para surpresa da mãe tinha cardiopatia congênita a ser diferenciada e car-acterísticas genéticas para síndrome de Down que ficou sob caso suspeito.

Hoje com 09 meses com diagnóstico de Tetralogia de Fallot e confirmação de síndrome de Down, aguarda uma vaga para realizar ciru-rgia cardíaca no HBDF. Porém, tem apresentado febre, disúria, EAS alterado (realizado no posto de saúde), episódios paroxísticos de cianose mais intensa e agitação.

A mãe a levou para o hospital, pois achava que a criança estava piorando. Devido a demora no atendimento, Patrícia piorou muito, apresentando hipofluxo pulmonar, no qual a reversão do quadro foi difícil. Só houve êxito após muitas horas de esforço da equipe que atuou conforme preconizado para estes casos de crise hipoxêmica. Após o atendimento da cri-ança, a enfermeira Mônica elaborou o processo diagnóstico de enfermagem com as respectivas intervenções.

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6.4 A bolha mal cuidada.

Natália, criança de 2 anos de idade, está inter-nada há três dias na UPA de Samambaia aguar-dando vaga para a Clínica Pediátrica devido celulite infecciosa em mão esquerda.

Há uma semana queimou a mão esquerda com ferro quente ao puxar o fio do aparelho. No momento do acidente estava com mãe crecheira que atende 15 crianças, a qual lavou o local com água e passou pasta de dente. Porém, formou pequena bolha que foi rompida com agulha para sair a “aguinha”.

Conseguiram transferir Natália para a Clíni-ca Pediátrica do HRT onde passa o dia sozinha e, somente à noite, a mãe fica com sua filha, pois os pais trabalham durante o dia.

Ao fazer as visitas nos leitos, a enfermeira observou em sua mão piora do edema, calor e ru-bor local e secreção purulenta devido colonização de Staphylococcus aureus. Não há registros de aferição de temperatura axilar do último plantão.

Natália está fazendo uso de Cefalotina, chora muito durante o dia, ingesta alimentar e hídrica redu-zidas e eliminações preservadas.

A enfermeira plantonista realizou evolução clínica em prontuário e seguiu prescrição médica, fi-cando em dúvida se faria algum tipo de curativo ou se o antibiótico seria suficiente para Natália, mesmo assim elaborou o processo diagnóstico de enferma-gem.

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6.5 Dificuldades do cuidador

Julinha, 4 anos, é atendida no Pronto So-corro do HRT pela Enfermeira Kalinda após classificação de risco. O pai relata que há alguns dias está quentinha, mas hoje verificou 39°C. Durante a anamnese a enfermeira identificou em sua evolução presença de piúria, disúria e pouca ingesta alimentar. Ao exame físico verifi-cou baixo ventre doloroso à palpação.

O pai visivelmente angustiado refere que não consegue compreender porque a filha está sempre com febre e reclamando de dor para uri-nar.

Como o pai de Julinha é viúvo, sua filha é cuidada pela avó já idosa que tem dificuldades em ajudar no banho de sua neta diariamente. O pai refere que fica constrangido em limpar a genitália de sua filha e desabafou que, depois da viuvez, só pensa em trabalhar para sustentar a filha. Tem poucos amigos e não sabe a quem recorrer.

Kalinda oferece os cuidados de enferma-gem para ITU com bacteriúria sintomática e os encaminhamentos necessários para o caso. Re-aliza um plano de cuidados para a família.

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6.6. Coisa de pele isola

Pedro, 06 anos, está internado há 07 dias na Clínica Pediátrica, sob precauções de contato e terapia medicamentosa. Adquiriu impetigo co-mum provavelmente após arranhar o calcanhar quando andava de bicicleta. A vigilância epide-miológica do hospital entrou em contato com a unidade básica da área onde a família mora para a equipe tomar as devidas providências.

Ontem a mãe reclamou que chamou a equipe de enfermagem três vezes para avisar que Pedro “estava fazendo pouco xixi e um pou-co inchadinho”.

Hoje seus resultados de exame são os se-guintes:

Débito urinário de 140 ml em 24h, EAS (hemácias 40/campo, leucócitos 30/campo, pro-teinúria ++, cilindros hemáticos e leucocitários ). Hemograma (Ht= 30,6 Hg=10) Bioquímica (creatinina 1,7 mg/dL; uréia 96 mg/dL; Potássio 5,0 mEq/L; sódio 133 mEq/L). Proteinúria de 24h= 10,8 mg/Kg/dia.

Devido tais alterações, foi diagnosticada Glomerulonefrite Difusa Aguda (GNDA) secun-dária ao impetigo. A enfermeira providenciou o processo diagnóstico com as devidas interven-ções.

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6.7 Alunos Hospitalizados

Matéria adaptada para estudo, publicada no Fórum PLP’S do Distrito Federal, em 10 de Outubro de 2008 (sexta-feira).

“O que era para ser apenas um passeio divertido no Jardim Zoológico de Brasília, para comemorar o Dia da Criança, que será celebrado no domingo, terminou em infecção alimentar para 90 estudantes de uma escola particular de Planaltina.

Eles passaram mal depois de comer uma galinhada. Todos tiveram mal-estar e vomitaram. Os estudantes do ensino fundamental, de faixa etária entre 2 e 7 anos, foram atendidos por dois hospitais da rede pública. O quadro evoluiu para desidratação e eles precisaram tomar soro.

Os alunos da escola particular chegaram ao zoológico por volta das 12h. Lá, eles fizeram um piquenique com a comida preparada pelos próprios professores. Passava das 14h quando o primeiro aluno reclamou de mal-estar. A criança vomitava bastante e estava fraca e pálida. Não demorou muito para os colegas sentirem os mesmo sintomas. Alguns alunos tiveram diarréia.

A galinhada estava dentro de três caixas de isopor no bagageiro do ônibus fretado para levar os estudantes. A mistura continha arroz, batata-palha, galinha e maionese.

Ao todo, foram 57 para o HRAS. Segundo a direção do hospital, 40 crianças receberam atendimento. Elas foram tratadas

à base de soro via oral. Apenas 16 tiveram de receber hidratação venosa. “Não tem nenhuma em estado grave. Quanto à alta, somente a evolução deles é que vai dizer quem poderá ir para casa”, informou o chefe da Unidade de Pediatria do HRAS (...).

A Vigilância Epidemiológica e Sanitária da Secretaria de Saúde tomou as providência necessárias para o caso. Os dados epidemiológicos sugerem que seja uma contaminação por Staphiloccocus aureus devido aos sintomas apresentados pelas crianças”, analisa a técnica da Vigilância Epidemiológica.

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6.8. A viagem de férias que terminou em tra-gédia

Lúcia e sua família (marido e três filhos) estão de férias no município de Microlândia, a 538 km da capital do estado, curtindo as bele-zas paradisíacas que a região oferece. No quarto dia de viagem, domingo, seu filho Marcelo de 10 anos começou a apresentar febre de 38,5º C, além de referir dor de cabeça e mal-estar.

Na segunda-feira os sintomas persistiam e Lúcia decidiu procurar atendimento no posto de saúde mais próximo (única unidade de saúde do município de Microlândia).

Ao serem atendidos por Daniela, enfer-meira do posto, Lúcia relatou o estado de Mar-celo. Daniela informou que o médico só estaria no posto no dia seguinte e, como Marcelo apre-sentava febre há apenas dois dias, poderia tratar-se de uma virose. Sendo assim, Lúcia foi orien-tada a retornar ao serviço para consulta médica, somente no caso de Marcelo apresentar piora do quadro.

Na terça-feira a febre de Marcelo chega-va aos 39º C, as dores de cabeça estavam mais fortes e ele começou a vomitar. Lúcia resolveu voltar ao posto de saúde e, durante o atendi-mento, o médico disse tratar-se de uma virose, prescrevendo medicações no caso dos sintomas persistirem.

Na manhã de quarta-feira Marcelo acor-dou a mãe dizendo:

- Mãe... minha cabeça dói muito. Eu não consigo abrir os olhos e dói quando eu olho para luz.

Lúcia e seu marido perceberam que Mar-celo estava muito abatido e a febre muito alta. Assim, decidiram voltar para casa.

No caminho, Marcelo chorava reclaman-do da cefaléia, vomitou duas vezes e a febre não cedeu. Os pais decidiram procurar o hospital do município de Pequenópolis, há 304 km da capi-tal, onde foram atendidos pela enfermeira Joel-ma. Durante o atendimento Marcelo apresentou convulsão e rigidez na nuca, sendo encaminha-do imediatamente ao atendimento médico, o qual constatou irritação meníngea com suspeita de meningite bacteriana.

Joelma iniciou imediatamente as condu-tas oportunas para o caso, considerando a im-portância clínica e epidemiológica da doença.

Dado ao estado avançado da doença, o médico informou que aquele hospital não pos-suía estrutura para tratar o caso de Marcelo, que já apresentava sinais de gravidade, e que o mes-mo deveria ser transferido para um hospital na capital.

Cerca de doze horas depois em transpor-te na ambulância, Marcelo chegou ao hospital da capital e foi encaminhado para UTI. Nesse momento da admissão, apresentava confusão mental e convulsões. Em poucas horas Marcelo evoluiu com piora do quadro.

No sábado às 17h56min, Marcelo foi à óbito. O desespero tomou conta de Lúcia que agora grita e chora pela perda de seu filho mais velho.

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6.9 Uma bactéria causou tudo isto?

Andréia tem 14 anos e muitos problemas, especialmente neste último ano. Já faz algum tempo que não vai à escola e nem se diverte com seus colegas. Primeiro ela teve uma história de febre e dor de garganta, depois foi o joelho e o tornozelo que ficaram quentes, doloridos e ede-maciados.

Para piorar a situação, Andréia teve que ser encaminhada para o hospital. Estava ficando muito cansada: “Até para conversar esta menina sente falta de ar. Está urinando bem pouquinho com dificuldade em andar, além da dor nas jun-tas!”, relatou sua mãe. O médico, ao examiná-la, percebeu que Andréia estava consciente, mas apática.

Ao Exame: FR= 50 mrm, presença de estertores creptantes nas bases pulmonares, FC de 120 bat/min, ritmo galope e sopro em foco mitral. Fígado a 6cm do RCD (rebordo costal direito), presença de nódulos subcutâneos indo-lores, móveis nas saliências ósseas do joelho e tornozelo.

O médico explicou à mãe que provavel-mente Andréia estava com febre reumática e comprometimento cardíaco e motor. Solicitou alguns exames para fechar o diagnóstico. Cha-mou a enfermeira e solicitou-lhe que providen-ciasse a internação de Andréia, pois serão ne-cessários cuidados específicos e monitorização adequada devido gravidade do caso, que exigiu a elaboração e implementação imediata do pro-cesso diagnóstico e intervenções para Andréia.

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6.10 Toxicologia Social

Caso real adaptado da UNIAD (Unidade de Pesquisas em Álcool e Drogas)

Um garoto de 13 anos foi parar no hospital após ingerir uma grande quantidade de bebida alcoólica dentro de uma escola da rede pública de São Paulo. O caso aconteceu durante o horário de aula quando apresentou insuficiência respiratória.

Ao ser internado, estava em coma alcoólico permanecendo na UTI.

Após a alta, o menino continua afastado dos estudos até que passe os sintomas da Síndrome de Wernicke-Korsakoff que desenvolveu devido ao coma.

Ele estuda na sétima série, no período da tarde. Foi durante o intervalo da aula que ele bebeu uma garrafa de bebida alcoólica – segundo ele, forçado pelos colegas de sala.

“Falaram ‘toma essa pinga senão você vai apanhar’. Aí depois começaram a bater em mim dentro do banheiro da escola porque eu não queria tomar o resto da pinga”, contou o menino.

A mãe ficou revoltada, e pede mudanças. “Mais funcionários para estar olhando, estar entrando no banheiro, vendo aqueles suspeitos, olhando a mochila deles, ver se estão entrando com alguma bebida, alguma coisa. Porque hoje aconteceu com o meu filho, amanhã pode ser com o filho de outra pessoa”, disse a mãe, que não quis se identificar.

O adolescente ficou traumatizado e pede para sair da escola. “Porque agora eu não consigo ficar lá, porque ficam falando que eu sou ‘bebum’. Naquela escola eu não quero mais ficar.” A direção da escola fez uma reunião com professores e funcionários e vai definir como impedirá a entrada de bebidas alcoólicas no colégio.

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